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AULA 10 – ANÁLISE DO TURISMO E TRANSPORTES EM MOÇAMBIQUE

1. Turismo em Moçambique

O turismo em Moçambique está gradualmente a recuperar o seu potencial na economia nacional.


O crescimento dos investimentos ao longo dos últimos anos que resultaram na expansão da
capacidade de alojamento e dos serviços inerentes ao turismo e no melhoramento da qualidade
do produto são factores que testemunham o futuro encorajador desta indústria no país.

O potencial do turismo neste país é inegável, ele dispõe de uma extensa e variada gama de
recursos turísticos que o colocam numa situação priviligiada e competitiva no mercado turístico
regional.Talvez seja por isso que a já algum tempo é considerado um dos destinos turísticos de
primeira classe em África. Constitui local aonde tem acorrido gente proveniente de diferentes
cantos do mundo (representando diversas nacionalidades) com o intuito de praticar várias
vertentes do turismo.

O número de turistas tem crescido consideravelmente no país, essas correntes turísticas


internacionais são originadas pelas características relevantes dos seus recursos naturais, culturais
e valor histórico das zonas que mais interesse turístico tem dispertado aos entusiastas de cultura
ou que procuram aventura, laser, negócios, ecoturismo, turismo religioso dentre outros atractivos
que representam o produto turístico.

Conhecida como a pérola do índico, Moçambique conta com cerca de 2800 km de extensão, é
banhado pelo Oceano Índico, possui praias tropicais, cristalinas, com águas quentes, conferindo
oportunidades marcantes de pesca e esportes aquáticos. Tem uma riqueza sub-aquática composta
por variedades de espécies animais, corais e ricos achados arqueológicos, testemunhando
cruzamentos culturais, com biodiversidade caracteristica da África Oriental.

A biodiversidade que pode ser encontrada no território moçambicano tem a peculiaridade de


possuir um grande valor ecológico que inclui espécies endêmicas, e um património cultural
bastante rico, propiciando um mosaico cultural bastante sugestivo e com aspectos interessantes
para o domínio antropológico, oferecendo possibilidades infinitas para a análise de miscelâneas
culturais que a evolução histórica das sociedades se encarregou de construir.

O seu potencial turístico estende-se pelo interior, com floresta e fauna bravia dos trópicos, rios,
riachos, lagos e lagoas, aliado à natural simpatia das populações que se manifesta com maior
incidência através da hospitalidade do povo moçambicano.

As vantagens comparativas consubstanciadas na sua localização estratégica, na qualidade dos


recursos naturais em virtude da sua preservação e da singularidade do seu património histórico e

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cultural, constituem oportunidades impares a explorar. Este país do Indico oferece oferece
ambientes urbano, costeiro, faunistíco e rural que com seus recursos hidricos, naturais e
faunísticos configuram a beleza paisagística que alegram os olhares de quem a contempla.

Nas inúmeras áreas de conservação para fins turísticos, podem desenvolver-se actividades de
ecoturismo, turismo cinegético, mergulho recreativo e outras actividades identificadas de acordo
com o plano de maneio e outras disposições legais.

Desde 1994, o governo moçambicano tem vindo a adotar e a aprovar várias políticas sectoriais e
legislação para uma gestão melhorada de recursos naturais, que desempenham um papel
importante na promoção do turismo são exemplos disso a lei do turismo; o Plano Estratégico
para o Desenvolvimento do Turismo em Moçambique; a Política do Turismo e Estratégia de sua
implementação. As políticas de turismo em Moçambique tem a particularidade de defender um
turismo sustentável e responsável, assim como o respeito pelos valores culturais. O Plano
Estratégico para o desenvolvimento do turismo em Moçambique (2004-2013) é resultado de um
esforço que vem sendo empreendido no sector com vista a estabelecerem-se os bases de
implementação da política e estratégia do turismo. Foi formulada, também, a Lei do turismo que
procura actualizar e/ou estabelecer princípios éticos para um desenvolvimento so do turismo no
país, incluindo a necessidade de se desencorajar qualquer tentativa de prática de turismo sexual
infantil.

Reconhecendo o papel do turismo em Moçambique e a crescente demanda de ambientes


tropicais existentes no nosso país manifestada por inúmeras pessoas, o Governo moçambicano
criou, em 2000, o ministério do turismo.

As infraestruturas turísticas tem vindo a melhorar paulatinamente, devido aos vários


investimentos que foram e continuam sendo feitos, na área de turismo, predominantemente em
cabanas urbanas, bungaloo, locais de campismo e acomodação. A procura de lazer com base nas
praias vem estimulando o desenvolvimento do alargamento nas instâncias turísticas. Em termos
de capacidade de alojamento possui condições que o enquadram nos padrões internacionais de
luxo. Os avanços significativos que se constata a nível de investimentos na área do turismo são
visíveis através do incremento do número de hotéis das mais variadas categorias, melhoria dos
complexos turísticos, vias de acesso, criação de condições para facilitar as transações financeiras.

1.1 Princípais Regiões Turísticas em Moçambique

Moçambique pode ser dividido em três regiões geográficas que encerram algumas
particularidades turísticas: norte, centro e sul. As províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula

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pertencem a região norte, a do centro é constituída pela províncias de Sofala, Manica, Tete e
Zambézia e por sua vez, a parte sul é formada por Maputo-Cidade, pelas províncias de Maputo,
Gaza e Inhambane. Cada uma dessas regiões apresenta características geofísicas,
desenvolvimento sócio-econômico e perfís turísticos diferentes e as distâncias entre elas são
significativas.

1.1.1 Perfil Regional Norte

Vários investidores têm concentrado suas atenções sobre esta região devido ao potencial turístico
que possui (chamam-na de “jóia do turismo”), assim como produtos turísticos que carecem de
exploração. Nota-se um interesse crescente por parte de empreendedores em novos projetos de
infra-estruturas vocacionadas ao turismo é caso de hotéis, pousadas, parques de campismo,
dentre outras estâncias turísticas.

Nesta região turística destacam-se as ilhas de Moçambique (declarado património mundial da


humanidade pela UNESCO) e do Ibo, a vida marinha e a beleza do que é provavelmente um dos
mais lindos arquipélagos no mundo, o arquipélago das Quirimbas, a selva intacta e extensa da
Reserva do Niassa e a biodiversidade única do Lago Niassa.

O turismo encontra-se principalmente concentrado em Nampula, Nacala e Pemba. O corredor de


Nacala é um dos catalisadores importantes do desenvolvimento da região: liga Nacala e Nampula
ao Lago Niassa e ao Malawi pelas vias aéreas, rodoviária e lacustre.

1.1.2 Perfil Regional Centro

Nesta região existem muitas atrações turísticas desde praias, facilidades de negócio, mas o que
mais atrai aos turístas são os animais exóticos existentes à volta dos territórios que constituem
zonas de conservação e preservação de espécies selvagens, por isso pode-se dizer que a natureza
e negócios fornecem uma excelente base para o turismo. Os sinais de recuperação das espécies e
dos animais de pequeno porte estão a ser cada vez mais vistos, com a reposição das reservas.

O Parque Nacional de Gorongosa, hoje em reestruturação, era uma das reservas de animais mais
famosas da África Austral e a caça nas cotadas do centro figurava entre as melhores do mundo.
Esta região conta também com a reserva de búfalos de Marromeu.

A cidade da Beira é a segunda cidade de Moçambique e um centro econômico de importância


regional. O seu porto desempenha um papel importante na ligação de Moçambique com o
Zimbabwe e outros países vizinhos localizados no centro. Actualmente, o crescimento do
turismo da cidade da Beira baseia-se no comércio e negócios.

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1.1.3 Perfil Regional Regional Sul

Nota-se que esta região está a beneficiar de níveis consideravelmente elevados de


desenvolvimento e detêm a melhor infra-estrutura de todo o país. Esta é a região aonde se
concentra o turismo, mais de 50% da capacidade total dos estabelecimentos registados e 65% do
total das camas.

O turismo de negócios encontra-se concentrado em Maputo-cidade, enquanto a costa norte desta


província de Inhambane cujas infra-estruturas proporcionam maior conforto aos que frequentam
as praias e outros locais adjacentes e de seu interesse.

Por sua vez, o turismo de lazer progride satisfatoriamente em várias partes das provincias de
Maputo, Gaza e Inhambane. Existem vários empreendimentos turísticos, nessa região,
destacando-se aprovincia de Inhambane (Vilanculos e Bazaruto) que mais investimentos tem na
área. As infraestruturas turísticas são acessíveis e das mais variadas gamas, talvez seja por isso
que verifica-se o registo de uma intensa actividade turística. As praias de Bilene, Xai Xai,
Macaneta são indispensáveis para um bom turismo familiar, a Ponta de Ouro e a Ponta
Malongane constituem príncipais pólos de atração turística para os práticantes e admiradores de
desportos aquáticos. A zona costeira sul representa “cartões de visitas” cuja expressão facial se
manifesta pela beleza paradisíaca das suas componentes naturais inserida numa plataforma de
crescimento sustentável do turismo.

Foi concebido um projeto âncora cujo enfoque está no desenvolvimento do parque


transfronteiríço do Grande Limpopo que abarca o Parque Nacional de Kruger (África do Sul),
Gonerezhou (Zimbabwe) e o Parque Nacional do Limpopo (Moçambique). O funcionamento
integral deste aliciante projeto turístico permitirá a operacionalização do turismo fotográfico em
toda a área que delimita o parque Nacional do Limpopo, a ampliação da superfíe territorial vai
ligar a zona de Massingir ao parque Kruger. A Reserva Especial de Maputo e a AFTC de
Libombos no sul da província de Maputo oferecem outras oportunidades para a prática do eco-
turismo.

O facto desta parte do território moçambicano possuir atractivos turísticos derivados do ambiente
ecológico, da ocorrência de fenómenos naturais, reforça o interesse dos turistas em conhecer e
usufruir do privilégios de entrar em contacto com tais paisagens lindas.

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