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Clima da África

Por João Marcelo Vela

Mestrado em Geografia (UFSC, 2015)

Graduação em Geografia (UFSC, 2012)

Categorias: África, Clima

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A África possui sete diferentes formações climáticas, através das quais podemos perceber a influência
de diferentes fatores como a latitude, relevo, correntes marítimas e zonas de alta e baixa pressão. A
latitude determina o nível de insolação. O relevo influencia a temperatura – quanto maior a altitude,
mais frio é – e pode impedir que a umidade se dissipe ou que chegue em algumas regiões. As correntes
marítimas causam um efeito parecido com o relevo, impedindo que a umidade chegue a uma
determinada área, ou então fornecendo mais umidade. As zonas de pressão alteram os ventos, podendo
tornar um lugar árido ou úmido, repelindo ou atraindo a umidade para determinada localidade.

Pequenas porções do norte e do sul da África são dominadas por climas subtropicais. Encontramos o
clima mediterrâneo de verão quente no norte do Marrocos, Argélia e Tunísia, e também em uma
pequena porção ao norte da Líbia e sul da África do Sul. Esse clima é resultado de uma combinação de
correntes marítimas frias e zonas de alta pressão, que formam verões quentes, com médias em torno de
27°C, e secos, com precipitação inferior a 100mm. Os invernos são brandos, com médias acima de 10°C,
e úmidos, com precipitação máxima em torno de 750mm. O clima subtropical úmido de invernos secos é
encontrado no leste da África do Sul e se caracteriza pelo comportamento de monções, onde os ventos
úmidos sopram em direção à terra no verão, e ventos secos impedem a chegada da umidade no inverno.
O litoral leste da África do Sul apresenta o clima marítimo da costa oeste, com verões e invernos
brandos e chuvas bem distribuídas durante o ano.

Os climas secos dominam grande parte do norte da África, indo do Oceano Atlântico ao Oceano Índico, e
uma porção considerável ao sul. O clima desértico tropical e subtropical quente é detectado no norte e
sudoeste do continente, no Saara e Kalahari/Namíbia, respectivamente. As temperaturas são altíssimas
durante o dia, chegando a 50°C, e frias durante a noite, alcançando temperaturas negativas. A média
anual de precipitação não passa dos 300mm. A pouca precipitação e a amplitude térmica diária devem-
se à baixa umidade encontrada nesses locais. O deserto do Saara está localizado abaixo de uma zona de
alta pressão subtropical, que impede a umidade de se aproximar. A região do Kalahari/Namíbia sofre a
influência de uma corrente marítima fria, que faz com que a umidade condense antes de adentrar o
continente. O clima de estepe (semiárido) subtropical quente se apresenta nas periferias desses
desertos, com verões secos de temperaturas altas, e invernos úmidos e brandos.

A região central africana se mantém sob influência dos climas tropicais. O clima tropical de monções
ocorre em uma pequena parte do litoral oeste da África, com uma estação seca e outra chuvosa, e
temperaturas altas. Essa formação climática sofre com as variações de zonas de alta pressão e da zona
de convergência intertropical (ZCIT). Quando a ZCIT age, há uma grande quantidade de precipitação. O
clima de floresta tropical pluvial também é encontrado no centro do continente, onde observamos um
alto índice pluviométrico e temperaturas altas e constantes durante todo o ano. O clima de savana
tropical domina o centro africano, com seus verões chuvosos, influência da ZCIT, invernos secos, alta
pressão subtropical, e temperaturas com pouca variação durante o ano (médias de 27°C).

O clima de montanha pode ser encontrado nas partes mais elevadas da África, como o planalto da
Etiópia e os montes Mitumba. A altitude mantém o clima com baixas temperaturas e precipitação,
devido à falta de condensação. A precipitação ocorre, portanto, principalmente em forma de neve.

Fontes:

CHRISTOPHERSON, Robert W. Geossistemas: Uma introdução a. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
Francisco Mendonça

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