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Predominam no relevo africano terrenos de formação geológica antiga, já bastante desgastados pela erosão.
Ao longo do continente, proliferam extensos planaltos cristalinos intercalados por bacias sedimentares de
origem mais recente, presentes nas raras planícies africanas. O continente pode ser dividido em três grandes
paisagens geográficas:
PLANALTO SETENTRIONAL
Bordejando o Planalto Setentrional, temos a Planície Costeira Setentrional: constituída de terras agricultáveis e
onde se situa a Cadeia Montanhosa dos Atlas, de formação geológica recente (Era Cenozóica), que se
prolonga do litoral noroeste do Marrocos até a Tunísia.
PLANALTO CENTRO-MERIDIONAL
Com altitude média mais alta do que o Planalto Setentrional, a região, de formação geológica antiga (Era
Primária), abrange as porções centro oeste e sul da África.
Apesar de altitudes médias relativamente elevadas, o Planalto Centro-Meridional apresenta duas importantes
depressões: Bacia do Congo e o Deserto de Kalahari.
PLANALTO ORIENTAL
Região de origem vulcânica com altitudes bastante elevadas, aí estão presentes grandes depressões ou
fossas tectônicas que deram origem a extensos lagos interiores: Tanganica, Vitória e Niassa.
Depressão mais profunda - Asal, localizada no Djibuti (153m abaixo do nível do mar).
A grande característica topográfica do Planalto Oriental é o Vale “Great Rift, uma enorme falha geológica que
atravessa a área de norte a sul.
HIDROGRAFIA
Se levarmos em conta a sua extensão, o continente africano apresenta uma hidrografia modesta, em razão
principalmente da predominância de climas secos. Os rios africanos são pouco navegáveis, o que se explica
pelo relevo planáltico, responsável por inúmeras quedas d’água. Por essa razão, a África detém cerca de 40%
do potencial hidrelétrico do planeta, ainda pouco aproveitado em função dos subdesenvolvimento econômico
que caracteriza o continente.
OS PRINCIPAIS RIOS
Rio Nilo -principal rio africano e o terceiro do mundo em extensão (6670 km). Nasce no Lago Vitória (África
Equatorial) com nome de Nilo Branco. No Sudão, encontra-se com o Nilo Azul que nasce no Planalto da
Etiópia. A partir daí, sob a denominação única de Nilo e após atravessar toda a porção norte do continente,
desemboca no Mar Mediterrâneo, onde forma um delta de cerca de 20.000 km2
Rio Congo -nasce no sul do ex-Zaire, percorre 4400 km da região equatorial do continente, desembocando no
Oceano Atlântico. Trata-se do segundo maior rio do mundo em volume d’água, com vazão inferior somente ao
do Amazonas.
Rio Níger -nasce no sul do Saara e, após percorrer 4200 km, desemboca no Golfo da Guiné.
OS PRINCIPAIS LAGOS
Localização e origem -situados na porção oriental do continente e gerados por movimentos tectônicos: o
Vitória (o terceiro maior lago do mundo e maior da África, com 70.000 km2de área); o Tanganica (o segundo
maior lago africano com 31.900km2) e o Niassa (com 26.000km2).
CLIMA
Os principais fatores na determinação e condicionamento dos climas africanos são:
BAIXAS LATITUDES -80% do território do continente situa-se no interior da zona intertropical, com médias
térmicas atuais acima de 20º C. A temperatura só se torna mais amena nas extremidades norte e sul,
localizadas em áreas temperadas, e também nos cumes sempre gelados das cadeias montanhosas.
TROPICALIDADE -que afeta o regime de chuvas. Nas zonas equatoriais, lugares de convergência dos ventos
alísios, há grandes precipitações pluviométricas ao longo do ano: exemplo disso é a região de Onitsha
(Nigéria) com 3.600mm de chuva anuais. Na zona intertropical, que no norte ou no sul, a pluviosidade é nula, o
que explica a presença dos desertos do Saara e Kalahari. A cidade do Cairo, capital da República Árabe do
Egito e situada no Saara, apresenta como taxa pluviométrica 32mm anuais. Já nas zonas intermediárias, de
clima tropical, ocorrem chuvas de verão e secas no inverno, como por exemplo em Kaolack, cidade do Senegal
onde chove 538mm anuais.
CORRENTES MARÍTIMAS -a corrente quente de Agulhas causa chuvas intensas na costa oriental e na Ilha de
Madagáscar; a de Benguela, fria, é responsável pela aridez do litoral da costa ocidental, onde se localiza o
deserto da Namíbia; a corrente fria das Canárias, provoca a aridez das ilhas e do litoral noroeste.
“O Saara é um deserto pela simples razão de lá ocorrerem pouquíssimas chuvas. Situa-se no cinturão
desértico que circula o globo, aproximadamente entre 15 e 35 graus ao norte do Equador, onde os ventos
típicos e a enorme distância dos oceanos deixam a atmosfera quase sem umidade. No deserto, 70 a 100
milímetros de precipitação anual é chuva generosa. As regiões centrais recebem muito menos, e grande parte
do Saara passa mais de um ano sem uma boa chuva. Algumas regiões são extraordinariamente secas:
Kharga, no deserto egípcio, ficou uma vez dezessete anos sem chuva de verdade. Quando a chuva finalmente
cai, em geral é em forma de tempestades violentas, que deixam os pastores nômades curvados debaixo do
albatroz ensopado, e às vezes espalham a ruína em cidades de oásis feitas de tijolos de barro.
A inclemência do clima é agravada pelos extremos de frio e calor. O Saara nem sempre é quente. Durante o
inverno, nas montanhas e nosergsdo norte são comuns as geadas, e muitas vezes tive de descongelar a água
do cantil para fazer café da manha. No entanto, durante uma parte do ano o Saara é quente de verdade. As
temperaturas à sombra – quando se encontra uma sombra - , sobem a mais de 50 graus centígrados. A
superfície da areia e das rochas fica ainda mais quente, e já se registraram temperaturas de mais de 80 graus
na areia. O ressecamento, o calor e o vento constante combinam-se para evaporar grande parte da chuva que
efetivamente cai no deserto.”
(SWIFT, Jeremy et alii.O Saara.Rio de Janeiro, Cidade Cultural. S/d. Col. As regiões selvagens do mundo/Time-
Life Livros)
O SAHEL
Em árabe, a expressão sahel designa “margem” ou “orla”. No continente africano, o termo é usado para
nomear as regiões semi-áridas, que são transições entre os desertos e os solos mais férteis. Essa imensa
faixa de terra, que se localiza nos países situados ao sul do Saara, prolonga-se, no sentido leste-oeste, desde a
Etiópia até o Senegal. Aí, o índice pluviométrico anual é bastante baixo (em torno de 150mm anuais), as secas
são prolongadas e ocorre uma expansão da área desértica calculada em torno de 3 a 5 km por ano.
Por conseguinte, há fome permanente pois a agricultura não atende sequer às necessidades de consumo
alimentar mínimo de sua população, cujas condições de vida são, a cada dia que passa, mais dramáticas.
VEGETAÇÃO
No continente africano, o clima condiciona totalmente a paisagem botânica, que acompanha exatamente as
faixas climáticas do centro para o norte e para o sul.
A PAISAGEM BOTÂNICA
ÁREA CENTRAL DO CONTINENTE -floresta equatorial com clima quente e chuvoso ao longo de todo o ano,
apresentando um panorama de vegetação densa, heterogênea e com predomínio de árvores latifoliadas.
ÁREAS QUE CIRCUNDAM O CENTRO DO CONTINENTE -as florestas tropicais, nas regiões mais secas do norte
e do sul, dão lugar às savanas, onde, em meio a uma formação contínua de gramíneas, predominam árvores
menores e mais espaçadas.
NA ORLA DOS DESERTOS (CLIMA SEMI-ÁRIDO) -estepes compostas de herbáceas e esparsos arbustos.
NOS DESERTOS- a rara vegetação é composta de xerófitas (cactáceas e bromeliácias). Nessa área, a
vegetação é mais luxuriante nos oásis irrigados por lençóis subterrâneos.
EXTREMIDADES NORTE E SUL DO CONTINENTE -vegetação do tipo mediterrâneo, composta por florestas de
pinheiros e carvalhos. Nessa região, ocorrem os “maquis”: pequenos arbustos que se misturam às xerófitas.