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CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL

Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 2

1. Introdução .............................................................................................................................. 3

2. Sistemas de Ventilação.......................................................................................................... 5
2.1. Sistemas de ventilação geral .............................................................................................. 6
2.1.1. Vazão e taxa de renovação ......................................................................................... 7
2.2. Sistema de ventilação geral ............................................................................................... 7
2.3. Sistema de ventilação local exaustora ............................................................................. 10

3. Ar, Atmosfera e Poluição ..................................................................................................... 10


3.1. Poluentes do Ar ................................................................................................................ 12
3.2. Propriedades das Partículas dos Aerosóis....................................................................... 14
3.3. Efeitos da poluição do ar .................................................................................................. 18
3.3.1. Efeitos sobre a saúde ................................................................................................ 19
3.3.2. Efeitos sobre os materiais .......................................................................................... 21
3.3.3. Efeitos sobre as propriedades da atmosfera ............................................................. 22
3.3.4. Efeitos sobre a vegetação ......................................................................................... 23
3.3.5. Repercussões econômicas da poluição do ar ........................................................... 24

4. Níveis de Concentração dos Poluentes atmosféricos: padrões de qualidade .................... 25


4.1. Padrões de Emissão ................................................................................................... 28

5. Valores Limiares de Tolerância ........................................................................................... 30


5.1. Cálculo do limite de tolerância .......................................................................................... 32

6. Fundamentos de Toxicologia ............................................................................................... 33


6.1. Conceitos .......................................................................................................................... 35
6.2. Objetivos, divisão, importância, finalidades, áreas de desenvolvimento e aspectos da
toxicologia ................................................................................................................................ 35

7. Bibliografia............................................................................................................................ 37

Anexo 01 ..................................................................................................................................... 38

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Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

INTRODUÇÃO

Bem-vindos ao curso “Ventilação Industrial”!

Nas próximas dezesseis semanas, estaremos estudando as filosofias e diretrizes


adotadas nos sistemas de ventilação industrial, aplicada ao controle térmico e ao
controle de poluentes no ambiente industrial. São oito módulos:

- Módulo 1 – Introdução e Conceitos Fundamentais;


- Módulo 2 – Ventilação Geral 1
- Módulo 3 – Ventilação Geral 2
- Módulo 4 – Ventilação Local Exaustora
- Módulo 5 – Dutos para Condução do Ar
- Módulo 6 – Ventiladores
- Módulo 7 – Operação de Sistemas de Ventilação Local Exaustora
- Módulo 8 – Tecnologias de controle e tratamento de emissões captadas

Ao final de cada módulo, os alunos deverão responder uma avaliação, que será
disponibilizada na seção “exercícios” da “área do aluno”. Ao término do curso, o
participante que obtiver aproveitamento de 70% nas avaliações, tendo realizado as
avaliações referentes a todos os módulos, receberá pelo correio o certificado de
conclusão do curso.

Vamos ao curso?

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1. Introdução

Numa acepção ampla, ventilar significa deslocar o ar. Na prática, o deslocamento do


ar tem como finalidade a retirada ou o fornecimento de ar a um ambiente, ou seja, a
renovação do ar no mesmo.

Essa renovação tem como fim primordial a obtenção, no interior de um recinto dito
fechado, de ar com um grau de pureza e velocidade de escoamento compatíveis com
as exigências fisiológicas para a saúde e o bem-estar humanos, e uma adequada
distribuição do mesmo no local. A renovação consegue, além disso, controlar, dentro
de certos limites, a temperatura e a umidade ambiente. Entretanto, o controle rigoroso
destas duas grandezas só se realiza de um modo praticamente perfeito em
instalações de climatização designadas como instalações de ar condicionado.

A Ventilação Industrial é em geral entendida como a operação realizada por meios


mecânicos que visem a controlar a temperatura, a distribuição do ar, a umidade e a
eliminar agentes poluidores do ambiente, tais como gases, vapores, poeiras, fumos,
névoas, microrganismos e odores, designados por "contaminantes" ou "poluentes".
Podem-se considerar também como contaminantes substâncias que normalmente
existem na composição do ar normal quando elas excedem determinados teores ou
índices de concentração, passando a oferecer risco maior ou menor à saúde daqueles
que se expõem durante tempo considerável ao ar que as contém.

Além de remover de um determinado local os elementos contaminantes, o controle da


poluição por meio da ventilação requer muitas vezes que os elementos poluidores,
depois de captados, sejam coletados, dando-se a eles, em seguida, uma adequada
destinação, de modo a não contaminarem o ar exterior, ou rios e lagoas, caso venham
a ser dissolvidos ou misturados à água. A ventilação industrial, adequadamente
projetada e operada, consegue eliminar agentes nocivos à saúde humana, ou no
mínimo consegue uma redução na intensidade e na concentração dos agentes
contaminantes a níveis de quase total inocuidade e evita que esses agentes se
dispersem na atmosfera, prejudicando um número considerável de pessoas, afetando
mesmo as condições ecológicas indispensáveis à vida. Permite, outrossim, reduzir as
temperaturas dos locais de trabalho a níveis suportáveis e até mesmo a condição de
relativo conforto ambiental.

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É necessário insistir que a Ventilação Industrial não visa apenas a atender a condições
favoráveis para aqueles que trabalham no interior das fábricas ou nos limites das
mesmas. Objetiva, também, impedir que o lançamento na atmosfera, através de
chaminés ou outros recursos, de fumaças, poeiras, gases, vapores e partículas venha
a contaminar o ar, ameaçando a saúde e a vida da população das vizinhanças e até
mesmo de locais relativamente afastados.

As indústrias siderúrgicas (calcinação, sintetização etc), petroquímicas e químicas são


normalmente muito poluidoras. Lançam na atmosfera, em certos casos, sem
tratamento adequado, grande quantidade de material particulado e poluentes no
estado de gases ou vapores. As estatísticas revelam números estarrecedores para a
massa de substâncias poluidoras lançadas na atmosfera, não obstante o esforço que
em muitos países vem sendo realizado para reduzir a poluição.

As conseqüências de uma poluição em larga escala, dependendo naturalmente do


poluente, podem manifestar-se sob a forma de graves doenças, entre as quais devem
ser mencionadas:

 enfisema pulmonar e outras afecções broncopulmonares;


 hipertensão arterial;
 doenças do fígado;
 doenças dos olhos e irritação das mucosas;
 doenças do sistema nervoso central;
 dermatites;
 câncer da pele ("pele de jacaré");
 câncer do sangue (leucemia) num processo inexorável, que pode levar de 10 a
20 anos até o desenlace.
 anomalias congênitas:
 anencefalia (nascimento de crianças sem cérebro);
 hidrocefalia (aumento da quantidade de líquido no encéfalo);
 microencefalia (redução do tamanho do cérebro);
 alteração de fertilidade no homem e na mulher.

Os conhecimentos da medicina estabelecem níveis de conforto e índice de poluição e


limites de tolerância do organismo humano a grande número de substâncias cuja
liberação no ar tem lugar no ambiente em que se vive, e, mais particular e
intensamente, em indústrias, processos extrativos, de beneficiamento, químicos,

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mecânicos, siderúrgicos, perfuração de galerias de minas, de túneis, desmonte de


pedreiras e tantos outros.

Cabe à engenharia encontrar a solução adequada, para que os limiares de segurança


sejam respeitados, proporcionando condições ambientais adequadas à vida humana e
à preservação da fauna e da flora. Entre as "medidas de engenharia" relacionadas
com a Ventilação Industrial e Controle da Poluição, devem ser citados:

 Projeto adequado, compatível com o grau de risco dos poluentes envolvidos


nos processos. A preocupação exclusiva com a economia pode conduzir a
soluções paliativas ou ilusórias. O projeto deve ser entendido como o do
processo industrial em si, e o da Ventilação correspondente.
 A substituição de materiais nocivos ou muito tóxicos por outros de menor
nocividade, quando for possível, deve ser tentada.
 Umidificação do ar. É muito usada quando há poeira. Aplicada na indústria de
cerâmica, perfuração de minas, aberturas de valas em pavimentação de ruas,
estradas, britagem de pedras, pátios de carvões etc.
 Confinamento. Usado no jateamento de areia, em pintura, trituraçáo, moagem
de cereais etc. A operação é realizada em compartimentos que impeçam o
escapamento das substâncias poluidoras para outros ambientes.
 Isolamento. Consiste na instalação do equipamento de uma unidade altamente
poluidora em um prédio separado do conjunto industrial. Recorrendo também à
automação, consegue-se que, na trituração, a poeira e, nas pinturas, a tinta só
venham a alcançar os poucos operários encarregados de sua "vistoria", os
quais, nas vezes em que operarem, irão devidamente protegidos.
 Ventilação de ambientes, para assegurar condições de conforto adequadas, de
modo a remover do ambiente contaminantes provenientes de equipamento e
processos químicos e industriais. É o que se pretende com a aplicação da
técnica da Ventilação Industrial.
 Separação e coleta dos poluentes, processando-se um tratamento, quando
necessário, e dando-se ao produto residual uma destinação que não
prejudique as condições ecológicas ambientais. É o objetivo do Controle da
Poluição.

2. Sistemas de Ventilação

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Os sistemas de ventilação se dividem em Sistemas de Ventilação Geral e em


Sistemas de Ventilação Local Exaustora. Vejamos em que consistem.

2.1. Sistemas de ventilação geral

Realiza a ventilação de um ambiente, de um modo global e geral. Pode ser:

 Natural, quando não são empregados recursos mecânicos para provocar o


deslocamento do ar. A movimentação natural do ar se faz através de janelas,
portas, lanternins etc.
 Geral diluidora, quando se empregam equipamentos mecânicos (ventiladores)
para a ventilação do recinto. A ventilação geral diluidora pode realizar-se por
meio de insuflação; exaustão; insuflação e exaustão combinados,constituindo o
chamado Sistema Misto.

A Ventilação Geral tem por finalidade:

a) Manter o conforto e a eficiência do homem. Para isto, procura realizar:


 o restabelecimento das condições ambientais do ar, alteradas pela presença do
homem;
 a refrigeração do ar em climas quentes;
 o aquecimento do ar em climas frios;
 o controle da umidade do ar.

Estes objetivos são conseguidos da forma mais perfeita nas denominadas instalações
de ar condicionado.

b) Manter a saúde e a segurança do homem. Visa a conseguir:


 reduzir a concentração de aerodispersóides e particulados nocivos, até um
nível considerado compatível com as exigências de salubridade;
 impedir que a concentração de gases, vapores e poeiras inflamáveis ou
explosivas ultrapasse limites de segurança contra a inflamabilidade ou a
explosão.

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c) Conservar em bom estado materiais e equipamentos (subestações elétricas em


interiores; "locais" de compressores, de motores a diesel e de geradores e motores
elétricos).

2.1.1. Vazão e taxa de renovação

Vazão é o volume de ar que se desloca na unidade de tempo, num ambiente ou numa


tubulação.

Q - vazão em [m3/h] ou [ft3/min]


V - volume em [m3] ou [ft3]
t - tempo em [h] ou [min]

Taxa de Renovação de ar é o número de vezes que o volume de ar desse ambiente é


trocado na unidade de tempo. É também chamado de número de trocas de ar.

T - taxa de renovação em [1/h] ou [1/min]


Q - vazão em [m3/h] ou [ft3/min]
V - volume em [m3] ou [ft3]

2.2. Sistema de ventilação geral

O homem é um ser tropical por excelência, possuindo uma capacidade bastante


desenvolvida de transpiração. Um grande número de indivíduos está, parte do tempo,
exposto a temperaturas mais altas que a temperatura ambiente, principalmente em
seu ambiente de trabalho, onde uma série de fatores climáticos e não climáticos
conduzem a um ganho ou a uma menor dissipação de calor pelo organismo. A esse
estímulo o organismo responde fisiologicamente, refletindo a severidade da exposição
ao calor.

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Para o equacionamento do equilíbrio térmico do indivíduo se faz necessário medir


quantitativamente a ação do calor, bem como a resposta do organismo,
correlacionando-as. Essa é uma tarefa difícil em função de vários parâmetros
intervenientes, tais como a temperatura do ar, a umidade relativa, o calor radiante, a
velocidade do ar, o tipo de trabalho exercido, a roupa utilizada e outros.

Dessa forma, torna-se necessário a fixação de critérios que permitem estabelecer os


limites de exposição ao calor em diferentes tipos de trabalho e a redução da exposição
para respostas excessivas do organismo. Os critérios assim desenvolvidos devem
levar em conta não só a resposta fisiológica, mas também a psicológica, a
produtividade e a ocorrência de desordens devido ao calor.

Várias medidas podem ser tomadas para se evitar a exposição de pessoas a


condições de alta temperatura. Por exemplo, enclausuramento e isolamento das
fontes quentes, vestimentas, barreiras protetoras, diminuição do tempo de exposição,
etc. Na tabela abaixo são indicadas as relações de espaço ocupado e vazões
necessárias para várias situações:

OBSERVAÇÕES:
 Nesta tabela foi prevista a remoção de odores corporais, nível de atividade do
indivíduo e remoção de calor.
 As trocas até oito vezes por hora são suficientes para remover contaminantes
emitidos por ocupantes.
 O limite superior da faixa é recomendado para remover calor e vapor em zonas
tropicais.
 Em climas quentes (equatoriais) sugere-se o dobro dos valores da tabela.
 Se ocorrer a presença de fumantes também deve ser o dobro dos valores da
tabela.
 Não se prevê uso de equipamentos de limpeza de ar.
 O espaço não deve ser inferior a 150 ft3/pessoa (4,248 m3/pessoa) ou 15
ft2/pessoa (1,394 m2/pessoa).

Estudaremos este conceito com mais profundidade no módulo 02 do curso.

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Tabela 01 - Critérios para projetos gerais de ventilação de ambientes (ASHRAE -


American Society of Heating and Air Condictioning Engineering, Guide and Data Book
TAXA DE RENOVAÇÃO VAZÃO
ÁREA FUNCIONAL
(trocas/hora) (ft3/min)/pessoa
Hospitais (sala de anestesia) 8 – 12 -
Salas de animais 12 – 16 -
Auditórios 10 – 20 10
Hospitais (salas de autópsia) 8 – 12 10
Padaria e confeitaria 20 – 60 -
Boliches 15 – 30 30
Igrejas 15 – 25 5
Hospitais (salas de citoscopia) 8 – 10 20
Salas de aula 10 – 30 40
Salas de conferência 25 – 35 -
Corredores 3 – 10 -
Hospitais (salas de parto) 8 – 12 -
Leiterias 2 – 15 -
Lavagem de pratos 30 – 60 -
Lavagem a seco 20 – 40 -
Fundições 5 – 20 -
Ginásios 6 – 30 1,5/ft2
Garagens 6 – 10 -
Hospitais (salas de hidroterapia) 6 – 10 -
Hospitais (salas de isolamento) 8 – 12 -
Manutenção e limpeza - -
Cozinhas 10 – 30 -
Lavanderias 10 – 60 -
Bibliotecas 15 – 25 10
Salas de depósito 2 – 15 -
Pequenas oficinas 8 – 12 -
Equipamentos mecânicos 8 – 12 -
Hospitais (suprimentos) 6 – 10 -
Berçários 10 – 15 -
Escritórios 6 – 20 10
Hospitais (salas de operação) 10 – 15 -
Pinturas e polimentos 10 – 22 -
Radiologia 6 – 10 -
Restaurantes 6 – 20 10
Lojinhas 18 – 22 10
Residências 5 – 20 -
Equipamentos telefônicos 6 – 10 -
Salas de controle de tráfego aéreo 10 – 22 10
Toaletes 8 – 20 -
Soldas a arco voltáico 18 -22 -

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2.3. Sistema de ventilação local exaustora

Realiza-se com um equipamento captor de ar junto à fonte poluidora, isto é, produtora


de um poluente nocivo à saúde, de modo a remover o ar do local para a atmosfera,
por um sistema exaustor, ou a tratá-lo devidamente, a fim de ser-lhe dada destinação
conveniente, isto é, sem riscos de poluição ambiental.

3. Ar, Atmosfera e Poluição

O ar é um elemento essencial para o ser humano, do qual não se pode prescindir por
mais de alguns poucos minutos, utilizando-o como fonte de oxigênio (O2) para troca
térmica e como receptor dos gases da respiração, principalmente o gás carbônico, da
transpiração, de gases corporais em geral e de gases e partículas de suas atividades
diárias, como o cozimento de alimentos ou o tabagismo. Cerca de 30 mil litros de ar
passam, por dia, pêlos pulmões de uma pessoa adulta. Esse ar, atingindo as partes
mais profundas do aparelho respiratório, entra em contato muito íntimo com os
alvéolos pulmonares, cuja superfície é muito extensa. Caso fosse possível abrir cada
alvéolo e colocá-los lado a lado, ter-se-ia uma área de aproximadamente 95 metros
quadrados, ou seja, a área útil de um apartamento de tamanho médio. O ar, através
dos alvéolos, vai então entrar em contato com a corrente sanguínea, fornecendo o
oxigênio necessário à vida humana.

Esse oxigênio é provido pela atmosfera, a camada de gases que envolve a Terra e
que se estende até a altitude de 9.600 km. A atmosfera seca é constituída por cerca
de 78% em volume de nitrogênio, 20,9% de oxigênio, 0,9% de argônio (Ar), 0,035% de
dióxido de carbono (gás carbônico) e por vários outros gases em pequenas
concentrações. A atmosfera contém quantidades bastante variáveis de vapor de água,
dependendo do local, da hora, da estação do ano etc., chegando a 0,02% em volume
nas regiões áridas e até 4% em regiões equatoriais úmidas. A atmosfera contém
também partículas sólidas e líquidas em suspensão (aerossóis), de composição
química e concentração variáveis e inclusive matéria viva (pólen, bactérias, vírus etc.).
A atmosfera se divide em camadas. A troposfera é a camada da atmosfera que vai do
solo até a altitude de cerca de 10 a 12 km (5 a 8 km sobre os pólos, podendo chegar a
18 km sobre a Linha do Equador) e a estratosfera é a camada que vai desde a
troposfera até cerca de 50 km de altitude. Setenta e cinco por cento (75%) da massa
da atmosfera está contida dentro da altitude de até 10 km, ou seja, basicamente na
troposfera, sendo que 99% da massa de ar está contida dentro da altitude de 33

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quilômetros, envolvendo, portanto, a troposfera e parte da estratosfera. Acima da


estratosfera se localiza a mesosfera (quimiosfera) e, acima, a termosfera (ionosfera).

Figura 01: Composição da Atmosfera

A densidade e a pressão da atmosfera diminuem com a altitude, sendo que sua


temperatura varia dependendo da altitude considerada. Na troposfera, normalmente a
temperatura diminui com o aumento da altitude. Processos, em geral naturais, podem
alterar essa condição por pouco tempo, ocasionando o fenômeno denominado
inversão térmica, muito prejudicial à dispersão dos poluentes. Na estratosfera, a
temperatura aumenta com a altitude, voltando a cair na quimiosfera e invertendo-se
novamente na ionosfera. Uma certa região da estratosfera, entre 20 e 30 km de
altitude aproximadamente, denominada camada de ozônio, tem função importante
pela maior quantidade de ozônio. Essa camada vem sendo destruída pela ação

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antrópica, em especial pelo cloro presente nos clorofluorcarbonetos, ou


clorofluorcarbonos, substâncias popularmente conhecidas por CFC’s.

3.1. Poluentes do Ar

O ar, mesmo o considerado puro, contém normalmente quantidades pequenas de


poeira de origem mineral, vegetal ou animal, além de bactérias e os chamados odores,
que são gases de origem vegetal ou animal, desagradáveis ou não ao olfato. Acima de
certa concentração, essas substâncias passam a constituir poluentes ou
contaminantes ocasionando prejuízos à saúde humana e danos ecológicos. Vejamos
os principais poluentes:

Aerossóis: As partículas de materiais sólidos, líquidos e organismos vivos


microscópicos se apresentam no ar atmosférico, formando com esse meio gasoso o
que se denomina um aerossol.

Pode-se definir o aerossol como um sistema constituído por meios de dispersão


gasosa onde se encontram partículas sólidas, líquidas ou microorganismos, donde o
nome de aerodispersóide, pelo qual também é conhecido.

Os aerossóis podem ser formados por dispersão, como resultado de pulverização,


atomização de sólidos ou líquidos, ou transferência de poeiras, pólen e bactérias, para
o estado de suspensão em virtude da ação de correntes de ar. As partículas se
apresentam de tamanho variado e de forma irregular. Podem também ser formados
pela condensação de vapores supersaturados ou por uma reação processada entre
gases, produzindo um material não-volátil.

Existem aerossóis cuja fase dispersa é líquida. As partículas constitutivas, em geral,


no caso, possuem forma esférica e tendem a fundir-se, originando partículas esféricas
cada vez maiores que acabam por desintegrar-se no choque entre as mesmas.

Vejam os principais aerossóis poluentes:

 Fumos. São partículas sólidas, em geral com diâmetros inferiores a 10 μm,


chegando mesmo a 1 μm, (1 mícron = 0,001 mm). Resultam da condensação
de partículas em estado gasoso, geralmente após volatilização de metais

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fundidos, e quase sempre acompanhada de oxidação. Os fumos tendem a


flocular no ar. É caso dos fumos metálicos, como o cloreto de amônio, por
exemplo. Quando o chumbo é derretido, o vapor de chumbo sublimado em
contato com o ar se transforma em oxido de chumbo, PbO, constituindo
partículas sólidas extremamente pequenas em suspensão no ar, isto é,
aerossóis. Esses fumos de PbO são tóxicos, venenos acumulativos, razão por
que, nos linotipos, onde são fundidas ligas de chumbo e antimônio, deve-se
executar uma instalação de ventilação adequada. Os fumos de óxidos
metálicos produzem a chamada "febre dos fundidores" ou "febre dos latoeiros"
que se manifesta acompanhada de tremores, algumas horas após a exposição
ao "fumo".
 Poeiras. Os aerossóis no caso são formados por partículas sólidas,
predominantemente maiores que as coloidais, com diâmetros compreendidos
entre 1 μm e 100 μm. (Segundo o Manual da Connor, variam de 1 a 10 μm.)
Resultam da desintegração mecânica de substâncias inorgânicas ou orgânicas,
seja pelo simples manuseio (embalagem), seja em conseqüência de operações
de britagem, moagem, trituração, esmerilhamento, peneiramento, usinagem
mecânica, fundição, demolição etc. Exemplo: poeiras de carvão, sílica,
asbesto, algodão, papel, fibras e outras. As poeiras de dimensões maiores são
às vezes designadas por particulados ou areias finas, ou ainda, material
fragmentado. As poeiras não tendem a flocular, exceto se submetidas a forças
eletrostáticas. Não se difundem; ao contrário, precipitam pela ação da
gravidade.
 Fumaça. São aerossóis constituídos por produtos resultantes da combustão
incompleta de materiais orgânicos (lenha, óleo combustível, carvão, papel,
cigarro etc). As partículas possuem diâmetros inferiores a 1 μm (ou a 0,1 μm,
segundo o Manual da Connor).
 Névoas. São aerossóis constituídos por gotículas líquidas com diâmetros entre
0,1 (ou mesmo 0,01 μm) e 100 μm, resultantes da condensação de vapores
sobre certos núcleos, ou da dispersão mecânica de líquidos em conseqüência
de operações de pulverização, nebulização, respingos etc. Exemplos: névoa de
ácido sulfúrico, de ácido crômico, de tinta pulverizada, de "sprays" etc. As
neblinas se acham compreendidas entre 1 μm e 50 μm e se classificam em
mist e em fog, sendo as partículas de um fog (cerração, orvalho, dispersões de
água ou gelo) menores que as de um mist (pulverizações, atomizações, espirro
de uma pessoa etc.). No mist ocorre uma baixa concentração de partículas
líquidas de tamanho "grande". Em meteorologia, o mist indica uma leve

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concentração de partículas de água de tamanho suficientemente grande para


que caiam. O smog resulta de reações na atmosfera entre certos
hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e o ozônio, sob a ação da luz solar.
Provoca irritação nos olhos, dificuldade respiratória e reduz a visibilidade.
 Organismos vivos. Os mais comuns são o pólen das flores (5 a 10 μm), os
esporos de fungos (1 a 10 μm) e as bactérias (0,2 a 5 μm ou mesmo até 20
μm). Em circunstâncias especiais e em geral em locais confinados, pode
ocorrer a presença de vírus (0,002 a 0,05 μm).
 Além dos aerossóis, devem-se levar em consideração os gases e vapores, que
podem ocorrer em certos ambientes ou processos industriais, como é o caso
do NH3, SO2, NO2, CO, CH4, Cl e CO2 (em excesso). São considerados por
alguns autores como sendo também aerodispersóides.
Gás. É um dos estados de agregação da matéria. Não possui forma e volume
próprios e tende a expandir-se indefinidamente. A temperatura ordinária,
mesmo sujeitas a pressões fortes, não podem ser total ou parcialmente
reduzidos ao estado líquido.
Vapor. E a forma gasosa da matéria, a qual, à temperatura ordinária, pode ser
reduzida total ou parcialmente ao estado líquido.
 "Fly ash" (fuligem). São partículas finamente divididas de produtos de queima
de carvão e óleo combustível e que são carregadas nos gases de combustão
em geral de fornalhas e queimadores de caldeiras.

Alguns autores classificam os aerodispersóides simplesmente em: poeiras; líquidos e


vapores condensados; gases e vapores não-condensados; fumaças.

A Fig. 02 abaixo fornece, graficamente, indicações quanto aos aerossóis, vapores e


gases, aos tamanhos das partículas e aos métodos recomendados para a eliminação
das mesmas. A Fig. 03 indica os níveis de concentração e o tamanho médio das
partículas, bem como os recursos aplicáveis ao combate à poluição, próprios a cada
caso.

3.2. Propriedades das Partículas dos Aerosóis

 Comportamento das partículas: O comportamento das partículas no ar e sua


velocidade de sedimentação dependem:
— do tamanho das partículas;

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— da densidade das mesmas;


— da concentração de partículas no ar;
— do movimento do ar.
Estas propriedades são levadas em consideração nos captores e nos
eliminadores de partículas do ar (filtros, precipitadores, lavadores, ciclones,
impactadores inerciais, precipitadores hidrodinâmicos etc.)

Figura 02 - Impurezas em suspensão no ar

 Tamanho das partículas: O tamanho aerodinâmico de uma partícula é o


diâmetro ou o raio de uma esfera hipotética, tendo a mesma velocidade de
queda da partícula e uma massa específica igual a 1 g/cm3.

 Área superficial: Uma mesma massa subdividida em grande número de


partículas tem sua superfície grandemente aumentada, o que aumenta a taxa
de reação química e agrava o risco de inalação dos aerossóis.

 Evaporação e condensação: Partículas muito finas podem funcionar como


núcleos de condensação de umidade nos processos de transferência de massa
na condensação e na evaporação. Essa difusão de massa varia
proporcionalmente com a área superficial das partículas.

 Adesividade: Quando uma pequena camada de líquido se espalha sobre uma


superfície fica sujeita a forças de adesão proporcionais à atração molecular, à

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tensão superficial do líquido e ao raio de curvatura da superfície líquida


molhante. A umidade do ar favorece a adesão. O fenômeno de adesão está
relacionado com o fenômeno de tensão superficial e com as chamadas forças
de Van der Waals.

Figura 02 - níveis de concentração e o tamanho médio das partículas

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 Densidade: A densidade de uma partícula formada por dispersão de um sólido


será a mesma do material que a originou. Quando, porém, diversas partículas
sólidas não-porosas se juntam, a partícula resultante terá uma forma
geométrica diferente e que inclui espaços vazios. Por este motivo, a massa
específica da partícula resultante será menor que a das partículas originais. A
massa específica de um conglomerado de partículas pode ser até 10 vezes
menor que a do material que a formou devido a essa porosidade.

 Adsorção: É a adesão ou concentração de partículas dissolvidas ou dispersas


sobre a superfície de um corpo. É um fenômeno de superfície que se verifica
na camada que separa dois meios diferentes. Partículas sólidas e líquidas de
dimensões muito pequenas se apresentam recobertas por uma película
superficial de gás, a qual é mantida pela ação de forças elétricas de atração ou
pelas condições de valência química originadas na camada superficial das
moléculas. Esta formação de camada adsorvente de gás sobre a superfície de
uma partícula depende do grau de concentração do mesmo no ambiente, e a
quantidade de gás que é adsorvido é função da superfície externa da partícula.
Quando ocorre adsorção de gases sobre a superfície de partículas, várias
características superficiais das mesmas, tais como a evaporação, adesão
molecular e carga elétrica, sofrem alterações. Designam-se por adsorvedores
substâncias ou equipamentos capazes de extrair certas impurezas gasosas ou
a umidade do ar por efeito do fenômeno de adsorção. São por isso usadas em
filtros e em secadores.

 Carga eletrostática: O contato, a separação, o choque ou atrito entre as


partículas em um meio gasoso provocam a transferência de elétrons livres, o
que comunica às partículas uma certa carga elétrica. A difusão de íons livres
no meio gasoso também influi na carga das partículas. Assim, as cargas de
sinal elétrico + e as de sinal - se distribuem quase que igualmente entre as
pequenas partículas que vão ficar contidas no ar, de modo que, conquanto
cada partícula possa individualmente estar com alta carga elétrica, o aerossol,
em seu conjunto, pode ter uma carga resultante bastante pequena, devido ao
equilíbrio das cargas eletrostáticas de sinais opostos. Quando as partículas são
submetidas a uma carga pela ação de um campo eletrostático, as forças que
atuam sobre as partículas modificam suas condições de escoamento, podendo,
desse modo, provocar a atração e a aglutinação das mesmas. A carga elétrica
recebida pela partícula é proporcional ao seu tamanho, e neste fato se

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Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

fundamentam os precipitadores e classificadores eletrostáticos, conforme


veremos oportunamente.

3.3. Efeitos da poluição do ar

Efeitos da poluição do ar:

 Efeitos tóxicos sobre o ser vivo e os animais;


 Efeitos desagradáveis dos maus odores;
 Efeitos sobre os materiais;
 Efeitos sobre as propriedades da ATM;
 Efeitos sobre a vegetação;
 Efeitos econômicos.

O efeito causado pelo poluente depende:

 Da concentração presente na ATM;


 Do tempo de exposição do indivíduo;
 Da sensibilidade de cada pessoa.

O monóxido de carbono (CO) é o contaminante do ar mais abundante da camada


inferior da atmosfera. Outros poluentes são óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre,
dióxidos de enxofre, hidrocarbonetos (especialmente em áreas urbanas), o ozônio (o
mesmo que exerce um efeito benéfico na alta atmosfera, protegendo-nos dos raios
ultravioleta), chumbo, aldeídos e material particulado.

Estas substâncias atingem seres humanos manifestando-se através de sintomas


distintos: dores de cabeça, desconforto, cansaço, palpitações no coração, vertigens,
diminuição dos reflexos (monóxido de carbono, que em concentrações elevadas, pode
conduzir à morte), irritação dos olhos, nariz, garganta e pulmões (óxidos de
nitrogênio); infiltração de partículas nos pulmões formando ácidos sulfúricos (óxido de
enxofre); asma aguda e crônica, bronquite e enfisema (dióxido de enxofre); Câncer
(hidrocarbonetos); destruição de enzimas e proteínas (ozônio); degeneração do
sistema nervoso central e doenças nos ossos, principalmente em crianças (chumbo).

O material particulado causa irritação e entupimento dos alvéolos pulmonares. O Brasil


é um dos países com maior quantidade de aldeídos na atmosfera, originados pelos

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carros à álcool. Acredita-se que o aldeído fórmico provoque tumores em cobaias, mas
sobre os efeitos no homem ainda não há informações. A poluição do ar mata. Em
geral mata lenta e discretamente e as mortes resultantes não chamam
dramaticamente a atenção do público.

3.3.1. Efeitos sobre a saúde

As três possíveis vias de penetração dos agentes poluentes no organismo são:

 via respiratória
 via cutânea
 via digestiva.

A maioria das vítimas da poluição do ar não morre durante um episódio crítico. Elas
contraem uma doença respiratória ou outro sintoma associado com a poluição do ar.
Elas enfraquecem gradativamente para depois morrer tipicamente de pneumonia,
ataque do coração ou falha de algum órgão vital, ou ainda, desenvolvem doenças
como o câncer e geram crianças com defeitos de nascença.

O trato respiratório é afetado pela poluição do ar. A cília do nariz e das superfícies
internas que levam até os pulmões pode coletar as partículas maiores dos poluentes.
Entretanto, as partículas menores e os gases são capazes de entrar nos pulmões.
Quando respiramos, os alvéolos transformam o oxigênio em dióxido de carbono. A
poluição pode causar, em algum desses alvéolos, o aumento do seu volume, alterando
sua resiliência de tal forma que a respiração fica mais difícil. Os poluentes do ar
podem também diminuir ou até parar a ação das cílias, que normalmente carregam
muco e os poluentes coletados no trato respiratório. O muco pode engrossar ou
aumentar, e as vias respiratórias podem ficar entupidas.

Os problemas de respiração podem aparecer por causa de uma ou mais dessas


reações.

Existe uma associação próxima entre o sistema respiratório e circulatório. Se o


sistema respiratório é afetado por uma doença e não pode trocar gases no sangue
completamente, o coração precisa trabalhar mais intensamente para bombear sangue
suficiente para repor as perdas de oxigênio. Como resultado, o coração e os vasos

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sanguíneos estarão sob STRESS, e poderão surgir algumas mudanças, por exemplo,
o aumento do tamanho do coração. Como o monóxido de carbono reduz o conteúdo
de oxigênio no sangue, este poluente pode exigir uma carga de trabalho do coração
maior para pessoas com anemia ou doenças cardio-respiratórias.

Classificação dos poluentes segundo a ação no organismo:

 IRRITANTES: produzem inflamação nos tecidos que entram em contacto.


Atuam sobre o tecido de revestimento como a pele, mucosas das vias respiratórias,
conjuntiva ocular, etc. Ex: amoníaco; poeira alcalina; cloro; ozona; iodo; escapamento
de motores; ácido sulfídrico; álcoois; éteres; etc.
 ASFIXIANTES: asfixiam por reduzir a concentração de oxigênio no ar - nível
mínimo 18% - (metano, nitrogênio, dióxido de carbono, hélio, etc), e asfixiam por
interferirem no processo de absorção de oxigênio no sangue ou nos tecidos (monóxido
de carbono, gás sulfídrico, cianuretos, etc). O metano (CH4) em concentrações
maiores que 2% já é um asfixiante simples. Em concentrações variando de 6 a 14%
torna-se um explosivo de potencial imediato. Por estas razões que no trabalho nas
minas de carvão do sul de SC deve-se levá-lo em conta – é conhecido como grisu.
 NARCÓTICOS: apresentam ação depressiva sobre sistema nervoso central -
efeito anestésico ( éter etílico, acetona, éter isopropílico, Thinner, etc).
 INTOXICANTES SISTÊMICOS: causam intoxicação aguda ou crônica.
Causam lesões nos órgãos: hidrocarbonetos halogenados, clorofórmio, tetracloreto de
carbono, cloreto de vinila, etc). Causam lesões no sistema formador do sangue:
benzeno, tolueno, xileno (podem produzir leucemia). Afetam o sistema nervoso:
álcoois metílico e etílico, dissulfeto de carbono, éteres de ácidos orgânicos.
Compostos tóxicos inorgânicos e metais tóxicos: sais de cianureto, fluoretos, arsênico,
fósforo, enxofre, chumbo, mercúrio, cádmio, berilo, cromo, etc.
 MATERIAL PARTICULADO: poeiras, fumos, névoas, etc. Poeiras produtoras
de fibrose: causam endurecimento e perda de flexibilidade dos tecidos pulmonares.
Ex: sílica, amianto, etc. O pó inorgânico de maior importância do ponto de vista da
Saúde Ocupacional é a sílica livre cristalizada, a qual acha-se em grandes
quantidades na crosta terrestre (60% desta) formando parte de rochas, minérios,
areias, tecidos vegetais, etc. A forma cristalizada do quartzo é a de maior risco,
causadora de uma pneumoconiose chamada silicose. Entende-se por pneumoconiose
a alteração produzida no tecido dos pulmões pela inalação de poeiras orgânicas e
inorgânicas. Esta alteração pode ser uma fibrose pulmonar ou um depósito de material
inerte, que não altera a função pulmonar. Entre estes dois estados, existe uma

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variedade de danos aos pulmões. Além da sílica, outros compostos de silício, alguns
silicatos, podem atuar sobre os pulmões, produzindo uma pneumoconiose pode-se
citar o asbesto, causador de uma fibrose pulmonar incapacitante e com evidências já
bastante comprovadas de produção de câncer pulmonar. Poeiras inertes ficam retidas
no pulmão mas não produzem alteração. Ex: carbonatos, complexos de alumínio, etc.
 PARTÍCULAS ALERGIZANTES E IRRITANTES: atuam sobre a pele e
aparelho respiratório. Ex: poeiras das madeiras e óleos vegetais, partículas de ácidos,
resinas, pólem,etc. O nariz filtra tão bem o ar que dificilmente uma partícula de poeira
maior que um glóbulo vermelho do sangue (apenas 8 microns de espessura)
consegue atravessá-lo.

3.3.2. Efeitos sobre os materiais

Tabela 02: Dano da Poluição do Ar a vários Materiais


Tipo de Manifestação Típica Medida de Poluente Outros Fatores
Material do Dano Deterioração Danificante Ambientais
Vidros e Alteração da aparência
metais Refletância Substâncias ácidas Umidade
da superfície
Metais Ganho de peso; redução
Danificação da
da resistência; perda de Dióxido de Enxofre; Umidade;
superfície; perda de
peso; alteração da substâncias ácidas Temperatura
metal; embaçamento
condutividade
Materiais de Dióxido de Enxofre;
Não medido
Construção Descoloração; substâncias ácidas;
usualmente, / Umidade
dissolução carbonato partículas
quantitativamente
pegajosas
Pintura Dióxido de Enxofre;
Não medido
gás sulfídrico;
Descoloração usualmente, / Umidade; Fungos
partículas
quantitativamente
pegajosas
Couro Desintegração da
Dióxido de Enxofre;
superfície; Perda da resistência -
substâncias ácidas
enfraquecimento
Papel Diminuição da
Dióxido de Enxofre;
Torna-se quebradiço resistência ao Luz Solar
substâncias ácidas
dobramento
Tecidos Redução resistência
Perda da resistência à Dióxido de Enxofre; Umidade; Luz
tensão; formação de
tensão substâncias ácidas Solar; Fungos
manchas
Corantes Dióxido de
Nitrogênio; Luz Solar;
Desbotamento Reflectância
Oxidantes; Dióxido Umidade
de Enxofre
Borracha “Cracking”;
Perda elasticidade Oxidantes; Ozone Luz Solar
enfraquecimento

 abrasão: causada por partículas sólidas de tamanho suficiente e transportadas


em alta velocidade.
 deposição e remoção: causada por partículas sólidas e líquidas que se
depositam sobre a superfície.

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 ataque químico direto: embaciamento da prata pelo gás sulfídrico; destruição


de superfícies metálicas pela ação de névoas ácidas.
 ataque químico indireto: caso do dióxido de enxofre absorvido pelo couro é
convertido em ácido sulfídrico, que deteriora o couro.
 corrosão eletroquímica: é o mecanismo principal de deteorização de metais
ferrosos.

Devemos ainda levar em consideração que a danificação depende da umidade


relativa, temperatura, luz solar, velocidade do vento, etc.

3.3.3. Efeitos sobre as propriedades da atmosfera

Sobre a visibilidade: os fatores meteorológicos que afetam a visibilidade são:

 altura de inversão e velocidade dos ventos: quanto maior a altura de inversão e


quanto maior a velocidade dos ventos, melhor a visibilidade, entretanto em
determinadas áreas, velocidades de vento excessivamente altas diminuem a
visibilidade pelo levantamento de pó.
 partículas higroscópicas e umidade relativa: sob alta condição de umidade as
partículas higroscópicas aumentam de tamanho e reduzem a visibilidade.
 formação de neblinas: sabe-se que as neblinas nas cidades são mais
freqüentes e mais persistentes que nas áreas circunvizinhas devido á poluição do ar.
Estas neblinas em massas de ar poluídas estão compostas por gotículas d’agua
contendo vários produtos químicos dissolvidos, e que estas substâncias favorecem a
permanência das gotículas líquidas em condições de subsaturação.
 sobre as condições de radiação urbana: a quantidade de radiação recebida por
uma cidade com poluição é menor do que para uma área sem poluição, sendo que os
comprimentos de onda mais curtos são mais seriamente afetados que os mais longos.
Há uma excessiva perda de radiação ultravioleta de luz solar, que é o principal fator
para a geração de vitamina D, natural no corpo humano.

Sobre os constituintes atmosféricos:

 o aumento da concentração de metano, dióxido de carbono e outros gases


resulta em provável aumento da temperatura média da Terra, provocando alterações
climáticas (neste sentindo existem atualmente diversas hipóteses contraditórias).
 aumento da concentração de aerosóis de chumbo.
 aumento da concentração de dióxido de enxofre (30% nos últimos 50 anos) e

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de monóxido de carbono.
 destruição da camada de ozônio protetora dos ultravioleta.

3.3.4. Efeitos sobre a vegetação

 redução da penetração da luz por sedimentação de partículas nas folhas ou


por interferência de partículas em suspensão na ATM;
 deposição de poluentes no solo, por sedimentação (partículas grosseiras) ou
por carreamento provocado pelas chuvas (gases dissolvidos e partículas finas),
permitindo a penetração dos poluentes pelas raízes e alterando as condições do solo.
 penetração dos poluentes pelos estômatos das plantas.

Qualquer que seja a forma pela qual uma planta tenha sido afetada o efeito poderá ser
visível ou não. Os efeitos são:

 colapso do tecido foliar;


 alterações da cor normal;
 alterações do crescimento. Ex: cloro; gás sulfídrico; clorídrico; amônia; etc.

Tabela 03 - Efeitos da poluição do ar sobre a vegetação


SINTOMAS MÍNIMA CONCENTRAÇÃO PARA DANO
POLUENTES CARACTERÍSTICOS PPM (vol) g/m3 Tempo de
Exposição
Dióxido de Enxofre Manchas esbranquiçadas,
áreas descoloridas entre
0,3 785 8 horas
veias, clorose
(amarelamento)
Ozona Marcas esbranquiçadas, 0,03 59 4 horas
pigmentação. As pontas
das coníferas tornam-se
amarronzadas e
necróticas
Nitrato de Espelhamento,
Peroxiacetila prateamento ou
0,01 56 6 horas
bronzeamento na parte
inferior das folhas
Dióxido de Nitrogênio Lesões irregulares,
brancas ou marrons, no
tecido intercostal e 2,5 4.700 4 horas
próximas à margem das
folhas
Fluoreto de Queimaduras nas pontas
Hidrogênio e nas margens,
diminuição do
crescimento, abcesso na
0,1 ppb 0.08 5 semanas
folha, faixa estreita
vermelha amarronzada
separa áreas necrozadas
do tecido verde.

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Tabela 03 - Efeitos da poluição do ar sobre a vegetação (cont.)


SINTOMAS MÍNIMA CONCENTRAÇÃO PARA DANO
POLUENTES CARACTERÍSTICOS PPM (vol) g/m3 Tempo de
Exposição
Etileno Necrose de parte do
cálice em orquídeas,
anormalidades nas folhas,
0,05 58 6 horas
queda de flores e falta de
abertura das folhas:
abcesso
Cloro Branqueamento entre
veias das folhas,
queimadura nas pontas e
0,10 296 2 horas
margens, abcesso nas
folhas, danos similares ao
da ozona
Amônia Aparência verde forte, -20 -14000 4 horas
tornando-se marrom ou
verde comum ao secar.
Pode ocorrer
escurecimento geral em
algumas espécies
Ácido Clorídrico Necrose tipo ácida, -5 -10 -11200 2 horas
queimadura de pontas em
algumas espécies,
necrose da margem de
folhas de plantas tipo
folhas largas
Gás Sulfídrico Chamuscamento dorsal e 20 28000 5 horas
marginal
Ácido Sulfúrico Pontos necróticos na
superfície superior da
folha, similar as lesões de - - -
compostos ácidos ou
básicos

Várias plantas são sensitivas aos poluentes do ar. Algumas são usadas como
indicadores de poluição do ar porque elas demonstram um tipo característico de dano
para cada poluente específico.

3.3.5. Repercussões econômicas da poluição do ar

Custo das perdas econômicas devidas à poluição do ar: corrosão de metais;


enfraquecimento de tecidos; suja roupas; desgasta edifícios; danifica a vegetação e a
fauna; reduz visibilidade; nociva a saúde, etc.

Como exemplo tomaremos o caso da usinas termelétricas. A poluição provocada por


elas será maior ou menor dependendo da qualidade do combustível a ser utilizado. No
caso do carvão mineral importado, de melhor qualidade do que o nacional, os riscos
de poluição podem ser reduzidos de 30 a 90%, dependendo dos equipamentos
antipoluentes utilizados. O custo de produção de energia aumentaria 10% para uma

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redução da poluição em 30%, e em 60% para reduzir em 90%. O controle ambiental,


neste caso, pode representar cerca de 30 a 35% do custo total de uma termelétrica,
nos EUA. Na Alemanha, o controle ambiental acresce em 47% o custo de capital
básico das usinas, sendo 19% atribuídos ao controle de dióxido de enxofre (SO2); 9%
ao controle de óxidos de nitrogênio (NOx); 6% ao controle de material particulado; 6%
ao tratamento de efluentes e 7% ao controle de ruído, tratamento de rejeitos sólidos e
outros controles. Hoje, apenas 5% da energia utilizada no Brasil é proveniente destas
usinas.

Apesar de ser considerada como uma fonte de “energia limpa” as hidrelétricas exigem
o alagamento de extensas regiões, principalmente em áreas planas, como na
Amazônia. Se considerarmos um fator para medir a área alagada por potência (Watt)
gerada, a relação é muito variável: Em Tucuruí, por exemplo, foi necessário alagar
uma área de 2.430 km2 para conseguir uma potência de 3.960 Mwatts (megawatts).
Em outras palavras, foi preciso inundar uma área de 24,5 m2 para acender uma
lâmpada de 40 watts. Em Balbina, para conseguir acender uma lâmpada de 40 watts,
foi necessário alagar uma área de 400 m2. Na construção de Itaipú os impactos foram
menores: foi necessário alagar uma área de 4,5 m2 para acender uma lâmpada de 40
watts.

4. Níveis de Concentração dos Poluentes atmosféricos:


padrões de qualidade

Poluentes padrões: são os poluentes que ocorrem com grande freqüência, sendo
danosos à saúde e ao bem estar geral da população, além de comumente causarem
danos a outros receptores. São controlados através de padrões de qualidade do ar.

Um padrão de qualidade do ar define legalmente as concentrações máximas de um


componente gasoso presente na atmosfera de modo a garantir a proteção da saúde e
do bem estar das pessoas. Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos
científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos e são estabelecidos em
níveis que possam propiciar uma margem de segurança adequada.

Através da Portaria Normativa nº 348 de 14/03/90 e da Resolução CONAMA no 003 de


28/06/90 o IBAMA estabelece os padrões nacionais de qualidade do ar. No Brasil são
estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar: os primários e os secundários.

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Os Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes que,


ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como
níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se
em meta de curto e médio prazo.

São Padrões Secundários de Qualidade do Ar as concentrações de poluentes


atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da
população, assim como o mínimo dano à fauna, à flora, aos materiais e ao meio
ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de
poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.

O objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base para uma


política de prevenção da degradação da qualidade do ar. Deve ser aplicado a áreas de
preservação (por exemplo: parques nacionais, áreas de proteção ambiental, estâncias
turísticas, etc). Como prevê a própria Resolução CONAMA no003 de 28/06/90 a
aplicação diferenciada de padrões primários e secundários requer que o território
nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido. A mesma
resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classificação das áreas os
padrões aplicáveis serão os primários.

São poluentes padronizados no Brasil:


 partículas totais em suspensão;
 fumaça;
 dióxido de enxofre (SO2);
 partículas inaláveis;
 monóxido de carbono (CO);
ozônio (O3);
 dióxido de nitrogênio.

Para estabelecer um padrão de qualidade, os pesquisadores observam os efeitos que


os poluentes podem ter sobre s saúde humana, incluindo-se os danos ao ambiente e
fixam um número indicador de que a saúde não está sendo gravemente afetada.

Esses números ou padrões, são definidos por pesquisadores levando-se em conta os


valores culturais da sociedade e os conhecimentos científicos que existem, com a
viabilidade econômica e política de se implantar um determinado número ou condição.
Em todos os países, estes níveis de referência, ou valores, ou ainda padrões de
qualidade tem mudado com o decorrer dos anos.

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Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

Os padrões tem sido mais rígidos, ou menos, de acordo com a riqueza do país, e a
correlação das forças políticas e interesses dos envolvidos na discussão e fixação
destes padrões: os industriais, os empresários, os moradores, partidos políticos,
sindicatos, técnicos, legisladores, governo e outros.

CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA/1988

O capítulo dedicado exclusivamente a este tema estabelece o direito da população de


viver em um ambiente ecologicamente equilibrado; caracteriza como crime toda ação
lesiva ao meio ambiente; determina a exigência de que todas as unidades a
Federação tenham reserva biológica ou parque nacional e todas as indústrias
potencialmente poluidoras apresentem estudos sobre os danos que podem causar ao
meio ambiente. É bom frizar que ainda faz-se necessário elaborar as leis que
regulamentaram os dispositivos constitucionais.

 Resolução CONAMA N. 5/89 – Institui o PRONAR (Programa Nacional de


Controle da Qualidade do Ar).
 Resolução CONAMA N. 18 de 6 de maio de 1986 – Estabelece o PROCONVE
( Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores).
 Resolução CONAMA N. 8/90 – Estabelece limites máximos de emissão de
poluentes do ar (padrões de emissão) em fontes fixas de poluição.

LEGISLAÇÃO FEDERAL

Leis, decretos e portarias → (P2) Poluição do ar → (P2/330 - sumário)


Padrões de qualidade do ar (P2/382) - Portaria no 231 de 27/04/76. Ver: Portaria
Normativa no 348 de 14/03/90 - IBAMA que modifica a primeira Exemplos:
Portaria MINTER no 100 de 14/07/80: fumaça veículos óleo diesel
Instrução normativa MINTER no /81: referente a portaria no 100
Portaria MINTER no 92 de 19/06/80: emissão de sons e ruídos
Lei no 6803 de 02/07/80→ver art. 9, item I (P2/337)
Lei no 6938 de 31/08/81→Política Nacional do Meio Ambiente e Conama
(P2/341)
Poluição sonora→Portaria 92 de 19/06/80 (P2/389)
Resolução CONAMA no 7 de 16/09/87: regula a comercialização de produtos a
base de AMIANTO→ produz MP prejudicialmente à saúde (P5).

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OBS: As resoluções do CONAMA podem ser atualizadas mediante pesquisa na


INTERNET.

4.1. Padrões de Emissão

No Brasil, existem poucos padrões de emissão definidos. Usualmente, estes padrões


contemplam preferencialmente poluentes gerados em combustão, tais como CO, CO2
e SOx.

Legislação Federal – alguns exemplos

 Portaria nº 231/1976 - Ministério do Interior estabelece os Padrões Nacionais


de Qualidade do Ar para material particulado, dióxido de enxofre, monóxido de
carbono e oxidantes. Os padrões de emissão serão propostos pelos Estados.
 Portaria nº 100/1980 - Ministério do Interior: estabelece os limites de emissão
para fumaça preta para veículos movidos a diesel. O limite de emissão a
altitudes acima de 500m , o Ringelmann nº 3 (60%). Abaixo de 500 m e para
frotas com circulação restrita à área urbana em qualquer altitude, o limite é o
Ringeimann nº 2 (40%).
 Resolução 507/1976 - Ministério da Justiça: estabelece os limites de emissão
do cárter para os novos veículos a gasolina.
 Resolução CONAMA nº 018/86, de 06/05/86, que estabelece os limites
máximos de emissão para motores e veículos novos, bem como as regras e
exigências para o licenciamento para fabricação de uma configuração de
veículo ou motor e para a verificação da conformidade da produção.
 Resolução CONAMA nº 008/90 de 06/12/90, que estabelece limites máximos
de emissão de poluentes no ar para processos de combustão externa em
fontes novas fixas com potências nominais até 70 MW e superiores.
 Portaria IBAMA nº 1937/90, que disciplina o controle de emissão para
veículos importados.
 Lei Federal nº 8723 de out/93, que estabelece os critérios básicos, prazos e
limites de emissão para veículos novos e convertidos, define o percentual de
álcool na gasolina e incentiva o planejamento dos transportes como meio de
controle ambiental.
 Resolução CONAMA nº 03/89, que estabelece os métodos de medição e os

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Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

limites de emissão de aldeídos para veículos leves novos a álcool.


 Resolução CONAMA nº 04/89, que estabelece metas para o
desenvolvimento do método de medição da emissão de álcool em veículos.
 Resolução CONAMA nº 06/93, que estabelece a obrigatoriedade dos
fabricantes e importadores de veículos disporem de procedimentos e infra-
estrutura para a divulgação sistemática das especificações de regulagem e
manutenção dos motores e sistemas de controle de poluição.
 Resolução CONAMA nº 07/93, que estabelece os padrões de emissão e
procedimentos de inspeção para veículos em uso, bem como os critérios para
a implantação dos Programas de I/M.
 Resolução CONAMA nº 08/93, que estabelece novos prazos e limites de
emissão para veículos novos (pesados em geral, leves a diesel e importados),
bem como recomenda as especificações do óleo diesel comercial necessárias
ao controle ambiental.
 Resolução CONAMA nº 16/93, que regulamenta a Lei nº 8723, ratificando as
exigências das Resoluções CONAMA emitidas anteriormente sobre o assunto.
 Resolução CONAMA no 342, de 09/03: São estabelecidos novos limites para
emissões de gases poluentes por ciclomotores, motociclos e veículos
similares novos.

No caso de tratamento térmico de resíduos, há legislação definida pelo CONAMA para


a emissão de poluentes. A Resolução CONAMA 317, de outubro de 2002, estabelece:

Tabela 04: Padrões de emissão para tratamento térmico de resíduos e cadáveres (CONAMA
317/03).
Padrão de
Poluente
emissão (Nm3/h)
Material Particulado 70
Cádmio, Mercúrio e Tálio 0,28
Arsênio, Cobalto, Telúrio, Níquel,
1,4
Selênio
Antimônio, Chumbo, Cromo, Cianetos,
Cobre, Estanho, Fluoretos, Manganês, 7,0
Platina, Paládio, Ródio, Vanádio
SOx 280
NOx 560
CO 100 ppm
Compostos Organoclorados 80
compostos fluorados inorgânicos 5
Dioxinas e Furanos 0,0000005

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CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

Quando não existirem padrões de emissão definidos pela legislação brasileira, o órgão
de controle ambiental estadual pode:

 Definir um padrão de emissão com base em padrões estabelecidos por


legislações de outros países (por exemplo, os padrões definidos nos Estados
Unidos pelo NESHAP: National Emissions Standards for Hazardous Air
Pollutants);
 Definir um padrão de emissão com base nos resultados de avaliação da
qualidade do ar na região;
 Definir um padrão de emissão com base em estudos de risco;
 Definir um padrão de emissão com base com base na eficiência do
desempenho do equipamento de controle de poluição.

5. Valores Limiares de Tolerância

São muitos os poluentes que resultam de operações e processos industriais. O


organismo humano, os animais e os vegetais podem vir a ser gravemente afetados,
caso o grau de concentração desses poluentes no ar venha a ultrapassar certos
limites de tolerância.

Na prática, não existe a pretensão de se alcançar uma purificação total do ar, mas
atingir um grau de pureza que não ofereça riscos à saúde e à ecologia nem a médio
nem a longo prazo.

Pesquisas quanto à suscetibilidade dos organismos à ação de agentes poluentes têm


sido e continuam sendo levadas a efeito por várias organizações de Saúde Pública e
higienistas em todo o mundo.

O levantamento das observações e os resultados apurados permitiram a elaboração


de tabelas indicativas dos limites de tolerância do organismo humano a um
considerável número de poluentes industriais.

Assim, por exemplo, a American Conference of Governmental Industrial Hygienists


(ACGIH) publica periodicamente uma tabela dos chamados valores limiares de
tolerância (threshold limit values — TLV). A definição correta dos limiares de tolerância
permitirá o cálculo do limite total permissível de emissão de um determinado poluente.

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CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

A partir daí poderão ser estudados os métodos de redução da emissão, da coleta dos
poluentes, do tratamento para a purificação do ar e estabelecidos sistemas de controle
do teor do poluente.

O Valor do limiar de tolerância (VLT) corresponde a uma concentração média de


substâncias suspensas ou dispersas no ar de um certo ambiente de trabalho, em um
determinado intervalo de tempo, e que representa condições para as quais se pode
presumir com certa segurança que quase todos os trabalhadores possam estar
expostos a esse ar sem que ocorra a manifestação de um efeito adverso em seu
organismo.

Existem três valores limiares de tolerância mais conhecidas e que são:

 TLV-TWA (Threshold Limit Value — Time Weighted Average). Corresponde a


concentrações ponderadas pelo tempo, para uma jornada de trabalho de 8
horas e uma semana de trabalho de 40 horas e para as quais todos os
trabalhadores podem ser expostos repetidamente, dia após dia, sem efeito
adverso.
 TLV-STEL (Threshold Limit Value - Short Term Exposure Limit). É a
concentração para a qual os trabalhadores podem ser expostos
continuadamente, por um curto intervalo de tempo, sem sofrerem:
1. Irritação das mucosas e da pele;
2. Dano crônico ou irreversível de qualquer tecido;
3. Narcose em grau tal que possa aumentar a possibilidade de um
acidente ou reduzir a capacidade de autodefesa, ou ainda, o rendimento no
trabalho.
Trata-se de um parâmetro que suplementa mas não exclui o TLV-TWA e se
aplica a casos em que se saiba que existem conseqüências graves provocadas
por substâncias cujos efeitos são primária e normalmente de natureza crônica.
Um STEL se define como a concentração durante um intervalo de tempo de 15
minutos e que não deve ser excedida em nenhum tempo durante um dia,
supondo que a concentração ponderada diária esteja dentro dos limites de
TLV-TWA.
As exposições correspondentes ao STEL não devem exceder 15 minutos e não
podem ser repetidas mais de quatro vezes ao dia. Deve haver pelo menos 60
minutos entre duas exposições sucessivas de um STEL.

31
CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

 TLV-C (Threshold Limit Value-Ceiling). Vem a ser a concentração que não


deverá ser excedida em qualquer tempo da jornada de trabalho. Corresponde
pois a um "teto" ou limite superior que não deve ser atingido. Sempre que
possível, devem ser realizados estudos aprofundados para a fixação dos
limites de tolerância, uma vez que a capacidade de defesa e a resistência dos
organismos variam muito e é sempre conveniente trabalhar-se com boa
margem de segurança.
Segundo a entidade que publica os valores, os TLVs devem ser usados como
guias no controle do risco à saúde e não como se constituíssem limites
precisos entre concentrações seguras e perigosas.
Para o ar ambiente exterior à indústria, respirado pela população na
vizinhança, os valores devem ser muito mais baixos, pois o ar poluído será
respirado durante as 24 horas do dia.

A Tabela do anexo 01 indica os valores dos TLV-TWA e TLV-STEL para os casos de


alguns produtos químicos mais usuais.

Além da tabela de TLV como indicação do limite de tolerância dos organismos a uma
substância ou produto químico, encontram-se tabelas que aplicam outras referências
baseadas na experiência das entidades que as publicaram ou na de seus autores. As
mais conhecidas são:

 Toxic limits (TL) — da United States Public Health Service (USPHS);


 Maximum acceptable concentration (MAC) — concentração máxima aceitável,
da American Standard Association (ASA);
 Recommended maximum concentration (RMC) — concentração máxima
recomendada, da American Industrial Hygiene Association (AIHA);
 Hygienic Standard for Daily Inhalation — Padrões higiênicos para a inalação
diária, do Dr. Henry Field Smith Jr.

5.1. Cálculo do limite de tolerância

As concentrações limites (Threshold Limit Values -TLV) são publicadas anualmente


pelo American Conference of Governamental Industrial Hygienists. Os valores acima
mencionados tem origem nestas publicações.

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CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

A NR-15 nos oferece limites de tolerância para muitos produtos, em [partículas/10m ]


ou [mg/m ], ou ainda em [ppm]

Há também o valor máximo (VL) onde as concentrações obtidas nas referidas


amostragens não deverão ultrapassá-lo.

VL = FL x TLV

VL = valor máximo,
TLV = limite de tolerância,
FD = fator de estimativa de perigo

TLV (ppm ou mg/m3) FD

0–1 3
1 – 10 2
10 – 100 1,5
100 – 1000 1,25
maior que 1000 1,1

Este valor máximo indica, de uma maneira prática que há uma situação de risco grave
e iminente.

Porém num determinado ambiente pode haver mais de um contaminante e neste caso
faz-se necessário verificar o efeito cumulativo dos mesmos. Determina-se então a
concentração de cada substância e seu limite de tolerância. Não podendo somar
concentrações, pois não podemos especificar TLV para uma mistura, usamos a
seguinte fórmula:

Caso este somatório seja maior ou igual a uma concentração da mistura atingiu seu
limite.

6. Fundamentos de Toxicologia

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CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

Toxicologia é o estudo das ações nocivas de substâncias químicas sobre os


mecanismos biológicos.

Atualmente, a Toxicologia engloba uma multiplicidade de enfoques e integra uma série


de conhecimentos que reforça seu caráter multidisciplinar e faz com que haja um
aporte de capacitações e tecnologias que integram a construção de seu conhecimento
(Figura 4).

Figura 04 – Natureza multidisciplinar da toxicologia

O que nos interessa neste estudo é a toxicologia ambiental industrial. A toxicologia


ambiental é o ramo da toxicologia que trata da exposição casual do tecido biológico do
homem a produtos químicos basicamente poluentes do seu ambiente e de seus
alimentos. É o estudo das causas, condições, efeitos e limites de segurança, para tais
exposições. Trata da poluição, dos resíduos e da higiene industrial.

Toxicidade é a propriedade de uma substância que se manifesta em ambiente


fisiológico vivo, produzindo uma alteração indesejável do mesmo. Em outras palavras,
é a propriedade de uma substância sob cuja ação pode vir a ocorrer dano a um
organismo.

Sinergismo é o aumento de toxicidade acima daquela comumente verificada e que


ocorre quando o agente tóxico é aplicado em combinação com outras substâncias.

Antagonismo é uma ação oposta à toxicidade e pode ocorrer quando duas ou mais
substâncias estão presentes no organismo. A ação antagônica pode resultar na

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CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

completa neutralização e eliminação dos efeitos tóxicos, ou a toxicidade pode ser


apenas parcialmente reduzida.

6.1. Conceitos

Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de


substâncias químicas com o organismo. As características físico-químicas das
substâncias e as biológicas do organismo determinam a natureza bioquímica do efeito
nocivo. Alguns autores, entretanto, consideram que os efeitos tóxicos decorrentes da
interação do organismo com os agentes físicos também fazem parte do escopo da
Toxicologia.

Como ciência, tem por objeto de estudo a intoxicação sob todos os seus aspectos e,
na condução desse estudo, tangencia uma gama de outras ciências, com as quais, em
algum momento, se relaciona de forma transdisciplinar.

Três elementos - toxicante, toxicidade e intoxicação - constituem a tríade básica da


Toxicologia, cuja finalidade primeira é promover condições seguras de convívio entre
os agentes tóxicos e os organismos vivos, mormente o homem. Segurança significa a
probabilidade de uma substância não produzir dano sob determinadas condições de
exposição e, conseqüentemente, o conceito recíproco, risco, é a probabilidade de uma
substância produzir dano sob determinadas condições de exposição. Quando o risco
não está sob controle, pode surgir a intoxicação, que é um desequilíbrio fisiológico
causado por substâncias químicas endógenas ou exógenas, exteriorizado por meio de
sinais e sintomas.

6.2. Objetivos, divisão, importância, finalidades, áreas de desenvolvimento e


aspectos da toxicologia

O objetivo primeiro da toxicologia é gerenciar o risco, o que constitui condição


indispensável para o estabelecimento de medidas de segurança na utilização dos
compostos químicos e que, conseqüentemente, assegura a proteção do meio
ambiente e da saúde humana.

O gerenciamento do risco pressupõe sua caracterização, o que é feito pelo


conhecimento da toxicidade inerente à substância e pela expressão dessa toxicidade,
determinada pelas condições de exposição e de avaliação mensurável das relações,

35
CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

as quais podem ser transformadas em índices que possibilitem a vigilância da


exposição.

Em todas as situações há sempre um risco relacionado à exposição, o que confere um


caráter abrangente à Toxicologia. Dessa forma, várias áreas do conhecimento, de
algum modo, apresentam interface com a produção do conhecimento toxicológico, que
pode ser dividido didaticamente em cinco grandes áreas: Toxicologia Ambiental; de
Alimentos; de Medicamentos e Cosméticos; Ocupacional; e Social.

6.3. Toxicologia Ambiental (Ecotoxicologia)

A Toxicologia Ambiental e a Ecotoxicologia são termos que os autores têm empregado


para descrever o estudo científico dos efeitos adversos causados aos organismos
vivos pelas substâncias químicas liberadas no ambiente. Há uma tendência em utilizar
a expressão Toxicologia Ambiental somente para os estudos dos efeitos diretos das
substâncias químicas ou xenobióticos ambientais sobre os seres humanos e o termo
Ecotoxicologia apenas para os estudos dos efeitos desses compostos sobre os
ecossistemas e seus componentes não humanos, entretanto, tal distinção é bastante
artificial. Os seres humanos não estão isolados de seu ambiente natural; eles estão no
topo de muitas cadeias alimentares e há poucos ecossistemas nos quais a espécie
humana não está envolvida.

De maneira geral, utiliza-se o termo Toxicologia Ambiental para a área da Toxicologia


em que se estudam os efeitos nocivos causados pela interação de agentes químicos
contaminantes do ambiente - água, solo, ar - com organismos humanos, enquanto
Ecotoxicologia é empregado para relacionar os efeitos tóxicos das substâncias
químicas e dos agentes físicos sobre os organismos vivos, especialmente nas
populações e nas comunidades de um ecossistema definido, incluindo os caminhos da
transferência desses agentes e sua interação com o ambiente. Qualquer que seja a
terminologia empregada, essa área do conhecimento toxicológico tem por
preocupação o estudo das ações e dos efeitos nocivos de substâncias químicas,
quase sempre de origem antropogênica. sobre os ecossistemas. Deve-se ressaltar
que o surgimento de uma substância química ou a manifestação de um efeito tóxico
pode ocorrer num ponto distante do local de introdução inicial do tóxico no ambiente.

36
CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

7. Bibliografia

 Botkin, Daniel B.; Keller, Edward A. Environmental Science: Earth as a


Living Planet. EUA, 2000, Editora John Willey & Sons.
 Boubel, Richard W; Fox, Donald L.; Turner, Bruce D.; Stern, Arthur C.
Fundamentals of Air Pollution. Terceira Edição, Ed. Academic Press.
 Braga, Benedito. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo, 2005, Ed.
Prentice Hall.
 Cooper, C. David; Alley, F.C. Air Pollution Control – A Design Approach.
Illinois, USA, Waveland Press, 2002.
 CRC Press LLC. Environmental Engineer’s Handbook. 2a Edição
 http://www.amda.org.br/
 http://www.quimtec.hpg.ig.com.br/polatm12.htm
 Lisboa, Henrique de Melo. Apostilas do curso “Controle da Poluição
Atmosférica”. Universidade Federal de Santa Catarina, 2005.
 Lora, Electo Eduardo Silva. Prevenção e Controle da Poluição nos Setores
Energético, Industrial e de Transporte. Rio de Janeiro, 2002, Editora
Interciência.
 Macintyre, A. J. Ventilação industrial e controle da poluição. Ed.
Guanabara, Rio de Janeiro
 Oliveira, Jaime Medeiros de. Noções de Ventilação Industrial.
 Philippi Jr., Arlindo; Romero, Marcelo de Andrade; Bruna, Gilda Collet;
(editores). Curso de Gestão Ambiental. São Paulo, 1a edição, 2004, Ed.
Manole.
 Schnelle, Jr., Karl B. Brown, Charles A. Air Pollution Control Technology
Handbook. 2002, Editora CRC.
 Sobrinho, Fernando Vieira. Ventilação Local Exaustora em Galvanoplastia.
São Paulo, FUNDACENTRO, 1996.
 Souza, Aurora Mariana Garcia de França. Apostilas do curso “Controle de
Poluição de Gases e Ar”. Uniararas, 2006.

37
CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

Anexo 01
Valores limites máximos para poeiras, fumaças e neblinas tóxicas, segundo a ACGIH
— American Conference of Governamental Industrial Higienists

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CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

TLV-TWA TLV-STEL
3
Substâncias ppm mg/m ppm mg/m3
Acetaldeído 100 180 150 270
Acetato de etila 400 1.400

Acetato de metila 200 610 250 760


Acetato de vinila 10 30 30 60
Acetato n-propil 200 840 250 1.050
Acetona 750 1.780 1.000 2.375
Acetonitrila 40 70 60 105
Ácido acético 10 25 150 270
Ácido tricloroacético 1 7

Ácido fórmico 5 9

Ácido crômico e cromatos 0,5

Ácido fosfórico — 1 3
Ácido nítrico 2 5 4 10
Ácido pícrico (efeito sobre a pele) — 0,1 — 0,3
Ácido sulfúrico — 1

Acetileno (tetrabrometo de) 1 15 1,5 20


Acroleína (aldeído acético) 0.1 0,25 0,3 0,8
Acrilato de etila (pele) 5 20 25 100
Acrilato de metila (pele) 10 35

Álcool alílico (pele) 2 5 4 10


Álcool n-butílico (pele) 50 150 —

Álcool etílico (etanol) 1.000 1.900

Álcool metílico (metanol) (pele) 200 260 250 310


Álcool propílico (pele) 200 500 250 1.050
Aldrin (hexacloro) (pele) — 0,25 0,75

Amônia 25 18 35 27
Anidrido acético 5 20 —

Anilina (pele) 2 10 5 20
Antimônio — 0,5

Arsenato de chumbo — 0,15

Arsênico e compostos — 0,2


Arsina 0,05 0,2

Bário (compostos solúveis) — 0,5

Benzeno (benzol) (pele) 10 30 25 75


Benzila, cloreto de 1 5

Berílio — 0,002

Bióxido de carbono (C02) 5.000 9.000

Boro, oxido de — 10 20
Brometo de metila (pele) 5 20 15 60
Brometo de hidrogênio (ácido bromídrico) 3 10 —

Bromofórmio (pele) 0,5 5 —

Butadieno (1,3 butadieno) 1.000 2.200 1.250 2.750


Butilamina (pele) (valores teto) 5 15 —

Butano 800 1.900

Cádmio, oxido de (fumo) — 0,05 0,2

Cálcio, carbonato de — 20

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Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

TLV-TWA TLV-STEL
3 3
Substâncias ppm mg/m ppm mg/m
Cálcio, oxido de — 5
Cânfora 2 12 3 18
Carbono, sulfeto de 20 30
Carbono, monóxido de 50 55 400 440
Celosolve (2 etoxietanol) 200 740 —
Chumbo — 0,15 0,45

Chumbo, arseniato de — 0,15
Chumbo, tetraetila (pele) — 0,1 — 0,3
Cianetos, pele — 5
Cianogênio 10 20 —
Ciclo hexanol 50 200 —
Cloreto de alila 1 3 2 6
Cloreto de etila 1.000 2.600 1.250 3.250
Cloreto de hidrogênio (ácido clorídrico) 5 7 — —
Cloreto de metila 50 105 100 205
Cloreto de metileno (diclorometano) 100 350 500 1.740
Cloreto de vinila (cloroetileno) 5 10 —

Cloro, oxido de (020) 0,1 0,3 0,3 0,9
Cloroacetaldeído (limites máximos) 1 3 — —
Clorobenzeno 75 350 — —
Clorodifenil (54% cloro) 0.5 1 — —
Cloroetileno (cloreto de vinila) 5 10 — —
Clorofórmio (triclorometano) 10 50 50 225
Cloroprene 10 35 —

Cobalto — 0,1 — —
Cobre (fumos) — 0.2 — —
Cianamida — 2 — —
Cobre (poeiras e neblinas) 1 — — 2
Cromo 0.5 — — —
Cresol (e todos os isômeros) (pele) 5 22 — —
DDT [2.2-bis(p-clorofenil)-tricloroetano] (pele) — 1 3

Clorodifluorometano 1.000 3.500 1.250 4.350
Dicloreto de propileno 75 350 110 510
Dimetilamina 10 18 —

Dinitrobenzeno (e todos os isômeros) (pele) 0,15 1 0,5 3
Dinitrotolueno (pele) — 1,5 — 5
Dióxido de enxofre 2 5 5 10
Dióxido de nitrogênio 3 6 5 10
Dióxido de titânio — — — 20
Enxofre, hexafluoreto de 1.000 6.000 1.250 7.500
Enxofre, pentafluoreto de 0,03 0,25 0,075 0,75

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CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

TLV-TWA TLV-STEL
3 3
Substâncias ppm mg/m ppm mg/m
Estanho (compostos inorgânicos) — 2 —

Estanho (compostos orgânicos) — 0,1 —

Estricnina 0,15 — 0,45

Etanol (ver álcool etílico)
Éter etílico 400 1.200 500 1.500
Éter isopropílico 250 1.050 310 1.320
Etila, brometo de 200 890 250 1.110
Etila, cloreto de 1.000 2.600 1.250 3.250
2 Etoxietanol (pele) 5 19 — —
Fenil-hidrazina (pele) 5 20 10 45
Fenol (pele) 5 19 10 38
Ferrovanádio, poeiras de — 1 3

Flúor 0.1 0.2 — —
Fluoreto de hidrogênio (ácido fluorídrico) 3 2,5 6 5
Fluoretos — 2.5 — —
Fosgênio 0,1 0.4 — —
Formaldeído 1 1.5 2 3
Fósforo (amarelo) — 0.1 — 0.3
Fósforo (tricloreto de) 0,2 1,5 0,5 3
Gás carbônico (C02) 5.000 9.000 15.000 27.000
Fumos de oxido de magnésio — 10 — —
Furfural (pele) 2 8 10 40
Gasolina 330 900 500 1.500
GLP 1.000 1.800 1.250 2.250
Hexana (n-Hexane) 50 180 — —
Hexona (metil-isobutil-cetona) 100 410 —

Hidrazina (pele) 0,1 0,1 — —
Hidróxido de sódio ou potássio — 2 — —
Iodo 0,1 1 — —
Isocianeto de metileno biofenil (MDI) 0,02 0,05 —

Lítio, hidreto — 0,025 — —
Magnésio, fumos de oxido de 10 — —

Manganês 5
Mercúrio (compostos orgânicos) (pele) — 0,05 —
Metilmercaptan 0,5 1 — —
Metilcelosolve (pele) 25 80 — —
Molibdênio (compostos insolúveis) — 10 — 20
Molibdênio (compostos solúveis) — 5 — 10
Monocloreto de enxofre 1 6 3 18
Naftaleno 10 50 15 75
Neblina de óleo (mineral) — 5 — 10

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CURSO À DISTÂNCIA – VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
Módulo 01 – Introdução e Conceitos Fundamentais

TLV-TWA TLV-STEL
3 3
Substâncias ppm mg/m ppm mg/m
Nicotina (pele) — 0,5 — 1,5
Níquel carbonila (como Ni) 0,05 0,35 — —
Nitrobenzeno (pele) 1 5 2 10
Nitrogênio, dióxido de 3 6 5 10
Nitroglicerina (pele) 0,05 0,5 — —
Nitrotolueno, pele 2 11
Oxido de cálcio — 2 —
Oxido de cloro (C120) 0,1 0,3 0,3 0,9
Oxido de etileno 1 2 —
Oxido de propileno 20 50
Oxido de zinco (fumos) — 5 — 10
Ozônio 0,1 0,2 0,3 0,6
Percloroetileno (tetracloroetileno) 50 335 200 1.340
Pentacloreto de fósforo 0,1 1
Pentaclorofenol (pele) 0,1 0,5 1,5

Pentafluoreto de enxofre 0,03 0,25 0,075 0,75
Peróxido de hidrogênio, 90% 1 1,5 2 3
Piretro — 5 — 10
Piridina 5 15 10 30
Platina (sais solúveis) — 0,002
Propileno, dicloreto de 75 350 110 510
Quinona 0,1 0,4 0,3 1
Sódio, hidróxido de 2
Sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico) 10 14 15 21
Sulfeto de carbono 10 30 —
Sulfuril, fluoreto de 5 20 10 40
Tetracloreto de carbono 5 30 20 125
Titânio, dióxido de — 20
Tolueno (toluol) 100 375 150 560
Triclorometano (clorofórmio) 10 50 50 225
Tricloreto de fósforo 0,2 1,5 0,5 3
Trinitrotolueno (pele) 0,5 — — 3
Urânio (compostos solúveis e insolúveis) 0,2 — 0,6

Vanádio (V2Os — fumos) — 0,05 — —

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