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Índice

1. Introdução.......................................................................................................................8

1.1. Contextualização.........................................................................................................9

1.2. Problematização........................................................................................................10

1.3. Hipóteses...................................................................................................................11

1.4. Objectivos..................................................................................................................11

1.4.1. Objectivo Geral:.....................................................................................................11

1.4.2. Objectivos Especifico:...........................................................................................11

1.5. Justificativa................................................................................................................12

1.6. Procedimentos Metodológicos..................................................................................13

1.6.3. Quanto aos procedimentos técnicos.......................................................................14

1.6.4. Técnica de Recolha de Dados................................................................................14

1.6.5. Técnicas de Análise de Dados...............................................................................15

1.6.6. Técnica Selecção da Amostra................................................................................15

CAPÍTULO I: QUADRO TEÓRICO E CONCEPTUAL....................................................17

2.1. Administração Pública...................................................................................................17

2.2. Património do Estado....................................................................................................18

2.3. Imobilizações Corpóreas...............................................................................................19

2.3.1. Classificação do Imobilizado.....................................................................................19

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA..................................................................21

2.1. Ativo Imobilizado..........................................................................................................21

2.1.1. Depreciação de imobilizados Corpóreas....................................................................22

2.1.2. Método de Depreciação..............................................................................................22

2.1.2. Identificação de um activo tangível que possa estar com imparidade...................23

2.2. Bens Públicos e Sua Natureza...................................................................................25

2.3. Controle Patrimonial.................................................................................................26

2.3.1. A Gestão de Bens e a Realização do Inventário.........................................................28


2.3.2. O Inventário...........................................................................................................30

2.3.3. Conservação e Recuperação dos Bens...................................................................31

2.3.4. Cessão e Alienação................................................................................................32

2.4. Importância do Controlo dos Bens na Contabilidade Pública...................................32

2.5. Quadro Legal.............................................................................................................35

2.5.1. Registo e Identificação do património do Estado.......................................................35

2.5.2. Abates e Venda de Bens........................................................................................36

2.5.2.1. Motivos de Abate...............................................................................................36

2.5.2.2. Processo de Abate de Bens................................................................................36

2.5.3. Destino de Bens Abatidos......................................................................................37

CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS.........................................38

3.1. Definição de um Imobilizado Corpóreas em Instituições Publicas...............................38

3.2. O Controlo e Gestão dos Imobilizado Corpóreas em Instituições Publicas..............39

3.3. Depreciação ou Incapacidade dos Imobilizados Corpóreas..........................................40

3.4. Processo de Abate de Bens nas Instituições Publicas...................................................41

3.5. Critérios Utilizados para o Processos de Abate de Bens...............................................42

3.6. Impacto do Processo de Abates de Bens.......................................................................43

4. CAPITULO IV: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO................................................44

4.1. Conclusão......................................................................................................................44

4.2. Recomendação...............................................................................................................45

5. Referencias Bibliográfica.................................................................................................46

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1. Introdução

Actualmente a Administração Pública vem atravessando por diversas mudanças significativas


no que tange ao controle das operações exercidas em diversas áreas, colocando diante dos
gestores diversos desafios, com finalidades de não tornar a gestão dos serviços públicos
orientada somente no controle da legalidade, mas também ao controle gerencial de suas
atividades e bens de serviços. Dessa forma para apresentar-se um controle eficiente das
atividades administrativas, faz-se necessário a associação do controle e planeamento, que por
sua vez orienta a tomada de decisão necessária.

As movimentações dos bens existentes nas organizações públicas são registradas pela
contabilidade, resume-se a entrada e saída dos bens, assim como as condições dos mesmos,
apresentados em forma de relatórios sobre a situação da organização. Aliado a este facto, a
pesquisa torna-se importante por fundamentalmente ter objetivo de analisar o Processo de
Abate das Imobilizações Corpóreas nas Instituições Públicas.

Focando-se em contabilidade geral, considera-se Imobilizado Corpóreo todos elementos


patrimoniais, ou seja, bens activos tangíveis entre outros, detidos pela empresa para uso das
sua atividade permanente e fornecimento de serviços, com utilização de tempo limitado que
transcende a duração de um ciclo económico, condicionada pelo desgaste e pela evolução
tecnológica, não sendo detidos para venda no decurso ordinário da actividade da Empresa
(CAIADO et al 2002).

Segundo Neves (2012), o imobilizado corresponde a um conjunto de bens tangíveis que são
aplicações de capital de médio e longo prazo em activos corpóreos, são por exemplo:
terrenos, edifícios e equipamentos que estão relacionados com exercício da atividade da
organização.

Os procedimentos metodológicos utilizados neste estudo, permitiram que a pesquisa fosse


classificada segundo aspectos técnicos, a natureza e a abordagem do problema, de modo a
atingir os objetivos estabelecidos. Assim, a pesquisa distribui-se em três (3) capítulos, no
primeiro trata-se de aspectos teórico e conceito básicos, o segundo é o capitulo da revisão da
literatura, em ambos capítulos se destacam ideias ou pensamentos de diversas literatura
bibliográfica que abordam sobre a temática em estudo, e finalmente no terceiro capítulo
encontra-se a análise e interpretação dos dados obtidos.

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1.1. Contextualização

O tema em estudo enquadra-se na cadeira de contabilidade e auditoria, segundo a qual aborda


sobre gestão de bens e serviços, o processo de revisão e pesquisa de qualquer aspecto
financeiro ou não financeiro de uma empresa, as políticas de recursos humanos,
procedimentos operacionais, políticas de qualidade ou segurança e todo tipo de informação
gerada pela contabilidade. Está pesquisa limitou-se puramente em Analisar o Processo de
Abate das Imobilizações Corpóreas nas Instituições Públicas, caso particular INAS delegação
de Mocuba, no período de 2016 a 2018.

O distrito de Mocuba localiza-se na parte central da Província de Zambézia, fazendo limite


com os distritos de Lugela e Ile ao Norte; Maganja da Costa a Este; Namacurra e Morrumbala
a Sul e Milange a Oeste.

O distrito tem como a agricultura actividade dominante e é praticada pelo sector familiar. A
produção agrícola é feita em condições de sequeiro, e nem sempre é bem-sucedida, uma vez
que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de armazenamento de
humidade no solo durante o período de crescimento das culturas.

O Instituto Nacional da Acção Social (INAS) é uma instituição pública, subordinada ao


Ministério da Mulher e da Acção Social (MMAS), criado pelo Decreto-Lei 28/97, cujo
mandato é implementar programas assistenciais e de promoção e desenvolvimento com vista
a redução da pobreza absoluta em Moçambique. Para o alcance de tal propósito, este instituto
tem como obrigações:
 Garantir assistência económica e social directa às comunidades, grupos de pessoas ou
indivíduos em situação de pobreza absoluta, impedidos de, por meios próprios,
conseguirem a satisfação das suas necessidades básicas;
 Executar planos de assistência directa aos grupos alvo em coordenação com
instituições governamentais de acção social e com organizações não governamentais
envolvidas neste campo de actividade;
 Promover nos grupos alvo uma atitude de autoestima, dignidade e motivação para a
utilização das suas capacidades individuais ou de grupo, visando o desenvolvimento e
mudança de sua situação sócio-económica.
Na sua actuação, o Governo Distrital tem tido apoio de vários organismos de cooperação, que
promovem programas sociais de assistência, protecção do ambiente e desenvolvimento rural,

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que desempenham um papel activo e importante no apoio à reconstrução e desenvolvimento
locais.

No que diz respeito a gestão dos bens de serviço, a instituição apresenta diversos matérias de
escritório (computadores, impressoras, maquinas fotográficas, etc) e meios de transportes
(bicicletas, motorizadas e carros) armazenados e abandonados. As assistentes sócias que se
encontram nas comunidades estão desde 2017 que não recebem bicicletas, que são o meio de
transporte usados para facilitar a comunicação com os benificiários da assistência social, as
visitas de campo efectuadas pelos técnicos da organização é condicionada, realizada somente
com transportes individuas, de acordo com a sua disponibilidade.

1.2. Problematização

O Instituto Nacional de Ação Social (INAS) sendo uma Instituição de Administração Pública,
é pelo património público, um recurso fundamental para a prossecução dos fins do Estado e a
sua avaliação passa por conhecer o total do seu ativo (bens e direitos) e do seu passivo
(obrigações), uma vez que, o valor do património resulta da diferença entre o ativo e o
passivo.

Na instituição em estudo, nem sempre foi possível determinar a quantia recuperável para um
bem ativo tangível isoladamente, pelo facto de, os fluxos gerados pelo bens ativo dependerem
dos fluxos gerados por outros ativos, assim como pelo facto de não ser possível concluir que
o respetivo valor de uso se aproxima do seu justo valor menos os custos de vender. Neste
caso, é necessário identificar a unidade o bem imobilizado corpóreas e determinar a quantia
recuperável para aquela bem de forma a avaliar se há ou não imparidade/reversão.

Tendo como base, as ideias do Mata et al (2013), enfatizam-se que, há necessidade de uma gestão
pública responsável e efetuada com critérios de eficiência, eficácia e economia, veio, nas últimas
décadas, reforçar a importância da informação contabilística que a par do cumprimento da legalidade,
permite uma gestão clara e transparente dos bens públicos e dos dinheiros.

O conceito de imobilizado corpóreas está associado aos bens destinados a servir de forma
duradoura a atividade de uma organização e a constituir um bem do ativo com caráter
permanente. Implícita a esta característica pode-se acrescentar que se trata de bens que não se
destinam à venda. Neste caso, destinados a permanecerem nas organizações sem se colocar
em causa o seu estado de restrição de actividades no contributo de bens nas instituições e
algum tipo de política de reversão financeira para os cofres do estado através do abate dos
imobilizados. Neste contexto levanta-se o seguinte questionamento:

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 Como ocorre o processo de abate dos imobilizados corpóreas nas instituições
públicas, caso particular INAS delegação de Mocuba?

1.3. Hipóteses

Na tentativa de perceber a problemática em estudo, levanta-se as seguintes hipóteses:

H1: A informação eficiente sobre o processo de abate dos imobilizados corpóreas das
instituições públicas, através das normas descritas em Gestão de Contabilidade é a base
necessária para corrigir ou minimizar diversos problemas observados nas áreas económica,
financeira, político e social, enfrentada em qualquer instituição pública.

H2: Apesar da Gestão de Contabilidade ser considerada como um dos instrumentos


fundamental para uma boa gestão e proteção da integridade patrimonial, sendo, por isso
indispensável, a deficiência do conhecimento desta matéria, pode interferir negativamente no
processo de abate dos imobilizados corpóreas das instituições públicas, influenciando em
problemas relacionados a áreas económica, financeira, político e social desta organização.

1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo Geral:
 Analisar o processo de abate dos imobilizados corpóreas nas instituições públicas,
caso concreto INAS-Mocuba, no período de 2016 a 2018.

1.4.2. Objectivos Especifico:


 Identificar o processo de abate dos imobilizados corpóreas nas instituições públicas,
caso concreto INAS-Mocuba, no período de 2016 a 2018.
 Descrever o processo de abate dos imobilizados corpóreas nas instituições públicas,
caso especifico INAS-Mocuba, no período de 2016 a 2018.
 Identificar a importância do processo de abate dos imobilizados corpóreas nas
instituições públicas, caso de INAS-Mocuba, no período de 2016 a 2018.
 Sugerir o processo de abate na gestão dos imobilizados corpóreas nas instituições
públicas.

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1.5. Justificativa

A pesquisa serve como material de estudo, com vista a perceber e dinamizar a necessidade
dos conhecimentos contabilísticos no Processo de Abate dos Imobilizados Corpóreas nas
Instituições Públicas, visto que as instituições públicas alegam possuir contabilistas no
quadro do pessoal administrativo, de forma a fortalecer a gestão dos bens e dos seus
investimentos baseado em regras fiscais.

A implementação correta dos serviços contabilísticos na administração pública, pode ser


importante porque ajuda a desenvolver planos estratégicos na gestão de bens e serviços das
instituições públicas. Deste modo, a gestão dos imobilizados corpóreas e outros bens e
serviços devem ser acompanhada de acordo com as normas e revisão das leis fiscais que
regulam o processo de aquisição e destino dos bens em situação de depreciação e
amortização, de forma a obter e produzir recursos para aquisição de outros bens necessários a
empresa.

O outro aspecto relevante nesta pesquisa, está relacionado com a necessidade de uma
normalização contabilística global da gestão dos imobilizados corpóreas, permitindo o rápido
fluxo de circulação da informação financeira, com vista a permitir a tomada de decisão dos
vários utentes através de estudos atempados, atendendo ainda à crescente complexidade das
relações económicas e as ligações entre empresas e as necessidades da instituição, adotando-
se um sistema contabilístico que permita dar resposta eficientes e eficazes nas instituições
perante a gestão dos bens e serviços públicos.

No campo acadêmica, a pesquisa torna-se importante com o facto de produzir informações ou


conhecimentos, que justificam a presença de inúmeros bens em situação de abandono ou em
processos de oxidação no recinto e interior das instituições públicas.

A pesquisa pode trazer uma discussão no seio académico e profissional, aceitável e


interessante, de modo a desenvolver raciocínio com efeitos da contabilização dos
imobilizados corpóreas nas instituições públicas, tendo como base demonstrações de casos
práticos.

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1.6. Procedimentos Metodológicos

Na abordagem de Gil (2007), define-se método ou metodologia de pesquisa como


procedimentos racional e sistemático que tem como objectivo proporcionar respostas aos
problemas que são propostos. A pesquisa é desenvolvida mediante as competências dos
conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros
procedimentos científicos.

Gil (2008), diz que a metodologia descreve os procedimentos a serem seguidos na realização
da pesquisa. Neste sentido, Severino (2002) afirma que o pesquisador deve anunciar o tipo de
pesquisa que desenvolverá como trabalho de campo ou de laboratório, de pesquisa teórica ou
de pesquisa histórica. Neste trabalho, a pesquisa é classificada segundo os procedimentos
técnicos, quanto à natureza e quanto a abordagem do problema.

1.6.1. Quanto a forma de abordagem do problema

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, a pesquisa é qualitativa. Para Dias


(2000), na abordagem qualitativa, tem-se em conta que:

A interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são básicas no processo de


pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente em que
se aborda o problema em estudo e o pesquisador são instrumento-chave. Os pesquisadores
tendem analisar seus dados indutivamente, o processo e seu significado são os focos principais
de abordagem, (DIAS, 2000).

A esta forma de abordagem está relacionada com a detecção da presença de fenómenos, sem
se importar com sua magnitude ou intensidade, ao qual será atribuído significado qualitativos
por meio de experiência ou senso comum em oposição abstrata.

1.6.2. Quanto a natureza

Tendo em conta a problemática em estudo, a pesquisa é aplicada, neste âmbito, a pesquisa


dedica-se a gerar conhecimentos para solução de problemas específicos, é apontada para
buscar informações para determinada aplicação prática em situação particular. Por exemplo,
estudar o efeito dos estilos de liderança em certa empresa para melhorar as relações
interpessoais no ambiente de trabalho.

A pesquisa aplicada é objetiva a gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à


solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais, (SILVA et al,
2001).

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1.6.3. Quanto aos procedimentos técnicos

Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisas tem caráter bibliográfico, porque apresenta
divergências ou análises realizadas em diferentes perspectivas de autores que abordam sobre
a temática em estudo. Nestes casos, Gil (1991), afirma-se que:

A pesquisa bibliográfica desenvolve-se tentando a explicar um problema através de teorias publicadas


em livros ou obras do mesmo gênero. O objetivo deste tipo de pesquisa é de conhecer e analisar as
principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado assunto ou problema, tornando-se
um instrumento indispensável para qualquer pesquisa, Gil (1991).

Está pesquisa foi elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de


livros, artigos de periódicos e material disponibilizado na Internet, focando -se a destacar a
problemática em estudo.

1.6.4. Técnica de Recolha de Dados

Tendo em conta que a pesquisa é de caráter bibliográfica, os dados para realização da


pesquisa foram construídos com base na realidade e material bibliográfico existente, de forma
a obter distintos pontos de vista e convecções que relatam sobre a problemática em estudo.

Na opinião de Silva (2008), algumas medidas devem ser tomadas ao fazer uso da colheita
bibliográfica, tais como:

i. Produzir o trabalho a partir do maior número possível de material bibliográfico


publicado;
ii. Buscar somente àqueles trabalhos que dizem respeito ao tema a ser explorado, ou
seja, compartilhar com ideias que realmente sejam pertinentes;
iii. Desenvolver a pesquisa, fazendo uso não somente de livros técnico-científicos,
mas recorrer também a outras fontes;
iv. Se possível, utilizar material somente de primeira mão, de modo a evitar o
uso do apud, o qual equivale a “citado por”, consequentemente revelando um
material de segunda mão.

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1.6.5. Técnicas de Análise de Dados

Para analisar e interpretar os dados, utilizou-se a análise comparativa, fenômenos que


ocorrem nas instituições publica o caso particular o INAS delegação de Mocuba e as
informações existentes nas literaturas.

Segundo Fachin (2001), o método comparativo consiste em investigar coisas ou fatos e


explicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças. Permite a análise de dados concretos
e a dedução de semelhanças e divergências de elementos constantes, abstratos e gerais,
propiciando investigações de caráter indireto.

Silva e Mendes (2001), afirmam que:

Método dedutivo é um processo de análise da informação que utiliza o raciocínio lógico e a


dedução para obter uma conclusão a respeito de um determinado assunto. Neste processo, os
raciocínios dedutivos apresentam conclusões que devem, necessariamente ser verdadeiras, se
todas as premissas sejam também verdadeiras e ele respeitar uma estrutura lógica de
pensamento. (Marconi, 1993).

1.6.6. Técnica Selecção da Amostra

Amostragem é uma técnica de procedimentos necessários para descrever e seleccionar as


amostras, de maneira aleatória ou não, e quando bem utilizado é um factor responsável pela
determinação da representatividade da amostra, Leone (2009).

Quanto ao tipo, a amostragem é não probabilística e intencional, isto porque não se utilizou
nenhum procedimento estático para determinar os elementos que farão parte do estudo,
simplesmente, indiquei o INAS, delegação do distrito de Mocuba intencionalmente de modo a
utilizar como modelo representativo das restantes delegações do INAS da Província da Zambézia
e outras instituições públicas. Na opinião de Mattar (2001):

“A Amostragem não probabilística é aquela em que a selecção dos elementos da população para
compor a amostra depende do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo. Não há
nenhuma possibilidade conhecida de que um elemento qualquer da população venha a fazer parte
da amostra”

Para Lakatos et al (2002), na amostra Intencional o pesquisador está interessado na opinião


(acção, intenção etc.) de determinados elementos da população, mas não representativos dela.
Seria, por exemplo, o caso de se desejar saber como pensam os líderes de opinião de
determinada comunidade. O pesquisador não se dirige, portanto, à “massa”, isto é, a
elementos representativos da população geral, mas àqueles, segundo seu entender, pela

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função desempenhada, cargo ocupado, prestígio social, exercem as funções de líderes de
opinião na comunidade.

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CAPÍTULO I: QUADRO TEÓRICO E CONCEPTUAL

1.1. Administração Pública

A Administração Pública é dotada de privilégios que, em regra, são desconhecidos no direito


privado. Como exemplos de tais prerrogativas existem a auto executoriedade dos atos
administrativos, o poder de rescisão unilateral de contratos, a imunidade tributária, os prazos
processuais diferenciados para contestar e recorrer, juízos privativos e processo especial de
execução (MADEIRA, 2010).

A existência de um tratamento diferenciado justifica-se somente com o seu exercício, visando


o atendimento da finalidade pública, pois quem desempenha uma função administrativa está
condicionado a atender as demandas e interesses da coletividade (BANDEIRA, 2010).

Em razão de sua atuação a Administração Pública está sujeita a diversas restrições, as quais
limitam a sua atividade a determinados fins e princípios que, se não observados, implicam
desvio de poder e consequente nulidade dos atos da Administração” (DI PIETRO, 2011).

No âmbito do Direito Administrativo os princípios possuem eficácia direta e imediata em


toda a atuação estatal, pois “funcionam como diretrizes superiores do sistema, objetivando a
correção de graves distorções que ocorrem no âmbito da Administração Pública, que
impedem o efetivo exercício da cidadania” (MADEIRA, 2010).

Sem relevar a importância do princípio da legalidade na Administração Pública, a atuação


estatal deve transcender a simples interpretação da lei e valer-se de outros princípios que
tornem o agir mais justo, mais ético, mais honesto e mais eficiente, pois como ensina
Meirelles (2006), “cumprir simplesmente a lei na frieza de seu texto não é o mesmo que
atendê-la na sua letra e no seu espírito”. Desta forma, é necessário que se busque a orientação
dos princípios do Direito e também da moral, para que ao legal se ajuste o honesto e o
conveniente ao interesse público.

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1.2. Património do Estado

Segundo Kohama (2009), o termo patrimônio, de maneira geral, pode ser entendido como
sendo o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a pessoas físicas e jurídicas,
sendo resultado da soma dos bens e direitos pertencentes ao ativo da instituição, subtraindo-
se pelas obrigações que representam o passivo da mesma.

Porém, Meirelles (2008) afirma que anteriormente à definição de patrimônio, deve-se


observar o conceito de bem, uma vez que este é amplo e abrange tudo aquilo que tem valor
econômico ou moral e que seja suscetível de proteção jurídica, sendo que se tratando de
entidades públicas, o mesmo pode ser definido como o conjunto de todas as coisas corpóreas
ou incorpóreas que pertençam ao mesmo.

Para Catarino (2012), o Património do Estado é composto pelos bens (duradouros e não
duradouros, do domínio público e privado do Estado) que satisfazem as necessidades
económicas do Estado e pelas obrigações que implícitas ou explicitamente ficam sobre a sua
responsabilidade.

O Património do Estado é constituído por ativos (créditos, bens, direitos) e por passivos
(dívidas, encargos e responsabilidade) que, a dado momento, o Estado é titular. A nível
jurídico, todos os valores e direitos de cada entidade pública, para o exercício da sua atividade
económica, constituem o património que aquela gere e controla (Frade, 2003).

Segundo Meirelles (2006) os recursos patrimoniais representados pelos bens móveis e


imóveis são considerados bens públicos de uso especial ou uso privativo que se destinam à
função pública, utilizados de maneira exclusiva.

Do ponto de vista contabilístico interessa saber nesta matéria apenas a parte do imobilizado,
mais precisamente a gestão dos bens móveis e imóveis que integram o sector operacional da
Administração Pública (Caiado et al., 2007).

Por fim, o patrimônio público, como objeto de direito pessoal ou real, sendo que estes são os
que interessam a contabilidade pública, uma vez que são os que merecem registro e
escrituração contábil, onde são inventariados e podem ser alienados, sendo que os demais
devido as suas características especiais, não constituem o patrimônio propriamente dito das
entidades (KOHAMA, 2009).

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1.3. Imobilizações Corpóreas

De acordo Neves (2012), o imobilizado que corresponde a um conjunto de bens tangíveis que
são aplicações de capital de médio e longo prazo em ativos corpóreos, são por exemplo,
terrenos, edifícios e equipamentos que estão relacionados com exercício da atividade da
organização. O mesmo auto refere também que, os bens intangíveis que são aplicados com
caráter permanente (mais de 12 meses) em ativos designados como Incorpóreos, são por
exemplo, despesas de instalações, despesas de investigação e desenvolvimento, programas de
computador e propriedade industrial.

Mendes (2001), referindo-se ao Plano Oficial de Contabilidade (POC), define imobilizações


como sendo “todos os bens de utilização contínua e que não se destinam a ser vendidos no
decurso normal das operações da empresa, quer sejam da sua propriedade, quer estejam em
regime de locação financeira.

Contabilisticamente, o imobilizado, é um elemento patrimonial, (sendo que património é o


conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma entidade jurídica num dado
momento), que contribui positivamente para o valor do património estando incluído no ativo
(o valor do património resulta de ao ativo (que corresponde aos bens e direitos) se deduzir o
passivo (que corresponde ao conjunto de obrigações) e por isso, é evidenciado Balanço (mapa
que expressa o valor do património, ao comparar o ativo com o passivo) (BORGES et all,
2010).

Caiado (2007), referindo-se ao Sector Público, salientam que o ativo imobilizado,


diferenciando-se do ativo circulante, tem como principal característica a permanência no
tempo abrangendo investimentos financeiros, imobilizações incorpóreas e corpóreas onde se
incluem e salientam os bens de domínio público.

1.3.1. Classificação do Imobilizado

Mas o Imobilizado pode ser classificado, de uma forma progressiva e sintética, Caiado (2007)
referem que, as Imobilizações podem ser classificadas da seguinte maneira:

No domínio da formalização do imobilizado, Pinto (2005) também refere que é classificado


em financeiro e técnico, sendo o primeiro constituído por elementos em que o valor deriva
somente da sua expressão em termos monetários e não da utilidade específica e o segundo,
isto é, o técnico, é composto por elementos cujo valor deriva não só da expressão monetária,
como da sua utilidade específica.
Também Mendes (2001) refere, a propósito de um plano de contas que, a classe quatro,
ligada ao Imobilizado, integra os imobilizados tangíveis, móveis ou imóveis, que as

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organizações utilizam na sua atividade operacional sem o objetivo de serem vendidos ou
transformados, com caráter de permanência superior a um ano.

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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Ativo Imobilizado

O ativo imobilizado compreende, portanto, os ativos tangíveis que são mantidos por uma
empresa para serem usados na produção ou na comercialização de mercadorias ou serviços,
para locação ou para finalidades administrativas. Os ativos intangíveis (como marcas e
patentes) não seriam mais incluídos no Ativo Imobilizado, e sim, no Ativo Intangível
(MARTINS et al. 2007).

Os activos fixos tangíveis podem surgir de produção da própria entidade, por aquisição, por
locação financeira, por troca, ou por transferência (reclassificação) de outros activos. A forma
de contabilização, em qualquer uma das situações é semelhante, podendo haver diferenças na
formação de custos inicial. (ALMEIDA et al, 2009)

Em contabilidade, o ativo fixo ou ativo imobilizado de uma organização é formado pelo


conjunto de bens e direitos necessários à custeio das suas atividades, sendo caracterizados por
apresentar-se na forma tangível (edifícios, máquinas, etc.). São, portanto, bens que a empresa
não tem intenção de vender a curto prazo ou que dificilmente podem ser convertidos
imediatamente em dinheiro. Têm, pois, um caráter de permanência, sendo chamados bens
patrimoniais. (ALMEIDA et al, 2009)

É considerado ativo imobilizado ou recurso patrimonial todo bem de natureza relativamente


permanente, mantido na organização com a finalidade de produzir bens ou serviços e não
estar destinado a venda. Os bens móveis e imóveis por transmitirem a ideia de poder gerar
produtos e serviços e, portando, produzir riquezas, são muitas vezes considerados como
sinônimos de recursos. Assim, um automóvel, classificado como bem móvel pode ser
utilizado na prestação de um serviço com valor econômico, e como tal é um recurso
(MARTINS et al. 2007).

Segundo Meirelles (2006) os recursos patrimoniais representados pelos bens móveis e


imóveis são considerados bens públicos de uso especial ou uso privativo que se destinam à
função pública, utilizados de maneira exclusiva.

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2.1.1. Depreciação de Imobilizados Corpóreas

A depreciação ou desvalorização é a obsolescência dos ativos imobilizados, como por


exemplo máquinas, computadores, impressos veículos, móveis, imóveis ou instalações, etc. É
um fenômeno contabilístico, que indica a redução de valor de um bem tangível (corpóreo;
palpável) em decorrência de uso, natureza ou obsolescência. Segue como exemplos ao
enunciado supracitado: Uma máquina, conforme vai sendo usada, ela vai se desgastando, e
isso é depreciação; um imóvel, conforme vai sofrendo efeitos da chuva e sol, por exemplo,
vai se desgastando, e isso é depreciação; e por último, a depreciação por obsolescência, isto é,
a redução de valor de um bem tangível, em decorrência da desatualização tecnológica em
relação a actualidade (PINTO, 2011).

Uma das principais características a serem controladas para um bem de activo fixo tangível é
a sua depreciação, legalmente e dentro de certos limites para fins tributários, é permitido que
a empresa efectue lançamentos contabilísticos das despesas de depreciação para um
determinado bem, realçando no seu balanço patrimonial as perdas de valor daquele bem, pois,
existem leis que classificam os tipos de bens de activo fixo tangível e qual o tempo de
depreciação para cada classe desses bens, pois, a depreciação de um activo começa quando
esteja disponível para uso (GOMES et al, 2011).

Barbosa (2013) destaca que as circunstâncias que possam influenciar o registro da


depreciação, como aspectos contratuais e limitação no uso do bem, sejam evidenciadas em
notas explicativas às demonstrações contábeis, permitindo maior visibilidade e
compreensibilidade aos seus efeitos sobre o patrimônio público.

O Sistema de normalização contabilista e de relato financeira possibilita que um activos fixos


tangíveis se possam separar em vários componentes do mesmo, desde de que materialmente
relevantes, no valor global. Neste sentido, poderá ser igualmente depreciado separadamente
as partes do item que não tenham um custo que seja significativo em relação ao custo total do
item (Barbosa, 2013)

2.1.2. Método de Depreciação

O tratamento e cálculo das depreciações podem ser realizados utilizando vários métodos,
sendo que o método escolhido deverá reflectir o modelo que se espera que os benefícios
económicos futuros do activo sejam consumidos pela entidade. A aplicação do método
deverá ser realizada de forma consistente para determinado AFT de período para período,

24
excepto se verificar alguma alteração significativa no modelo esperado dos benefícios
económicos futuros associados a esse activos fixos tangíveis (Gomes et al, 2011).

Segundo barros (2008), o método de depreciação que as entidades devem utilizar são:
 Método de Linha recta ou quotas constantes, que resulta de um débito constante
durante toda a vida útil do activo se o seu valor residual não alterar;
 Método de saldo decrescente ou soma dos dígitos dos anos, resulta de débito
decrescente durante a vida útil do activo; este método origina um encargo maior nos
primeiros anos e um encargo menor nos últimos anos;
 Método das Unidades de Produção, resulta num débito baseado no uso ou produção
esperado, tem por base a estimativa do número total de unidades que devem ser
produzidas pelo bem a ser depreciado.
Estes dois últimos métodos serão os mais adequados, mas o mais usado é ainda o método das
quotas constantes imposta pela legislação.

2.1.2. A Identificação da Imparidade de Um Bem Activo

Com a entrada em vigor do Sistema de Normalização Contabilística, o conceito de


imparidade começou a fazer parte do quotidiano da maioria das empresas portuguesas. O
termo contabilístico imparidade provém da tradução da palavra anglo-saxónica “impairment”
cuja tradução literária significa deterioração. De acordo com Martins (2010), a imparidade
surge como um instrumento para modificar o valor do ativo, após a mensuração inicial, com a
finalidade de mostrar da melhor forma o benefício provável a obter no futuro a partir dele. O
conceito de imparidade pode ser definido como “qualidade do que é desigual, díspar.

A imparidade é a redução do valor contabilístico de um certo ativo, de forma a demonstrar


uma perda potencial ou efetiva do seu valor, que poderá ser parcial ou total, ou seja,
reduzindo o valor do ativo a zero. Uma entidade deve avaliar em cada data de relato se há
qualquer indicação de que um activo possa estar com imparidade. Se existir qualquer
indicação, a entidade deve estimar a quantia recuperável do activo (ALMEIDA, 2009).

As perdas por imparidade podem incidir sobre todo o tipo de ativos: não só ativos fixos
tangíveis e intangíveis, como também ativos não correntes detidos para venda, investimentos
financeiros, propriedades de investimento, inventários e até mesmo dívidas a receber. Por
exemplo, quando há uma dívida antiga a receber por parte de um cliente que deixa de
comprar, sendo expectável o incumprimento pela quebra da relação comercial, ou ocorre a

25
insolvência de um cliente com faturas antigas por pagar, considera-se uma perda por
imparidade (ALMEIDA, 2009).

Uma entidade, quando avalia estas indicações, deve tomar por base indicadores internos e
externos. No que diz respeito a indicadores internos ou fontes internas de informação, deve-
se ter em conta as seguintes:

 Existência de evidência de obsolescência ou dano físico do activo;


 Ocorreram no período alterações significativas com efeitos adversos na entidade, ou
vão ocorrer num período próximo, na forma como o activo está ou se espera que
venha ser utilizado;
 Existência de evidência nos relatórios internos que indica que o desempenho
económico de um activo é, ou será, pior do que esperado.
Já no que se refere aos indicadores externos ou fontes externas de informação, há que ter em
conta os seguintes aspectos:

 Durante o período, o valor de mercado de um activo diminui significativamente mais


do que o esperado, em resultado da passagem do tempo ou do uso normal;
 Ocorreram, durante o período, ou irão ocorrer no futuro próximo; alterações
significativas na entidade, como consequência do ambiente tecnológico, de mercado,
económica ou legal, em que a entidade opera ou no mercado em que o activo está
agregado;
 As taxas de juro de mercado ou outras taxas de mercado de retorno de investimentos
aumentaram durante o período e esses aumentos provavelmente afectaram a taxa de
desconto usada no cálculo do valor de uso do activo e diminuirão materialmente a
quantia recuperável do activo;
 A quantia escriturada dos activos líquidos da entidade é superior a sua capitalização
de mercado.

Assim, se houver uma indicação de que um activo possa estar em imparidade, isto pode
indicar que a vida útil remanescente, o método de depreciação (amortização) ou o valor
residual do activo, precisam ser revisto e ajustado de acordo com a norma aplicável ao activo,
mesmo que não seja reconhecido qualquer perda por imparidade relativo a esse activo
(Gomes et al, 2011).

26
2.2. Bens Públicos e Sua Natureza

Os bens públicos estão inseridos em um regime jurídico que os tornam inalienáveis,


impenhoráveis, imprescritíveis e não sujeitos à honorabilidade. Tal regime encontra
fundamento na indisponibilidade do interesse público e, também, na supremacia do interesse
público frente aos interesses dos particulares e engloba toda classe de bens públicos
(MEIRELLES, 2009).

Os bens públicos não admitem a honorabilidade que é a possibilidade de deixar algo como
garantia em caso de inadimplemento de uma obrigação. A impossibilidade de oneração dos
bens públicos das entidades estatais, autárquicas e fundacionais advêm de sua
inalienabilidade e impenhorabilidade (CARVALHO, 2007).

De acordo com Meirelles (2009), o patrimônio público é formado por bens de toda natureza
que representam interesse para a Administração Pública e comunidade administrada. Neste
contexto pode se destacar diferentes tipos de bens de acordo com a sua natureza.

Os bens de uso comum são aqueles abertos à utilização de toda coletividade, tais como as
praças e as ruas, os quais necessitam de proteção diferenciada, pois são necessários e úteis,
não podendo ser fruídos de maneira privativa (JUSTEN, 2011).

De acordo com Torres et al (2003), os bens de uso comum são bens inalienáveis, não
suscetíveis de contabilização, não inventariados e, assim, não geram acréscimos patrimoniais.
A proteção destes bens é dever de todos e abrange um aspecto que transcende o presente,
servindo de garantia para que as próximas gerações tenham um ambiente saudável.

Já os bens de uso especial ou administrativos são aqueles destinados à realização de uma


finalidade de interesse público, sendo considerados instrumentos de execução dos serviços,
tais como os veículos, os edifícios e outras serventias. Sua utilização geralmente é
condicionada ao cumprimento de regras ou consentimento estatal (CARVALHO, 2012).

Os bens dominicais são aqueles que não possuem uma destinação pública definida e, assim,
podem ser utilizados pela Administração com o objetivo de geração de renda ou outra
finalidade de interesse público. São exemplos, os imóveis em desuso e os bens móveis
inservíveis em um depósito (ROSA, 2011).

27
De acordo com Di Pietro (2011), os bens dominicais são administrados através de um regime
que se aproxima ao do regime jurídico privado e comportam uma função patrimonial ou de
natureza financeira, porque se destinam a assegurar rendas ao Estado, diferentemente dos
outros bens públicos, cuja finalidade é o atendimento do interesse público.

São indisponíveis os bens que não ostentam um caráter meramente patrimonial, não podendo
assim, ser alienados, onerados e desvirtuados de suas finalidades. Os bens de uso comum são
considerados indisponíveis enquanto mantiverem essa destinação (CARVALHO, 2012).

Quando os bens são suscetíveis à valorização pecuniária e continuam indisponíveis em razão


de sua afetação a uma finalidade pública são denominados bens patrimoniais indisponíveis.
Tal classificação engloba os bens de uso especial (CARVALHO, 2012).

Desta maneira, os bens patrimoniais podem ser chamados de disponíveis quando não estão
afetados a uma finalidade pública, mesmo apresentando um caráter patrimonial. Em tal
classificação se encerram os bens dominicais (CARVALHO, 2012).

2.3. Controle Patrimonial


Segundo Fayol (1950), a administração é uma atividade comum a todos os empreendimentos
humanos (família, negócios, governo), que inclui uma parte de planeamento, organização,
comando, coordenação e controlo, sendo este último componente definido como uma ação a
realizar de acordo com os planos e ordens.

Para Costa et al (1996) o controlo incumbe-se da verificação da autenticidade e regularidade


das despesas públicas, bem como da eficiência de funcionamento dos serviços, visando
impedir os desperdícios. Acresce que o controlo deve ser inserido e interiorizado na gestão
como uma atividade comum e não ser visto como uma atuação policial de fiscalização de erro
e fraude.

O controle patrimonial é uma das funções da administração de recursos patrimoniais, o qual


compreende uma sequência de atividades que iniciam com a aquisição e terminam com a
retirada ou alienação do bem do patrimônio. Para tanto, são executados procedimentos
administrativos que permitem a realização material da atividade e procedimentos contábeis
que proporcionam uma visão quantitativa de um determinado patrimônio (SANTOS, 2010).

É necessário ressaltar que a administração de recursos patrimoniais não possui o mesmo


sentido que a administração de recursos materiais, embora guardem muitas semelhanças. Esta

28
tem foco nos insumos destinados ao suprimento das atividades produtivas, sua aquisição, seu
recebimento, seu transporte interno, seu acondicionamento, seu transporte durante a fase
produtiva e, também, a destinação do produto já acabado ao consumidor final. Aquela trata
daquilo que compõem o capital, o ativo permanente imobilizado e o patrimônio das
organizações (MARTINS, 2010).

De acordo com Torres et al (2003) toda organização deve possuir em sua estrutura
administrativa uma unidade ou departamento responsável pelo controle do patrimônio, onde:

Geralmente os aspectos físicos são administrados por uma área da empresa, e o contábil por
outra. Por exemplo, o patrimônio físico é gerenciado levando-se em consideração algumas
tarefas como: distribuição, emissão de termos de responsabilidade, guarda, recolhimento e
redistribuição dos bens, baixa, alienação, realização de inventários. Já do ponto de vista da
contabilidade são realizados alguns tipos de análises, registros patrimoniais, correções
monetárias, cálculos de depreciação e amortização do ativo fixo (SANTOS, 2010).

Em relação aos setores responsáveis pelo controle do patrimônio, na esfera pública, a


atividade geralmente encontra-se relacionada a uma coordenação de material e patrimônio,
departamento de serviços gerais ou ainda uma divisão que engloba compras, almoxarifado e
patrimônio (SANTOS, 2012).

Cabe ao controle patrimonial a função administrativa de disponibilizar informações


fidedignas sobre os ativos de uma organização, permitindo a convergência entre as
informações contábeis e a situação patrimonial real, servindo como um centro de informações
que registra os eventos relacionados a um bem, fornecendo bases para as decisões futuras
(TORRES et al, 2003).

As organizações públicas também podem ser beneficiadas por doações de pessoas físicas ou
jurídicas, as quais transferem espontaneamente um bem do seu patrimônio para a fazenda
pública. Em qualquer caso as doações dependem de lei que disponha acerca das condições
para sua efetivação e de prévia avaliação do bem a ser doado (MEIRELLES, 2006).

Outra maneira de ingresso de bens é a permuta, que consiste na transferência recíproca de um


bem em contrapartida do recebimento de outro. Neste caso, pressupõe-se a igualdade de valor
entre os bens permutáveis, sendo admissível a troca de coisas de valores desiguais com
reposição em dinheiro do valor faltante. De qualquer maneira é necessária a autorização legal
e a avaliação dos bens a serem trocados (MEIRELLES, 2006).

29
Os bens são adquiridos para atender uma determinada finalidade, a qual, uma vez atendida,
torna desnecessários os recursos patrimoniais alocados e, consequentemente, os mesmos
passam a ser subutilizados, mesmo estando em perfeito estado de conservação. Caso estejam
em bom estado de conservação e exista interesse por outros setores, poderão ser
redistribuídos (SANTOS, 2012).

Os bens também podem se tornar obsoletos quando superados pelos avanços tecnológicos,
danificados pelo uso, antieconômicos quando sua manutenção ensejar custos que superam os
benefícios de sua utilização e, por fim, quando os danos existentes tornam os bens
irrecuperáveis (SANTOS, 2012).

O princípio da legalidade impõe ao gestor público o fiel atendimento à lei e regulamentações,


permitindo-lhe fazer tão somente tudo aquilo o que a lei prescreve. A impessoalidade regula
que as ações públicas devem ser efetivadas sem subjetividade em seus critérios de avaliação,
colocando os interesses sociais a que serve a instituição acima dos interesses pessoais
(MEIRELLES, 2012).

2.3.1. A Gestão de Bens e a Realização do Inventário

Para que seja atingido de forma eficiente o controle dos bens das entidades públicas, se faz
necessário a utilização de algumas ferramentas de monitoramento dos mesmos, como o
cadastramento, a identificação física, o termo de responsabilidade e de movimentação deste
bem, além do inventário.
Segundo Santos (2012) a boa gestão do patrimônio inicia-se com a conscientização de todos
os colaboradores, sobre a importância de um controle eficiente dos bens integrantes do ativo
imobilizado que representam ferramentas indispensáveis na manutenção das atividades da
organização. Da mesma maneira, a gestão para ser eficiente deve ser pautada em normas e
procedimentos que definam condutas sobre aquisição, entrada, registro, identificação e
responsabilidade pela carga dos bens.

Sobre o controle de Bens Móveis, Franchini et al. (2004) ensinam, que tem importância
primordial o controle interno das adições e retiradas. As medidas tomadas na intenção de
garantir a salvaguarda física e a segurança das unidades podem ser tão importantes quanto o
próprio controle das quantias investidas.

Segundo Oliveira et al (2002), a etapa de cadastramento refere-se ao registro do bem


patrimonial, através da especificação de suas características físicas e financeiras, bem como a

30
sua localização para posterior avaliação, através do preenchimento da ficha cadastral que tem
por finalidade documentar a incorporação do bem ao acervo patrimonial da entidade, sendo
que os custos com este controle não podem superar seus benefícios.

É nessa etapa de cadastramento, segundo Pozo (2001), que ocorre o processo de classificação
e codificação, o qual objetiva através da formulação de uma sequência numérica padrão,
identificar todos os bens da empresa, passando-se a ter um registro do histórico deste.

Isso também é complementado por Oliveira et al (2002), o qual informa que estes bens só
podem ser cadastrados e codificados somente uma vez e seu código não pode ser usado para
outro bem, sendo identificados através da fixação de plaquetas contendo o número
identificador do bem, que podem ser de diversos materiais conforme a necessidade do bem.

Uma ferramenta que facilita muito o processo de conferência e inventários é a utilização de


códigos de barra nas plaquetas de identificação, uma vez que permitem a utilização de
leitores óticos de dados que aceleram e descomplicam o trabalho do gestor patrimonial.

Oliveira e Silveira (2002) apontam que o controle de movimentação dos bens das
administrações públicas deve ocorrer por meio da edição de termos de movimentação onde
sejam oficializadas tais operações, devendo o responsável anterior e futuro conferir os dados
do bem transferido a fim de serem resguardadas as responsabilidades de danos causados ao
erário.

Essa Instrução Normativa ressalta a responsabilidade sobre o patrimônio e que a


responsabilidade sobre o bem é compartilhada entre o setor e o órgão e o controle deve ser
um controle efetivo da organização, e que o recurso público deve ser bem empregado em
conformidade com a legislação.

A importância da informação para as organizações é universalmente aceita, constituindo-se se


não o mais importante, pelo menos um dos recursos cuja gestão e aproveitamento estão
diretamente relacionados com o sucesso desejado. A gestão efetiva de uma organização
requer a percepção objetiva e precisa dos valores da informação e do sistema de informação
(MORESI, 2000).

As organizações devem saber identificar as características que tornam uma informação


valiosa, sem essa percepção as mesmas podem tomar decisões inconvenientes baseadas em
informações imprecisas e incompletas, causando grandes prejuízos. O mesmo autor define

31
seis características que possui uma informação valiosa: exatidão, oportunidade,
acessibilidade, envolvimento, aplicabilidade e escassez.

2.3.2. O Inventário

Por fim, com o intuito de garantir o controle dos bens público, Piscitelli et al. (2002) definem
o inventário como a discriminação organizada e analítica de todos os bens (permanentes ou
de consumo) e valores de um patrimônio, num determinado momento, visando atender uma
finalidade específica. Além disso, o inventário também pode ser utilizado para subsidiar as
tomadas de contas indicando saldos existentes, detectar irregularidades e providenciar as
medidas cabíveis.

Outra importante ferramenta na gestão dos bens é a realização de inventários que, de acordo
com Santos (2012), é a discriminação organizada e analítica dos bens e valores integrantes de
um patrimônio num determinado momento, objetivando atender uma finalidade determinada.
É realizado inventário na Administração Pública para fins de controle e preservação do
patrimônio público passíveis de registros contábeis. Para isso, faz-se necessário elaborar o
inventário físico, de forma analítica, dos bens móveis, que permite:

 O levantamento da situação dos equipamentos e material permanente em uso e suas


necessidades de manutenção e reparos;
 A verificação sobre a utilidade ou necessidade do bem na unidade;
 A atualização dos registros e controles contábeis e extra contábeis.
De acordo com a referida instrução normativa os inventários físicos são classificados em:
 Anual: destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens patrimoniais do acervo
de cada unidade gestora, existente em 31 de dezembro de cada exercício;
 Inicial: realizado quando de criação de uma unidade gestora, para identificação e
registro dos bens sob sua responsabilidade;
 De transferência de responsabilidade: realizado quando da mudança do dirigente de
uma unidade gestora;
 De extinção ou transformação: realizado quando da extinção ou transformação da
unidade gestora;
 Eventual: realizado em qualquer época, por iniciativa do dirigente da unidade gestora
ou por iniciativa do órgão fiscalizador.

32
Na concepção de Neves (2009), a prática adotada no âmbito da Administração Pública, até a
presente data, tem sido a da nomeação de servidores para a constituição de Comissões de
Inventário Anuais de Almoxarifado e de Bens Móveis e Imóveis, entretanto deve-se
reconhecer que essa praxe tem se mostrado bastante crítica e ineficiente, porquanto acaba por
ocupar servidores públicos para a realização de atos que, por especialíssimos, via de regra
não são do domínio dos mesmos.

Os inventários na Administração Pública devem ser levantados não apenas por uma questão
de rotina ou de disposição legal, mas também como medida de controle, tendo em vista que
os bens nele dispostos não pertencem a uma pessoa física, mas ao Estado, e precisam estar
resguardados quanto a quaisquer danos, com o objetivo de apurar a responsabilidade dos
agentes sob cuja guarda se encontram determinados bens.

O Processo de inventário pode ser dividido em três etapas, que são o levantamento (onde
ocorre a identificação das características, agrupamento conforme as mesmas e a contagem
das unidades componentes), o arrolamento (registro das características e quantidades
determinadas pelo levantamento) e pôr fim a avaliação (a qual o bem é medido em unidade
de valor). (OLIVEIRA et al, 2002).

A eficiência é a culminância de boas práticas dos agentes públicos que no desenvolvimento


de suas atividades fazem bom uso dos recursos públicos, com planejamento e
acompanhamento de resultados. Assim, esses princípios se complementam para a condução
da boa gestão pública (MEIRELLES, 2012).

2.3.3. Conservação e Recuperação dos Bens

É obrigação de todos a quem tenha sido confiado material para guarda ou uso, zelar pela sua
boa conservação e diligenciar no sentido de recuperação daquele que se avariar. Segundo
Martins et al (2007) uma vez implantada uma instalação ou instalado um equipamento, é
preciso administrá-lo da melhor forma possível, pois são fatores de produção e portanto,
devem contribuir para o resultado operacional da empresa.

A manutenção de instalações fabris, edifícios industriais, comerciais e mesmo residenciais


assume papel cada dia mais importante para os administradores. A vida útil de uma
instalação, isto é, o tempo em que mantém sua capacidade produtiva ou exerce as funções
que dela se espera, depende essencialmente de como é operada e mantida. Uma boa
manutenção prolonga a vida útil de um bem, administrar a manutenção de ativos é uma das

33
formas de gerenciar recursos patrimoniais. Uma vez projetada, comprada e implantada a
instalação, toda a atenção deve voltar-se a sua operação e manutenção. Os aspectos
operacionais das instalações são peculiares a cada uma delas em particular, porém a
manutenção é guiada por princípios e métodos praticamente universais, aplicados em
qualquer instalação (MARTINS et al, 2007)

2.3.4. Cessão e Alienação


Após a realização do inventário, normalmente o anual, a comissão poderá detectar que alguns
bens não estão sendo utilizados pela unidade, podendo ter outra destinação (cessão ou
alienação), visando um melhor aproveitamento dos mesmos (CARVALHO, 2007).

A Alienação representa a operação que transfere o direito de propriedade do material,


classificado como: ocioso; recuperável; antieconômico e irrecuperável, mediante, venda,
permuta ou doação. Verificada a inconveniência ou a impossibilidade do material
irrecuperável ser alienado, a autoridade competente determinará sua baixa patrimonial, e sua
inutilização ou abandono mediante, Termo de Inutilização ou de Justificativa de Abandono.
(CARVALHO, 2007).

Segundo Santos (2012) de acordo com os regimentos ou normas internas de cada Instituição
um processo de alienação, seja qual for sua modalidade, deverá tramitar pelas áreas jurídicas,
auditoria ou controles internos, para emissão de pareceres quanto ao embasamento legal,
situação físico/contábil dos bens. É importante observar que de acordo com a Legislação
vigente, deverão ser constituídas Comissões Especiais para essa finalidade.

2.4. Importância do Controlo dos Bens na Contabilidade Pública

O controlo dos bens do Estado na Contabilidade Pública é a pedra basilar necessária para
colmatar diversos problemas, nas áreas económica, financeira e político-social, que qualquer
país enfrenta em toda a sua governação. A contabilidade é respeitada como um dos
instrumentos de trabalho para uma boa gestão e proteção da integridade patrimonial, sendo,
por isso, considerada indispensável a qualquer sector organizacional, de forma a assegurar
eficácia na prossecução dos objetivos de interesse público (Monteiro, 2000).

Segundo Marques (2000), apud Monteiro (2000), a elaboração do inventário serve como
alavanca ao sistema contabilístico e de controlo em qualquer estrutura organizacional. O
conhecimento da composição do património de uma entidade pública é fundamental para a
aplicação da nova prática contabilística a que as entidades públicas passaram a estar sujeitas.”

34
A Contabilidade Pública é tão importante quanto a contabilidade que é aplicada nas empresas
privadas. Ela não deve limitar-se tão somente a prestar contas aos cofres públicos, através de
dispositivos legais e constitucionais, mas buscar transparência nos demonstrativos
financeiros. Isso permitiria que todos os cidadãos pudessem compreender as ações dos
governantes e fazer uma análise crítica verificando, assim a atuação dos vários órgãos no que
diz respeito à subtração de parte do patrimônio público por meio de tributos (Monteiro,
2000).

A Contabilidade Pública, no exercício de suas funções, tem que ser um instrumento de


alcance e manutenção dos interesses públicos, os quais devem estar sempre voltados ao
atendimento à sociedade. A Contabilidade Pública é um instrumento que proporciona à
Administração Pública as informações e controles necessários à melhor condução dos
negócios públicos. Ela deve abastecer de informações todo o processo de planejamento,
orçamento (elaboração, estudo e aprovação, execução e avaliação dos resultados), controle e
o processo de divulgação da gestão realizada.

A contabilidade pública opera como um sistema integrador dos registros orçamentários,


econômicos, financeiros e patrimoniais, com o objetivo de evidenciar todas as
movimentações com vistas à prestação de contas que todo o agente público deve apresentar,
pelo menos, ao final de cada exercício. Para isso aplica os princípios de contabilidade
geralmente aceitos e as normas específicas para as organizações públicas (Monteiro, 2000).

2.5. Importância de Sistema de Informação Gerencial

O instrumento de tecnologia da informação e comunicação utilizado por uma parte


significativa das organizações públicas para o controle de seus bens são os sistemas de
informações gerenciais. Tal instrumento de tecnologia tem o potencial de abrir caminho para
que essas organizações se tornem mais eficazes para, dessa forma, adquirirem nivelamento
operacional semelhante ao eficiente controle logístico utilizado pelas organizações privadas.

É impossível pensar na administração moderna, e particularmente na administração pública,


sem associá-la ao uso de sistemas de informação automatizados e da tecnologia da
informação como recursos indispensáveis. É facilmente, percebido a disseminação
irreversível e progressiva, dia a dia, da tecnologia da informação e utilização dos sistemas de
informação automatizados em todos os níveis da administração pública (SILVA, et all, 2004)

35
Os sistemas de informação, segundo Cintra et al (2012), são a concretização da adesão de
órgãos públicos ao processo de informatização devido à necessidade de modernização. Este
autor também afirma que a presença dos sistemas de informações nas organizações tem se
intensificado nos últimos tempos, independente do setor e porte destas.

Os sistemas de informações são instrumentos de controle cujo principal objetivo é tornar o


comando de todas as atividades da organização gerenciáveis de forma simultânea. Esse
“totum visus” gerencial ou “poder de visão sobre tudo” é o principal instrumento de trabalho
do administrador, seja ele de organização privada ou pública. Mais especificamente; o gestor
se utiliza de um sistema de informação para tomar decisões, sendo que, no pensamento de
Souza e Saccol (2012), este sistema se corporifica através da adoção de tecnologias da
informação e comunicação que utilizam processamento de dados eletrônico, e o principal
meio tem sido o Sistema Integrado de Gestão (SIG).

Segundo Oliveira (2007) SIG é processo de transformação de dados em informações que são
utilizadas pela estrutura decisória da empresa, proporcionando, a sustentação administrativa
para optimizar os resultados. Vários são os benefícios de aplicação do SIG em empresas
públicas tais como, a redução dos custos de operações, melhoria na estrutura de poder,
melhor interação com os clientes.
Segundo Rezende e Abreu (2006), na prática não existe uma classificação rígida, o que
permite aos autores e principalmente às empresas classificar seus sistemas em diversas
maneiras, sendo que genericamente os sistemas de informação podem ser classificados em:
 Sistema do nível operacional realiza o processamento de operações e transações
rotineiras quotidianas, controlam os dados detalhados das operações das funções
empresariais imprescindível ao funcionamento harmônico da empresa;
 Sistema do nível gerencial trabalha com os dados agrupados, das operações das
funções empresariais da empresa, permitindo a tomada de decisão;
 Sistema do nível estratégico realiza o processamento de grupos de dados das
operações operacionais, transformando-os em informações estratégicas.

36
2.6. Quadro Legal

De acordo com Decreto n.º 42/2018 de 24 de julho segundo a qual, havendo necessidade de
dotar os órgãos e instituições do Estado de um instrumento jurídico de gestão eficaz do
património do Estado, o governo de Moçambique, aprova o Regulamento do Património do
Estado em anexo, que é parte integrante do presente Decreto (RPE, 2018).

O presente Regulamento estabelece um sistema uniforme e harmonizado de normas e


procedimentos sobre a gestão, fiscalização, utilização e conservação do património do
Estado, nos seus domínios público e privado, bem como dos bens do património cultural na
posse do Estado (RPE, 2017 Artigo 1).

O presente Regulamento aplica-se a todos os órgãos e instituições do Estado, incluindo as


autarquias locais, empresas do Estado, institutos e fundos públicos dotados de autonomia
administrativa, financeira e patrimonial e as representações do País no exterior (RPE, 2017
Artigo 2).

2.5.1. Registo e Identificação do património do Estado

Todo o património do Estado sujeito a registo é inscrito nas respectivas conservatórias em


nome deste, pelo Ministério que superintende a área das Finanças e, os pertencentes às
autarquias locais, empresas do Estado, institutos e fundos públicos dotados de autonomia
administrativa, financeira e patrimonial, pelos respectivos órgãos (RPE, Artigo 11).

O património do Estado deve ser identificado mediante afixação de etiquetas, chapas ou


placas, contendo o número do tombo, cadastro ou do inventário e a expressão
“PATRIMÓNIO DO ESTADO”, sempre que aplicável e conforme os casos (RPE, Artigo
12).

Podem ser adoptadas outras formas de identificação do património do Estado, quando


autorizadas por Despacho do Ministro que superintende a área das Finanças, mediante
proposta devidamente fundamentada da Unidade de Supervisão do Subsistema do Património
do Estado (RPE, Artigo 12).

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Os registos contabilísticos dos bens patrimoniais de cada órgão ou instituição do Estado
devem ser evidenciados no e-SISTAFE das respectivas Unidades Gestoras Executoras (RPE,
Artigo 12).

2.6.2. Abates e Venda de Bens


2.6.2.1. Motivos de abate

De acordo com o RPE, Artigo 44 (2007), constituem motivos de abate de bens do património
do Estado, os seguintes:

a) Transferência;
b) Incapacidade;
c) Ociosidade;
d) Substituição;
e) Furto;
f) Outros legalmente previstos.
Compete à Unidade Gestora Executora do Subsistema do Património do Estado propor,
fundamentadamente, o abate de bens do património do Estado, devendo tal proposta indicar o
motivo do abate, e anexar o respectivo auto indicando: (RPE, Artigo 45)

a) Designação, número do Tombo, Cadastro ou Inventário, valor e ano de aquisição ou


construção, estado de conservação e o valor líquido do bem a abater;
b) Valor comercial aproximado ou interesse histórico, artístico ou de curiosidade;
c) Informação sobre a necessidade de substituição do bem julgado incapaz; e
d) Informação sobre a substituição do bem.

Sempre que o motivo de abate seja incapacidade, do auto do abate deve constar a informação
sobre se a mesma foi verificada e confirmada pela Comissão, tratando-se de imóveis,
máquinas, ferramentas, material de transporte ou eléctrico ou instrumentos de precisão (RPE,
Artigo 45).
A incapacidade referida no número anterior pode resultar de um dos seguintes factos:
a) Não ser necessário ao serviço ou sector a que está afecto;
b) Por se terem alterado as formas ou o sistema de trabalho por evolução da técnica ou
razão semelhante;
c) Avaria em serviço, cuja reparação exceda 50% do seu valor líquido;
d) Defeito de construção que não permita a sua utilização;

38
Inutilizado por acidente, uso intensivo ou outras razões.

2.6.2.2. Processo de abate de bens

Os bens do Estado só podem ser abatidos do respectivo inventário, cadastro ou tombo, depois
de obtida a autorização competente. A transferência de bens patrimoniais dum sector para outro
é autorizada pelo Ministro de tutela, ouvida a Unidade de Supervisão do Subsistema do
Património do Estado, quando ocorra a nível central, e pelo Governador Provincial, ouvida a
Unidade Intermédia do Subsistema do Património do Estado, quando ocorra a nível
Provincial. (RPE Artigo 45, 2007)

A alienação e/ou abate de imóveis cedidos pelo Estado, que integrem o património das
autarquias locais, empresas do Estado, institutos e fundos públicos dotados de autonomia
administrativa, financeira e patrimonial carece de autorização prévia dos Ministros que
superintendem as áreas das Finanças e das Obras Públicas. (RPE, Artigo 50)

2.6.3. Destino de bens abatidos


No artigo 53 do RPE (2007), descreve-se que, os bens abatidos por incapacidade podem ser
destinados a:
a) Venda;
b) Troca ou Permuta;
c) Destruição.
Quando os bens abatidos se destinem a venda, a proposta, auto de abate e demais documentos
a eles inerentes devem ser entregues à Unidade de Supervisão ou Intermédia do Subsistema
do Património do Estado. Excepcionalmente, os bens abatidos podem continuar sob a
responsabilidade dos órgãos ou instituições a que estão afectos, desde que a Unidade de
Supervisão ou Intermédia do Subsistema do Património do Estado o considere conveniente.
(RPE, Artigo 53)

Quando haja vantagens para o Estado, os bens abatidos podem ser utilizados para
aproveitamento de partes para uso autónomo ou para reparação de bens do mesmo tipo,
obtida a concordância do Ministério que superintende a área das Finanças ou do Governador
Provincial, conforme o caso, mediante parecer da Unidade de Supervisão ou Intermédia do
Subsistema do Património do Estado, respectivamente (RPE, Artigo 53).

39
CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

Neste capítulo apresenta-se a reflexão dos dados, faz-se necessariamente uma análise
profunda, através da formulação de um juízo crítico, observando sua relevância e
contribuição dado com o tema abordado na pesquisa em estudo.

Para Severino (2000) “a leitura analítica metodologicamente realizada é instrumento


adequado e eficaz para o amadurecimento intelectual”. É o momento da apropriação do
conhecimento pela compreensão objetiva da mensagem transmitida pelo autor e captada pelo
leitor na dedução mental do tema. É explorar as ideias necessárias expostas, associá-las com
outras ideias semelhantes, conduzindo a uma reflexão do leitor.

3.1. Definição de um Imobilizado Corpóreas em Instituições Publicas

Na minha opinião, é fundamental que os gestores públicos ou funcionários das organizações


públicas apresentem conhecimentos dos bens considerados imobilizados corpóreas nas suas
instituições, de modo a conseguir distinguir um bem do outro. Segundo Martins et al, (2009):

É considerado ativo imobilizado ou recurso patrimonial todo bem de natureza relativamente


permanente, mantido na organização com a finalidade de produzir bens ou serviços e não estar
destinado a venda. Os bens móveis e imóveis por transmitirem a ideia de poder gerar produtos
e serviços e, portando, produzir riquezas, são muitas vezes considerados como sinônimos de
recursos. Assim, um automóvel, classificado como bem móvel pode ser utilizado na prestação
de um serviço com valor econômico, e como tal é um recurso (MARTINS et al. 2009).

Na matéria da contabilidade, Almeida e Barros (2009), relatam que os activos fixos ou activo
imobilizado de uma organização é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à
custeio das suas atividades, sendo caracterizados por apresentar-se na forma tangível
(edifícios, máquinas, computadores, impressoras, bens móveis, etc.). São portanto, bens que a
empresa não tem intenção de vender a curto prazo ou que dificilmente podem ser convertidos
imediatamente em dinheiro. Têm, um caráter de permanência, sendo chamados bens
patrimoniais.

Com tudo, esses bens devem estar em uso e devem ser utilizados na operação da empresa,
isto é, são os bens necessários para a empresa exercer suas atividades. Por essa parte da
definição, já podemos identificar que os bens públicos adquiridos na organização com
objetivos de venda ou doação por exemplo não devem ser classificadas como ativo
imobilizado ou imobilizados corpóreas, isto é, se a empresa adquiriu um computador para uso
próprio, por exemplo, para ser utilizado a recepção é um ativo imobilizado pois é necessário

40
para a manutenção da atividade da empresa, mas se a empresa adquiriu o mesmo computador
com o objetivo de revender ou doar, esse não deve ser classificado como imobilizado
corpóreas.

3.2. O Controlo e Gestão dos Imobilizado Corpóreas em Instituições Publicas

Tendo em conta que os imobilizados corpóreas são considerados bens ativos adquiridos pelas
instituições ou organizações pulicas para uso permanente, no sentido de facilitar ou fortalecer
as atividades das instituições, com objetivos de fazer chegar as suas actividades de forma
eficiente e eficaz, surge a necessidade de existir um controle gerencial desses bens.

De acordo com Santos (2010), toda organização deve possuir em sua estrutura administrativa
uma unidade ou departamento responsável pelo controle do patrimônio, onde:

Geralmente os aspectos físicos são administrados por uma área da empresa, e o contábil por
outra. Por exemplo, o patrimônio físico é gerenciado levando-se em consideração algumas
tarefas como: distribuição, emissão de termos de responsabilidade, guarda, recolhimento e
redistribuição dos bens, alienação, realização de inventários, etc. Já do ponto de vista da
contabilidade são realizados alguns tipos de análises, registros patrimoniais, correções
monetárias, cálculos de depreciação e amortização do ativo fixo (SANTOS, 2010).

Para Pozo (2007), controlar os bens nas organizações não se restringe apenas à evidenciar os
bens e atribuir-lhes o devido valor, há também a questão de saber sua vida útil, seu estado de
conservação, sua possível manutenção ou substituição. Um controle adequado permite a
organização conduzir suas atividades sem que haja imprevistos, por falta ou quebra dos bens.

O segundo a legislação em Moçambique o RPE, Artigo 12 e 13, recomenda que:


 O património do Estado deve ser identificado mediante afixação de etiquetas, chapas
ou placas, contendo o número do tombo, cadastro ou do inventário e a expressão
“Património do Estado”, sempre que aplicável e conforme os casos.
 Podem ser adoptadas outras formas de identificação do património do Estado, quando
autorizadas por Despacho do Ministro que superintende a área das Finanças, mediante
proposta devidamente fundamentada da Unidade de Supervisão do Subsistema do
Património do Estado.
 Os registos contabilísticos dos bens patrimoniais de cada órgão ou instituição do
Estado devem ser evidenciados no e-SISTAFE das respectivas Unidades Gestoras
Executoras.
É de salientar que para uma boa gestão dos bens, inicia-se com a conscientização de todos os
colaboradores da organização, sobre a importância de um controle eficiente dos bens

41
integrantes do ativo imobilizado, que representam ferramentas indispensáveis na manutenção
das atividades da organização. Da mesma maneira, a gestão para ser eficiente deve pautar por
normas, ferramentas e procedimentos que definam condutas sobre aquisição, entrada,
registro, identificação e responsabilidade pelo encargo dos bens.

Outra importante ferramenta na gestão de ativos imobilizados é a realização de inventários


que, de acordo com Dias (2006), é a discriminação organizada e analítica dos bens e valores
integrantes de um patrimônio num determinado momento, objetivando atender uma
finalidade determinada.

Cabe ao controle e gestão dos bens, a função administrativa de disponibilizar informações


fidedignas sobre os ativos de uma organização, permitindo a convergência entre as
informações contábeis e a situação patrimonial real, servindo como um centro de informações
que registra os eventos relacionados a um bem, fornecendo bases para as decisões futuras
(TORRES et al, 2003).

3.3. Depreciação ou Incapacidade dos Imobilizados Corpóreas

Avaliando que a melhoria das práticas contabilísticas sucedidas do processo de convergência,


porém, para o essencial de gestão do imobilizados corpóreas, os bens públicos devem ser
devidamente reconhecidos por todas as instituições públicas, e seus valores sistematicamente
ajustados sempre que se fizer necessário.

A contabilização da depreciação ou incapacidade de bens móveis e imóveis no setor público é


um dos requisitos para a implementação de um sistema de custos no setor público (Falcão,
2010).

Bezerra et all, 2012, afirma que:

A depreciação implantada no patrimônio das organizações da administração pública


possibilitará que se conheça o valor real dos bens, de maneira que o gestor tenha parâmetros
para a tomada de decisão. O enfoque gerencial que a informação contábil ganha valoriza o
profissional da Contabilidade e torna a contabilidade patrimonial relevante para o
aprimoramento e desenvolvimento das ações de governo, servindo para a instrumentalização
dos sistemas de custos no âmbito do setor público e fomento ao controle social (BEZERRA et
all, 2012).

Em Moçambique o tratamento sobre a depreciação ou incapacidade dos bens patrimoniais é


apresentado no RPE de Decreto no 42/2018 de 24 de julho, segundo a qual o artigo 76 e 77
afirma-se: A incapacidade dos bens do Estado é identificada pelo responsável do sector do

42
patrimônio da Unidade Gestora do Subsistema do Patrimônio do Estado, da qual deve constar
as informações exigidas para o efeito. Em cada órgão ou instituição do Estado deve ser
constituída, por despacho de entidade competente, uma Comissão de Verificação de
Incapacidade de Bens Patrimoniais integrado no mínimo de 3 e um máximo de 5
funcionários, dos quais 1 presidirá. Compete a CVIB, avaliar os bens julgados incapazes,
devendo elaborar o auto na qual conste: (RPE, 2018)

a) Designação do bem;
b) Número de tombo, cadastro ou número de identificação patrimonial;
c) Estado de conservação;
d) Ano de aquisição;
e) Valor de aquisição;
f) O valor comercial aproximado do bem a abater;
g) Destino a dar;
h) Interesse histórico ou artístico.

A análise da depreciação pode ser útil para os gestores de patrimônio, assim como, para a
administração dos órgãos públicos, visualizarem os itens imobilizados que mais se desgastam
com o tempo e os que sofrem maior obsolescência, pois esses gestores podem implementar
um melhor planejamento de gestão patrimonial, aplicando uma política de substituição e
leilão de inservíveis, gerenciando assim o patrimônio de forma mais eficaz (POZO, 2007).

3.4. Processo de Abate de Bens nas Instituições Publicas

O processo de abate de bens, trata-se da retirada de bens ao imobilizado, por motivos que
devem fundamentar-se, originando variações patrimoniais que dependem do motivo do abate
(destruição, roubo ou furto, alienação, doação ou outro).

Segundo o Decreto no 42/2018 de 24 de julho vigente no estado Moçambicano, o abate


consiste no acto administrativo de retirar do inventario ou cadastro de um órgão ou instituição
de Estado, definidos um determinado bem e determinar o seu destino.

A depreciação ou a incapacidade do activo imobilizado, poderia ser a causa principal e


fundamental para submeter determinados bens das instituições públicas no processo de abate,
pelo factos de apresentarem múltiplas razões que definem a redução do seu valor na
organização e por encontrar-se no estado obsoleto.

43
A luz do Decreto no 42/2018 de 24 de julho, os bens do estado podem ser abatidos por
seguintes motivos, artigo 79:

1. Constituem motivos de abate de bens do patrimônio do Estado, todos bens que


apresentam a incapacidade e a ociosidade (bens que não são utilizados durante um
período de três meses consecutivos e relativamente aos quais não esteja prevista a sua
utilização nos três meses seguintes).
2. O abate de bens patrimoniais do Estado também pode resultar do furto ou roubo
provado perante instituições da administração da justiça, pelo funcionário ou agente
do Estado que detinha a posse ou guarda do referido bem, ou outras formas
legalmente previstas, (RPE, 2018).

3.5. Critérios Utilizados para o Processos de Abate de Bens

Os procedimentos utilizados na gestão do processo de abate de bens nas organizações


públicas podem variar, mais a forma mais correta na execução destes processos é seguir as
recomendações vigentes no RPE, de modo a executar o processo com eficiência e com as
margens de erros bem reduzida, no sentido de obstruir as implicações que advém
futuramente.

Nestas situações o Decreto no 42/2018 de 24 de julho no artigo 80, assegura que:

1. A proposta de abete de bens do Estado, devidamente fundamentada, deve ser


apresentada pela Unidade Gestora Executada do Subsistema do Patrimônio do Estado,
da qual conste o motivo de abate e o auto referido na comissão de verificação de
incapacidade dos bens, de acordo com o RPE.
2. A proposta de abete deve ainda conter a informação se a incapacidade resulta dos
seguintes factos:
a) Avaria cuja a reparação exceda cinquenta por cento do seu valor de aquisição;
b) Defeito de construção ou fabrico que não permite a sua utilização;
c) Inutilidade por acidente, uso intensivo ou outras razoes;
d) Evolução tecnológicas que impossibilita a utilização do equipamento, se for
ocaso.
De um modo geral, a gestão dos bens abatido nas instituições públicas ou outras organizações
podem tomar diversos destinos de acordo com as decisões das equipes reguladoras do

44
processo, podendo ser destruídos, vendidos, doados, etc, desde que estes bens sejam retirados
do estabelecimento da organização.

O Decreto no 42/2018 de 24 de julho no artigo 85, refere que: os bens abatidos destinam-se a
venda; troca ou permuta; transferência e destruição.

3.6. Impacto do Processo de Abates de Bens

Tendo em conta que os bens submetidos ao processo de abate têm vários destinos, que
termina por retirada de bens na organização, pode-se tornar importantes o requerimento de
política de economia e de substituição de bens e, até mesmo, da contratação de seguros para
as instituições públicas.

Se faz necessário que as administrações públicas pratiquem os actos de conservação,


propiciando que o bem não sofram deterioração, sob pena de lesão ao patrimônio público,
assim como utilização e conservação do patrimônio independente de autorização especial e lei
autorizadora e licitação para contrato respectivo para a alienação, oneração e aquisição de
bens. Meirelles (2008, p. 312).

Nesta situação é imprescindível a consciencialização e racionalização de ideias por parte dos


gestores, durante a classificação e controlo de bens do activo imobilizados a ser abatido pela
organização, sob pena de não cometer falhas durante o processo.

Conforme Araújo et al (2009), os bens do actvo imobilizados estão sujeitos à reavaliação e


depreciação, conforme as técnicas aplicáveis, assim como gastos com reparos, conservação e
substituição de partes ou peças que aumentam a vida útil do bem devem ser ativadas, desde
que seus valores sejam relevantes.

Segundo os artigos 85 e 87 do Decreto no 42/2018 de 24 de julho, em casos de existências de


vantagens para o estado, os bens abatidos podem ser utilizados para aproveitamento de
partes, para uso autônomo ou para reparação de bens do mesmo tipo. Por razão de interesse
público, devidamente fundamentados e mediante despacho do Ministro que superintende a
área das finanças, pode ser autorizada a alienação de bens em processo de abate a título
gratuito as instituições de sociedade ou outras que revelem significados interesse para o
benefício social.

O produto da venda de bens abatidos constitui receita do Estado, devendo ser entregue na
respectiva Direção da Área Fiscal, com a exceção das autarquias locas e empresas públicas
que o detém como receita própria (RPE, 2018).
45
46
CAPITULO IV: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO

4.1. Conclusão

De acordo com os procedimentos utilizados na realização da pesquisa e perante as apreciações


bibliográficas de alguns autores que relatam sobre a temática em estudo, percebeu-se que o
imobilizado corpóreas corresponde a um conjunto de bens tangíveis que são aplicações de capital de
médio e longo prazo em ativos corpóreos, são por exemplo, terrenos, edifícios e equipamentos que
estão relacionados com exercício da atividade da organização. Estes não se destinam a ser vendidos
no decurso normal das operações da empresa, quer sejam da sua propriedade, quer estejam em regime
de locação financeira.

Para impedir os desperdícios por incapacidade ou depreciação dos imobilizados corpóreas, o


INAS delegação de Mocuba, adoptou políticas de controlo de gestão para verificação da
autenticidade, inventario e regularidade das despesas públicas, bem como da eficiência de
funcionamento dos serviços.

Conclui-se também que por motivos de depreciação ou desvalorização, assim como


incapacidade dos bens e outros requisitos apresentados por lei ou pela instituição de tutela, os
bens do INAS delegação de Mocuba são submetidos ao processo de abete, através de venda,
troca ou permuta, até mesmo a destruição do mesmo, com objetivo de retirar esses bens das
organizações.

De igual modo entende-se que um processo de abete de bens, com políticas de gestão
eficiente nas instituições públicas, proporciona a restauração de bens, possibilita as
organizações a realização das suas atividades com efeitos e obstáculos reduzidos,
promovendo a dinâmicas sócias, econômicas culturas e políticas, gerando benefícios de bem
servir entre a empresa e comunidade para qual presta os serviços públicos.

O processo de abate de bens do activo imobilizado ou patrimônios em empresas do sector


público, não ocorrem de forma arbitraria, seguem normas sobescritas nas instituições de
tutela e na legislação, em Moçambique estas normas estão previstas no Regulamento do
Patrimônio de Estado, apresentadas anteriormente no Decreto n o 23/2007 de 9 de Agosto e
actualizada para o Decreto no 42/2018 de 24 de Julho, e o INAS delegação de Mocuba não se
isola destes procedimentos.

47
4.2. Recomendação

Partindo de princípio que a Administração Pública observa em suas atividades os princípios


de planejamento, coordenação, descentralização de competências e controle dos recursos
patrimoniais ou ativos imobilizados que integram nas organizações, funcionam como
diretrizes superiores do sistema, objetivando a correção de graves distorções que impedem o
efetivo exercício da cidadania. De acordo com os objectivos da pesquisa e a observância dos
dados compilados apresenta-se as seguintes recomendações:

 Na gestão dos recursos patrimoniais as organizações públicas devem seguir a


legislação pertinente que orienta e disciplina os controles contábeis e extracontábeis,
procedimentos necessários para o gerenciamento desses recursos.
 Torna-se necessários que os intervenientes das administrações públicas apresentem
conhecimentos que distinguem os imobilizados corpóreas e importância de
permanecia desses bens na instituição, de modo a praticar actos de conservação,
propiciando que o bem não sofram deterioração, sob pena de lesão ao patrimônio
público e a interferência negativa do contributo deste bem, nos serviços prestados.
 Para uma boa verificação e avaliação de depreciação ou incapacidade dos bens para
submeter ao processo de abate deve iniciar-se com o historial do activo imobilizado
registado no inventario, formas a conhecer a realidade e o respectivo valor na
organização.
 Na boa administração pública, a gestão do processo de abate de bens deve constituir
uma realidade, um instrumento fundamental para o exercício das funções públicas,
depende do cumprimento das normas e princípios que regem a instituição e RPE em
Moçambique, de modo a manter o funcionamento da empresa e a prestação de
serviços para a comunidade.

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