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ESCOLA TÉCNICA NOVA DINÂMICA

BERNARDO SAYÃO – SEGUNDA A QUINTA 17h - 19h (SALA 03)


CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

Prof.ª CARYNNIE KÉTHILEY ANDRADE PASSOS

SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO


Parte 01

Imperatriz - MA
2022
INTRODUÇÃO
 A enfermagem profissional surgiu na Inglaterra no século XIX. No Brasil a
primeira escola de enfermagem foi criada em 1880 no Hospício de Pedro II
atualmente a UNI-RIO. O exercício de enfermagem no Brasil foi regulamentado em
1931. Em 1955 foi aprovada a Lei do exercício profissional de Enfermagem no
Brasil. Em 1959 aconteceu uma Conferência Internacional do trabalho que
conceituou a medicina do trabalho, mas limitando-se a intervenções médicas.
Em 1963 foi incluído nos cursos médicos o ensino de Medicina do Trabalho.
Em 1964, a Escola de Enfermagem da UERJ inclui a disciplina de Saúde
Ocupacional no curso de graduação. O Auxiliar de Enfermagem do Trabalho foi
incluído na equipe de Saúde Ocupacional em 1972 pela portaria n. 3.237 do
Ministério do Trabalho. Em 1973 criou-se o COFEN e COREN.
O primeiro curso de Especialização para Enfermeiros do Trabalho aconteceu
em 1974 no Rio de Janeiro. A inclusão do Enfermeiro do Trabalho na equipe de
Saúde Ocupacional aconteceu por meio da portaria n.3.460 do MTE, em 1975.
Neste mesmo ano criou o código de Deontologia de Enfermagem e no ano seguinte,
criou-se no Rio Grande do Sul o primeiro Sindicato de Enfermagem.
A Enfermagem do Trabalho é um ramo da enfermagem de Saúde Pública e,
como tal, utiliza os mesmos métodos e técnicas empregados na Saúde Pública
visando a promoção da saúde do trabalhador; proteção contra riscos decorrentes de
suas atividades laborais; proteção contra agentes químicos, físicos, biológicos e
psicossociais. 
O objetivo da enfermagem na saúde do trabalhador é a manutenção de sua
saúde no mais alto grau do bem estar físico e mental e recuperação de lesões,
doenças ocupacionais ou não ocupacionais e sua reabilitação para o trabalho.

A EQUIPE DE ENFERMAGEM DO TRABALHO

Atualmente, a equipe de Enfermagem do Trabalho é comporta por Técnico de


Enfermagem do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho.
Enfermeiro do Trabalho assiste trabalhadores promovendo e zelando pela
saúde, fazendo prevenção das doenças ocupacional e dos acidentes do trabalho ou
prestando cuidados aos doentes e acidentados, visando o bem estar físico e mental
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dos clientes, como também planeja, organiza, dirige, coordena, controla e avalia a
atividade de assistência de enfermagem.
Técnico de Enfermagem do Trabalho desempenham atividades técnicas de
enfermagem na área de saúde ocupacional, em conformidade com as boas práticas,
normas e procedimentos de biossegurança, como:
1. Auxiliar na observação sistemática do estado de saúde dos trabalhadores,
nos levantamentos de doenças profissionais, lesões traumáticas, doenças
epidemiológicas.
2. Fazer visitas domiciliares e hospitalares nos casos de acidentes ou doenças
profissionais
3. Participar dos programas de prevenção de acidentes, de saúde e de medidas
reabilitativas.
4. Desempenhar tarefas relativas a campanhas de educação sanitária.
5. Preencher os relatórios de atividades do ambulatório dos serviços de médico
e de enfermagem do trabalho.
6. Auxiliar na realização de inquéritos sanitários nos locais de trabalho.
7. Auxiliar na realização de exames pré-admissionais, periódicos, demissionais,
e outros determinados pelas normas da instituição.
8. Atender as necessidades dos trabalhadores portadores de doenças ou lesões
de pouca gravidade, sob supervisão.
9. Executar tarefas pertinentes à área de atuação, utilizando-se de
equipamentos e programas de informática.
10. Executar e apoiar outras tarefas para o desenvolvimento das atividades do
setor, inerentes à sua função

Atividades de Enfermagem nos Diferentes Níveis de Atuação

Prevenção Primária: promoção do ajustamento do trabalhador ao trabalho;


aquisição de hábitos saudáveis.
Prevenção Secundária: adequação das condições sanitárias do ambiente de
trabalho; assistência imediata às doenças e agravos; assistência contínua às
consequências dos agravos.
Prevenção Terciária: assistência aos portadores de sequelas produzidas
pelas condições de trabalho.

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Organização de arquivos e prontuários

Este prontuário é aberto por ocasião do exame admissional, no qual deverão


ser feitos registros sistemáticos de todas as ocorrências referentes a saúde do
trabalhador.
Os prontuários devem conter: exames de saúde ocupacional; acidentes de
trabalho e adoecimentos no trabalho; consultas clínicas; absenteísmo; tratamento e
procedimentos executados. E devem ser organizados por ordem numérica ou
alfabética, a fim de facilitar sua localização e manuseio, e devem estar dispostos em
arquivo fechado, por possuírem informações confidenciais.
Esses registros deverão ser mantidos pelo período mínimo de 20 anos, após
desligamento do trabalhador.

FATORES DE RISCO – MAPA DE RISCO / NR 5


Mapa de risco
Mapa de risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores
presentes nos locais de trabalho (sobre a planta baixa da empresa, podendo ser
completo ou setorial).
São capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores, ou seja, locais
com potenciais possibilidades de gerar algum tipo de acidente e doenças no
ambiente de trabalho.

Mapa de risco é obrigatório


A norma regulamentadora NR-5 torna obrigatório que as empresas tenham o
Mapa de risco sendo uma das atribuições da CIPA (Comissão interna de prevenção
de acidentes).
A norma NR-5 considera como riscos ambientais os agentes físicos, químicos
e biológicos, além de riscos ergonômicos e os riscos de acidentes que porventura
possam existir nos locais de trabalho e que venham a causar danos à saúde dos
trabalhadores.
Na sua elaboração, o mapeamento dos riscos faz um levantamento dos locais
de trabalho apontando os riscos que são sentidos e observados pelos próprios

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trabalhadores de acordo com a sua sensibilidade, em conjunto com os técnicos de
segurança do trabalho.
Tais fatores têm origem nos diversos elementos do processo de trabalho
(materiais, equipamentos, instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma
de organização do trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, método de trabalho,
postura de trabalho, jornada de trabalho, turnos de trabalho, treinamento, etc.).

O Mapa de Riscos tem como objetivos:                                                                                      


 a) reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de
segurança e saúde no trabalho na empresa;                                                                                  
b) possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre
os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de
prevenção.

Etapas de elaboração
a) conhecer o processo de trabalho no local analisado: os trabalhadores:
número, sexo, idade, treinamento profissionais e de segurança e saúde; os
instrumentos e materiais de trabalho; as atividades exercidas; o ambiente.
b) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação
da tabela.
c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia: medidas de
proteção coletiva; medidas de organização do trabalho; medidas de proteção
individual; medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários,
bebedouro, refeitório.
d) Identificar os Indicadores de saúde: queixas mais frequentes e comuns
entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos; acidentes de trabalho
ocorridos; doenças profissionais diagnosticadas; causas mais frequentes de
ausência ao trabalho.
e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;
f) elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando através
de círculo: o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada; o
número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do
círculo; a especialização do agente (por exemplo: químico-sílica, hexano, ácido

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clorídrico, ou ergonômico repetitivo, ritmo excessivo) que deve ser anotada também
dentro do círculo; a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos
trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos diferentes de círculos;
causas mais frequentes de ausência ao trabalho.
Após discutido e aprovado pela CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes), o Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada
local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores.
Veja abaixo a classificação dos principais riscos e o padrão de cores
correspondentes:

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  No mapa de risco, os riscos são representados num formato de círculos
coloridos conforme sua classificação em grupos de acordo com a sua natureza e em
três tamanhos para diferenciar o nível de gravidade, vejam abaixo:

Medidas preventivas
Depois que a equipe identificou e mapeou as áreas contendo os riscos, parte-
se para a próxima fase, que é a elaboração das medidas preventivas consideradas
mais efetivas e bem sucedidas para o sucesso da estratégia.
Conheça, a seguir, as ações que estão previstas na Portaria:
 medidas de proteção coletiva;
 medidas de organização do trabalho;
 medidas de proteção individual;
 medidas de higiene e conforto, como banheiro, bebedouro, refeitório, área de
lazer, entre outras.

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Identificação dos indicadores de saúde já existentes
A identificação dos indicadores de saúde envolve a coleta e análise sobre
todo o quadro clínico e histórico de eventuais casos de doenças decorrentes do
ambiente de trabalho inadequado.
Nesse sentido, a equipe encarregada dessa tarefa deve avaliar os seguintes
aspectos:
 reclamações mais comuns entre os colaboradores;
 tipo de acidente de trabalho que já aconteceu com os funcionários;
 o diagnóstico de eventuais doenças de caráter ocupacional;
 análise das causas que levam ao absenteísmo e licenças do trabalho.
Doenças causadas por riscos físicos
 Ruído: perda auditiva, estresse e Hipertensão Arterial;
 Vibração: perda de sensibilidade do tato, deslocamento dos nervos e
problemas articulares;
 Calor: insolação, câimbra, desidratação e erupções na pele;
 Frio: feridas, necrose, congelamento, doença respiratória;
 Umidade: doença respiratória e circulatória, doenças de pele;
 Radiações ionizantes: síndrome nervosa e gastrintestinais e medular,
radiodermites;
 Não ionizantes: catarata, queimadura e lesões na pele;
 Pressões anormais: rompimento do tímpano e de vasos sanguíneos;

Doenças causadas por riscos químicos


 Dermatite de contato, alergias, doenças respiratórias, na pele, da visão, do
sistema nervoso, renais e hepáticas e até diversos tipos de cânceres.

Doenças causadas por riscos biológicos


 Doenças contagiosas, alergias ou infecções, doenças causadas por picadas
de insetos, mordidas de animais.

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Doenças causadas por riscos ergonômicos
 LER/DORT, cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração
do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho
digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de coluna, etc.

Doenças causadas por riscos de acidentes


 Lesões imediatas ou a curto, médio ou longo prazo, morte, perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade do trabalho.

RISCOS DA PROFISSÃO DE ENFERMAGEM


A competitividade no ambiente de trabalho, os relacionamentos conflituosos,
a hierarquia organizacional, o relacionamento com pacientes e acompanhantes são
questões que podem influir negativamente na saúde do profissional de enfermagem.
Além disto, há o medo de errar e o ritmo acelerado do trabalho como pontos de
atenção. Esse conjunto pode gerar os conhecidos problemas psicológicos de
estresse, síndrome de Burnout e depressão nos profissionais de enfermagem.
Portanto, além dos riscos conhecidos pela Saúde do Trabalhador, também foi
acrescentado à enfermagem o risco psicossocial.
Abaixo listamos os principais riscos inerentes ao exercício da enfermagem e
as ações que devem ser realizadas para preveni-los:
Riscos Físicos – ruídos, vibrações, radiações, extremos de temperatura,
pressões anormais, umidade, iluminação inadequada, falta de sinalização adequada,
espaço físico inapropriado. Para prevenir os riscos físicos, é fundamental que o
ambiente de trabalho seja adequado, com boa ventilação e iluminação, boa
sinalização, espaço físico adequado (entre leitos, por exemplo), limpo e com boas
condições como banheiros adequados.
Riscos Químicos – Gases, vapores anestésicos, antissépticos, esterilizantes
e poeiras. Para prevenir esses riscos, é importante que a instituição de saúde
forneça Equipamentos de Proteção Individual aos seus funcionários e forneça
orientação e treinamento para utilização dos mesmos.

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Riscos Biológicos – Micro-organismos, material infectocontagioso,
perfurocortantes. Para prevenir esses riscos é necessário que haja descartes
adequados de materiais, uso de EPIs como luvas e máscaras e que haja protocolos
de segurança para manipular esses materiais e que esses protocolos sejam
seguidos por todos os profissionais.
Riscos Ergonômicos – Sobrecarga de peso, postura inadequada. Para
preveni-los, é importante que haja equipamentos como camas elétricas, por
exemplo, que reduzem o esforço físico que o profissional deve fazer. Além disso, o
dimensionamento adequado de profissionais reduz a quantidade de esforço que
cada trabalhador realiza diariamente, pois haverá mais profissionais para dividir as
tarefas.
Riscos de Acidentes – Iluminação inadequada, risco de incêndio, piso
escorregadio, máquinas defeituosas e ferramentas inadequadas. Os riscos de
acidentes podem ser evitados com a manutenção preventiva dos equipamentos e
ferramentas e com a adequação e sinalização do ambiente físico de trabalho.
Riscos Mecânicos – objetos perfurocortantes. Para prevenir os riscos
mecânicos, é essencial seguir as normas como a NR-32 e os protocolos
institucionais (que devem existir e ser seguidos por todos). 
Riscos Psicossociais – Sobrecarga psicológica, jornada de trabalho
inadequada, ritmo acelerado, tarefas repetitivas, ambiente conflituoso e competitivo,
relacionamento conturbado com pacientes e acompanhantes, dentre outros.  Para
prevenir essa categoria de riscos, é fundamental a atuação das lideranças e do
enfermeiro Responsável Técnico, que devem se esforçar para mediar conflitos e
criar um ambiente de trabalho saudável, amistoso e que seja cooperativo ao invés
de competitivo. Além disso, é fundamental que o profissional tenha uma vida
saudável e equilibrada fora do ambiente de trabalho.

NOÇÕES GERAIS DE BIOSSEGURANÇA EM SERVIÇOS DE SAÚDE

Entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação


de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação,
assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade.

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Biossegurança é um conjunto de medidas voltadas para ações de prevenção,
minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem
comprometer a saúde do homem, dos animais e do meio ambiente ou a qualidade
dos trabalhos.
Toda instituição deve possuir um Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais – PPRA, o qual deve ser reavaliado uma vez ao ano OU sempre que
houver mudança nas condições de trabalho, que possa alterar a exposição aos
agentes biológicos OU quando a análise dos acidentes e incidentes assim o
determinar. Geralmente, nos ambientes de saúde, essa análise e atualização é feita
pela CCIH (Comissão de Controle de Infecção hospitalar) do estabelecimento.
Em caso de exposição acidental ou incidental, medidas de proteção devem
ser adotadas imediatamente, mesmo que não previstas no PPRA.
A manipulação em ambiente laboratorial deve seguir as orientações do
Ministério da Saúde correspondentes aos respectivos microrganismos.
Em toda ocorrência de acidente envolvendo riscos biológicos, com ou sem
afastamento do trabalhador, deve ser emitida a Comunicação de Acidente de
Trabalho – CAT.
Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico deve
ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete
líquido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato
manual.
Os quartos ou enfermarias destinados ao isolamento de pacientes portadores
de doenças infectocontagiosas devem conter lavatório em seu interior.
O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve
ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas.
Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem
iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de
documento de liberação para o trabalho.
O empregador deve vedar:
a) a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos;
b) o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos
postos de trabalho;

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c) o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;
d) a guarda de alimentos em locais não destinados para este fim;
e) o uso de calçados abertos.
A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado.
Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos
de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais.
Os Equipamentos de Proteção Individual – EPI, descartáveis ou não, deverão
estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja
garantido o imediato fornecimento ou reposição.
O empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes do início
das atividades e de forma continuada, devendo ser ministrada sempre que ocorrer
mudanças das condições de exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos,
sendo realizados durante a jornada de trabalho e por profissionais de saúde
familiarizados com os riscos inerentes aos agentes biológicos.
Os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou
incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local
de trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde do trabalho e à
CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
O empregador deve informar, imediatamente, aos trabalhadores e aos seus
representantes qualquer acidente ou incidente grave que possa provocar a
disseminação de um agente biológico suscetível de causar doenças graves nos
seres humanos, as suas causas e as medidas adotadas ou a serem adotadas para
corrigir a situação.
Os colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de
material lavável e impermeável, permitindo desinfecção e fácil higienização.

EPI’S E EPC: TIPOS, USOS E LEGISLAÇÃO PERTINENTE / NR-6

A NR-6 visa atuar na prevenção de acidentes, especialmente aqueles


considerados previsíveis devido ao perfil da atividade desempenhada. Logo, é
essencial para garantir a segurança do trabalho e, consequentemente, o bem-estar
físico e mental aos profissionais.

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Os principais objetivos desta norma são: orientar quanto ao uso adequado de
EPI (Equipamento de Proteção Individual); definir as responsabilidades de
empregadores e empregador; estabelecer critérios para fabricantes e importadores;
relacionar os equipamentos que devem ser utilizados; deliberar aspectos técnicos
acerca dos itens.
Quando os EPI’s forem fornecidos, a organização deve assegurar a prestação
de informações, observadas as recomendações do manual de instruções fornecidas
pelo fabricante, em especial sobre:
a) descrição do equipamento e seus componentes;
b) risco ocupacional contra o qual o EPI oferece proteção;
c) restrições e limitações de proteção;
d) forma adequada de uso e ajuste;
e) manutenção e substituição; e
f) cuidados de limpeza, higienização, guarda e conservação.
Abaixo encontram-se os EPI’s mais utilizados na área da saúde:
 Touca
Para proteção contra componentes contaminantes, além de evitar a queda de
cabelos no momento da execução de tarefas.
 Capuz
Para proteção do crânio, face e pescoço contra agentes químicos.
 Óculos
De acrílico, utilizado para proteção dos olhos contra impactos de partículas
volantes. Precisam ser utilizados quando há risco de excreções ou secreções
respingarem.
 Protetor facial
Para proteção da face contra impactos de partículas volantes. Deve ser
utilizado em laboratórios ou durante a limpeza mecânica de instrumentos
hospitalares.
 Máscara cirúrgica
É descartável, ajuda no combate a acidentes de risco biológico e evita a
transmissão de doenças por meio de gotículas. Projetadas para proteção
unidirecional, para capturar fluidos corporais que saem do seu usuário. as
máscaras NÃO são projetadas para proteger quem a está usando.

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 Respirador purificador de ar não motorizado
Ou peça semifacial filtrante para partículas. Podem possuir ou não válvula de
exalação. Fornecem boa proteção bidirecional, filtrando a entrada e a saída
de ar. Pode ser descartável, meia face ou face inteira.
PFF1 para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas, com
penetração de até 20%.
PFF2 para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas e fumos,
com penetração de até 6%.
PFF3 para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e
radionuclídeos, com penetração de até 1%.
N95, N99, N100
São modelos americanos equiparados à FFP2 e 3 europeus. Seu número
identifica, aproximadamente, sua capacidade de filtragem.
KN95
É o modelo chinês com a mesma especificação do N95 americano.

 Vestimenta para proteção do tronco


Protege tanto a roupa como a pele do profissional. Serve de barreira contra
secreções e outras substâncias. Como exemplo temos: avental, jaleco,
capote, etc.
 Luvas descartáveis
Para proteção das mãos contra agentes biológicos. podem ser estéreis ou
não estéreis. Existem diferentes tipos de materiais utilizados para a confecção
das luvas hospitalares, como látex e borracha sintética (nitrílicas).
 Calçado

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Para proteção dos pés contra agentes cortantes e perfurantes. São
imprescindíveis em locais com umidade e quantidade considerável de
material infectante.

 Macacão
Para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes
biológicos;

Enquanto os EPI’s protegem o profissional individualmente, os EPC’s


protegem a coletividade e é adotado para reduzir ou eliminar os riscos ambientais
identificados. Os principais EPC’s hospitalares são: placas de sinalização (incluindo
as de piso); cones e correntes de segurança; alça descartável de transferência; lava-
olhos e chuveiro de emergência; sistemas de ventilação e exaustão; detectores de
fumaça e sprinklers, caixas coletoras, lavatórios exclusivos, dentre outros.

GERENCIAMENTO DE DESCARTE DE RESÍDUOS


A RDC nº 222/2018 da ANVISA, classifica esses resíduos em cinco grupos:

Grupo A (potencialmente infectantes): engloba os resíduos que apresentam


risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes
biológicos;

Grupo B (químicos): constituído pelos materiais que apresentam risco


potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características
químicas;

Grupo C (radioativos): constituído por rejeitos radioativos;

Grupo D (comuns): engloba os demais tipos de resíduos que não se


enquadram nos anteriores.

Grupo E (perfurocortantes): são objetos e instrumentos que contêm cantos,


bordas, protuberâncias rígidas e agudas capazes de cortar ou perfurar.

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LAVAGEM DAS MÃOS
As mãos são consideradas as principais vias de disseminação de infecções
relacionadas à assistência à saúde. Assim sendo, a eficaz higienização das mãos é
uma medida individual eficiente para o controle de infecções relacionadas a
assistência.
A higienização das mãos tem a função de remover sujidades, suor,
oleosidade, células e microbiota da pele a fim de prevenir e reduzir infecções
causadas por transmissão cruzada.
Vários produtos podem ser utilizados para essa higienização, tais como:
sabão comum, álcool a 70%, clorexidina a 2% ou 4% e PVPI (Polivinil Pirrolidona
Iodo OU Iodopovidona).
Dentre as técnicas de lavagem das mãos há a higienização simples e a
fricção antisséptica, ambas deverão ter uma duração de 40 a 60 segundos. A
técnica da higienização antisséptica é a mesma da higienização simples,
substituindo-se o sabonete comum por um associado a antisséptico (por exemplo,
antisséptico degermante ou álcool a 70%).

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COMO O PACIENTE, VISITANTE E ACOMPANHANTE PODEM AJUDAR NA
PREVENÇÃO DE INFECÇÃO

 Tornar-se informado sobre sua doença, fazendo perguntas relacionadas ao


tratamento;
 Envolver um membro da família para estar acompanhando o tratamento;
 Higienizar as mãos sempre;
 Solicitar à equipe de saúde que higienize as mãos quando necessário;
 Comunicar à equipe de saúde qualquer alteração relacionada ao cateter ou
curativo;
 Solicitar a familiares e amigos a não visitarem caso estejam doentes;
 Evitar tocar olhos, nariz e boca;
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 Cobrir nariz e boca com papel descartável quando tossir ou espirrar,
desprezando após o uso;
 Se for fumante, tentar suspender o fumo;
 Vacinar-se anualmente contra gripe.

ERGONOMIA / NR-17

Esta norma visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das


condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
Em resumo, a ergonomia é o estudo cientifico da relação entre o homem; e
seu ambiente de trabalho, e seu objetivo é avaliar a carga de trabalho física e mental
para preservar a saúde e melhorar a performance no local de trabalho, reduzindo
problemas musculoesqueléticos que se originam do trabalho.
A ausência de ergonomia pode levar a tensão e espasmos musculares,
cefaleia, estresse físico e psicológico, lesões ligamentares, rupturas dos discos da
coluna, desequilíbrios musculares, dentre outros.
Na enfermagem, o estresse psicológico, movimentos de torção e flexão da
coluna na lida com o paciente, postura inadequada no atendimento, movimentos
repetitivos, mobília e equipamentos com fatores ergonômicos inadequados (como
armários ou macas muito altos ou muito baixos, banheiro com espaço restrito,
macas de transporte inadequadas).

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A ergonomia tem diversos benefícios no ambiente de trabalho, como redução
dos riscos de acidentes ou desenvolvimento de doenças relacionadas ao exercício
da profissão; maior motivação e produtividade; reduz os afastamentos do trabalho
(absenteísmo) relacionados às doenças laborais; torna os processos mais ágeis e
satisfatórios, impactando também a satisfação dos pacientes; aumenta a qualidade
de vida dos colaboradores.
As principais doenças ocupacionais na enfermagem, atualmente, são: LER e
DORT; problemas de visão; asma ocupacional; alergias ou hipersensibilidade;
dermatose ocupacional; doenças psicossociais; problemas na coluna; varizes,
Hipertensão Arterial; Diabetes Mellitus; e contaminações.

BIBLIOGRAFIA

ANVISA. Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos. Brasília:


Anvisa, 2009. 105p.

ANVISA. Portaria nº 2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998. Diário Oficial da União, Brasília,


13 de maio de 1998. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/2616_98.htm
[acesso em novembro de 2022].

IFCE – Serviço de saúde – Manual de biossegurança: serviço de enfermagem. Oliveira,


C. L. B. S. Almeida, A. M. O., et. al. – Fortaleza: IFCE, 2021. 79p.

FELLI, V.E.A.; PEDUZZI, M. O trabalho gerencial em Enfermagem. In: KURCGANT, P.


Gerenciamento em Enfermagem. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

BRASIL. Lei 7498 de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício
da enfermagem e dá outras providências. Disponível em:
http://www.corentocantins.org.br/eUpload/arquivos/8/Lei%20n%C2%BA%207.498.pdf.
Acesso em 15 nov 2022.

http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR5.pdf

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Ministério da Saúde do Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Doenças
relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde.

https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-
de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-17-
atualizada-2021.pdf

https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-
de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-06-
atualizada-2022.pdf

https://qualidadedoar.ufes.br/conteudo/mascaras-de-protecao-respiratoria-n95-pff1-pff2-ou-
pff3

https://segurancadotrabalho.info/ebook-resumo.pdf

https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-
de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-05-
atualizada-2021-1-1.pdf

Escola Nova Dinâmica – Curso Técnico em Enfermagem – Saúde e Segurança do Trabalho


– Prof.ª Carynnie Kéthiley Andrade Passos

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