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Factores explicativos:

A – Latitude

a) A norte mais pluvioso, situado a uma maior latitude, é mais vezes


afectado, no Inverno, pelas perturbações frontais.
b) O sul é mais seco dado que é menos vezes afectado pelas
perturbações frontais, mesmo no inverno. Por outro lado, é mais
frequentemente influenciado por ar tropical continental, oriundo do
norte de África.

B - Altitude

A precipitação é mais elevada nas terras altas próximas do litoral,


principalmente, nas encostas expostas aos ventos marítimos.

Nas vastas planuras situadas a sul do Tejo a precipitação é muito mais


escassa.

Concluímos então que os maiores quantitativos de precipitação ocorrem


nos locais de maior altitude e de maior exposição aos ventos marítimos.

C – Disposição do relevo

Noroeste de Portugal Peninsular com elevadas precipitações e o nordeste


com precipitações reduzidas. As linhas de relevo que se situam entre
aquelas duas áreas são sensivelmente paralelas à linha de costa –
montanhas concordantes – e constituem uma autêntica barreira de
condensação. Os ventos húmidos do Atlântico são “forçados” a ascender
as encostas voltadas ao mar, originando aí precipitação abundante. Os
ventos depois de atravessarem esta barreira, continuam o seu percurso
para leste mas muito menos húmidos, pois perderam grande parte da sua
humidade na transposição das montanhas. Por outro lado, o vento ao
descender as vertentes orientais aquece, chegando assim ao Médio e Alto
Vale do douro muito mais quente e seco.
No centro do país a Cordilheira Central, disposta obliquamente à linha de
costa – relevo discordante – permite a fácil penetração dos ventos
húmidos.

D – Proximidade / afastamento do mar

Nas regiões litorais ocorrem, tendencialmente maiores quantitativos de


precipitação devido á maior influência dos ventos húmidos; nas regiões do
interior mais afastadas da influência marítimas, os quantitativos são
menores. Este efeito do afastamento do mar está bastante atenuado em
Portugal dado que a distância litoral-interior raramente é superior a 200
km.

O clima de Portugal
Amplitude térmica = temp. Máxima – temp. Mínima

No continente:

Embora com características do clima temperado mediterrâneo a marcar


todo o continente a influência atlântica no norte-litoral, continental, no
interior e da altitude nas áreas de montanha criam diversidade climática.

Assim, podemos considerar em Portugal continental os seguintes


conjuntos climáticos:

1º Clima temperado mediterrâneo de influência atlântica – no norte litoral


(Noroeste desde Viana do Castelo até Leiria).

 Temperaturas médias amenas ao longo do ano.


 Verões mais frescos e invernos amenos.
 Fraca amplitude térmica anual (normalmente inferior a 10ºC.)
 Precipitação abundante ao longo de todo o ano, sobretudo no
Outono e Inverno.
 Dois meses secos.
2º Clima temperado mediterrâneo de influência continental – no norte
interior (nordeste desde Bragança passando pela Guarda).

 Temperaturas relativamente baixas no Inverno e elevadas no


Verão.
 Elevada amplitude térmica anual.
 Verões muito quentes e invernos muito frios.
 Precipitação fraca.
 3/4 meses secos.

3º Clima temperado mediterrâneo (sul e centro litoral do país).

 Temperaturas médias suaves no inverno e elevadas no Verão.


 Baixa amplitude térmica anual.
 Verões quentes, longos e secos.
 Invernos suaves e curtos.
 Precipitação irregular e fraca.
 Estação seca entre 4/6 meses.

Nesta região existem diferenciações:

 Litoral ocidental – com temperaturas mais amenas e maior


humidade.
 Interior alentejano – mais quente e seco.
 Litoral algarvio – com características mediterrâneas mais
acentuadas.

4º Clima de altitude – relevos montanhosos ( Ex: SERRA DA ESTRELA).

 Verão fresco e húmido, e Inverno muito rigoroso.


 Amplitude térmica anual é relativamente alta.
 Precipitação elevada ao longo do ano e no inverno
frequentemente sob a forma de neve.

Nas regiões autónomas:

Nos Açores – a maior influência do oceano faz com que apresente


características mais próximas do clima temperado marítimo.
Assim, as características do clima dos Açores são:

 Temperaturas médias amenas ao longo de todo o ano.


 A amplitude térmica anual é muito fraca.
 Precipitação abundante sobretudo no Outono e no Inverno.
 Estação seca nunca superior a 2 meses e só nas ilhas mais
orientais.

Na Madeira – situada a uma latitude mais baixa, o clima é


predominantemente temperado mediterrâneo, existindo uma
diferenciação climática significativa:

 Na vertente norte da ilha – os ventos húmidos do Atlântico


tornam a precipitação mais elevada.
 Na vertente sul da ilha – mais abrigada dos ventos do Atlântico e
exposta a ventos vindos do Norte de África, é mais quente e
seca.
 A ilha de Porto Santo – de relevo quase plano, apresenta
temperaturas mais elevadas, precipitações fracas e uma estação
seca mais prolongada.

Conclusão:

Uma característica do clima português: Período seco estival.

A característica mediterrânea que mais se evidencia em todo o território


continental e na maioria das ilhas do território insular é a existência do
período seco estival. – Conjunto de meses secos desde o final da
Primavera ao início do Outono.

O período seco estival, provocado pela irregularidade na distribuição


anual da precipitação tem uma grande influência nas reservas hídricas
tanto superficiais como subterrâneas.

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