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14, no 1, 17 – 34
Resumo
Este texto apresenta as contribuições do psicólogo alemão Paul B. Baltes (1939-2006)
à Psicologia do Envelhecimento e à Psicologia do Desenvolvimento, representadas
pelo paradigma de desenvolvimento ao longo de toda a vida (lifespan), pelo
meta-modelo de seleção, otimização e compensação, por pesquisas sobre a
plasticidade da inteligência na vida adulta e na velhice e por investigações
interdisciplinares sobre a velhice avançada. O desenvolvimento foi definido por Baltes
como um processo contínuo, multidimensional e multidirecional de mudanças
orquestrados por influências genético-biológicas e sócio-culturais de natureza
normativa e não-normativa, marcado por ganhos e perdas concorrentes e por
interatividade indivíduo-cultura e entre os níveis e tempos das influências. O
desenvolvimento e o envelhecimento bem-sucedidos baseiam-se em seleção de
metas, otimização dos meios para atingir essas metas e busca de compensações
quando os meios disponíveis para atingir as metas estiverem ausentes. Com base em
dados, Baltes acreditava no caráter incompleto da arquitetura do desenvolvimento
humano, na importância da cultura para compensar os limites da ontogênese, no
caráter normativo do envelhecimento e na descontinuidade entre a velhice inicial e a
avançada.
Palavras-chave: Teoria lifespan, Desenvolvimento humano, Velhice.