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Anabela Cândido

Alzira Caliano

Odete António

Pedro Arone

Pedro Vilanculos

Rosita Armando

DESAFIOS DO TURISMO EM MOÇAMBIQUE

Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário com Habilitações


em Ecoturismo

Universidade Púnguè

Extensão de Tete

2022
Anabela Cândido

Alzira Caliano

Odete António

Pedro Arone

Pedro Vilanculos

Rosita Armando

DESAFIOS DO TURISMO EM MOÇAMBIQUE

Trabalho a ser entregue no Departamento de


Geociências e Ambiente no curso de Gestão
Ambiental e Desenvolvimento Comunitário com
Habilitações em Ecoturismo, na cadeira de
Ecoturismo, como fim de avaliação preliminar.

Docente: PhD Benjamim Ringo Victor

Universidade Púnguè

Extensão de Tete

2022
Índice
1.Introdução................................................................................................................................4

1.1. Objectivos.........................................................................................................................4

1.1.1. Geral..........................................................................................................................4

1.1.2. Específicos.................................................................................................................4

1.2. Metodologias....................................................................................................................4

2.Turismo em Moçambique........................................................................................................5

2.1. Actividade turística com foco do desenvolvimento socioeconómico em Moçambique. .5

2.2. Princípios fundamentais no desenvolvimento da actividade turística em Moçambique..6

2.3. Desafios do Turismo em Moçambique............................................................................8

3.Conclusão...............................................................................................................................11

4.Referências Bibliográficas.....................................................................................................12
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1.Introdução

No presente trabalho pretende-se abordar aspectos relacionados a Turismo em Moçambique,


tendo como foco os Desafios do Turismo em Moçambique. Portanto, a localização geográfica
de Moçambique coloca o país numa posição vantajosa relativamente aos seus vizinhos do
interior, sem contacto imediato com o mar, pois ele acaba por assumir a função de porta de
entrada e de saída para aqueles países.

No entanto, esta localização apresenta alguns inconvenientes, entre os quais o de funcionar


como um escoadouro natural das águas do interior, função facilitada pela disposição do
relevo. Com efeito, o relevo de Moçambique apresenta-se em forma de escadaria, isto é, a
altitude vai-se degradando do interior para a periferia, sucedendo-se montanhas, planaltos e
planícies, e isso de alguma forma vai influenciar significativamente do exercício das
actividades turísticas.

Por outro lado, o turismo tornou-se um elemento preponderante da política de


desenvolvimento de Moçambique, o turismo transforma as relações existentes, ele age sobre a
paisagem, economia e sociedade, portanto iremos conhecer os desafios dessa actividade no
contexto moçambicano.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Estudar os Desafios do Turismo em Moçambique

1.1.2. Específicos

 Descrever o Turismo em Moçambique;


 Identificar os Princípios do Desenvolvimento do Turismo em Moçambique;
 Demostrar os Desafios do Turismo em Moçambique.

1.2. Metodologias

Em termos metodológicos, a abordagem do tema foi feita por meio de pesquisa bibliográfica,
envolvendo a coleta livros e publicações voltadas à realização de uma revisão de literatura
eficaz. Os materiais escolhidos sobre a temática em estudo foram selecionados a partir das
obras estrangeiras. A pesquisa bibliográfica foi realizada também com base na análise de
documentos eletrônicos na língua portuguesa.
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2.Turismo em Moçambique

Antes da independência, Moçambique era considerado um destino turístico atractivo, tendo


recebido, em 1973, cerca de 400.000 turistas (MITUR, 2004, p. 11).

A situação instável do país levou à queda do turismo. Apenas após os Acordos de Paz de
1992, a actividade turística cresceu, muito apoiada na recuperação progressiva das zonas de
conservação e das infra-estruturas de transporte, atingindo-se, em 2001, os números anteriores
à independência (DA SILVA, 2019).

Segundo Da Silva (2019), em 2003, foi aprovada a Política Nacional de Turismo, através da
resolução nº 4 de 4 Abril do mesmo ano. Esse instrumento jurídico serve de base legal para
orientar o sector de Turismo na República de Moçambique. Para operacionalização dos
preceitos plasmado no Plano Nacional de Turismo, aprovou-se em 12 de Abril de 2004, o
Plano Estratégico para o Desenvolvimento de Turismo em Moçambique (2004-2013), estando
já em vigor o novo plano, também com mesmo período de validade.

Com a criação do Ministério de Turismo, Política Nacional de Turismo e de Planos


Estratégicos para o Desenvolvimento do Turismo em Moçambique, registaram-se avanços
significativos no turismo nacional. Contudo, para além da condição económica desfavorável
para construção de infraestruturas, precisa-se aprimorar questões organizacionais, de forma a
tornar as dificuldades em oportunidade (DA SILVA, 2019).

2.1. Actividade turística com foco do desenvolvimento socioeconómico em Moçambique

Moçambique é um país com enorme diversidade de produtos turísticos desde praias com
águas cristalinas, um património cultural bastante rico e zonas florestais de grande valor a
nível mundial. Com este vasto leque de riquezas naturais, Moçambique está num bom
caminho para lançar-se no mercado económico competitivo embora seja necessário traçar
planos estratégicos viáveis no que diz respeito a sua implementação, com vista a divulgação
em prol do desenvolvimento do Turismo em Moçambique (MICULTUR, 2016).

Como sector económico, o turismo é um dos sectores que pode trazer crescimento e emprego
na escala necessária para fazer a diferença em Moçambique, bastando para o efeito que o
desenvolvimento do Turismo em Moçambique seja gerido de forma estratégica e sustentável.
Pois para que Moçambique participe no processo global de desenvolvimento do turismo e se
apresente como destino robusto por excelência, deve-se prestar especial atenção aos futuros
impulsionadores do crescimento do turismo, incluindo as tendências no desenvolvimento do
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produto e do mercado, a globalização, o investimento com vista a por em prática o


plano estratégico, caso contrário, dificilmente se alcançarão os objectivos e os anseios do
Governo e da Sociedade Moçambicana (MICULTUR, 2016).

Segundo a MICULTUR (2016), os principais objectivos relacionados com o desenvolvimento


do Turismo em Moçambique são:

 Aliviar a pobreza (gerando emprego o que fara com que haja um melhoramento no
que diz respeito as condições de vida da população Moçambicana);
 Contribuir para a unidade nacional;
 Promover a educação, e formação e a consciencialização adequada e de qualidade ao
turismo e áreas relacionadas;
 Assegurar que os Moçambicanos tenham acesso á oportunidades de viajar e as
atracções turísticas;
 Encorajar a participação activa dos Moçambicanos na participação, desenvolvimento e
gestão do turismo;
 Cultivar o sentido de propriedade sobre o valor e identidade do produto turístico (no
sentido de cada um contribuir de forma positiva e significativa para o
desenvolvimento do mesmo).

2.2. Princípios fundamentais no desenvolvimento da actividade turística em


Moçambique

A Lei do Turismo também estabelece os objectivos que orientam a actividade turística em


Moçambique e a legislação secundária para o sector. Estes objectivos incluem:

 Impulsionar o crescimento económico e social, preservando os recursos naturais;


 Preservar os valores culturais e históricos e promover o orgulho nacional;
 Contribuir para a criação do emprego, o crescimento económico e o alívio da pobreza;
 Promover a conservação da biodiversidade;
 Assegurar a igualdade de oportunidades.

A Lei do Turismo promove especificamente o turismo sustentável, de baixo impacto,


exigindo que os investimentos no turismo sejam devidamente integrados na área em que
ocorrem. A Lei do Turismo prevê a criação de Zonas de Interesse Turístico, que podem ser
declaradas pelo Conselho de Ministros, incluindo tal designação descrições das actividades
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que podem ser realizadas dentro destas zonas (O QUADRO LEGAL PARA TURISMO,
2014).

A Lei do Turismo considera ainda o desenvolvimento do turismo nas áreas de conservação,


desde que as actividades se baseiem numa prática sustentável e num plano de maneio
aprovado.

A Lei do Turismo estabelece uma série de deveres para os fornecedores de produtos e


serviços turísticos, incluindo entre outros:

 Agir em conformidade com a lei, em cada subsector;


 Apresentar publicamente os preços e tarifas em moeda nacional (Metical) e língua
oficial (português), e facultativamente em outras moedas e línguas;
 Conservar o meio ambiente e respeitar a cultura local;
 Garantir que as actividades estejam devidamente seguradas;
 Não discriminação em qualquer base;
 Adequar os estabelecimentos ao uso de pessoas portadoras de deficiência física;
 Respeitar a legislação contra o fumo.

Entretanto, os fornecedores de produtos e serviços turísticos gozam ainda dos seguintes


direitos:

 Exercer livremente as suas actividades dentro dos requisitos legais para cada sector e
subsector;
 Receber a autorização de exercício das actividades, quando reunidos os requisitos
legais relevantes;
 Promover as suas actividades nos materiais oficiais de promoção do turismo;
 Participar nas actividades de promoção, fomento e capacitação para o sector.

Além de definir os direitos e responsabilidades dos operadores turísticos, a Lei do Turismo


também estabelece os direitos e responsabilidades dos turistas. Entre os direitos dos turistas
inclui-se:

 Obter informação exacta, completa e objectiva sobre os serviços turísticos;


 Beneficiar de produtos e serviços aos preços anunciados;
 Obter os documentos que contratualmente definem o preço que devem pagar para um
produto ou serviço específico;
 Gozar de tranquilidade, segurança e privacidade;
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 Formular denúncias e reclamações nos termos da lei e obter as respectivas respostas


adequadas;
 Obter a devida informação necessária para a prevenção de doença e acidentes.

Entre os deveres dos turistas inclui-se:

 Cumprir a lei;
 Respeitar a cultura e tradição local;
 Respeitar o meio ambiente.

A Lei do Turismo também prevê a definição de normas de qualidade para os serviços


turísticos, e para inspecções e a tomada de medidas contra os que transgridem a legislação,
particularmente a respeito de abuso de menores (O QUADRO LEGAL PARA TURISMO,
2014).

O Regulamento do turismo determina que a autorização dos projectos turísticos deve sempre
considerar a Política do Turismo e Estratégia da sua Implementação, bem como os planos de
desenvolvimento do turismo (O QUADRO LEGAL PARA TURISMO, 2014).

2.3. Desafios do Turismo em Moçambique

De acordo com Da Silva (2019), A localização geográfica de Moçambique é um dos


principais factores que contribui para a vulnerabilidade do país aos eventos extremos,
na medida em que alguns dos ciclones tropicais e depressões são formados no Oceano Índico,
atravessam o Canal de Moçambique e afectam a zona costeira, que aliás, é onde se concentra
a maioria da população, as principais cidade do pais e por consequência, grande parte das
actividades económicas, como é o caso do turismo.

Por outro lado, como já foi igualmente referido, o país apresenta uma extensa linha da costa,
sendo atravessado pela maior parte dos rios internacionais que têm como desaguadouro o
Oceano Índico, facto que faz com que algumas áreas costeiras estejam sujeitas a cheias e
inundações. Neste sentido, constituem exemplos destes fenómenos as cheias que tiveram
lugar nos anos 2000 e 2001 no Sul e Centro de Moçambique respectivamente que tiveram um
efeito nefasto. Não podemos deixar de referir aos ciclones Idai e Keneth que afectaram as
regiões centro e norte do país, tendo destruído muitas infra-estruturas públicas e privadas (DA
SILVA, 2019).
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Situações como estas, provocadas por desastres naturais afectam não apenas as actividades
directamente associadas ao turismo, mas toda a cadeia de produção e oferta de bens e
serviços, facto que evidencia o grau de inter-relação da indústria do turismo com outros
sectores e revelando, ademais a sua dependência do funcionamento de infra-estruturas
públicas (DA SILVA, 2019).

Outro facto que não podemos deixar de referir que desde de princípios do ano de 2019, com a
Pandemia COVID 19, entre os diferentes sectores económicos, o turístico tem sido um dos
mais afectados, tal facto fica a dever-se às medidas tomadas a nível internacional, regional e
local com vista à redução da mobilidade geográfica (DA SILVA, 2019).

Considerando que as facilidades turísticas como hotéis e outras formas de alojamento,


restaurantes entre outras, foram criadas essencialmente para servir viajantes internacionais e
nacionais, pode-se facilmente compreender como os mesmos estão a ser afectados. Esta
situação afecta não apenas o sector turístico directamente, mas toda a sua cadeia produtiva
(DA SILVA, 2019).

De acordo com Augusto, (2009 p52-53), Apesar de todos os leques de vantagens


comparativas que moçambique possui, o desenvolvimento do turismo esta comprometido por
uma serie de questões especificas tais como:

 a fraca acessibilidade e posicionamento no mercado internacional, assistência de redes


internacionais de distribuição.

E para o desenvolvimento do turismo torna-se necessário colmatar esses constrangimentos.


Sendo assim, os principais constrangimentos para o desenvolvimento do turismo são:

 Fraca disponibilidade de recursos materiais e financeiros no sector do turismo;


 Falta de mão de obra qualificada;
 Limitadas instituições de formação e de educação e sua distribuição geográfica;
 Falta de incentivo para o investimento pelo sector privado;
 Falta de informação sobre as potencialidades do turismo em Moçambicano no
exterior;
 Falta de estratégia de Marketing agressiva;
 Fraco nível de parceria entre os sectores públicos e privados e comunidade locais;

A falta de infra-estruturas é um factor limitante que inibe o investimento e o


desenvolvimento de melhores produtos turísticos, alem de um desenvolvimento não
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planificado e descontrolado do sector ao longo da costa, que constitui uma das maiores
ameaças que a indústria do turismo enfrenta na atualidade (AUGUSTO, 2009).

Falta de coordenação entre os intervenientes e instituições de gestão dos destinos turísticos


como por exemplo, companhias aéreas, hotéis, operadores turísticos, restaurantes e agências
de viagens, que se trabalhasse juntos facilmente a imagem do País seria promovida de forma
abrangente e elevaria a imagem e a posição do País nos mercados externos (AUGUSTO,
2009).

Não existe mecanismos claros e concertadores para garantir a restauração desenvolvimento e


acesso aos monumentos e lugares históricos (reservas, museus, zonas de praias), oque diminui
significativamente o valor estético e físico destes lugares, certas praias ficas com cheio de
lixo, sem iluminação pública, diminuindo a garantia de seguranças para o turista (AUGUSTO,
2009).

Falta de vias de acessos em bons estados nas zonas de altas potencialidades turístico, impede
qualquer possibilidade de investimentos e consequentemente o seu desenvolvimento.
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3.Conclusão

Em Moçambique, as oportunidades para o desenvolvimento do turismo são muitas e


diversificadas, a maioria das quais resultantes das condições físico-naturais, às quais se
juntaram aspectos de natureza cultural, que se beneficiaram da extensa abertura para o oceano
indico.

Por outro lado, a localização geográfica de Moçambique constitui um dos seus elementos
mais favoráveis e que o permite ter vantagens comparativas em relação a alguns sectores, ela
constitui também uma das principias condições que contribui para a vulnerabilidade do país,
sobretudo em relação a eventos extremos como por exemplos ciclones que afectam as áreas
costeiras que são privilegiadas pelo turismo. Aumentando igualmente a propensão para a
ocorrência de inundações.

Contudo, os desafios são igualmente significativos, resultando os mesmos da capacidade


limitada deste espaço em responder às necessidades e exigências do turismo. Este facto
prende-se com o baixo nível de desenvolvimento que o país apresenta, caracterizado por
apresentar carências a todos os níveis e em todos os sectores. Esta reduzida capacidade de
resposta local e nacional, conduz ao crescimento do investimento externo, contribuindo para o
crescimento da dependência externa.
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4.Referências Bibliográficas

DA SILVA, Julião. Turismo em Moçambique: oportunidades, desafios e riscos. S/ed, 2019.

MITUR, Ministério do Turismo, Plano estratégico para o desenvolvimento do turismo em


Moçambique, 2004-2013.Maputo, 2004

MINISTÉRIO DA CULTURA E TURISMO. Política do Turismo e Estratégia da sua


implementação. Maputo, MICULTUR. 2016.

O QUADRO LEGAL PARA TURISMO: Licenciamento e Empreendimentos turísticos e


Afins em Moçambique. Edição II, Dezembro 2014 PT

PLANO ESTRATÉGICO PARA DESENVOLVIMENTO DO TURISMO EM


MOÇAMBIQUE (2004-2013) Lei n.º 4/2004, de 17 de junho, que aprova a Lei de Turismo

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