F A C T S
A g ê n c i a E u r o p e i a p a r a a S e g u r a n ç a
Gestão da segurança e da saúde no trabalho
no sector da educação
Introdução
A segurança e a saúde
no trabalho (SST) no
sector da educação
precisam de ser geridas.
Para isso, podem ser
empregues vários
métodos distintos, mas
todos se regem pelas
mesmas etapas:
■ planear a avaliação em consulta com os trabalhadores;
■ identificar os perigos;
■ identificar quem se encontra em perigo, como e onde;
■ avaliar o nível do risco e decidir sobre o modo de
procedimento;
■ adoptar medidas no sentido de eliminar ou reduzir o risco;
■ acompanhar e analisar as medidas adoptadas.
Os riscos para a saúde e a segurança no sector da educação
podem afectar não só os empregados, como também os alunos,
os estudantes e os visitantes. A presente ficha técnica destina-se
a todos aqueles que estão ligados ao processo de gestão da
saúde e da segurança no trabalho, incluindo directores de escola,
pessoal docente e outro pessoal, representantes de saúde e
segurança, e serviços externos pertinentes para a saúde e a
segurança. Por local de trabalho entende-se todos os locais de
ensino, desde os infantários às universidades.
Legislação
Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de 1989,
relativa à aplicação de medidas destinadas a promover a
melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no
trabalho. É por vezes denominada a «directiva-quadro».
Transposta para a legislação em todos os Estados-Membros,
esta directiva inclui uma série de preceitos (1).
■ As entidades patronais devem avaliar todos os riscos para a
saúde e a segurança dos trabalhadores e, com base nos
resultados obtidos, tomar todas as medidas necessárias no
local de trabalho para a respectiva prevenção.
■ As entidades patronais têm o dever de assegurar a segurança
e a saúde dos trabalhadores em todos os aspectos
relacionados com o trabalho.
■ Os empregados têm o direito de serem consultados pela
entidade patronal.
■ Os trabalhadores têm o direito de receber formação
adequada e especializada em domínios relacionados com a
saúde e a segurança.
■ Os empregados são igualmente responsáveis pela
cooperação em questões de SST e pela conformidade com
tais medidas.
O processo de gestão de riscos
Planificar a avaliação
Uma avaliação aprofundada dos riscos requer tempo, sendo
importante planificar a avaliação de modo a que sejam
(1) DG Emprego e Assuntos Sociais, Comissão Europeia. http://europa.eu.int/comm/employment_social/health_safety/intro/framedir_en.htm
(2) Ver Facts 46 — A segurança e a saúde no trabalho no sector da educação.
PT
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ISSN 1681-2166
cobertas todas as actividades desenvolvidas no local de
trabalho (2).
Identificar os riscos
Examinar o trabalho desempenhado, os materiais, o
equipamento e os produtos químicos empregues. Abranger
todas as questões pertinentes. Avaliar as condições de
trabalho relativamente a todas as situações que possam
constituir um perigo. É importante que a análise seja o mais
abrangente possível, de modo a cobrir todos os perigos. É
necessário tomar em atenção o facto de os alunos e os
visitantes também poderem ser prejudicados pelos mesmos
perigos a que está exposto o pessoal. Constituem elementos
de risco:
■ violência dirigida ao pessoal por parte dos alunos e pais;
■ fraca qualidade do equipamento e do mobiliário nas salas de
aula, causando distúrbios músculo-esqueléticos;
■ superfícies quentes nas cozinhas das escolas;
■ agentes biológicos nos laboratórios das universidades;
■ falta de condições de segurança durante trabalhos de
construção.
As seguintes abordagens podem contribuir para a
identificação de situações perigosas:
■ análise por área geográfica (por exemplo, por sala de aula);
■ análise por tipo de risco (físico, químico, biológico,
psicológico, etc.);
■ análise por função exercida (contínuos, pessoal da limpeza,
secretariado, pessoal docente, etc.);
■ análise com base na organização da escola ou do colégio
(por exemplo, planificação do trabalho);
■ verificação de registos (por exemplo, o livro de registo de
acidentes) no sentido de identificar problemas;
■ consulta dos trabalhadores e de todos os implicados.
Perigo, risco e dano
■ Um perigo é algo susceptível de causar danos.
■ O risco é a probabilidade de ocorrerem danos.
■ Um dano é uma consequência negativa para a saúde e
a segurança (por exemplo, uma lesão ou uma doença).
Identificar quem se encontra em perigo, como e onde
Reflectir sobre todos os que poderão sofrer danos. Isto não se
refere apenas aos empregados, mas também às empresas
contratadas, aos trabalhadores independentes, estudantes,
alunos e visitantes. Identificar quem corre riscos, de que forma
e quantas pessoas são.
Avaliar o nível de risco
Avaliar qual a probabilidade de determinado perigo resultar
em dano ou lesão, e qual a gravidade da lesão. Ponderar se as
medidas de controlo actualmente adoptadas são suficientes.
Uma gestão dos riscos rentável e sustentável deve centrar-se
na protecção e nas medidas de prevenção colectivas.
Caso sejam detectados perigos, analisar os seguintes pontos:
■ O perigo pode ser totalmente eliminado?
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■ O risco pode ser reduzido ou controlado (por exemplo,
substituindo um perigo por algo menos perigoso)?
■ É possível tomar medidas de protecção que abranjam todas
as pessoas em risco?
■ É necessário equipamento de protecção pessoal para
proteger o trabalhador, caso as medidas colectivas sejam
insuficientes?
Responsabilidades no domínio da avaliação dos riscos
A avaliação e a gestão dos riscos podem realizar-se a níveis
distintos, dependendo do Estado-Membro e do tipo de
instituição envolvida. Não é possível criar uma avaliação de
riscos aplicável em todas as situações, já que cada
estabelecimento apresenta perigos específicos.
A pessoa encarregue de executar a avaliação dos riscos deve
ter conhecimento tanto do processo de avaliação dos riscos
como do estabelecimento em questão. A participação dos
trabalhadores é fundamental.
Adopção de medidas
Para uma gestão eficaz da segurança e da saúde, é
imprescindível proceder, numa primeira etapa, a uma
avaliação minuciosa dos riscos. Uma vez concluída a avaliação,
deve-se criar uma lista das medidas de prevenção necessárias,
por ordem de prioridade. Estas medidas deverão
seguidamente ser adoptadas com a participação dos
trabalhadores e dos respectivos representantes. Enfrentar os
problemas subjacentes é a forma economicamente mais eficaz
de cobrir os riscos.
Os trabalhadores devem contribuir na procura de soluções,
quer directamente quer através dos respectivos representantes
de segurança. As soluções encontradas devem ser
implementadas, acompanhadas e avaliadas minuciosamente.
A informação resultante da avaliação dos riscos deve ser
divulgada às pessoas implicadas.
Participação dos empregados
Consultar os trabalhadores é um requisito legal que ajuda a
assegurar o seu empenhamento nos procedimentos e
melhorias em matéria de segurança e de saúde. Através dos
seus conhecimentos, é possível garantir a identificação
correcta dos riscos e a implementação de soluções viáveis. Os
representantes dos trabalhadores desempenham um papel
importante neste processo. Os empregados devem ser
consultados em relação às medidas de saúde e de segurança
e antes da introdução de novas tecnologias ou produtos.
Acompanhamento e análise
Analisar a eficácia das medidas de controlo, assegurar-se de
que os riscos sejam reduzidos da forma adequada e de que
não tenham sido criados outros perigos.
Tal como as formas de trabalho, também os perigos e os riscos
evoluem. Sempre que ocorrerem mudanças significativas,
averiguar se surgiram novos perigos a eliminar. Repetir a
avaliação dos riscos sempre que necessário.
A análise desempenha um papel importante na detecção dos
erros, de todos os aspectos positivos e das medidas mais
eficazes para o estabelecimento de ensino em questão.
Avaliações de riscos específicas
Certas tarefas podem implicar riscos específicos e, por
conseguinte, requerer avaliações igualmente específicas. Estas
tarefas tanto podem envolver o pessoal do sector do ensino
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como qualquer outro grupo de trabalhadores. As exigências
inerentes a este tipo específico de avaliação também devem
ser tidas em conta ao executar avaliações dos riscos em geral.
No caso do sector da educação, as especificidades podem ser
substâncias perigosas (agentes biológicos e químicos) e
perturbações músculo-esqueléticas (dores nas costas e
trabalho com equipamento dotado de visor). A legislação
nacional baseada na Directiva 94/33/CE do Conselho, de 22 de
Junho de 1994, relativa à protecção dos jovens no trabalho,
também pode ser pertinente, especialmente nos locais onde
são utilizados programas de iniciação à experiência
profissional.
A avaliação e a gestão dos riscos não devem ignorar os perigos
para a segurança e a saúde enfrentados por grupos específicos
do pessoal. São exemplos destes grupos mulheres grávidas,
mulheres em período de lactação e pessoas portadores de
deficiências, que podem apresentar problemas específicos,
exigindo soluções também específicas.
Os estabelecimentos de ensino recorrem frequentemente à
contratação de empresas exter nas. Este trabalho,
principalmente ao nível de empresas de construção, pode não
ser considerado como um risco elevado noutros locais de
trabalho, mas ser um grande risco nos locais de ensino. Para
evitar perigos, é necessário um bom nível de comunicação
entre a empresa contratada e o responsável pelo
estabelecimento.
Informações adicionais
O website da Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no
Trabalho pode ser consultado em http://agency.osha.eu.int.
O material fornecido pela Agência sobre a prevenção de riscos
psicossociais no trabalho encontra-se disponível em
http://osha.eu.int/ew2002/index2.php?lang=pt
O material da Agência relativo a boas práticas de segurança e
de saúde no sector da educação encontra-se disponível em
http://europe.osha.eu.int/good_practice/sector/osheducation/
index_pt.stm
Fichas técnicas da Agência Europeia para a Segurança
e a Saúde no Trabalho
As fichas técnicas da Agência podem ser gratuitamente
descarregadas em todas as línguas comunitárias a partir do
endereço http://agency.osha.eu.int/publications/factsheets/
Facts 4 — Prevenir as perturbações músculo-esqueléticas
relacionadas com o trabalho
Facts 13 — Uma gestão bem sucedida para prevenir acidentes
Facts 14 — Prevenção de escorregões e tropeções
relacionados com o exercício de uma profissão
Facts 22 — Stresse relacionado com o trabalho
Facts 24 — Violência no trabalho
Facts 31 — Conselhos práticos para os trabalhadores lidarem
com o stresse no trabalho e as suas causas
Facts 32 — Como enfrentar os riscos psicossociais e reduzir o
stresse no trabalho
Facts 46 — A saúde e a segurança no trabalho no sector da
educação
Facts 47 — Prevenção da violência contra o pessoal no sector
da educação
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