Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nome:__________________________________________________________________________________
Fazer a referência completa da obra resenhada de acordo com a ABNT; é recomendável, no caso de resenhas,
colocar aqui somente a referência da obra que foi analisada.
Apresenta-se um autor falando dos principais fatos relacionados à sua vida: local e ocasião de nascimento,
formação acadêmica, pessoas que exerceram influência teórica sobre sua obra, fatos que teriam marcado sua
vida e, conseqüentemente, sua forma de pensar. Sua produção intelectual, nacionalidade, formação etc
Toda obra escrita pertence a uma determinada perspectiva teórica; é muito importante saber a que
tradição/escola teórica pertence o/a autor/a da obra que se está analisando, pois isso permite compreender a
forma como está organizada, bem como a lógica da argumentação utilizada; quando se reconhece a perspectiva
teórica do/a autor/a, sabe-se o que se pode esperar da obra que será analisada.
Antes de começar a análise de uma obra, é muito importante procurar ter uma visão panorâmica desta; isto
pode ajudar a visualizar o começo, o meio e o fim da obra, permitindo saber de onde parte e para aonde vai o/
autor/a na sua argumentação; esta parte da resenha (somente esta!) pode ser feita na forma de um “esquema”.
Metodologia – descrição do tipo de método e das técnicas utilizadas pelo autor da obra;
Depois de apresentar e compreender o/a autor/a e sua obra, deve-se traçar alguns comentários pessoais sobre
o assunto, ancorados em argumentos fundamentados academicamente.
REFERÊNCIAS
1 REFERÊNCIA
A autora, ativa na vida acadêmica desde 2004 até 2012, tem experiência em várias
instituições de ensino superior no Mato Grosso do Sul e no Paraná tanto presencialmente quanto a
distância (EAD). Coordenadora de cursos de graduação de turismo participou como líder na Divisão
de projetos Especiais da Secretaria Municipal de Turismo de João Pessoa-PB. Atuante também como
consultora em Turismo e Eventos, é também analista de Qualidade e foi responsável pela Diretoria
de Marketing. Paralelamente, possui formação em Practitioner em PNL (Programação
Neurolinguística) e Master Business Coach.
Outras obras:
SIVIERO, A. P.; PEREZ; DOMINGOS. Planejamento do turismo em áreas rurais: uma análise do
potencial para o desenvolvimento do turismo rural no município de Dourados-MS. In: Congresso
Brasileiro de Turismo Rural, 2005, Piracicaba. Anais… Piracicaba, [s.n.], 2005, [não paginado].
SIVIERO, A. P. O espaço (turístico) urbano e seus elementos: Uma análise do centro de Curitiba-
PR. In: Encontro Nacional de Turismo com Base Local, 8., 2004, Curitiba. Anais… Curitiba, [s.n],
2004, [não paginado].
Para a abordagem do turismo urbano, a autora inicia com Cruz (2001) quem manifesta a
quase totalidade do fluxo turístico mundial representada nele e a relevância que este fato lhe confere.
Sinaliza que as transformações que o turismo produz neste caso podem ser tanto planejadas quanto
inesperadas e que, quando planejadas com as partes envolvidas com oposição de interesses a política
entra em cena. Tyles e Guerrier (2001), de fato descrevem o turismo urbano como processos sociais
de mudança acompanhados de processos de decisão política. A autora finaliza reafirmando da
compreensão do espaço urbano para o bem gerir do turismo urbano.
Kevin Lynch, referente no urbanismo com seu livro A imagem da cidade trabalha com o
conceito de “legibilidade” do ambiente urbano e identifica cinco elementos a serem percebidos pelos
seus usuários: caminhos, pontos nodais, bairros, limites e marcos. Os caminhos e pontos nodais
correspondem a aqueles espaços fechados ou abertos de uso público que podem ser percorridos
livremente e cuja diferença entre eles se estabelece porque nos pontos nodais existe confluência
marcada de fluxos como é o caso de uma esquina o cruzamento de ruas. Os bairros, correspondem a
espaços da cidade com extensão bidimensional. Os limites são elementos lineares que visualmente
dividem duas partes contíguas e os marcos, são aqueles elementos visíveis desde muitos lugares ou
aqueles elementos que por contraste entre elementos próximos, são fáceis de reconhecer seja por
recuos ou alturas diferenciadas.
José Lamas pormenoriza ditos elementos desde uma leitura morfológica e física da
configuração do espaço mas já não tão espacial como Lynch. Solo, prédios, lotes, árvores, mobiliário
urbano, fachadas, monumentos praças entre outros fazem parte da lista de elementos. Reconhece
assim os caminhos e pontos nodais de Lynch como ruas, traçados e praças, denomina de escala bairro
os bairros, e detalha os marcos ao especificar eles podem ser monumentos, fachadas, praças, jardins
e áreas verdes. Os vínculos que reconhece são físicos e de função e não de percepção como em Lynch.
O lote, por exemplo, é essencial se se pretende vincular o terreno ao edifício, a praça é um lugar
intencional de encontro e monumentos e fachadas permitem pela sua função limítrofe ou em destaque
moldar a imagem da cidade.
Roberto Boullón retoma como Lamas quatro dos cinco elementos de Lynch com as suas
nuanças e acrescenta dois elementos a mais vinculados a aproximação turística que dá. Os caminhos
e pontos nodais de Lynch são os logradouros, bairros e marcos permanecem como categorías, os
limites ele denomina de bordas e acrescenta setores e roteiros na descrição. Dentre as nuanças
próprias de Boullón na determinação conceitual dos elementos, as mais significativas são a distinção
entre marcos gerais e marcos locais- os gerais são perceptíveis por todos, turistas ou não e os locais
só pelos habitantes da localidade, a definição tridimensional dos bairros que permite visualizar eles
como grandes seções da cidade e não só bidimensionalmente como Lynch, e o detalhamento para
definir as bordas (limites de Lynch) podendo elas serem uma avenida, um rio, diferenças marcadas
na paisagem sem vínculo aparentemente estreito com a geometria das mesmas.
Os dois elementos introduzidos por Boullón são roteiros e setores. O primeiro visa os
caminhos de deslocamento para visitar os atrativos turísticos e o segundo valoriza pequenas áreas, de
três a quatro quadras histórica, estética e/ou funcionalmente relevantes da cidade que permitem
compreender a espacialidade de um complexo arquitetônico do passado, por exemplo.
Após discorrer sobre esses três conceitos como turismo, turismo urbano; espaço urbano,
espaço turístico urbano; e planejamento e planejamento turístico, dentre onde houve espaço para a
definição dos elementos do espaço urbano e do espaço turístico urbano, a autora marca a necessidade
de integrar numa ação conjunta e participativa, ações que visem a organização espacial das cidades
desde o planejamento em conjunto com o planejamento de políticas setoriais de desenvolvimento
turístico. Isto pela dualidade de muitos espaços urbanos serem atrativos ao tempo que o turismo
contribui na imagem da cidade em si.
O primeiro deles é o espaço de caráter fixo dos atrativos turísticos que acabam
caracterizando a atividade turística. O desenvolvimento da última não ocorre desvinculada do espaço
e daí que os equipamentos e infra-estrutura se manifestam básicos tanto para o espaço urbano quanto
para os turistas que nele chegam. Gerir o turismo urbano demanda por tanto a compreensão dos
processos urbanos e a valorização do espaço também urbano. Mais ainda se ele é relevante como é
no mercado do turismo mundial. O turismo, considerado atividade socioeconômica é uma atividade
que gera mudanças espaciais na produção de bens e serviços e por tanto no espaço e é ao mesmo
tempo um grande consumidor do espaço.
O espaço turístico urbano, logo que turismo e espaço se complementam, é mais uma
forma de apropriação do espaço e o planejamento urbano, instrumento para satisfação das
necessidades sociais e humanas, ajuda no desenvolvimento local. O planejamento turístico, como
parte do planejamento urbano, revela e a necessidade de compatibilizar a parte com o todo de maneira
conjunta e participativa, porque muitas cidades em si mesmas já são atrativos turísticos e o turismo
interfere no visual das cidades.
quando se fala hoje em dia, a torto e a direito, em "fazer cidade", tamanho eufemismo
vale bem a pergunta: quem de fato "faz a cidade"? A resposta, ao menos a partir dos
anos 1990, parece inequívoca: naturalmente, as grandes empresas, com as mediações
de praxe, é claro.(ARANTES, 2000, p.30)
Arantes(2000) traz no trecho retomado, uma visão contrária aquela que aparece no
Estatuto da cidade retomado por Siviero, onde como expressado claramente, são as grandes empresas
as que acabam determinando as necessidade do espaço urbano e não o consenso que estabelece a lei.
Arantes (2000), sinaliza no conjunto do texto referido como a cultura tem virado uma escusa na
manipulação do planejamento e já no mais do urbanismo, ao ponto de que o poder da identidade tenha
só fins lucrativos, identidade esta que é pilar do turismo.
Arantes (2000), explica como este fenômeno nasceu com a cidade empreendimento de
Peter Hall em 1970 onde as cidades se tornaram máquinas de produção de riquezas e o planejador foi
confundido com seu pior adversário:o empreendedor. Foi a partir dali as bases se estabeleceram até
chegar ao uso da cultura como escusa, a mudança do urbanismo pelo planejamento. Com isto, uma
pausa deve ser feira na hora de estabelecer sem precaução o vínculo que propõe Siviero entre
planejamento urbano e planejamento turístico urbano, porque o turísmo pela sua natureza já tem uma
forte tendência a visar só o lucro em múltiplos exemplos.
Neste panorama, Lefebvre (2001), na sua obra O direito à Cidade, pode oferecer uma
aproximação menos plausível de ficar na frieza do dinheiro quando escreve que :
o direito à cidade[...] Só pode ser formulado como direito à vida urbana, transformada,
renovada. Pouco importa que o tecido urbano encerre em si o campo e aquilo que sobrevive
da vida camponesa conquanto que “o urbano”, lugar de encontro, prioridade do valor de uso,
inscrição no espaço de um tempo promovido à posição de supremo bem entre os bens,
encontre sua base morfológica, sua realização prático-sensível. (LEFEBVRE, 2001, p.117)
A partir da leitura acima, onde a influência na hora de pensar o espaço urbano, o que
prima é o direito ao encontro, a vida de qualidade dos habitantes, se estabelece, o melhor, se esclarece
a escala de valores que pode ser considerada quando Siviero propõe o diálogo entre os planejamentos
por ela abordados. Como estabelece Lefebvre, é a vida urbana renovada e transformada, cheia de
qualidade para os moradores a que deve prevalecer por cima daquela dos turistas mesmo que estes
também usufruam e transformem o espaço e por tanto no fundo, também devam ser considerados na
hora de melhor racionalmente qualquer espaço urbano ou seus elementos.
REFERÊNCIAS
ARANTES, O.. Uma estratégia Fatal: A cultura nas novas gestões urbanas. In: ARANTES,
O.;VAINER, C.; MARICATO, H. A cidade do pensamento único: desmanchando consensos.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. p.11-74. Disponível em:
<https://privatizacaodarua.reporterbrasil.org.br/dadosabertos/bibliografia/A%20cidade%20do%20p
ensamento%20%C3%BAnico%20-%20Ot%C3%ADlia%20Arantes,
%20Carlos%20Vainer,%20Erm%C3%ADnia%20Maricato.pdf>. Acesso em: 21 nov 2018.