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Rayanne E. V.

da Silva 2022027773
Espaços e territórios do turismo: Reflexões e indagações
(FRATUCCI, MORAIS, ALLIS, 2015)
O artigo perpassa por inúmeras reflexões acerca da metodologia contemporânea
destinada à designação dos espaços apropriados para o turismo, levantando o
questionamento espacial ou territorial de turismo. Não obstante, engloba tópicos a
respeito dos artifícios de construção dos territórios do turismo pelos seus múltiplos
agentes sociais doravante de suas diferentes lógicas de apropriação do espaço. Finda com
uma proposta referente à novas possíveis metodologias para o estudo desses processos
espaciais, expondo duas primeiras pesquisas, uma adjunta ao mapeamento e a outra dos
espaços dos trabalhadores do setor turístico.
O termo “espaço turístico” é compreendido e empregado de maneira equivocada,
visto que, é utilizado para referir-se ao território destinado ao turista, incorreção essa que
foi reforçada pela definição de Boullón (1990):
“consecuencia de la presencia y distribución territorial de lós
atractivos turísticos [...]. Este elemento del patrimonio
turístico, mas La planta turística, es suficiente para definir el
espacio turístico de cuaquer pais” (Boullón, 1990, p.65)

Reitera-se que o território construído para o turismo é que deve ser planejado e
não o espaço. O território do turismo possui caráter descontínuo e não contíguo, sendo
uma junção dos territórios mesclados por cada agente social responsável pelo
acontecimento do fenômeno turístico. Esse processo de produção dos espaços turísticos,
incluem agentes produtores do turismo, como sendo responsáveis pelos procedimentos
de turistificação do espaço. Território esse, composto pelos territórios produzidos pelos
turistas, os agentes do mercado, o poder público, os trabalhadores da atividade (diretos e
indiretos) e pela população local dos destinos turísticos.
Uma vez que se percebe o território do turismo como sendo mais amplo que o
espaço do turista, compreende-se o território-rede do turismo e sua complexidade do
fenômeno turístico atual. Ao buscar-se uma metodologia afim de captar os territórios do
turismo deve-se considerar os sistemas abertos, dinâmicos, caracterizados por sua fluidez
e mudanças contínuas.
Um questionamento destacável referido pelo artigo é a designação dos territórios
dos turistas, o autor Fratucci entende esses “lugares turísticos” como sendo as “porções
do espaço onde o turismo se manifesta concretamente”, portanto, lugares onde o turista é
visível e atuante. Todavia, não se deve prender a limitações como presumir que a partir
das ações dos agentes do mercado e dos turistas englobar-se-ia toda a magnitude
dimensional social do fenômeno turístico atual.
Apesar da pesquisa possuir um objetivo centrado nos fluxos turísticos, ela ainda
toca em assuntos que facilitam a compreensão de ações da utilização dos espaços urbanos,
objetivando uma melhor sintetização do conteúdo principal. Desse modo, coopera para
evidenciar e discutir como os territórios turísticos se fazem a partir de uma ótica zonal,
clareando a sua parte mais técnica homogeneizando-a como um conjunto de pontos
(atrativos, equipamentos, serviços).
Conclui-se então a necessidade de abranger a compreensão do que realmente é o
território do turismo, visando uma viabilidade nas construções políticas com o enfoque
no ordenamento e desenvolvimento do setor. Por intermédio, de uma voracidade
acadêmica das concepções dos espaços turistificados.
Rayanne E. V. da Silva 2022027773
Turismo e Lugares: uma visão geográfica
(MARUJO e CRAVIDÃO, 2012)
O artigo averigua, por meio de uma métrica geográfica, a relevância do lugar
para a operação turística, exemplificando como práticas turísticas noviças angariam
novos públicos e reformulam os territórios, obtendo assim um novo significado por sua
identidade; unicidade; pela forma como é sentido e absorvido.
Por conta da globalização utilizada como artificio de aproximação, tem-se uma
mudança no campo promocional turístico, onde os lugares passam a ser evidenciados de
uma maneira cada vez mais frequente aos potenciais visitados como sendo um destino
que recorre para uma pluralidade de concepções. Findando assim uma valorização nas
diferenciações dos lugares.
Um dos assuntos tratados no texto é a visão do turismo perante a natureza da
estrutura do lugar, a criação e a experiência do mesmo, uma vez que, ele é constituído
de maneira cultural e social. Podendo ser formada por três elementos: a localização,
sendo o limite geográfico para que se ocorra as interações sociais; o local, demarcando a
fronteira das relações sociais e por fim a construção do sentimento local.
Lugar se entrelaça com o turismo de maneira a constituir a destinação turística,
pois é fruto da junção de componentes interligados e interdependentes, esses lugares
turísticos englobam ambiente físico, personificação, sociabilidade, memória e imagem.
É necessário que sirvam para um propósito, podendo ser: a criação de uma identidade
por meio do simbolismo cultural; a estruturalização do habitat socioespacial do
ambiente da vizinhança.
“O lugar é um elemento fundamental na formação e
construção das culturas turísticas” (Wearing et al,
2010: 80).
O entendimento de lugar dá-se de maneira subjetiva, pois compreende-se que é
uma caraterização abstrata e individual, não podendo ser padronizada homogeneamente.
Podendo então ser percebido como um detentor de significados dentro de uma cultura,
ou seja, é o cerne de significados postulados para determinado ambiente baseado na
experiência humana vivida, produzindo assim uma identidade local.
Assim, o lugar turístico pode ser entendido como o lugar onde turistas e
anfitriões podem estabelecer intercâmbios culturais. É necessário que ocorra uma
promoção das imagens desses lugares turísticos, papel esse exercido atualmente pela
mídia, por meio das propagandas fomentando assim, essa imagem no imaginário do
turista o levando a desejar conhecer aquele local, uma tática muito utilizada é o
emprego de slogans para essas destinações, como por exemplo “a cidade que nunca
dorme” como é cunhada popularmente Nova York, a importância dessa imagem é
imprescindível para a promoção dos lugares para que se crie essa realidade assim como
Giotart cita:
“a força da imagem que caracteriza os lugares turísticos
corresponde a uma espécie de território mental onde a
realidade e mitos vão servir de suporte à descoberta ou
(redescoberta) e à viagem” (Cravidão, 2004: 311).

A partir dessa promoção por diferentes meios midiáticos como o cinema,


televisão, a literatura, as revistas... o turista cria a própria narrativa sobre o lugar a ser
visitado, registrando essa “realidade” para eterniza-la, reafirmando sua presença no
lugar.
Em suma, o destino turístico é entendido, a partir da ótica geográfica, como sendo
um lugar base para as práticas turísticas, onde esses lugares são consumidos e absorvidos
pelos cinco sentidos. Essa unidade geográfica pode muitas vezes desenvolver lugares com
uma baixa afinidade do público podendo ser enxergado como algo sem alma, um “mundo
de faz-de-conta”, ou seja, um não-lugar. Sendo eles promovidos pelo marketing com a
ajuda de artifícios midiáticos que moldam o imaginário do turista e mediam a relação
entre o visitante e o visitado.
Rayanne E. V. da Silva 2022027773
Ensaio sobre a paisagem e o turismo: uma viagem além das disciplinas
(MILAGRES, 2012)
O artigo expõe a percepção dos indivíduos em relação ao espaço e paisagem em
instâncias temporais históricas diversas, caracterizando-a como sendo perceptível e
estática, bivalendo-se em natural e artificial (ou cultural ou humanizada). Ao ser
transformada em um objeto de consumo pelo turismo torna-se o próprio atrativo turístico
sendo, portanto, a relação entre a sociedade e a natureza.
A alteração dessas paisagens pode ser percebida desde os primórdios do abandono
do estilo de vida nômade, sendo intensificado com as revoluções industriais, uma vez que
a revolução cognitiva possibilitou ao ser humano uma modificação mais incisiva e
massiva do meio, com o auxílio da criação de ferramentas tecnológicas. Esses espaços
criados compõem uma realidade objetiva, um produto social em constante modificação
que estabelecem as suas próprias métricas, impossibilitando assim ocorrência da
sociedade fora do mesmo.
Milton Santos diz que “A alteração de velhas formas para a adequação às novas
funções são também uma mudança estrutural.”, pois é necessário a compreensão das
ações do homem no meio ambiente pensando nas consequências da mesma, utilizando
assim, as categorias de análise do espaço. Sendo elas: forma, função, processo e estrutura.
Por ser um fenômeno que está além dos limites da disciplina geográfica, pode ser
representada de abundantes maneiras dentre elas estão: artística, ilustrações cartográficas,
registros pitorescos e narrativos, relatos de viagens, memoriais descritivos religiosos,
cientifica naturalista e cultural... Esse enfoque na tentativa da compreensão cultural
envolve o pensar, sentir e o agir na natureza, visto essa construção da produção da
paisagem.
Nesse sentido, os atrativos naturais e artificiais desempenham nos indivíduos um certo
grau de subjetividade sobre a atratividade, esses aspectos são movimentados pela sociedade e
pela produção acarretando impactos nos lugares e paisagens. Essas interferências sobre as
cidades turísticas propiciam um paradoxo em relação a preservação das exuberantes paisagens,
por conta do fluxo turístico demasiado, resultando assim, na degradação e modificação (de
maneira negativa) da paisagem. Essa apropriação das paisagens pelo turismo, visa a
mercantilização do produto natural e cultural, atraindo assim, o consumidor (turista) que de
maneira inconsciente absorve algo cada vez mais artificial.

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