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1 ACESSIBILIDADE

Trabalhar como um profissional de turismo, vai além de atuar como


responsável técnico em empreendimentos que tenham o turismo como sua fonte de
renda, é preciso ser um profissional capaz de planejar e montar estratégia para que
toda a cadeia do setor atue em harmonia, desde a promoção do destino até a
organização da infraestrutura receptiva de desenvolvimento de roteiros, hospedagem,
aluguel de veículos, guias e tantos outros entre setores impactados pelo turismo.
Dentro deste planejamento e estrategias, econtram-se os serviços que asseguraram o
cumprimento a inclusão das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, e dá outras providências, garantindo que os mesmos tenham os mesmos
direitos de afruição para os mais diversos espaços. E quando se fala em fruição, não é
somente estar naquele espaço cultural, mas sim, poder expressar-se, participar e
produzir novos conhecimentos, afim de garantir o direito e equiparação de
oportunidades para todos que tem contribuído para a conquista da cidadania plena.

A promoção da acessibilidade é uma lei regulamentada pelo Decreto 5.296, de


2004, onde o mesmo tem destaque sobre a sua terminologia, que seria a " condição
para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços,
mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos
dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de
deficiência ou com mobilidade reduzida; " (BRASIL, 2004).

Complementar ao decreto, destaca-se a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa


com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), lei Nº 13.146, destinada a
assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e
cidadania e a Norma da ABNT, NBR 9050:2004, onde também tem como objetivo,
tornar os espaços urbanos mais acessíveis e inclusivos, eliminando barreiras para que
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida possam ter mais conforto e segurança
ao acessar espaços públicos e privados. Para falicitar o entendimento, são
apresentadas algumas definições constantes, além da termilogia de acessibilidade que
nos ajudam a entender as condições gerais da acessebilidade, onde pode ser
encontrado tanto no decreto, na lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiente e na
norma ABNT 9050:2004, citado acima, tais como:

• Acessibilidade virtual

Garantia de mobilidade e usabilidade de recursos computacionais.

• Ajudas técnicas

Produtos, instrumentos, equipamentos e tecnologia adaptados ou


especialmente projetados para melhorar a funcionalida-de da pessoa com deciência
ou com mobilidadereduzida, favorecendo a sua autonomia pessoal,total ou assistida.

• Barreiras

Qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de


movi mento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se
comunicarem ou terem acesso à informação.

• Barreira urbanística

As existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público.

• Barreira nas edificações

As existentes no en-torno e interior das edicações de uso público e coletivo e


nas áreas internas de uso comum nas edificações de uso privado multifamiliar.

• Barreiras nos transportes

As existentes nos ser-viços de transportes que impedem ou discultam o


ingresso ao interior dos veículos de transporte público, privado, aos terminais, às
estações e aos pontos de parada.

• Barreira das informações e comunicações


Qualquer entrave ou obstáculo que diculte ouimpossibilite a expressão ou o
recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de
comunicação, sejam ounão de massa, bem como aqueles que dicultemou
impossibilitem o acesso à informação.

• Cão-guia

Animal treinado e responsável pelacondução com segurança da pessoa com


deficiência visual.

• Desenho Universal

Concepção de espaços, ar-tefatos e produtos que visam atender


simultaneamente todas as pessoas, com diferentes características antropométricas e
sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável, constituindo-senos elementos ou
soluções que compõem a acessibilidade.

• Edificações de uso coletivo

Destinadas a ativi-dades de natureza comercial, hoteleira, cultural, esportiva,


turística, recreativa, social, religiosa,educacional e de saúde.

• Edificações de uso público

Administradas por entidades da Administração Pública direta e indireta ou por


empresas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos, destinadas
aopúblico em geral.

• Edificações de uso privado

Destinadas a habi-tações uni ou multifamiliares.

• Elementos de urbanização

Componentes daurbanização tais como pavimentação, saneamento,


distribuição de energia elétrica, iluminação pública, abastecimento de água e
paisagismo, dentre outros.
• Equipamento urbano

Bens públicos e priva-dos, de utilidade pública, destinados à prestação de


serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização
do poder público, em espaços públicos e privados.

• Incapacidade

Impedimento ou limitação deações causadas em conseqüência da deficiência.

• Mobilidade reduzida

Aquela pessoa que, nãose enquadrando no conceito de pessoa com de-


ciência, tenha por qualquer motivo, diculdadede movimentar-se permanente ou
temporariamente, gerando redução efetiva de mobilidade, flexibilidade, coordenação
motora e percepção.

• Mobilidade urbana

Conjunto de objetos existentes nas vias e espaços públicos, como semáforos,


postes de sinalização e iluminação, telefonespúblicos, fontes públicas, lixeiras, toldos,
mar-quises, quiosques e outros.

• Rota acessível

Trajeto contínuo, desobstruí-do e sinalizado que conecta ambientes externosou


internos de espaços e edificações, e que podeser utilizado de forma autônoma e
segura portodas as pessoas, inclusive as com deficiência.A rota acessível externa pode
incorporar esta-cionamentos, calçadas rebaixadas, faixas detravessia de pedestres,
rampas; a interna pode incluir corredores, pisos, rampas, escadas, elevadores.

• Símbolo Internacional de Acesso

Indica existência de equipamentos, mobiliário e de serviçosvoltados à pessoa


com deficiência.

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2 PDDU DE SALVADOR

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (Lei Nº 9069/2016), é o plano


estratégico de desenvolvimento para Salvador, com programação até o ano de 2049,
onde o mesmo incorpora as diretrizes e estratégias de desenvolvimento
socioeconômico, cultural e urbano- ambiental, difundindo-se em programas, projetos e
ações com objetivos, indicadores e metas de curto, médio e longo prazo,
estabelecendo instrumentos de gestão, de monitoramento e de avaliação. Dentro do
tema apresentado, é possivel identificar o assunto sobre acessibilidade, de forma
abrangete e apresentado ao longo do PDDU, diferente quando se refere sobre
equipamentos turisticos. É possivel identificar um plano estrategico ligado aos
equipamentos turisticos na seção XI, art. 333 onde trata-se sobre a transformação
urbana localizada.

Neste trecho do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (2016), tem a


seguinte descrição:

" Art. 333 - O Executivo Municipal poderá fazer uso do instrumento urbanístico
da Transformação Urbana Localizada, mediante lei específica, garantida ampla
participação popular, sempre motivada por interesse público relacionado à
urbanização, reurbanização e requalificação de partes do território do
Município, objetivando viabilizar projetos urbanísticos especiais em áreas
definidas no Art. 334, para atendimento dos objetivos, diretrizes e prioridades
estabelecidas neste PDDU, através de intervenções de menor porte, tais como:

I - implantação de infraestrutura urbana e melhorias no sistema viário e de


transporte público, prioritariamente relacionada a microacessibilidade no
entorno das estações de transporte de alta e média capacidade, especialmente
as do metrô e VLT, existentes e projetadas;

II - implantação de equipamentos com finalidade de uso público tais como:

a) instalações para a administração pública, em geral;

b) edificações para atendimento às necessidades de serviços públicos tais


como as educacionais, de assistência social e de saúde;

c) edificações com finalidade de desenvolvimento turístico do Município, como


centros de negócios, equipamentos turísticos, recreativos, culturais e polos de
lazer;

d) equipamentos típicos de mobilidade urbana, como terminais rodoviários,


náuticos, metroviários, ferroviários, multimodais, edifícios-garagem, dentre
outros a igual título;
e) estruturação dos parques urbanos e áreas de interesse ambiental

III - requalificação do entorno de áreas privadas, podendo envolver construção


de praças, implementação de projetos de mobilidade urbana como ciclovias,
mobiliário urbano, parklets, melhoria das condições de habitabilidade,
recuperação de áreas verdes e programas de proteção ambiental;

IV - intervenções urbanas associadas a concessões ou parcerias público-


privadas;

V - implantação de programas de HIS e HMP;

VI - valorização, requalificação e criação de patrimônio ambiental, histórico,


arquitetônico, cultural e paisagístico.

§ 1º Entende-se por intervenções de menor porte aquelas correspondentes a


uma área bruta total atingida de até 50.000m²." (SALVADOR, 2016)

E complementar a este artigo, deve-se apresentar o artigo 334, que


complementa as exigencias do artigo anterior:
" Art. 334 As intervenções a serem realizadas pela Transformação Urbana
Localizada, poderão abranger áreas públicas ou privadas que estejam situadas
num raio de 800m (oitocentos metros) das estações dos sistemas de transporte
de alta e média capacidade (metrô e VLT);

Parágrafo único. Lei específica municipal, com ampla participação popular e


realização de audiência pública no local escolhido, poderá identificar outras
áreas com potencial de transformação urbana, desde que devidamente
amparada por interesse público. " (SALVADOR, 2016)

O Plano Diretor, contempla o tema de pesquisa. A lei específica que autoriza a


Transformação Urbana Localizada será aprovada após atendidos os critérios, o que
torna necessário realizar uma pré-avaliação da situação de acessibilidade nos serviços,
atrativos e edificações de interesse turístico públicos e privados, além do acesso aos
meios de transportes,mobiliário urbano, atendimento à pessoa com deficiência e a
existência de sistemas de comunicaçãoespecíficos.
O início de um projeto de acessibilidade turística nos municípios dá-se pela
revisão das leis e normas locais complementares que disciplinam o uso do território e a
prestação de serviços públicos, o que está presente no PDDU. Além de quê, para que
haja de fato o cumprimento das normativas neste plano, de formar eficaz e eficiente,um
projeto de turismo acessível deve compreender um processo de planejamento
participativo que inclua os diferentes atores, como a participação da comunidade e
trade turitico; associações comerciais, Conselho Municipal de Turismo e entidades
locais que desenvolvem trabalhos com pessoas com deficiência ; e a articulação junto
aos órgãos do governo federal, fóruns estadual e regional de turismo e prefeituras de
entorno.

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