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TEMA:

TURISMO NA REGIÃO CENTRO

Disciplina: Geografia Humana de Moçambique


Licenciatura em PLOT

Laboral

Elaboração: Jaime Dique Magaia


Docente: Mestre Dário Isidoro Chundo

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo, Julho
2021
INTRODUÇÃO

No presente trabalho intitulado “Turismo na região centro”, é


realizado no âmbito da disciplina de Geografia Humana de
Moçambique, por se tratar de um tema que faz parte dessa área
científica, a sua realização é de caracter imprescindível.
O turismo é um fenómeno sócioespacial em franca expansão no
mundo contemporâneo, fruto das grandes e aceleradas
transformações provocadas pelo processo de globalização, como
produto do desenvolvimento do capitalismo que para a sua
realização quebra barreiras e ultrapassa todo o tipo de obstáculos.
INTRODUÇÃO (Cont.)

Por conseguinte, Moçambique não está à margem, e por isso,


não foge à regra. Dadas as suas características físico-geográficas
e socioculturais, constitui-se num espaço favorável e atractivo ao
seu consumo pelo turismo (GUAMBE, 2019).
Objectivos

Geral:
• Analisar o cenário do Turismo na região centro

Específicos:
• Resumir o contexto histórico da prática do turismo em
Moçambique;
• Identificar as principais atracções turísticas na região centro;
• Falar das infra-estruturas de recepção e dos Serviços de
Acolhimento de Turistas na Região Centro.
BREVE HISTORIAL DO TURISMO EM
MOÇAMBIQUE

Antes de mais, convém definir o conceito de turismo, que


para Duhamel e Sacareau citados por Silva (2019), o
turismo é uma actividade humana, fundada no
deslocamento,“isto é, literalmente uma mudança de lugar
e, por “extensão geográfica”uma mudança “d’habiter”.
Isto significa que ser turista e fazer o turismo implica deixar
temporariamente o lugar de vida habitual para ir viver num
outro lugar situado fora da esfera da sua vida quotidiana.
Breve historial (Cont.)

A prática da actividade turística digna de realce, em


Moçambique, é assinalada como tendo iniciada na segunda
metade do século XX, precisamente a partir de 1960, tendo
como principais atractivos turísticos as praias e a fauna bravia.
Este turismo, tal como sucede até no presente, foi desde o início
dominado por turistas estrangeiros (GUAMBE, 2019).
Segundo Silva (2019), Uma actividade turística mais ou menos
intensa marcou o passado de Moçambique, mais precisamente o
período colonial.
Breve historial (Cont.)

Nos anos 50 foram criados os primeiros centros de informação e


turismo e em 1962, estabeleceram-se as primeiras 18 zonas
turísticas, que foram acrescidas para 26 no ano de 1972. Dados
disponíveis indicam um fluxo anual médio de cerca de 200 000
entradas entre 1962 e 1971, em proveniência sobretudo dos
países vizinhos, nomeadamente África do Sul e Rodésia do Sul
(actual Zimbabué) e igualmente de Portugal, país colonizador.
Breve historial – Após a Independência

Depois da independência nacional, em 1975, a orientação política


inibiu o desenvolvimento turístico. O turismo era visto como uma
actividade de elite, o que se opunha aos princípios ideológicos,
pois ele representava um risco de “poluição capitalista”. A essas
mudanças juntou-se a guerra civil desencadeada alguns anos
depois da Independência, provocando a degradação e a destruição
de muitas infra-estruturas.
Atracções turísticas de Moçambique
Historicamente, Moçambique conquistou a posição de destino
turístico de primeira classe em África e este sector jogava um
papel importante na economia do País. O turismo desenvolveu-
se em torno de 3 temas: as praias, a fauna e o ambiente
dinâmico oferecido pelos centros urbanos e concentrava-se
principalmente nas zonas Sul e Centro do País. O produto
faunístico encontrava-se muito desenvolvido e o Parque Nacional
de Gorongosa era considerado uma das melhores reservas de
animais de África Austral. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2006).
TURISMO NA REGIÃO CENTRO DEMOÇAMBIQUE

Historicamente, o centro desempenhou também um papel de


relevo no turismo em Moçambique. O Parque Nacional da
Gorongosa era uma das reservas de animais mais famosas da
África Austral e a caça nas coutadas do centro figurava entre as
melhores do mundo. O conflito armado afectou todas as áreas de
conservação do país, sendo a zona centro uma das mais afectadas.
A Reserva de Búfalos de Marromeu, que outrora era conhecida
pela sua população de mais de 20.000 búfalos, hoje apenas possui
algumas centenas.
TURISMO NA REGIÃO CENTRO (Cont.)

A fauna bravia na Gorongosa foi dizimada. Contudo, existem sinais


de recuperação das espécies e os animais de pequeno porte estão de
novo a ser cada vez mais vistos. O número dos animais que
compõem os chamados “Big Five” é baixo nos parques e o turismo
fotográfico provavelmente não acorrerá no futuro mais próximo
(Ministério do Turismo, 2004).

Fazendo uma análise da informação supracitada, a guerra a causou


grandes danos, além de ter ceifado vidas e danos humanos graves,
também foi responsável pela queda daquilo que era uma das
grandes atracões turísticas de Moçambique se não de África.
Turismo na região centro (Cont.)
Contudo, também houve a queda da economia nacional, pois o
Turismo é um dos indicadores económicos do alavancamento do
PIB. Conforme atesta Guambe, no seu artigo Turismo e Produção
do espaço em Moçambique: Caso da Zona Costeira de Inhambane,
“A caça nas coutadas e o turismo cinegético relacionado com a
fauna bravia, que eram algumas das principais atracções até
então na província de Sofala, onde se concentrava esta actividade,
paralisou em consequência da guerra.” (GUAMBE, 2019: 228)
Turismo na região centro (Cont.)

Ainda segundo o Ministério do Turismo (2004), a cidade da Beira


é a segunda cidade de Moçambique e um centro económico de
importância regional. O seu porto desempenha um papel
importante na ligação de Moçambique com o Zimbabwe e
outros países vizinhos localizados no centro. Actualmente, o
crescimento do turismo da cidade da Beira baseia-se no
comércio e negócios. A importância comercial da Beira foi
destacada com o estabelecimento do Corredor de
Desenvolvimento da Beira.
Turismo na região centro (Cont.)

No período colonial, as praias de Sofala constituíam uma grande


atracção. Elas eram frequentadas sobretudo em combinação
com visitas à Gorongosa ou a uma das coutadas. A procura era
principalmente proveniente do vizinho Zimbabwe (antiga
Rodésia). Nos tempos mais recentes, os zimbabwianos voltaram
a frequentar as praias da Beira e Savane. No entanto, a falta de
infra-estruturas tem obrigado a que muitos desçam para a costa
norte da província de Inhambane.
Infra-estruturas de Recepção e Serviços de
Acolhimento de Turistas na Região Centro
A região centro contribui com 18% do total da capacidade de
alojamento que existe no país. Uma em cada duas ocupações de
quartos que acontecem fora da Cidade de Maputo tem lugar na
região centro. A movimentação está principalmente relacionada
com negócios e comércio e concentra-se na Beira e nos centros
de negócios perto das fronteiras com o Zimbabwe, Zâmbia e
Malawi. Beira tem dois hotéis de padrão razoável apesar de os
níveis de preço/qualidade serem inferiores comparados com os
de Maputo (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2004).
Infra-estruturas de Recepção (Cont.)

Manica, de acordo com os padrões internacionais de negócio não


possui por enquanto alojamento adequado. Em Quelimane, o
único hotel de qualidade, no tempo colonial, encontra-se sob
gestão estatal e oferece serviços razoáveis, mas a preços elevados.
Em Tete, o antigo hotel de “luxo” nos tempos passados está a ser
gerido pelo sector privado, mas não possui água canalizada, e só
algumas das secções do hotel estão renovadas e permanecem a
um nível muito modesto. Em geral, as opções na Zona Centro são
escassas e os preços são muito elevados.
Infra-estruturas de Recepção (Cont.)
As alternativas aos hotéis antigamente geridos pelo Estado são
muito difícil de encontrar e as opções de alojamento com
cozinha própria são muito reduzidas. Todas as cidades têm
algumas “pensões” a custos razoáveis, mas não possuem
padrões de serviços internacionalmente aceitáveis. Os hotéis em
todas as províncias da zona centro enfrentam dificuldades para
encontrar pessoal qualificado. O aprovisionamento em bens de
consumo mostra- se bastante difícil e oneroso, em particular em
Tete e na Zambézia (Idem).
Atracções Turísticas da Região Centro
Atracções Locais
Sol e Praia Sofala (Savane, Nova Sofala) e Zambézia
(Pebane e Zalala)
O Parque Nacional de Gorongosa em Sofala
é abundante em espécies de fauna como
leões, leopardos, elefantes, o búfalo,
hipopótamo, crocodilo, vários pássaros. A
Ecoturismo reserva de Marromeu, recentemente
redinamizada, possui vastas espécies de
flora e fauna. A reserva de Gilé na província
da Zambézia, que possui amplas espécies
faunísticas e pássaros. A reserva de
Chimanimani e a Área de Conservação
comunitária de Tchuma Tchato em Tete.
Sofala, Manica e Tete constituem centros
históricos de valor patrimonial. Este
património é representado por conjuntos
Turismo cultural históricos de edifícios antigos, como fortes,
igrejas antigas, as florestas sagradas e
fossilizadas, locais sagrados, o Zimbabwe do
Songo, o painel de pinturas, incluindo o museu
e centro comunitário de Manica, para
apresentação e interpretação histórica. A
dança Nhau é o principal exemplo do
património intangível desta região.
Pesca submarina;
Turismo de Surfing;
Aventura Turismo contemplativo e montanhismo
(Alpinismo);
Caça, Viagens de safari em 4x4.
Turismo Urbano Beira e outros centros provinciais

Gastronomia Camarão, Frango a Zambeziana, Mukapata.

Fonte: Ministério do Turismo, Estratégia de Marketing Turístico 2006 -2013 (2006).


CONCLUSÃO

Após uma minuciosa leitura e avaliação do presente trabalho, em


forma de considerações finais, percebi que o turismo em
Moçambique à sua prática é assinalada como tendo iniciada na
segunda metade do século XX, precisamente a partir de 1960.
Passou por várias fases, desde a independência e posteriormente
sofreu com a guerra civil dos 16 anos, que foi responsável pela
devastação de um dos grande parques de conservação de
Moçambique, o Parque de Gorongosa – que na altura era uma das
grandes atracções turisticas da região centro do País.
Conclusão (Cont.)

O turismo na região centro não inspira tanto como na região sul


de Moçambique. Isso é consequência da fraca capacidade dos
Serviços de Acolhimento de Turistas na Região Centro. As
infraestruturas de recepção na região centro são escassas e os
preços são muito elevados.

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