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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

DIRETORIA DE ENSINO A DISTÂNCIA


PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Edmara Santana Magalhães

CONHECIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA 32 PELOS


PROFISSIONAIS DE SAÚDE: UM ESTUDO DE CASO EM HOSPITAL
PÚBLICO DE VÁRZEA DA PALMA-MG.

Belo Horizonte
2021
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1 Introdução

O presente estudo de caso retrata o conhecimento da norma regulamentadora 32 (NR 32)


em um hospital público da cidade de Várzea da Palma – MG. Com o passar do tempo e a
necessidade de se ter normas que cumpram um papel de proteção aos trabalhadores, foi criada e
aprovada a NR 32, onde se proporciona aos trabalhadores dos estabelecimentos assistenciais de
saúde a qualidade na vida e trabalho.
Sabendo que tradicionalmente há inúmeros riscos nos ambientes de trabalhos, não apenas
no âmbito da saúde e segurança do trabalho. Os colaboradores que participaram do estudo são
profissionais da área da saúde, sendo compostos por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e
técnicos em enfermagem. Para a viabilização deste estudo de caso, optou-se por um
questionário estruturado com 30 perguntas que observou o conhecimento da NR 32 dos
colaboradores do hospital citado acima.
Este estudo mostra a contribuição para diagnosticar o grau de conhecimento da norma
regulamentadora 32, os riscos que a falta de conhecimento pode ocasionar e seus benefícios
para a saúde e bem-estar dos profissionais.

2 Identificação do risco

Em todos ambientes de trabalhos existem riscos que podem ser previsíveis e prevenidos,
portanto sempre precisamos buscar meios para que os colaboradores possam desenvolver suas
atividades com segurança, basta desenvolver hábitos da prevenção e conscientização aos riscos,
conforme em literatura no ambiente de trabalho os riscos podem ser ocultos, latentes ou reais.
Nos riscos ocultos, o trabalhador não suspeita da sua existência. Riscos latentes ocorrem
quando o trabalhador tem noção, porém, as condições de trabalho forçam à incompreensão dos
fatos. E por fim, o risco real ocorre quando todos conhecem a probabilidade de acontecer, mas
não impõem controle, seja por carência conhecimento ou pelos altos custos exigidos para se
qualificar.
Frequentemente deparamos com profissionais sem a utilização de equipamentos de proteção
individual (EPI). Trabalhos em hospitais exigem momentos de extrema concentração, fazendo
com que o profissional esqueça de si próprio e de sua segurança. Setores assistenciais de saúde
possuem altos índices de acidentes do trabalho, superando diversas áreas de alto risco como a
construção civil, eletricidade. As medidas específicas de proteção à saúde do trabalhador devem
ser implantadas como norma obrigatória dentro de todo ambientes de trabalho.
A aplicação da NR 32 trata-se de uma necessidade de proporcionar aos trabalhadores dos
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estabelecimentos de saúde proteção à saúde, biossegurança, qualidade na vida. Sendo assim, o


objetivo principal deste estudo de caso visa investigar o conhecimento de NR 32. Utilizando
um questionário de 25 perguntas, sendo distribuídas para 50 profissionais escolhidos de forma
aleatória. Observou-se para a elaboração das vinte e cinco perguntas, fatores citados na NR 32,
sobre as condições de trabalho (...), utilização de EPI, riscos químicos, físicos e biológicos,
condições ambientais do posto de trabalho e a organização do trabalho.

3 Revisão da literatura

3.1 A NR 32:

A NR 32 tem por finalidade de estabelecer diretrizes básicas para a implementação de


medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde
prevenindo acidentes, eliminando ou controlando as condições de riscos presentes nos
estabelecimentos assistências de saúde. Na execução das atividades laborais, os trabalhadores
que atuam na área da saúde se tornam vulneráveis a riscos físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e psicossociais (ALMEIDA et al., 2009).
A norma estabelece padrões como protocolos de procedimentos e também normatiza assuntos
como educação continuada. No ambiente de trabalho em hospitais é comum observar-se
situações de risco que não deveria ocorrer, tais como: falta ou não utilização de EPI, mau
acondicionamento e descartes de perfurocortantes. Para minimizar esses riscos a NR 32
estabelece intervenções que para evitar riscos aos colaboradores. São eles:
32.2.4.9 O empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes do início das
atividades e de forma continuada, devendo ser ministrada:
a) sempre que ocorra uma mudança das condições de exposição dos trabalhadores aos
agentes biológicos;
b) durante a jornada de trabalho;
c) por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos agentes
biológicos.
32.2.4.9.1 A capacitação deve ser adaptada à evolução do conhecimento e à identificação
de novos riscos biológicos e deve incluir:
a) os dados disponíveis sobre riscos potenciais para a saúde;
b) medidas de controle que minimizem a exposição aos agentes;
c) normas e procedimentos de higiene;
d) utilização de equipamentos de proteção coletiva, individual e vestimentas de trabalho;
e) medidas para a prevenção de acidentes e incidentes;
f) medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de ocorrência de incidentes e
acidentes.
32.2.4.9.2 O empregador deve comprovar para a inspeção do trabalho a realização da
capacitação através de documentos que informem a data, o horário, a carga horária, o
conteúdo ministrado, o nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos
trabalhadores envolvidos.
32.2.4.10 Em todo local onde exista a possibilidade de exposição a agentes biológicos,
devem ser fornecidas aos trabalhadores instruções escritas, em linguagem acessível, das
rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes e de doenças
relacionadas ao trabalho.
(NORMA REGULAMENTADORA 32 – NR 32)
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4 Proposta de medida de segurança e operacionalização

Nos hospitais a segurança exerce um papel de extrema importância, pois trata-se de


atividade essencial à população. A análise das condições de trabalho e segurança dos
colaboradores se torna uma tarefa complexa, pois devido as complexidade do local de estudo a
rotina não é contínua.
Como principal medida de segurança proposta pela autora deste trabalho é a elaboração
de um programa de treinamento continuado sobre a Biossegurança, contemplando a NR 32,
ainda que devido a rotatividade de horários e o momento de covid não poder aglomerar, em
determinados momentos os treinamentos sejam virtuais e gravados, como exemplo: palestras e
material explicativo sobre o tema. A orientação para a proposta se da pelo motivo de 47% dos
profissionais avaliados respondeu que tem um péssimo conhecimento me relação a NR 32 e
30% se diz ter um conhecimento básico e somente 23% dos colaboradores responderam que
conhece a norma e aplica ela em seu dia a dia.
As medidas de proteção à saúde do trabalhador devem ser implantadas como norma
obrigatória, visto estão expostos a uma diversidade de cargas que são geradoras de desgaste a
saúde física e emocional, fazendo-se necessário um esforço maior por parte dos trabalhadores
a conscientizar-se sobre sua importância e, principalmente ao cumprimento das mesmas.

5 Conclusão

Após estudo realizado percebemos que a NR 32 ainda não é tão conhecida pelos
colaboradores do hospital de estudo. Deixando evidente a extrema importância que todos os
profissionais devem estar informados sobre as legislações. Vale ressaltar que o profissional que
omita à implementação, execução e treinamento da NR-32 estará infringindo o Código de Ética
profissional.
Com a conclusão do estudo foi protocolado sugestões de treinamentos continuados para os
colaboradores e informativos para os pacientes, conscientizando dos riscos que o ambiente
hospitalar pode oferecer a toda população, efetivando intervenção das organizações com
treinamentos e reciclagem de segurança, uso de EPI dentre outros procedimentos de segurança.
Mediante ações participativas dos trabalhadores, diante a disseminação da covid se propôs
treinamentos virtuais e gravados, para que os colaboradores possam buscar os treinamentos
sempre que houver dúvidas.
Assim, concluímos que é importante a participação de todos os envolvidos na implementação
das normas vigentes, todos devem compreender a política de segurança aos trabalhadores. Deste
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modo, a preocupação é que as atividades sejam planejadas e executadas de forma eficaz baseadas
nos princípios da norma regulamentadora 32 para minimizar ou até mesmo erradicar os riscos
no ambiente assistencial de saúde.
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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A. N. G. et al. Riscos biológicos entre os trabalhadores de enfermagem. Rev. Enferm.


UERJ. V. 17, n 4, p. 595-600. Rio de Janeiro. Out\Dez. 2009.

ALVES, S. S. M. et al. Acidentes com perfurocortantes em trabalhadores de enfermagem:


uma questão de biossegurança Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jul/set; 17(3):373-7.

NR 32 - Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Disponível em


http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_32.pdf. Acesso em 10/05/21.

MARTINS, N. NR-32- Nova Norma para a área de Saúde. Disponível em


http://www.gbam.com.br/layouts/capa/index_1.asp?cod=48. Acesso em 06/02/21

MIRANDA. Ruth. NR 32 a nova lei que todo o profissional de enfermagem precisa


conhecer. Coren-SP n° 68, março/abril de 2007.

QUINTELLA, M.C. Gestão de riscos em atividades de biossegurança: estudo de caso.


Dissertação (Mestrado). Unicamp. São Paulo, 2006, 142 f.

ROBAZZI, M.L.C.C. et al. A norma regulamentadora 32 e suas implicações sobre os


trabalhadores da enfermagem. Rev. Latino-am Enfermagem. Set-Out. 2004, 834-836.

TEIXEIRA, P. & VALLE, S. Biossegurança: Uma Abordagem Multidisciplinar. Rio de


Janeiro: Ed. FIOCRUZ, 1996.

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