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ESCRITOS

HOSPITALIDADE TURÍSTICA URBANA COM ÓTICA NO CENTRO DA CIDADE DE NITERÓI-RJ

RESUMO: foi realizada uma avaliação dos reflexos das políticas públicas da Prefeitura Municipal aplicadas
a área de turismo, assim como a área de ordenação urbana. Foi montada uma matriz de indicadores com
características que formam uma cidade hospitaleira para ser aplicada a área de estudo. Através do uso de
fichas de avaliação analisou-se a realidade o Centro, sendo elaborada uma apreciação da área delimitada, a
partir dos seus elementos mais importantes e seus atrativos turísticos. Conclui-se o estudo, indicando que o
Centro Histórico de Natal apresenta-se com grande potencial turístico, contudo deve-se atentar para
questões-chave como transporte, segurança pública e revitalização.
INTRODUÇÃO: Esse estudo toma como ponto de partida o empreendimento de Grinover (2007), que
aborda a hospitalidade, dentre outras formas, em sua vertente da organização do espaço urbano público para
o ato de receber populações perenes ou flutuantes. Para operacionalizar a pesquisa de campo, foi montada
uma matriz de indicadores com características que formam um sitio hospitaleiro, aplicada ao Centro da
cidade de Natal. Procurou-se avaliar a hospitalidade do local em questão, bem como apresentar indicadores
para essa avaliação, onde a organização do espaço urbano e sua infraestrutura fossem a questão capital da
hospitalidade.
Preza-se aqui por utilizar uma abordagem principalmente espacial e urbanística do tema da hospitalidade,
observando sempre a base física onde ela ocorre.
Este estudo formula uma discussão sobre a hospitalidade à luz do planejamento e organização urbana.
Analisando e refletindo a paisagem e a atmosfera dos lugares, deseja-se que o ambiente construído e
transformado pelo homem seja seu cerne temático balizador no tocante ao recebimento e acolhimento de
turistas, observando-se para isso, a forma como a cidade se prepara para acolher os visitantes e sua
população residente.
Contudo, o presente trabalho faz uma abordagem onde o tema da hospitalidade é tratado em função da
organização do espaço público, considerando a existência, diversidade e complexidade da infraestrutura
local acumulada com o tempo e a forma como ela se distribui para melhor servir à sociedade e ao turista.
Conhecendo-se a hospitalidade do espaço urbano, a adequada existência e disposição de equipamentos,
facilidades e infraestrutura local, pode-se assegurar que o turista, o visitante, o imigrante ou qualquer outro
ator que chegue à cidade seja bem recebido e acolhido no ambiente desse espaço.
Estudo operacional, gerencial e estratégico de empreendimentos hoteleiros e afins) e hospitalidade (estudo
abrangente das relações humanas que se desenrolam como campo de estudo para diversas áreas do
conhecimento como antropologia, sociologia, geografia, arquitetura e turismo) (CAMARGO, 2004).
A análise se preocupou com o diagnóstico pontual do espaço urbano sob a ótica da hospitalidade para
turistas em uma cidade que pretende tornar-se um destino turístico consolidado e competitivo. Galgou-se
também iniciar uma metodologia de avaliação da base física da hospitalidade no ambiente urbano aplicável
universalmente e então obter instrumentos capazes de mensurar de forma específica a hospitalidade
perceptível ao turista/visitante com relação ao local físico de sua chegada/estada. Essa metodologia foi
aplicada ao Centro da cidade de Niterói para avaliação de seu espaço e para teste dos indicadores
selecionados.
A cidade de Niterói pretende se tornar um consolidado destino turístico do Estado do Rio de Janeiro
(NELTUR, 2006), contudo, para tal, necessita preparar-se e transformar-se num lugar onde os turistas sejam
bem recebidos a partir do momento que chegam à cidade. Baseando-se no estudo dos planos de turismo e de
urbanismo da cidade, assim como por observação in loco e de fontes primárias como matérias e artigos de
jornais e revistas bem como de sites oficiais, procurou-se notar se o poder público está promovendo políticas
concernentes à hospitalidade pública na área do Centro da cidade. Do ponto de vista da hospitalidade
urbana, procurou-se a resposta de quais são os principais pontos que devem ser atentados no Centro da
cidade de Niterói para receber o turista de forma a melhor atender suas necessidades de acolhimento com
relação ao aproveitamento do espaço urbano.
A metodologia para o trabalho foi baseada em pesquisa bibliográfica em fontes primárias e secundárias,
pesquisa exploratória, assim como pesquisa de campo com coleta de dados por meio de observação,
bricolagem e aplicação de 16 fichas de avaliação dos itens mais relevantes. Após a coleta de dados,
pretendeu-se analisá-los sob a ótica das políticas de turismo e urbanismo da cidade de Niterói e sob a
perspectiva da hospitalidade e suas implicações.
Dessa forma objetivou-se analisar o Centro da cidade de Niterói com relação à hospitalidade urbana local
propondo um conjunto de indicadores para avaliação das características que tornam uma cidade hospitaleira.
Foram discutidos quais elementos fazem com que um turista seja bem-recebido num lugar.
No próximo capítulo será feita uma exposição da conceituação utilizada. Destacam-se as conceituações de
hospitalidade turística, hospitalidade do espaço urbano e indicadores, conceitos utilizados para o
balizamento teórico deste trabalho. Já o terceiro capítulo se refere à avaliação da hospitalidade do espaço do
Centro de Niterói, sendo apresentada a metodologia escolhida para a realização da pesquisa, bem como os
indicadores selecionados para avaliar a área. Ainda no terceiro capítulo faz-se a descrição do Centro de
Niterói e são descritos os resultados da pesquisa realizada. A última parte desse capítulo é dedicada a análise
crítica dos resultados. No último capítulo são feitas as considerações finais sobre o trabalho, englobando os
conceitos tratados no segundo capítulo e os resultados encontrados no terceiro.

A hospitalidade turística de localidades urbanas é um tema de grande importância para o planejamento


urbano e turístico das cidades, sendo especialmente relevante quando a hospitalidade é pensada em aspecto
amplo e holístico, não levando em consideração apenas o sentido de hospedar e alimentar, mas também o
sentido de receber e acolher o turista e o visitante nas áreas urbanas públicas, “considerando que parte da
hospitalidade é fruto da organização socioespacial dos lugares” (CRUZ, 2002, p. 40).
A hospitalidade local é percebida pelo turista antes mesmo de chegar ao destino, seja através de pesquisas
empreendidas anteriormente ao ato de se deslocar, ou por meio de programas televisionados, de artigos e
matérias de revista ou jornal ou sites da internet e por informações recebidas de agentes de viagem ou
pessoas próximas. Outra modalidade de informação que também colabora para que o turista comece a
perceber a hospitalidade do local antes de chegar ao destino, é aquela que ele adquire com relatos, dicas e
novidades contadas por amigos e conhecidos na vida real ou virtual – no ambiente virtual especialmente por
meio de sites de relacionamento e programas de mensagem instantânea – que já vivenciaram,
experimentaram ou possuem informações relevantes sobre o local que ele pretende visitar. Uma pesquisa do
Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) de 1998 “indica porcentagens elevadas de influências das
informações de amigos e parentes sobre a escolha de viagens” (PETROCCHI, 2004, p. 72).
Conjugada com a hospitalidade urbana, a ambiência se relaciona com a percepção que o turista adquire de
um determinado espaço urbano a partir da imagem que lhe é formada nos momentos em que ele está
presente neste espaço e vivencia essa realidade. No âmbito do turismo, o estudo da ambiência tenta
desvendar, entender e manipular a atmosfera de um determinado local visando transformá-lo em um
ambiente mais familiar, fazendo o visitante sentir-se confortável mesmo estando longe de sua casa. Esse
objetivo deve ser alcançado à medida que se torna o espaço urbano suficientemente organizado a ponto dos
turistas conseguirem se localizar mesmo em meio a um turbilhão de pessoas passando apressadas e de
informações lançadas ao ar.
Uma das principais questões relacionadas a hospitalidade urbana concerne em prover ao estrangeiro/turista
(aquele que não pertence ao lugar) capacidade de se localizar no espaço, possibilidade de apreciar a
localidade onde ele se encontra (compreendendo a acumulação do tempo criadora daquele espaço
contemplado) e ainda lhe dispor meios para o deslocamento. Desta forma a hospitalidade deve
A hospitalidade de um dado lugar, ao contrario do que muitos podem supor, não depende unicamente das
características receptivas da população local – como amabilidade, cordialidade, afetividade e simpatia. Ela
depende também da existência, disposição e facilidade de acesso a equipamentos, infraestruturas e serviços
urbanos que a localidade pode oferecer ao visitante e a seus moradores. Com essa oferta, a intencionalidade
do poder público é de lançar mão da hospitalidade para que o turista não se sinta um estrangeiro, um
desconhecido ou degredado, mesmo ele estando fora de sua residência e de seu espaço de conforto.
Não é por simples simpatia, encanto ou fascínio que alguns lugares são mais hospitaleiros do que outros.
Esse fato se deve a uma série de elementos, como a presença de estruturas e serviços locais, e ainda a
facilidade de acesso a bens histórico-culturais, que agregados, compõem a hospitalidade turística de uma
localidade.
A questão da hospitalidade de um lugar está relacionada com a existência, eficiência, qualidade e
confiabilidade no que tange a: facilidade de acesso como vias de trânsito e terminais modais e intermodais
rodoviários, ferroviários, marítimos e aéreos; equipamentos que facilitem a leitura e compreensão da cidade
como sinalização viária e turística, folheteria turística e centros de informação em locais de grande
circulação; disposição de serviços de alimentação, hospedagem e entretenimento como hotéis, restaurantes e
teatros; segurança, manutenção, limpeza e livre utilização do espaço urbano da cidade como um todo,
atentando ainda para o arranjo distribucional desses elementos na área da cidade para que, 21 dessa forma,
não haja mais benefícios em determinado local em detrimento de outros.
Ademais, outros pontos também devem receber atenção por sua extrema importância, não apenas com a
hospitalidade turística, mas ainda por sua relevante contribuição com a qualidade de vida da própria
população local. Esses pontos estão relacionados à existência de um conjunto de sistemas e redes integradas
de segurança pública, telecomunicação e imprensa, serviço postal, abastecimento de água, coleta e
tratamento de resíduos sólidos e líquidos, saneamento básico, atendimento básico e emergencial de saúde,
abastecimento de produtos alimentício e vestuário, educação, e limpeza e manutenção urbana.
Esses pontos não recebem atenção direta do turista, contudo são primordiais para compilar junto dos outros
elementos que constroem a hospitalidade do espaço. Apesar do poder público raramente atentar para o fato
de que esses itens também contribuem para a boa percepção que se adquire da cidade, esses são itens básicos
e prontamente perceptíveis quando deficientes. A oferta de água encanada é fundamental para uma
destinação turística, contudo, poucos são os turistas que notam ou elogiam esse serviço, entretanto, uma vez
retirada essa facilidade, mesmo que momentaneamente, todos os turistas e moradores locais irão notar e
reclamar sobre a falta desse item básico.
O próprio ex-presidente da EMBRATUR, Caio Luiz de Carvalho, corrobora com a opinião de Camargo e
acrescenta que “nenhuma cidade pode ser turística se não for prazerosa para seus habitantes” (apud
CAMARGO, 2004, p.76). A cidade que é considerada turística deve atrair o visitante baseando-se em seu
produto turístico e em seus atrativos, não obstante, deve passar ao visitante que, além da área turística, existe
outra área, não-turística, onde a população local vive e trabalha. Essa outra região, por sua vez, deve também
ser de livre acesso para o turista, e 26 deve ser um lugar onde ele saiba que não será agredido após
ultrapassar a fronteira entre essas áreas e sair da proteção da região turística.
Mas, quais elementos contribuem para transformar uma cidade em um local hospitaleiro? Cruz (2002, p.46)
afirma que são necessárias, dentre outras coisas, “infra-estruturas urbanas como abastecimento de água, rede
de coleta e tratamento de esgotos, rede de energia elétrica e telefonia, limpeza urbana, proteção e
recuperação dos patrimônios ambiental e cultural”. Não apenas esses elementos, mas como acrescenta
Matheus (2003, p. 57),
(...) as cidades devem ser capazes de receber e integrar seus moradores, sejam eles
temporários ou não (...) garantindo assim o bem-estar social, apoiado na segurança,
na integração social, no desenvolvimento do emprego e no acesso diversificado a
bens culturais e econômicos.
Isso quer dizer que quanto mais segurança, disponibilidade de informações, disponibilidade de acesso aos
lugares, boas condições de higiene, saneamento básico, limpeza urbana, enfim, quanto maior o nível de
bem-estar e conforto de um modo geral, mais a cidade será considerada hospitaleira. Entretanto, esses
elementos são de difícil avaliação, necessitando expandir a questão para além de uma análise quantitativa,
exigindo uma avaliação qualitativa.
A disponibilidade de informações, seja por meio de placas, mapas, brochuras, materiais diversos de
divulgação, letreiros luminosos, ou por qualquer meio, é sempre um fator de aumento de comodidade para
quem está no local e, assim sendo, torna esse local um ambiente mais hospitaleiro. “Uma cidade que se lê
rapidamente é mais acolhedora do que uma cidade que se furta impiedosamente ao olhar e ao passeio do
visitante” (CAMARGO, 2004, p.57); contudo, outro elemento a se considerar é quanto ao excesso de
informação ofertada, e quanto à qualidade da informação recebida.
Cruz (2002, p.46) acrescenta que “a qualidade dos espaços ou dos ambientes de modo geral é de
fundamental importância para a hospitalidade turística de um lugar”, isso quer dizer que o julgamento que o
turista vai fazer sobre a cidade é baseado nas percepções e nos sentidos que virá a ter no decorrer da visita.
Cada minuto será avaliado por ele, todos os olhares focarão a qualidade da viagem, e essa qualidade está
intimamente conectada com a qualidade do ambiente, da atmosfera e da hospitalidade do local.
A hospitalidade turística de uma cidade é avaliada muito além da simples cordialidade do povo ou do
tratamento cinco estrelas que uma pessoa tem dentro de um hotel/resort ou restaurante. Ela se resume no
conjunto de infraestruturas básica e turística, adjunto ao bem-receber e acolher que uma pessoa pode
perceber. A hospitalidade turística de um local ainda passa pela discussão sobre o arranjo urbanístico que o
espaço adquire, e sobre quais elementos paisagísticos contribuem para uma composição coerente e sóbria do
espaço, observando pontos como livre circulação, acesso a informação e comunicação.
Segurança, infraestrutura básica, sistemas de comunicação, sistemas de emergência, limpeza urbana, enfim,
tudo o que antes não era abarcado diretamente pelo campo das ações do turismo, agora, dentro do foco da
ambiência, da hospitalidade turística e da qualidade de vida de uma cidade, viram matéria também do
planejamento turístico. A hospitalidade, vista de forma a organizar o espaço público, deve ser um dos pontos
balizadores da política urbana para as cidades que desejam ser turisticamente atrativas. Dessa forma, o
espaço urbano será tratado como elemento ativo dentro do panorama da cidade, logo se tornando mais um
artifício para proporcionar uma melhor experiência ao visitante.
Grinover (2007) apresenta os indicadores como um instrumento para diagnosticar certo aspecto da realidade,
visando avaliar, fiscalizar e descobrir evoluções e tendências. É reiterado ainda que os indicadores
diagnosticam e facilitam o planejamento de soluções para os problemas descobertos. Contudo, segundo
Grinover (2007, p.164) o sistema de indicadores
serve para diagnosticar aspectos da realidade a partir de uma racionalidade, isto é, de
um modelo de desenvolvimento que leva em conta, prioritariamente, os interesses de
quem está no poder e quer facilitar o planejamento das soluções adequadas para
aquele desenvolvimento.
Por isso a necessidade de criação de um sistema mais amplo e completo possível de indicadores que reúna
os mais diversos aspectos da realidade (GRINOVER, 2007) para mitigar essa propriedade dos indicadores.
Assim sendo, os indicadores fornecem dados relevantes ao gestor de modo que este, sabendo como utilizá-
los, possui um quadro histórico da evolução de determinado elemento da localidade e um panorama
comparativo desse elemento com relação a outras localidades. Dessa forma, o indicador expõe uma
representação da realidade atual numa comparação evolutiva e espacial, pois os dados obtidos podem ser
cotejados numa linha histórica, ou confrontados com diversas realidades de outros lugares.
Não apenas gestores e tomadores de decisão devem ter acesso e utilizar os dados obtidos pelo
empreendimento de sistemas de indicadores. Também as instituições de ensino e a sociedade civil como um
todo devem tomar conhecimento desses indicadores e utilizá-los como forma de conhecimento da realidade
e para reivindicar melhorias em determinadas áreas com base em dados fidedignos e confiáveis.
Somado aos atributos elencados com a análise da hospitalidade do espaço físico, os indicadores foram
utilizados no trabalho para listar um conjunto de características almejando avaliar os elementos
componentes da hospitalidade física de um determinado espaço e sua organização para receber os visitantes.
Ao final essa etapa, esses indicadores foram aplicados ao Centro da cidade de Niterói com vista a avaliar a
hospitalidade deste sítio urbano e testar os indicadores. Tomando por base a discussão sobre quais elementos
formam a hospitalidade física turística de um local, os indicadores foram selecionados e então aplicados.
3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia escolhida foi a pesquisa bibliográfica para aquisição de conceitos básicos como de
hospitalidade, hospitalidade urbana, equipamentos urbanos, indicadores, dentre outros. Também foi
empreendida pesquisa bibliográfica para obtenção de informações sobre a história e dados básicos da cidade
de Niterói e em especial do Centro. Após realizada a pesquisa bibliográfica, foi elaborado um sistema de
indicadores para avaliação da hospitalidade urbana do sítio concomitante à confecção de fichas de avaliação
do seu espaço, equipamentos e atrativos mais relevantes baseando-se nos indicadores selecionados. Com as
fichas preparadas, foi empreendida uma pesquisa de campo onde se procurou avaliar os itens da forma mais
imparcialmente possível. Depois de efetivada a pesquisa de campo, foi feita uma descrição dos resultados
encontrados com posterior análise crítica dos mesmos.
Adotou-se a conceituação apresentada por Camargo (2004) para hospitalidade pública e então, partindo do
modelo de avaliação da hospitalidade do espaço urbano por meio de indicadores - proposto por Grinover
(2007) -, foi construída uma matriz de indicadores de elementos compositores da hospitalidade desse espaço.
Tendo em mão esses elementos foi montado o corpo de indicadores para avaliação da hospitalidade de um
determinado espaço urbano. Logo após foram elaboradas as fichas de avaliação do espaço e dos
elementos/atrativos individualmente. Concluída a pesquisa de campo com aplicação das fichas, os dados
obtidos foram descritos e analisados.
A partir desses resultados obtidos com aplicação e análise das fichas, puderam-se apontar possíveis
mudanças para a cidade para que, deste modo, o Centro e, por conseguinte, a cidade como um todo, se
deslumbre como uma destinação turística que consiga bem-receber e acolher seus habitantes perenes ou de
passagem.
Outro fator que contribui para que a cidade não seja lida rapidamente é a ineficiência da sinalização viária e
turística que, apesar de presente em muitos logradouros, ainda assim não cumpre plenamente seu dever de
orientação. Também se faz necessário considerar a presença marcante da fiação elétrica aérea exposta em
todos os logradouros, o que torna os edifícios sempre com aparência de sujeira e não atrativos por causa
dessa poluição visual.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A hospitalidade turística do espaço, se utilizada como balizadora de políticas de turismo, traria elementos
antes não abarcados pelo turismo, mas que são de relevante importância para a atividade. Dentre esses
elementos está a infraestrutura básica componente da cidade - como saneamento básico, sistema de
transporte público como ônibus e metrô, assim como o sistema de telecomunicação como telefonia e
correios. O turismo, pensado pela ótica da hospitalidade do espaço, irá muito além da hotelaria e do
transporte aéreo. Os gestores do turismo devem conscientizar-se de que o turista volta a visitar a cidade
destino pelo o que ela é como um todo e não apenas em virtude de um ou outro atrativo turístico.
Não se pretendeu aqui esgotar o tema da hospitalidade no espaço público urbano e tão pouco da
hospitalidade num sentido holístico completo. Apenas pretendeu-se explorar e discutir a hospitalidade
pública urbana e procurou-se uma forma de aplicá-la no espaço físico do Centro de Niterói. O campo de
estudo da hospitalidade é, por tanto, muito mais amplo, permitindo ainda que muitos outros estudos sejam
elaborados tanto no tocante ao estudo da base física, quanto a outras questões como a hospitalidade
doméstica, comercial ou virtual.
PEGAR APENDICE (FORMULÁRIO)

PATRIMÔNIO CULTURAL NATALENSE: UMA PROPOSTA DE ROTEIRIZAÇÃO TURÍSTICA


RESUMO A presente proposta de trabalho a ser apresentado na I Seminário Internacional sobre Patrimônio
Histórico tem por objetivo examinar as relações entretidas entre o Patrimônio Cultural e o mercado turístico
na cidade do Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte. Em termos de projeto de pesquisa, sua
efetivação justifica-se principalmente por procurar compreender como a utilização do patrimônio pode
contribuir não somente para o desenvolvimento econômico, mas também para o desenvolvimento social,
cultural, portanto, humano, do cidadão natalense. Metodologicamente este trabalho privilegia a leitura e
análise de uma série de equipamentos culturais, geridos pela Fundação José Augusto – FJA, através de
pesquisa em sitio, bem como de documentação produzida pela mesma. Estes equipamentos também se
constituem em equipamentos turísticos, pois são visitados pelos turistas que percorrem a cidade do Natal.
Apresentam-se imagens, descrições e informações sobre os mesmos. Por fim conclui-se com a necessidade
de se discutir e promover uma maior exploração do turismo cultural na cidade do Natal. Na perspectiva da
criação e implantação de um roteiro turístico procura-se não somente a utilização e apresentação aos turistas
dos referidos equipamentos culturais/turísticos, mas também sua plena preservação/conservação. Por meio
do uso turístico planejado podemos afirmar a constituição de uma real valorização do patrimônio cultural
pelo turista, não somente como forma de singularidade ou simplesmente como forma de diferenciação entre
os diversos lugares visitados e explorados, na busca por conhecimento ou por novas realidades diferentes da
sua vida cotidiana, mas também significa o reconhecimento pelo turista da identidade ou das identidades
constituintes das diversas comunidades pertencentes a uma determinada sociedade ou das sociedades de uma
forma geral e ampliada.
O trabalho ora aqui apresentado, portanto, um quarto momento do trabalho de pós-doutoramento, privilegia
a leitura e análise de uma série de equipamentos culturais entre eles, o Museu de Arte Sacra, a Pinacoteca do
Estado, o Museu Café Filho, entre outros, geridos pela Fundação e que também se constituem em
equipamentos turísticos, pois são visitados pelos turistas que percorrem a cidade do Natal. Para uma melhor
utilização desses equipamentos estaremos propondo a criação de um roteiro turístico que inclua os mesmos,
constituído a partir do planejamento como elemento fundante, pois não basta simplesmente a existência dos
mesmos, afinal sem um planejamento adequado pode-se comprometer a preservação desses locais. Nessa
perspectiva devemos valorizar e incluir para um melhor aproveitamento as questões relacionadas à
interpretação patrimonial, não somente como forma de fruição da visita pelos turistas, como também pela
possibilidade de conscientização nos processos de preservação/conservação dos bens patrimoniais.
No tocante à efetivação deste projeto de pesquisa, este se faz relevante principalmente por procurar
compreender como a utilização do patrimônio, tanto em sua vertente material, quanto em sua vertente
imaterial podem contribuir para não somente o desenvolvimento econômico, mas também o
desenvolvimento social, cultural, portanto, humano, do cidadão natalense. O patrimônio cultural tem já há
algum tempo servido como alavancador e também como parte constituinte do mercado turístico em diversas
partes do mundo, bem como no Brasil, quanto no Estado do Rio Grande do Norte, principalmente através do
chamado Turismo Cultural e isso tem de diversas formas proporcionado o desenvolvimento local ou o
desenvolvimento das localidades onde este patrimônio se encontra estabelecido.
1 Metodologia Metodologicamente este trabalho (como parte integrante do projeto de pesquisa) privilegia
primeiramente a leitura e análise de bibliografia existente e que relacionem as temáticas do patrimônio
cultural em sua vertente material, com a possibilidade de utilização do mesmo, pelo Turismo, para promoção
não só do desenvolvimento local, mas também para a preservação/conservação desse mesmo patrimônio
utilizado, bem como a discussão sobre a necessidade de ações planejadas para tal efetivação, discussão sobre
ações de interpretação do patrimônio e de como essas podem ser realizadas, além de discussão sobre o papel
da roteirização turística como forma de desenvolvimento e preservação.
Também realizamos a leitura e analise da documentação produzida pela FJA sobre os diversos equipamentos
por ela geridos e protegidos a serem utilizados na montagem de proposta para construção de um roteiro
turístico no Centro Histórico da cidade do Natal, bem como visita aos mesmos para identificação das atuais
condições dos mesmos, bem como levantamento da existência de material relacionado à prática da
interpretação patrimonial existente nesses locais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não nos cabe aqui questionar os números tanto de turistas que visitam esses lugares ou a quantidade de
investimentos que são dirigidos a essa forma de turismo. Porém gostaríamos de afirmar que também se faz
necessário diversificar essa prática. Nesse sentido investir para desenvolver a prática do turismo cultural é
bastante salutar.
Pois bem, desenvolver a prática do turismo cultural significa a necessidade não só de aumento nos recursos
para a área, na perspectiva de ampliar acervos, promover a restauração/conservação de equipamentos,
propiciar locomoção e cachês para grupos culturais que se apresentem, assim como figurino e indumentária
dos mesmos, bem como condições para a manutenção das manifestações culturais, mas também reconhecer
a importância desses patrimônios materiais e imateriais, para o contar e o problematizar da história, para a
problematização ou manutenção da memória, das práticas de sociabilidade, das formas de reconhecimento e
de identidade. Por vezes significa também a necessidade de se repensar o papel desempenhado pelos
equipamentos histórico-culturais existentes no sentido de um melhor aproveitamento dos mesmos. Isso
significa investir em propaganda dos mesmos, incluindo aí a produção de material de divulgação sejam na
forma de propaganda televisiva, pela internet, ou até mesmo folders apresentando acervos e exposições,
garantir equipes atuantes e atualizadas quanto a formas de exposição e de repassar de informações,
realização de convênios com Universidades para a prática de estágios formais para o pessoal de licenciatura
e de alguns bacharelados (como o caso de Turismo, Museologia, Arquitetura, entre outros), garantir a
abertura dos equipamentos na forma em que o mesmo é divulgado e também as suas reais formas de
funcionamento, como por exemplo, segurança e higiene.
As ações elencadas anteriormente podem significar um maior uso dos equipamentos histórico-culturais pelas
comunidades aos quais os mesmos pertencem e isso pode inclusive garantir uma das melhores formas de
propaganda que pode existir, aquela que se configura através da forma boca-a-boca. Uma propaganda que
fideliza, se positiva, e que pode garantir a indicação dos lugares a familiares e amigos, da mesma forma que,
no caso dos turistas, pode garantir a visita indicada por aqueles que já experimentaram tal ação a aqueles que
querem conhecer coisas novas e buscam fazê -lo quando viajam. As pessoas quando viajam e se propõem a
reconhecer o outro e as peculiaridades que compõem a vida do outro estão dispostas a olhar os objetos, as
realizações, as práticas culturais, o cotidiano materializado no viver das mesmas. Estão dispostas a conhecer
os itinerários culturais constituídos e ver as paisagens culturais criadas na interação entre os homens e os
lugares em que os mesmos vivem.
Especificamente, porém bastante relacionado com o que estamos discutindo nessas considerações finais e ao
longo do texto, gostaríamos de pensar a respeito do papel que vem sendo desempenhado pela Fundação José
Augusto e sua gerência sobre os citados equipamentos histórico-culturais. A FJA como toda instituição
pública na área da cultura e o que daí se deriva vem funcionando atendendo aos diversos interesses políticos,
ora de forma mais democrática ou na maioria das vezes sempre sujeita às vontades de uma determinada elite
e da sua concepção do que seria cultura. Não que determinadas manifestações culturais4 elitizadas a
principio possam não parecer importantes, porém estas não podem ser escolhidas como únicas ou mais
significativas que as demais. Isso se refere também ao peso que podem ter instituições museais como o
Museu de Arte Sacra, a Pinacoteca, o Museu Café Filho, o Memorial Câmara Cascudo entre outros (a
exemplo do futuro Museu da Rampa), como lugares de aprendizagem não formal, seja para os natalenses,
seja para aqueles que se direcionam a cidade na condição de turistas e também buscam conhecer as histórias
sobre a mesma. Faz-se preciso repensar o papel dessas instituições no sentido de aproximá-las mais dos
diversos públicos reais e potenciais.
Repensar a função desses equipamentos histórico-culturais, sincronizando ações positivas de educação em
lugares não formais com a necessidade de incluir novos e potenciais públicos pode ser feito através da
roteirização turística-cultural desses equipamentos observando-se aquelas preocupações em relação ao
marketing e a divulgação dos mesmos, o funcionamento correto, entre outras, para o bom desempenho das
atividades e o atendimento aos mais diversos públicos e entre estes os turistas. Esse trabalho inicia uma
discussão e esperamos poder concluí-la com trabalhos subsequentes que pensem a viabilidade prática do
roteiro aqui proposto e da possibilidade de se pensar novas propostas que utilizem/roteirizem também o
patrimônio cultural imaterial da cidade do Natal que é bastante rico e diversificado.
TURISMO E PATRIMÔNIO CULTURAL: PROCESSO DE TOMBAMENTO E ESTRATÉGIAS
DE UTILIZAÇÃO TURÍSTICA DO CENTRO HISTÓRICO DE NATAL/RN
RESUMO
Nesta perspectiva, este estudo se desenvolve em um recorte transversal focado na análise do Centro
Histórico de Natal/RN, com o objetivo de compreender como este patrimônio cultural tombado tem sido
utilizado pela gestão municipal para fins turísticos. Pelo entendimento do patrimônio como uma referência à
identidade e à memoria, bem como símbolo cultural da sociedade natalense, caracterizado como um
elemento rodeado por situações complexas e estritamente particulares, identificou-se a necessidade de uma
abordagem qualitativa para sua profunda compreensão. O estudo aprofundado do caso se desenvolveu em
duas etapas, primeiramente a realização de pesquisas bibliográfica e documental; e, posteriormente, a
interpretação dos dados coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com gestores públicos
municipais e moradores locais. Os resultados da pesquisa apontam que os representantes oficiais do
patrimônio estão preocupados com a preservação da dimensão material do patrimônio arquitetônico da
cidade, entretanto, ainda não conseguem atingir e sensibilizar a população local, que parece estar à parte de
um processo que deveria ser democrativo e fortalecer o sentimento de pertencimento destes habitantes.
Finalmente, indica-se uma ausência de estratégias de revitalização por parte da atual gestão pública
municipal para o Centro Histórico de Natal, revelando um discurso revestido por uma interpretação
positivista da atividade turística, que trata a utilização dos bens patrimoniais pelo viés do empirismo
mercadológico. APRESENTOU CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO O turismo como uma prática social pode incrementar o valor simbólico do patrimônio,
reestruturando as relações do lugar com o mundo globalizado e estimulando o estabelecimento de
características socioespaciais cada vez mais híbridas, estabelecendo-se, portanto, como elemento motivador
para a manutenção da identidade local e trazendo benefícios diretos para população autóctone.
RESULTADO
Diversos autores, tanto os pesquisadores da área do patrimônio quanto os do turismo, a exemplo de Canclini
(1994), Fonseca (2005), Abreu (2007), Magalhães (1985) e Santana (2009) apontam para a necessidade de
identificação de usos para o patrimônio cultural preservado, principalmente o edificado, de modo crítico e
imaginativo como maior estratégia de garantia de sua conservação, destacando o uso turístico como uma
tendência crescente e que quando bem planejado, por meio do envolvimento dos interesses do setor público,
privado e especialmente da sociedade, é capaz de gerar não apenas benefícios econômicos, mas também
sociais, ressaltando o valor simbólico do patrimônio.
Nesta perspectiva, este estudo se desenvolve levando em consideração as relações e desafios atuais que se
estabelecem entre o patrimônio e seu uso turístico, em um recorte transversal focado na análise do
patrimônio cultural tombado no Centro Histórico de Natal/RN. Pelo entendimento do patrimônio como uma
referência à identidade e à memoria, bem como símbolo cultural da sociedade natalense, caracterizado como
um elemento rodeado por situações complexas e estritamente particulares, identificou-se a necessidade de
uma abordagem qualitativa para sua profunda compreensão.
O estudo aprofundado sobre o caso de Natal, capital do Rio Grande do Norte, se justifica por a cidade
possuir em seu território patrimônios culturais tombados nacionalmente por sua importância e valor
histórico, arquitetônico, artístico e paisagístico, que remetem à fundação da cidade e reforçam a identidade
cultural do povo potiguar.
Diante do exposto, a presente pesquisa busca responder à seguinte problemática: de que forma o processo de
tombamento estabelecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para o Centro
Histórico de Natal/RN tem sido utilizado pela gestão municipal para fins turísticos?
tem gerado um aumento na arrecadação de fundos mantenedores do patrimônio e, além disso, tem ampliado
o índice de empregos na maior parte dos casos em todo o mundo.
Além dos benefícios econômicos, a recuperação e valorização dos elementos que compõem a memória de
uma localidade reforçam a questão identitária, possibilitando o conhecimento da própria população sobre o
seu patrimônio. Desta forma, o turismo possibilita vantagens sociais que conferem um acréscimo de valor ao
lugar, considerando as cidades como elementos singulares e únicos pela maneira particular com que se
constituíram e se apresentam na atualidade.
Pensando no usufruto do patrimônio de valor nacional da cidade de Natal pelas gerações presentes e futuras,
a preocupação com as formas e a determinação de usos adequados para os referidos monumentos tombados
tornam-se ainda mais urgentes diante da problemática da perda de suas funções originais e consequente
abandono, do surgimento de novas centralidades ocasionadas pela expansão da cidade e de novas ameaças
de destruição advindas do processo de verticalização urbana e especulação imobiliária. Sendo coerente,
portanto, discutir o espaço social dos bairros que compõem o Centro Histórico de Natal como foco de
reflexão de diversas questões contemporâneas.
Além disso, diante das limitações do modelo de turismo de sol e praia, amplamente difundido na localidade
e fortemente marcado pela sazonalidade, e diante da tendência de turistas cada vez mais exigentes e
interessados nos aspectos culturais da localidade visitada, o turismo cultural e urbano pode despontar como
o mais significativo para agregar valor à atividade turística já praticada na cidade, como acontece em outras
capitais litorâneas do nordeste brasileiro.
A referida dissertação faz uma análise em torno das contribuições que o saberfazer do turismo enquanto
prática social pode trazer para o fortalecimento das propostas de revitalização em sítios históricos urbanos.
Trata-se de uma pesquisa na área de planejamento urbano e regional que faz uma análise crítica sobre a
mercantilização do patrimônio cultural e considera o planejamento e as revitalizações como forma de
ampliação dos instrumentos de participação, para que o patrimônio se torne propulsor da união de laços
entre povos por meio do turismo enquanto fenômeno social, elevando a autoestima das populações e
contribuindo para a solidariedade do encontro entre visitantes e visitados.
Diante do contexto exposto, o presente trabalho tem como objetivo geral: Analisar como o processo de
tombamento do Centro Histórico de Natal/RN estabelecido pelo IPHAN tem sido utilizado pela gestão
municipal para fins turísticos.
Afim de alcançar este objetivo geral, foram traçados os seguintes objetivos específicos: a) Apresentar a
representatividade histórica do patrimônio cultural de Natal; b) Analisar o processo de tombamento do
Centro Histórico de Natal estabelecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; c)
Verificar a percepção da população residente nos bairros de Cidade Alta e Ribeira a respeito do tombamento
do Centro Histórico de Natal e sua opinião quanto ao uso turístico do patrimônio cultural da localidade; e d)
Identificar as estratégias e ações de incentivo à utilização turística do Centro Histórico de Natal
desenvolvidas pelos gestores públicos municipais responsáveis.
No que tange a metodologia, levando em consideração a natureza do problema investigado, bem como seu
nível de aprofundamento, optou-se pela utilização do método qualitativo de pesquisa. Richardson (1999, p.
80) destaca que esta abordagem se apresenta principalmente como uma forma adequada de entender a
natureza de um fenômeno social
De maneira específica, a presente pesquisa possui como objeto de estudo o patrimônio cultural encontrado
no Centro Histórico da cidade de Natal/RN analisado a partir de um estudo de caso. Para Godoy (1995) o
estudo de caso se caracteriza por ter como objeto uma unidade que se analisa profundamente, visando o
exame detalhado de um ambiente, de um simples sujeito ou de uma situação em particular. Neste contexto, o
propósito fundamental do estudo de caso é analisar intensivamente uma determinada unidade social.
Desta forma, pretende-se com o estudo de caso enfatizar as múltiplas dimensões, os interesses e os conflitos
de preservação e utilização que se apresentam em torno do patrimônio cultural especificamente delimitado,
analisando principalmente as suas relações econômicas e sociais com o fenômeno turístico, a fim de
contribuir para o debate do patrimônio cultural na cidade investigada.
No intuito de investigar as atuações do governo local e a opinião dos cidadãos natalenses com relação ao
tombamento e uso turístico do patrimônio cultural da cidade de Natal/RN, se constituem como sujeitos desta
pesquisa: os gestores públicos municipais que atuam dos seguimentos da cultura e do turismo, no sentido de
analisar a articulação política do patrimônio com a política de desenvolvimento urbano e territorial do
município; e a superintendente do IPHAN-RN, a fim de esclarecer a função e as recomendações do Instituto
quanto à preservação e a revitalização do Centro Histórico de Natal; além de antigos e novos moradores dos
bairros de Cidade Alta e Ribeira, à medida que se constituem, por excelência, como portadores de diversos
valores locais, além de serem os primeiros interessados quanto ao uso do patrimônio cultural presente nos
bairros citados, que compõem o Centro Histórico da capital potiguar.
A primeira etapa da pesquisa consiste na realização de pesquisa bibliográfica e documental. Para a
elaboração do referencial teórico foram utilizados dados secundários acerca principalmente das seguintes
temáticas: patrimônio cultural, turismo cultural e gestão de centros históricos. Além disso, fez-se o
levantamento bibliográfico dos bens considerados patrimônios culturais da cidade de Natal/RN, detacando
sua representatividade história. Para Flick (2009, p. 60), “as suposições teóricas ganham relevância como
versões preliminares da compreensão do objeto que está sendo estudado e da perspectiva sobre este, as quais
são reformuladas, e, sobretudo, ainda aperfeiçoadas no curso do processo de pesquisa”.
Permeando todas as fases da coleta de dados estará a observação como instrumento indispensável,
possibilitando ao pesquisador atuar como espectador atento, que baseado nos objetivos da pesquisa e num
roteiro de observação, poderá ver e registrar o máximo de ocorrências que interessam ao seu trabalho
(GODOY, 1995).
A segunda fase da coleta de dados corresponde à realização de entrevistas semiestruturadas com os sujeitos
da pesquisa. Trata-se de uma técnica característica da pesquisa qualitativa, demorada e que requer muita
habilidade do entrevistador. Seu objetivo primário é entender o significado que os entrevistados atribuem a
questões e situações, em contextos que não foram estruturados anteriormente, a partir das suposições do
pesquisador (ROESCH, 1996).
A opção pela utilização de questões abertas permite ao entrevistador entender e captar a perspectiva dos
participantes da pesquisa, além de evitar a influência do próprio pesquisador sobre as respostas. É válido
ressaltar que a qualidade dos dados obtidos na entrevista depende da habilidade do entrevistador, do nível de
confiança que se estabelece entre entrevistador e entrevistado e da relevância da pesquisa para os
entrevistados (ROESCH, 1996).
Hayman (1973) apresenta as seguintes vantagens na utilização de entrevistas como instrumento de
levantamento de dados: proporciona flexibilidade na obtenção de relatos do indivíduo, portanto, permite
alcançar grande profundidade; as perguntas podem ser adaptadas a cada sujeito entrevistado; e permite
estabelecer um melhor vínculo com o sujeito.
Na sequencia deste capítulo introdutório, apresenta-se o segundo capítulo com as contribuições de um
referencial teórico que expõe o diálogo entre autores acerca de questões relacionadas ao patrimônio e ao
turismo cultural. Primeiramente, demonstra-se a configuração da noção ocidental de patrimônio, para que
seja possível a compreensão da forma pela qual se desenvolveu a preocupação e as estratégias de
preservação do patrimônio cultural no contexto mundial e brasileiro. Em um segundo momento, trata-se da
ampliação do conceito de patrimônio cultual no contexto do novo milênio, que se molda a partir de um
espaço de De que forma o processo de tombamento estabelecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional para o Centro Histórico de Natal/RN tem sido utilizado pela gestão municipal para fins
turísticos? b) Analisar o processo de tombamento do Centro Histórico de Natal estabelecido pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 5. Critérios de conservação Choay (2008) Pesquisa Documental
Entrevistas Semiestruturadas Análise de Conteúdo 6. Critérios de uso Canclini (1994) 7. Critérios de
divulgação Canclini (1994) c) Verificar a percepção da população residente nos bairros de Cidade Alta e
Ribeira a respeito do tombamento do Centro Histórico de Natal e sua opinião quanto ao uso turístico do
patrimônio cultural da localidade. 8. Tombamento do patrimônio Choay (2008) Fonseca (2005) Entrevistas
Semiestruturadas Observação nãoparticipante Análise de Conteúdo 9. Alternativas de uso do patrimônio
Canclini (1994) 10. Uso turístico do patrimônio Urry (2001) Santana (2009) Dias (2003) d) Identificar as
estratégias e ações de incentivo à utilização turística do Centro Histórico de Natal desenvolvidas pelos
gestores públicos municipais responsáveis. 13. Uso turístico de centros históricos Dias (2003) Santana
(2009) Silva (2006) Pesquisa Documental Entrevistas Semiestruturadas Observação nãoparticipante Análise
de Conteúdo 14. Parcerias público-privadas Choay (2008) Canclini (1994) 22 disputa econômica, política e
simbólica entre três tipos de agentes: o setor privado, o Estado e os movimentos sociais.
Além disso, a elaboração de projetos que sigam os preceitos do desenvolvimento sustentável ou do turismo
responsável, possibilita experiências positivas também para os visitantes, por meio da participação interativa
ou da ajuda desinteressada em danificar o ambiente cultural. Ocorrendo, desta forma, a mobilização de
capitais e justificativas que valorizam e defendem a consciência cultural e ambiental (SANTANA, 2009).
O Plano de Valorização Turístico Cultural ressalta “a ausência de valorização da área como patrimônio
histórico pela população natalense e a falta de identidade da Ribeira”
é “fundamental, portanto, recuperar o valor histórico do bairro e a importância de seu patrimônio no cenário
potiguar.” Ainda de acordo com o Plano (TINOCO; BENTES SOBRINHA; TRIGUEIRO, 2008, p. 223):
Transformar o patrimônio em atrativo turístico significa atribuir-lhe um valor
econômico, que está intimamente relacionado ao valor simbólico, ou seja, ao que
esse patrimônio significa em seu local de origem. Para resgatar esse valor simbólico
e promover a compreensão da importância e a conseqüente valorização do
patrimônio é necessário um processo educativo.
Aponta-se, portanto, a educação patrimonial como um instrumentos de gestão, como um caminho
pedagógico desenvolvido junto à comunidade local, a partir de ações educacionais, com o intuito de
promover e estimular a conscientização do entendimento e preservação dos bens patrimoniais. Este processo
permanente e sistemático de trabalho educacional tem como objetivo levar os sujeitos sociais envolvidos a
um processo ativo de conhecimento, de apropriação e de valorização de sua própria herança cultural, a partir
de uma capacitação para o melhor usufruto dos bens patrimoniais, propiciando a geração e a produção de
novos conhecimentos (HORTA; GRUMBERG; MONTEIRO, 1999).
Os dados coletados na presente pesquisa (2015), por meio da realização de entrevistas com moradores da
Ribeira e da Cidade Alta, apontam que a população local interpreta o Centro Histórico de Natal como a
representação da memória da cidade, onde é possível encontrar e observar construções antigas que contam a
evolução história da cidade. Além disso, os respondentes da pesquisa destacaram a importância de se
preservar o centro antigo de Natal, a fim de que as novas gerações, tanto de moradores quanto de turistas,
tenham acesso à conhecer a história da cidade por meio do patrimônio cultural preservado.
O que aconteceu nestes casos foi o efeito “rebote” do turismo, pois ao mesmo tempo em que as cidades
passaram a se beneficiar com os lucros financeiros gerados pela atividade, possibilitando a manutenção do
patrimônio local; as populações residentes foram excluídas do processo, característica que foge aos preceitos
do planejamento participativo e do turismo sustentável (ABREU; CHAGAS, 2009; CANCLINI, 1994).
A superintendente do IPHAN (DADOS DA PESQUISA, 2015) pondera que a atividade turística não pode
ser inteiramente conduzida de acordo com as demandas e forças do mercado, pois estas muitas vezes vão de
encontro às medidas de preservação necessárias aos centros históricos urbanos, seguindo pelo viés dos
benefícios econômicos e, consequentemente, estimulando a criação de centros de consumo e a
espetacularização do patrimônio cultural.
Além dos encontros com gestores públicos municipais, realizaram-se visitas esporádicas – entre os meses de
novembro de 2014 e abril de 2015 – aos bairros que compõem o Centro Histórico de Natal para entrevistar
moradores locais. Neste momento, utilizaram-se métodos de observação e diálogos informais com a
população residente nos bairros de Cidade Alta e Ribeira, buscando verificar a percepção da referida
população à respeito do tombamento do Centro Histórico mencionado, além da opinião de tais personagens
quanto ao uso turístico do patrimônio cultural da localidade.
Utilizou-se a técnica qualitativa de saturação teórica que resultou numa amostra de 50 moradores locais,
sendo 25 destes resisdentes do bairro de Cidade Alta e os outros 25 do bairro da Ribeira. Os moradores
entrevistados vivem nos referidos bairros há um período de tempo que varia entre 2 e 40 anos, destes, apenas
5 dos entrevistados vivem no bairro a menos de 5 anos, ou seja, começaram a residir nos bairros após a
oficialização do tombamento do Centro Histórico de Natal. Quanto ao grau de escolaridade, 35 entrevistados
possuem segundo grau completo e os demais, 15 moradores, possuem nível superior completo.
Foi unâmime entre os gestores públicos e os moradores locais entrevistados o reconhecimento da
importância de se preservar o Centro Histórico de Natal, como garantia de que as gerações futuras terão a
oportunidade de vivenciar este espaço de história e cultura. Quanto ao tombamento do centro antigo, o
secretário municipal de cultura afirma que se caracteriza como aspecto positivo a existência de uma lei que
proteja esta área histórica e seus monumentos. Entretanto, destaca que apenas a existência da lei não garante
um aspecto de revitalização para este espaço, sendo necessárias ações por parte do poder público para
resgatar os aspectos simbólicos deste espaço perante a população e, consequentemente, atrair os turistas.
Para a superintendente do IPHAN, o tombamento do Centro Histórico de Natal já teve por si só um
significado simbólico, pois se caracterizou como uma desmontração de que a cidade reconhece que possui
uma história e precisa preservá-la. Já do ponto de vista prático, destaca-se positivamente o aspecto de
proteção, como uma forma de evitar e freiar a perda de monumentos históricos que ocorreu até então. Em
contrapartida, o que aconteceu em Natal e na grande maioria dos centros históricos brasileiros é que o
processo de tombamento ocorreu de maneira muito fechada, isto é, com pouco ou nehuma participação da
população no decorrer do processo.
Parece não haver, portanto, o reconhecimento da população como agente central no processo de efetivação
da revitalização dos centros históricos urbanos. Ainda segundo a superintendente, na maior parte do
planejamento e implantação das ações da gestão públicas a participação da população acaba não
acontecendo. “Em diversos casos nota-se que é como se o processo de revitalização tivesse ocorrido a parte
da própria população. A sensação que passa é que para as pessoas que moram nos espaço de preservação,
pouco importa se aquele lugar foi tombado ou não, elas continuam apropriadas do espaço da mesma maneira
que eram antes” (DADOS DA PESQUISA, 2015).
De acordo com o secretário de cultura, há uma participação significativa de visitação da população local nos
espaços culturais de Natal, principalmente nos museus da cidade. Nota-se que quando a população frequenta
estes espaços, o turista se sente atraído e começa a visitar também estes lugares. E para que isto ocorra no
espaço correspondente ao Centro Histórico de Natal, a gestão municipal precisa pensar em transformar este
espaço atrativo para a população, como, por exemplo, promover feiras de artesanato, de gastronomia e de
música nas praças, que ocorram com determinada frequência. Existem pelo menos cinco equipamentos
culturais concentrados só no espaço correspondente ao Centro Histórico, mas que esbarram na questão da
violência e da insegurança pública.
É consenso entre os pesquisadores da área do patrimônio e do turismo a necessidade de identificação de
usos para o patrimônio cultural preservado, principalmente o edificado, de modo crítico e imaginativo como
maior estratégia de garantia de sua preservação, destacando o uso turístico como uma tendência crescente e
que quando bem planejado é capaz de gerar não apenas benefícios econômicos, mas também sociais,
ressaltando o valor simbólico do patrimônio (CANCLINI, 1994; FONSECA, 2005; ABREU, 2007;
MAGALHÃES,1985; SANTANA, 2009)
Sobre a temática, a superintendente do IPHAN-RN comenta que os estudiosos do patrimônio têm discutido
cada vez mais que não se pode pensar em um uso exclusivo para os monumentos históricos tombados, pois o
que garante a manutenção da preservação ao longo do tempo é o uso diversificado, em uma mistura de
residências e serviços. É essa mescla de funções e de usos que gera a vitalidade dos centros históricos. De
acordo com a entrevistada, todas as iniciativas n
o turismo de sol e mar, mas também o turismo cultural.
Os moradores declararam perceber a presença das visitações turísticas no Centro Histórico de Natal, tanto
nacionais quanto internacionais, afirmando que estes visitantes demonstram um genuíno interesse pela
cultura e história da cidade, muitas vezes mais do que seus próprios habitantes. Além disso, os respondentes
apontaram que o desenvolvimento da atividade turística no mencionado espaço histórico pode sim beneficiar
a comunidade local, gerando mais empregos e renda, estimulando o crescimento do comércio na área e
trazendo verbas para a manutenção dos bens patrimoniais.
ROTEIRIZAÇÃO
RESUMO
ROTEIRO TURÍSTICO HISTÓRICO CULTURAL PARA A CIDADE DE BOA VISTA
BOM PRA SER ARTIGO
RESUMO
O objetivo deste trabalho consistiu em apresentar um roteiro turístico do patrimônio histórico-cultural da
cidade de Boa Vista a fim de estimular o conhecimento e a valorização da história e da cultura do povo
boavistense. Considerando que o patrimônio arquitetônico cultural ainda é pouco reconhecido pelos
habitantes e consequentemente pouco visitado, faz-se necessário criar mecanismos para que este legado
urbano seja mais bem usufruído pelo poder público, pelos profissionais (guias de turismo) e sociedade em
geral, razão pela qual houve a motivação para elaborar este trabalho. Não obstante, a organização desse
roteiro contribui para valorizar a história da região e influenciar a comunidade a conhecer, entender e, quem
sabe, orgulhar-se de fazer parte dela. Para o desenvolvimento do roteiro realizaram-se pesquisas
bibliográficas e documentais, utilizando também do Sistema de Informação Geográfica – SIG. Foram
realizadas entrevistas com moradores antigos da cidade para relacionar os fatos históricos com a proposta do
trabalho. Com isso, se identificou que o centro antigo de Boa Vista, primeiro núcleo urbano, possui diversas
edificações de caráter histórico e cultural, sendo, portanto, um bom atrativo turístico para ser visitado.
1. Introdução O patrimônio histórico cultural das cidades é um instrumento à disposição do turismo,
uma vez que as sociedades atuais passaram a valorizar mais a história e a cultura dos antepassados.
No entanto, em Boa Vista, observa-se a pouca valorização da história e cultura local, na medida em
que os monumentos históricos e os valores culturais da cidade são pouco conhecidos pelos residentes
e principalmente pelos visitantes. Conhecendo essa problemática é que se elaborou o roteiro turístico
histórico cultural para a cidade de Boa Vista como alternativa de uso responsável do patrimônio
cultural pelos profissionais de turismo (Guia de Turismo), residentes, professores e turistas. O foco
principal são o centro histórico da cidade, suas principais construções arquitetônicas, a história local
e as primeiras ruas e avenidas. Para o desenvolvimento do presente trabalho foram utilizados
pesquisas bibliográficas e documentais, registros da história oral, realização do percurso para
marcação dos pontos com o GPS e elaboração do roteiro utilizando sistema de informação
geográfica.
Um dos maiores atrativos turísticos são as manifestações culturais de um povo, suas festas, seus
costumes, suas danças, suas histórias orais, as quais atraem a atenção de pessoas para conhecerem e
desfrutarem um pouco mais do lugar. Além de atrair a atenção das pessoas, desperta o desejo de
vivenciarem juntos os momentos com a própria comunidade, o que ocorre quando a população tem o
conhecimento de seu potencial turístico e passa a explorá-lo, organizando-se em parcerias.
Percebe-se a partir de então que a exploração do patrimônio imaterial possibilitará o desenvolvimento do
turismo local gerando emprego, e principalmente a valorização da arte, da cultura e da identidade local.

Turismo cultural e roteiro turístico


O turismo cultural está se desenvolvendo em todo o mundo, sendo realizado em cidades históricas ou
locais com monumentos arquitetônicos com grande representatividade cultural. Além de diversão, os
roteiros turísticos culturais agregam conhecimento e bagagem cultural para os turistas. Conhecer novas
culturas, fatos históricos e locais importantes aumenta a experiência e a vivência cultural das pessoas.
Nesse contexto, turismo cultural é a exploração dos conhecimentos, das artes e habilidades dos povos, é
quando o turista se desloca de seu lugar de residência para usufruir dos conhecimentos de povos
diferentes. A mescla de sentimentos e sensações transmite ao turista o prazer de compartilhar com a
cultura de outrem.
3.1 Roteiro turístico
Roteiro turístico é a descrição pormenorizada do itinerário dos locais a serem visitados pelo turista. Nele
estão contidos elementos do planejamento, gestão, promoção e comercialização turística dos serviços,
tipos de equipamentos e outras informações importantes sobre as localidades que o compõe. Na
concepção de Boullón (2002), um roteiro pode ser importante por duas razões:
a) Pelos pontos ou lugares que une, no caso de um roteiro histórico-cultural. Os lugares que o roteiro vai
unir têm que estar em perfeita sintonia e cronologicamente corretos, para proporcionar ao turista um
passeio agradável que ele possa desfrutar e ter o conhecimento dos fatos ocorridos em cada época.
b) O roteiro por si só já é importante, pois sua função em um centro turístico é similar à desempenhada
pelos corredores turísticos6 . Na escala da totalidade do espaço turístico, ambos estruturam o conjunto.
os itinerários poderão ser executados mais facilmente, com uma boa infra-estrutura e uma aparência
atrativa aos olhos do turista, facilitando dessa forma o trabalho do Guia de Turismo. Existem roteiros
que abrangem pontos muito próximos uns dos outros, e o trajeto pode ser feito a pé; por isso a
necessidade do apoio das autoridades, para manter as ruas sempre limpas, tornando um caminho
agradável para o turista percorrer. O bom desempenho do roteiro turístico histórico-cultural depende do
trabalho em conjunto com as autoridades locais.
II. Os roteiros de passeio em veículo são aqueles que devem ser selecionados para compor o percurso de
city tours. III. E os roteiros para pedestres são os que conectam os atrativos turísticos próximos e
definem os circuitos dentro dos bairros.
O roteiro turístico histórico-cultural tem a finalidade de unir vários pontos antigos de um determinado
local, despertando a memória e a cultura do povo que ali viveu. Através do roteiro, as pessoas conhecem
um pouco mais da história e passam a valorizar mais o que antes era desconhecido, além de manter viva
a história, preservando a memória e a identidade do local, passando de geração para geração, através dos
contos e da estrutura arquitetônica. Desse modo, entende-se que o roteiro turístico histórico-cultural da
cidade de Boa vista, valoriza e resgata a história da cidade, que para muitos moradores é desconhecida,
transmitindo aos turistas locais e aos próprios habitantes um pouco do que foi vivido pelos
desbravadores que deram início a essa história.
Como resultado deste trabalho apresenta-se a seguir o roteiro turístico em Boa Vista (figura 1G
5. Considerações finais O roteiro turístico histórico-cultural tem a finalidade de orientar os Guias de
Turismo que atuam no Centro Histórico da Cidade de Boa Vista e, de estimular o conhecimento e a
valorização da história e da cultura do povo boavistense, sendo esse uma alternativa para o turismo
receptivo. Nesse aspecto o roteiro histórico cultural realizado no centro histórico será um instrumento
motivador para os habitantes da cidade que desconhecem a história local e, por conseguinte, não têm o
hábito de freqüentar os monumentos que contam a história de Boa Vista. Durante a realização do
trabalho, observou-se que os locais dedicados ao entretenimento são pouco freqüentados pelos residentes
da cidade, e que por essa razão, muitos prédios estão sendo depredados pela própria comunidade local.
Nesse sentido o roteiro turístico histórico-cultural pretende auxiliar profissionais do turismo e
professores a contarem a história da localidade de forma mais descontraída, através de um passeio pela
cidade. Esse roteiro turístico histórico-cultural pode ser utilizado por vários segmentos: turismo
receptivo, turismo pedagógico, turismo terceira idade (melhor idade), turismo cultural, turismo
científico. Sobre essa ótica, acredita-se que a comunidade local envolvida será responsável pela
conservação do patrimônio histórico cultural da cidade.
MOTIVAÇÕES:
No segundo semestre de 2013, ingressei no curso de Licenciatura em História do Centro de Formação de
Professores da Universidade Federal de Campina Grande, campus Cajazeiras (CFP/UFCG). Ao entrar
nesse mundo acadêmico, deparei-me com um assunto em comum entre professores e discentes
veteranos: a pesquisa acadêmica. Não importava se estávamos em sala, na biblioteca, nos corredores ou
até mesmo na cantina, aqui ou acolá, a conversa comumente acabava sendo remetida às pesquisas. Fui
percebendo no teor da fala dos veteranos e vivenciando juntamente com os meus colegas de turma que
enquanto alguns passam por um longo processo de escolha e identificação com o tema, outros já sabem o
que investigar, e ainda há aqueles que a pesquisa lhes cruza o caminho. Eu sou, de certo modo, a
combinação desses dois últimos alunos.
Legibilidade: Um ponto que na maioria dos estabelecimentos não tinha ou apresentou como regular era
cardápios em outros idiomas, como inglês, espanhol ou francês, ou até mesmo de os funcionários
saberem outra língua. Reforçando também no quesito da hospitalidade virtual, já que muitos estrangeiros
acabam por buscar informações antes de irem ao local, sendo assim possível atingir variedade de
turistas. Acessibilidade: Outra questão que deve ter melhorias e ter mais investimentos é o acesso a Vila
de Paranapiacaba pela estrada, devido à falta de uma iluminação adequada, sinalização compatível com
os dias de neblina, o que é muito comum. A demarcação para ciclistas e corredores são apagadas e sem
sinalização. Enquanto na estrada de terra que dá acesso a parte baixa da Vila deveria haver melhor
sinalização e iluminação. E o ponto de ônibus da Vila, além de necessitar de melhor iluminação, carece
de limpeza e de uma manutenção periódica, devido a rotatividade de turistas nos finais de semana,
principalmente.
Em relação à identidade: Com relação aos produtos contendo o Cambuci, são encontrados com mais
facilidade e variedade no espaço conhecido como Antigo Mercadão, que é um local que abriga
permanente e principalmente de finais de semana produtores e empreendedores da região, logo após o
Festival de Cambuci. Sendo possível, encontrar todo o ano produtos com o fruto. Alguns restaurantes
possuem a fruta do Cambuci congelada para produção de sucos, em forma de geleia ou curtida na
cachaça. Porém não é possível encontrar 107 como no Festival do Cambuci o produto in natura em
pratos e ou sobremesas frescas e feitas na hora, pois é somente possível na época do ano que se tem a
colheita do fruto. Por fim, foi possível perceber que Paranapiacaba possui elementos fundamentais
hospitaleiros para subsidiar o turismo gastronômico (festivais gastronômicos), considerados como
turismo cultural em Paranapiacaba-SP
Veremos como os valores da hospitalidade podem ser incorporados nos espaços públicos e como a
sociedade e os governos podem adotá-los como referência de um determinado nível de hospitalidade a
ser oferecido por uma cidade, um parque, uma instituição ou qualquer entidade ou lugar público nos
quais as relações sociais possam ser engendradas e incentivadas, podendo ou não serem esses valores
usados como parâmetro para o estabelecimento das políticas públicas locais. Lembremo-nos de que o
conceito de política pública está relacionado a um conjunto de ações voltadas para o bem-estar coletivo e
para a garantia dos direitos sociais. Em geral, as políticas públicas estão ligadas e são desenvolvidas pelo
Estado, responsável por administrar recursos e usá-los em benefício dos seus cidadãos. Na era
contemporânea, no entanto, as preocupações relativas às políticas públicas têm atingido a sociedade
como um todo, despertando iniciativas conjuntas e orientadas em programas de gestão participativa, o
que vem tornando o processo mais democrático e coerente, uma vez que os cidadãos têm a chance de
participar de discussões que podem influenciar diretamente seu próprio dia a dia.
Embora haja espaços (com tudo que está inserido neles – os objetos, as construções, as facilidades, as
informações) que são de todo mundo, nem todo mundo os reconhece como sendo seus e, por conta disso,
nem todo mundo se reconhece também como pertencendo a esses espaços. Esses dois sentidos, o de
propriedade e o de pertencimento, são fundamentais para a qualidade do espaço público.

A hospitalidade e sua relação com as cidades, o patrimônio e o turismo é interessante pensar na


representação da hospitalidade associada à cidade, não só pela visão do visitante, mas também dos
habitantes que vivem o dia a dia do local.
A hospitalidade será tratada diretamente associada ao espaço urbano, à cidade e suas estruturas, e às
diversas possibilidades de leitura e interpretação das relações estabelecidas nesses aspecto.
A cidade contemporânea é caracterizada pela sua desintegração, constituída por áreas congestionadas.
Sênia Bastos (2004) argumenta nesse sentido, afirmando que os laços sociais nos espaços urbanos
contemporâneos estão neutralizados, pois não há elementos identitários que caracterizem o espaço
social. Por isso, o visitante não consegue dispor desses elementos livremente. A autora, então, defende
que a interpretação do espaço urbano, considerando seu patrimônio, deve ser um processo compartilhado
com o morador local, pois só assim o visitante (o de fora) conseguirá apropriar-se do sentido coletivo
material e imaterial existente e se sentir em uma cidade hospitaleira.
O patrimônio cultural é um elemento da hospitalidade por esta estar relacionada às pessoas e sua
interação com o lugar onde se encontram. Por isso, a sua valorização e conservação são importantes para
se construir uma cidade hospitaleira. Ao avaliar a estrutura patrimonial cultural da cidade onde
moramos, somos capazes de identificar quais são os variados bens, conservados ou não, do tipo
monumento, conjunto ou locais de interesse, e que são abertos ou não à visitação pública. Ao prestarmos
atenção nas suas localizações, vemos que alguns deles estão instalados nos centros das cidades, perto da
praça principal, da prefeitura, do centro comercial. Alguns podem estar fechados; outros, foram
revitalizados para visitação. Talvez bens antigos já tenham sido demolidos para dar lugar a novas
construções. Você pode encontrar diferentes casos, mas, em geral, é possível perceber a importância do
mapeamento dos bens patrimoniais culturais para a localidade, inclusive para o planejamento turístico,
mas sobretudo, para o fortalecimento da sua identidade e memória coletiva do povo.
A cidade e o turismo Continuando a discussão sobre o tema desta aula, a partir deste ponto, iremos nos
deter nas percepções e imagens do espaço urbano no contexto do turismo. Pelo fato de o turismo ser um
grande determinante de transformação e reconfi guração dos espaços e paisagens em cidades, é
importante apreciarmos sob as percepções e imagens dos moradores locais e de turistas a respeito do
espaço urbano, que é potencialmente um espaço tecido pelos sentimentos de troca e acolhimento
humano, ou seja, associado a relações hospitaleiras. Um turista, por estar em um lugar diferente de sua
origem, tende a ver a paisagem (urbana ou não) com olhos despertos e curiosos, enquanto o morador
local, por ser acostumado com o cotidiano local, atribui relativamente pouco signifi cado ao espaço, mas
está engajado em orientar-se por seu intermédio. O turista então, carregado de conhecimentos e
experiências de vida, imprime seus sentimentos, emoções, fotografi as e percepções do lugar visitado.
Então, para aproveitar o potencial turístico da cidade da melhor forma possível, é necessária também a
compreensão da percepção do turista sobre o local visitado. Com essa perspectiva, é importante se
pensar: qual a percepção do turista que visita a cidade? Quais as expectativas, motivações e impressões
geradas pelos turistas ao visitarem a cidade? Isso permitirá interpretar as motivações do turista e suas
impressões, podendo fornecer subsídios para o planejamento e a operacionalização de serviços de apoio
ao turista, programas de informação e educação, além de estabelecimento de estratégias de publicidade e
veiculação da cidade nos meios de comunicação, realizadas em órgãos públicos e privados na região.
Assim, a cidade é um sistema de signos, um vocabulário dominado pelo cidadão, o foco da organização
de lembranças e da liberação de emoções. A cidade é um “composto de pedras e tijolos acumulados, e de
costumes e afetos praticados pela população urbana” (GRINOVER, 2006, p. 46). Nela podemos
considerar outras importantes variáveis para o turismo, que dão referências e valores ao espaço urbano:
seu caráter hospitaleiro ou não, a partir de sua referência visual, de sua história (onde a compreensão de
patrimônio deixou de corresponder apenas à qualidade estética do bem em si, ampliando-se ao modo de
vida local), no resgate e afirmação da cultura, e no desenvolvimento socioeconômico dos moradores,
responsável pelo reconhecimento de sua identidade e sua melhoria da qualidade de vida (GRINOVER,
2006).
Para continuar com essa reflexão, podemos nos interrogar também sobre o mundo urbano que vem se
perdendo/fragmentando. Se a cidade “antiga”, como a cidade histórica de Minas Gerais, seduz, é porque
ela se oferece para ser vista.
Ela objetiva a apresentação de si, além de qualquer funcionalidade, em uma dimensão de renovação
originária do ser e do parecer. Algumas cidades podem até se enquadrar na definição de um produto
turístico mercantilizado: um destino criado artificialmente pelo homem. Normalmente, nestes espaços
turísticos, a população local é deslocada para áreas afastadas do centro turístico, onde o turista não pode
vê-la com facilidade nem se deparar com a realidade em que vivem. Talvez por isso, alguns autores
criticam os processos de criação de lugares turísticos pelo motivo de o espaço se tornar mercadoria no
setor, o que impõe, na maioria das vezes, a redução e a espetacularização dos bens patrimoniais,
culturais e artísticos. E hoje a tendência tem se afirmado mais ainda, pois, o que observamos é um
constante desejo de muitas cidades em atrair o turista, tendo como motivação principal a possibilidade de
desenvolvimento local, seja ele social, econômico, cultural ou político. Para tanto, as cidades, em sua
grande maioria, tentam dissimular — ou até mesmo ocultar — os problemas encontrados ali para os
visitantes, principalmente no que dizem respeito ao planejamento urbano ineficiente.
É interessante notar como a cidade do Rio de Janeiro é, comumente, associada a certos sentimentos
únicos desse lugar. Freitas e Fortuna (2008, p. 2), em seu artigo “O Rio de Janeiro continua lindo, o Rio
de Janeiro continua sendo o grande palco Por isso, entende-se que planejamento urbano e turístico,
apesar de serem diferentes, são indissociáveis. Se, por um lado, essas mudanças sobre o espaço urbano
se tornam inevitáveis, por outro, assumem importante responsabilidade em conservar as principais
características da cidade, mantendo sua imagem natural e evitando a artificialidade do ambiente local.
Para contextualizar esta aula, iremos apresentar o caso da cidade do Rio de Janeiro, tendo como
inspiração o fato de esta cidade ter sido considerada um dos destinos turísticos com o povo mais
receptivo e amigável do mundo, segundo pesquisas realizadas pelas Universidades de Michigan e da
Califórnia (RIOTUR, 2009). A cidade do Rio de Janeiro tem importante destaque nas estatísticas oficiais
de turismo, sendo considerada o portal de entrada para o turista estrangeiro no país, por oferecer ao
turista diversificados atrativos turísticos e serviços de entretenimento, já há três décadas. A crescente
demanda turística marcante e significativa, ao longo do século XX, apoiou a divulgação e o
reconhecimento da sua imagem como “Cidade Maravilhosa” (MACHADO, 2005)
Agora você já tem conhecimento a respeito da importante fundamentação teórica sobre espaços urbanos e
hospitalidade para a nossa disciplina. Com isso, podemos iniciar a reflexão sore a compreensão do
patrimônio como elemento da hospitalidade em um lugar turístico. Então, vamos conhecer, inicialmente, a
origem etimológica da palavra patrimônio. Essa palavra surge no latim, patrimonium, que significa pecúlio,
herança, bens familiares. Na atualidade, a palavra patrimônio se associa a significados variados. Segundo a
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), patrimônio é o legado que
recebemos do passado, vivemos no presente e transmitimos às gerações futuras. Mas é importante termos
em mente que patrimônio não é algo fixo e amarrado nos acontecimentos do passado, mas uma noção com
potencialidades que pode se definir enquanto bens patrimoniais. O patrimônio pode ser considerado como
bens culturais e naturais. No âmbito desta aula, iremos nos deter apenas aos estudos sobre hospitalidade e
patrimônio cultural.
Como vimos nos casos exemplificados, o patrimônio cultural não se restringe apenas a imóveis oficiais
isolados, igrejas ou palácios; na sua concepção contemporânea, estende-se a imóveis particulares, trechos
urbanos e até ambientes naturais, de importância paisagística, passando por imagens, mobiliário, utensílios e
outros bens móveis. Destituído de critério único, estático e universal, o conceito de patrimônio engloba,
além dos tradicionais bens históricos e artísticos, bens culturais não consagrados, expressões, costumes e
práticas populares, bem como a identificação de elementos que compõem imagens da identidade individual
ou coletiva da sociedade. Se nos remetermos à história do Brasil, podemos afirmar que o patrimônio é
valorizado como tentativa de associação a determinada representação de nossa nacionalidade (BASTOS,
2004).
Neste sentido, a arquitetura colonial, por exemplo, foi valorizada como expressão do estilo nacional, digna
de ser resgatada e elevada à categoria de patrimônio histórico e artístico do país. Em decorrência da
importância dos elementos que compõem o patrimônio cultural em nossa sociedade, Sênia Bastos (2004)
reforça a necessidade de se tomar medidas efetivas para a valorização da cultura, da memória, da educação e
da história, por todos os setores da sociedade, não importa se do poder público, privado ou não
governamental. Segundo essa autora, medidas de preservação e reutilização do patrimônio cultural
constituem uma forma de envolvimento da sociedade no processo, possibilitando a conscientização e a
revitalização das tradições. A valorização da identidade cultural permite que se intensifique o sentimento de
pertencimento, autoestima e reconhecimento da comunidade local. Sabendo então que patrimônio cultural é,
de modo geral, um amplo e diversificado conjunto de bens culturais, expressões e fazeres das classes
populares, além do tradicional patrimônio histórico e artístico, como se dá a sua relação com a cidade e a
hospitalidade? Você já deve estar se questionando...
Um caminho possível para obtermos essa resposta pode ser uma tarefa fácil, se considerarmos como
inspiração as reflexões de Lúcio Grinover, em seu artigo “Hospitalidade: um tema a ser reestruturado e
pesquisado” (2002, p. 33): “A hospitalidade está diretamente ligada ao urbano, à cidade e suas estruturas e
como estas podem ser lidas e interpretadas”. Então, haja vista que o patrimônio cultural é constituído por
bens culturais, históricos, artísticos e simbólicos, em espaços urbanos, este é um elemento da hospitalidade
que está relacionado às pessoas e à sua interação com o lugar onde se encontram.

Conclusão
Como você pôde observar ao longo desta aula, para Lúcio Grinover (2006 e 2007), as formas de pensar
e organizar o espaço urbano implicam e espelham a maneira pela qual as cidades recebem seus
visitantes, com consequências diretas para todos os envolvidos no turismo. No tocante às cidades e ao
turismo, a hospitalidade tem um papel decisivo a exercer, sendo um fato social indissociável das
interações humanas. O entendimento e a projeção desses espaços globalizados e competitivos requerem
um novo paradigma, uma mudança fundamental em nossos pensamentos, percepções e valores, e essa
discussão passa necessariamente pelo conceito de cidade hospitaleira. Portanto, a maneira como
apreendemos, planejamos e vivemos as cidades tem reflexos na forma pela qual elas serão percebidas e
experienciadas pelo outro. Elas exprimem não apenas a infraestrutura formal de recebimento, mas dá a
tônica aos códigos de acolhimento, essência da hospitalidade e do turismo.
A hospitalidade urbana nos espaços públicos, uma vez que estes são espaços potencialmente de trocas
culturais, encontro e comunicação, e onde se torna possível estabelecer um diálogo entre turistas e residentes
dos destinos visitados. Como resultados, constatou-se através da Escala que a hospitalidade de
Paranapiacaba apresenta nota 4 ou bom em acessibilidade; A prestação de serviços de restauração também
atingiu a nota 4 ou Bom, enquanto a legibilidade no contexto geral obteve nota 3 ou regular; A legibilidade
ficou comprometida em parte devido ao domínio de idiomas nos cardápios dos restaurantes. Melhorias na
infraestrutura e sinalizações podem aprimorar a hospitalidade para tornar ideal a experiência turística em
Paranapiacaba-SP. RESULTADO

METODOLOGIA
MÉTODOS
Neste estudo, foi realizada a aplicação de um formulário adaptado de Moreira et. al (2021) (Anexo 2),
seguindo os pressupostos para avaliar elementos materiais e imateriais da hospitalidade. Um total de 24
empreendimentos como cafeterias, restaurantes, pousadas, padarias e bares, foram conferidos pela
checagem dos aspectos pela própria pesquisadora, durante visita in loco nos dias 12/06/2021,
13/06/2021, 16/06/2021 e 04/07/2021, de modo independente de contato humano. Trata-se de um
instrumento constituído de 48 itens, cujos níveis de satisfação da hospitalidade foram dimensionados
com base na escala Likert contendo cinco pontos de frequência possíveis. A cada item foi atribuída uma
escala qualitativa e outra quantitativa, conforme a situação do empreendimento se enquadra dentro desta
afirmação:
(5) Ótimo: Significa que o empreendimento aplica totalmente o fundamento descrito na afirmação.
(4) Bom: Significa que o fundamento descrito na afirmação é aplicado na sua maioria pelo
empreendimento.
(3) Regular: Significa que existem dúvidas se o fundamento é aplicado em sua maioria ou minoria.
(2) Ruim: Significa que o empreendimento não aplica o fundamento descrito em sua maioria.
(1) Péssimo: Significa que o empreendimento não aplica o fundamento descrito.
A elaboração do instrumento foi adaptada da Escala proposta por Moreira et al. (2021), desenvolvido
para avaliar a qualidade dos serviços em meios de hospedagens, restaurantes, bares, cantinas e
bibliotecas nos quais estão contidos aspectos tangíveis e intangíveis que podem ser conferidos no Anexo
2. Em relação à infraestrutura urbana foi utilizada a contribuição de Grinover (2010) para avaliação da
hospitalidade de um lugar a ser visitado. Há também avaliação dos aspectos da identidade dos cardápios
com produtos locais ou da terra como o cambuci, a acessibilidade e a legibilidade dos estabelecimentos
comerciais e locais que sediam os festivais.
Para a interpretação desses dados utilizou-se de gráficos elaborados através da planilha Microsoft Excel
e que foram preenchidos no instrumento de avaliação dos elementos tangíveis como: infraestrutura
básica, acessibilidade, recursos tecnológicos e higiene, assim como os elementos intangíveis sendo os
serviços e elementos da hospitalidade virtual, foram analisados 81 através do cálculo da média obtida
pela soma dos resultados de cada item em sua respectiva variável. Após a soma, o valor encontrado foi
dividido pela quantidade total dos itens avaliados. Quanto maior o resultado, maior o índice de
frequências. Posto isso, foi calculado o percentual das frequências conforme a Escala adaptada de Likert
para avaliar o estado de conservação dos equipamentos, a legibilidade como a sinalização, a opção de
cardápio na língua inglesa. Foram avaliados os elementos tangíveis e intangíveis por agrupamento de
itens da categoria (infraestrutura de acessibilidade, legibilidade e identidade, entre outros).

A vertente urbana, discute sobretudo, como a cidade recebe seus habitantes e visitantes, quais as
estruturas oferecidas a essas pessoas no meio urbano para que elas se realizem. Dessa forma, entender
sobre os pontos de convergência entre esses dois temas ampliará o debate referente tanto a hospitalidade
urbana quanto a Grinover (2013) afirma que estudar a cidade é ir além das constatações óbvias sobre o
real que se manifesta no urbanismo, é considerar outras importantes variáveis que dão referências e
valores ao espaço urbano, seu caráter hospitaleiro ou não, a partir de sua referência visual e de sua
história. Estudar a cidade é procurar quais elementos e estruturas as podem conferirem o estado de
hospitaleira ou, ao contrário, inospitaleira, isto é, as categorias — a saber, as categorias sociais, culturais,
históricas, econômica e ambientais, consubstanciadas na acessibilidade, legibilidade e identidade desse
espaço que denominamos cidade — amarradas pela distância geográfica e pela distância temporal, isto é,
as medidas urbanas. E nesse estudo, um dos atributos fundamentais, que servem de base para uma cidade
hospitaleira, é a natureza que nela se manifesta.
A conservação ambiental traz diversos benefícios, que serão elencadas adiante, que fazem com que a
cidade se torne mais confortável, atrativa, acolhedora e até mesmo igualitária, aspectos que influenciam
diretamente na qualidade de vida das pessoas e que se relacionam com o conceito de hospitalidade.
Como parte do contexto hospitaleiro as áreas de natureza conservada na cidade são incorporados como
espaços que devem ser utilizados ou percebidas na promoção da hospitalidade urbana, pois além de se
consistirem em sua composição conceitual e legal de propiciar o lazer, essas áreas também são
importantes para a qualidade ambiental e, consequentemente, para a qualidade de vida de uma cidade,
auxiliando no controle da poluição, diminuição de ruídos, amenização do clima, qualidade da água, e se
mostram como ambientes que ajudam na saúde física e mental da população.
Como visto, a hospitalidade urbana envolve as questões, sociais: acesso à direitos básicos, qualidade de
vida; culturais: identidade urbana, história local; políticas: cidadania, ampliação da democracia, questão
imigratória; turística: infraestrutura para receber visitantes; e ambiental: qualidade ambiental, meio
ambiente urbano, espaços naturais destinados ao lazer etc. Para uma avaliação robusta é preciso envolver
todas essas temáticas, para isso a seleção de indicadores em cada categoria colocada auxilia na precisão
dos resultados. Contudo, é importante ressaltar que qualquer tipo de mensuração apresenta limites e não
reflete a complexidade da sociedade por inteiro (GUIMARÃES E FEICHA, 2009).
Dessa forma, um sistema de indicadores que relacione todos os contextos envolvidos na hospitalidade
urbana tornaria essa temática mais próxima do planejamento nas políticas públicas direcionadas ao
turismo; às questões sociais e ambientais na cidade, ou seja no contexto urbano como um todo.
Oferecendo uma outra proposta de gestão pública que visa a qualidade de vida na cidade a partir do
fortalecimento das relações sociais e da sustentabilidade.
Também foi levado em consideração o potencial turístico e como esse se relaciona com a estrutura
urbana e ambiental de João Pessoa. Visando estabelecer uma base para uma análise da hospitalidade
urbana oferecida tanto aos habitantes quanto aos turistas e visitantes, todos hospedes da cidade. E por
fim, se buscou ponderar os aspectos históricos e culturais da cidade, de forma a observar como esses
temas influenciam na identidade urbana, e seus contextos relacionados ao turismo e lazer em João
Pessoa.
NO CONTEXTO DE PATRIMÔNIO
Metodologia da pesquisa
Utilizou-se o método de estudo de caso com abordagem qualitativa para ampliar o conhecimento sobre a
temática hospitalidade. O viés qualitativo do estudo se referiu à análise e interpretação dos dados
coletados. Além disso, valeu-se ainda das pesquisas bibliográfica e documental (Marconi & Lakatos, 2008).
A seleção dos objetos da pesquisa se dirigiu as instituições culturais públicas, atrativos turísticos e redes
sociais vinculadas aos pontos turístico do roteiro, observando-se os critérios: estar em funcionamento e
disponível para acesso; e, estar vinculado à órgãos gestores e a atores que compõem o trade turístico da
cidade de Natal/RN. A coleta de dados compreendeu as etapas: a) identificação dos atrativos turísticos
vinculados à memória de Câmara para posterior análise em âmbito das categorias propostas neste trabalho
(acessibilidade, legibilidade e identidade);
b) realização de consultas semanais com envio de questionamentos sobre informações turísticas às
plataformas. Foram identificadas quatro plataformas que atenderam aos requisitos da pesquisa,
denominadas plataformas A, B, C e D.

4 Resultados e análises
4.1 Construção do instrumento de avaliação da hospitalidade virtual em destinos turísticos A partir de um
conjunto referencial de autores que investigaram a interatividade, informação e hospitalidade virtual foi
construído um instrumento para avaliação da hospitalidade virtual de destinos,sendo específico para portais
e redes sociais (Alves & Vidotti, 2006; Brand & Crandall, 1988; Façanha, 2018; Grimm et al., 2013;
Guarizo & Schwartz, 2020; Htet, Dimitry & Irina, 2017; Soares, 2013; Steuer,1992). O instrumento foi
denominado de HP25. A estrutura do HP25 é composta por: duas categorias de análise (informação e
interatividade), cinco componentes e 25 perguntas relativas aos componentes e suas respectivas opções de
pontuação. Cada pergunta recebeu uma pontuação entre 0.0; 0.5 e 1.0, considerando que 0 (zero)
corresponde ao não atendimento; 0.5 ao atendimento parcial e 1.0 ao atendimento pleno. A partir da
pontuação máxima do instrumento, criaram-se parâmetros que consideraram o nível de qualidade da
hospitalidade virtual dos destinos (Quadro 1).
4.2Análise dos portais a, b, c, d Na análise dos resultados obtidos pela aplicação do HP 25 no portal A,
constata-se que o mesmo obteve score final de 5 pontos, tendo sido sua hospitalidade virtual classificada
como de baixo grau. Como pontos positivos, o portal obteve pontuação plena nas questões 4, 5, 6 e 11
(categoria informação). As questões tratavam do acesso a contatos/links de fornecedores e parceiros
turísticos, disponibilização de informações históricas sobre a cidade, imagens, vídeos e dicas de passeios
locais. Isso demonstra que as orientações turísticas básicas a possíveis interessados no destino estão
disponíveis no portal, ainda que seja necessário ampliar a frequência de atualizações destas
informações. Como ponto negativo, destaca-se que no portal constava a indicação de ser um hotel local que
encerrou suas operações há mais de um ano. A ausência de informações em outros idiomas igualmente
apareceu como destaque negativo, especialmente em se tratando de um portal relacionado à turismo
e vinculado a um destino reconhecidamente atrativo para visitantes estrangeiros.As fragilidades da
hospitalidade virtual do Portal A apareceram nas questões referentes à categoria Interatividade, não tendo
pontuação em nenhuma delas. Não foram constatados recursos comunicacionais operantes, nem
presença em redes sociais. Destaca-se também que o endereço de e-mail informou erro quando na tentativa
de envio. Os resultados obtidos a partir da análise do Portal A evidenciaram a necessidade de a equipe
responsável reavaliar uma série de aspectos que compõem o funcionamento do Portal. Percebeu-
se, neste caso, certo
distanciamento da proposta de hospitalidade virtual enquanto espaço de acolhimento de visitantes em
potencial de um determinado destino turístico, tal como apontaram Soares (2013) e Façanha (2018).Para a
avaliação do Portal B, o score final foi de 13 pontos, tendo sua hospitalidade virtual classificada como de
médio grau. Como destaques positivos, as questões 13,14,15 e 16, correspondentes à categoria
interatividade, obtiveram pontuação absoluta. As questões se relacionaram com plataformas interativas,
onde o Portal B está presente e atualizado, e disponibiliza nas redes sociais frequentes postagens
informativas por semana. Assim, pode-se dizer que o portal é ativo e acessível ao público por meio
das redes sociais. Porém, faz-se necessário melhorar a comunicação com o usuário que utiliza a
plataforma para dúvidas e esclarecimentos. Essa recomendação é pertinente porque durante a pesquisa
foram enviados questionamentos para as páginas do Facebook e Instagram, sendo que houve retorno em
apenas uma dessas redes sociais. Na categoria informação, as questões 7 e 8 trataram sobre os idiomas
disponíveis na plataforma, o Portal B além do português, disponibiliza: espanhol e inglês, sendo suas
traduções fiéis ao texto original. Os resultados obtidos com avaliação do Portal B reconheceu a
crescente utilização da internet e das redes sociais para divulgação de destinos turísticos, tornando-se
uma fonte de informação fidedigna ao que é ofertado. Contudo, sugerem-se melhoramentos na
comunicação entre portal e turista (Internauta) para sanar questionamentos, visto que a hospitalidade
não é somente receber os turistas, incluindo todo tipo de interação ‘humana’ que existe no processo de
conquistar o turista antes de ele conhecer o destino. Analisando o Portal C a partir dos resultados da
HP 25, obteve-se score final de 13,5 pontos (mais elevado entre todos os portais), tendo sua
hospitalidade virtual classificada como de médio grau. Como pontos relevantes estão as questões 2, 4, 5 e 6,
da categoria informação, que obtiveram pontuação total. As questões trouxeram tópicos como:
notícias/newsletters postadas semanalmente, disponibilidade de passeios e programas, vídeos/imagens, e
informações a respeito da história da cidade. O Portal apresentou ainda informações básicas da cidade para
aqueles que a desejam conhecê-la. Contudo, observou-se que é necessária mais atenção à atualização
de informações, uma vez que há tópicos desatualizados. Como ponto negativo dessa categoria, há a
informação que o principal aeroporto para chegar na cidade ainda é o de Parnamirim, localizado na
região metropolitana de Natal. No entanto, esse aeroporto não está mais ativo para voos comerciais,
sendo o aeroporto de São Gonçalo do Amaranteo que está operando oficialmente desde 2014. Ainda na
categoria informação, as questões 7 e 8, trataram dos idiomas disponíveis (além do português) no Portal
C: inglês, espanhol, italiano e francês. Apesar de apresentar diversidade de idiomas, e, ser maisacessível
aos turistas estrangeiros, em algumas partes do Portal a tradução das informações inexiste, ou se restringe a
títulos apenas, limitando os recursos de comunicação.As maiores vulnerabilidades do Portal C, estão na
categoria interatividade, onde apesar de ter redes sociais ativas e atualizadas, com posts e notícias, somente
se teve retorno sobre as dúvidas pelo Instagram. No Facebook, não estava disponível a opção de entrar em
contato pelo chat e, via e-mail, não se obteve retorno. Os resultados sobre o Portal C, traduzem a
necessidade de a equipe responsável reconsiderar a forma como as plataformas interativas são utilizadas,
uma vez que estão disponíveis para aproximar possíveis visitantes do destino procurado. Entretanto, esse
déficit nas estruturas de interatividade observado no Portal C não faz uso da perspectiva do Design da
Informação enquanto facilitador da comunicação (Pettersson, 2007; Dick; Gonçalves & Vitorino, 2017) e
caminha na direção contrária da proposta de hospitalidade virtual como geradora de experiências e
trocas, tal como aponta Soares (2013).Em análise da aplicação do HP 25 no Portal D, observou-se que o seu
score foi de 6,5 pontos, tendo sua hospitalidade virtual classificada como de médio baixo grau. Como
pontos positivos e de destaque, foram consideradas as questões 4, 5 e 6 que tratavam da categoria
informação, obtivendo pontuação absoluta. As questões trouxeram pontos, tais como: se há
disponível dicas de passeios, se existem imagens/vídeos sobre a cidade e sobre as informações oferecidas da
história da cidade. Para transmitir essas informações, o Portal disponibilizou uma revista virtual que
carrega informações básicas de forma compacta, porém, cabe algumas atualizações, visto que há
informações de anos passados. Como ponto negativo, ainda da categoria informação, a Plataforma
não disponibilizou nenhum outro idioma (somente o português) para consulta no Portal, dificultando
o acesso para estrangeiros que possam querer conhecer a cidade de Natal, notoriamente conhecida por
atrair turistas estrangeiros.As fragilidades da hospitalidade virtual do Portal D surgiram em questões
relacionadas a categoria interatividade, não tendo pontuado em questões referentes a
comunicação e acessibilidade, com o detalhe de ser o único portal que tem a opção da plataforma
WhatsApp, e que mesmo assim não pontuou, pois o link não estava funcionando corretamente. Apesar de ter
redes sociais, o Portal D não atualiza seus posts e publicações com frequência, visto que foi
constatado um mais de uma semana de intervalo entre uma postagem e outra. Observou-se também
que não houve retorno de contato de nenhuma das Plataformas (e-mail, Facebook ou Instagram).
Os resultados obtidos pela avaliação da HP 25 no Portal D, demostraram a necessidade de
atualizaçãomais frequente de informações e de se rever a forma com que as Plataformas interativas
e as redes sociais conseguem ser hospitaleiras. Essa observação é necessária, uma vez que,
predomina-se quase que exclusivamente o viés comercial da hospitalidade virtual, com recursos
voltados apenas para atrair os turistas, deixando em segundo plano as relações de troca e interatividade
que deveriam existir entre Plataforma e usuário, baseado na tríplice contínua de “da-receber-retribuir”
(Camargo, 2004). A categoria interatividade nas questões 23 e 24, que trataram sobre o grau de
acessibilidade dos Portais no atendimento de pessoas com deficiência visual ou auditiva, houve ausência de
pontuação para todas as 4 Plataformas consultadas. Este é um ponto importante para as equipes responsáveis
por essas plataformas, uma vez que a falta de legenda em um vídeo ou foto, a disponibilização de textos em
formato de áudios, acaba por excluir, ou demonstrar hostilidade para pessoas que se encaixam nesse perfil,
fazendo com que o destino pareça inclusivo.5Conclusão O estudo avaliou por meio do HP 25 quatro Portais
virtuais na cidade de Natal-RN, Brasil. Os melhores resultados foram encontrados nos portais B e C,
com 13 e 13,5 pontos, respectivamente, e sua hospitalidade virtual sendo classificada como de médio
grau. O Portal D obteve 6,5 pontos e foi classificado como de grau médio baixo de hospitalidade. O
portal A apresentou o pior desempenho entre todos os Portais, ficando com pontuação final 5,0. Logo, os
resultados obtidos pela aplicação da HP 25 por meio dos Portais virtuais e redes sociais indicaram que o
grau de hospitalidade virtual em Natal ainda está distante do ideal. Nesse caso, apresentaram
desacordo com as concepções de Costa (2013), no que tange à expectativa que os clientes possuem de
serem acolhidos gentilmente e de Soares (2013), quando reforça que a hospitalidade virtual consiste
num espaço de acolhimento de visitantes, devendo primar pela oferta de informações e experiências
interativas dequalidade.Ao longo da aplicação da pesquisa se constatou a existência de problemas nos
Portais em ambas as categorias. Porém, mais intensidade de problemas se encontrou na categoria
interatividade. Esse é um fator que traz preocupação, em especial, quando se revisita o conceito de
interatividade proposto por Steuer (1992) e Brand e Crandall (1988), o que permite inferir que existem
fragilidades em termos de velocidade, participação, amplitude e mapeamento nos Portais analisados.
Destaca-se que a sociedadetem cada vez mais se inserindo no mundo virtual e se faz necessário que os
destinos turísticos se ajustem a essa realidade.Sob a perspectiva da análise dos referidos portais e levando
em consideração os conceitos e características da hospitalidade/acolhimento (Camargo, 2004; Lashely &
Morrison, 2004) e do design da informação (Pettersson, 2007; Dick; Gonçalves & Vitorino, 2017; De Souza
Quintão & Triska, 2014), a cidade de Natal não pode ser considerada uma cidade virtualmente
hospitaleira. Ainda é preciso promover avanços simples, como a atualização de dados e informações
básicas, até os mais complexos, que envolvem melhoria nas Plataformas interativas para atendimento aos
turistas em potencial. Em complemento, identificou-se a emergência em prover maioracessibilidade a
pessoas com deficiência (PCDs), visto que nenhum dos Portais apresentou recursos para acessibilidade
das informações à esse público.Evidentemente, a pesquisa tratou de um tema de grande efervescência social,
utilizando um recorte de análise reduzido, demandando, como estudos futuros, a necessidade de revisão e
ampliação do instrumento HP25, visando torná-lo mais preciso para medir o grau de
hospitalidade virtual de um destino turístico. Em que pese as ressalvas feitas, a pesquisa permitiulançar
novos (e críticos) olhares sobre a realidade da hospitalidade virtual em Natal-RN, especialmente no
tocante à estrutura dos Portais turísticos locais na prestação de informação e promoção de interatividade a
futuros visitantes.

Construção do instrumento de avaliação da hospitalidade virtual em destinos turísticos


A partir de um conjunto referencial de autores que investigaram a interatividade, informação e
hospitalidade virtual foi construído um instrumento para avaliação da hospitalidade virtual de destinos,
sendo específico para portais e redes sociais (Alves & Vidotti, 2006; Brand & Crandall, 1988; Façanha,
2018; Grimm et al., 2013; Guarizo & Schwartz, 2020; Htet, Dimitry & Irina, 2017; Soares, 2013;
Steuer,1992). O instrumento foi denominado de HP25. A estrutura do HP25 é composta por: duas
categorias de análise (informação e interatividade), cinco componentes e 25 perguntas relativas aos
componentes e suas respectivas opções de pontuação. Cada pergunta recebeu uma pontuação entre 0.0;
0.5 e 1.0, considerando que 0 (zero) corresponde ao não atendimento; 0.5 ao atendimento parcial e 1.0 ao
atendimento pleno. A partir da pontuação máxima do instrumento, criaram-se parâmetros que
consideraram o nível de qualidade da hospitalidade virtual dos destinos (Quadro 1).

a serem utilizados na montagem de proposta para construção de um roteiro turístico no Centro Histórico da
cidade do Natal, bem como visita aos mesmos para identificação das atuais condições dos mesmos, bem
como levantamento da existência de material relacionado à prática da interpretação patrimonial existente
nesses locais.
Este trabalho privilegia a leitura e análise de equipamentos culturais dispostos nos bairros do Alecrim e da
Cidade Alta a serem utilizados na montagem de proposta para construção de um roteiro turístico no Centro
Histórico da cidade do Natal, bem como visita aos mesmos para identificação das atuais condições dos
mesmos. Privilegia primeiramente a leitura e análise de bibliografia existente e que relacionem as temáticas
do patrimônio cultural em sua vertente material, com a possibilidade de utilização do mesmo, pelo Turismo,
para promoção não só do desenvolvimento local, mas também para a preservação/conservação desse mesmo
patrimônio utilizado, bem como a discussão sobre a necessidade de ações planejadas para tal efetivação,
discussão sobre ações de interpretação do patrimônio e de como essas podem ser realizadas, além de
discussão sobre o papel da roteirização turística como forma de desenvolvimento e preservação.

Conclui-se o estudo, indicando que o Centro de Niterói apresenta-se com grande potencial turístico, contudo
deve-se atentar para questões-chave como transporte, segurança pública e uso do solo.

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