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Setembro/Outubro 2010

ANO 1 - N°4
R$ 9,80

Gastronomia e Turismo

Sabores do
Santa Tereza
e região

Chef do Mês
Dona Lucinha

Natal
Pólo turístico e
gastronômico do nordeste

Comida
Festivais: Piacatuba
e Tiradentes movimentam Indígena
a gastronomia em Minas Oca dos Tapuias
>>Expediente..........

Pág. 32
Nossa capa:
Gastronomia e Turismo
Oca dos Tapuias e
a culinária indígena

Foto: Luiz Rocha

Diretora Executiva:
Miriam Cerutti
miriam.cerutti@gmail.com >> Índice............................
Diretor Comercial:
Edgard Simões Costa 8 Salameria Itália:
tradição italiana no
34 Marketing para
gastronomia,
edgard@minasgourmet.com.br
interior de Minas por Sérgio Frota
Jornalistas:
Bárbara Albuquerque (11.064/MG) 12 Natal: a cidade do sol 36 Segurança alimentar,
Paula Cerutti (11.477/MG) por Adriana Lara
Diagramação: 14 Restaurante
Bernardo Mascarenhas
Camarões
42 Cachaçatur: a rota da
cachaça em BH
Designer gráfico:
Marco Gandini
18 Baru: saudável
e revigorante
44 Alambique
Mineiro
Butiquim
Comercial:
Rodrigo Castelo
20 8º Festival de Viola
e Gastronomia de
rodrigo@minasgourmet.com.br Piacatuba 48 Araxá e seus sabores
Assinatura:
Tel.: 31-3372-7494 24 Hotel Minas Tower:
referência de 52 Clube da
contato@minasgourmet.com.br Cozinha de Araxá
hospedagem em
Colaboradores: Leopoldina
Adelaide Engler, Rita de Cássia Ribeiro, Rodrigo 58 13º Festival
de Tiradentes
Castelo, Rosilene Campolina, Regina Queiroga,
Laurent Prous, Lúcia Palhano, Matusalém
30 Sabores do
Santa Tereza e região
Gonzaga, Luiz Rocha
Editorial:
Bárbara Albuquerque
>> Seções..........................
Tiragem:
10.000 exemplares
6 Carta do Leitor 41 Matusalém

Periodicidade: 10 Lúcia Palhano 47 Sabores do Mundo


Bimestral
22 Roteiro Gastronômico
Impressão:
TCS Soluções Gráficas e Editora Ltda.
54 Chef a Chef

Editora: 26 Adelaide Engler


Rara Publicidade
56 Cozinha Francesa

Rua Pedra Bonita, 1079 - Alto Barroca 28 Chef do Mês. Nesta


edição: Dona Lucinha
Tel.: 31-3372-7494
60 Acontece
na gastronomia
www.minasgourmet.com.br 37 Encontrei por aí...
38 Cozinha Saudável 62 Dicas de Cozinha

4 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 5
>> Editorial...................................................................................

Tradicionalmente exótica
Em tudo que se lê sobre a gastronomia, relacionadas a ela Exóticas para uns ou tradicionais para outros,
estão culturas e tradições. Isso porque a comida que vai à representaremos a cozinha e a cultura em matérias que
mesa traz junto toda a história de quem a serve, remete abordam a comida indígena, francesa, italiana, coreana,
à sua cultura e vivência. Sendo na cozinha mineira ou potiguar e, porque não, a mineira. Peixe, camarão, pato,
na potiguar, o que se come de cada uma é aquilo que se javali, coelho, salames e pão de queijo são alguns dos sabores
vive naquele lugar, representado nos sabores e sensações das próximas páginas. Vamos aproveitar a diversidade que
daquele prato. Nesta edição você vai viajar por paladares a gastronomia pode nos apresentar. Não há limites para a
de várias culturas. boa mesa!
Bárbara Albuquerque - Jornalista responsável

>> Carta do Leitor.........................................................................


Sou formada em gastronomia e atualmente sou professora artigos e abordagens e é bom saber que a gastronomia de
de um curso técnico em gastronomia. A revista é muito Minas tem agora um veículo que fala por ela.
útil como fonte de informações para os estudantes e
Leonardo Almeida
profissionais da àrea. Gostaria de sugerir uma matéria
sobre o crescente interesse dos adolescentes pela Representante de produtos para cozinhas industriais
gastronomia.
Elinete Gourmet
Parabéns pela revista, que ocupa um nicho muito
Consultora Gastronômica importante no mercado. Em algumas bancas a edição
de junho já se esgotou. Como faço para conseguir um
exemplar. É possível ser assinante?
Gostaria de elogiar a Revista Minas Gourmet. As matérias
são de excelente qualidade e bastante diversificadas, além Paulo Roberto
de conter artigos de renomados chefs Publicitário
Júlia Polcaro
Fisioterapeuta Conheci a Minas Gourmet na Feira do Food Service
Technobar. Depois da Feira, comprei a revista na banca
e pude ver que vocês estão melhorando a cada número.
Quero parabenizar toda a equipe da Revista Minas Porém, sinto falta de uma seção com dicas de literatura
Gourmet. Sou leitora desde a 1ª edição e é visível o quanto especializada para gastronomia e nutrição. Fica minha dica
a revista vem melhorando a cada edição. para a próxima edição.
Meire Marques da Paixão Verônica
Auxiliar Administrativo Estudante de nutrição

Quero parabenizar a equipe da Minas Gourmet pelo


grande trabalho. A Revista está excelente, com ótimos

6 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 7
Por Bárbara Albuquerque Fotos: Luiz Rocha e divulgação

Cultura italiana
no paladar de todos
>> Salumerias tipicamente italianas trazem o verdadeiro embutido, com qualidade e refinamento diferenciados

O salame – cujo nome deriva do latim medieval SALUMEN, ao alto custo ou dificuldade para acesso. Porém, hoje, além
ou seja, o melhor das coisas temperadas – representa de encontrarmos produtos seletos em supermercados,
uma das mais antigas formas de conservação da carne. podemos contar com embutidos produzidos aqui mesmo,
Extraído das boas carnes, revela múltiplas expressões da na nossa terra, mas com toda a qualidade e mãos da Itália.
tradição milenar que, hoje, transforma a conservação
do alimento em iguarias com paladares surpreendentes. A Salameria Itália é uma das marcas que nos proporciona
Tradicionalmente, o produto era elaborado nos períodos o sabor e a magia dos embutidos da Itália. Comandada
mais frios do ano, quando os suínos eram abatidos. Parte pelo Italiano Enzo Tramontana, e situada em Itaúna,
das carnes era para o consumo imediato, outra parte era interior de Minas, a Salameria surgiu com o propósito de
conservada sob a forma de copa, pancetta, toucinho, entre reviver a tradição da sua família e sua terra. “Vim para o
outras variações. Brasil para trabalhar em uma empresa automobilística.
Em determinado momento, senti a necessidade de reviver
Antes não tão encontrados nas prateleiras brasileiras, minhas raízes, minha tradição. Comecei, então, a produzir
os embutidos tipicamente italianos têm conquistado embutidos, como eram feitos por minha família. Montei
o gosto e o espaço nas mesas de muitos a cada dia. uma pequena estrutura e comecei a pequena produção.
Expostos anteriormente apenas em casas especializadas, Hoje, usamos cerca de 200 quilos de carne por semana
os embutidos especiais, como a copa, acabavam sendo (que reduzem muito, ao serem maturadas). A produção é
direcionados a um grupo seleto de apreciadores, devido pequena, pois prezamos a qualidade e a exclusividade dos
nossos produtos”, diz.

Salames, copas, zampone, cotechino ou panceta. São mais


de 10 tipos de embutidos, entre cozidos e maturados.
Muitas das variedades produzidas na Salameria Itália são,
ainda, pouco conhecidas entre a maioria dos consumidores,
o que torna os produtos ainda mais exclusivos. Seguindo
a mais antiga tradição italiana da família Tramontana, a
Salameria Itália tem uma produção minuciosa.

Com elaboração simples, porém minuciosa, os salames são


produzidos, em sua maioria, da carne e toucinho suíno,
adicionando sal, pimenta e outros temperos que definirão,
juntamente com o tempo e a forma de maturação, o
paladar, aroma e peculiaridade do produto. A mistura
obtida é, antes de ir para a câmara de maturação, ensacada
na própria tripa suína ou bovina.

>> Enzo Tramontana, proprietário da Salameria Itália

8 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


<< Alguns tipos de embutidos................................................................................................... >>

Salaminho: Produzido com pernil suíno,


livre de aparas, misturado a uma pequena
quantidade de toucinho e condimentos,
embutido em envoltório natural. O produto
é maturado por aproximadamente quatro
semanas, período em que perde em torno
de 35% de seu peso original, adquirindo
consistência, aroma e sabor característicos.

Pancetta: Produzida com a barriga suína


aparada, condimentada, enrolada e embutida
em envoltório natural, maturada por
aproximadamente 75 dias.

Cotechino: Produzido com carnes suínas


selecionadas livres de aparas, toucinho e pele
suína, moídas e condimentadas, embutido em
envoltório sintético. O produto é resfriado e
embalado. Deve ser cozido antes do consumo.

Papada Maturada: Papada suína com pele


selecionada, aparada, condimentada e
maturada por aproximadamente 60 dias.

Copa: Cabeça de lombo suína selecionada


e aparada, condimentada e embutida
em envoltório natural, maturada por
aproximadamente 60 dias.

Zampone: A mesma massa utilizada para


produção do cotechino, mas neste produto
é embutida artesanalmente no pele do pé
de porco, adquirindo apresentação especial.
Deve ser cozido antes do consumo.

Presunto cru: Produzido a partir do


pernil traseiro suíno, mantida a pele e
o pé. Condimentado e maturado por
aproximadamente 10 meses.

Salame cozido: Produzido com pernil suíno,


livre de aparas, misturado a uma pequena
quantidade de toucinhos e condimentos,
embutido em envoltório sintético. O produto
é cozido e posteriormente resfriado.

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 9


Fotos: Divulgação

>> Lúcia
>> Lúcia Palhano Palhano
Os aromas do vinho
Por Lúcia Palhano - Presidente da ABS Minas - Associação Brasileira de Sommeliers

Foi por causa do jasmim, que agora perfuma o meu


jardim, que resolvi falar sobre os aromas do vinho.
Lembro do enjoativo cheiro de dama da noite nos
jardins das casas, quando andávamos pela rua (isso
mesmo, andávamos pelas ruas, acredite), o cheiro
de chuva, a terra molhada, o cheiro de carvão, o
cheiro do esparadrapo, da acetona, dos assados
da minha infância, dos perfumes de cada pessoa..
Tem cheiro bom, tem cheiro ruim... Tem um cheiro
meio de enxofre que vem do nada e assola nossos
narizes. Nesta casa coligamos a alguma presença
ruim que passou. Os cheiros das nossas lembranças
estão sempre aliados a alguma situação e a uma
emoção. E com toda essa bagagem, que já faz
parte de nós - humanos, que temos o olfato muito
pouco desenvolvido em comparação aos outros
animais -, é que vamos tentar identificar os aromas
do vinho.
Temos capacidade de identificar cerca de 10
mil aromas diferentes, e só no vinho, já foram
identificados 1000. Nossa memória olfativa é
imprescindível na composição de nossa relação para o qual se descortina um novo universo, para eles tão
com o vinho, e, isso, torna-nos únicos. É impossível desconhecido, mesmo que eles tenham um olfato por vezes
identificarmos tílias, acácias e alcaçuz, se ainda não mais apurado que um dito conaisseur.
conhecemos estes aromas ao vivo nas plantas. Certo Se você não consegue identificar nada em um vinho,
que o Le Nez du Vin tratou de concentrar em frascos, tape o seu nariz, e tome novo gole. Sentiu a diferença?
a multiplicidade de aromas do vinho, mas a vivacidade O barato da história é exatamente este, a curiosidade e
da memória e o conhecimento in loco é que compõe e o não compromisso com o saber, com o medo de errar.
sintetiza a nossa peculiar capacidade. Inalando os aromas de um vinho, entramos em contato
Por isso a ABS MINAS inova, levando os seus alunos do com uma infinidade de substâncias voláteis que flutuam...
curso de Formação de Sommeliers ao Mercado Central, e, balançando a taça, estas substâncias se misturam
onde, com vinho nas taças, passeiam pelas bancas de ao oxigênio, se modificam revelando suas qualidades.
ervas, especiarias, flores e frutas, procuram comparar os Quanto mais intenso os aromas, quanto mais eles forem se
aromas dos vinhos com os aromas ali presentes, dando modificando a cada vez que inalamos, maior a sua riqueza
a mesma oportunidade para os vendedores do mercado, e complexidade.

10 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


Se você se abre para este universo, tudo o que sabe é revela denso e complexo, se modificando a cada minuto na
que nada sabe, sempre... Mas os enólogos pesquisaram e taça, sem perder a vivacidade. A novidade.
classificaram os aromas, de forma que, com o tempo, você E isso dá o que pensar: pois seremos completos quando,
passa a identificar e a dar-lhes o crédito. como o vinho genuíno e de qualidade, expressarmos nossa
São aromas primários ou varietais, os que são provenientes longevidade através de nossa vivacidade e espírito juvenil. É
da uva, florais, frutados, vegetais e minerais. Mas a o ministério de nossa talvez maior possibilidade de virtude.
tecnologia atual já corrige o “defeito” de um vinho pouco Esta história de aromas e classificações não podem ser
aromático, com a aplicação de preparados enzimáticos, a empecilhos para que você, na sua casa ou onde quiser,
partir de pesquisas com a Biotecnologia, conferindo maior resolva brincar de lembrar os cheiros da sua história,
aroma primário ao vinho. contidos na história de uma garrafa de vinho, até descobrir-
Os aromas secundários são o resultado do processo de lhe aos poucos a sua personalidade. Sem exigir nada de
fermentação e vinificação, não são, portanto, originários você que você não tenha. E vai se surpreender, sabendo-
da uva, são aromas de madeira e leveduras. Neste quesito, se muito mais amplo de conhecimentos aromáticos do que
entram as milionárias marcas e enólogos do mundo, supunha ser.
adequando e impondo o gosto às mídias mundiais. Há Num mundo onde o pedantismo não deve imperar, e sim
pouco tempo, os vinhos em contato por vezes excessivo uma descoberta de si mesmo através dos seus próprios
com o carvalho, que pode mascarar a sua falta de qualidade, sentidos, e real divulgação do vinho como saude, Aubert de
era a moda. Hoje, existe a tendência para o gosto de vinhos Villaine, proprietário de uma das vinícolas mais importantes
mais frutados, mais genuínos. do mundo, a Domaine de Romaneé-Conti, disse: “Não fico
Os aromas terciários são os quais, entendo eu, não surpreso que as pessoas não identifiquem estes aromas
se pode camuflar nem produzir em laboratórios das todos nos vinhos que compram. Eu mesmo não sou capaz
grandes empresas comerciais do vinho. São aqueles que de reconhecê-los. Aliás, acho muito aborrecido. Não estou
percebemos a partir do envelhecimento do vinho, quando interessado nisso, e sim na personalidade no vinho”.
o denominamos bouquet. Simplesmente através nossa personalidade, descobrimos a
A harmonia dos aromas só se alcança com o tempo. E personalidade dos vinhos que nos rodeiam. e com o tempo
somente os vinhos que tem qualidade são capazes de vamos ver se a complexidade do vinhos do Romaneé-Conti
transpor o que chamamos aroma para o bouquet, que se confirmam ou não o dito pelo seu proprietário.

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12 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010
Fotos: Marcos Pedrosa

>> Natal
Pólo Turístico e Gastronômico
Natal tem muito para se ver. E ainda mais para se viver. Não é à toa que a Cidade do Sol recebe mais de dois milhões de
turistas por ano. Aqui, na esquina do continente, o sol brilha forte o ano inteiro e os quilômetros de praias e belezas naturais
convidam você, todos os dias, a experimentar fortes emoções. Vem viver Natal.

A Cidade do Sol, conhecida por seus inúmeros atrativos se destaca também como pólo gastronômico, ao apresentar uma
culinária sofisticada e diversificada com sabores do mundo inteiro.

Onde comer:

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Restaurante Camarões
completa 21 anos com
responsabilidade social e humanização
>> Excelência nos serviços, qualidade dos produtos e principalmente a satisfação dos
clientes foram os pilares que tornaram o Camarões referência na cidade e no mundo

Hoje, o restaurante é o mais lembrado em Natal, risotos, além de saborosas e variadas saladas, petiscos e
tornando-se patrimônio gastronômico. Passam por ele sobremesas.
aproximadamente 40 mil pessoas mensalmente com origem
Com proposta gráfica inovadora assinada pela Designer
de diferentes países e, a maior parte, clientes antigos de
Márcia Kafenstok, o novo cardápio traz fotos de detalhes
Natal. Na visão da sócia gerente Vânia Bezerra, o segredo
da decoração do restaurante, que valoriza a cultura e
da longevidade e da qualidade é a aproximação com os
os artistas da cidade. “O novo cardápio foi pensado e
clientes e o trabalho de humanização com responsabilidade
experimentado com cuidado pela equipe do restaurante
social. “Temos um trabalho muito forte de humanização
junto com chefs de cozinha especialmente contratados
e principalmente de respeito em relação aos desejos
para sua elaboração”, ressaltou Vânia.
das pessoas que aqui chegam. Todos os funcionários são
treinados para ouvir, atender e principalmente receber as
Responsabilidade Social
sugestões e críticas”, contou Vânia com seu olhar de quem
enxerga longe. Junto a todas essas ações importantes e novidades, o
restaurante abraça ainda a responsabilidade social. Tem
Prova desse trabalho são os cursos de capacitação oferecidos
comprometimento com o meio ambiente, por meio de
para os funcionários e também a caixinha de sugestões lida
um trabalho importante de reciclagem, apóia diversas
diariamente. “Isso torna a proximidade maior e nos torna
instituições sociais e projetos culturais, sempre se antecipou
uma verdadeira família”, acrescentou Vânia. Outra história
às leis no que se refere à acessibilidade e foi o primeiro
curiosa é a inclusão de pratos a pedido dos clientes, o que
a lançar cardápio em Braille na cidade. Há alguns meses,
não é raro. Prova disso é a estréia de um prato vegetariano
alugou uma casa ao lado do restaurante especialmente
chamado Tagliatelle Vegan. Servido com porpeta de soja
para utilização dos funcionários nos momentos de descanso
e tagliatelle ao molho de tomate. Além dele, outros são
entre os turnos.
novidades no menu, que está de “cara nova”. O cardápio
conta agora com risotos de camarão, bacalhau, salmão e
lagosta e um cardápio infantil com escolhas entre peixe,
Novidades
strogonoff, espaguetinho e Filé Kids . O Camarões inaugurou recentemente a Sala Acari, exclusiva
para reuniões de negócios. Em local reservado no andar de
O restaurante oferece hoje trinta opções de pratos tendo
cima e climatizada, a sala é equipada com mesas para 25
como base o camarão, cinco opções de frutos do mar, cinco
pessoas, projetor multimídia, telão e wireless.
de lagosta, dez de peixe, oito de filé bovino e diversos

14 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


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16 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010
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Por Paula Cerutti - Fotos: Divulgação

Baru
Saborosa e saudável
Dona Suzana de Carvalho Marinho fabricava para consumo
próprio licores de vários sabores na cidade de Carmo do
Paranaíba. Com o passar do tempo, a receita chegou a Belo
Horizonte, pelas mãos de Dona Suzana, que transferiu o
ofício para os filhos.
Aos poucos a bebida foi sendo apreciada não só pela
família, mas por vizinhos e amigos. A partir daí nasce a ideia
da comercialização dos licores, para que outras pessoas
pudessem degustar este excelente produto. Para manter a
qualidade, a receita e o processo artesanal de fabricação
foram mantidos em segredo, surgindo assim a marca
Licores Marinnho.

Os licores são produzidos a partir de frutas selecionadas na


terra da família, cultivadas sem uso de agrotóxicos e com
adubação orgânica. A empresa também fabrica geléias,
compotas e condimentos.
O grande destaque da Licores Marinnho atualmente é a
produção de licores e castanhas de Baru. O Baru é uma fruta
do cerrado brasileiro, rica em vitaminas e nutrientes, além
de ser conhecida como Viagra do sertão, devido ao seu alto
valor energético. Além de saudáveis e revigorantes, o licor
e as castanhas de Baru são extremamente saborosos.

18 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


<< Curiosidades do Baru........................................................................................... >>

Nome Popular: cumbaru; cumaru; coco-feijão.

Nome Científico: Dipteryx alata Vog.

Família Botânica: Leguminosae – Papilionoideae.

Origem: Matas e Cerrados do Brasil Central.

Características da Planta: Árvore de até 25 m de altura com tronco


podendo atingir 70 cm de diâmetro. Copa densa e arredondada.
Folhas compostas por 6 a 12 folíolos de coloração verde-intensa.
Flores pequenas, de coloração esverdeada que surgem de outubro
a janeiro.

Fruto: Fruto castanho com amêndoa e polpa comestíveis que amadurecem de setembro a outubro.

Cultivo: Planta característica de cerrados e matas em terrenos secos. De crescimento rápido, cultiva-se por
sementes. Um quilograma de frutos contém cerca de 30 sementes.

Aplicações: Alimentação humana, alimentação animal, medicina, indústria cosmética, artesanato,


combustível, indústria madereira, adubação natural.

Nosso endereço:
Rua Virgínia, nº 338 - Carlos Prates - Belo Horizonte - MG - Telefone: (31) 3234-2071 - Celular: 9973-2245

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 19


Por Paula Cerutti e Rodrigo Castelo - Fotos: Arquivo Restaurante Espetáculo (João Paulo e Ana Paula)

Festival de Piacatuba
Viola e Gastronomia
“A viola é tão rica quanto a gastronomia, com suas variações e regionalidades”.
Rodrigo Castelo (Revista Minas Gourmet)

Usando termos indígenas, para homenagear os Indios Puris


que ali habitavam quando da chegada do homem branco,
o nome tem o seguinte significado: pia = coração + catu =
bom + ba = lugar.
Piacatuba é pois, Lugar de Bom Coração ou Lugar de Gente
de Bom Coração.
Foi nessa cidade de bom coração, no município de
Leopoldina, Minas Gerais, que aconteceu o 8º Festival de
Viola e Gastronomia entre os dias 28 de julho a 1º de agosto,
em meio a conversas soltas na praça e casas históricas.
O festival de Viola de Piacatuba é considerado um dos
maiores do Brasil. Na edição deste ano a cidade recebeu
cerca de 40 mil visitantes de várias partes do país, que
buscavam um lugar charmoso e cheio de história para
contar.
Os turistas que foram prestigiar o festival puderam se
divertir ao som de músicos como Almir Sater e Chico Lobo e
a dupla de violeiros Yassir Chediak e Rodrigo Sater, além de
conferirem exposições de artesanato e lançamento de livros.
O Concurso de Viola tem por objetivo resgatar as raízes

musicais brasileiras e assim incentivar o intercâmbio e


a troca de experiências entre músicos, compositores
e intérpretes, além de contribuir para a produção e a
valorização da música de Minas Gerais e de todo o país.
A parte Gastronômica do evento contou com a participação
de 7 restaurantes de famílias da cidade. Pratos como
strogonoff de bacalhau e filé de tilápia ao molho de gengibre
com manga puderam ser apreciados pelos amantes da boa
gastronomia.
Para Maria Lúcia, organizadora do evento, o Festival foi
magnífico. “O evento surpreendeu as expectativas em
termo de público, e fiquei muito satisfeita, pois tudo
ocorreu na mais perfeita tranqüilidade, isso nos impulsiona
a fazer em 2011 um Festival ainda melhor”.

20 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


Cachaçaria Gerais de Minas
A Cachaçaria Gerais de Minas, em Piacatuba, nasceu do
conjunto de ideias de Alexandre Barbosa de Castro e Maria
Lucia Braga (hoje sua esposa), que a inauguraram em 1º de
agosto de 2008.
Em 2007, Alexandre participou do primeiro FESTIVAL DE
VIOLA COM GASTRONOMIA DE PIACATUBA trabalhando
com um amigo em um restaurante. Encantado com a
nova proposta para a cidade juntou sua experiência
em restaurante com os dotes culinários de sua mãe
Marisa Barbosa de Castro (chef do restaurante) e o
empreendedorismo de Maria Lucia Braga, idealizadora

A cachaçaria serve entre outros pratos, frango caipira com


quiabo, palmito ou ao molho pardo. Costelinha conservada
na gordura de porco, com tutu e couve ou com orapronobis
e couve crocante. E o filé de tilápia com creme de gengibre
e manga grelhada, além de deliciosos petiscos como o
pastel de angu, torresmo e lingüiça com madioca cozida.
Vale ressaltar ainda, que quase toda a matéria prima usada
na Gerais de Minas é produzida no próprio terreno do
restaurante ou no sitio da família.
E, como não podia deixar de ser, tem uma adega de
e produtora do Festival, e montaram a Cachaçaria Gerais cachaças de excelente qualidade, dando preferência para
de Minas. O restaurante funciona de sexta a domingo e aquelas produzidas na região, como Araci, Reserva das
feriados servindo o melhor da comida mineira feita em Gerais, Taruana, e as tradicionais e renomadas Salinas,
panelas de pedra com o gostinho da roça, aromas e sabores Seleta, Germana, Mirahy, Havana, entre outras marcas
que lembram nossa infância.

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 21


Por Paula Cerutti - Fotos: Divulgação

>> Meu roteiro


>> Meu roteiro
Gastronômico
Gastronômico
Yassír Chediak e Rodrigo Sater
Graças à afinidade musical e à amizade surgidas nos reproduzir a parceria também na vida real. O CD “Tiago e
bastidores das rodas de viola de “Paraíso”, novela em Juvenal – Os Violeiros de Paraíso”, marca o surgimento da
que interpretaram os peões-violeiros Tiago e Juvenal - os dupla.
músicos e atores Rodrigo Sater e Yassír Chediak resolveram

<< Bate - Bola com Rodrigo Sater ........................................................................................ >>

>> Melhor Cachaça Mineira: >> Comida Mineira:


Lua Cheia, cachaças com sabor, armazenadas Feijão Tropeiro
em tonéis de imburana
>> Para comer em BH:
>> Melhor Vinho: Restaurante Maria das Tranças
Mouton
>> Para comer em São Paulo:
Restaurante Jardim de Nápoli
>> Comida do mundo:
Charuto
>> Para comer no Rio de Janeiro:
Bar e Restaurante Belmonte (Jardim Botânico)

>> Comida de Boteco: >> Importância de Festivais como


Pirulito de Rabada do bar do Veríssimo, em Piacatuba e outros: :
São Paulo Agregar culturas diferentes

22 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


<< Bate - Bola com Yassír Chediak ....................................................................................... >>

>> Melhor Cachaça Mineira: >> Comida do mundo:


Baronesa (3 Corações, MG) Coalhada seca com arroz, lentilhas e cebolas.

>> Melhor Vinho: >> Para comer em BH:


“Prefiro contar uma história inusitada: meu tio tinha Bar Arrumação
uma adega com vinhos rosé em 3 corações e nunca
ninguém bebeu desses vinhos. Mas eu sempre >> Para comer no Rio de Janeiro:
pegava umas garrafas escondidas, ele desconfiava Restaurante Sobrenatural, especializado em
mas nunca descobriu. Até que no ano 2000 veio frutos do mar e Espírito Santa, de culinária
uma enchente e destruiu tudo, a adega e os vinhos. amazonense, ambos no bairro Sta Tereza
Resultado: eu fui a única pessoa que provou daqueles
vinhos que meu tio guardava”. >> Importância de Festivais como
Piacatuba e outros: :
>> Comida Mineira: Interface com público. “Hoje a internet já busca
Frango com quiabo acompanhado de couve o artista e o coloca mais próximo do público,
rasgada. mas só os Festivais permitem o contato direto”

Chico Lobo
Nascido em São João Del Rey, MG, e radicado em Belo Horizonte, Chico Lobo é
violeiro, cantador, compositor, arranjador, produtor musical, apresentador de TV e
rádio, e se dedica à divulgação da viola caipira e dos violeiros dos “grotões”, como
são chamados.

>> Melhor Cachaça Mineira: >> Para passear em BH:


Aquelas de alambique, com cheiro de garapa Parque Lagoa do Nado

>> Comida de Boteco


>> Melhor Vinho:
Língua recheada
Os alentejanos (tintos e secos)
>> Um happy hour:
>> Comida Mineira: “Quando posso, vou ver e acompanhar na viola
Costelinha com angu e taioba meu pai, Aldo Lobo Leite, o último seresteiro de sua
geração, que toca toda terça-feira no bar Antônio
José, em São João Del Rey. É a terça do Aldo”
>> Comida do Mundo:
Em Portugal tem um prato similar à nossa picanha >> Uma Pousada
chamado Secretos do Porco Preto, e o animal é Solar dos Montes, em Santana dos Montes, da
alimentado somente com uma castanha chamada Ana e do “Seu” Medina. “Lá eu trabalho com uma
bolota Escola de Violas”

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 23


Por Paula Cerutti - Fotos: Divulgação

Hotel Minas Tower


em Leopoldina

Localizado no coração da cidade de Leopoldina há quase 2 e acesso a internet “Wireless”.


anos, o Hotel Minas Tower, a exemplo de empreendimentos Ainda, segundo Victor, o grande destaque está sem dúvida
em grandes centros, é um novo padrão de hotelaria, com no café da manhã. “Sou cozinheiro formado pelo Senac -
uma construção arrojada, de arquitetura contemporânea, Grogotó, com o conhecimento que adquiri procurei valorizar
em forma de torre que valoriza toda a região. a cultura mineira dando ênfase à nossa gastronomia em
O Minas Tower surgiu com a finalidade de suprir uma grande nosso buffet de café da manhã. É um buffet de padrão
carência de hotéis de alto nível na região, não só por uma cinco estrelas. Tudo o que é servido é produzido na padaria
hospedagem de qualidade, mas também para aumentar do hotel, receitas tradicionais são nossos destaques, é a
o número de leitos disponíveis, possibilitando o avanço e valorização do sabor e da cor locais”.
crescimento consistente do mercado turístico regional.
De acordo com Victor Guilherme, proprietário do hotel,
a qualidade do serviço prestado está trazendo grandes
personalidades para se hospedarem em Leopoldina. “Pela
qualidade que imprimimos aos serviços de hospedagem
em nossa micro-região, o Minas Tower se tornou referência
e tem recebido as grandes lideranças políticas de nosso
estado. Já passaram por aqui o Governador Anastasia,
a secretária de turismo Érica Drummond, os deputados
Bráulio Braz e Marcos Pestana, a reitora da UEMG, Dra.
Janete Gomes Barreto e tantos outros que assinaram nosso
livro de ouro”.
O Minas Tower possui aconchegantes apartamentos, que se
dividem em suítes Master, Luxo, executiva e presidencial,
todas elas com banheiro privativo, TV, ventiladores de teto
ou ar condicionado, colchões box, mesa para refeições,
frigobar, entre outras peculiaridades de cada acomodação.
O hotel ainda conta com um salão de eventos com
capacidade para mais de 200 pessoas, serviço exclusivo
de “Coffee Break”, piscina com cascata e sauna a vapor,
aquecimento solar, estacionamento próprio, Room Service

<<.................................................. >>

Av. Getúlio Vargas, nº 215, Leopoldina, MG

Fone (32) 3401-5000/3441-5164

Site: www.hotelminastower.com.br

Email: reservas@hotelminastower.com.br

24 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 25
>> Adelaide
Fotos: Adelaide Engler e divulgação

>> Adelaide
Engler
Engler
Vergelegen, o campeão da África do Sul
Sim, este é o campeão, mas não da copa e sim do copo !
Essa vinícola produz vinhos maravilhosos, ela melhor vinícola no Fairnbarn Capital Wine Trophy e 5 estrelas no
e seu enólogo já ganharam todos os prêmios Jonh platter guide Show. Uff!
possíveis: medalhas de ouro no International wine
Seus vinhos são todos muito bons, mas inesquecível é o VERGELEGEN
and spirit competition, Wine magazine e Wine
RED, elaborado a partir de uvas pinotage. Experimentei esse líquido
enthusiast ; troféu Chateau Pichon Longueville
precioso em uma degustação há 10 anos e nunca o esqueci. Mês
Comtesse de La Lande ; ainda duas vezes SAA
passado com amigos que saíam para a Copa e me pediram dicas de
Chief Executives Officer’s Trophy para a melhor
vinhos para experimentar, resolvi dar uma “googada” no Vergelegen
performance de enólogo por 4 anos sucessivos,
para passar o endereço da vinícola e descobri que não foi à toa que o
adorei, acho que com todos estes prêmios que relacionei, podemos
dizer que é o melhor vinho da Africa do Sul, ou pelo menos o melhor
Pinotage. Esta deliciosa cepa híbrida produzida na Afríca do sul, é
fruto de uma combinação de Pinot Noir e Cinsaut.
A uva Pinotage produz vinhos fáceis de beber, mas pode também
produzir vinhos ricos e encorpados, quando advindas de videiras
antigas. Apresenta aromas de especiarias, madeira, cereja, frutas
vermelhas, ameixa, ervas, tostados, terra, tabaco e chocolate.
Ela foi desenvolvida na África do Sul em 1924 pelo Prof. Abraham
Izak Perold. Em 1995 foi criada a Associação Pinotage, com o intuito
de desenvolver o interesse nessa variedade local. Essa associação
junto com os consumidores de Pinotage, trabalharam duro durante
anos para fortalecer a uva Pinotage e a qualidade de seu vinho, para
desenvolver um estilo e aromas específicos, e para divulgar esta uva
e ampliar seu mercado no exterior.

26 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


Tradicionalmente a África do Sul é o país dos vinhos brancos, Coelho da Chef
se destacando o Steen (nome que usam para a Chenin Blanc),
Colombard, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Hanepoot e Cape
Riesling. Rendimento : 4 pessoas
Stellenbosh é a região produtora mais importante da África
do Sul. As principais cepas são Cabernet Sauvignon, Cabernet
Ingredientes:
Franc, Merlot, Syrah, a minha querida Pinotage e Sauvignon 2 coelhos inteiros
Blanc. Entre os melhores produtores, posso citar Beyersklof, 200g Cebola picada brunoise
Morgenhof, Neethlinggshof, Rustenberg, Stellenzicht entre 150g Cenoura picada brunoise
outros. Alho- porró em lâminas
3g Pimentas em grão preta moída
Durante a copa os vinhos africanos esgotaram, em meados dos 1 Cravo
jogos, os restaurantes já não tinham vinhos locais para oferecer, 230g Dentes de alho triturados
tamanho foi o sucesso que fizeram. Mostarda de Dijon
500ml Caldo de galinha

Pinotage e gastronomia 200ml Vergelegen red (ou 300ml de vinho branco seco)
30 ml Vinagre de vinho branco
Seus melhores casamentos são com carnes de caça, embutidos, 3 Folhas de louro
peixes de paladar forte como salmão, atum, e alguns queijos Meio molho de salsinha
como Cheddar e Gouda. Meio molho de tomilho
10 folhas Salvia
Bom, para mim, eles caem bem o ano todo e a qualquer hora. 50g manteiga
Para acompanhar o Vergelegen eu prepararia um delicioso 50ml óleo
coelho ensopado, bem temperado com cebolas, alho, pimenta 50g Farinha de trigo
do reino,louro, tomilho e cubos de bacon 150g Bacon
150g Cogumelos Paris frescos
Sal a gosto

Modo de fazer:
Cortar o coelho em pedaços. Temperar o coelho com a
cebola, o alho, a cenoura, o alho-porró, o cravo, o louro,
a pimenta, o vinagre, o vinho, a mostarda, a pimenta
e sal. Deixe 12 horas na geladeira. Refogue o bacon
em uma panela grossa. Caso necessite, acrescente um
pouco de óleo e refogue o coelho e os temperos( sem o
vinho), na mesma panela. Jogue a farinha, salpicando e
misture. Depois acrescente o vinho do tempero, o caldo
de galinha e as ervas. Deixe cozinhar 50 minutos em fogo
baixo. Depois acrescente os cogumelos frescos e deixe
cozinhar mais 15 minutos em fogo médio. Acrescente a
manteiga e misture bem.
Sirva com arroz branco ou batatas cozidas.

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 27


Por Bárbara Albuquerque

>> Chef
Fotos: Luiz Rocha e Miguel Aun

>> Chef
dodo
mês mês
Dona Lucinha
Mãos de fada. Essa é a melhor definição para Dona Lucinha.
Com talento, persistência e determinação, essa mineira da
cidade do Serro fez coisas impressionantes pela cultura
e culinária mineira. Inquieta e com sede de aprendizado,
Dona Lucinha busca a valorização da culinária de raiz, com
história e tradição. “Meu papel é reforçar a tradição e a
magia da cozinha mineira. A cozinha moderna, deixo para
os outros chefs”, diz, com bom humor.

Nascida em 1932 em uma família de quituteiras, Dona


Maria Lúcia Clementino Nunes foi professora por 30
anos, período em que buscava sempre mostrar além das
letras aos seus alunos. Ela queria que eles entendessem a
importância e o valor que tinha a tradição, as “merendas
escondidas” como Dona Lucinha chama a cozinha típica da
fazenda, que ela foi buscando em cada casa, na tradição
de cada família. Aposentada e mãe de 11 filhos, seguiu sua
vocação. Passou a divulgar a tradição da culinária de raiz,
que faz parte da história de seu estado.

Hoje, faz uma das mais saborosas comidas típicas do Brasil.


Quem come a comida de Dona Lucinha imediatamente
supera o preconceito da “cozinha mineira pesada”. Com
sabores inigualáveis, percebemos cada detalhe, cada toque
de tempero, mas cada a prato encerrado temos a sensação
de “quero mais”. A leveza de sua comida impressiona.
“Não quero que comam minha comida e saiam sem querer vê-la nunca mais, por estarem fartos demais. A verdadeira
cozinha mineira não precisa ser pesada ou gordurosa,
precisa ter sabor e qualidade”, explica. Dona Lucinha
nunca admitiu que um alimento enlatado entrasse em sua
cozinha. Todos os ingredientes são frescos e de qualidade,
e tudo é produzido artesanalmente.

Com todo o sucesso do primeiro restaurante que abriu,


outros restaurantes (mais um em Belo Horizonte e dois em
São Paulo) foram inaugurados e a comida, feita com tanto
amor, foi ganhando espaço além das montanhas mineiras,
sendo premiada e tendo seu trabalho reconhecido por
todo o Brasil e no exterior. Em 2002 teve a indicação para
receber o Prêmio Slow Food pela Defesa da Biodiversidade,

28 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


sendo uma autêntica representante dessa moderna
filosofia alimentar mundial. Em Turin, onde foi assistir
a festa da premiação, Dona Lucinha realizou um jantar
brasileiro levando aos italianos os sabores mais tradicionais
de Minas.

Enfim, Dona Lucinha é uma verdadeira representante da


tradição, história e culinária mineira. Para ela, a cozinha
não existe sem a tradição e suas raízes. E como ela está
certa!

Zezé Leone
Ingredientes para o creme amarelo:
8 gemas
8 colheres das de mesa de açúcar fino
1 colher das de mesa de maisena
1 litro de leite
1 colher das de sobremesa de essência
de baunilha.
Frango com quiabo
Ingredientes para o creme rosado: Ingredientes:
8 claras em neve 1 frango com cerca de um quilo
8 colheres das de mesa de açúcar 300 gramas de quiabo
1 cálice de vinho do Porto 2 cebolas médias
4 folhas de gelatina branca 1 cálice de suco de limão
4 folhas de gelatina vermelha 1 colher das de mesa de sal com alho
½ xícara de café de água. 1 colher das de mesa de urucum
1 ramo de salsinha
Modo de preparo: 1 ramo de cebolinha
1 folha de louro
Quebrar os ovos, separar as gemas e bater com o
Óleo, o necessário
açúcar, até dar bolhas. Acrescentar a maizena, misturar
Pimenta a gosto
e reservar. Colocar o leite para ferver com a baunilha.
Água, o necessário.
Mexer bem. Ao levantar fervura, retirar uma parte do
leite, misturar as gemas, dissolver e juntar ao leite
que está no fogo. Deixar cozinhar levemente, mexer Modo de preparo:
sempre para não talhar. Retirar do fogo, mexer de vez
em quando. Deixar esfriar e reservar. Lavar o frango, cortar nas juntas e aferventar levemente
com água e limão. Escorrer, lavar e reservar. Em uma
Bater as claras em neve e ir adicionando açúcar aos panela, aquecer o óleo, o sal com alho, deixar alourar;
poucos. Depois de bem batido, acrescentar o vinho. juntar o frango, deixar fritar levemente, escorrer o
Esquentar a água em banho-maria, derreter as folhas excesso de gordura, acrescentar o urucum, misturar
de gelatina e adicionar às claras. Bater por mais cinco bem. Pingar água aos poucos, deixar suar e juntar os
minutos, usar uma colher para colocar pequenas ramos de cheiro-verde, as cebolas inteiras, o louro,
porções em taças. Por último, derramar o creme sobre tampar e manter um bom caldo. Acertar o tempero
a espuma rosada. e manter tampado para cozinhar bem. À parte, lavar,
Pode-se decorar com ameixas-pretas sem caroço. E secar os quiabos novos e tenros. Retirar as pontas e os
pode-se dizer que é a mais leve e bela sobremesa pés, picar em rodelas e agregar ao frango. Não mexer.
mineira. Seu nome se deve a uma miss Brasil de tez Tampar por alguns minutos. Verificar se os quiabos
muito rosada. estão macios. Retirar do fogo e servir.

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 29


>>Sabores
>>Sabores do do Por Paula Cerutti
Fotos: Jane Linhares
e divulgação

Santa
Santa Tereza
Tereza e regiãoe re

Um dos mais tradicionais bairros de belo Horizonte, tanto


para morar quanto para passear, o Santa Tereza é também
conhecido como reduto da boemia, revelando belíssimas
opções gastronômicas.

O bairro é sem dúvida um dos mais agradáveis para se


tomar aquela cerveja gelada, bater um bom papo com os
amigos, e saborear os mais diversos pratos. É possível se
deliciar com belas massas, saborosos tira-gostos, além de
famosos pratos de fim de noite, como o mexidão.

Uma das peculiaridades do bairro, que atrai não só


os moradores da cidade, como os turistas que por

aqui passeiam, são os bares com mesas nas calçadas,


proporcionando uma maior interação entre as pessoas que
os freqüentam.

Enquanto os mais diversos tipos de bares e restaurantes


se espalham pela cidade, os antigos barzinhos de
rua do Santa Tereza se destacam cada dia mais pela
informalidade, o tratamento personalizado, a boa e
velha simpatia. Diferenciais que atraem os clientes para a
região leste da cidade.

30 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


Segunda à sexta - 11:00 às 15:00 horas
Domingo - 11:30 às 15:30 horas

Restaurante

Rua Salinas, 1375 - Santa Tereza


Tel: (31) 3481.5466 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 31
Por Bárbara Albuquerque
Fotos: Luiz Rocha

Comida
indígena
na mesa
“Os diferentes produtos retirados, depois de raladas e espremidas, originavam os alimentos básicos das primitivas populações
brasileiras. Do líquido venenoso resultante do prensamento, no tipiti, fermentado ao sol e fervido longamente, obtinha-se
a manicuera ou o tucupi, usados no caxiri, ou como caldo, com batata-doce, cará-roxo ou branco ou frutas, carnes e peixes,
com ou sem pimenta, e no nosso tacacá. Da massa prensada faziam-se os beijus comuns assados no forno de argila (...).
Do amido puro decantado no tucupi, fazia-se a goma ou polvilho, para as tapioquinhas e o tacacá, e as farinhas de tapioca,
para mingaus. Da massa com tucupi, o arubé, um molho apetitoso”.
Trecho do livro “Viagem gastronômica através do Brasil”, de Caloca Fernandes.

A influência da culinária indígena na nossa cozinha atual é


indiscutível. Os ingredientes usados, a forma de preparo e a
importância cultural estão presentes nas mesas de todas as
regiões do Brasil. Uns mais que outros, ingredientes como peixes,
carnes de caça ou raízes fazem parte da alimentação básica, ou
mesmo sofisticada, da população geral e dos gourmets, que se
arriscam a fazer pratos exóticos com produtos da nossa terra.

Pensando em toda essa importância cultural e gastronômica,


por que não um lugar com a mais típica culinária indígena,
de raiz? Com esse conceito, o Restaurante Oca dos Tapuias
desenvolveu um cardápio com os mais típicos ingredientes
usados pelos índios. Codornas, peixes, carnes de caça e raízes são
as principais bases para pratos como “Filhote à moda Tapuias”,
“Codornas da Tribo” (prato da capa) ou “Javali Indígena”. Pratos
que contam com ingredientes muito usados em nossas mesas,
como a mandioca, ou mesmo com aqueles encontrados apenas
em locais específicos, como o caso do peixe Filhote.

A casa, que está sob nova administração há três meses, funciona


com Self-service de comida mineira de segunda a sábado nos
almoços e aos domingos abre espaço para o cardápio especial,
com as iguarias indígenas. Também funciona nas noites de
quarta-feira a sábado para happy hour.

32 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


Receitas
Javali Indígena

Ingredientes:
4 bistecas de javali
1 copo de vinho tinto seco
2 dentes de alho amassados
Sal e pimenta do reino a gosto
1 colher de óleo
½ xícara de bacon picado
½ kg batata doce
1 colher de sobremesa de açúcar
½ xícara de leite integral
1 colher de chá de manteiga
100g de queijo minas ralado
4 folhas de Couve

Modo de preparo:
Bistecas: Temperar as bistecas com meio copo
Codornas da Tribo
do vinho tinto, o alho amassado, sal e pimenta
do reino. Deixar 12 horas na geladeira. Levar Ingredientes:
ao fogo uma panela com o óleo e o bacon, 4 codornas limpas
Filhote à Moda Tapuias quando aquecer grelhar bem as bistecas. Coar 1/2 copo de vinho branco seco
o tempero da carne, juntar o outro meio copo ½ copo de água
Ingredientes: de vinho tinto e deixar reduzir. 1 colher de sopa de catchup
Purê de Batata Doce: Cozinhar, descascar e 1 colher de sopa de mostarda
4 postas de peixe filhote
passar as batatas quentes pelo espremedor ½ copo de suco de limão
1/2 copo de vinho branco seco
e pela peneira. Levar a batata ao fogo com o Sal e pimenta do reino a gosto
100 g de tomate cereja
leite e a manteiga mexendo bem. Acescentar o 250g de polvilho para tapioca
lascas de pimenta dedo de moça
queijo ralado e sal a gosto. 100g de queijo mussarela
3 ramos de tomilho
50g de queijo parmesão
2 colheres de sopa de manteiga de garrafa Couve crocante:Lavar e cortar a couve em
1 cebola pequena picada tirinhas bem fininhas e fritar, aos poucos,
1 colher de sobremesa de raspas de limão rapidamente em óleo bem quente. Modo de preparo:
100 g de farinha de milho Misturar a água, o vinho , o catchup, a
2 ovos mostarda, o suco d ecebola e jogar sobre as
4 fatias de bacon Montagem do Prato: codornas. Deixar marinar por 1 hora. Envolver
1 colher de sopa de suco de limão Colocar as bistecas com o molho por cima. a “barriga” da codorna com 1 fatia de bacon
50 g de castanha de caju moída e 4 castanhas Guarnecer o purê de batata doce coberto com bem fininha. Levar para assar envolvidas em
inteiras uma camada de parmesão ralado e a couve papel alumínio até ficarem macias.
1/2 maço de taioba crocarnte. Tapioca: Molhar o polvilho com um pouco
1/4 copo de azeite
de água. Esfarelar essa massa com as mãos.
2 dentes de alho amassados
Aquecer bem uma frigideira de pedra (sem
sal a gosto
óleo). Passar a massa por uma peneira em
cima da frigideira já quente, espalhando bem
Modo de preparo: como se fosse uma panqueca. O segredo
Tempere o peixe com o suco de limão e sal a é deixar a frigideira bem quente antes de
gosto. Deixe o tempero descansar enquanto moldar a massar no fundo. O ponto é rápido.
você faz a farofa. Assim que desgrudar do fundo da frigideira,
Para a farofa, doure a cebola com manteiga, vire por alguns segundos e estará pronta.
adicione a castanha de caju e mexa bem. Não deixar escurecer nem endurecer. Cobrir a
Debulhe 3 galhos de tomilho, jogando suas tapioca ainda quente com o queijo mussarela
folhas na mistura, acrescente o bacon já frito e o parmesão ralado e dobrá-la ao meio.
e farinha de trigo. Bata os ovos com garfo e
misture para dar a liga. Mexa mais um pouco Montagem do Prato:
e desligue o fogo. Coloque as codornas no prato e as tapiocas
ao lado.
Montagem do Prato:
Em uma travessa, coloque a farofa em cima
do peixe e adicione em cada posta 1 fatia de <<Oca dos Tapuias................ >>
bacon, ½ tomate cereja, ¼ de pimenta dedo
de moça e a raspa de limão. Agora coloque Avenida Francisco Sales, 120 -
vinho branco em volta do peixe e cubra a Floresta - Belo Horizonte - MG.
travessa com papel alumínio. Deixe no forno Mais informações pelo telefone
por 20 minutos. Sirva com taioba refogada no
(31) 3273-1350.
azeite com alho.

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 33


Marketing para Gastronomia
A importância do atendimento

Você já parou para pensar que pode ter um ótimo produto, desistências de passageiros. A certa altura, já com minhas
com preço adequado ou até atraente, mas mesmo assim negociações concluídas e o pedido em minha pasta, eu
não consegue o sucesso esperado em suas vendas? estava conformado com a noite que teria pela frente,
quando surgiu um motoqueiro procurando por mim. Ele
Investir em tecnologia, reduzir preços e caprichar na
usava uniforme da empresa de transportes aéreos e dizia
qualidade é o mínimo que o Cliente espera de nós. Mas, é
para pegar uma carona na moto dele porque o avião já
necessário um atendimento nota 10. Basta um deslize na
estava pronto para decolar e meu lugar estava confirmado.
abordagem, um telefonema mal atendido ou uma pergunta
sem resposta para que o Cliente nos dê um sonoro “adeus” Bem, não preciso dizer que de todos os cartões de
e corra para os braços da concorrência. milhagens aéreas que tenho, o único que o número de
pontos cresce realmente é o dessa companhia não é? A
Todos nós brasileiros, conhecemos o caso da empresa de
mim, conquistaram pra sempre. E, provavelmente, entre
transportes aéreos que cresce as taxas apesar de ter sofrido
todos os que lerem esse texto, boa parte guardará uma boa
a queda de dois de seus aviões em região densamente
impressão da empresa, alguns, até, optarão por ela quando
povoada causando dezenas de mortes. Ela cresce, entre
forem comprar suas passagens.
outras coisas, porque presta bons serviços e tem uma
política de atendimento muito interessante. O pessoal que Disso tudo, acho que é possível se tirar algumas lições
tem contato com o público é sempre muito gentil, com boa básicas de marketing:
apresentação pessoal, inspira confiança e sempre dá ao seu
Cliente um pouco mais do que ele espera receber. 1- Um cliente bem atendido é um cliente satisfeito e um
Uma vez eu fui a uma reunião, que aconteceria em uma cliente satisfeito é um cliente fiel.
pequena cidade situada no Estado de Goiás, onde estava 2- Se o atendimento superar as expectativas do cliente,
sendo construída uma usina hidroelétrica. Os meios de ele se transformará uma mídia gratuita e altamente
transporte para chegar até lá eram um vôo de pouco confiável do seu negócio.
mais de uma hora, a partir de Brasília, ou uma viagem de
várias horas e muitas paradas. Eu escolhi o pequeno avião 3- Investir no atendimento da sua empresa é, de fato,
e fiz uma ótima viagem logo cedo para atender ao meu uma grande economia, pois, atrair um Cliente novo
compromisso e voltar no mesmo dia ao final da tarde. Na custa, pelo menos, 5 vezes mais caro do que manter um
reunião aconteceram alguns imprevistos, e minha volta Cliente fiel.
teve que ficar para o final da tarde do dia seguinte, uma
sexta-feira, exatamente quando muitas pessoas deveriam
deixar o canteiro de obras em Minaçu e voltar para suas Sérgio Frota é paulista de Pirassununga, formado
casas. Como se pode esperar, o avião já estava com todas em administração de empresas pela Universidade
as reservas confirmadas e eu teria que me contentar com o de Brasília, Atualmente é gerente comercial da
incômodo ônibus e passar toda a noite viajando até Brasília.
Elvi, indústria especializada em equipamentos para
De imediato, pedi ajuda ao agente local da empresa de cozinhas profissionais, professor de Gestão de
transportes aéreos, que de forma muito atenciosa prometeu Restaurantes no curso de Administração de Empresas
dar atenção especial à minha reserva. Entretanto, como o com Ênfase em Turismo das Faculdades Anglo Latina,
meu nome era o 4º da lista de espera, ele me aconselhou a vice-presidente do Sindal - Sindicato dos Fabricantes
comprar o bilhete para viajar no vagaroso ônibus. de Cozinhas Industriais.
Passei o dia trabalhando preocupado com a minha viagem Email: sergiofrota@elvi.com.br
de volta e liguei algumas vezes para saber de eventuais

34 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 35
>> Segurança
>> Segurança
Alimentar
Alimentar
A qualificação para o setor de alimentação fora do lar
Por Adriana Lara

Nas últimas décadas, a preocupação com a qualidade dos APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) são
alimentos servidos ao consumidor, tem sido objeto de fundamentais para o crescimento e sucesso dos programas
constante atenção por parte de governos e da iniciativa de qualidade das empresas do setor alimentício.
privada, pelo fato das doenças relacionadas aos alimentos A qualidade na produção de alimentos é objetivo em todos
estarem aumentando independentemente da tecnologia os setores e produtos com qualidade garantida é certeza de
hoje existente. respeito ao consumidor e de lucros.
A qualidade dos alimentos servidos é prioridade, e atenção Dentre as estratégias para melhorar a qualidade dos
especial deve ser dada ao aspecto da segurança dos alimentos oferecidos a população, a capacitação de recursos
alimentos e principalmente à diminuição dos riscos de humanos é prioridade, pois o manipulador interfere
doenças alimentares. Os alimentos, quando contaminados, diretamente no produto em diferentes fases do processo
representam perdas econômicas para as empresas, para os produtivo e também ter conhecimento da legislação do
governos e, principalmente, colocam em risco a saúde da setor é garantia de produção segura.
população.
Programas de qualificação eficazes e permanentes
A implantação de normas de controle de qualidade para a são ferramentas importantes para a informação e
produção de alimentos é a forma de alcançar um padrão conscientização dos colaboradores que estarão aptos a
de qualidade que atendam ao consumidor, às empresas produzir e oferecer alimentos seguros, inócuos e com
e à legislação, por isso, a aplicação das ferramentas, propriedades nutricionais que satisfaçam a um consumidor
reconhecidas internacionalmente, de controle de qualidade cada vez mais exigente e informado.
em alimentos como as Boas Práticas de Fabricação,
Procedimentos Operacionais Padronizados e Sistema

36 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


>> Encontrei por aí...
>> Encontrei por aí...
Descubra um mundo de ideias, bijouterias e presentes em cada um dos 5 ambientes preparados para receber você. Um lugar para ficar de férias!

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<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 37


Fotos: Pedro David e divulgação

>> Cozinha Saudável


>> Cozinha Saudável
Gorduras totais, saturadas, insaturadas e trans: qual a diferença?
Por Rita de Cássia Ribeiro. Nutricionista. Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Professora do Curso de Nutrição
da PUC Minas e do Curso Tecnólogo em Gastronomia da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte.

No último número da Revista Minas Gourmet li um texto


do chef Laurent Prous sobre o Croque Monsieur. O famoso
e saboroso mixto quente francês é composto, dentre
outros ingredientes, por queijo, creme de leite e gema de
ovo, sendo todos ricos em lipídeos, ou seja, as famosas
gorduras que já fazem parte do nosso vocabulário. Em
uma reunião em nossa casa, eu e meu marido decidimos
oferecer este prato a um casal de amigos. Sem dúvidas, este
sanduíche é irresistível, até mesmo para uma nutricionista,
principalmente devido ao aumento da palatabilidade
proporcionada pelas gorduras nos alimentos.
Pensando sobre este assunto, decidi escrever sobre as
gorduras. Os lipídeos são essenciais ao bom funcionamento
do nosso organismo. No entanto, é fato que o consumo
excessivo deste nutriente tem relação direta com a
obesidade e com outros transtornos metabólicos cada vez
mais eminentes em nossa sociedade.
Quase todos os alimentos que consumimos diariamente
apresentam os lipídeos em sua composição. Então, é
importante entender que as gorduras presentes nos
alimentos podem ser divididas em dois grandes grupos: as
saturadas e as insaturadas.
As gorduras saturadas estão presentes principalmente utilizadas na produção industrial de biscoitos, bolos, pães,
nos produtos de origem animal como carnes, ovos, leite sorvetes, chocolates, entre outros. Há evidências científicas
e derivados. A Organização Mundial da Saúde recomenda que as gorduras trans acarretam maior risco para as
que não mais que 10% do total de energia consumida doenças cardíacas.
diariamente seja fornecida por este tipo de gordura, pois os
consumo em excesso de lipídeos saturados aumenta o risco Diante destas informações, fica terminantemente proibido
de dislipidemias e de doenças do coração. o consumo das maiores fontes alimentares de gorduras
saturadas? A resposta é não. O que precisamos é escolher
Os lipídeos insaturados, que podem ser subdivididos melhor em termos quantitativos e qualitativos as gorduras
em monoinsaturados e polinsaturados, estão presentes que iremos ingerir.
principalmente nos óleos vegetais como o de soja, girassol,
milho e canola e nos azeites como o de oliva. Estes óleos Neste processo, é importante compreender os rótulos dos
são fontes de ácidos graxos essenciais e, ao contrário dos alimentos. Devemos dar preferência aos alimentos que
saturados, quando consumidos com moderação, não estão apresentam uma baixa quantidade de gorduras saturadas
associados à doenças do coração. quando comparada com a quantidade de gorduras totais.
Por exemplo: em 100 g de manteiga há 82 g de gorduras
Temos ainda as famosas gorduras trans, um tipo de lipídeo totais e destas 49,2 g são saturadas, ou seja, 60%. Já para
obtido a partir da hidrogenação dos óleos, um processo a grande parte dos óleos vegetais, em 100 g do produto
muito comum para obtenção de gorduras hidrogenadas

38 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


há 100 g de lipídeos totais, dos quais apenas 15,0 g são nesta edição, um risoto de cogumelos e arroz selvagem. Para
saturados, ou seja, 15%. finalizar o prato, no lugar da tradicional manteiga para dar
Assim, fica evidente que o segredo está na moderação e não brilho e sabor ao prato, sugiro um pouco de azeite de oliva
na exclusão de ingredientes que agradam o nosso paladar. congelado. Experimente!
Podemos, ainda, ousar na adaptação de receitas. Sugiro,

Risoto de cogumelos e arroz selvagem << Técnica de preparo.................................... >>


(rende 1 porção)
Ingredientes Inicialmente, colocar o azeite em um copinho de plástico
20 g de arroz selvagem de café e levar ao congelador. É importante realizar este
60 g de cogumelos frescos diversos procedimento no dia anterior;
50 g de arroz arbório Em uma panela, cozinhar o arroz selvagem em água
15 g de cebola picadinha apenas. Este arroz demora mais para cozinhar. Por isso, é
3 g de manteiga importante verificar sempre o nível da água. Se sobrar água
50 mL de vinho branco seco após a cocção, utilizar uma peneira. Reservar;
caldo de legumes preparado com alho poró, cenoura, Em outra panela, refogar os cogumelos fatiados em azeite,
cebola, entre outros alho e sal. Finalizar com as ervas e reservar;
sal, alho, tomilho, sálvia, alecrim e cebolinha à gosto
Paralelamente, preparar o arroz arbório: refogar a cebola na
10 g de azeite de oliva congelado
manteiga, adicionar o arroz, refogar, deglaçar com o vinho
branco seco, em seguida adicionar, aos poucos, o caldo de
Valor nutritivo médio da receita:
legumes até o cozimento completo (al dente). Ao final do
Energia: 348,5 kcal Gorduras saturadas: 3,0 g procedimento, incorporar o arroz selvagem, os cogumelos,
Carboidratos: 53,0 g Colesterol: 6 mg as ervas e ajustar o sal. Ainda, adicionar o azeite congelado,
Proteínas: 6,0 g Fibra alimentar: 2,5 g misturar bem para a obtenção do brilho e servir.
Gorduras totais: 12,5 g

Todos os sabores de Minas em um só lugar


Valor nutritivo médio da receita:
Energia: 348,5 kcal
Carboidratos: 53,0 g
Proteínas: 6,0 g
Gorduras totais: 12,5 g
Gorduras saturadas: 3,0 g
Colesterol: 6 mg
Fibra alimentar: 2,5 g

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 39


Cidade Administrativa - Rodovia Américo Gianetti, s/nº - Centro de Convivência - Quiosque 106 Venda Nova
Fone: 31-3451-5193 - leveminas@gmail.com
40 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010
Foto: Edgar Simões

>> Matusalém
>> Matusalém
A cachaça na cozinha Por Matusalém Gonzaga

Antigamente a cachaça – velha conhecida dos escravos, dos Camarões na cachaça com mostarda de Cremona
negros e dos menos favorecidos – era conhecida como um
modo peculiar de aliviar dores de fazer o tempo passar, ou Ingredientes:
até mesmo provocar o sono, depois de um dia de trabalho e - 1,2kg de camarões grandes
dos afazeres domésticos. Com a chegada de novos tempos, - ½ xícara de chá de cachaça de alambique
um novo conceito tomou conta das fazendas dos senhores - 1 Colher de chá de Mostarda de Cremona
do engenho e de, uma forma artesanal, começaram - 1 Colher de chá de sal
a produção de alambiques um pouco maiores. Hoje é - 1 folha de louro
reconhecida como um produto tipicamente brasileiro, - 2 colheres de arroz de Creme de leite Fresco
- ½ xícara de chá de dill fresco picado
um elemento cultural do nosso povo. Vem alcançando
- Pimenta-do-reino moída na hora
reconhecimento de sua qualidade e sabor nacional e
- 1 xícara de chá de tomate sem pele amassado
internacionalmente. - Folhas de dill para finalizar
- 1 colher de sopa de manteiga Sem Sal
Nesta edição, mostro uma receita para os amantes da boa
- Caldo de um limão
gastronomia Ao invés de utilizar nos pratos flambados (ou
mesmo na cocção e elaboração dos pratos) destilados como
vodka ou conhaque, porque não usar o nosso produto, que Modo de fazer:
tem um custo beneficio bem melhor e um sabor inigualável? Limpe os camarões e retire a casca, mas conserve o rabinho. Tempere com
O mercado cada vez mais competitivo nos leva a pesquisar o limão, sal e pimenta do reino moída reserve. Em uma tigela, misture a
cachaça, mostarda de Cremona picadinha, o louro, o dill picado, o sal e a
e encontrar soluções para que possamos adequar custo, pimenta. Reserve. Numa frigideira grelhe os camarões por 2 minutos de
beneficio e qualidade. Para se conhecer uma boa cachaça é cada lado e junte no molho que estava reservado. Acrescente o creme de
preciso observar algumas características: “transparência”, leite fresco e finalize com a manteiga sem sal, já fora do fogo.
o sabor alcoólico, a doçura, a limpidez, a agressividade, Sirva com batatas cozidas ou taglioline na manteiga queimada.
a acidez, a suavidade e o olfato são alguns dos pontos a
Rendimento: Quatro porções
serem analisados.

Bom apetite!

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 41


Conheça a rota da cachaça
artesanal em Belo Horizonte
A partir deste mês de setembro, Belo Horizonte oferece
mais uma atração para turistas e moradores. Já famosa
por conter o maior número de bares per capita e uma
diversidade gastronômica que vai da culinária típica a
internacional, agora a capital mineira passa também
a oferecer um serviço diferenciado na degustação da
cachaça de alambique. É o Cachaçatur - Roteiro da Cachaça
Artesanal, um projeto de caráter turístico, que reúne bares,
restaurantes, lojas e alambiques em torno de um produto
tipico mineiro, de alto padrão de qualidade e sabor e
aromas especiais.

A rota do Cachaçatur traz 16 bares e restaurantes, cada um


com a sua carta de cachaças artesanais, com no mínimo
50 marcas, para a escolha do cliente, que pode degustar
a bebida pura ou em outros formatos, como drinks e
coquetéis, dependendo do estabelecimento. Além disso,
cada bar ou restaurante irá oferecer pelo menos um prato
típico ou um petisco exclusivo, que tem como um dos
ingredientes a cachaça artesanal mineira, revelando que
ela também é uma forte aliada dos prazeres da mesa. O Cachaçatur é uma iniciativa da Belotur com parceiros
institucionais e empresariais, e tem por objetivo agregar
O roteiro inclui também 8 lojas especializadas em venda de valor ao turismo da cidade, ao ressaltar a cachaça artesanal,
cachaças mineiras e 3 alambiques, onde pessoas de todo o uma bebida típica e especial, que vem conquistando
mundo poderão conhecer de perto o processo de produção paladares por todo o mundo.
da cachaça artesanal, cujas características resultam em
um produto de alto padrão de qualidade e sabor e aroma Veja a relação dos estabelecimentos participantes no site
especiais. www.cachacatur.com.br.

Cachaça Gourmet
Vem aí a 3ª edição do Festival Cachaça Gourmet, mais um
atrativo de peso que reforça a vocação gastronômica de
Belo Horizonte. De 10 de outubro a 10 de novembro, 20
marcas de cachaças servirão de base para a elaboração de
20 coquetéis e vinte pratos exclusivos, que concorrem entre
si pelo título de melhor coquetel e melhor prato típico com
cachaça artesanal mineira.

O coquetel vencedor será escolhido por uma comissão


técnica, especializada em cachaça de alambique. O melhor
prato típico será eleito pelo público, com o voto depositado
na urna pelo cliente que consumi-lo durante o período do
festival.

42 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 43
Por Bárbara Albuquerque
Fotos: Luiz Rocha

Alambique Butiquim Mineiro


Uma busca às tradições. Esse é o verdadeiro sentido da
Criação do Butiquim Mineiro, no bairro Anchieta, em Belo
Horizonte. O Butiquim pretende resgatar a proposta do
Alambique Cachaçaria quando foi inaugurado, há 20 anos.
Em 1990, quando o Alambique surgiu, a proposta era um
lugar para reunir os amigos em volta do fogão à lenha e
apreciar uma boa comida e cachaça mineira. Hoje, o
Alambique tornou-se uma casa de shows e o Butiquim surge
com a idéia de um bar que mais se parece uma cozinha
de fazenda. Os proprietários do Butiquim Mineiro são os
irmãos da Família Caetano, detentores do Grupo Uniagro
(Alambique Cachaçaria, Cachaça e chopp Germana).

Entre os pratos de destaque da casa está o “Porco na Pinga”,


costela defumada com molho de rapadura e flambada na
cachaça, na hora! Para petiscar, o bom e velho “Bambu

>> A tradicional feijoada ganha o toque do cliente

>> Coquetéis preparados com cachaça são a atração do lugar

Amigo”, que reúne vários petiscos (mandioca frita, lingüiça,


entre outros) em um pedaço de bambu. Outra atração da
casa é a feijoada, mas com um diferencial: você escolhe o
que quer na feijoada, sendo com ingredientes tradicionais
ou apenas com carnes como a costela defumada. O
importante, para os proprietários, é que o cliente coma
aquilo que gosta.

Decorado com madeiras de demolição, o Butiquim Mineiro

44 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


>> A costela defumada é flambada na
hora, na cachaça, e ganha mais sabor
com o molho de rapadura

possui um alambique, um moinho, e uma vendinha para a << ................................................... >>


comercialização de produtos da roça. A casa possui vários
detalhes de fazenda, deixando o visitante viajar em cada Alambique Butiquim Mineiro
detalhe.
Rua Pium-í, 726
O Alambique Butiquim Mineiro foi o primeiro local a
comercializar o chopp Germana, que possui sabor leve e Anchieta - Belo Horizonte - MG
cor clara, com um processo artesanal de fabricação. Telefone: 31 3227-0801

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 45


46 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010
>> Sabores
>> Sabores
dodo Mundo
Mundo
Comida pra lá de Exótica
Por Regina Queiroga

Viajar é sempre uma experiência exótica. Nova cultura,


novos povos, novos costumes nova gastronomia e
Ingredientes nunca provados.
Exotismo é um movimento do olhar e dos outros sentidos
para fora do nosso Eu cultural. Quando viajamos, sempre
encontramos algo inusitado.
Certa vez, um inglês me disse que havia provado na
Índia uma comida super diferente: frango cozido no seu
próprio sangue. Tive vontade de rir. Frango ao molho
pardo é parte do nosso dia-a-dia aqui no Brasil, aqui
nas Gerais. O que é estranho, exótico para uns, pode ser
normal para outros.
Na Coréia do Sul vi casas que serviam cachorro. Não são
restaurantes abertos ao público. São casas “camufladas”,
só para quem é do local. Eles crêem que ao comer
o cachorro terão sua virilidade aumentada. Daí, um
público quase exclusivamente masculino. Quanto maior
<< Receita: Kimchi..................................... >>
o cachorro, maior a virilidade. Na Tailândia, come-se
vermes, bicho da seda, grilo, besouros, escorpião e outros É um prato típico da Coréia. São legumes em conserva,
insetos. O mesmo acontece na China. Uma população fermentados com pimenta e armazenados em potes,
faminta e gigantesca, não deixa escapar nada que tenha garantindo para o povo estes alimentos durante o
pernas e ande, seja por debaixo ou acima da terra. inverno. Muito popular, o kimchi é encontrado em todas
Os insetos são vistos por especialistas como os alimentos as refeições típicas coreanas. Pode ser feito de acelga,
do futuro. São altamente protéicos e abundam na berinjela, pepino, nabo e outros legumes.
natureza. Dizem que algumas salsichas e hamburgers Lave as folhas de acelga, corte em pedaços do mesmo
nos EUA já possuem uma boa parte de insetos em sua tamanho e cozinhe rapidamente. Separe-as e espalhe
composição. sal sobre elas com um pouquinho de água. Reserve
No interior daqui, de Minas, é comum comer bunda de até que desidrate (a água sairá). No dia seguinte, lave
tanajura. Já provou a farofa feita com ela? Uma delícia. as folhas para retirar o sal. Misture: alho, cebolinha,
gengibre fresco, cebola e pimenta chili fresca (malagueta
Mantenho minha boca sempre bem aberta. Por isso já substitui) finamente picados, com molho de peixe (nam
comi vermes e até bichos da seda, que é meio amargo e pla) e açúcar mascavo. Intercale esta mistura com as
lembra o peixe. Embora fritos, são crocantes por fora e
folhas de acelga, apertando bem. Ponha filme plástico
um pouco macio por dentro. É prá lá de exótico.
por cima e feche numa vasilha bem vedada. Deixe
Se conseguirmos vencer nossos preconceitos, abrirmos fora da geladeira por umas 8 horas. Depois ponha na
nossa mente, estômago e, principalmente, a nossa boca geladeira por 5 dias. Acompanha muito bem carnes
teremos um novo universo de prazeres e fontes ricas de vermelhas e peixes.
alimentos.

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 47


Por Bárbara Albuquerque Fotos: Luiz Rocha e divulgação

Araxá

Um destino
e muitos sabores!
A riqueza gastronômica de Araxá surpreende e
encanta a todos os moradores e visitantes da cidade.
Em sua gastronomia é possível encontrar dos
deliciosos pães de queijo, incomparáveis quitandas
aos pratos mais requintados e diferenciados, além
de uma variedade de doces simples e exóticos com
sabores inigualáveis.

As delícias de Araxá são comprovadas por atrair,


a cada ano, eventos importantíssimos, aliando
o que há de melhor em turismo, hospitalidade
e bem-estar com a deliciosa culinária regional.
Diferentes temperos são comprovados em eventos
que fazem parte do calendário cultural, artístico e
gastronômico da cidade, conquistando diariamente
novos amantes da boa gastronomia.

A culinária da cidade é uma marca registrada em


Araxá. Uma oportunidade para atender os amantes
dos “produtos da Terra” é o 4 Estações, projeto
este realizado pela Prefeitura Municipal através

48 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


>> A “Paella caipira” substitui os frutos do mar por ingredientes como o torresmo

da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e No início de junho, Araxá também recebeu amantes da
Turismo. No evento, produtos como artesanato, bebidas e culinária e dos carros antigos no encontro Brasil Classics
doces são expostos em stands no subsolo do Grande Hotel. Fiat Show, um evento referência no automobilismo, na
No mês de julho, o projeto completou sua 7ª edição e já América Latina. Esta foi a 4ª edição em Araxá e reuniu cerca
coleciona elogios e premiações. Foi reconhecido no início do de 50 mil visitantes, entre admiradores e colecionadores
ano como projeto inovador pelo Jornal O Clarim de Araxá, de diversas regiões do Brasil, além de outros países do
através da premiação “Melhores do Ano” promovida pela continente americano, durante os 4 dias de exposição. Cerca
AITMAP (Associação de Imprensa e Cultura do Triângulo de 300 raridades automotivas entre nacionais e importadas
Mineiro e Alto Paranaíba). foram expostas no pátio do Tauá Grande Hotel Termas &

>> Durante festival na cidade, Ivo Faria


traz o requinte à tradicional costelinha

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 49


Convention de Araxá. O evento é uma realização da Veteran Outra realização que visa promover a cultura e
Car Club- MG, com o apoio da Federação Brasileira de Veículos as delícias da região é o Arraial de São Domingos,
Antigos, patrocinado pela Fiat Automóveis, CBMM e apoio da evento que faz parte do calendário da cidade com
Prefeitura Municipal de Araxá. Na programação, um intenso realização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento
cronograma de almoços e jantares com os mais requintados Econômico, Turismo e Parcerias e visa promover a
pratos típicos da cidade e também da culinária internacional. preservação cultural e religiosa do povo brasileiro,
além de valorizar a comida típica regional numa praça
de alimentação com quentão, milho, bolos, doces,
salgados, churrascos, caldos, canjicas, pão de queijo e
muita animação. A festa aconteceu no início de agosto
com uma programação diversificada e gostosa, atraindo
milhares de pessoas durante 10 dias de evento.

O valor gastronômico de Araxá é uma fonte de riquezas


passadas de geração em geração. A culinária faz parte
da tradição de um povo que desde criança, aprendeu
a valorizar, a respeitar e a elaborar os pratos regionais.
Saborear a culinária de Araxá é sem dúvida uma
experiência única de conhecer uma gastronomia que se
destaca no cenário nacional e até mesmo internacional.

50 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


>> As delícias de Araxá

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 51


Clube da Cozinha de Araxá

Homens
na cozinha
O Clube da Cozinha de Araxá, fundado em março de 1993,
começou através da união de alguns amigos apaixonados
por cozinha. O grupo, que antes buscava apenas encontros
para bater um papo e trocar idéias sobre gastronomia, hoje
se tornou uma tradição de sucesso, uma busca da reinvenção
da culinária de raiz. Composto apenas por homens, o Clube
possui uma rígida seleção. Um novo integrante só entra
quando outro sai. Existe todo um ritual para “nomear” esse
novo gourmet, que precisa provar a paixão pela cozinha
e a fidelidade ao grupo. Mas não pense que isso faz do
clube um grupo discreto e cheio de segredos. Ao contrário,
o que buscam é difundir a boa cozinha tradicional, em
apresentações e encontros descontraídos e cheios de
histórias e causos.

Essa confraria de gourmets, que hoje é composta por 20


sócios, transforma as reuniões gastronômicas em uma
verdadeira festa. Com integrantes de todas as gerações
(de 20 a 70 anos), o Clube da Cozinha de Araxá tornou-se

52 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


referência e conta ainda, durante os festivais gastronômicos, FAMA – Fundação de Assistência a Mulher Araxaense,
com a participação de renomados chefs, como Ivo Faria e fazendo um belo trabalho de união. Elas cuidam da parte
Emmanuel Bassoleil. “administrativa”, enquanto eles pilotam os fogões. Homens
ou mulheres na cozinha, o importante é sempre desenvolver
Apesar de ser composto apenas por homens, o Clube
a arte da boa mesa.
da Cozinha de Araxá também trabalha em conjunto
com as mulheres. Durante festivais, juntam-se com a

>> Os chefs Emmanuel Bassoleil, Jefferson Rueda e Ivo Faria


apreciam o trabalho do Clube da Cozinha de Araxá

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 53


Mandioca - orgulho de ser brasileira!
Por Rosilene Campolina

MANDIOCA – uma riqueza brasileira também conhecida


como aipim ou macaxeira. Uma planta que se destaca com
muitos usos e vêm ganhando o mercado internacional,
desde a alimentação humana e animal ao uso industrial.
É a principal fonte de carboidratos para mais de um bilhão
de pessoas no mundo, de forma especial na África. Embora
nativa do Brasil, a Nigéria é hoje o seu maior produtor.
Possuí vitaminas do complexo B, sais minerais como
cálcio, fósforo e ferro. Por ser um alimento energético
pode substituir outras massas. Nela tudo se aproveita:
raiz, fibra, casca, farelo e folhas. Sua raiz é utilizada na
preparação de diversas farinhas, entre elas a fécula e o
polvilho. Está presente na preparação de muitas comidas
típicas, desde as receitas amazônicas ao tradicional pão de
queijo de Mineiro.
E aí vai uma dica: quando fresca, o período de conservação
da mandioca é de dois dias, mas descascada e em vasilha
com água na geladeira o tempo de conservação chega a
uma semana. Confira a deliciosa receita com a iguaria que
a chef Rosilene Campolina preparou para você!

Bobó de Camarão
de Chef a Chef
Ingredientes:
800g de camarão rosa tamanho médio com casca
700g de mandioca (aipim) em pedaços médios (reservar algumas lâmi-
nas/chips)
1/2 unidade de pimentão vermelho cortado em cubos (brunoise)
1/2 unidade de pimentão amarelo cortado em cubos (brunoise)
3 tomates sem pele e sem sementes em cubos (brunoise)
1 cebola grande picada (brunoise)
3 dentes de alho bem picadinhos
50 ml de azeite de oliva
100 ml de azeite de dendê
250 ml de leite de coco
1 colher de (chá) de gengibre em pó ou ralado
1 1/2 litro de água
1 unidade de limão
Coentro picado a gosto
Salsinha picada a gosto
Pimenta de cheiro ou pimenta dedo de moça o quanto baste
Sal e pimenta do reino o quanto baste

54 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


<< ..................................................................................................................................... >>

Modo de fazer:
Lavar e descascar os camarões. Aferventar as cabeças e as cascas em
1 ½ litro de água salgada. Coar a água e reservar. Retirar o fio central
da mandioca e reservar algumas lâminas para fritar (fazer chips para
decorar), em seguida, cozinhar na água reservada até ficar macia.
Bater em liquidificador ou processador, ainda quente, com um pouco
do caldo do cozimento. Reservar este creme. Saltear rapidamente
(2 minutos), os camarões (temperados com sal, pimenta do reino
e limão) no azeite de oliva e alho picado. Reservar (separar alguns
camarões para decorar). Na mesma panela (aproveitar o resíduo
de azeite e alho), adicionar um pouco de azeite de oliva e refogar a
cebola, os pimentões e, por último, o tomate. Acrescentar o creme
da mandioca e o leite de coco. Deixar apurar por cerca de oito
minutos.
Adicionar os camarões salteados, o azeite-de-dendê, a pimenta
picadinha, sem sementes, o coentro e a salsinha. Acertar os temperos
com sal e pimenta. Decorar com os camarões reservados, ramos de
coentro e chips de mandioca. Servir imediatamente acompanhado
de arroz branco e farinha de mandioca temperada com dendê e alho.

o Bobó de Camarão é um prato Afro-brasileiro muito popular na cozinha baiana. Possui consistência cremosa e é feito com
>> Curiosidade camarões refogados em temperos verdes, misturados no purê de macaxeira (aipim), azeite de dendê, gengibre e camarões
secos. Pode ser servido quente, morno ou frio, como prato principal ou como acompanhamento.
Visite o site: www.chefachef.com.br e confira mais receitas.

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 55


>> Cozinha
>> Cozinha
Francesa
Francesa
Pato com Laranja Por Chef Laurent Prous

Este prato, clássico da cozinha francesa, não somente é espessa, é servido salteado e o preço de apenas meio peito
uma delícia, como ainda pode ser preparado com as outras pode equivaler a um pato inteiro.
aves seguindo a mesma receita, com resultados diferentes,
Com uma estrutura óssea muito pesada, o ideal é calcular
porém saborosos.
350 gramas de pato por pessoa. Se ele tiver menos de 2
O frango chegou tardiamente no ocidente, por volta do kg em geral será mais macio e poderá ser assado ou feito
século V antes de Cristo. Originário de uma ave da malásia na churrasqueira, calculando 1 hora de cozimento para
foi domesticado no vale dos Indus, indo depois para a cada 1,5 kg. Normalmente sua carne é consumida um
Pérsia e chegando até a Grécia. pouco rosada. Acima deste peso o ideal é que seja cozido,
com legumes ou frutas, por exemplo. Com os grandes
O pato foi domesticado há 4.000 anos pelos chineses a partir
patos, acima de 3 kg, use-os para fazer patês ou outras
das aves selvagens. Quase na mesma época os egípcios,
preparações que permitam moê-lo.
aproveitando os palmípedes (animais que possuem uma
membrana entre os dedos) que se alimentavam na beira do O pato de granja é uma carne bastante gordurosa: 100
Nilo, o domesticaram assim como o cisne, ambos servindo gramas = 200 calorias. Para deixá-lo mais light, basta tirar a
a mesa. pele e a gordura que se localiza logo abaixo.
Clássico de todas as cozinhas européias, em todos os A laranja, assim como Buda, atravessou a Índia e chegou na
tempos, se tornou especialmente conhecido por causa dos China por volta de 2.000 antes de cristo. Sua forma primitiva
romanos, que somente comiam a cabeça e o peito do pato. era bastante ácida, parecida com o grape-fruit ou pomelo.
No meio do século XX os cozinheiros europeus, e mais A laranja pode substituir o limão em praticamente todas
recentemente no Brasil, criaram a moda do peito do suas receitas, deixando um gosto mais frutado e açucarado.
pato, chamado de “magret”: quando provém de um pato Uma laranja equivale a 4 calorias e 200 gramas de laranja
criado para fazer o foie-gras. Com uma camada de gordura suprem a necessidade diária de uma pessoa em vitamina C.

56 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


Ingrediente (para 5 ou 6 pessoas)
- 6 laranjas com pele
- 1 cenoura
- 1 cebola
- 100 gr de manteiga sem sal
- 1 pato de 2 kg
- 1 bouquet garni
- 2 colheres de sopa de conhaque ou cachaça
- 4 colheres de sopa de cointreau ou licor de laranja
- 1 colher de sopa de vinagre, de vinho branco de preferência
- 2 colheres de sopa de maisena
- Sal e pimenta do reino

Preparação:
- Retire a casca da laranja, corte finamente a casca em forma de tiras. Corte
a laranja em rodelas.
- Pique em cubos a cebola e a cenoura. alumínio.
- Use a metade da manteiga para dourar o pato inteiro em uma grande - Na panela, adicione o vinagre e meio copo de suco de laranja, cozinhe por
panela, em fogo baixo. Adicione a cenoura e a cebola, 2 colheres de sopa mais 10 minutos.
de água, bouquet garni, sal à gosto e a pimenta do reino. - Peneire este molho e retire um pouco da gordura se desejar.
- Cubra a panela e cozinhe por 45 minutos em fogo baixo. - Volte à panela com a maisena diluída em um pouco de água.
- Passados os 45 minutos, coloque o cointreau, o conhaque e cozinhe por - Refogue as rodelas de laranja assim como as tiras de casca no restante da
mais 10 minutos. manteiga.
- Retire o pato da panela e reserve o em lugar quente embalado em papel - Sirva o pato por cima das laranjas salteadas.

Obs. Sirva este prato acompanhado com batatas salteadas na manteiga ou ainda com arroz integral ou mistura de grãos. Fica delicioso
no dia seguinte da preparação e, retirando a pele, é um prato pouco calórico.

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 57


Por Bárbara Albuquerque e Paula Cerutti
Fotos: Veruska Agnesse e divulgação de Adelaide Engler

o
13 Festival de Cultura
e Gastronomia de Tiradentes

>>A Chef Adelaide Engler e sua equipe, após sucesso do jantar


Entre os dias 20 e 29 de agosto a cidade histórica de
Tiradentes, em Minas Gerais recebeu o 13º Festival de
Cultura e Gastronomia, que este ano, teve como tema
central as mulheres. O tema foi escolhido com a finalidade
de resgatar o valor histórico da cozinha doméstica e maternal
que inspira criações sofisticadas e o desenvolvimento de
novos trabalhos gastronômicos.
O evento este ano teve uma vasta programação
gastronômica, com a presença de renomadas chefs e
baristas brasileiras e internacionais que apresentaram suas
receitas no festins e jantares especiais, como o da Chef
Adelaide Engler. Adelaide foi responsável por uma noite de

>> Surubim defumado com fettucine de pupunha, espuma


de capim limão e broto de beterraba

<< Confira o Menu: ....................................................................................................................... >>

- Aperitivo: Bisque de camarão ao curry e brunoise de Vinho: Pinot Gris Alsácia Lês Faitieres - França - Granité de
chuchu. limão capeta e cachaça 8 anos
Vinho: Íris Terre Casonato Rose – Itália. - 2º prato: Carré de cordeiro cozido ao vácuo com molho
- Entrada: Envelope de taioba recheada com confit de de ervas frescas e risotto de açafrão.
costelinha e requeijão da fazenda. Vinho: Emina Tempranillo - Espanha
Vinho: Petit Chablis Lamblin - França - Sobremesa: Tortinha crocante de doce de leite com calda
- 1º prato: Surubim defumado com fettucine de pupunha, de frutas vermelhas e chocolate amargo.
espuma de capim limão e broto de beterraba. Vinho: Porto Quinta do Tedo Tawny – Portugal.

58 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


>> Shows agitaram as noites frias

sucesso, com harmonização perfeita entre pratos e vinhos,


relacionados um a um, de acordo com o paladar de cada
receita. O jantar aconteceu no Centro Gastronômico do
Senac.
Já nos Festins, apresentaram suas receitas no primeiro
final de semana, 20 e 21, Margot Janse, chef executiva do
Restaurante Hotel Le Quartier Français (Franschhoek, África
do Sul), que ocupa o 31º lugar no ranking dos 50 Melhores
Restaurantes do Mundo; Ângela Hartnett, parceira de
Gordon Ramsay na série de Hell´s Kitchen e chef dos
restaurantes Murano e York & Albany (Londres, Inglaterra);
Helena Rizzo, melhor chef do ano pela Veja São Paulo 2009 e
chef do restaurante Maní (SP); e Rougui Dia, chef da melhor
cozinha de caviar do mundo, o sofisticado restaurante
Petrossian (Paris, França). Já no último final de semana,
27 e 28, a cozinha ficou por conta de Reine Sammut, chef
do Auberge de la Fenière (Lourmarin, França), reconhecida
com uma estrela Michelin e 17 pontos no Gault Millau
(numa escala de 1 a 20); Bel Coelho, chef do restaurante
Dui (SP), foi parceira de Alex Atala no restaurante D.O.M. todos com um toque feminino.
e recebeu o título de Chef Revelação pelo júri de Veja São
As atrações musicais foram protagonizadas por intérpretes
Paulo; Adeline Grattard, do Yam’Tcha (Paris, França), que
femininas, com muito requinte e modernidade. A cantora
acaba de ganhar sua primeira estrela Michelin; e Pepa
Aline Calixto convidou Dona Jandira, já a mineira Alda
Romans, chef da Casa Pepa (Ondara, Espanha) reconhecida
Rezende chamou Fernanda Takai para acompanhá-la nos
com uma estrela Michelin.
sucessos da música popular brasileira. As mineiras Érika
No festival também foram realizados cursos com inscrições Machado e Marina Machado também e encantaram o
gratuitas e limitadas, feitas durante o evento, além de mesas público com seus sucessos. Também subiu ao palco o grupo
redondas com mulheres de destaque no cenário nacional, Brasileirinhas, com a saxofonista Daniela Spielmann e a
lançamentos de livros, apresentações teatrais e exposições, pianista Sheila Zagyry.

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 59


Por Paula Cerutti - Fotos: Divulgação

>> Acontece na gastron


>> Acontece na gastronomia
Restaurante Matusalém de casa nova:
Rua General Olímpio Mourão Filho, 169
Bairro Planalto - BH - MG - Tel.: 31-3447-9973
www.restaurantematusalem.com.br

SUPER MINAS
Convenção Mineira de Supermercados é considerado
o evento mais completo do setor supermercadista no
Brasil. Sua 24ª. edição será realizada nos dias 19 a 21
de outubro de 2010, no Expominas, em Belo Horizonte.
São esperados supermercadistas e profissionais do
setor de todo o Estado, além de representantes das
principais redes de supermercados do País e delegações
estrangeiras.

1º FESTIVAL GASTRONÔMICO DE INDAIATUBA

Data: de 13 de setembro à 15 de outubro


<< Fruit & Tech..................................... >>
Indaiatuba vai promover o primeiro festival gastronômico
2ª Feira Internacional de Frutas e Vegetais, da cidade. O evento, ‘Sabores de Indaiatuba – Bares e
Tecnologia de Processamento e Logística Botecos’, tem como proposta o fomento da gastronomia
De 27 a 29 de Setembro local, melhorar a qualidade e atendimento de bares e
Das 13h às 20h botecos e integrar a população da cidade e região.
Expo Center Norte - Pavilhão Amarelo Informações: (19) 3894-1867 / 3875-6144
São Paulo - SP – Brasil

MOSTRA MORAR MAIS POR MENOS


O chique que cabe no bolso
Data: 18 de agosto a 3 de outubro
Local: Antiga Maternidade Hilda Brandão
Rua Álvares Maciel s/nº - Santa Efigênia - BH - MG
Informações: www.morarmais.com.br

60 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


CLUB MILLESIME
São Paulo será sede da 1ª edição do Club
Millesime no Brasil. Entre os dias 14 e 16 de
setembro o Terraço Daslu irá receber renomados
chefs espanhóis e brasileiros para apresentar
o que há de mais moderno em tendências
O BUFFET VILA RICA oferece produtos e serviços gastronômicas.
gastronômicos com hospitalidade, requinte e excelência
para eventos, recepções, jantares e encomendas. Seus chefs
valorizam a culinária contemporânea em releituras das
receitas tradicionais mineiras, nacionais e internacionais. No
ESPAÇO VILA RICA são oferecidos aulas e cursos sobre a arte
da culinária a da boa mesa.
Buffet Vila Rica, o melhor da culinária Gourmet!
Contatos: (31) 3646-9946 • contato@vilaricagourmet.com.br
www.vilaricagourmet.com.br
Av. Fleming, 880. Bairro Ouro Preto • BH/MG

<< 1º Seminário Team Cooking Live........................................................................................ >>

No dia 15 de julho a Equipatudo lançou em seu espaço


Gourmet Talher & Cia, o 1º seminário Team Cooking Live
com o objetivo de apresentar o Self Cooking Center,
um novo produto da Rational, multinacional alemã do
segmento de cozinhas industriais.
A proprietária do estabelecimento, Nathalia Sifuentes,
destacou a necessidade de produtos de alta tecnologia
na área da gastronomia. “Por meio do Rational Self
Cooking Center é possível manter a qualidade dos
alimentos, economizando custos e tempo, além da sua
flexibilidade absoluta” explicou.
Na oportunidade o assessor comercial da Rational,
Carlos Rangel, realizou uma aula show para apresentar
o equipamento. Pratos feitos à base de frango, carne e
peixe foram assados para que os convidados pudessem
ver a eficiência e qualidade do forno.

<< Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010 61


Por Paula Cerutti - Fotos: Divulgação

>> Dicas de Cozinha


>> Dicas de Cozinha
Veja abaixo as dicas da chef de cozinha Cidinha Lamounier:

Tirar cheiro de alimentos das mãos:


Cebola e alho: esfregar um pouco de sal nas mãos e enxaguar;
Peixe: esfregar folha de louro nas mãos;
Frango: fazer uma solução com uma colher de vinagre em meio
copo de água. Jogar nas mãos, esfregar e enxaguar;

Tirar cheiro da cozinha:


Fritura: aqueça uma frigideira e coloque um pouco de canela
em pó. O cheiro da canela substitui o da fritura;
Feijão queimado: colocar uma pitada de bicarbonato em um copo de água e jogar no feijão. Deixar ferver um
pouco;

Tirar cheiro de vasilhas de plástico:


Lavar com água sanitária e enxaguar com água quente;

Tirar cheiro de gordura em assadeiras:


Passar limão e lavar com água e detergente;

Tirar cheiro da geladeira:


Colocar um pedaço de carvão em uma vasilha. Pode deixar o tempo que quiser;

Conheça um pouco mais da Chef Cidinha Lamounier


Cidinha é chef de Cozinha e instrutora do SENAC CFP-BH, com atuação nas áreas
de treinamento voltado para a formação técnica de novos profissionais de cozinha.
Também atua como consultora na área de planejamento e montagem de negócios do
setor de alimentação e dá palestras de assuntos atuais ligados à área de Gastronomia
e realização de eventos.

62 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010


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64 << Minas Gourmet >> Setembro/Outubro 2010

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