Você está na página 1de 2

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU


INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

Curso: Conservação e Gestão do Patrimônio Cultural


Disciplina: Turismo e Patrimônio Cultural
Docente: Ms. Álvaro Américo Moreira Sales

Conciliação do turismo e do local.


Luan Gomes Barbosa1

Por ser uma atividade econômica, o turismo promove diversos impactos, que
dependem da forma como ele é praticado, se é de massa, sustentável, etc. Dentre
os impactados estão o patrimônio cultural e as pessoas e comunidades nos locais
onde o turismo é realizado.
O turismo de massa é o principal segmento turístico posto em prática na
sociedade capitalista atual, se apresenta como convencional e extremamente
passivo, tendo em vista que é planejado para consumir o máximo de visitas no
menor tempo possível. Com isso, algumas questões passam a afetar o local, os
objetos e as pessoas que vivem no destino turístico, como a gentrificação,
prostituição, descaracterização de bens e referências culturais, aumento do custo de
vida, etc.
Tal realidade não é intrínseca à atividade turística, mas a forma como ela é
praticada. Sendo assim, é necessário que o turismo apresente um retorno para a
realidade que está sendo explorada, afinal, é necessário que seja sustentável,
conciliando as necessidades locais com foco lucrativo da atividade econômica.
Levando em conta os impactos no patrimônio cultural e na qualidade de vida
das pessoas, é de se entender que o turismo pode e deve ser uma ferramenta de
preservação e cuidado com o que e quem estava no espaço. Segundo o professor e
pesquisador José Newton Meneses, antes da proteção legal e da consideração de
algo como patrimônio, as pessoas que viviam tal bem que foram as responsáveis
por manter. Exemplo prático disso é o questionamento de como ou quem
preservou/manteve o centro histórico de Ouro Preto ou Diamantina antes de terem
sido pratimonializados ou se tornado local turístico.
O turismo como atividade econômica, pode gerar emprego e renda para os
locais, desenvolver diversas cadeias produtivas e gerar riqueza. Esta deve atender
as necessidades do patrimônio e da vida das pessoas. Investimentos perpassariam

1
Graduado em História pela Universidade Federal do Ceará. Contato: luan.gbar@gmail.com.
a estrutura e a segurança do bem e do seu entorno no caso do patrimônio material e
dos praticantes do patrimônio imaterial (em casos de saberes, festejos, etc), a
qualificação de profissionais para atender a área. Estes profissionais podem
desenvolver ações de educação patrimonial, que não só apresente os lugares e os
objetos como meros consumíveis, mas que sensibilize o olhar dos visitantes para a
importância daquilo para os locais. Este exercício também pode ser
instrumentalizado para que os próprios visitantes percebam seus lugares no mundo,
bem como o que são as coisas importantes para eles e suas culturas.
Para que isso ocorra, faz-se necessário um agente instrumentalizador tendo
em vista que a autorregulamentação do mercado é uma ideia liberal antiga e
mentirosa, Entra, então, a figura do Estado, que pode legislar e criar políticas
públicas para o desenvolvimento do turismo sustentável, que permita a conciliação
do setor com as necessidades locais.

Você também pode gostar