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O conceito de turismo é um pouco controverso segundo os vários autores que tratam desse
assunto. O turismo está relacionado com as viagens, porém não são todas as viagens que são
consideradas como turismo. O conceito de turismo implica a existência de recursos naturais e/ou
culturais e infra-estrutura.
O turismo é uma força económica das mais importantes do mundo. Nele ocorrem fenómenos de
consumo, originam-se rendas, criam-se mercados nos quais a oferta e a procura encontram-se. Os
resultados do movimento financeiro decorrentes do turismo são por demais expressivos e
justificam que esta actividade será incluída na programação da política económica de todos os
países, regiões e municípios.
O turismo pode ser considerado uma actividade transformadora do espaço, uma que necessita da
existência de uma organização dentro do sector que promove as viagens e beneficia os locais
receptores, pelos meios que utiliza e pelos resultados que produz. A actividade aproveita os bens
da natureza sem consumi-los, nem esgotá-los; emprega uma grande quantidade de mão-de-obra;
exige investimento de enormes somas de dinheiro; gera rendas individuais e empresariais;
proporciona o ingresso de divisas na balança de pagamentos; origina receitas para os cofres
públicos; produz múltiplos efeitos na economia do país, valoriza imóveis e impulsiona a
construção civil.
Fundamentação
Segundo Elaine Pires (2004:15) e Barreto (2003) a primeira definição de Turismo surge em
1911, enunciada por Herman Von Schullern Schatenhoffen, um economista austríaco (Moser,
2015: 10): “a soma das operações, especialmente as de natureza económica, directamente
relacionadas com a entrada, a permanência e o deslocamento de estrangeiros para dentro e para
fora de um país, cidade ou região” (Pires, 2004: 15).
“Turismo é o estudo do homem longe de seu local de residência, da indústria que satisfaz suas
necessidades, e dos impactos que ambos, ele e a indústria geram sobre os ambientes físico,
económico, sociocultural da área receptora” (JAFARI apud BENI,1998:38).
O turismo tem efeito directo e indirecto na economia de uma localidade ou região. Os efeitos
directos são os resultados das despesas realizadas pelos turistas dentro dos próprios
equipamentos e de apoio, pelos quais o turista pagou directamente. Os efeitos indirectos do
turismo são resultantes da despesa efetuada pelos equipamentos e prestadores de serviços
turísticos na compra de bens e serviços de outro tipo. Trata-se de um dinheiro que foi trazido
pelo turista, mas que será gasto por outrem que o recebera do turista em primeira mão. Numa
terceira etapa de circulação do dinheiro do turista estão os efeitos induzidos, que são constituídos
pelas despesas realizadas por aqueles que receberam o dinheiro dos prestadores dos serviços
turísticos e similares. (BARRETO, 1995).
Segundo SMITH apud SILVEIRA (2004): As regiões turísticas têm sido criadas por razões que
visam principalmente, os seguintes objectivos: a exploração do potencial turístico regional
através da implementação de infra-estruturas básicas e da construção de novos centros de férias
ou pólos turísticos: a ampliação do mercado turístico doméstico e internacional: a promoção e o
marketing turístico dos lugares situados em uma determinada região: o planejamento e o
desenvolvimento regional das actividades relacionadas ao turismo.
Os principais países emissores do Turismo Regional para Moçambique são: África do Sul,
Zimbabwe, Malawi e Suazilândia e, que representaram 64% do total de turistas africanos que
entraram no país em 2004.
Estima-se que uma parte considerável dos 106678 turistas regionais que entraram, em 2004, no
país por motivos de férias e lazer procuraram estâncias turísticas nas praias e a maioria dos
visitantes africanos que entram em Moçambique pertencem ao grupo etário de 25-44 anos e tem
um período de estadia dentro do País muito reduzido (de um a três dias em média).
A Organização Mundial do Turismo prevê que a África Austral colectivamente irá crescer nos
próximos anos num ritmo elevado até atingir 36 milhões de turistas estrangeiros no ano 2020. De
acordo com o compêndio de Estatística e Turismo, a África Austral regionalmente está em alta
com a África do Sul, Botswana, Lesotho e Swazilândia, a obter a maior fatia do mercado deste
crescimento.
Na África Sub-Sahariana , o turismo deverá gerar 4% do PIB da região até 2010. Isto irá tornar o
turismo numa alternativa para a redução da pobreza, criação de emprego, geração da moeda
externa para além da sua contribuição para a balança de pagamentos.
A maioria dos Turistas regionais normalmente utiliza o seu próprio meio de transporte e em
muitos casos também traz o seu próprio meio de alojamento (tendas de acampamento, barco,
caravanas) e alimentação e bebidas. O Turismo Regional entra no país por postos fronteiriços,
utilizando carros numa proporção de 76%.
A maioria dos turistas Africanos (65% / 67%) entra a Moçambique por motivos de negócio e
visita a familiares e amigos. Os Turistas Regionais que entraram em Moçambique por motivo de
férias representam apenas 33 % do total de turistas africanos.
Atracções Turísticas
O desenvolvimento do turismo com base local representa uma saída as tendências de produção
de uma imagem estereotipada (destruição de suas singularidades). Evita que haja devoração da
paisagem, degradação do meio ambiente e descaracterização de culturas tradicionais.
O turismo com base local ou regional constitui numa mediação possível de dar algum dinamismo
económico aos lugares, representada pela possibilidade de geração local ou regional de ocupação
e renda, que por sua vez, constitui o braço economicista da ideologia do localismo/regionalismo.
O desenvolvimento local alavanca a possibilidade de equalizar 5 objectivos:
Preservação/conservação ambiental, identidade cultural, geração de ocupações produtivas e de
renda, desenvolvimento participativo e qualidade de vida.
Diante destes problemas conjunturais apresentados pela economia brasileira, tem-se no sector
turístico um grande potencial para absorver este contingente de excluídos. Hoje há uma política
agressiva em Moçambique para incentivar a formação oficial de microempresas, como o Plano
Simples,que pode favorecer o sector. A simplificação do regime tributário pretende beneficiar
pequenas e microempresas que atuam no mercado formal.
Considerando o imenso “rol” de excluídos, aqueles que o mercado de trabalho não absorve, pela
baixa ou nenhuma escolaridade e/ou profissionalização, percebe-se que eles podem inserir-se em
projectos de geração de renda, não necessariamente vinculados ao mercado formal de trabalho.
Então, o turismo pode representar a uma única alternativa para a geração de renda de um
indivíduo. A acção no mercado informal é vista com grande preconceito pelos atores
hegemónicos, mas configura-se como uma das poucas opções para a sobrevivência com
dignidade.
Vantagem competitiva
Para Porter (1999), base teórica desta pesquisa, a estruturação da vantagem competitiva é
fundamentada na eficácia operacional e ocorre a partir de uma análise interna detalhada dos
processos. Tal análise propiciará a identificação das competências essenciais da organização, ou
seja, será imperativo observar todas as actividades exercidas pela empresa, visto que cada uma
destas actividades poderá exercer uma contribuição para a posição de custos ou geração de valor
da empresa ao mercado altamente concorrencial. Esta análise das actividades deve ser
desenvolvida de forma sistemática, utilizando-se como ferramenta o conceito de Cadeia de
Valores. Porter (1998) recomenda a identificação das actividades que auxiliarão a empresa a
identificar suas melhores práticas. O autor sugere desagregar sucessivamente por grupo de
actividades (denominadas categorias genéricas) e designar as que mais contribuem para a
Eficácia Operacional da empresa, contribuindo significativamente na construção da Vantagem
Competitiva.
Porter (1991, p. 33) acrescenta que “as cadeias de valores de empresas em uma indústria diferem,
reflectindo suas histórias, estratégias e sucesso na implementação”. Uma diferença importante é
que a cadeia de valores de uma empresa pode divergir em escopo competitivo da cadeia dos
concorrentes, representando uma fonte em potencial de vantagem competitiva. Ele sustenta que o
atendimento de apenas um segmento particular da indústria pode permitir que uma empresa
ajuste sua cadeia de valores a este segmento, resultando em custos reduzidos ou em
diferenciação no atendimento deste segmento em comparação a concorrência. A ampliação ou o
estreitamento de mercados geográficos também podem afectar a vantagem competitiva.
O papel do Governo
Diante das condições e factores encontrados, foi possível entender que existem vários
organismos que trabalham para organizar o sector de turismo regional os aspectos encontrados
mostram que o formato induz a acções autónomas.
Como eixo comum, o uso extremo de estratégias de marketing de serviços turísticos, promoverá
novos produtos inovadores por meio de programas nesse sistema de gestão e governança, ou
novos formatos de negócios, mantendo o polo turístico da região actualizado e em consonância
com anseios e desejos dos clientes. O uso intensivo de tecnologia da informação e comunicação
fará com que a região ganhe conectividade e possa aumentar a sua praça de actuação em uma era
globalizada. Essa mesma tecnologia proporcionará soluções na gestão da cadeia de suprimentos,
tornando os equipamentos turísticos ainda mais rentáveis – propósito da cadeia de valor de
Porter, pela integração da base de dados em formato de Sistema de Inteligência de Marketing de
todo o Comercio.
BIBLIOGRAFIA