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AGENTES QUÍMICOS

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-


sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação
contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos
e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-
vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Sumário
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................... 2

AGENTES QUÍMICOS ......................................................................... 5

Classificação Física dos Agentes Químicos ...................................... 6

Particulado Sólido: Poeiras, Fumos e Fibras ................................. 7

Particulado Líquido: Névoas e Neblinas ........................................ 7

EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS .......................................................... 8

ALGUNS CONCEITOS....................................................................... 14

Aerodispersoides ............................................................................ 16

CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS


RELACIONADAS ............................................................................................ 16

VIAS DE ABSORÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS NO ORGANISMO


........................................................................................................................ 18

DOENÇAS RELACIONADAS AOS AGENTES QUÍMICOS ................ 19

Pneumoconioses ............................................................................ 19

Algumas Pneumoconioses .......................................................... 21

Asbestose ....................................................................................... 22

Pneumoconiose dos trabalhadores de carvão (PTC) ...................... 23

Prevenção da Pneumoconiose .................................................... 24

Asma ocupacional ........................................................................... 26

Saturnismo ...................................................................................... 26

Hidrargirismo .................................................................................. 28

DOENÇA CAUSADA PELA EXPOSIÇÃO AO CROMO ..................... 30

DOENÇAS CAUSADAS PELA EXPOSIÇÃO A SOLVENTES


ORGÂNICOS .................................................................................................. 31

Benzenismo .................................................................................... 32

Dermatite ........................................................................................ 33

Dermatite de contato por irritantes .................................................. 33

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Dermatites alérgicas de contato (DAC) ........................................... 35

Ulcerações ...................................................................................... 36

CÂNCER CUTÂNEO OCUPACIONAL ............................................... 38

PREVENÇÃO DAS DERMATITES ..................................................... 38

Prevenção primária: promoção da saúde ........................................ 38

Prevenção secundária .................................................................... 39

Prevenção terciária ......................................................................... 39

REFERÊNCIAS .................................................................................. 40

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AGENTES QUÍMICOS

São considerados agentes químicos as substâncias, compostos que pos-


sam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de ex-
posição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele
ou por ingestão.
Os principais tipos de agentes químicos que atuam sobre o organismo
humano, causando problemas de saúde, são: gases, vapores e névoas: aero-
dispersóides (poeiras e fumos metálicos).
No ambiente industrial além de termos a possibilidade da presença dos
agentes físicos, podem existir também os agentes químicos. Na visão da higiene
ocupacional eles são substâncias, elementos, compostos ou resíduos químicos
que, durante sua fabricação, armazenamento, manuseio e transporte com capa-
cidade de ação tóxica sobre o organismo ou que venha a contaminar o ar do
ambiente de trabalho.
A legislação brasileira apresenta uma definição para os agentes químicos:
a NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (1978b) considera-os
como
[...] as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,
neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade da ex-
posição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através
da pele ou ingestão. (BRASIL/NR 09, 1978b).

No mundo, são produzidos aproximadamente 70 mil produtos químicos,


alguns deles são padronizados e usados na fabricação de uma vasta gama de
produtos. Devido à inúmera quantidade de substâncias existentes nas indústrias
que podem apresentar algum efeito tóxico, os procedimentos e critérios para
análise e avaliação dos agentes químicos podem variar de acordo com a sua
classificação, funções orgânicas ou inorgânicas e, até mesmo, métodos diferen-
ciados para produtos específicos.
Esta grande variabilidade resulta em uma dificuldade maior para o reco-
nhecimento dos mesmos em comparação ao que é feito para os agentes físicos.
Isso ocorre, pois, cada produto tem suas próprias características químicas como,

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por exemplo, solubilidade (na água ou ar), pH (indicação de acidez), concentra-
ção, propriedades de alerta (com ou sem odor, por exemplo), estado físico, vo-
latilidade, reatividade e níveis de toxicidade, podendo este agir de modo diferen-
ciado em diversos órgãos do organismo, variando de acordo com via de pene-
tração (respiratória, pele ou ingestão) e o tempo de exposição a que o trabalha-
dor está submetido ao agente. Além do fato de que a avaliação de um agente
químico pode ser prejudicada pelas condições do clima como, por exemplo, um
dia de chuva ou dias frios.
O ar próprio para a respiração no ambiente ocupacional deve estar livre
de substâncias agressivas ao organismo e ter quantidade de oxigênio (O2) apro-
priada. Uma atmosfera é considerada normal quando apresenta um teor aproxi-
mado de oxigênio de 20,9% em volume. Contudo, para fins de proteção da saúde
contra a deficiência de oxigênio nos ambientes de trabalho, normas brasileiras
recomendam um teor mínimo de 18% de oxigênio em volume e, nos Estados
Unidos, um percentual de 19,5% em volume.
Os agentes químicos são classificados de acordo com a sua estrutura
física, em outras palavras, por estado físico, como os aerodispersóides (particu-
lados na forma sólida ou líquida), gases e vapores. Cada um, também pode ser
dividido conforme o efeito causador de dano ao organismo humano. Eles são
capazes de produzir desde uma sensação de desconforto ou incômodo até um
câncer

Classificação Física dos Agentes Químicos

A classificação de agentes químicos que mais estão presentes na higiene


ocupacional encontram-se em seu estado físico. O primeiro grupo de maior den-
sidade consiste no grupo de materiais particulados, denominados também de
aerodispersóides. Neste grupo em questão, os agentes contaminantes são pe-
quenas partículas em estado sólido ou partículas em estado líquido presentes
no ar.

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Particulado Sólido: Poeiras, Fumos e Fibras

As poeiras são partículas sólidas formadas pela ruptura mecânica de um


sólido. Como exemplo de atividade onde há exposição a poeiras, podemos citar
o corte de pedras (como nas marmorarias), o corte de madeiras, etc.Diversas
são as doenças provocadas pela exposição a poeiras. Uma das mais conhecidas
é a silicose, provocada pela exposição a sílica cristalina, conforme te contamos
no último artigo.
Os fumos, por sua vez, são partículas sólidas formadas pela condensa-
ção/oxidação de vapores de substâncias sólidas a temperatura ambiente. As
operações mais comuns onde há a presença de fumos são as de soldagem e
fundição.
Entre os particulados sólidos, também podemos destacar as fibras. Se-
gundo a NHO-04, as fibras podem ser definidas como longos e finos filamentos
de um material. Entre os exemplos que encontramos em nossa atividade, des-
taca-se a do amianto.
Particulado Líquido: Névoas e Neblinas

A névoa é uma suspensão de partículas líquidas formadas pela ruptura


mecânica de líquidos. O exemplo mais comum de névoa é aquele formado nas
operações de pintura com pistola.
Já a neblina é a suspensão de partículas líquidas formadas pela conden-
sação do vapor de uma substância que é líquida na temperatura normal.
É muito comum a confusão de névoa e neblina com vapor. Mesmo que o
vapor acompanhe a névoa, são distintos. Isso será fundamental quando da se-
leção de filtros para os respiradores.
A classificação dos aerodispersoides pode ser:

 Gases e Vapores

Além dos aerodispersoides (particulado sólido ou líquido), podemos ter


também contaminantes na fase gasosa. Se esse contaminante, em condições
normais, já estaria no estado gasoso, ele é considerado um gás. Contudo, se o

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contaminante é um líquido em condições normais, sua fase gasosa será cha-
mada de vapor.
De acordo com suas propriedades químicas, os gases e vapores podem
ser classificados, resumidamente, como orgânicos, ácidos, alcalinos e inertes.

EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS
A relação entre as exposições ocupacionais e o aparecimento de doenças
já é conhecida há muito tempo.
Em 1556, Georg Bauer divulgou a primeira obra descrevendo a associa-
ção entre o trabalho de mineração e a manifestação de doença respiratória, cha-
mada de re metallica.
Já Bernardino Ramazzini, considerado o pai da medicina do
trabalho, publicou na Itália, em 1700, o livro 'De morbis artificum diatri-
ba' (as doenças dos trabalhadores), no qual descreve 54 doenças re-
lacionadas com o trabalho e introduz na anamnese clínica a pergunta:
'qual é a sua ocupação?' (BAGATIN; KITAMURA, 2005).
Em 1845, Friedrich Engels também denunciou as condições
dos trabalhadores em 'A situação da classe trabalhadora na Inglaterra'
(ENGELS, 1998). Desde então, diversos estudos foram realizados, evi-
denciando essa relação causal tão expressiva, e ainda hoje pouco va-
lorizada.

Essas obras começaram a discutir como a saúde (e as doenças) de um


indivíduo, ou de uma classe, podem estar diretamente relacionadas com a sua
atividade profissional, e, assim, plantaram a semente do que hoje se entende,
de forma mais ampla e complexa, como Saúde do Trabalhador (ST). Porém,
mesmo após tanto tempo de existência, a ST ainda precisa de mais atenção,
para que, de fato, essas relações sejam compreendidas.
Esta questão se configura como um problema de saúde coletiva, pois está
diretamente ligada com questões envolvendo a temática saúde-trabalho-ambi-
ente.
Uma vez que a maioria dos processos produtivos gera exposição a algum
tipo de substância química, seja como meio reacional ou produto de reação, os
trabalhadores estão direta ou indiretamente expostos a líquidos, gases, vapores

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ou aerodispersoides, durante parte ou toda jornada de trabalho. Devido à plura-
lidade de vias e formas de exposição, o indivíduo sempre estará em risco em um
ambiente de trabalho, fato este com influência em seu estado de saúde, podendo
gerar um quadro de adoecimento.
Embora as populações possam ser afetadas por fontes naturais (exposi-
ções ambientais), tais como erupções vulcânicas ou depósitos naturais de subs-
tâncias de elevada toxicidade, em geral, as poluições ambientais antropogênicas
têm como principal origem os processos produtivos.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou, em 2004, em 35
milhões de casos anuais de doenças relacionadas com o trabalho por exposição
a substâncias químicas com a ocorrência de 439 mil mortes, incluindo, entre ou-
tras causas relacionadas, 36 mil óbitos por pneumoconioses, 35,5 mil óbitos por
doenças respiratórias crônicas, 30,7 mil óbitos por doenças cardiovasculares e
315 mil óbitos por câncer.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2002, estimou
que esses cânceres provoquem uma perda anual de 1,4 milhão de
anos de vida saudável, e que as intoxicações agudas por produtos quí-
micos sejam responsáveis por outros 7,5 milhões de anos de vida sau-
dável perdidos pela população mundial. Isso mostra que há muito o
que se discutir a respeito da origem, do controle e da prevenção des-
ses problemas, que não são recentes, embora cada vez mais novas
substâncias químicas cheguem ao mercado (KATO; GARCIA;
WUNSCH FILHO, 2007).
Apenas para que se tenha uma ideia do cenário brasileiro,
em termos de exposições agudas, em 2012, o Sistema Nacional de
Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) registrou 99.035 casos
de intoxicação humana por agentes tóxicos, sendo que 5.989 (6,0%)
casos foram em ambiente ocupacional (BRASIL, 2012).

Destes casos, 883 foram causados por produtos químicos industriais, e


1.172 foram causados por agrotóxicos.
Cabe lembrar que esses sistemas de notificação normalmente são subdi-
mensionados, pois acidentes de trabalho muitas vezes não são registrados, não
refletindo o real tamanho do problema, o que leva a crer que a situação de risco
aqui discutida deva ser maior que o exposto. Contudo, o sistema registra intoxi-
cações humanas agudas, comumente associadas a acidentes, e, na realidade

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ocupacional, as exposições crônicas têm maior frequência em relação aos efei-
tos na saúde, porém não existe a mesma notificação.
Os dados do Sinitox (2012) indicam que a intoxicação hu-
mana por substâncias químicas em ambientes ocupacionais é rele-
vante e merece atenção nas discussões sobre saúde pública, uma vez
que estes acidentes e seus desdobramentos irão fazer parte da rotina
de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Assim, tentar entender as relações de causalidade implícitas
nesses casos pode gerar ações de prevenção mais eficazes. Inclusive,
a ST é uma atribuição, entre diversas outras, do SUS (art. 6º), contem-
plada na Lei Orgânica de Saúde (BRASIL, 1990), e em geral, preterida
por envolver questionamento direto das empresas e implicar enfrenta-
mentos com o capital.
O trabalho, enquanto fator imprescindível ao desenvolvi-
mento técnico, econômico e social, tem representado um papel de im-
portância ao longo de toda a história da humanidade (UVA; FARIA,
2000).
Ele representa meio de subsistência, status, formação, identidade e lugar
social. Ele ainda pode ter mais significações, dependendo da cultura e contexto
social.
Dessa forma, considerar a questão dos determinantes sociais da saúde e
sua influência nas exposições ocupacionais traz uma abordagem mais completa
de como o trabalhador interage com o ambiente insalubre e os riscos da exposi-
ção.
De forma bem generalizada, Determinantes Sociais de Saúde (DSS) ex-
pressam o conceito de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de
grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Para a
Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS
são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e com-
portamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores
de risco na população.
A Comissão sobre DSS da OMS adota a definição na qual os
DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham
(BUSS; PELLEGRINI, 2007). Assim, fica mais evidente como o traba-
lho de um indivíduo afeta sua condição de saúde e como está direta-
mente ligado às suas condições de vida, ou seja, forma-se uma rede
de fatores indissociáveis.

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A Lei Orgânica de Saúde (BRASIL, 1990, P. 1) já ditava como
norte que: A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes,
entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o
acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da popula-
ção expressam a organização social e econômica do país.

Isso mostra que esse debate apenas relembra o papel importante da rea-
lidade socioeconômica quando se pensa em avaliação de saúde. Não esque-
cendo que tal fato é hoje reforçado pela Política Nacional de Saúde do Traba-
lhador e Trabalhadora (Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012, do Ministério
da Saúde), em que fica mais clara ainda a importância da transversalidade das
ações de ST e o trabalho como um dos determinantes do processo saúde-do-
ença.
Ainda de acordo com Buss e Pellegrini (2007), o principal de-
safio dos estudos sobre as relações entre determinantes sociais e sa-
úde consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações entre
os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as me-
diações por meio das quais esses fatores incidem sobre a situação de
saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é
uma simples relação direta de causa-efeito.

No modelo de Dahlgren e Whitehead, os DSS estão dispostos em dife-


rentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes individu-
ais, de menor peso, até uma camada distal, em que se situam os macrodetermi-
nantes.
O modelo não pretende explicar com detalhes as relações e mediações
entre os diversos níveis e a gênese das iniquidades.
Os fatores relacionados com as condições de vida e de tra-
balho, disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços
essenciais, como saúde e educação, indicam que as pessoas em des-
vantagem social correm um risco diferenciado, criado por condições
habitacionais mais humildes, exposição a condições mais perigosas ou
estressantes de trabalho e acesso menor aos serviços (BUSS; PELLE-
GRINI, 2007).
Diante do contexto, no qual o processo de adoecimento de
um trabalhador exposto a um ambiente insalubre pode estar ligado a

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uma realidade social, inerente ao seu status socioeconômico, dese-
nha-se o conceito de vulnerabilidade social, aqui representado como
uma série de fatores que propiciam uma somatização e que implicam
em diferenças nos tipos e na extensão dos impactos dos riscos sofri-
dos, tais como, estado nutricional, escolaridade, possibilidades de
acesso à informação, grau de qualidade das políticas públicas, mora-
dia, entre outros (RIGOTTO; AUGUSTO, 2007).

Assim, os riscos são desigualmente distribuídos pela classe trabalhadora


e influenciam em seu estado de saúde e como ou porque adoecem.
Portanto, a relação entre as exposições ocupacionais e a realidade soci-
oeconômica dos trabalhadores se configura como uma relação de potencializa-
ção de riscos, em que a pobreza e seus desdobramentos interagem com os ris-
cos da exposição, uma vez que a interação desses fatores não tem como resul-
tado um efeito apenas aditivo, mas sim uma complexificação de interações que
levam a um resultado mais perigoso.
A abordagem das relações de trabalho e saúde-doença parte da ideia do
corpo como máquina, exposto a agentes ou fatores de risco.
Assim, as consequências do trabalho para a saúde são re-
sultado da interação do corpo com agentes (físicos, químicos, biológi-
cos, mecânicos), existentes no meio (ambiente) de trabalho, que man-
têm uma relação de externalidade aos trabalhadores (LACAZ, 2007),
potencializado no sistema capitalista que o trabalhador não detém o
controle dos meios de produção, do ritmo de trabalho nem do produto
final (MARX, 1988).
A salubridade dos ambientes de trabalho constitui um ele-
mento relevante em matéria de saúde e bem-estar dos trabalhadores
e não deve ser entendida como um mero problema de gestão de riscos
profissionais confinado ao(s) local(is) de trabalho. Deve, sim, e de
modo bem menos redutor, ser equacionada na perspectiva globali-
zante e integradora que caracteriza as ações de promoção da saúde
(UVA; FARIA, 2000).
Um processo de trabalho sem riscos ou a completa salubri-
dade de um ambiente de trabalho é quase impossível, já que concen-
trações ou risco zero são abstrações (PIVETTA 2001), considerando
as atuais realidades ocupacionais e ambientais dos processos produ-
tivos do capitalismo, ainda mais no Brasil, que abarca processos alta-
mente poluentes.

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Do ponto de vista do campo da ST, a adequação de proces-
sos e ambientes faz parte da luta dos trabalhadores por melhores con-
dições de trabalho e de vida, buscando processos de trabalho mais
saudáveis para eles (LACAZ, 2007).

Nesse contexto do campo, para entender como que a ST não é apenas


uma medida baseada em monitoramentos, que não são apenas números acima
ou abaixo de limites pré-estabelecidos, e sim uma relação entre diversos fatores
condicionantes, é importante definir e compreender o que é o monitoramento no
contexto da avaliação da exposição ocupacional em ambientes de trabalho.
A detecção precoce de uma exposição perigosa pode diminuir significati-
vamente a ocorrência de efeitos adversos na saúde.
O monitoramento da exposição é um procedimento que consiste em uma
rotina de avaliação e interpretação de parâmetros biológicos e/ou ambientais,
com a finalidade de detectar os possíveis riscos à saúde.
A exposição pode ser avaliada pela medida da concentração do agente
químico em matrizes ambientais - Monitoramento Ambiental (MA) - ou por meio
da medida de parâmetros biológicos - Monitoramento Biológico (MB) - denomi-
nados indicadores biológicos ou biomarcadores.
As informações provenientes do monitoramento da exposi-
ção possibilitam a implantação de medidas de prevenção e controle
apropriadas para minimizar os efeitos sobre a saúde dos trabalhadores
(AMORIM, 2003).
A estratégia de prevenção dos riscos ocupacionais engloba,
sistematicamente, a abordagem simultânea da exposição ambiental
(MA) e dos efeitos e/ou respostas (MB) individuais por ela provocados
(OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2008).

Tal abordagem, para ser completa e fiel às relações de saúde/traba-


lho/ambiente - doença deve considerar o trabalho como um todo, ou seja, res-
peitando as relações humanas do ambiente onde ocorre o trabalho e verificando
como as condições socioeconômicas do trabalhador influenciarão na exposição.
A importância de como as condições sociais em que as pes-
soas vivem e trabalham influenciam sua saúde é discutida desde o final
do século XIX, tendo tido várias abordagens diferentes no decorrer do
tempo, porém sempre focada nos fatores e mecanismos por meio dos

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quais as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente po-
dem ser alterados pela luta dos trabalhadores pela saúde, que inclui
conhecer o processo de trabalho e os riscos a que estão expostos
(BUSS; PELLEGRINI, 2007; MARX, 1988).

Dessa forma, explicar como as diferentes abordagens (qualitativa e quan-


titativa) usadas para avaliação da ST podem estar intrinsecamente ligadas, am-
pliando a visão de avaliação da exposição, faz com que o processo de adoeci-
mento seja entendido como algo mais complexo, não sendo somente uma série
de números que determinam se o indivíduo está acima ou abaixo de faixas de
risco, mas sim se o trabalhador em questão tem sua saúde prejudicada e por
que isso está ocorrendo em sua vida, não somente em seu ambiente de trabalho.
Assim, políticas de saúde, por parte dos órgãos competentes, tratariam o
problema de forma mais completa, já que contemplariam uma gama de ações
mais eficazes.

ALGUNS CONCEITOS
Gases e Vapores
Vapor: é o estado gasoso de substâncias que em condições normais de
temperatura e pressão (25ºC e 760mmHg), se encontram no estado líquido ou
sólido.
Ex.: Vapor de água. Gás: em condições normais de temperatura e pres-
são, a substância já se encontra no estado gasoso.
Ex.: Oxigênio. Como se pode observar, gás e vapor não são sinônimos,
porém apresentam comportamento similar.
Outro ponto importante a se destacar é que quando do aumento da tem-
peratura, a concentração do vapor tende a aumentar, porém, existe um ponto de
saturação que corresponde ao valor máximo de concentração, no qual, seja qual
for o acréscimo, o vapor se converterá em líquido ou sólido.
Quando se trata de Higiene Ocupacional, gases e vapores são estudados
em conjunto, uma vez que se trabalha com concentrações inferiores às concen-
trações de saturação, que é o que basicamente os diferencia.
Os gases e vapores podem ser classificados em irritantes, anestésicos e
asfixiantes, e uma substância pode ser enquadrada em mais de um tipo ao

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mesmo tempo. Por exemplo, um gás pode ser anestésico e asfixiante. Esta clas-
sificação é baseada no efeito que o agente causa no organismo humano.
Irritantes: são gases e vapores que irritam as mucosas assim que entram
em contato direto. Esses se dividem em irritantes primários e irritantes secundá-
rios.
Aqueles caracterizam-se pela ação apenas irritante no local em que o
contato ocorre; não afetam o organismo como um todo. Já estes, além de irrita-
rem o local de contato, o organismo como um todo é atingido.
O grau de irritação dependerá da solubilidade da substância.
Anestésicos: estes atuam sobre o sistema nervoso central, possuem
efeito narcótico ou depressivo.
Os gases e vapores anestésicos podem ainda ser classificados como
anestésico primário, anestésico de efeito sobre o fígado e rins, anestésico de
efeito sobre o sistema formador do sangue e anestésico de efeito sobre o sis-
tema nervoso central.
Vale ressaltar que esses agentes penetram o organismo através das vias
respiratórias e quando atingem os pulmões são transferidos para o sangue e,
consequentemente, para o restante do corpo, podendo também penetrar o orga-
nismo através da pele.
Asfixiantes: sabe-se que o ar deve possuir 19,5% a 23,5% de oxigênio,
onde concentrações superiores a 23,5% configuram risco de explosão devido à
alta concentração de oxigênio e valores inferiores a 19,5% configuram riscos
iminentes à saúde do trabalhador.
Os asfixiantes são divididos em: asfixiantes simples, que são aqueles ca-
pazes de deslocar o oxigênio do ambiente, não atuam dentro do organismo do
trabalhador; e asfixiante químico, que atua no organismo do trabalhador, dificul-
tando a entrada de oxigênio nos tecidos.

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Aerodispersoides

São partículas sólidas ou líquidas que possuem diâmetro menor, em mé-


dia, 100μm, ficando em suspensão na atmosfera.
O tempo em que o agente fica em suspensão irá depender basicamente
da densidade, do tamanho da partícula e da velocidade de movimentação no ar.
Os aerodispersoides podem ser classificados quanto à sua formação em:
poeiras, fumos, névoas, neblinas e fibras; e quanto ao seu efeito no organismo
são classificados como: pneumoconiótico, tóxico, alérgico e inerte.

CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIO-


NADAS
Quanto à sua formação: Poeira: são partículas sólidas produzidas meca-
nicamente através de processo de ruptura, seja pela simples limpeza de um mó-
vel, ou através de uma operação mecânica, como a moagem, trituração, entre
outros.
Seu diâmetro é de, aproximadamente, 0,1 µm a 25 µm. Após longos pe-
ríodos de exposição a estes particulados, o trabalhador pode apresentar endu-
recimento dos tecidos pulmonares (pneumoconiose).
Fumos: são partículas sólidas oriundas da condensação de vapores me-
tálicos. Estes vapores são produzidos em processos como fundição e soldagem,
processos que envolvam a fusão de metais.
A exposição prolongada e sem medidas de proteção adequadas a estes
fumos metálicos pode gerar ulcerações no septo nasal.

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Fibras: assim como as poeiras, as fibras são partículas sólidas produzidas
através de ruptura mecânica de sólidos. A fibra se diferencia da poeira por suas
características físicas.
A fibra possui um formato mais alongado, com comprimento de 3 a 5 ve-
zes maior que seu diâmetro.
A exposição prolongada a este tipo de aerodispersoides também provoca
agressões aos pulmões. Fumaça: São partículas sólidas provenientes de pro-
cessos de combustão incompleta.
Em geral, possuem tamanhos inferiores a 0,1 micra.
Neblinas: são partículas líquidas oriundas da condensação de vapores de
substâncias que em condições normais de temperatura e pressão são líquidas.
Este tipo de aerodispersoide é raro de ser encontrado na indústria, uma
vez que para sua formação é necessária uma atmosfera saturada de vapor para
que ocorra a condensação, ficando mais associada a fenômenos climáticos.
Névoas: assim como a neblina, a névoa é uma partícula líquida que fica
em suspensão no ar atmosférico, porém, as névoas são geradas através de rup-
turas mecânicas de líquidos.
Os aerodispersoides podem ser classificados conforme o tamanho de
suas partículas.
O quadro a seguir representa esta classificação.

As avaliações ocupacionais se concentram nos particulados denomina-


dos respiráveis, uma vez que estes permanecem mais tempo em suspensão e
facilitam a sua penetração no organismo através do sistema respiratório.

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Lembrando sempre que, para que os agentes químicos causem danos à
saúde do trabalhador, eles devem estar em concentração prejudicial e o traba-
lhador precisa ficar exposto por determinado tempo.
Como se pode observar, a maior parte dos agentes químicos contamina
o ar e a principal via de penetração no organismo é o sistema respiratório. A
seguir, serão abordadas as principais vias de penetração dos agentes químicos
no organismo.

VIAS DE ABSORÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS NO ORGA-


NISMO

Existindo um agente químico no ambiente laboral, seja em suspensão ou


não, o trabalhador está vulnerável a esta exposição. Ocorrendo a exposição, o
agente nocivo pode penetrar no organismo através de uma ou mais vias, seja
via respiratória, cutânea ou digestiva. Via respiratória: corresponde ao sistema
composto por nariz, boca, faringe, laringe, bronquíolos e pulmões.
É a via de absorção mais significativa para os contaminantes químicos.
Nem toda substância inalada poderá gerar danos à saúde do trabalhador.
A concentração da substância, o tempo de exposição e a ventilação dos
pulmões são fatores que interferem na intoxicação.
Alguns particulados inalados são filtrados pela mucosa da traqueia e ex-
pelidos posteriormente. Uma parte desses particulados pode ser ingerida junto
à mucosa e poderá ocorrer a absorção por via digestiva.
Outros particulados podem ser absorvidos por algumas células e, poste-
riormente, alcançar a corrente sanguínea, ou se acumular em tecidos, ou até
mesmo em órgãos.
Os gases possuem passagem livre até os pulmões e, consequentemente,
para a corrente sanguínea.
Via cutânea: corresponde a toda superfície que envolve o nosso corpo.
Apesar de alguns metais serem absorvidos pela pele, são os solventes orgânicos
os responsáveis por grande parte das intoxicações através dessa via. Estas

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substâncias atravessam a barreira cutânea atingindo a corrente sanguínea. Exis-
tem substâncias associadas a outras que também são capazes de penetrar a
derme.
Via digestiva: corresponde ao sistema formado pela boca, faringe, esô-
fago, estômago e intestinos. O grau de absorção está diretamente ligado à solu-
bilidade da substância, isto é, quanto menor a solubilidade, menor será a capa-
cidade de absorção pelo organismo.
O hábito de comer e beber no posto de trabalho é um dos grandes vilões
desta via de absorção.

DOENÇAS RELACIONADAS AOS AGENTES QUÍMICOS

A doença do trabalho é desencadeada pelas condições do ambiente do


trabalho. Podem se manifestar de forma lenta, levando até vários anos, o que
dificulta a ligação da doença com o trabalho desenvolvido.
Quando se realiza a investigação de uma doença do trabalho, é necessá-
rio avaliar todos os fatores presentes no local de trabalho, uma vez que esses
podem estar interligados ao agravo de incidentes à saúde do trabalhador.
A seguir, serão apresentadas as doenças consideradas pela Área Técnica
de Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde, como principais para investi-
gações epidemiológicas, tendo como objetivo a sua prevenção.

Pneumoconioses

Como já mencionado anteriormente, as vias respiratórias são as mais co-


muns no ambiente laboral. Elas estão diretamente associadas às substâncias
inaladas, lembrando que a absorção das substâncias depende das propriedades

19
físico-químicas, da susceptibilidade individual e do local de deposição das partí-
culas (nariz, traqueia, brônquios ou parênquima pulmonar).
Deposição no nariz: geralmente, provoca rinite, perfuração septal ou cân-
cer nasal.
Deposição na traqueia ou brônquios: podem provocar broncoconstricção,
devido à reação antígeno x anticorpo ou induzida por reflexo irritativo.
Deposição no parênquima pulmonar: pode provocar alveolite alérgica ex-
trínseca (poeiras orgânicas), pneumoconiose (poeiras minerais) ou lesão pulmo-
nar aguda, bronquiolite e edema pulmonar.
Quando da presença de poeiras e gases radioativos no ambiente laboral,
o câncer pulmonar pode ser uma das doenças desencadeadas.
Pneumoconioses são doenças originadas pela deposição de partículas
sólidas no parênquima pulmonar, causando fibrose, que nada mais é do que o
endurecimento intersticial do tecido pulmonar.
As pneumoconioses mais comuns são as causadas pela poeira de sílica
(silicose) e as causadas pelo asbesto (asbestose).
Dentre outras pneumoconioses, podemos citar: pneumoconiose do traba-
lhador do carvão (pulmão preto), siderose (por ferro), estanose (estanho), baga-
çose (fibras vegetais), aluminíose (alumínio) e bissinose (algodão). O quadro a
seguir traz uma lista com algumas pneumoconioses com suas denominações,
seus agentes causadores e suas consequências ao organismo.

QUADRO 6 - Pneumoconioses, poeiras causadoras e processos anatomopatoló-


gicos subjacentes

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FONTE: Brasil (2006a)

Algumas Pneumoconioses
Silicose
É a mais comum no Brasil. Sua causa está associada à inalação de poeira
de sílica livre cristalina (quartzo).
Trabalhadores da indústria extrativa (mineração), de beneficiamento de
minerais (corte de pedras, britagem, moagem, lapidação), fundições, cerâmicas,
olarias, jateamento de areia, escavação de poços, polimentos e limpezas de pe-
dras estão sujeitos à exposição à poeira de sílica.
A silicose se caracteriza por um processo de fibrose intersticial, com o
desenvolvimento de nódulos isolados ou aglomerados, posterior dificuldade res-
piratória.

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Os sintomas podem demorar de 10 a 20 anos de exposição para surgirem.
Inicialmente, o paciente é acometido de tosse e escarros e a doença não é de-
tectada em exames como o raio X.
Conforme a doença vai se agravando, o paciente passa a ter dispneia de
esforço e astenia.
Em estágios já avançados, a dispneia ocorre com o menor esforço ou até
mesmo em repouso, caracterizando uma insuficiência respiratória. Sua evolução
pode chegar à cor pulmonale crônico.
A silicose é doença irreversível. Raramente, pode ocorrer na sua forma
aguda, para isso é necessária a exposição a elevadíssimas concentrações de
poeira de sílica. Para seu diagnóstico é necessário avaliar o histórico clínico-
ocupacional do paciente, investigar o ambiente laboral, avaliar o exame físico e
as alterações supostamente encontradas em radiografias de tórax.
A análise destas radiografias deve seguir as técnicas descritas pela Or-
ganização Internacional do Trabalho (OIT) e deve ser realizada por três diferen-
tes profissionais.

Asbestose

A asbestose é proveniente da exposição ao asbesto, também conhecido


como amianto. Esta substância é cancerígena, o que levou à sua proibição na
União Europeia e Austrália.
No Brasil, ela foi parcialmente proibida, ainda sendo explorada a crisótila
(amianto branco), porém Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande
do Sul baniram todas as formas de amianto.
O amianto é amplamente utilizado na fabricação de produtos de cimento-
amianto, materiais de fricção, como pastilhas de freio, materiais de vedação, piso
e produtos têxteis, como mantas e tecidos resistentes ao fogo.
Encanadores, soldadores, zeladores, eletricistas, carpinteiros, trabalha-
dores da construção civil e naval, mineradores e pessoas que trabalham com
materiais isolantes também estão expostos ao asbesto.
A asbestose é uma doença exclusivamente ocupacional, progressiva e
irreversível.

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Os sintomas podem surgir após 20 ou 30 anos da exposição, por esta
razão, em alguns países, o surgimento de casos é crescente, mesmo banida a
utilização desta substância.
Esta doença leva à fibrose pulmonar, enrijecendo o tecido pulmonar atra-
vés de cicatrizes.
Conforme Brasil (2001), os primeiros sintomas e sinais da asbestose
são: falta de ar quando se realiza esforço físico, estertores crepitantes
nas bases pulmonares, baqueteamento digital, alterações funcionais e
pequenas opacidades irregulares na radiografia de tórax.
Assim como na silicose, é necessário avaliar o histórico clínico-ocupacio-
nal do paciente, investigar o ambiente laboral, avaliar o exame físico e as altera-
ções supostamente encontradas em radiografias de tórax para se chegar ao di-
agnóstico da asbestose, sempre considerando as técnicas descritas pela OIT
para a leitura das radiografias.
A exposição ao amianto pode desencadear, além da asbestose, altera-
ções pleurais benignas, o câncer de pulmão e os mesoteliomas malignos, que
podem acometer a pleura, o pericárdio e o peritônio.
O mesotelioma maligno atinge o mesotélio, que é um tecido composto de
finas membranas que envolvem alguns dos principais órgãos do nosso corpo.
Esta doença é um tipo de câncer raro.

Pneumoconiose dos trabalhadores de carvão (PTC)

A pneumoconiose dos trabalhadores de carvão (PTC) é causada pela ina-


lação da poeira de carvão mineral e sua deposição ocorre nos alvéolos pulmo-
nares. Esta deposição inicia um processo inflamatório que provoca lesões no
epitélio alveolar.
Os mineiros de frente de lavra, detonadores, transporte e armazenamento
de carvão mineral em locais confinados são exemplos de trabalhadores expostos
à poeira de carvão mineral.
A PTC é uma doença crônica e irreversível. Possui um desenvolvimento
lento e com poucos sintomas; quando já mais avançada (fibrose maciça progres-
siva), surgem sintomas como a dispneia de esforço e alterações respiratórias
funcionais.

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Podem se fazer presente, isoladamente ou associadas, a bronquite crô-
nica e o enfisema. Em rochas impuras com a presença de sílicas, a silicose pode
ser desencadeada simultaneamente.
O diagnóstico é feito com o estudo das radiologias e do histórico ocupaci-
onal do paciente.

Prevenção da Pneumoconiose
Inicia-se o processo de prevenção com medidas simples de higiene pes-
soal e do local de trabalho, modificações do ambiente de trabalho a fim de torná-
lo mais salubre, ações educativas e de controle médico dos trabalhadores ex-
postos aos riscos químicos etc.
Medidas de engenharia também podem ser adotadas para o controle de
partículas respiráveis, e até mesmo na dispersão de particulados.
Medidas como adoção de operações a úmido, lavagem do ambiente la-
boral constantemente, instalação de ventilação exaustora localizada, bem como
a ventilação geral do ambiente, enclausuramento da fonte produtora de poeira,
isolamento de processos como polimentos e mudança de layout são medidas
indicadas quando viável.
Com a vasta disponibilidade de matérias-primas e produtos, a substituição
de algumas substâncias é de grande valia: o uso de outros abrasivos em opera-
ções de jateamento com areia e a utilização de fibras alternativas em produtos
de cimento-amianto, materiais de fricção e outros são exemplos desta medida
de prevenção.
É de suma importância o estudo e conhecimento de todas as proprieda-
des físico-químicas das substâncias que se desejam utilizar em substituições.
Após aplicadas todas as medidas administrativas e coletivas possíveis e ainda
assim persistir o problema, devem-se adotar medidas de proteção individuais
com a adoção de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs).
Para o uso de máscaras, deve-se fazer uma análise de qual é a mais
indicada para o tipo de particulado em suspensão. Esses equipamentos devem
estar em boas condições de uso, ter boa qualidade, serem eficientes, de fácil
adaptação no rosto do trabalhador, possuírem manutenção periódica, limpeza e
troca de filtros sempre que for necessário.

24
Quando as roupas estiverem contaminadas com poeiras, elas devem ser
lavadas na empresa, evitando levar para casa sob o risco de contaminação da
família.
Como em todo processo de prevenção, seja de acidentes ou de doenças
ocupacionais, a conscientização tem papel primordial. Sendo assim, as ações
educativas devem conter informações sobre os riscos aos quais os trabalhado-
res estão expostos, o tipo de poeira que possa estar em suspensão, bem como
seus possíveis danos e agravos à saúde do trabalhador e como se proteger de
tais danos.
Os programas preventivos da empresa devem ser claros e os colabora-
dores devem estar cientes de como proceder no ambiente de trabalho, levando,
assim, os programas preventivos ao sucesso.
Como sempre falamos em prevenção, o diagnóstico das doenças ocupa-
cionais devem ocorrer ainda em sua fase inicial para que o tratamento seja efi-
caz. Diante disso, o controle médico exerce papel fundamental neste diagnós-
tico.
Questionários de sintomas, exames físicos, radiografias, espirometrias
periódicas são exemplos de um controle médico.
Através destas repostas é que serão identificadas as medidas que estão
funcionando, bem como aquelas que necessitam de alterações, até mesmo o
afastamento de um funcionário.
Para os exames complementares e periódicos, a NR 7 traz em seu texto
o que é preciso, sempre baseado em uma leitura especializada e de bom senso
clínico.
Resumidamente, a prevenção deve seguir a seguinte hierarquia de con-
trole: Na fonte do risco (que deve ser a primeira escolha):
− Substituição da areia, como abrasivo, por materiais menos perigosos.
− Utilização de materiais numa forma menos poeirenta.
− Modificação de processos de modo a produzir menos poeira.
− Utilização de métodos úmidos.
Na transmissão do risco (entre a fonte e o receptor): uma vez gerada a
poeira, sua disseminação no local de trabalho deve ser evitada ou controlada
por meio de medidas como:
− Isolamento, enclausuramento de operações.

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− Ventilação local exaustora.
− Limpeza nos locais de trabalho.
No trabalhador: Utilização de proteção respiratória de boa qualidade, efi-
ciente, que se adapte ao rosto do trabalhador, e bem utilizada dentro de um pro-
grama que inclua manutenção, higienização e reposição de filtros.

Asma ocupacional
Atualmente, a asma vem crescendo significativamente como doença res-
piratória relacionada ao trabalho. A asma ocupacional se caracteriza com a obs-
trução generalizada e aguda das vias respiratórias ocasionada pela inalação de
alergênicos de origem biológica, poeiras, gases ou vapores no ambiente de tra-
balho.
A asma é uma doença de caráter reversível. Segundo Brasil (2001), os
sintomas são: falta de ar, tosse, aperto e chiado no peito, acompanhados de
rinorreia, espirros e lacrimejamento.
Os sintomas surgem logo após a exposição ao agente nocivo e desapa-
recem após alguns dias de suspensa a exposição.
A asma ocupacional pode ser subdividida em dois grupos: asma alérgica
ocupacional e síndrome da disfunção reativa das vias aéreas (RADS).
Observa-se que a RADS também pode ser chamada de asma induzida
por irritantes.
O diagnóstico da asma ocupacional não pode ser baseado apenas no his-
tórico clínico do paciente.
Hoje, o método mais utilizado para diagnosticar a doença é o teste de
provocação específico em laboratório ou no próprio local de trabalho, que deve
ser supervisionado por um médico habilitado.

Saturnismo
O chumbo está presente no meio industrial, na água, no solo, no ar e até
mesmo no organismo humano, porém, em pequenas quantidades, o que não
acarreta danos à saúde.
No ambiente ocupacional, atividades como mineração, fundição, refino,
reciclagem de acumuladores, utilização de tintas, esmaltes, betumes e cores

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com chumbo, construção e reparação automóvel, trabalho em joalheria, entre
outros, são exemplos de atividades com exposição ao chumbo. O chumbo se
apresenta na forma de vapor, fumo ou poeira.
O chumbo pode penetrar no organismo humano através das três vias de
absorção (respiratória, digestiva e cutânea), porém, cerca de 35 a 50% do
chumbo inalado atinge a corrente sanguínea, enquanto apenas 10% do chumbo
ingerido chega ao sangue.
A doença oriunda da intoxicação por chumbo recebe o nome de satur-
nismo. Intoxicações agudas são mais raras de ocorrer, caracterizando o satur-
nismo como uma intoxicação em longo prazo (crônica) e pode atingir o sistema
nervoso, renal, cardiovascular e hematológico.
Podem ocorrer dermatites e úlceras na epiderme quando existir o contato
com os compostos de chumbo.
Segundo Brasil (2001), os sinais e sintomas mais comuns da intoxica-
ção crônica por chumbo são: cefaleia, astenia, cansaço fácil, altera-
ções do comportamento (irritabilidade, hostilidade, agressividade, re-
dução da capacidade de controle racional), alterações do estado men-
tal (apatia, obtusidade, hipoexcitabilidade, redução da memória), alte-
ração da habilidade psicomotora, redução da força muscular, dor e pa-
restesia nos membros. Modificação da frequência e do volume urinário,
das características da urina, aparecimento de edema e hipertensão ar-
terial também são sintomas e sinais dessa intoxicação.

Como já mencionado, as intoxicações agudas são mais raras de ocorrer


e, quando ocorrem, geralmente são acidentais.
Os sintomas dessa intoxicação são: náuseas, vômitos, às vezes de as-
pecto leitoso, dores abdominais, gosto metálico na boca e fezes escuras.
O diagnóstico de intoxicação por chumbo deve se basear nas evidências
de exposição ocupacional ao metal, evidências laboratoriais de exposição e efei-
tos biológicos associados à exposição ao chumbo, sinais e sintomas compatíveis
com o saturnismo.
A prevenção quanto à exposição ao chumbo requer medidas que bus-
quem a eliminação ou redução a essa exposição. Essas medidas são as boas
práticas nos locais de trabalho, técnicas de engenharia e, mesmo assim, se
ainda existir a exposição, adotam-se as proteções individuais dos trabalhadores.

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Uma vez detectada a exposição ao chumbo, o controle médico deve ser reali-
zado individualmente, tratando cada trabalhador exposto.
Segundo Brasil (2006a), as principais medidas de prevenção
primária da exposição excessiva ao chumbo metálico são:
Medidas de engenharia:
• Substituição do chumbo por outros agentes menos tóxicos.
• Isolamento das operações que utilizam chumbo.
• Enclausuramento das operações que utilizam chumbo.
• Instalação de sistema de exaustão.
• Adequado tratamento de efluentes.
Uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI):
• Uso de máscaras de filtro químico.
• Uso de luvas.
• Uso de uniformes que devem ser lavados pela empresa (evitar o carre-
amento de chumbo para o espaço domiciliar).
Boas práticas de trabalho:
• Manutenção da limpeza da área de trabalho por via úmida (evitar varri-
ção).
• Adequada deposição de rejeitos contendo chumbo.
• Evitar consumo de bebidas, alimentos e tabagismo no local de trabalho.
• Proteger depósitos de água para consumo da possibilidade de contami-
nação pelo chumbo.
• Informação dos trabalhadores quanto aos riscos decorrentes da exposi-
ção, manifestações da intoxicação por chumbo e formas de prevenção da absor-
ção do metal.
• Informação aos trabalhadores dos resultados de exames toxicológicos.
• Divulgação dos resultados das avaliações ambientais.

Hidrargirismo
Hidrargirismo é o nome da doença causada pela exposição ao mercúrio.
A principal via de penetração é a via respiratória.

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Em garimpos, por exemplo, é utilizado o mercúrio metálico; em células
eletrolíticas para produção de cloro e soda, na fabricação de termômetros, barô-
metros, aparelhos elétricos e em amálgamas para uso odontológico também se
emprega este metal.
O mercúrio inorgânico e seus compostos são utilizados nas indústrias de
compostos elétricos, eletrodos, polímeros sintéticos e como agentes antissépti-
cos.
Já os compostos orgânicos são utilizados como fungicidas fumigantes e
inseticidas. Indústrias de fabricação de tintas e lâmpadas também fazem uso do
mercúrio em seus processos, expondo, assim, seus trabalhadores a essa subs-
tância nociva.
Existem casos de intoxicação por mercúrio na área de saúde, principal-
mente em processos de esterilização de materiais, e no setor odontológico, pois,
como já mencionado, utiliza-se mercúrio na composição das amálgamas. O mer-
cúrio, quando lançado na natureza, pode contaminar rios devido à sua precipita-
ção e, consequentemente, os peixes, afetando a cadeia alimentar.
Na pele e mucosas, ele possui efeito irritante e sua intoxicação aguda age
nos pulmões provocando intersticial aguda, bronquite e bronquiolite. Por ele agir
sobre o sistema nervoso central, o hidrargirismo causa tremores e aumento da
excitabilidade.
Já na exposição crônica (longos períodos a baixas concentrações), se-
gundo Brasil (2006a), os sintomas são: cefaleia, redução da memória,
instabilidade emocional, parestesias, diminuição da atenção, tremores,
fadiga, debilidade, perda de apetite, perda de peso, insônia, diarreia,
distúrbios de digestão, sabor metálico, sialorreia, irritação na garganta
e afrouxamento dos dentes.

Gengivite, sialorreia, irritabilidade e tremores são os quatro principais sin-


tomas. O diagnóstico de hidrargirismo deve-se basear na história da exposição
ocupacional e no quadro clínico do paciente.
A prevenção à exposição do mercúrio é basicamente medidas de enge-
nharia, alterando os locais de trabalho de forma a neutralizar ou eliminar a expo-
sição do trabalhador e, se ainda necessário, o emprego de Equipamentos de
Proteção Individuais adequados ao risco.

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Vale ressaltar que, em caso de doenças do trabalho diagnosticadas, se o
trabalhador possua carteira de trabalho assinada, deve-se emitir uma CAT e en-
caminhar o trabalhador ao INSS.

DOENÇA CAUSADA PELA EXPOSIÇÃO AO CROMO

A exposição ao cromo ocorre, principalmente, em galvanoplastias, indús-


tria do cimento, produção de ligas metálicas, soldagem de aço inoxidável, pro-
dução e utilização de pigmentos na indústria têxtil, de cerâmica, vidro e borracha,
indústria fotográfica e em curtumes.
Geralmente, ele ocorre na forma de névoas ácidas dispersas no ambiente
laboral.
As vias de absorção são cutânea e respiratória, onde o composto apre-
senta características irritantes e alergênicas.
Segundo Brasil (2006a), uma vez ocorrida a intoxicação, os sintomas
são: prurido nasal, rinorreia, epistaxe, que evoluem com ulceração e
perfuração de septo nasal; irritação de conjuntiva com lacrimejamento
e irritação de garganta; na pele, observa-se prurido cutâneo nas regi-
ões de contato, erupções eritematosas ou vesiculares e ulcerações de
aspecto circular com dupla borda, a externa rósea e a interna escura
(necrose), o que lhe dá um aspecto característico de "olho de pombo";
a irritação das vias aéreas superiores também pode manifestar-se com
dispneia, tosse, expectoração e dor no peito.

O câncer pulmonar é, porém, o efeito mais importante sobre a saúde do


trabalhador. O diagnóstico de intoxicação ao cromo deve-se basear na história
da exposição ocupacional e no quadro clínico do paciente, assim como nas de-
mais doenças.
A prevenção à exposição ao cromo é basicamente medidas de engenha-
ria, alterando os locais de trabalho de forma a neutralizar ou eliminar a exposição
do trabalhador e, se ainda necessário, o emprego de Equipamentos de Proteção
Individual adequados ao risco.

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DOENÇAS CAUSADAS PELA EXPOSIÇÃO A SOLVENTES OR-
GÂNICOS

Inúmeros são os produtos químicos utilizados, atualmente, como solven-


tes. Estas substâncias são líquidas à temperatura ambiente, são voláteis e lipos-
solúveis.
São produtos amplamente utilizados em processos industriais, no meio
rural, em laboratórios químicos como solubilizante, dispersante ou diluente em
sua forma pura ou misturada.
Podemos citar como exemplo os hidrocarbonetos alifáticos, os hidrocar-
bonetos aromáticos, os hidrocarbonetos halogenados, os álcoois, as cetonas e
os ésteres.
Sua entrada no organismo humano é através da via respiratória e cutâ-
nea, sendo a respiratória a mais significante, pois os solventes são altamente
voláteis, o que facilita a inalação do produto.

Segundo Brasil (2006a), após a penetração e biotransformação e ex-


creção podem se manifestar efeitos tóxicos a nível hepático, pulmonar,
renal, hemático e do sistema nervoso.

Estes efeitos podem ser favorecidos por fatores de ordem ambiental (tem-
peratura), individual (dieta, tabagismo, etilismo, enzimáticos, peso, idade, gené-
ticos etc.), além da comum interação entre os diversos solventes na maioria dos
processos industriais.
Além disso, é importante frisar que algumas destas substâncias possuem
efeito ototóxico, causando problemas funcionais e degeneração celular dos teci-
dos da orelha interna, especialmente nos órgãos sensoriais e neurônios da có-
clea e aparelho vestibular. Para que isso ocorra é necessário que o trabalhador
esteja exposto ao solvente orgânico e ao ruído em doses prejudiciais e sem a
devida proteção.

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Benzenismo

Antigamente, o benzeno possuía o seu uso deliberado, porém, atual-


mente, existe uma legislação que regulamenta seu uso nas indústrias brasileiras.
A intoxicação por benzeno recebe o nome de benzenismo, um conjunto
de manifestações ou alterações hematológicas resultantes da exposição a esta
substância.
Siderurgia, refinaria de petróleo, indústrias que utilizam benzeno como
solvente e atividades que empregam tintas, verniz, selador, tíner expõem seus
trabalhadores ao benzeno.
Sua absorção pode ocorrer pelas três vias (respiratória, digestiva e cutâ-
nea), porém, a via respiratória é a mais importante.
Em caso de intoxicação aguda, o benzeno é retido no sistema nervoso
central e, quando da intoxicação crônica, ele permanece na medula óssea, fí-
gado e tecidos gordurosos.
Segundo Brasil (2006b), os sintomas clínicos não são típicos, mas
pode haver queixas relacionadas às alterações hematológicas, como
fadiga, palidez cutânea e de mucosas, infecções frequentes, sangra-
mentos gengivais e epistaxe.

Pode encontrar-se sinais neuropsíquicos, como astenia, irritabilidade, ce-


faleia e alterações da memória. Hoje, existem vários estudos epidemiológicos
que demonstram a relação do benzeno com as leucemias mieloide aguda, mie-
loide crônica, linfocítica crônica, com a doença de Hodgkin e com a hemoglobi-
núria paroxística noturna.
O diagnóstico do benzenismo é realizado através da análise do histórico
clínico e ocupacional e exames complementares. Mais uma vez, é importante
lembrar que o acompanhamento médico dos trabalhadores que estiveram ex-
postos ao benzeno durante o tempo em que seu uso era permitido é de suma
relevância.
A forma mais eficaz de prevenção à exposição ao benzeno é a substitui-
ção desta substância por outra mais segura, ou investir em tecnologias capazes
de assegurar a não exposição ao benzeno.
O benzeno é uma substância que não possui limite de exposição seguro.

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Dermatite
Dentre as doenças ocupacionais mais importantes temos a dermatite. Po-
rém, ela não chega a entrar nas estatísticas, uma vez que em inúmeros casos o
próprio paciente a trata sem auxílio médico ou ela é tratada no próprio ambula-
tório da empresa.
Mas o que é a dermatite ocupacional? É toda alteração das mucosas,
pele e seus anexos que seja direta ou indiretamente causada, condici-
onada, mantida ou agravada por agentes presentes na atividade ocu-
pacional ou no ambiente de trabalho (ALI, 1995).

As dermatites ocupacionais, geralmente, são causadas por agentes bio-


lógicos, físicos e químicos e provocam desconforto, dor, prurido, queimação, re-
ações psicossomáticas e outras que geram até a perda do posto de trabalho.
Dentre os agentes químicos, os principais responsáveis por provocar der-
matite são: irritantes (cimento, solventes, detergentes, ácidos, álcalis, entre ou-
tros) e alérgenos (aditivos da borracha, níquel, cromo e cobalto, resinas, entre
outros).
Para se obter o diagnóstico que a dermatite é ocupacional, deve-se avaliar
o quadro clínico, o histórico ocupacional, a localização das lesões e realizar exa-
mes específicos.
As dermatites ocupacionais apresentam melhoras com o afastamento do
trabalhador do seu posto de trabalho e com o retorno elas pioram.

Dermatite de contato por irritantes


Ocorre através do contato com substâncias irritantes em concentrações
acima das toleráveis, com tempo grande de exposição, e o trabalhador é exposto
com frequência a esta substância. Manter o contato com água, sabão e deter-
gente favorece a ocorrência de irritações.
Segundo Brasil (2006b, p. 25): O quadro clínico varia de acordo com o
irritante, podendo aparecer sob a forma de dermatites indistinguíveis
das dermatites de contato alérgicas agudas, até ulcerações vermelhas
profundas, nas queimaduras químicas.

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A dermatite irritativa crônica é mais frequente que a aguda ou acidental.
Agressões repetidas, por irritantes de baixo grau, ocorrem ao longo do tempo.
Nesses casos, a secura da pele e o aparecimento de fissuras são, frequente-
mente, os primeiros sinais, que evoluem para eritema, descamação, pápulas,
vesículas e espessamento gradual da pele. As dermatites de contato irritativas
podem ser facilmente diagnosticadas pelas histórias clínica e ocupacional.
Os testes epicutâneos ou patch test não estão indicados para o diagnós-
tico. Mas para dermatites de contato por irritantes crônicas, que não respondem
bem ao tratamento pode ser realizado o teste de contato para investigar sensi-
bilização às vezes ao medicamento usado.
A dermatite de contato por irritantes (DCI) pode se dividir em: Dermatite
irritativa de contato forte (DICF) Etiopatogenia Quando a substância química,
em contato com a pele, provocar graves lesões inflamatórias já no primeiro con-
tato, estas são consideradas irritantes fortes.
O contato com cimento, que é abrasivo, alcalino, altamente higroscópico,
causa ulcerações (rasas ou profundas).
Estas lesões irão aparecer devido ao tempo de contato com a massa de
cimento associado ao atrito gerado pelo calçado e vestimentas na pele do traba-
lhador, podendo chegar à necrose da região atingida.
Por exemplo, após 12 horas de contato com o cimento úmido podem sur-
gir ulcerações profundas na região atingida.
Quadro Clinico: após algumas horas de uma determinada região estar em
contato com o cimento, podem surgir eritema com prurido, ardor, queimação.
Após 24h, podem ser observadas lesões em fase ativa, exulceradas, ul-
ceradas ou necrosadas, dependendo somente do tempo de contato e da alcali-
nidade do cimento ou concreto.
Segundo Brasil (2006b, p. 27, grifo do autor), os principais aspectos
clínicos das principais dermatites de contato são: Dermatite irritativa de
contato (DIC). Ressecamento da pele na área de contato.

Descamação com ou sem eritema. Pode evoluir com fissuras e sangra-


mentos. É importante salientar que o processo irritativo irá depender do agente
causal (vide abaixo a classificação dos irritantes conforme CID 10).

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Dermatite irritativa forte de contato (DIFC). Surge ulceração na área de
contato com posterior necrose. Ardor, queimação e dor são sintomas presentes.
O contato com ácidos, álcalis fortes são os principais agentes responsá-
veis. Outro agente importante é a queda de massa de cimento ou concreto den-
tro da bota, calçado ou luvas.
Dermatite Alérgica de Contato (DAC). Presença de eritema, edema, vesi-
culação e prurido.
Ao se cronificar, verifica-se a formação de crostas serosas às vezes com
infecção secundária às vezes ocorre liquenificação (espessamento da pele).
Observação: prurido, juntamente com os demais achados clínicos, é um
bom indicador de Dermatite Alérgica de Contato (DAC).
Ainda segundo Brasil (2006b, p. 27), os agentes que causam as prin-
cipais dermatites de contato por irritantes são: Dermatite de contato por
irritantes devido a detergentes.

Dermatite de contato por irritantes devido a óleos e gorduras.


Dermatite de contato por irritantes devido a solventes: cetonas, ciclohe-
xano, compostos de cloro, ésteres, glicol, hidrocarbonetos.
Dermatite de contato por irritantes devido a cosméticos
Dermatite de contato por irritantes devido a drogas em contato com a pele.
Dermatite de contato por irritantes devido a outros produtos químicos: ar-
sênio, berílio, bromo, cromo, cimento, flúor, fósforo, inseticidas.
Dermatite de contato por irritantes devido a alimentos em contato com a
pele.
Dermatite de contato por irritantes devido a plantas, exceto alimentos.
Dermatite de contato por irritantes devido a outros agentes químicos: co-
rantes.

Dermatites alérgicas de contato (DAC)


Atualmente, existem cerca 5 mil substâncias que estão classificadas como
alergênicas. Os sinais da dermatite alérgica de contato são eczemas agudos ou
crônicos.
Em sua fase aguda, os eczemas vêm acompanhados de prurido intenso,
já na fase crônica surgem descamações e fissuras na pele.

35
Este tipo de substância é capaz de penetrar a pele e estimular o sistema
imunológico do indivíduo a produzir linfócitos T que liberam várias citocinas, pro-
vocando uma reação inflamatória. Após a exposição inicial, os primeiros sinto-
mas podem aparecer entre 5 e 21 dias.
Caso o trabalhador já tenha sensibilidade ao agente, os sintomas apare-
cem em até 3 dias da nova exposição.
Caso o trabalhador seja afastado do agente, poderá haver uma diminui-
ção no quadro ou até sua total cura, porém a hipersensibilidade latente perma-
nece e reexposições voltam a desencadeá-lo.
Segundo Brasil (2006b, p. 29), os agentes que causam as principais
dermatites alérgicas de contato são: Dermatite alérgica de contato de-
vido a metais. Dermatite alérgica de contato devido a adesivos.

Dermatite alérgica de contato devido a cosméticos (fabricação/ manipula-


ção). Dermatite alérgica de contato devido a drogas em contato com a pele.
Dermatite alérgica de contato devido a corantes. Dermatite alérgica de
contato devido a outros produtos químicos.
Dermatite alérgica de contato devido a alimentos em contato com a pele
(fabricação/manipulação).
Dermatite alérgica de contato devido a plantas (não inclui plantas usadas
como alimentos).
Dermatite alérgica de contato devido a outros agentes (causa externa es-
pecificada).
De acordo com Brasil (2006b), os quadros crônicos são caracterizados
por pele espessada, com fissuras, e podem piorar nas reexposições ao
antígeno.

O diagnóstico é feito baseado na história clínico-ocupacional e no exame


clínico. A identificação das substâncias alergênicas (para fins de diagnóstico e
para prevenção de novos contatos e reexposição) pode ser auxiliada pelos tes-
tes epicutâneos ou patch tests.

Ulcerações
Úlcera crônica da pele não classificada em outra parte Se-
gundo Brasil (2006c), o contato da pele com ácidos ou álcalis fortes

36
pode provocar ulceração da pele em curto prazo (forma aguda) ou em
longo prazo (forma crônica).

Entre as substâncias químicas irritantes capazes de produzir úlceras crô-


nicas de pele de origem ocupacional temos o cromo e seus compostos, como o
ácido crômico, os cromatos de sódio ou o potássio e os dicromatos de amônio,
entre outros.
A exposição ao cromo pode provocar, além das úlceras crônicas de pele,
a dermatite de contato irritativa, irritação e ulceração da mucosa nasal, levando
à perfuração do septo nasal, principalmente em trabalhadores expostos a né-
voas de ácido crômico, nas galvanoplastias.
Entretanto, o surgimento de dermatite de contato alérgica também é co-
mum. A exposição em longo prazo pode provocar câncer das fossas nasais e
câncer de pulmão.
As úlceras causadas por exposição ao cromo desenvolvem-se, geral-
mente, em áreas úmidas, como a mucosa nasal, ou em pontos da pele que apre-
sentam feridas.
As úlceras podem aparecer sobre a junção das falanges dos dedos da
mão, nos pontos mais proeminentes ou próximos às unhas, entre ou-
tras localizações (BRASIL, 2006c).

As úlceras são bastante sensíveis e dolorosas e podem ser cobertas por


uma crosta, podendo aparecer infecções bacterianas secundárias.
A evolução é lenta e pode deixar cicatriz. A continuidade da exposição
pode levar à necrose da pele em torno da úlcera, com aumento de suas dimen-
sões.
O cromo hexavalente sobre as mucosas e vias aéreas superiores pode
provocar: lesões periungueais, ulceração e perfuração do septo nasal, coloração
marrom na língua e nos dentes, rinites e crises asmáticas e câncer dos brôn-
quios.
O diagnóstico é feito baseado no quadro clínico e no histórico ocupacio-
nal de exposição ao cromo ou a outro agente irritativo.

37
Quando o agente causador da doença for o cromo, devem ser investi-
gados outros efeitos lesivos, como ulceração, perfuração de septo na-
sal, câncer de septo nasal e efeitos crônicos sobre o pulmão (BRASIL,
2006c)

CÂNCER CUTÂNEO OCUPACIONAL


Além da exposição à radiação solar, alguns agentes químicos são capa-
zes de causar câncer de pele. É fundamental que a exposição seja habitual para
que se chegue neste quadro clínico.

PREVENÇÃO DAS DERMATITES

Prevenção primária: promoção da saúde


A prevenção deve iniciar-se no ambiente de trabalho, onde as regras de
conforto, bem-estar e segurança no trabalho estabelecidas devem ser cumpri-
das.
Brasil (2006c, p. 53) traz ainda outras medidas preventivas:
• Estrutura sanitária de fácil acesso e que permita boa higiene pessoal.
• Restaurante com alimentação apropriada para o clima e a atividade exer-
cida. • Centro de treinamento.

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• Orientação sobre riscos específicos atinentes à atividade. Metodologia
segura de trabalho.
• Orientação sobre doenças gerais: tuberculose, aids, diabetes, hiperten-
são, estresse e outras.
• Males sociais: tabagismo, alcoolismo, drogas, medicamentos, ansiolíti-
cos psicotrópicos, outros.
• Normas de higiene e imunização.

Prevenção secundária
Conforme Brasil (2006c, p. 53), após observadas possíveis lesões que
estejam afetando o trabalhador, a prevenção ocorrerá por:

• Por meio do atendimento no ambulatório da empresa.


• Mediante inspeção periódica aos locais de trabalho.
• Por meio dos exames periódicos e do tratamento precoce. Nesta etapa
da prevenção podemos agir de forma imediata, neutralizando ou minimizando os
riscos, e evitando que a dermatose se instale e atinja os trabalhadores expostos.

Prevenção terciária
Quando o trabalhador apresenta lesões em fase crônica ou se sentir
sensibilizado a algum agente presente no ambiente de trabalho, é fun-
damental a adoção de medidas terapêuticas adequadas, como: reti-
rada do ambiente de trabalho, testes epicutâneos a fim de se detectar
a presença de possíveis alérgenos etc. (BRASIL, 2006c).

No caso específico de alergia por cimento (cromatos e cobalto), o traba-


lhador será impedido de retornar à mesma atividade; neste caso, o trabalhador
deverá ser reabilitado para outro tipo de atividade, onde possa atuar afastado do
risco.

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