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AVALIAÇÃO DE RISCOS
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................... 3
6. A AVALIAÇÃO DE RISCOS.............................................................................................................................. 29
6.1. A ANALISE DE RISCOS................................................................................................................................ 29
6.1.1. Técnicas de Análise de Riscos.................................................................................................................. 31
6.1.1.1 – Classificação e escolha das Técnicas.................................................................................................. 41
6.2. A VALORAÇÃO DO RISCO.......................................................................................................................... 44
6.2.1 Critérios Para A Aceitabilidade Do Risco (Fischhoff) ............................................................................. 45
6.2.2. A Hierarquização De Riscos .................................................................................................................... 47
6.2.3 Métodos quantitativos ............................................................................................................................... 48
6.2.4 Métodos Qualitativos ................................................................................................................................ 49
6.2.5 Métodos Semi-Qualitativos ....................................................................................................................... 54
7. PRINCIPIOS GERAIS DA AVALIAÇÃO DE RISCOS .................................................................................. 57
AVALIAÇÃO DE RISCOS
AVALIAÇÃO DE RISCOS
É o processo dinâmico dirigido a estimar a magnitude do risco para a saúde e a segurança dos
trabalhadores no trabalho, tendo em vista obter a informação necessária para que o
empregador reúna as condições para uma tomada de decisão apropriada sobre a necessidade
de adoptar medidas preventivas e sobre o tipo de medidas que deve adoptar.
Antes de continuar, é de salientar que neste trabalho serão abordados alguns aspectos,
nomeadamente os históricos, que não têm influência directa nas Técnicas de Avaliação de
Riscos, mas que lhe dão o devido significado e enquadramento dentro da Higiene e Segurança
no Trabalho.
Com efeito, A AVALIAÇÃO DE RISCOS não pode ser apresentada de forma desgarrada,
relativamente à grande realidade em que está inserida, sendo apenas um dos aspectos a
considerar dentro de uma realidade muito maior que é a GESTÃO DE RISCOS.
Desta forma a primeira abordagem é feita pelo todo, só depois se passando ao tema que é o
objecto final deste trabalho;- A AVALIAÇÃO DE RISCOS
AVALIAÇÃO DE RISCOS
1. INTRODUÇÃO
Os riscos presentes no local de trabalho podem produzir danos irreparáveis aos equipamentos,
bem como ocasionar graves lesões, ou até mesmo mortes aos trabalhadores e às
comunidades vizinhas, fora dos limites das suas instalações.
Ao longo das últimas décadas muitos são os exemplos de acidentes cujos reflexos
económicos, humanos e ambientais ultrapassam os limites das suas instalações, afectando o
meio ambiente circundante. O quadro seguinte apresenta alguns acidentes do sector Industrial
com consequências catastróficas.
Alguns acidentes graves.
Cidade do México
1984 Fuga de GLP seguida de BLEVE* cerca de 550
(México)
1
BLEVE ou "Bola de Fogo" é uma combinação de incêndio e explosão, com uma emissão
intensa de calor radiante, num intervalo de tempo muito pequeno. O fenómeno pode ocorrer,
por exemplo, num tanque no qual um gás liquefeito é mantido abaixo de seu ponto de ebulição
atmosférico. Se houver uma fuga num tubo de pressão, devido a uma falha estrutural, por
exemplo, a maior parte de seu conteúdo, é expelido sob a forma de uma mistura turbulenta de
gás e líquido, que se expande rapidamente, dispersando-se no ar sob a forma de nuvem. A
ignição dessa nuvem gera a "Bola de Fogo", que pode causar danos materiais e queimaduras a
centenas de metros de distância, dependendo da quantidade de gás liquefeito envolvida.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Além do mais, com a evolução do tecido social, temas ligados às áreas ecológicas e de
acidentes do trabalho passaram a fazer parte das preocupações públicas e consequentemente,
das autoridades governamentais.
Como consequência, as indústrias foram obrigadas a examinar com mais acuidade os efeitos
das suas operações
A origem da Gestão de Riscos confunde-se com a própria evolução da prevenção. Dentro dela
estão aglutinados todos os aspectos apresentados por diversas filosofias de prevenção que
surgiram ao longo dos tempos.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Nos Estados Unidos e nalguns países europeus, a Gestão de Riscos (Risk Management)
surgiu há aproximadamente 40 anos, logo após a Segunda Guerra Mundial, e tem vindo a ser
sustentada e aprimorada pela acção conjunta de empresários, trabalhadores e organizações
governamentais.
As profundas alterações tecnológicas provocadas por esse fenómeno, deram início aos
grandes processos de industrialização, substituindo o trabalho humano pela máquina. Esta
realidade veio criar condições e procedimentos de trabalho verdadeiramente desumanos.
Através das campanhas de melhoramento social, que surgiram com as leis da segurança
social, foi introduzido o trabalho sistemático e a legislação fabril. Karl Marx, afirma, no seu livro
Das Kapital, que "essa legislação foi a primeira tentativa deliberada e sistemática, por parte da
sociedade, para controlar o movimento básico do seu próprio evolucionismo".
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Segundo CARDOSO, essa legislação não resolvia senão uma parcela mínima dos problemas
e, portanto, foi seguida por leis complementares, em geral pouco eficientes devido à pressão
dos empregadores.
Em 1931, H.W. Heinrich, que pertencia a uma companhia de seguros dos Estados Unidos,
publicou um estudo onde afirmava existir uma relação de 4:1 entre os custos indirectos e os
custos directos dos acidentes, sendo a sua pesquisa fundamentada em dados médios da
indústria americana da década de 20. No mesmo estudo, Heinrich lançou a ideia de acidentes
com danos à propriedade, ou melhor, acidentes sem lesão.
Até ao momento em que foi veiculada a ideia de acidentes sem lesão não existia qualquer tipo
de preocupação com outro tipo de custos que não os pessoais, não era dada nenhuma
atenção aos danos materiais e ambientais e existia um total desconhecimento da “mecânica”
dos acidentes. Este desconhecimento devia-se sobretudo à ausência de colaboração e de
participação dos escalões inferiores da organização.
Heinrich definiu acidente como todo evento não planeado, não controlado e não desejado que
interrompe uma actividade ou função. As proporções entre os tipos de acidentes, encontradas
por Heinrich, são apresentadas pela figura abaixo.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Posteriormente, R.P. Blake analisou os resultados e, junto com Heinrich, formulou alguns
princípios e sugestões. De entre outros defendiam que as empresas deveriam promover
medidas tão importantes ou mais do que aquelas que visassem apenas a protecção social dos
seus empregados, ou seja, as empresas deveriam evitar a ocorrência de acidentes.
Em 1947, R.H. Simonds propôs um método para cálculo do custo de acidentes, que enfatizava
a necessidade de se realizar estudos - piloto, sobre os custos associados a quatro tipos de
acidentes: lesões incapacitantes, casos de assistência médica, casos de primeiros socorros e
acidentes sem lesões.
Simonds também propôs a substituição dos termos custo directo e custo indirecto por custo
segurado e custo não – segurado, respectivamente, muito utilizados hoje em dia em gestão de
riscos.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
em acidentes com danos materiais e U$ 7.100 milhões em acidentes com danos pessoais nos
últimos dois anos
È Também durante esta década, que surge a denominada "terceira onda industrial", iniciada
pelo Dr. W. Eduard Deming, em 1950, no Japão, com sua teoria de excelência na qualidade.
Deming, ensinou aos japoneses a maneira de organizar e dirigir as suas indústrias,
"...aplicando, de forma rigorosa, o conceito de qualidade nos produtos e serviços...".
O primeiro deu maior ênfase aos aspectos técnicos que controlavam os níveis de exposição a
agentes físicos e químicos, enquanto que, na Europa, o caminho seguido se destacou por uma
dedicação maior ao diagnóstico e aos aspectos clínicos da protecção da saúde.
Em 1966, Frank E. Bird Jr. publicou os resultados de seu estudo efectuado na siderúrgica
Luckens Steel, com mais de 5000 trabalhadores, situada na Filadélfia, onde analisou 90.000
acidentes ocorridos nos 7 anos anteriores. Os resultados obtidos por Bird são apresentados na
figura seguinte.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Bird apresentou, com base em dados e projecções estatísticas e financeiras, a sua teoria de
Controlo de Danos. Esta teoria tinha, como finalidade principal, reduzir ou eliminar as perdas
dos acidentes com danos materiais, sem descuidar os acidentes com danos pessoais.
Este estudo, além de contar com dados mais precisos e representativos que os obtidos
anteriormente por Bird, introduzia também nas estatísticas os números dos "quase –
acidentes".
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Os estudos desenvolvidos, até então, tanto por Bird e por Fletcher, abordavam apenas as
práticas administrativas sendo negligenciados os problemas que exigiam uma análise técnica
mais apurada.
3. MÉTODOS E MODELOS
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Depois dele outros se seguiram, tentando, de acordo com as problemáticas próprias da época,
chegar ao modelo óptimo para a explicação dos acidentes.
Tal como já foi referido, esta foi a primeira teoria desenvolvida para efectuar a explicação do
acidente, proporcionando em simultâneo a adopção de medidas de prevenção e controlo.
Esta teoria, concebida para uma realidade de gestão de trabalho caracterizada pelo
Taylorismo, propõe uma sequência de cinco factores que se podem agrupar numa sequência
precisa.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
1 2 3 4 5
Para compreender de forma mais eficaz a definição do alvo de actuação para estabelecimento
das acções preventivas, efectua-se de seguida a clarificação de cada uma das peças do
dominó.
Dominó n.º 1
Da mesma forma que somos influenciados pelos genes, também o somos pelo ambiente social
em que nos encontramos inseridos, sendo o comportamento do individuo influenciado pelos
grupos de pessoas com se relaciona. Factores como a moda têm um impacto muito forte no
comportamento das pessoas, sendo do conhecimento geral que tal fenómeno funciona por
AVALIAÇÃO DE RISCOS
épocas, algumas delas com um carácter quase cíclico. Foi a época das mini saias, dos hipies,
dos cabelos compridos, etc., …
Dominó n.º 2
Dominó n.º 3
A causa mecânica – também apresentada como actos inseguros, diz respeito às falhas
materiais existentes no ambiente de trabalho. Quando o equipamento não apresenta protecção
para o trabalhador, quando a iluminação do ambiente de trabalho é deficiente ou quando não
há boa manutenção das máquinas, os riscos de acidente aumentam consideravelmente.
Dominó n.º 4
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Dominó n.º 5
Depois de analisar as diversas peças do dominó, e de acordo com Heinrich, verifica-se que a
peça determinante e o principal alvo da acção preventiva é a 3ª. Esta opção justificar-se-ia,
ainda, pelo facto de ser impossível exercer acção quanto aos factores respeitantes à primeira
sequência (por serem externos à empresa), difícil de realizar quanto à segunda sequência (por
se situar no plano da atitude e não dos comportamentos observáveis) e dificilmente assertiva
quanto à quarta e quinta sequências, por se atribuir carácter fortuito ao dano, não se dispondo
de referências para equacionar o exercício de uma actividade de controlo de emergência para
esse momento.
Assim, a intervenção deve, segundo esta teoria, centrar-se na 3ª peça do dominó, dado que é a
única causa controlável pela empresa/organização.
A figuração da teoria com a queda sucessiva das peças de um dominó explica o processo
causal do acidente.
Pela observação da figura é possível verificar que, ao retirar uma das peças da sequência o
acidente termina, não progride. Esta actuação só é possível de efectuar na peça n.º 3, tal como
já se verificou.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
5. As quatro razões básicas para a ocorrência de actos inseguros, ( (1) atitude imprópria;
(2) falta de conhecimentos ou de capacidades; (3) inaptidão física; (4) ambiente
mecânico ou físico desadequado.) providenciam um guia para a selecção de medidas
correctivas apropriadas.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
1. Falta de controlo/gestão;
2. Causas básicas/origens;
3. Causas imediatas/sintomas;
4. Acidente/contacto;
5. Danos/perdas
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Causas imediatas
Falta de controlo
Causas básicas
Acidente
Danos
A grande diferença entre as duas teorias reside essencialmente no facto de BIRD não centrar o
âmbito do conceito de acidente somente nas lesões pessoais, alargando os seus horizontes,
situando e direccionando a acção preventiva para o conjunto de factores que ocasionam
desperdício e ineficiência numa organização produtiva, basicamente, esta definição sequencial
evidencia a influência da gestão na relação causa/efeito de todos os acidentes.
O dominó n.º 2, na base dos acidentes encontram-se geralmente problemas que escaparam à
controlo anteriormente referenciado. Esses problemas são geralmente evidenciados através de
factores pessoais, tais como: Falta de competência ou de conhecimentos, problemas físicos ou
mentais, falta de motivação,..., ou através de factores ocupacionais tais como: Aquisição de
equipamentos inadequados, desgaste ou utilização anormal de equipamentos.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
O dominó n.º 3, principal alvo de intervenção na teoria de Heinrich, aparece aqui como base
de informação (detecção e classificação), a partir da qual se deve identificar as causas básicas
do acidente, permitindo conferir maior eficácia ao processo de controlo.
BIRD, defendia que a acção exclusiva sobre estas causas, entendidas como sintomas, podem
inibir a percepção dos problemas reais que estão por de trás do acidente, diminuindo a eficácia
das medidas de propostas para um programa de controlo.
O dominó n.º4, o acidente, que passa a abranger não apenas os danos pessoais, mas
também os danos materiais, também designados por “incidentes”. Estes são considerados de
bastante importância por serem indicadores de ineficiência dos programas de segurança e
controlo estabelecidos.
O contacto está associado ao momento em que o homem se expõe a uma fonte de energia
superior aos seus limites de resistência, a identificação desta situação permite equacionar um
conjunto de medidas de protecção, geralmente conotadas com os princípios gerais de
prevenção.
O dominó n.º 5, último da sequência, reporta-se à produção de danos e perdas, sendo que,
com o termo dano se pretende abranger as lesões sofridas pelas pessoas na sua integridade
física ou na saúde, enquanto que o termo perda se reporta a todos os tipos de dano na
propriedade
Esta teoria amplia o horizonte da analise, até então centrada somente nos acidentes, para
incidentes, doenças profissionais, afectação da saúde mental, etc. Amplia também a
intervenção preventiva para os vários domínios da gestão empresarial, sendo de referir, que a
AVALIAÇÃO DE RISCOS
atribuição da culpa aos trabalhadores deixa de ter sustentabilidade, o erro humano passa a
estar associado a uma problemática muito mais lata, a gestão.
Por último esta teoria associa o investimento na prevenção, com o aumento da motivação, da
produtividade e da qualidade.
Esta teoria foi desenvolvida tendo por base a teoria do dominó, e tal como acontece na referida
metáfora o acidente é um acontecimento explicável por numerosos factores, originados na
interacção do trabalhador com os outros componentes do processo produtivo.
Na perspectiva das teorias do dominó tais factores são agrupáveis numa sequência precisa,
enquanto que na perspectiva das teorias da causalidade múltipla, a explicação do acidente
passa por tentar identificar o maior número possível de causas para tentar compreender a
composição e a interacção dos diversos elementos que contribuem para a sua origem.
Esta teoria tem pois um carácter aleatório, ou seja, não existe uma sequência lógica e precisa
como no dominó, o acidente resulta da conjugação de falhas num dado ponto do tempo e do
espaço.
A aplicação das teorias multicausais suscitam a consideração de que o acidente ocorre num
dado ambiente técnico, organizacional e social, cuja particular forma de agregação e de
interdependência das suas diversas partes e destas com a envolvente externa pode, resultar
em diversos problemas e até factores de risco.
Nesta teoria a organização é encarada como um sistema aberto que interage com o ambiente
externo, sendo directamente influenciada por este, integrando 2 subsistemas fundamentais, o
social e o técnico.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
A base desta teoria assenta na análise do sistema organizacional interno e nas relações que
este estabelece com o meio ambiente externo. Esta perspectiva dinâmica e multidimensional
da organização constitui um avanço significativo na aproximação à compreensão dos
problemas da integração das estratégias preventivas. É o primeiro sistema que aponta as
omissões de gestão como sendo parte integrante e por vezes explicativa dos acidentes.
Esta teoria define acidente grave como sendo um desastre provocado pelo próprio homem, é
um evento concentrado no espaço e no tempo com consequências indesejáveis que ameaça a
sociedade, ou uma parte dela, em resultado do colapso da prevenção que, até então, tinha sido
socialmente aceite como adequada.
2. O Período de incubação
Refere-se à acumulação de um conjunto de eventos discrepantes, não notificados e
contidos no âmbito da probabilidade considerada aceitável.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
A acumulação deve-se a:
¾ O deficiente cumprimento da regulamentação existente;
¾ A sedimentação e assunções erróneas em função da rigidez percentual das
instituições ou das pessoas, da fixação em situações consideradas prioritárias da
sub estimação de queixas dos trabalhadores, da opinião dos não peritos, de
terceiros, …
¾ Problemas de tratamento da informação em situações complexas (fraca
comunicação entre pessoas, instruções ambíguas, fenómenos enganosos,
informação negligenciada.)
6. Reajustamento cultural
Completa-se quando são levados a cabo inquéritos ou avaliações que permitem revelar e
caracterizar os padrões dos eventos que se desenvolveram, permitindo ajustar os
normativos até então vigentes.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
AVALIAÇÃO DE RISCOS
A análise das causas dos acidentes também pode ser vista a partir da observação da
composição e dos relacionamentos entre os actores sociais no local de trabalho e do modo
como tentam agir ou defender-se face aos riscos, de acordo com as suas culturas, os
interesses de que são portadores e a informação de que dispõem.
O nível do indivíduo representa, neste contexto relacional, a autonomia que a pessoa pode ter
enquanto membro de uma organização e que está associada a características psicológicas,
cognitivas e fisiológicas próprias.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
¾ cada pessoa tem uma certa propensão para assumir riscos a qual varia de individuo
para individuo;
¾ Esta propensão é influenciada pelas potenciais recompensas resultantes da assunção
do risco;
¾ A percepção do risco é influenciada pela experiência anterior, própria ou de outros, de
perdas ocasionadas por acidentes;
¾ As decisões individuais de assumir riscos representam um acto de balanço no qual a
percepção do risco é sopesada com a propensão para assumir o risco;
¾ A perda derivada do acidente é, por definição, a consequência de assumir riscos, já que
a assunção do risco é fazer qualquer coisa que tem a probabilidade de ter uma
consequência adversa;
¾ Nesta medida, quanto mais o individuo assume o risco, maiores serão em média, quer
as perdas quer as recompensas de que pode ser alvo;
¾ A valorização das recompensas para favorecer o comportamento de risco tem, por isso,
uma larga possibilidade de produzir resultados adversos na medida em que introduz a
descompensação no balanço da gestão do risco e nos comportamentos decorrentes.
Pela mesma ordem de razões esta variável também pode oferecer uma oportunidade
de intervenção para restringir as actividades de risco se for direccionada para esse
objectivo
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Gestão de Riscos
5. Atender ao estádio da evolução técnica Controlo
6. Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo De
ou menos perigoso
Riscos
7. Planificar a prevenção com um sistema coerente
8. Priorizar a protecção colectiva relativamente à
individual
Comunicação
9. Formar, informar e consultar
De Riscos
Segundo DE CICCO e FANTAZZINI "... Gestão de Riscos é a ciência, a arte e a função que
visa a protecção dos recursos humanos, materiais e financeiros de uma empresa, quer através
da eliminação ou redução de seus riscos, quer através do financiamento dos riscos
remanescentes, conforme seja economicamente mais viável". Portanto, a gestão de riscos
procura a diminuição de erros e falhas e o estabelecimento de planos de acção e de
emergência para a mitigação de acidentes, não se restringindo apenas à administração dos
gastos com seguros, como muitas vezes é entendido.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Com fins didácticos, prefere-se a divisão do processo de gestão de riscos em duas fases
relativamente distintas: a Avaliação de Riscos e o Controlo de Riscos, cada um englobando os
procedimentos próprios e distintos.
Identificação dos
factores de risco
Analise GESTÃO
do
Estimação do Risco DE
Risco
RISCOS
Avaliação
do
Valoração do Risco Avaliação
Risco e
controlo
de
Sim Riscos
Eliminação do Risco
Risco Controlado
Não
Controlo do
Risco
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Risco - Uma ou mais condições de uma variável com potencial necessário para causar danos
como: lesões pessoais, danos a equipamentos e instalações, danos ao meio-ambiente, perda
de material em processo ou redução da capacidade de produção. A existência do risco implica
a possibilidade de existência de efeitos adversos.
Perigo - expressa uma exposição relativa a um risco que favorece a sua materialização em
danos. Se existe um risco, face às precauções tomadas, o nível de perigo pode ser baixo ou
alto, e ainda, para riscos iguais pode-se ter diferentes tipos de perigo.
Perda: É o prejuízo sofrido por uma organização sem garantia de ressarcimento através de
seguros ou por outros meios.
Sinistro: É o prejuízo sofrido por uma organização, com garantia de ressarcimento através de
seguros ou por outros meios.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Acto inseguro: São comportamentos emitidos pelo trabalhador que podem levá-lo a sofrer um
acidente. Os actos inseguros são praticados por trabalhadores que desrespeitam regras de
segurança, que não as conhecem devidamente, ou ainda, que têm um comportamento
contrário à prevenção.
Dano é "a severidade da lesão, ou a perda física, funcional ou económica, que pode resultar se
o controlo sobre um risco é perdido". Um dano financeiro, ou prejuízo, sofrido por uma
organização, sem a possibilidade de ressarcimento, é considerado como uma perda. Um
prejuízo sofrido pela empresa com possibilidade de ressarcimento, seja por seguro ou por
outros meios, é considerado como um sinistro.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
6. A AVALIAÇÃO DE RISCOS
O objectivo é saber em que medida uma dada situação de trabalho é segura e, para tanto, o
processo de avaliação de riscos compreende duas etapas fundamentais:
¾ A analise de riscos;
¾ A Valoração do Risco.
Tal como é visível na figura apresentada anteriormente o caminho a seguir para atingir a
situação onde o risco é eliminado, ou controlado passa pelas seguintes faces:
¾ Identificação dos perigos – Que se efectua através de recolha de informação que pode
estar disponível em fontes tão diversas como por exemplo:
- Legislação;
- Manuais e instruções das máquinas;
- Fichas de segurança dos produtos e substâncias perigosas;
- Processos e organização do trabalho;
AVALIAÇÃO DE RISCOS
- Dados estatísticos;
- Experiência dos trabalhadores.
O seu principal objectivo é promover métodos capazes de fornecer elementos concretos que
fundamentem um processo decisório de redução de riscos e de perdas, seja esta decisão de
carácter interno ou externo à empresa.
O procedimento global para o desenvolvimento de uma Análise de Riscos pode ser visualizado
como segue:
De um modo geral, a Análise de Riscos tem por objectivo responder às seguintes perguntas:
• Quais os riscos presentes?
• Qual a probabilidade de ocorrência de acidentes devido aos riscos presentes?
• Quais os efeitos e as consequências destes acidentes?
• Como poderiam ser eliminados ou reduzidos estes riscos?
Para responder à primeira questão, são utilizadas diversas técnicas qualitativas e quantitativas
para a identificação dos eventos indesejáveis.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Para a segunda questão, as taxas de falhas dos equipamentos e dos erros humanos (poucos
são os dados disponíveis sobre as probabilidades de falha humana), são combinadas com o
uso de probabilidades matemáticas para fornecerem a frequência global de ocorrência do
evento indesejável.
Algumas das principais técnicas utilizadas pela Análise de Riscos não estão ainda
suficientemente disseminadas e, consequentemente, popularizadas. A seguir, são
apresentadas breves descrições sobre as técnicas de Análise de Riscos mais utilizadas:
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Este é uma técnica básica da Análise de Riscos que permite a determinação da sequência de
riscos associados ao evento catastrófico, que é considerado o risco principal. A partir dos
riscos iniciais ou básicos, são colocados de forma sequencial todos os riscos subsequentes
capazes de contribuir na série, resultando no risco principal.
Através desta técnica, é efectuada uma análise superficial dos riscos ainda na fase do projecto
do processo, de modo a que as mudanças necessárias, devido aos riscos identificados, não
impliquem em gastos extra, sendo também, mais fácil a sua execução.
IDENTIFICAÇÃO DO
SISTEMA:
IDENTIFICAÇÃO DO
SUBSISTEMA:
AVALIAÇÃO DE RISCOS
What-if (WI)
Esta equipa procura responder à questões do tipo "O que... se... ?" (por exemplo, "O que
ocorreria se a válvula de alívio não abrisse na pressão especificada?") na tentativa de
identificar os riscos potenciais presentes no processo.
Este tipo de análise pode ser aplicado a qualquer processo industrial em qualquer estádio do
seu processo de desenvolvimento. No entanto, por não ser tão sistemática quanto as outras
técnicas de Análise de Riscos, dado que os seus resultados são extremamente dependentes
da experiência e do conhecimento do grupo de análise, a técnica “WI” é normalmente utilizada
como complemento ou parte auxiliar de outras técnicas como Check-list, HazOp e AMFE.
Check-list
Os Check-list são usados para identificar os riscos associados a um processo e para assegurar
a concordância entre as actividades desenvolvidas e os procedimentos operacionais
padronizados.
Através desta técnica, diversos aspectos do sistema são analisados por comparação com uma
lista de itens pré-estabelecidos, criada com base em processos similares, na tentativa de
descobrir e documentar as possíveis deficiências do sistema.
Normalmente, os check-lists são utilizados para fortalecer os resultados obtidos por outras
técnicas de Análise de Riscos. São comuns check-lists de partes de equipamentos ou
processos operacionais de unidades industriais e de procedimentos de segurança
padronizados.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
What-if/Check-list (WIC)
Como o nome prevê, esta técnica une as características das técnicas What-if e Check-list,
combinando o brainstorming gerado pela primeira com a característica sistemática apresentada
pela segunda, resultando, desta forma, uma análise mais detalhada e completa do sistema.
Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) - Failure Modes and Effects Analysis (FMEA)
A AMFE envolve um estudo detalhado e sistemático das falhas dos componentes e/ou
sistemas mecânicos. Nesta análise, os modos de falhas de cada componente do sistema são
identificados e os efeitos destas falhas no sistema são avaliados, sendo propostas medidas de
eliminação, mitigação ou controlo das causas e consequências destas falhas.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Esta técnica é uma metodologia de raciocínio dedutivo que parte de um evento, uma falha
específica de um sistema, denominado evento topo, e procura determinar as relações lógicas
de falhas de componentes e erros humanos que possam gerar esse evento.
A análise é realizada através da construção de uma árvore lógica, partindo do evento topo para
as falhas básicas. Esta técnica é muito utilizada para quantificar a frequência ou a
probabilidade de falha de um sistema, ou seja, a sua fiabilidade.
Identificação de um
Símbolo de conexão Evento final evento particular
AVALIAÇÃO DE RISCOS
A exemplo da técnica AAF, aqui também é desenvolvida uma árvore, partindo-se do evento
iniciador, para quantificar as probabilidades de falha do sistema.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
AVALIAÇÃO DE RISCOS
O estudo de operabilidade e riscos foi desenvolvido para o exame eficiente e detalhado das
variáveis de um qualquer processo industrial, possuindo uma forte semelhança com a técnica
AMFE.
Por ser completa, sistemática e relativamente fácil de aplicadar, o HazOp é uma das técnicas
de Análise de Riscos mais populares.
PALAVRA-GUIA DESVIO
COMPONENTES Componentes a mais em relação aos que deveriam existir. (Ex.: fase
A MAIS extra presente, impurezas,etc.)
AVALIAÇÃO DE RISCOS
CAUSAS ACÇÕES
PALAVRA-GUIA DESVIO CONSEQUÊNCIAS
POSSÍVEIS REQUERIDAS
Outras técnicas de análise menos utilizadas, mas que possuem grande importância em
estudos de riscos, são apresentadas a seguir:
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Técnica para Predição do Erro Humano - Technique for Human Error Predicting (THERP)
A técnica para predição do erro humano Procura identificar as actividades humanas que
possam gerar riscos dentro de um sistema, bem como estimar e analisar as falhas
provenientes destes erros.
É realizada uma avaliação dos factores que influenciam a performance de operadores, técnicos
e outros trabalhadores, geralmente é utilizada como auxiliar à AAF para a estimativa de taxas
de falhas relativas a erros humanos.
Esta técnica, desenvolvida em 1974, utiliza a AAF como fundamento, porém, ao invés de
atribuir um valor probabilístico para o evento, trabalha com um intervalo de probabilidades no
qual a falha possa ocorrer.
Índices de Risco Dow e Mond - Relative Ranking - Dow and Mond Indices
Os índices Dow e Mond fornecem um meio fácil e directo para estimativa dos riscos de uma
Unidade industrial.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
As técnicas podem ainda ser agrupadas de acordo com a intervenção temporal em que são
utilizadas para analise do acidente , existindo técnicas e métodos pró-activos, “a priori”, que
visam equacionar a acção preventiva antes de acontecer o acidente, por oposição aos
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Seguindo a mesma lógica poder-se-á ainda estabelecer outro tipo de classificação, agrupando
Apesar de cada técnica de análise reunir características, na sua maioria, distintas, a escolha
daquela que será utilizada num procedimento de Análise de Riscos pode ser difícil, sendo que
a decisão raramente é unitária.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Em sistemas com processo menos complexos ou onde os riscos são menores, deve fazer-se
uso de técnicas como WIC, enquanto que em sistemas mais complexos e com riscos mais
severos se deve desenvolver uma análise mais detalhada e, portanto, técnicas como AAF têm
preferência nestes casos.
O acidente catastrófico, que se encontra descrito nas linhas abaixo, foi provocado pelo
desconhecimento e pela negligência dos problemas operacionais de uma indústria, e procura
alertar para o facto, de que, as técnicas de Análise de Riscos são pura perda de tempo caso
sejam ignoradas as exigências básicas de segurança da unidade industrial.
O Desastre de Bhopal
Em 3 de dezembro de 1984, numa fábrica da Union Carbide, em Bhopal – Índia, ocorreu uma
grande libertação, para a atmosfera, de isocianato de metila, proveniente de um reservatório. O
gás tóxico acabou por atingir um bairro que se tinha formado nos arredores da fábrica. De
acordo com os relatos, houve contaminação do reservatório de isocianato com água e
clorofórmio. Os contaminantes reagiram com parte do isocianato do reservatório, provocando a
elevação da temperatura do seu conteúdo. O sistema de refrigeração do reservatório não
estava a funcionar. A válvula de segurança do reservatório abriu-se, mas o sistema de lavagem
de gases, que deveria absorver os vapores de isocianato libertados pela válvula, era sub -
dimensionado, e o sistema de flare, que deveria ter queimado qualquer vapor residual que
atravessasse o sistema de lavagem, estava fora de serviço. Neste acidente foram mortas cerca
de 2500 pessoas, com um número de feridos talvez 10 vezes maior. Uma das causas mais
importantes, neste desastre, foi a falha inerente à não manutenção dos equipamentos de
segurança em boas condições, e a sua não adequação
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Como já se verificou, a análise de riscos proporciona uma estimativa sobre a sua magnitude –
a razão da probabilidade e da gravidade. Estas duas realidades podem ser estimadas de forma
qualitativa, quantitativa ou semi - quantitativa. É com essa resultante que se faz a comparação
com padrões de referência para obter a valoração do Risco e configurar o processo de
decisão subsequente.
Como exemplo, tenha-se presente uma determinada unidade industrial que opera com
chumbo.
Na analise dos riscos detectou-se e estimou-se os valores de exposição a que estão sujeitos
os trabalhadores dessa unidade. Depois de obtidos esses valores efectua-se a sua
comparação com os valores limites de exposição presentes na norma portuguesa n.º 1786/88.
Dessa comparação resultará o tipo de acção a adoptar, ou seja, se os valores estimados forem
superiores aos previstos na norma a decisão passará, por exemplo, por modificar a
organização do trabalho – método mais económico – ou pela substituição dos componentes
que contêm chumbo por outros isentos deste contaminante – método mais dispendioso.
Assim, podemos dizer que existe uma percentagem do risco que é considerada como
aceitável, dado que os normativos legais só actuam depois de um determinado valor.
Por exemplo, no caso do ruído, a legislação prevê que o valor limite de exposição é de 90 db,
logo os valores abaixo deste são admitidos, apesar de se saber que valores acima dos 60 db já
causam transtornos vários.
Pode-se então falar de aceitabilidade do risco, ou seja, aquilo que se aceita como sendo
seguro, sendo que, ninguém aceita um risco, apenas se aceitam opções que envolvam algum
nível de risco de entre as suas prováveis consequências.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Nem todas as pessoas aceitam os mesmos riscos, pelo que qualquer método ou técnica de
determinação do risco aceitável não é mais do que um instrumento de apoio ao processo de
tomada de decisão e de escolha entre possíveis alternativas.
Para o efeito são propostos nove critérios para a aceitabilidade do risco, designadamente os
colectivos de trabalho:
1. A compreensão dos fenómenos, pois que é difícil aceitar um risco sem que se disponha
de um modelo de analise, uma descrição dos respectivos componentes (origens, modo de
manifestação, probabilidade de ocorrência e danos prováveis), bem como de uma
descrição dos elementos que justificam a sua possível aceitação;
2. Uma visão lógica das protecções, na medida em que não é possível aceitar o risco sem
conhecerem os métodos e as técnicas necessárias para a respectiva defesa ou protecção;
3. Um terreno particular e não uma simples perspectiva genérica, porquanto não é possível
abordar o risco cuja definição é puramente teórica. De facto o risco apenas toma forma em
sistemas de trabalho concretos;
AVALIAÇÃO DE RISCOS
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Como é óbvio, existem no local de trabalho vários riscos e perigos que necessitam de medidas
concretas de segurança para limitar ou eliminar o seu potencial de dano. Raramente é possível
resolver todos os problemas encontrados em simultâneo, pelo que existe a necessidade de
estabelecer parâmetros de intervenção hierarquicamente definidos, ou seja, estabelecer
prioridades para a resolução de problemas, porque não é financeiramente possível, “por
exemplo”, fazer face a todas as necessidades.
Assim, estas abordagens podem classificar-se em três categorias, de acordo com as suas
finalidades:
¾ As que avaliam e hierarquizam o risco tendo em vista estabelecer as prioridades de
resposta;
¾ As que procuram estabelecer prioridades avaliando e hierarquizando os riscos a partir
de um conjunto de perigos identificados;
¾ As que procuram estabelecer prioridades de acção hierarquizando a eficácia das várias
opções de controlo de riscos.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Como já foi possível verificar anteriormente, os métodos de analise podem ser qualificados em
qualitativos e quantitativos, sendo de extrema importância a sua correcta utilização e escolha,
para que os mesmos se constituam como uma mais-valia no processo decisório em curso.
Será o caso, por exemplo, de determinados perigos identificados a partir de listas de produtos
perigosos e respectivas quantidades limites que possam ocasionar acidentes graves,
susceptíveis de afectar os trabalhadores, as pessoas no exterior e o ambiente.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Importa salientar que este tipo de avaliação apresenta algumas desvantagens, desde logo a de
ser bastante onerosa. Acresce a necessidade de dispor de bases de dados experimentais ou
históricos com a adequada fiabilidade e representatividade. Por outro lado, a dificuldade de
avaliação do peso do contributo da falha humana, das falhas interactivas e das falhas múltiplas
ocasionadas no mesmo facto, constituem um outro conjunto de dificuldades para a
compreensão da realidade analisada.
Por isso se questiona se os resultados da avaliação de riscos efectuados desta forma trarão
alguma mais valia concreta para a hierarquização e decisão sobre os possíveis cenários
estabelecidos, quando comparados com outros métodos bastante mais fáceis de determinar.
Não obstante a própria lei fixar valores quantitativos para a frequência e para a gravidade,
identificar qual o método e processos de avaliação e controlo a utilizar.
Assim, por exemplo, quando se atinge um nível de acção diário de ruído igual ou superior a 85
db torna-se necessário agir por forma a baixar esse valor, ou, quando o valor médio diário de
exposição atingido é de 90 db, ou quando esse valor atinge um pico de 140 db (cfr. Art. 1º/h/i/j,
D.Reg. 9/92, 28-4), o trabalhador não poderá estar exposto a tais situações de trabalho sem
que se verifiquem medidas imediatas de controlo para a redução do nível de ruído para níveis
inferiores.
A classificação de eventos danosos pode consistir numa combinação que aprecia as partes do
corpo que podem ser afectadas e a natureza do dano associado. Esta apreciação é a base da
graduação do dano em níveis de consequência esperada.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
A ponderação da frequência deverá levar em conta todo um conjunto de factores que podem
influenciar, positiva ou negativamente, a probabilidade de emergência do perigo,
nomeadamente:
Depois de observados estes requisitos será possível estabelecer tabelas como as do exemplo
seguinte, onde se caracteriza a valoração de um risco através de métodos qualitativos
AVALIAÇÃO DE RISCOS
CATEGORIAS DE CONSEQUÊNCIAS
QUALITATIVA CARACTERIZAÇÃO
Danoso desconforto.
CATEGORIAS DE PROBABILIDADE
QUALITATIVA CARACTERIZAÇÃO
AVALIAÇÃO DE RISCOS
NIVEIS DE RISCO
CONSEQUÊNCIAS
DANOSO DANOSO
O quadro seguinte representa uma hipótese para a valoração do risco que considera o tipo de
esforço de controlo a levar a cabo, a urgência das acções preventivas a empreender e a sua
proporcionalidade face ao nível de risco encontrado.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
VALORAÇÃO DO RISCO
RISCO MEDIDAS
O trabalho não deve ser iniciado até que se tenha reduzido o risco.
Podem ser necessários recursos consideráveis para o controlo do
risco.
IMPORTANTE
Quando o risco corresponde a um trabalho que está a ser realizado
devem tomar-se medidas para contornar o problema, num período de
tempo inferior ao dos riscos moderados.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Pode considerar-se este método como sendo a “mistura” dos dois anteriormente abordados. O
processo por atribuir valores a uma “matriz de escalonamento”, sendo o risco calculado através
da multiplicação dos respectivos factores de frequência e de gravidade R = ( F x G ).
FREQUÊNCIA GRAVIDADE
Improvável 1 Trivial 1
Possível 2 Menor 2
Regular 5 1 Morte 5
Adicionalmente e sempre que se verifique a exposição de mais do uma pessoa ao perigo, deve
multiplicar-se o resultado anteriormente obtido pelo numero de pessoas expostas, de acordo
coma seguinte forma:
O exemplo seguinte tem por objectivo disponibilizar uma hierarquização de riscos detectados
através de inspecções de segurança e estabelecer uma lista de prioridades para as medidas
de controlo.
Riscos prioritários (PR)= Frequência (F) (potencial máximo de perda (PMP) + probabilidade (P))
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Fractura de membro 15
Laceração profunda 10
Queimadura 5
Arranhão 1
Atendendo, que, foi detectada uma situação de risco que pode ocasionar a perda de um olho
com a possibilidade de ocorrer uma vez por dia e que a ela apenas se encontra exposta um
único trabalhador fica:
PR = F x (PMP+P) = PR = 1x(35+25) = 60
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Este valor deve ser comparado com a escala de acção e controlo que se apresenta de seguida.
80 – 100 Hoje
60 – 79 Prazo de 2 dias
40 – 59 Prazo de 4 dias
20 – 39 Prazo de 1 semana
10 – 19 Prazo de 1 mês
0 -9 Prazo de 3 meses
Este método é, obviamente, subjectivo e a sua regulação de forma mecânica, pode constituir
um constrangimento à sua praticabilidade, caso não exista um bom ambiente de participação e
consulta.
O desenvolvimento efectuado sobre este tema, aborda apenas algumas das muitas variáveis e
maneiras de explorar assunto, pretendendo-se dar apenas um pequeno contributo para a
compreensão desta problemática.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
AVALIAÇÃO DE RISCOS
c) Assegurar que todos os grupos de trabalhadores ou terceiros que possam ser afectados ou,
mesmo, potenciais vitimas são devidamente considerados, designadamente, o pessoal de
escritório, as equipas nocturnas de limpeza, o pessoal da manutenção, os guardas, os
visitantes, a população vizinha (cfr. Art.º 8º /2/e DL 441/91);
AVALIAÇÃO DE RISCOS
AVALIAÇÃO DE RISCOS
j) Os resultados significantes da avaliação de riscos devem ser objecto de registo (cfr. Art
13.º/5, DL 441/91e art. 16.º/3 DL 26/94) e, nos caos definidos na lei, ser objecto de
disponibilização ou, nos casos especificados na lei, notificação às autoridades
competentes, descrever os respectivos procedimentos, com o grau de desenvolvimento
necessário a proporcionar um efeito de demonstração da sua suficiência, incluindo:
¾ Os perigos identificados que podem colocar em risco os trabalhadores ou terceiros quer
possam ser afectados pela actividade, se não forem convenientemente controlados;
¾ As medidas de controlo aplicadas e a sua capacidade de minimizar os riscos;
¾ A população que pode ser afectada por esses riscos e perigos, incluindo os grupos de
trabalhadores especialmente expostos e os grupos mais vulneráveis;
¾ Os resultados da avaliação de riscos e as medidas preventivas propostas;
¾ A referência aos critérios e procedimentos de avaliação, aos métodos de medida, de
analise ou ensaio, se for o caso.
k) As informações resultantes da avaliação de riscos devem ser apenas utilizadas para o fim a
que se destinam e os dados pessoais que sejam recolhidos devem ser mantidos em estado
de confidencialidade;
l) A actividade técnica de avaliação de riscos só deve ser realizada por pessoal profissional
competente, (cfr art. 13.º/4 DL 441/91, art.º 24.º, 25.º DL 26/94 e DL 110/00, 30-6)
designadamente, por técnicos de segurança e higiene no trabalho, médicos do trabalho,
ergonomistas, psicólogos e sociólogos do trabalho, engenheiros de segurança, higienistas
industriais... de acordo com as valências do conhecimento técnico - cientifico de que são
portadores.