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28/04/2024, 07:54 Saúde ocupacional​

Saúde ocupacional​
Prof.ª Raquel Juliana de Oliveira Soares

Descrição

Relação dos riscos ocupacionais e adoecimentos dos trabalhadores.


Riscos ocupacionais e ambientes saudáveis. Responsabilidade das
empresas na preservação do meio ambiente e dos recursos naturais e
contribuição na promoção da saúde da população. Promoção da saúde
dos trabalhadores.

Propósito

Compreender de que forma a exposição a agentes de riscos


ocupacionais pode gerar o adoecimento do trabalhador e analisar os
procedimentos disponíveis para as empresas atuarem na prevenção do
adoecimento e na promoção da saúde dos trabalhadores, bem como na
preservação do meio ambiente.

Objetivos

Módulo 1

Riscos ocupacionais

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Relacionar os agentes de riscos ocupacionais e o adoecimento dos


trabalhadores.

Módulo 2

Prevenção e promoção da saúde


Identificar o papel das empresas na prevenção do adoecimento e na
promoção da saúde dos trabalhadores.

Introdução
A palavra trabalho tem origem no termo em latim tripalium, que foi
um instrumento de tortura na antiguidade. Jeffrey Pfeffer,
renomado professor de gestão de Stanford, escreveu recentemente
este livro: Morrendo por um $alário: como as práticas modernas de
gerenciamento prejudicam a saúde dos trabalhadores e o
desempenho da empresa – e o que podemos fazer a respeito. O
título da obra é enorme, bem como o problema discutido nela.

O ambiente laboral não deve ser uma tortura para a saúde física e
mental de seus trabalhadores. Por meio do trabalho, bens e
serviços são feitos, geralmente, para facilitar e melhorar a vida das
pessoas, portanto, servir por meio do trabalho é algo bom e
significativo. Em resumo, trabalhar pode e deve ser algo bom tanto
para quem trabalha quanto para quem recebe o produto oriundo do
trabalho.

Neste material, discutiremos a saúde ocupacional, assunto cada


vez mais importante. Vamos abordar os riscos ocupacionais, bem
como estudar formas de prevenção desses riscos e de promoção
da saúde dos trabalhadores. Assim como trabalhar deve ser bom,
estudar deve ser bom: desejamos um bom e proveitoso estudo
nessa jornada no trabalho com saúde e significado!

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1 - Riscos ocupacionais
Ao final deste módulo, você será capaz de relacionar os agentes de riscos
ocupacionais e o adoecimento dos trabalhadores.

Riscos ocupacionais
Você sabe o que é um risco ocupacional?

video_library
Confira o conceito, a
explicação e exemplos de
riscos ocupacionais
Neste vídeo, você encontrará o conceito, explicação e exemplos de
riscos ocupacionais.

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Os riscos ocupacionais existem nos ambientes de trabalho e, em função


de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição,
são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. São divididos em
cinco grupos:

Risco químico

Consideram-se como agentes de risco químico as substâncias,


compostos ou produtos que possam entrar no organismo do
trabalhador, por diversas vias, ou ser absorvidos por ingestão
oral nas formas de poeira, fumaça, neblina, gás, névoa ou
vapor. Quando não controlados, esses agentes podem causar:
alergia respiratória, alergia na pele, câncer, intoxicações, entre
outros.

Risco físico

Consideram-se como agentes de risco físico as diversas


formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, como ruído, calor ou frio extremos, radiação
ionizante e não ionizante e vibração. Esses agentes, quando
não controlados, podem causar: câncer, surdez, desidratação,
dor de cabeça, entre outros.

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Risco biológico

Consideram-se como agentes de risco biológico todos os


microrganismos, como bactérias, vírus, fungos, entre outros, e
também os animais peçonhentos. Quando não controlados,
esses agentes podem causar: tuberculose, intoxicação
alimentar, hepatite, envenenamento, tétano etc.

Risco de acidente

Consideram-se como fatores de risco de acidentes os que


colocam o trabalhador em situação de vulnerabilidade que
possa afetar sua integridade física e seu bem-estar físico e
psíquico como: máquinas e equipamentos sem proteção,
arranjo físico inadequado, má iluminação do ambiente, piso
escorregadio, manutenção em sinalização, entre outros. Essas
situações podem causar quedas, fraturas, esmagamentos,
amputações etc.

Risco ergonômico e psicossocial

Consideram-se como agentes de risco ergonômico e


psicossocial os fatores que possam interferir nas
características psicofisiológicas do trabalhador, causando
desconforto ou afetando sua saúde. Entre outros exemplos,
levantamento de peso excessivo ou de forma inapropriada;

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ritmo de trabalho acelerado, monótono ou repetitivo; postura


inadequada; exigência para além das competências do
trabalhador; cobranças excessivas pela chefia. Esses agentes,
quando não controlados, podem causar: tendinite, bursite,
hérnia de disco, dores nas pernas, dores musculares ou
articulares, sofrimento mental, depressão, ansiedade,
desmotivação etc.

Por que conhecer os riscos ocupacionais?

Conhecer os riscos ocupacionais é fundamental para que as empresas


possam manter os ambientes seguros mediante a antecipação, o
reconhecimento, a avaliação e o controle da ocorrência dos
fatores/agentes de riscos, levando em consideração a proteção do meio
ambiente.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) exige ambientes de trabalho


seguros, tornando obrigatórias, para as empresas, a adoção de medidas
de segurança e a observação de suas regras, tais como:

Respeito às normas
Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do
trabalho.

Instrução de funcionários
Instruir os empregados, por meio de ordens de serviço, quanto às
precauções a tomar para prevenir acidentes ou doenças ocupacionais.

Adoção de medidas
Adotar as medidas determinadas pelo órgão regional competente.

É direito do trabalhador exercer atividades laborais em um ambiente


seguro, cujos riscos ocupacionais não o prejudiquem. Cabe ao
empregador cuidar dos agentes de riscos, embora o trabalhador
também deva fazer a sua parte, como veremos adiante.

Entre as obrigações do empregador, estão:

Antecipação e/ou reconhecimento dos Riscos expand_more

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Identificar os fatores de risco no ambiente de trabalho e procurar


eliminá-los ou minimizá-los.

Adoção de medidas de riscos expand_more

Adotar medidas de controle e efetuar constante monitoramento


desses riscos, evitando que causem danos aos trabalhadores.

Monitoramento dos riscos e da saúde dos trabalhadores expand_more

Cuidar dos reflexos desses riscos na saúde dos trabalhadores


por meio de acompanhamento dos exames periódicos e das
consultas médicas.

Medidas corretivas em caso de anormalidades expand_more

Caso seja necessário, adotar medidas corretivas se os agentes


de riscos estiverem muito além do permitido por Lei.

O monitoramento dos agentes não pode parar, deve ser constante, por
isso as empresas precisam contratar profissionais capacitados para
acompanhar esse ciclo.

Atenção!
Alguns ambientes podem ser considerados insalubres por não
garantirem o cumprimento das normas de segurança. Nesse caso, se
realmente ficar comprovado que o ambiente não oferece a segurança
devida aos trabalhadores, o empregador será obrigado a pagar um
adicional de insalubridade. Esse adicional assegura ao trabalhador um
valor acrescentado ao seu salário, incidente sobre o salário mínimo da
região equivalente a 40% para insalubridade de grau máximo; 20% para
insalubridade de grau médio; e 10% para insalubridade de grau mínimo.

A eliminação ou a neutralização da insalubridade no ambiente de


trabalho determinará a cessação do pagamento do adicional. Em geral,
decorre da adoção de medidas que conservam o ambiente de trabalho

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nos limites de tolerância e com a utilização de equipamento de proteção


individual (EPI).

Mapas de riscos ambientais/ocupacionais

Conhecer os riscos ocupacionais é imprescindível para que a equipe da


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) possa elaborar o
mapa de riscos ambientais/ocupacionais. Esse mapa é uma
representação gráfica fiel da planta (layout) dos setores de uma
empresa/organização. Com base nele, os trabalhadores podem
identificar quais os riscos presentes nos setores da empresa e, com
isso, saberão da necessidade de vestimentas especiais ou
equipamentos de proteção para acessar tais setores. Aliás, o mapa é
uma das formas de garantir ao trabalhador o acesso às informações
sobre os riscos presentes no trabalho e sobre suas condições de saúde.
É direito do trabalhador ter todas as informações relacionadas ao seu
processo de trabalho.

Veja, a seguir, um exemplo de Mapa de Riscos:

Mapa de riscos de um centro cirúrgico.

CIPA = Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes.
A Cipa tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes
do trabalho, de modo a tornar permanentemente compatível o trabalho com
a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A comissão
será composta de representantes do empregador e dos empregados, de
acordo com o dimensionamento previsto na Norma Regulamentadora 5
(NR-5).

Uma das competências da Cipa é identificar os riscos para elaborar o mapa


de riscos, que é uma metodologia de avaliação qualitativa e subjetiva dos

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riscos presentes no trabalho.

Para a elaboração do mapa, a Cipa deve ter a assessoria da equipe do


Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho (Sesmt).

Ainda sobre a classificação dos riscos ocupacionais, é preciso lembrar


que eles muitas vezes afetarão a saúde do trabalhador por meio do que
chamamos de fatores de risco, tais como: ruído, poeira, calor, bactéria,
produto químico, entre outros. Há ainda os fatores relacionados à
organização do trabalho, que podem causar doenças osteomusculares e
transtornos mentais.

No ambiente de trabalho, é possível que o trabalhador


esteja exposto a mais de um agente.

Em outras palavras, podemos encontrar alguns fatores de risco de


grupos de risco diferentes em um mesmo ambiente de trabalho.

Exemplo
Na indústria têxtil, pode ocorrer: maquinário com ruído (agente de risco
físico), poeira da matéria-prima (agente de risco químico) e postura
inadequada para manuseio da máquina (agente de risco ergonômico).

Há ainda um agravante: dependendo do fator de risco, as doenças só se


manifestarão anos após a exposição, muitas vezes após o término de
um contrato de trabalho.

Agentes de risco ocupacional X Adoecimento dos


trabalhadores

Para compreender a relação entre o trabalho e o processo de


adoecimento, diversos países (incluindo o Brasil) adotaram a
classificação elaborada em 1984 por Richard Schilling. O professor de
medicina inglês agrupou as doenças segundo a contribuição ou o “papel
causal” desempenhado pelo trabalho no adoecimento.

A classificação de Schilling orienta os profissionais da saúde sobre a


possível relação do adoecimento com a exposição a riscos presentes no
trabalho:

Grupo I
Doenças em que o trabalho é a causa necessária.

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Exemplo: silicose.

Grupo II
Doenças em que o trabalho pode ser um fator contributivo, mas não
necessário, ou seja, o trabalho pode ou não estar favorecendo a
condição do trabalhador.

Exemplo: hipertensão.

Grupo III
Doenças em que o trabalho é um agravador de um distúrbio latente.

Exemplo: depressão.

Essa classificação facilita o trabalho do médico quando é preciso


relacionar o diagnóstico (doença) com o ambiente de trabalho (causa) e
estabelecer o nexo ocupacional, mais conhecido como nexo causal.

Vejamos um exemplo de nexo ocupacional:

Nexo ocupacional
Chamamos de nexo ocupacional ou causal quando o médico consegue
comprovar que a doença ou o adoecimento é proveniente do trabalho.

Exemplo
JPS trabalha há 10 anos exposto à poeira de sílica. Após esse período,
começou a apresentar diminuição da capacidade respiratória, fraqueza,
tosse intensa, dores no peito e perda de peso. Foi ao médico e após a
anamnese (perguntas que o médico faz ao paciente) e alguns exames,
foi diagnosticado com silicose, uma doença proveniente da exposição
ao pó de sílica. Ao comprovar que o trabalhador desenvolveu a doença
por causa do trabalho, teremos um nexo de causalidade — causa
(ambiente/pó de sílica) e efeito (doença).

Agora que já falamos sobre as formas de adoecer e a sua relação com o


trabalho, vejamos o que acontecerá com o trabalhador adoecido ou em
processo de adoecimento.

O trabalhador adoecido

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Para entendermos o que pode acontecer aos trabalhadores quando


adoecem, é interessante lembrar de alguns conceitos/termos chave:

task_alt Adoecimento ocupacional


Qualquer alteração biológica ou funcional (física ou
mental) que ocorre com uma pessoa em
decorrência do trabalho.

task_alt Empregador (com ou sem CNPJ)


Empresa, individual ou coletiva, que assume os
riscos da atividade econômica: admite, assalaria e
dirige a prestação pessoal de serviço.

task_alt Empregado
Pessoa física que presta serviços de natureza não
eventual a um empregador, sob a dependência
deste e mediante salário. Pode ser: empregado do
setor privado (com ou sem carteira de trabalho
assinada); empregado do setor público (com ou
sem carteira de trabalho assinada, militar, servidor
público estatuário); e empregado rural.

task_alt Trabalhador doméstico


Pessoa física que presta serviço em domicílio, com
ou sem carteira de trabalho assinada.

task_alt Empregado contratado em regime


CLT
P fí i t b lh b i d
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Pessoa física que trabalha sob o regime da
Consolidação da Leis do Trabalho (CLT), ou seja,
tem carteira de trabalho assinada pelo empregador.
Neste caso, há alguns direitos garantidos (caso
tenha necessidade, pode receber benefícios do
Instituto Nacional do Seguro Social, INSS).

Agora vamos entender, em três casos, o que acontece com um


trabalhador contratado em regime de CLT:

Caso 1 expand_more

Trabalhador precisará se afastar por pouco


tempo do trabalho

XYZ trabalha em uma empresa de construção civil há cinco anos,


com manipulação de cimento. Há alguns dias tem percebido
coceira intensa nas mãos, além de rachadura que sangra, e isso
está impedindo que trabalhe direito. Ao procurar um médico, este
avaliou as lesões e constatou que XYZ estava com dermatite de
contato por causa do cimento e o afastou do trabalho por cinco
dias, entregando a ele um atestado médico. Neste caso, o
trabalhador precisará voltar ao trabalho? Precisará entregar o
atestado na empresa? O dia de trabalho será abonado?

Qual é a responsabilidade do trabalhador e


da empresa?

O trabalhador precisou ser afastado por pouco tempo para


tratamento. Após sair da consulta, ele poderá ir à empresa
entregar o atestado ou fazer isso no dia seguinte. A empresa
deverá receber o atestado e abonar os dias de afastamento. O
trabalhador receberá o valor do salário que corresponde a esses
dias.

Caso 2 expand_more

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Trabalhador precisará se afastar por mais de


15 dias​

LMN trabalha como frentista há 15 anos e vem apresentando, há


5 dias, cansaço excessivo, dores de cabeça e tontura. Após um
episódio de sangramento no nariz, LMS ficou assustado e
procurou um médico. Durante a consulta, relatou detalhes do seu
trabalho e o médico solicitou alguns exames, entre eles o
toxicológico. Ao receber os resultados, o médico identificou que,
além da intoxicação, LMN estava com leucemia. Para o
tratamento inicial, o médico emitiu um atestado com 40 dias de
afastamento. Neste caso, o trabalhador precisará voltar ao
trabalho? Precisará entregar o atestado na empresa? O dia de
trabalho será abonado?

Qual é a responsabilidade do trabalhador e


da empresa?

O trabalhador precisou ser afastado por 40 dias. Após sair da


consulta, ele poderá ir à empresa entregar o atestado ou fazer
isso no dia seguinte. A empresa deverá receber o atestado e
abonar os primeiros 15 dias de afastamento, então o trabalhador
receberá o valor do salário que corresponde a esses dias.
Entretanto, como ficará afastado do trabalho por mais tempo,
para fazer jus ao benefício do INSS, o trabalhador também
precisará passar por perícia médica e deve ser orientado a
agendá-la.

Atenção: não existe lei que obrigue o médico a colocar no


atestado médico o nome da doença (diagnóstico) e nem o
número da classificação no CID (Classificação Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, um registro
estatístico que reúne e organiza as mais diversas doenças e
sintomas conhecidos pelo homem em grupos ou categorias).

A Classificação Internacional de Doenças e Problemas


Relacionados à Saúde (CID) é um registro estatístico que reúne e
organiza as mais diversas doenças e sintomas conhecidos pelo
homem em grupos ou categorias.

Caso 3 expand_more

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Trabalhador não precisará se afastar do


trabalho

RST trabalha em uma empresa há 10 anos e há 5 foi


diagnosticada com depressão. Desde então, faz tratamento
regularmente e não pode deixar de tomar seus remédios nem um
dia. Um sábado por mês, RST vai ao médico do posto de saúde
para renovar a receita e pegar outra caixa de medicamento.
Acontece que, este mês, o médico que a acompanha não poderá
atender aos sábados e agendou uma consulta durante a
semana. RST não pode ficar sem o remédio e foi autorizada pela
empresa a comparecer à consulta. O médico entrega a ela uma
declaração de comparecimento com a data da consulta e o
tempo que ficou no consultório. Neste caso, a trabalhadora
precisará voltar ao trabalho? Deve entregar a declaração na
empresa? O dia de trabalho será abonado?

Qual é a responsabilidade do trabalhador e


da empresa?

A trabalhadora precisará retornar ao trabalho e entregar a


declaração na empresa. A declaração não abona o dia inteiro de
trabalho, somente as horas que constam nela.

Qual é a responsabilidade do médico que atende


um trabalhador em processo de adoecimento?

Como vimos, o médico precisa atender o trabalhador com atenção,


coletar informações sobre sua vida pessoal e profissional, solicitar
exames complementares (se for preciso) e formular um diagnóstico.
Nem sempre o médico faz o diagnóstico imediatamente, às vezes
precisa de tempo para investigar o que está acontecendo com o
trabalhador. O médico também poderá prescrever o tratamento e/ou
encaminhar o trabalhador para outros profissionais, como psicólogos,
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, entre outros.

Uma vez constatado que o trabalhador não tem condições de retornar


ao trabalho, o médico deverá fornecer um atestado com os dias
necessários de afastamento. Às vezes o trabalhador está adoecendo e
isso não tem nenhuma relação com o trabalho, porém, mesmo assim, o
trabalhador precisará ser afastado para se tratar. Caso não haja
necessidade de afastamento, o médico deverá entregar ao trabalhador

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uma declaração de comparecimento à consulta, com a data e o tempo


que ficou no consultório em atendimento.

Se o médico que atendeu o trabalhador não é médico do trabalho e não


tem acesso à Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), mas
diagnosticou uma doença ocupacional, então deverá emitir apenas um
laudo sobre as condições de saúde do trabalhador, para que este o
entregue na empresa e o laudo seja anexado à CAT.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

MNH, digitador há 10 anos, compareceu a uma consulta médica


com queixa de formigamento, ardência e dores nas mãos, relatou
também que há 2 semanas não consegue levantar alguns objetos
devido a uma “fraqueza nas mãos”. No exame físico, o médico
observou inchaço e vermelhidão local. Diante desses sinais e
sintomas, o trabalhador foi diagnosticado com tendinite nas mãos e
nos punhos. Para o tratamento e a recuperação, o médico o afastou
do trabalho por 7 dias. Para formalizar o afastamento, MNH deverá
levar à empresa o documento emitido pelo médico com uma
informação obrigatória. Assinale abaixo a alternativa correta sobre
o documento e a informação obrigatória:

Declaração de comparecimento com os dias de


A
afastamento e o diagnóstico.

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Declaração de comparecimento com o dia da


B
consulta.

C Atestado médico com os dias de afastamento.

Atestado médico com os dias de afastamento e o


D
tratamento

E Atestado médico com detalhes do tratamento.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Neste caso o documento será o atestado médico, uma vez que o


trabalhador precisará ser afastado para tratamento. Quanto à
informação obrigatória, o médico deverá colocar os dias de
afastamento, mas não o tratamento prescrito para o trabalhador.

Questão 2

Após o adoecimento de um grupo de 20 trabalhadores em uma


empresa de reparo de navios, o empregador decidiu contratar uma
equipe de profissionais para ajudá-lo a entender o que estava
acontecendo. Ao finalizar a avaliação, a equipe constatou que havia
muito metal pesado no ambiente, quantidade acima da permitido
por lei, em razão da pintura dos cascos dos navios. Marque a
alternativa que corresponde à etapa do ciclo de segurança e saúde
no trabalho em que essa situação foi identificada:

Monitoramento dos riscos e da saúde dos


A
trabalhadores.

B Antecipação e/ou reconhecimento dos riscos.

C Medidas corretivas em caso de anormalidades.

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D Adoção de medidas de controle.

E Focar no sintoma do problema ao invés da causa.

Parabéns! A alternativa B está correta.

O caso acima mostra que a equipe contratada para avaliar o


ambiente identificou o fator de risco que estava adoecendo os
trabalhadores, logo, eles reconheceram o risco, que é a primeira
etapa do ciclo de segurança e saúde no trabalho.

2 - Prevenção e promoção da saúde


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar o papel das empresas
na prevenção do adoecimento e na promoção da saúde dos trabalhadores.

Responsabilidade das
empresas na prevenção de
riscos
Como vimos no módulo anterior, muitas vezes o ambiente de trabalho
apresenta riscos que afetam a saúde física e/ou mental dos

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trabalhadores. Essa situação exige a responsabilidade de todos,


principalmente dos empregadores.

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Responsabilidade das
empresas na prevenção de
riscos
Entenda a responsabilidade das empresas na prevenção de riscos,
considerando, principalmente, o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional.

Normas regulamentadoras
pertinentes à segurança e
medicina do trabalho
Seguindo a Recomendação nº 155 (que trata da Segurança e Saúde dos
Trabalhadores) da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os
países membros elaboraram uma política nacional coerente em matéria
de segurança e saúde dos trabalhadores e ambiente de trabalho.

O Brasil, como membro da OIT, acatou essa recomendação, e o


Ministério do Trabalho aprovou a Portaria nº 3.214, de 8 de junho de
1978, sobre as normas regulamentadoras (NRs) pertinentes à segurança
e medicina do trabalho.

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De lá para cá, já são 37 normas publicadas a serem colocadas em


prática pelas empresas/organizações.

Nesse contexto, trataremos de duas NRs muito importantes para a


manutenção da saúde dos trabalhadores, além de apontar medidas que
podem ser colocadas em prática, para que seja evitado o adoecimento
físico ou mental do trabalhador.

Disposições gerais e gerenciamento de riscos


ocupacionais — NR-1

Sobre as disposições gerais, a NR-1 informa que as NRs são de


observância obrigatória pelas organizações e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes
Legislativo, Judiciário e Ministério Público que tenham empregados
regidos pela CLT.

No que concerne ao gerenciamento de riscos ocupacionais, cabe:

À organização expand_more

a. Evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados


no trabalho.

b. Identificar perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde.

c. Avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco.

d. Classificar os riscos ocupacionais para determinar a


necessidade de adoção de medidas de prevenção.

e. Implementar medidas de prevenção de acordo com a


classificação de risco e na ordem de prioridade.

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f. Acompanhar o controle dos riscos ocupacionais.

Ao empregador expand_more

a. Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e


regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho.

b. Informar aos trabalhadores:


I. os riscos ocupacionais existentes nos locais de trabalho;
II. as medidas de prevenção adotadas pela empresa para
eliminar ou reduzir tais riscos;
III. os resultados dos exames médicos e dos exames
complementares de diagnóstico aos quais os próprios
trabalhadores forem submetidos; e
IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos
locais de trabalho.

c. Elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no


trabalho, dando ciência aos trabalhadores.

Todo trabalhador, ao ser admitido ou quando mudar de função que


implique alteração de risco, deve receber informações sobre: os riscos
ocupacionais que existam ou possam se originar nos locais de trabalho;
os meios para prevenir e controlar tais riscos; as medidas adotadas pela
organização; e os procedimentos a serem adotados em situação de
emergência. As informações podem ser transmitidas durante os
treinamentos ou por meio de diálogos de segurança, documento físico
ou eletrônico.

Atenção!
O trabalhador tem direito de interromper suas atividades quando
constatar que a situação de trabalho envolve um risco grave e iminente
para sua vida e saúde. Ele precisa informar ao superior hierárquico e,
caso a situação não seja resolvida, pode se recusar a retornar à
atividade até que se resolva a situação.

Programa de Controle Médico e Saúde


Ocupacional (PCMSO) — NR-7

O PCMSO corresponde à Norma Regulamentadora 7, criada pelo


Ministério do Trabalho em 1978. Sua versão mais atualizada é a de
2018. Essa norma estabelece que a instituição empregadora tem a

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obrigatoriedade de elaborar e implementar o programa, com o objetivo


de promover e preservar a saúde dos trabalhadores contratados.

Antes de entrarmos mais especificamente na NR-7, é preciso entender a


diferença entre prevenção e promoção da saúde.

Prevenção da saúde Promoção da saúde


Geralmente Na promoção da saúde,
trabalhamos prevenção é preciso ter um olhar
para situações integral do ambiente e
específicas, com o proporcionar “saúde”
intuito de que o para os trabalhadores.
trabalhador não adoeça Empresas que oferecem
por uma determinada alimentação, por
exposição. Uma pessoa exemplo, devem servir
que trabalha em
close refeições saudáveis.
frigorífico, por exemplo. Imagine vários
Para prevenirmos uma trabalhadores
doença relacionada à hipertensos comendo
exposição a um alimentos muito
ambiente frio, é preciso salgados? Perceba que
que o ambiente de aqui a ação não tem
trabalho siga normas de relação direta com a
segurança e os atividade que os
trabalhadores utilizem trabalhadores
equipamentos de desenvolvem, mas
proteção coletiva e ainda assim é preciso
individual. ter cuidado com a
alimentação deles.

Outro exemplo de promoção de saúde está nos banheiros sujos, que


podem inibir o acesso de trabalhadores, fazendo com que “prendam” por
muito tempo a urina, ocasionando infecções urinárias — banheiros
limpos, aliás, evitam disseminação de várias doenças.

Finalmente, é importante lembrar que saúde não é ausência de doença.

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Será que é possível um trabalhador sem doença e sem


saúde?

É possível. Saúde significa bem-estar físico, social, mental e espiritual,


segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para ter saúde, é
preciso que nossas necessidades sejam satisfeitas, ou seja:
alimentação, trabalho/emprego, moradia, educação, acesso a serviços
de saúde. Se não temos emprego/trabalho/renda, não estamos
saudáveis.

O trabalho é um dos determinantes


da saúde e do bem-estar do(a)
trabalhador(a) e de sua família.
Além de gerar renda, que viabiliza as
condições materiais de vida, tem
uma dimensão humanizadora e
permite a inclusão social de quem
trabalha, favorecendo a formação de
redes sociais de apoio, importantes
para a saúde.

(Brasil, Ministério da Saúde, 2018).

Retomando nosso tema, o PCMSO deve ter caráter de prevenção,


rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados
ao trabalho e ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde
dos trabalhadores. A equipe do PCMSO é formada por profissionais da
área da saúde e especialistas em saúde do trabalhador, como
enfermeiros do trabalho e médicos do trabalho.

O que é feito em um PCMSO?

Resposta
Entre outros, atendimento ao trabalhador, consulta e avaliação médica,
exames médicos obrigatórios como admissional, periódico, de mudança
de função, de retorno ao trabalho e demissional.

Cabe lembrar que todos os atendimentos e exames são de


responsabilidade das empresas. Basicamente esses exames incluem:

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avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e


mental; e exames complementares, realizados de acordo com os termos
específicos na NR-7.

Rapidamente, vamos fixar os objetivos de cada exame:

Admissional

Exame feito antes de o trabalhador assumir um


cargo/ocupação, para saber se o trabalhador está apto para
assumir a vaga de emprego.

Periódico

Exame realizado periodicamente para saber se o trabalhador


está bem ou adoecendo por causa da atividade que
desenvolve. A periodicidade depende do tipo de trabalho, não
há um padrão.

Mudança de função

Exame realizado para saber se o trabalhador está apto para


assumir nova função com agentes de risco diferentes de sua
posição anterior. Por exemplo, um auxiliar de serviços gerais
(exposição a substâncias químicas) conclui o curso de técnico
de radiologia e vai passar a trabalhar como tal (exposição à
radiação ionizante).

Retorno ao trabalho

Exame realizado para saber se o trabalhador tem condições de


voltar à função após afastamento por 30 dias ou mais.

Demissional

Exame realizado quando o trabalhador é demitido. O Atestado


de Saúde Ocupacional (ASO) desses exames deverá ser

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preenchido em duas vias, uma entregue ao trabalhador no dia


do exame e outra arquivada na empresa.

Atenção!
Caso haja exposição excessiva ao risco (verificada na avaliação clínica
do trabalhador e/ou nos exames constantes, mesmo sem qualquer
sintomatologia ou sinal clínico), o trabalhador deve ser afastado do local
de trabalho ou do risco, até que esteja normalizado o indicador biológico
de exposição (o que apareceu no exame) e as medidas de controle nos
ambientes de trabalho tenham sido adotadas. Este procedimento
significa adotar as normas de segurança para a prevenção de doenças!

Ao constatar a ocorrência ou o agravamento de doenças relacionadas


ao trabalho no exame periódico, o médico do trabalho deverá:

Solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do


Trabalho (CAT).

Indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da


exposição ao risco ou do trabalho.

Encaminhar o trabalhador à Previdência Social para a avaliação de


incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao
trabalho.

Orientar o empregador quanto à necessidade de adoção de


medidas de controle no ambiente de trabalho.

Além das competências que constam da NR 07, Dias et al. (2018)


destacam que o médico do trabalho também deverá:

task_alt Considerar a singularidade do


empregado​
Considerar o trabalhador na sua singularidade e
individualidade, respeitando seus direitos e sua
autonomia nas decisões sobre sua saúde,
fundamentados nos princípios éticos e na
legislação vigente, além de opor-se a qualquer
forma de discriminação ou exclusão social no
trabalho por meio de sua atuação profissional.

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task_alt Dar acesso à informação​


Garantir ao trabalhador acesso às informações
sobre os riscos presentes no trabalho e sobre suas
condições de saúde.

task_alt Manter a confidencialidade​


Manter a confidencialidade das informações de
saúde e dos registros médicos do trabalhador e sua
participação nas decisões sobre seu uso nos
limites éticos e legais.

task_alt Acompanhar nos casos de doença


relacionada ao trabalho​
Orientar e acompanhar os procedimentos de
diagnóstico, tratamento e condutas decorrentes do
estabelecimento da relação causal entre o
adoecimento e o trabalho, incluindo a reabilitação
física e profissional dos trabalhadores sob sua
responsabilidade.

task_alt Promover melhoria da saúde​


Promover ações visando à melhoria das condições
de saúde e do bem-estar, bem como o
empoderamento dos trabalhadores, formais e
informais, na perspectiva da promoção da saúde.

task_alt Conhecer e aplicar as normas

C h i õ
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Conhecer as normas, as prescrições ou as
referências de agências internacionais que
apresentem avanços na proteção dos
trabalhadores: Occupational and Safety Health
Administration (OSHA, EUA); American Conference
of Governmental and Industrial Hygiene (ACGIH);
Biologic Exposure Indices (BEI); Occupational
Exposure Level (OEL, EUA); Environmental
Protection Agency (EPA, USA) e outras agências
reconhecidas pela excelência, adaptando seus
ditames à realidade brasileira.

A NR-7 orienta as empresas a se manterem equipadas com o material


necessário à prestação de primeiros socorros, considerando as
características da atividade desenvolvida. É preciso manter esse
material guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa
treinada para esse fim. Na ausência de profissional especializado para a
prestação de primeiros socorros, chamar uma ambulância é o melhor a
fazer.

Outras responsabilidades do médico do trabalho

Programa de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos (PGRS)
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2012), o Programa de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) gere resíduos provenientes
de serviços, indústrias, fábricas, entre outros, seguindo rigorosamente a
legislação.

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O gerenciamento de resíduos é um conjunto de ações exercidas direta


ou indiretamente nas etapas de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos
sólidos e disposição final dos rejeitos, de acordo com o plano municipal
de gestão integrada de resíduos sólidos.

O gerenciamento abrange todas as etapas de planejamento dos


recursos físicos, materiais, financeiros e da capacitação dos recursos
humanos envolvidos com o manejo.

A importância do PGRS vai muito além do cumprimento da legislação,


contribui também para a promoção da saúde da população. Tratar os
resíduos de forma correta evita o descarte inapropriado e, como
consequência, inibe a contaminação do meio ambiente, além de prevenir
várias doenças.

No Brasil, sabemos que infelizmente muitas pessoas sobrevivem da


coleta de materiais em “lixões”. Caso elas entrem em contato com
produtos descartados erroneamente (como seringas ou agulhas
descartadas, substâncias químicas nocivas ou resíduos de construção
civil etc.), os responsáveis por esses materiais também serão os
responsáveis pelo adoecimento e pelos acidentes de muita gente!

A Lei nº 12.305/2010

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela Lei nº


12.305, de 2 de agosto de 2010, que dispõe sobre seus princípios,
objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à
gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os

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perigosos à responsabilidade dos geradores e do poder público e aos


instrumentos econômicos aplicáveis.

Estão sujeitas à observância dessa lei as pessoas


físicas ou jurídicas, de direito público ou privado,
responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de
resíduos sólidos, bem como as que desenvolvam
ações relacionadas à gestão integrada ou ao
gerenciamento de resíduos sólidos.

Sobre os objetivos da PNRS, podemos destacar:

Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental.

Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos


resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos.

Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e


consumo de bens e serviços.

Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas


como forma de minimizar os impactos ambientais.

Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos,


entre outros.

Segundo a PNRS, eis as diferenças entre resíduos e rejeitos:

Resíduos
Devem ser reaproveitados e reciclados.

Exemplos: restos de tecidos de uma fábrica de roupas (podem ser


reaproveitados para fabricar tapetes e colchas de retalhos); alguns tipos
de papéis e de vidros (podem ser reciclados).

Rejeitos
Devem ter disposição final.

Exemplos: agulhas e seringas usadas (não podem ser reciclados; caso


tenham entrado em contato com secreção ou sangue, devem ser
incinerados).

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Alguns autores dividem os resíduos em recicláveis ou reaproveitáveis; e


em não recicláveis e não reaproveitáveis. Seguindo a PNRS, temos a
seguinte classificação dos resíduos sólidos:

Resíduos sólidos quanto à origem expand_more

a. Resíduos domiciliares: os originários de atividades


domésticas em residências urbanas.

b. Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição,


limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de
limpeza urbana.

c. Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e


“b”.

d. Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de


serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os
referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”.

e. Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os


gerados nessas atividades, excetuados os referidos na
alínea “c”.

f. Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos


e nas instalações industriais.

g. Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de


saúde, conforme definido em regulamento ou em normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS.

h. Resíduos da construção civil: os gerados nas construções,


reformas, reparos e demolições de obras de construção
civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de
terrenos para obras civis.

i. Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades


agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a
insumos utilizados nessas atividades.

j. Resíduos de serviços de transportes: os originários de


portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e
ferroviários e passagens de fronteira.

k. Resíduos de mineração: os gerados na atividade de


pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios.

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Resíduos sólidos quanto à periculosidade expand_more

a. Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas


características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade,
teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental
de acordo com lei, regulamento ou norma técnica.

b. Resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na


alínea “a”.

No que diz respeito à destinação ou à disposição final dos resíduos


sólidos, é proibido:

I. Lançamento nas praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos.

II. Lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de


mineração.

III. Queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e


equipamentos não licenciados para essa finalidade.

IV. Outras formas vedadas pelo poder público.

Atenção!
A Lei nº 12.305/2010 não se aplica aos rejeitos radioativos, que são
regulados por legislação específica.

O compromisso com o
trabalho e a responsabilidade
do trabalhador
Até aqui, vimos algumas situações que podem acometer os
trabalhadores e a responsabilidade das empresas em relação a
ambientes seguros, exames que devem ser feitos, acompanhamento
dos trabalhadores e promoção da saúde. Agora, abordaremos as
responsabilidades dos trabalhadores.

Em algumas NRs, são indicadas as obrigações dos empregadores, mas


também as dos empregados, como nos dois exemplos a seguir:

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Na NR-1
Cabe ao trabalhador cumprir as disposições legais e regulamentares
sobre segurança e saúde no trabalho, inclusive as ordens de serviço
expedidas pelo empregador; submeter-se aos exames médicos
previstos nas NRs; colaborar com a organização na aplicação das NRs;
e usar o equipamento de proteção individual fornecido pelo empregador.

Na NR-6
Cabe ao empregado, quanto ao EPI, usá-lo apenas para a finalidade a
que se destina; responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para o uso; e cumprir as determinações do empregador sobre seu uso
adequado.

Muitos acidentes e doenças acometem os trabalhadores pelo uso


inapropriado dos EPIs ou mesmo pelo não uso durante o trabalho. Cabe
à empresa fornecer os EPIs aos trabalhadores e agendar treinamentos
para a utilização desses dispositivos.

Acontece que, mesmo depois de treinados, alguns trabalhadores não os


usam por indisciplina ou razões diversas.

Obedecer às normas de segurança nos ambientes também é um ponto


crítico para os empregadores; o trabalhador precisa ser conscientizado
de que ele também é responsável por prevenir doenças e promover a
própria saúde.

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Equipamentos de proteção individual (EPIs).

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

No Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (NR-7), é de


responsabilidade da empresa os exames médicos obrigatórios,
como exame

A admissional, periódico e demissional.

B periódico, de mudança de função e de sangue.

C demissional, audiometria e periódico.

periódico, de retorno ao trabalho e densitometria


D
óssea.

E admissional e demissional.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Os exames obrigatórios oferecidos pela empresa são cinco. Entre


eles, o admissional, que é realizado antes de o candidato assumir
um cargo; o periódico, realizado quando o trabalhador já é
funcionário e faz o exame periodicamente; e o demissional, que o
trabalhador faz quando é demitido.

Questão 2

A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo


descartado em produto semelhante ao inicial ou outro. Entre as

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opções a seguir, marque a alternativa correta sobre o material que


pode ser reciclado:

A Material radioativo

B Medicamento

C Papel

D Parafina

E Seringas usadas

Parabéns! A alternativa C está correta.

Alguns papéis podem ser reciclados, considerados assim um


resíduo. Outros papéis não podem ser reciclados, por exemplo, os
engordurados. Por isso é preciso ter cuidado durante a separação
dos materiais para reciclagem.

Considerações finais
Neste estudo, vimos a classificação dos riscos ocupacionais e
entendemos o quanto é importante reconhecê-los em um ambiente de
trabalho. Ao ter controle sobre esses riscos, evitamos espaços
insalubres e, como consequência, reduzimos ou eliminamos o
adoecimento dos trabalhadores. Também vimos como a atuação da
Cipa ajuda a prevenir as doenças ocupacionais e a manter a segurança
das pessoas.

Não podemos esquecer que o trabalho tem um efeito protetor e de


promoção da saúde, porém, quando não é bem estruturado, pode causar
mal-estar, sofrimento, adoecimento e até morte. O trabalhador que

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adoece precisa de apoio, por isso o diagnóstico e o tratamento são


fundamentais — não só o atendimento mediante consultas médicas,
mas também a prevenção das doenças relacionadas ao trabalho.

Para que as ações de prevenção do adoecimento e de promoção da


saúde sejam colocadas em prática, é preciso que empregadores e
empregados estejam envolvidos, cada um com suas competências. Aos
empregadores cabe implantar as políticas públicas relacionadas à
saúde e à segurança dos trabalhadores, as NRs e outras normas,
quando necessário. Já aos empregados, cabe respeitar e cumprir as
NRs, além de identificar desajustes no ambiente de trabalho e
comunicá-los ao empregador. Só por meio dessa união de forças será
possível melhorar as condições de trabalho e reduzir o adoecimento
ocupacional.

headset
Podcast
Neste podcast, o consultor Vanilson Fragoso fala sobre os principais
tópicos deste tema.​

Explore +
Confira o que separamos especialmente para você!

Leia o texto Comunicação de Acidente de Trabalho — CAT,


disponível no site do INSS, publicado em 8 jan. 2018.

Leia o artigo Promoção de ambientes de trabalho saudáveis e


seguros na prevenção das doenças e agravos relacionados ao
trabalho no site da ENSP, Fiocruz.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/00205/index.html?brand=estacio#imprimir 34/36
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Leia o item Alguns pontos importantes da Lei da Política Nacional


de Resíduos Sólidos do texto Contextos e principais aspectos no
site do Ministério do Meio Ambiente.

Leia o texto Atividades e Operações Insalubres —V no site da


Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (Enit).

Assista no Youtube ao vídeo Estresse e saúde mental no trabalho,


produzido pela Fundação Jorge Duprat e Figueiredo (Fundacentro).

Referências
BRASIL. Escola Nacional da Inspeção do Trabalho. Normas
regulamentadoras. Brasília, DF: 2020.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria


de Vigilância em Saúde.

Saúde do trabalhador e da trabalhadora. Brasília, DF: MS, 2018a.


(Cadernos de Atenção Básica, n. 41)

BRASIL. Ministério do Trabalho. Adoecimento ocupacional: um mal


invisível e silencioso. Brasília, DF: MT, 2018b.

DIAS, E. C. et al. Competências essenciais requeridas para o exercício


da medicina do trabalho. 3. ed. São Paulo: ANAMT, 2018.

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