Você está na página 1de 14

VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018

ISSN 2316-266X, nº 7

ACORDOS E CONFLITOS, ENTRE VISITANTES E VISITADOS, NA


APROPRIAÇÃO DE ESPAÇOS TURISTIFICADOS EM BAIRROS
POPULARES, A PARTIR DE PRÁTICAS DE TURISMO.

LUIZ ALEXANDRE LELLIS MEES


Doutor em Antropologia
mees.turismo@gmail.com

RESUMO
Práticas de turismo em favelas e bairros populares por vezes são incentivadas por elementos como a
“autenticidade” ou pela construção de infraestruturas de mobilidade urbana inovadoras. Como nos casos
de algumas favelas da cidade do Rio de Janeiro e de alguns dos bairros populares que compõem as
Comunas 01 e 13 da cidade de Medellín, Colômbia. Na dinâmica dessas práticas, espaços de interesse
turístico são construídos ou apropriados, envolvendo, voluntária ou compulsoriamente, diferentes atores
sociais. São estabelecidos acordos e conflitos, relações de hospitalidade ou de hostilidade que marcam
interesses diversos. Este trabalho se propõe a evidenciar relações entre visitantes e visitados, em favelas
e bairros populares, nas dinâmicas de apropriação dos espaços que conformam um roteiro turístico.
Defende-se que a turistificação constrói “espaços seguros” e leva à apropriação de espaços públicos que
antes eram destinados aos moradores.

Palavras-chave: Turismo de favela. Turistificação de espaços. Apropriação de


espaços.Visitantes e visitados. Roteiros Turísticos.

ABSTRACT
Touristical practices in favelas and popular districts are sometimes encouraged by elements such as
"authenticity" or the construction of innovative urban mobility infrastructures. As in the cases of some
favelas of Rio de Janeiro and some popular districts, part of the comunas 01 and 13 of the city of
Medellín, Colombia. In the dynamics of these practices, spaces of tourist interest are built or
appropriated, involving, voluntarily or compulsorily, different social actors. Agreements and conflicts,
relations of hostility or hostility that mark diverse interests are established. This work intends to show
relationships between visitors and visitors, in favelas and popular districts, in the dynamics of
appropriation of spaces that make up a touristical tour. It is argued that the turistification builds "safe
spaces" and leads to the appropriation of public spaces that were previously destinated to the residents.

Key-words: Slum tourism. Turistification of spaces. Appropriation of spaces. Guests and hosts.
Seightseeing.

Nos estudos teóricos do turismo, afirma-se que esse é um fenômeno social, econômico e
cultural, podendo acontecer espontaneamente ou de forma planejada e induzida. Diferencia-se
da “atividade turística” por essa corresponder às práticas de turismo e lazer, realizadas por
visitantes e turistas, envolvendo prestadores de serviços e equipamentos turísticos. Nesta

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


1
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

pesquisa utilizamos, também, o termo “práticas de turismo” para designar as diferentes


maneiras, comportamentos e atitudes expressas e apresentadas pelo turista no local que visita.
Ainda segundo os estudos teóricos, o turismo enquanto fenômeno apresenta quatro
elementos de caracterização: i) o deslocamento, que é a condição essencial para a
caracterização da viagem; ii) a permanência, que deve ser temporária; iii) o tour com a
utilização de serviços e equipamentos e iv) a motivação, que é o elemento propulsor do
fenômeno.
Das inúmeras atividades oferecidas e praticadas pelo turista que visita um destino, está a
visita guiada que, em geral, é vendida na forma de roteiro. Comprar e participar de um roteiro,
torna-se, assim, uma forma de plasmar geograficamente a experiência de uma viagem. Um
roteiro turístico oferecido por uma agência ou guia; proposto por um impresso turístico ou
aplicativo, leva em conta a realização de um percurso anteriormente traçado e planejado que
considera determinado espaço físico e social e que apresenta uma duração de tempo limitada.
Se o percurso é acompanhado de um guia de turismo ou monitor qualificado, é esse ator social
que será o encarregado de revelar, ao participante, os espaços percorridos, construindo, para o
visitante, uma narrativa sobre o que está sendo visto; ajudando na construção ou solidificação
de um imaginário do lugar visitado. É ele o responsável por mediar a expectativa construída
anteriormente e a realidade observada. Mesmo recorrendo a guias impressos, mapas ou
aplicativos tecnológicos, esses suportes também selecionam determinados espaços e induzem o
seu usuário a dar atenção a este ou aquele elemento, em detrimento de outros, construindo,
assim, o caráter turístico de um local que envolve seleções onde “alguns elementos são
iluminados enquanto outros permanecem na sombra” (CASTRO, 1999, p. 81). Para Michel de
Certeau (1994), no entanto, o espaço é a prática do lugar, ou seja, os sujeitos o transformam a
partir de suas ocupações, apropriações e vivências; simbolizam o espaço percorrido a partir de
interferências corporais ou cognitivas.
Para este trabalho, o foco principal serão os roteiros a pé, de curta duração, realizados
em favelas no Rio de Janeiro (especialmente a favela Santa Marta e o complexo de favelas
Cantagalo/Pavão-Pavãozinho) e bairros populares de Medellín, Colômbia pertencentes as
comunas 1 01 e 13, onde os turistas, motivados pelo “autêntico”, pela “opção de atrativo
alternativa” ou pelas infraestruturas de mobilidade urbana inovadoras, percorrem e disputam
espaços que a priori apresentam uma dinâmica residencial, “participando” ativa ou

1
Medellín é dividida, em termos políticos e administrativos, em seis zonas (urbanas) e cinco corregimientos
(rurais). Cada zona agrupa comunas que, por sua vez, agrupam bairros.
ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
2
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

passivamente da interação com moradores locais. Por sua vez, alguns moradores locais ou
atores “de fora”, como agentes de viagem ou mesmo guias de turismo, ao perceberem a
possibilidade de benefícios econômicos que pode ser gerada pelo movimento de turistas,
ressignificam ou se apropriam de espaços que antes era de usufruto dos residentes. Ou que
foram construídos, a partir de políticas públicas, para beneficiar os que ali vivem. Em alguns
casos, subverte-se a ordem urbana pré-estabelecida ou apaga-se a memória local, privilegiando
a construção de um imaginário turístico.
Outro ponto a ser considerado, é o de que a elaboração de um roteiro pressupõe o
planejamento de uma série de elementos que vão desde o meio de locomoção a ser utilizado, até
o espaço a ser percorrido. Indubitavelmente, ao se planejar um roteiro que utilize espaços
urbanos de uma sociedade complexa, uma das preocupações será a da segurança.
Selecionam-se, portanto, caminhos considerados mais “seguros” - e que privilegiem uma maior
quantidade de bens e serviços de interesse ao caráter turístico local – evitando-se outros
considerados “arriscados” ou “sem interesse turístico”. A visita do turista torna-se, então,
“segura” e “controlada”, seguindo os desejos do desenvolvimento da atividade turística para o
local.
Na relação entre turistas e locais – visitantes e visitados – podemos observar, também,
algumas particularidades. Levados por motivações de diferente natureza, não é raro turistas
iniciarem um fluxo de visitação contínuo e intenso a determinados lugares, instalando neles o
fenômeno turístico. A partir daí, é comum observarmos que, dentro de um espaço turistificado,
a presença do estrangeiro se torna mais “familiar” do que em espaços, mesmo que próximos,
que são alheios à atividade turística (espaços não-turistificados). Assim, defende-se que a
turistificação e a elaboração de roteiros, promovem a construção de espaços “seguros” para as
práticas do turismo, controlados, onde a população local convive – ou é obrigada a conviver –
com práticas cotidianas, onde as do turismo passam a ser familiares. Na dinâmica dessa
convivência, inventa-se uma comunidade local e uma comunidade turística que são tomadas
como generalizações, já que quando analisado o turismo em sociedades complexas ou em
grandes cidades, sempre vão existir relações diferentes entre diferentes comunidades desta
sociedade e os turistas que a visitam (BARRETTO, 2007, p. 56). Além disso, espaços de
usufruto de moradores são apropriados, por vezes desordenadamente, por práticas e atividade
turística, que ameaçam, outras vezes, a manutenção de memórias comunitárias importantes
para a história local.

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


3
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

Neste trabalho, utilizou-se o método indutivo e fenomenológico, e, como


procedimentos, a pesquisa bibliográfica, o trabalho de campo de base etnográfica, o estudo de
caso e a observação participante.
De 2013 a 2018 foram realizados trabalhos de campo, observando cientificamente
práticas de turismo na favela do Santa Marta, localizada no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro,
incluindo a realização de roteiros oferecidos por agentes promotores locais e a identificação de
diferentes atores sociais como moradores, comércio local, instituições públicas e privadas e o
próprio turista. De 2014 a 2018 foi realizado trabalho semelhante em bairros turistificados das
comunas 01 e 13 de Medellín. Em 2018 foi realizada uma visita o Museu de Favela (MUF) do
complexo de favelas do Cantagalo/Pavão-Pavãozinho, e conversa com coletivos locais. Os
dados foram coletados através do diário de campo, de conversas gravadas com turistas e
população local e através de registros fotográficos.

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
O geógrafo francês Jean Remy Knafou é uma das principais referências para o termo
“turistificação”. Ele é usado até hoje para designar o processo de apropriação de trechos do
espaço territorial por agentes do turismo, objetivando a implantação da atividade turística.
Segundo Fratucci (2008), é o processo de turistificação o responsável por amalgamar a lógica
da produção (esfera do trabalho) e a lógica do lazer (esfera do lazer), podendo apresentar
diferentes origens. Uma das origens da turistificação citadas por Knafou (apud FRATUCCI,
2008) são as práticas sociais de deslocamentos temporários de pessoas, fazendo, assim, com
que surjam espaços turísticos. O turista “na busca de novas paisagens mais agradáveis e
salutares, diferentes daquelas do seu dia a dia, se apropria de alguns trechos privilegiados do
espaço” (FRATUCCI, 2008, p. 68 e 69). Estes espaços que se tornam “turísticos” são, por sua
vez e posteriormente, apropriados pelos agentes de mercado. A turistificação seria também a
responsável pelo surgimento do “espaço turístico”, que seria composto pelo “espaço do turista”
e pelo “espaço do turismo” que, apesar de ocuparem o mesmo espaço físico, desempenham
funções diferentes. O “espaço do turista” é identificado como o espaço de fruição e consumo,
enquanto que o “espaço do turismo” é o da produção e trabalho, ou seja, mais amplo e
abrangente do que aquele que o turista ocupa (COSTA e FERREIRA, 2016). Contudo,
defende-se aqui que estes espaços, inclusive aqueles preconizados pelo turista, são
pré-determinados e “controlados”.

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


4
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

Uma observação importante, principalmente para esta reflexão, é a de que, segundo


Knafou, a apropriação do espaço se daria em trechos onde existam elementos – naturais ou
culturais – capazes de gerar interesse e fluxos temporários. Comerciantes que estejam
diretamente ligados ao interesse turístico local, irão, inclusive, buscar espaços privilegiados
para a exposição e venda de seus produtos: o caminho mais percorrido pelos turistas (que
muitas vezes está construído a partir de um roteiro), a proximidade com os atrativos principais
do local, os trechos que recebem mais atenção do turista, entre outros. São esses interesses que
irão, contudo, estabelecer diferentes formas de associação, conflito, cooperação, hospitalidades
ou hostilidades (abertas ou veladas).
Complementando a teoria de Knafou, J. Fernando Vera et al (2013), afirmam que um
espaço não é ontologicamente turístico; torna-se turístico por constituir objeto de interesse
turístico. São a percepção e o interesse do turista sobre o espaço, os fatores que validam seus
recursos, sua população e seus elementos como “de interesse turístico”. Esta validação provém
de uma observação simbólica; de um simbolismo social outorgado pelos seus consumidores. É
pertinente acrescentar que a crescente diversidade e pluralismo da cultura contemporânea estão
fazendo com que os centros turísticos convencionais não sejam necessariamente os únicos
lugares de produção de simbologia significativa em termos de recreação e turismo. Esta
constatação tem sido interpretada, inclusive, desde o ponto de vista da análise da construção do
imaginário social (VERA, 2013, p.195).
Após essa breve exposição das teorias relacionadas à turistificação e da produção de
espaços turísticos, consideramos importante para este trabalho alguns pressupostos teóricos que
tratam da relação entre visitantes e visitados. Segundo Barretto (2007), a interação do turista
com o residente pode acontecer de diferentes maneiras: i) na compra de bens e serviços, ii) no
compartilhamento dos espaços, ou iii) na busca por informações sobre o local. No entanto, as
relações a partir daí estabelecidas, serão mediadas por um interesse mútuo que é diverso e,
dependendo do caso, mais característico do visitante ou do visitado: o interesse de usufruir do
espaço visitado, o interesse de compra, de se ter uma atitude simpática ou resignada, de
estabelecer oportunidades de negócio, de valorização local e melhora da auto-estima - como no
caso das comunidades de baixa renda, pelo fato de terem sido alçadas à categoria de interesse
e/ou curiosidade, passando a fazer parte da mídia. É importante lembrar que a geração de
empregos a partir do turismo é apenas para alguns.
É fato que o turista estrangeiro, frente a uma comunidade local, sempre irá se destacar
pela sua aparência, modo de agir, sotaque, dificuldade em pronunciar palavras, indumentária,

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


5
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

ou outra característica dissonante, que denuncia sua “clandestinidade”. “Do ponto de vista
social e cultural [os turistas] sempre serão forasteiros, e sua relação com a população local
sempre será influenciada por esse fato” (BARRETTO, 2007, p.76).
Os antagonismos identificados nas relações entre a comunidade receptora e os turistas
podem aparecer através de um gracejo, de uma zombaria, do atendimento com negligência ou
má vontade, do “assédio”, da curiosidade sobre o outro, da atenção diferenciada, entre outros.
Tudo isso vai de encontro ao simplismo dos pressupostos da Organização Mundial do Turismo
(OMT), que afirma categoricamente que o turismo propicia o entendimento e a aproximação
dos povos, das diferentes culturas, promovendo a paz. (OMT, 2001). Nem sempre.

TURISMO, FAVELAS CARIOCAS E BAIRROS POPULARES


De modo generalista, o fenômeno turístico associado ao interesse de visita a bairros
pobres é conhecido, em inglês, como slum tourism. Segundo Frenzel, Koenz & Steinbrink, é
“uma tendência global e uma forma de turismo controversa. Áreas urbanas empobrecidas
sempre seduziram a imaginação popular, consideradas áreas de “alteridade”, “decadência
moral”, “liberdade desviante” ou “autenticidade”” (2012, p.01). O debate ético frente a esta
forma de turismo tem estado presente nos estudos do tema. Contudo, o debate acadêmico sobre
os verdadeiros impactos do turismo nestes territórios ainda é incipiente.
Enquanto no Rio de Janeiro, visitas a favelas transformadas em atrativo turístico
acontecem desde 1992 (FREIRE-MEDEIROS, 2009), em Medellín este fenômeno é recente e
vinculado à construção, a partir de políticas públicas, de infraestruturas urbanas de mobilidade
consideradas inovadoras como os metrocables (teleféricos usados como meio de transporte de
massa) e as escaleras eléctricas (escadas rolantes usadas para transportar a população do
asfalto para o morro).
Apesar de não terem sido o motivador principal da visita de turistas aos territórios, a
favela Santa Marta e o complexo de favelas Cantagalo/Pavão-Pavãozinho também receberam
infraestruturas de mobilidade visando facilitar o ir e vir de seus moradores. No Santa Marta foi
construído, em 2010, pelo governo do estado, um plano inclinado com um bondinho, com
aproximadamente 340 metros de extensão. Segundo o jornal Extra,

o plano inclinado vai possibilitar o acesso rápido de moradores que vivem no


alto da favela. No percurso são cinco estações e a viagem terá dez minutos de
duração. Inicialmente, funcionará de 7h até meia-noite e a operação ficará sob
a responsabilidade de 11 ascensoristas, que vão trabalhar em turnos
alternados.

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


6
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

(https://extra.globo.com/noticias/rio/plano-inclinado-no-morro-dona-marta-i
naugurado-nesta-quinta-517812.html. Acesso em 05 de nov. de 2018).

O ano de inauguração coincidiu com o programa Rio Top-Tour de capacitação local


para o turismo, e a inauguração aconteceu dois anos depois da implantação da primeira Unidade
de Polícia Pacificadora (UPP), em 2008. Também em 2010, foi construído, no complexo de
favelas Cantagalo/Pavão-Pavãozinho, um elevador ligando o asfalto ao alto das favelas.
Em Medellín, seguindo preceitos do Urbanismo Social e visando facilitar a mobilidade
urbana dos moradores, foi inaugurada, em 2004, na comuna 01, a primeira linha de teleférico
voltada para o transporte de massa. Em 2011 a cidade inaugura escadas rolantes elétricas no
bairro Las Independencias da comuna 13, com o mesmo objetivo de facilitar o deslocamento
dos moradores do asfalto para o alto do morro.
Na comuna 01, não somente a novidade de um teleférico despertou o interesse de
visitantes e turistas, mas também a construção de uma Biblioteca Parque, de arquitetura
moderna e imponente – a Biblioteca Parque España – localizada em posição estratégica diante
da região metropolitana do Valle de Aburrá. A linha K das comunas 01 e 02 possui uma estação
de transferência para a Linha L-Parque Arbí, uma linha essencialmente turística, no bairro
Santo Domingo Savio, onde está localizada a Biblioteca Parque España. É comum, portanto,
grupos de turistas, com práticas de turismo independentes ou organizadas, desembarcarem na
estação Santo Domingo Savio para apreciar o movimento da linha K do teleférico, visitarem a
Biblioteca Parque España2 ou, até mesmo, subirem na laje da casa de um morador, na busca de
um panorama do bairro popular.
Na comuna 13, especialmente no bairro Las Independencias, o elemento motivador da
visita, além da escada rolante elétrica, são os coloridos grafites pintados por coletivos locais. A
atividade turística neste território atingiu seu auge com a inauguração das escadas rolantes
elétricas, seguido do embelezamento do espaço público com projetos como “Medellín se pinta
de vida3”. Tudo isto construído pelo poder público, co-financiado por empresas privadas, e
contando com a ajuda de agentes comunitários da comuna. Alguns dos coletivos oferecem,
também, roteiros para visitantes chamados Grafittours. A maioria dos visitantes, tanto na
comuna 01 quanto na comuna 13, é de estrangeiros, apesar dos próprios colombianos se
fazerem presentes (GÓMEZ, LÓPEZ e MEES, 2017).

2
Devido a falhas estruturais de construção, a Biblioteca, um dos ícones do Urbanismo Social em Medellín, foi
fechada em 2015.
3
Pintura de fachada de casas e criação de murais artísticos (Alcadía de Medellín, 2015.).
ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
7
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

Na favela do Santa Marta, os tours são oferecidos por moradores locais, capacitados
pelo programa estadual e federal Rio Top Tour. A maior parte dos guias-moradores se
concentra em um quiosque localizado na estratégica entrada da favela. Contudo, também existe
uma empresa local que tem foco no Turismo de Base Comunitária e que, segundo sua
propaganda, busca “desconstruir os esteriótipos da favela, valorizando seus modos de fazer,
cultura local, história e identidade”. As abordagens dos guias são diferentes, dependendo da
escolha do coletivo de turismo feita pelo visitante.
No complexo de favelas Cantagalo/Pavão-Pavãozinho, o principal coletivo promotor do
turismo no território é ligado o Museu de Favela (MUF), uma organização não-governamental
privada, de caráter comunitário, fundada em 2008. No Museu existem guias que acompanham
turistas e promovem roteiros pelo território do complexo. O Museu se autodenomina o primeiro
territorial e vivo sobre memórias e patrimônio cultural de favela do mundo. (MUSEU DE
FAVELA, 2018).

ACORDOS, CONFLITOS E ESPAÇOS APROPRIADOS


Nos quatro territórios escolhidos como objeto para este trabalho, pôde-se observar
diferentes relações entre os diferentes atores sociais envolvidos no fenômeno e nas práticas de
turismo: moradores, comércio local, instituições públicas e privadas e o próprio turista. Pela
extensão de considerações coletadas e pela proposta do artigo, nos concentramos em pontos
relacionados às dinâmicas entre visitantes e visitados, na transformação do espaço público em
espaço turístico e na apropriação desses espaços pelas dinâmicas ligadas às práticas de turismo.
Considera-se que o turista reproduz o espaço urbano, pois é um novo ator que introduz
novas práticas ao espaço visitado. No bairro Las Independencias, por exemplo, pode-se
identificar tal afirmação no comércio crescente do bairro, especialmente aquele voltado para
atender o turista, gerando usos dos espaços públicos construídos pela política urbana. O turismo
ativa a economia local formal e informal e este privatiza o espaço público, usufruindo dele
como um bem individual (SÁNCHEZ, 2017), Utiliza plataformas construídas como bem
coletivo, para o desfrute de todos, objetivando tirar vantagens das práticas de turismo
estabelecidas; gerar benefícios individuais como a exibição de suvenires, produtos locais,
alimentos, bebidas, e outros que sejam de interesse para o turista.
Esse fenômeno muda de maneira radical o modo de morar e transitar dos moradores que
precisam não somente enfrentar suas vicissitudes da vida cotidiana, mas também os obstáculos
que trazem a aglomeração de novos indivíduos em seu bairro, como, por exemplo, veículos

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


8
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

(carros e motos) estacionados nas calçadas de pedestres, obstruindo o trânsito, o crescimento do


barulho pela quantidade das pessoas que visitam o local e o aumento de empreendimentos
como bares e coffee shops. Isso permite observar uma disputa, marcada pelo uso que o morador
dá a seu espaço e às práticas associadas ao turismo. Quem mora no bairro, por vezes reclama do
estar e do transitar pelas calçadas, ruas e becos que historicamente lhes pertenciam como
moradores de origem. São os espaços que o turismo, então, se apropria, reorganiza, construindo
novos usos em função das necessidades de sua atividade.
No Santa Marta podemos observar resultados semelhantes em dois espaços públicos: na
primeira estação de acesso ao bondinho que leva ao alto do morro e no “espaço (ou laje)
Michael Jackson” que tornou-se o espaço turístico por excelência na favela.
O bondinho do Santa Marta foi construído para os moradores, na intenção de
facilitar-lhes a árdua subida até o alto do morro. Por ter um espaço reservado para carga, é
utilizado também, pela população, para subir material de construção ou compras familiares.
Contudo, com a favela alçada à categoria de atrativo turístico, especialmente através do uso da
imagem do cantor Michael Jackson que gravou, em 1996, um clipe musical no morro, o
bondinho passa, também a ser utilizado por grupos de turistas que querem subir a favela. Não
raro aparecem conflitos ou abusos entre turistas e moradores, na disputa pela utilização do
bondinho. Apesar de, com o tempo, se ter estabelecido a prioridade do morador no uso do
bondinho, esses são obrigados a compartilhar o espaço do meio de transporte com grupos cada
vez maiores de turistas que os observam com olhares curiosos.
Em 1996, o mundialmente famoso cantor Michael Jackson gravou o clipe musical They
Don´t Care About Us no morro Dona Marta. Em 25 de junho de 2009, com a morte de Michael,
membros da comunidade decidem construir um “espaço” em sua homenagem na 4ª estação do
bondinho. Este espaço, que também conforma um mirante, recebe uma estátua do cantor em
2010 e torna-se o mais famoso espaço da favela, parada obrigatória de turistas. Nas
proximidades começam a aparecer lojas de souvenirs e comércio de alimentos para turistas. O
coletivo de guias de turismo mais engajado, no entanto, chama atenção para um fato
importante: o espaço, de 1985 a 1991, abrigou um ambulatório de saúde, conquista de um
morador chamado José Manuel da Silva Machado. Fechado em 1991 por problemas estruturais
e de recursos, só foi lembrado em 2014, quando o projeto “Tudo de Cor para o Rio de Janeiro”
das tintas Coral revitalizou a laje, instalando uma placa que conta essa história. Mesmo assim,
dependendo do guiamento realizado pelo Santa Marta, a ênfase maior é na visita de Michael
Jackson na comunidade, que acabou por construir – e aprisionar - sua imagem turística a partir

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


9
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

deste personagem. A história local que envolve seus moradores corre o risco de não ser
percebida por muitos dos visitantes da favela.
Na comuna 01, observei que guias de turismo levavam grupos de visitantes desde a
saída da estação Santo Domingo Savio até a Biblioteca Parque España, percorrendo algumas
ladeiras próximas do entorno, passando por pontos do comércio local que vendem comida ou
bebida, parando no gradil que fornece uma vista do sobe e desce das gôndolas do metrocable,
até chegar à Biblioteca. Presenciei também, a entrada de um grupo, na casa de um dos
moradores, no entorno da Biblioteca, onde, do alto, era oferecida uma vista privilegiada do
bairro, da própria Biblioteca, e da região metropolitana do Valle do Aburrá. Aquilo que se
poderia, na visão do turista, chamar de “assédio” da população local para venda de serviços e
objetos turísticos não aparecia. Me intrigava a falta da oferta de serviços, e a tranquilidade da
população local na comuna 01, quando em contato com o movimento de turistas. Fui abordado
apenas por duas crianças que moravam perto do gradil, que se ofereciam para contar aos turistas
a história da “transformação” do bairro em troca de algum dinheiro.
A previsibilidade e constância da visita a estes espaços turistificados, no entanto, foi
quebrada quando ousei visitar, sozinho, espaços “de fora”, não-turistificados. Espaços
localizados fora do “controle” da atividade turística, e onde os conflitos entre o visitante e o
visitado foram muito mais evidenciados. Comprei a ideia de descer a pé da estação Santo
Domingo Savio até a estação Acevedo (estação de base e de embarque para o topo do morro) de
dois turistas franceses com quem conversei. No início, percebi que as ladeiras eram muito
inclinadas, o que dificultava a descida. Observei moradores na varanda das casas, conversando,
mas que, quando me viram, começaram a fazer brincadeiras e piadas, imitando uma fala em
inglês, já que eu era frequentemente confundido com um turista norte-americano. Segui a
infraestrutura de urbanização construída na comuna e, mais abaixo, me deparei com uma
criança que estava brincando no quintal de sua casa. Ao me ver, ela gritou na minha direção,
perguntando repetidamente: Eres turista?? Eres turista?? Continuei a descida, e, em uma das
escadas que levavam até a próxima estação, encontrei um grupo de jovens consumindo drogas.
Eles falaram alguma coisa comigo, que, pelo nervoso, acabei não entendendo. Desci ainda mais
rápido, e cheguei a uma estação abaixo da Santo Domingo Savio. Ali desisti de continuar a pé,
entrando então no metrocable. Ao final, já na estação Acevedo, encontrei os dois jovens turistas
franceses com quem tinha conversado. Eles não haviam descido a pé.
Em julho de 2018 a cidade de Medellín noticiava a morte de líderes comunitários de
bairros populares. Inclusive na comuna 13 que vinha apresentando, também, episódios de

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


10
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

conflito armado. Tinha a intenção de fazer nova visita ao espaço turístico do bairro Las
Independencias e, ao perguntar para atores envolvidos com a atividade turística se havia perigo,
recebia sempre a resposta de que “lá não acontece nada”. Essa dissonância entre os espaços de
violência que estavam evidenciados, até mesmo na mídia local, e a “tranquilidade” do espaço
turístico onde se realizavam os Graffitours me intrigava. Visitei o bairro, percebendo a grande
transformação dos espaços públicos ocorrida desde 2014, quando fiz minha primeira visita, que
foram apropriados pelo comércio ligado à atividade turística: lojas e barracas de souvenirs,
algumas delas armadas na passagem, sempre próximas às escaleras eléctricas, performance de
jovens dançarinos e músicos, oferecendo seus talentos aos turistas, coffee shops, restaurantes,
“galerias de arte” abertas na casa de moradores vendendo imagens de grafites. Na televisão, o
noticiário Hora 13 Noticias, de 11 de julho, dizia:

este lugar tem duas realidades: uma a da violência (...) e outra a daqueles que
lutam para que esta zona não seja estigmatizada. Apesar da saída de
moradores do bairro, dos enfrentamentos e mortes que esta comuna agoniza,
segue chegando turistas” (HORA 13 NOTICIAS, 2018).

Juan Fernando Gómez, um representante dos Direitos Humanos de Medellín


entrevistado, afirmava que a comuna 13 era, naquele momento, a que mais expulsava
moradores da cidade. Seja pela disputa de territórios ou pela disputa de renda da venda ilegal de
drogas. Mesmo diante de toda essa dura e violenta realidade, a repórter do noticiário afirmava
que “nas escadas rolantes elétricas se vê outra realidade”. Um turista estrangeiro entrevistado
afirmou: “as pessoas aqui são amáveis e divertidas”. Os que visitavam o bairro naquele
momento pareciam alheios a toda complexidade social e violência que, próximo dali, acorria.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do exposto, pode-se inferir que o espaço turistificado passa a ser também o espaço
seguro e controlado pela e para a atividade turística. Assim, nem todo o espaço de um território
está sujeito às mesmas dinâmicas e generalizações que levam a se falar de um “Turismo no
Santa Marta” ou em um “Turismo na comuna 01”. São apenas trechos do espaço que são
recortados para que a atividade turística ali aconteça. Esse recorte é dinâmico, mas moldado
pelo interesse do turista ou pelo poder público.
O turista, muitas vezes, entra em conflito com interesses da população local, por vezes é
visto como intruso em espaços não-turistificados, onde os conflitos entre a população local e os

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


11
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

visitantes ficam muito mais evidenciados. Variada é a natureza dos conflitos que ocorrer num
espaço turístico: entre turistas e comunidade local, entre turistas e trade turístico, entre
membros da mesma comunidade que são “a favor” ou “contra” a atividade turística, ou entre
comunidade local e grupos sociais externos, interessados na “exploração” do turismo. Sem
desconsiderar estas complexas relações que devem ser levadas em conta, os dados aqui
expostos podem levar a uma aderência às ideias de “cenário” (McCannell, 1976) e
“performance” (Kirshenblatt-Gimblett, 1990) dos espaços e população ligados ao turismo.
Alheios ou excluídos dos benefícios econômicos ou do entendimento da atividade
turística, alguns atores questionam a invasão de seus espaços sociais. Por outro lado, muitos dos
espaços públicos construídos para os moradores, são apropriados por dinâmicas que envolvem
a atividade turística e práticas de turismo. Por estes e outros fatores, boa parte dos turistas
tradicionais prefere uma experiência controlada; um passeio passivo onde prevaleça a “falta de
contato” com algo tipo como “perigoso” ou “indesejável” (Boorstin apud URRY, 2001, pág.
23). O “espaço do turista” e o “espaço do turismo” servem a este papel, enquanto constituintes
do espaço turístico. Ao se pensar em comunidades receptoras ou comunidades onde acontecem
práticas de turismo, a errônea tendência é percebê-las como um grupo homogêneo e imutável,
como se entre seus membros não houvesse hierarquias, classes-sociais distintas, divergências
político-ideológicas ou lutas de poder (BARRETTO, 2007, p.55).
Assim como evidenciou-se no “espaço Michael Jackson”, a memória histórica de uma
comunidade pode ser substituída ou ofuscada pela construção de uma “imagem turística”. Por
vezes, o imaginário de uma localidade pacífica e de fácil mobilidade, semelhante aquelas do
asfalto, precisa ser vendida para que a atividade turística se consolide e permaneça gerando
capital.

BIBLIOGRAFIA:

ALCADÍA DE MEDELLÍN. Plan de Desarrollo Local, Comuna 13. Medellín: Alcaldía de


Medellín, 2015.

ÁLVAREZ, C.G. Turismo y apropiación del espacio público en el Barrio las


Independencias, comuna 13, Medellín, 2018. (Trabalho de Conclusão de curso graduação em
Sociologia) - Universidad de Antioquia, Medellín, Colômbia. 2018.

BAHL, M. Viagens e roteiros turísticos. Curitiba: Protexto, 2004.

BARRETTO, M. Cultura e Turismo: discussões contemporâneas. Campinas/SP: Papirus,


2007 (Coleção Turismo).

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


12
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

BLOG CORAL. Disponível em:


http://wp-coral-customers.webmatrix.net.br/blog/2014/coral/projeto-tudo-de-cor-para-voce-laj
e-do-michael-jackson/. Acesso em 06 de nov.de 2018.

CASTRO, C. Narrativas e imagens do turismo no Rio de Janeiro. In: VELHO, Gilberto (org.).
Antropologia Urbana. Cultura e sociedade no Brasil e em Portugal. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1999.

COSTA, S. D. e FERREIRA, H. C. H. Reflexões acerca da produção do espaço turístico


pelo turismo religioso em Armação dos Búzios/RJ. Anais do Seminário da ANPTUR, 2016.

DE CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis/RJ: Vozes, 1994. Vol.


01.

FRATUCCI, A. (2008). A dimensão espacial nas politicas públicas brasileiras de turismo:


as possibilidades das redes regionais de turismo. Tese de Doutorado. Programa de
Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, 2008.

FREIRE-MEDEIROS, Gringo na laje: produção, circulação e consumo da favela turística. Rio


de Janeiro: Editora FGV, 2009.

FRENZEL, F.,KOENS, K, e STEINBRINK, M (Ed.). Slum tourism: poverty, power and


ethics. Abingdon, Inglaterra: Routledge, 2012.

G1. Moradores relembram a visita de Michael Jackson ao Morro Santa Marta.


Disponível em:
http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1208863-5606,00-MORADORES+RELEMBRAM
+A+VISITA+DE+MICHAEL+JACKSON+AO+MORRO+SANTA+MARTA.html. Acesso
em 06 de nov.de 2018.

GÓMEZ, G.J., LÓPEZ, Z.L. e MEES, L.A.L. Turismo en territorios informales: las
motivaciones del turista para visitar las favelas de Río de Janeiro en Brasil y las Comunas de
alta ladera en Medellín, Colômbia. In: CONPHET, 2017, Medellín. Memórias. 2017.
HORA 13 NOTICIAS. Medellín. Teleantioquia. 11 de julho de 2018.

JORNAL EXTRA. Plano Inclinado no Morro Dona Marta é inaugurado nesta quinta.
Disponível em:
https://extra.globo.com/noticias/rio/plano-inclinado-no-morro-dona-marta-inaugurado-nesta-q
uinta-517812.html, Acesso em 05 de novembro de 2018.

KIRSHENBLATT-GIMBLETT, B. Objects of Ethnography in: KARP, Ivan and LAVINE,


Steven D. (eds.). Exbiting Cultures: the poetics and politics of museumdisplaces.
Smithsonians Books. EUA, 1990.

MAcCANNELL, D. The tourist. A new theory of the leisure class. London: Macmillan, 1976.

MEES, L.A.L. Espaços turísticos construídos no Complexo do Alemão por roteiros comerciais.
Revista Iberoamericana de Turismo (RITUR). Vol. 05. no.01, 2015.

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


13
VII CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades, Rio de Janeiro-RJ, 12 a 16 de novembro 2018
ISSN 2316-266X, nº 7

___________. “Vem passear no teleférico. Tira foto manda pro internacional!”: políticas
e práticas de turismo em um Alemão-Complexo. Tese de doutorado, Universidade Federal
Fluminense (UFF), Rio de Janeiro, 2017.

MUSEU DE FAVELA. Disponível em https://www.museudefavela.org/sobre-o-muf. Acesso


em 05 de Nov. de 2018.

OMT. Introdução ao Turismo. São Paulo: Roca, 2001.

RAMÍREZ, I. D. e COSTA, G. Para além da “guerra” e da “paz”: territórios de violência em


Medellín. Revista Crítica de Ciências Sociais. 96 (2012).

SÁNCHEZ, L. Medellín: uma cidade construída a “várias mãos? Participação e política


urbana na transformação da cidade popular contemporânea. Tese de doutorado,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

SMITH, V.L. (comp.). Anfitriones e invitados: antropologia del turismo. Madrid:


Endymion, 1989.

URRY, J. O olhar do turista. Lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. São Paulo:
Studio Nobel/SESC, 2001.

VERA, J. F. (coord.). Análisis territorial del Turismo y planificación de destinos turísticos.


Valencia: Tirant Humanidades, 2013.

ANINTER/SH - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES


14

Você também pode gostar