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1. Introdução.................................................................................................................................2
1.2. Objectivos.............................................................................................................................3
1.3. Metodologia..........................................................................................................................4
2.1. Contextualização...................................................................................................................5
2.1.1. Turismo.............................................................................................................................5
3. Conclusão...............................................................................................................................12
4. Referências Bibliográficas.....................................................................................................13
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1. Introdução
O presente trabalho tem como tema “O papel de Turismo no Desenvolvimento local – Caso da
cidade da Beira”.
A actividade turistica nos ultimos anos tem sido de extrema importancia no que diz respeito ao
desenvolvimento e crescimento da economia mundial, detendo actualmente grande parte do PIB
de muitos paises que tem melhorado suas condicoes economicas em decorrencia do avanco que o
sector tem proporcionado.
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1.2. Objectivos
LIBANEO (2002:104) afirma que “objectivo, é um fim a ser alcançado, alvo a ser alcançado”.
Por conseguinte, de acordo com a citação que apresentamos acima, o nosso trabalho apresenta
dois objectivos, sendo um geral e outros de caracteres específicos.
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1.3. Metodologia
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2. O PAPEL DE TURISMO NO DESENVOLVIMENTO LOCAL – CASO DA
CIDADE DA BEIRA
2.1. Contextualização
2.1.1. Turismo
A definição do turismo não se esgota num único conceito. Segundo Recomendações das Nações
Unidas-Organização Mundial do Turismo sobre Estatísticas de Turismo, define-se turismo como
sendo “atividades que as pessoas realizam durante as suas viagens, com fins de negócios, lazer e
outros, permanecendo em lugares diferentes dos que vivem, por um período de tempo inferior a
um ano consecutivo” (OMT, 2003). O campo de investigação sobre as novas formas de
existência do turismo é oportuno para uma leitura sobre as crenças dos atores, produtores ou
consumidores, já que se trata de estudar a metamorfose de certo número de valores imateriais em
valores económicos. Para a definição de turismo pode-se identificar no campo académico, nas
empresas e nos órgãos governamentais, três tendências: a económica, a técnica e a holística,
como argumenta Beni (2001: 27).
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“O desenvolvimento é multidimensional, [...] seus objetivos são sempre sociais e éticos
(solidariedade sincrônica), contendo uma condicionalidade ambiental explicita
(solidariedade diacrônica com as gerações); o crescimento econômico, embora
necessário, tem um valor apenas instrumental; o desenvolvimento não pode ocorrer sem
crescimento, no entanto, o crescimento não garante por si só o desenvolvimento; o
crescimento pode, da mesma forma, estimular o
mau desenvolvimento , processo no qual o crescimento do PIB é acompanhado de
desigualdades sociais, desempregos e pobreza estrutural”.
Desse modo, o desenvolvimento local se apresenta hoje, como uma proposta de progresso em
nível local, capaz de proporcionar à própria comunidade uma melhoria no desenvolvimento
sócio-cultural, econômico e ambiental com a participação ativa da mesma. Um tipo de
desenvolvimento que é visto como estratégia para sair da crise.
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2.3. Papel do turismo para o desenvolvimento local
A reconstrução do lugar, voltado para o desenvolvimento de suas especialidades vem ganhando
força nesse contexto de competitividade em que as diferenciações regionais se tornam
oportunidades para se estabelecer vantagens perante as relações comerciais. Isto significa que a
capacidade de atração de cada região ou localidade depende cada vez mais das suas
características locais, naturais, econômicas, sociais, culturais e políticas. Esses elementos
fortalecem a reconstrução da identidade local, proporcionando à determinadas regiões um
engrandecimento da sua moral.
Portanto, partindo desse pressuposto em que as diferenciações físico-culturais entre as regiões se
tornaram instrumento fundamental para as relações comerciais, sabendo também que tais
diferenciações se tornam essenciais para o setor de serviços, principalmente para o setor de
turismo, uma vez que o mesmo depende dessas peculiaridades existentes em determinadas
regiões para se desenvolver, se torna viável o estudo do papel do turismo como fator de
desenvolvimento local.
Por conseguinte, inserindo-os nesse bojo de discussão, o turismo e o desenvolvimento local estão
intimamente inter-relacionados, o processo de reativação da economia local, mediante o
aproveitamento dos recursos naturais, que são capazes de estimular a vinda dos turistas para uma
determinada localidade, fazem com que a economia se dinamize, pois o turismo age como
catalisador para o desenvolvimento de alguns lugares, melhorando assim a qualidade de vida,
através de rendimentos de impostos que são favoráveis para estimular a melhoria das instalações,
serviços e infra-estrutura da comunidade, bem como favorece a criação de estradas, escolas,
parques, clinicas médicas, instalações recreacionais, entre outros.
O turismo tem proporcionado às cidades uma rápida mudança em suas características urbanas.
Ele realmente pode contribuir para a conservação dos ecossistemas das comunidades receptoras,
bem como pode proporcionar o desenvolvimento do orgulho étnico. As comunidades passam a
ter orgulho da originalidade dos recursos naturais e culturais de sua localidade, atuando como
agentes protetores desses recursos. O turismo pode proporcionar também campanhas e
programas de educação ambiental, bem como pode ajudar na conscientização para preservação
do patrimônio histórico-cultural.
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No entanto, é necessária uma base para se entender todo este quadro que envolve o turismo e o
desenvolvimento local voltado para a melhoria da qualidade de vida, e para isso, é necessário um
entendimento do que seria comunidade. MELVER diz que:
“Comunidade consiste em um circuito de pessoas que vivem juntas, que permanecem
juntas de sorte que buscam não este ou aquele interesse particular, mas um conjunto
inteiro de interesses, suficientemente amplo e completo de modo a abranger suas vidas”
(1968, p.7 apud ÁVILA,2000, p.31)
Para que isso aconteça, os gestores do turismo devem atuar no sentido de proporcionar em que
esta atividade seja gerida de forma integrada ao conjunto macroeconômico, proporcionando
“tanto uma evolução dos aspectos favoráveis do turismo como a proteção ambiental”
(RUSCHMANN, 1997, p. 35).
No entanto, o turismo pode trazer tanto benefícios como malefícios, principalmente se este for
realizado de forma deliberada em que não haja respeito dos limites, ou seja, a capacidade de
carga de cada região. Devido essa preocupação de proteção, ou minimização dos impactos,
foram surgindo novas vertentes, que buscavam um tipo de turismo mais “brando”. Várias
nomenclaturas foram formadas durante estes últimos vinte anos, como turismo ecológico,
ecoturismo, turismo alternativo, turismo sustentável entre outros. Estes tipos de nomenclaturas
não serão abordados nesta revisão de literatura, pois do ponto de vista ideológico todos buscam o
aproveitamento do turismo de maneira sustentável. Segundo RUSCHMANN (1994), ”o
desenvolvimento do turismo sustentável deve ser norteado pela gestão de todos os ambientes,
recursos e comunidade receptora, objetivando o atendimento às necessidades econômicas,
sociais, vicinais e estéticas”.
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atividades ligadas a ao lazer, às artes, às culturas e aos contatos internacionais. Nesse
contexto, viajar tornou-se mais fácil até mesmo um hábito, uma pratica social ou
profissional comum ou mesmo uma necessidade para vários segmentos sociais (1998).
Por ser o turismo um elemento modificador da estrutura socioeconômica da comunidade
receptora alguns estudiosos se preocuparam em verificar os efeitos do mesmo sobre o ambiente
no qual ele é desenvolvido ou implantado.
De acordo com LICKORISH e JENKINS (2000, p. 109):
“Tem-se notado que os impactos econômicos do turismo são frequentemente observados
em curto prazo, ou até mesmo imediatamente. Pode-se ver turistas chegando em
aeroportos e gastando dinheiro. Os impactos sociais e culturais levam mais tempo para
aparecer e, como mudanças qualitativas, podem ser sutis e difíceis de mensurar”.
No que diz respeito à criação de empregos, o turismo pode gerar novos postos de mercado de
trabalho, gerados tanto direta quanto indiretamente.
O turismo, ao mesmo tempo que proporciona a implantação de novos postos de saúde, é
responsável por atuar como veículo de disseminação dessas doenças, tantos os visitantes quanto
os anfitriões ficam suscetíveis a esses tipos de doenças; às vezes os turistas chegam a
determinadas localidades e não são informados sobre as peculiaridades das regiões visitadas,
passando por complicações que poderiam ser evitadas caso tivesse tomado medidas preventivas,
citando como exemplo o uso de certas vacinas. (RUSCHMANN, 1997, p. 48).
O turismo se apresenta hoje, “como segmento econômico que mais cresce em nível mundial,
chegando a contribuir com 5% a 10% do PIB nacional” (OMT, 2003,p.19). Na sociedade
capitalista moderna, ele é considerado uma força socioeconômica de grandes proporções. As
próprias organizações internacionais são as primeiras a considerar que o turismo favorece a
expansão econômica, a compreensão internacional, a paz, a prosperidade, bem como o
fortalecimento dos direitos e das liberdades humanas que são fundamentais para o conhecimento
de uma outra cultura.
No contexto da Economia Global, ele é um grande gerador de capital, contribuindo para geração
de renda fora do lugar onde eles são gerados. Por ser um mercado que está em expansão, alguns
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países, principalmente aqueles que se encontra em processo de desenvolvimento, se utilizam da
atividade como alavanca para o desenvolvimento socioeconômico. É uma atividade que estimula
a abertura de novos postos de trabalho, a geração de renda, de impostos e incremento de novos
investimentos, contribuindo assim, para uma melhor distribuição de renda, favorável para o
desenvolvimento local.
Desse modo, os efeitos econômicos do turismo são mais conhecidos e mais fáceis de serem
percebidos. Para determinar a intensidade desses impactos foram estabelecidos três níveis
diferentes por Gun (apud LAGE e MILONE, 2001, p. 128):
Impactos diretos: representados pelo total de renda criada nos setores turísticos como
resultante direta da variação dos gastos com esses produtos;
Impactos indiretos: representados pelo total de renda criada pelos gastos dos setores de
turismo em bens e serviços produzidos e ofertados na economia;
Impactos induzidos: representados na medida em que os níveis de renda aumentam em
toda economia como resultado dos impactos diretos e indiretos das variações dos gastos
turísticos, e,ainda, parte da renda adicional é gasta em bens e serviços produzidos
internamente.
O turismo se transformou num vetor de desenvolvimento, capaz de proporcionar às economias
debilitadas a entradas de divisas e de novos investimentos.
O crescimento dos investimentos em infra-estrutura é um meio eficiente de gerar novos
empregos. Com a implementação de novos serviços tais como: bares, restaurantes, lavanderias,
farmácias, lojas de artesanato entre outros a oferta de empregos cresce significativamente.
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Beira é a segunda maior cidade de Moçambique em termos populacionais e infraestruturas
económicas. O seu porto desempenha um papel importante na ligação de Moçambique com o
Zimbábue e outros países vizinhos, como a Zâmbia e o Malawi. O crescimento do turismo na
Cidade da Beira, atualmente, baseia-se no comércio e negócios, sendo que a importância
comercial da Beira foi destacada com o estabelecimento do Corredor de Desenvolvimento da
Beira. Entretanto, a cidade foi perdendo áreas de mangal e dunas, para dar lugar a construções
desenfreadas. Com as mudanças climáticas e o consequente
Na Cidade da Beira o turismo tem sido propulsionado também pelos fluxos provenientes dos
países vizinhos de forte presença branca, como o Zimbábue e a África do Sul. Ela pode também
beneficiar destes fluxos, incluindo os que se relacionam com as viagens de cruzeiro. A partir de
um estudo sobre os destinos turísticos da Cidade da Beira, segundo o Plano Estratégico de
Desenvolvimento da eira (2004- 2013) estabeleceu-se uma interessante relação entre o ritmo de
desenvolvimento e os reflexos da atividade, quer na natureza, quer na comunidade de
acolhimento.
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3. Conclusão
Moçambique esta fortemente engajado com o turismo acreditando possuir grande potencial para
o desenvolvimento da actividade. Esta crenca, justifica-se pelo facto de a natureza ter sido
favoravel: proporcionando-lhe uma boa localizacao, uma costa extensa com cerca de 2500 km de
extensao, com uma combinacao de praias com areias finas e brancas, rochas. Para alem desta
componente natural, Moçambique conta ainda com um mosaico cultural singular fruto da sua
historia, que mais uma vez tem a sua explicacao, em parte na sua localizacao geografia. Na
regiao apresenta-se como uma ilha linguistica, ja que e circundado por paises anglofonos. Assim,
as oportunidades para o desenvolvimento do turismo sao muitas e diversificadas, a maioria das
quais resultantes das condicoes fisico-naturais, as quais se juntaram aspectos de natureza
cultural, que se beneficiaram da extensa abertura para o oceano Indico.
Os desafios sao igualmente significativos, resultando os mesmos da capacidade limitada deste
espaco em responder as necessidades e exigencias do turismo. Este facto prende-se com o baixo
nivel de desenvolvimento que o pais apresenta, caracterizado por apresentar carencias a todos
os niveis e em todos os sectores. Esta reduzida capacidade de resposta local e nacional, conduz
ao crescimento do investimento externo, contribuindo para o crescimento da dependencia externa
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4. Referências Bibliográficas
MELVER, R.M.e DE PAULA, Francisco Ferreira. Teoria social da comunidade. São Paulo:
Herder, 1968.
SOUZA, Marcelo José Lopes de. A teoria sobre o desenvolvimento em uma época de fadiga
teórica, ou: sobre a necessidade de uma “ Teoria Aberta”do desenvolvimento sócio-espacial.
Território, Rio de Janeiro: 1996.
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