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Saúde Ocupacional
Revisão Textual:
Adrielly Rodrigues e Aline Gonçalves
Saúde Ocupacional
• Segurança no Trabalho;
• Conceito de Higiene do Trabalho;
• Conceito de Riscos Ambientais;
• Medidas de Controle.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Estudar sobre a Segurança no trabalho;
• Abordar os conceitos de higiene do trabalho e de riscos ambientais;
• Estudar sobre as medidas de controle.
UNIDADE Saúde Ocupacional
Segurança no Trabalho
A etimologia da palavra “ergonomia” vem do grego e significa: ergon (trabalho), e
nomos, (leis ou normas), portanto as leis e normas que regem o trabalho.
Uma das atenções da ergonomia é adequar os locais de trabalho, criar métodos para
a execução de uma tarefa e criar uma relação humana entre os interesses da empresa e
o trabalho, isto é, a produtividade e o trabalhador.
Atualmente, nossa sociedade permite que muitos trabalhos e estudos sejam realiza-
dos em casa. O ensino a distância é uma verdade irrefutável. Você, após aprender sobre
as técnicas ergonômicas, será capaz de verificar se seu ambiente de estudo ou trabalho
é propício ao melhor aprendizado ou à produtividade com o menor esforço visual e
postural possível. Toda energia a mais gasta para compensar esses desequilíbrios devido
a uma condição não ergonômica prejudicará o rendimento, a eficiência e a eficácia,
podendo gerar danos à saúde visual e corporal.
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A partir de 1830, um empresário do setor têxtil, preocupado com a saúde de seus
operários, foi o primeiro a colocar um médico dentro da fábrica. Neste período, a ati-
tude em se colocar um médico na linha de produção do trabalho visava ao benefício da
saúde do trabalhador e ao benefício da produção. Tentava-se selecionar pessoas para o
trabalho que iriam garantir maior produtividade e menor número de lesões laborativas.
Em 1919, foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e em 1948, foi
criada a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 1950, a OIT e a OMS objetivaram
adaptar o trabalho ao trabalhador, dando início à saúde ocupacional.
No Rio de Janeiro, em 1921, foi criada a Inspeção do Trabalho. Em 1926, foi estabe-
lecida a competência da União para legislar sobre o assunto. Em 1931, Getúlio Vargas
criou o Departamento Nacional do Trabalho para fiscalizar o cumprimento das leis,
depois foram criadas as Delegacias Regionais do Trabalho. Em 1934, os acidentes no
trabalho passaram a ser comunicação obrigatória aos policiais, e as fábricas passaram a
receber multas administrativas (ANAMT, 2017).
Comparado aos outros países industrializados, o Brasil teve seu início tardio nesse
contexto. A fiscalização no Brasil foi melhorada somente em 1960, com legislação pró-
pria. Em 1968, por iniciativa do Dr. Oswaldo Paulino, foi criada a Associação Nacional
de Medicina do Trabalho. Mas foi em 2003 que a medicina do trabalho foi reconhecida
como especialidade médica.
Importante!
As Normas Regulamentadoras – Segurança e Saúde do Trabalho são de caráter obriga-
tório pelas empresas privadas e públicas, pela administração direta e indireta, e pelos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário que tenham empregados regidos pela CLT.
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A higiene do trabalho atua no campo da saúde ocupacional que aplica os recursos da en-
genharia e da medicina para prevenir doenças do trabalho que advêm dos riscos ambientais.
Aplica recursos da
A higiene do trabalho engenharia e da
(saúde ocupacional) medicina para...
decorrente dos
Prevenir doenças
do trabalho
Riscos ambientais
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A toxicologia antecede e reconhece os riscos ambientais no trabalho, fornecendo
dados sobre os agentes de contaminação em determinado meio.
Muito embora a classificação dos riscos ambientais cite somente os riscos físicos,
químicos e biológicos, outras situações podem ser de risco ambiental (LOSADA, 2008).
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Medidas de Controle
As medidas de controle envolvem a gestão de riscos, que têm por objetivo analisar,
avaliar e controlar os riscos.
• A análise identifica os perigos de riscos.
• A avaliação do risco determinará o valor dos riscos, isto é, se eles sugerem perigo.
• O controle dos riscos oferece medidas para a eliminação ou diminuição destes.
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Para que a equipe de proteção possa identificar os fatores de riscos é necessário
que se tenha estudo analítico sobre as tarefas, as instalações, a tecnologia, os dados
técnicos, as medidas de autoproteção e os dados toxicológicos. Este trabalho é de res-
ponsabilidade da Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, que avalia os riscos por
meio de auditorias, visita aos postos de trabalho e listas de verificação. Existem vários
métodos de avaliação de riscos, o importante é adequá-los à empresa em suas atividades
(SANTOS, 2018).
O método qualitativo envolve os dados preestabelecidos dos riscos que podem ocor-
rer no local de trabalho, a sinistralidade da empresa. A sinistralidade laboral são infor-
mações, por parte da empresa, das possíveis causas e responsabilidades caso ocorram
acidentes de trabalho. Toda empresa deve conhecer os impactos negativos dos riscos
laborais concernentes à produtividade e aos trabalhadores.
Quadro 1 – Métodos
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Quando as medidas acima não puderem ser aplicadas por qualquer motivo, sendo
fato comprovado pelo empregador ou pela instituição, as medidas deverão obedecer à
seguinte hierarquia (NR-9 – item 9.3.5.4):
• Medida de caráter administrativo ou de organização do trabalho e a utilização obri-
gatória dos EPIs.
Importante!
Veja, a utilização dos EPIs é efetuada quando se comprova que as medidas de proteção
coletiva não puderam ser aplicadas.
Para que as medidas de controle ocorram de maneira satisfatória, deve-se conhecer o
processo produtivo.
Quando se observa uma eminente situação de perigo que pode ser causada por um
equipamento, substância química, contaminação etc., deve-se repensar esse processo
produtivo, por exemplo: existe outro equipamento mais seguro, pode ser ajustado?
O produto contaminante pode ser substituído por outro? Ou, pode-se manipular esse
produto contaminante de outra forma mais segura? Ou, pode-se executar essa mesma
tarefa de outra forma que induza a menos riscos? Pode-se reduzir o tempo de exposição
do trabalhador?
Porque se alguma medida de controle puder eliminar o risco ambiental, então o uso
do EPI se torna desnecessário. Mas nem sempre isso é possível.
Quanto aos EPIs para os olhos, o seu uso adequado não é de responsabilidade única
e exclusiva do empregador, mas também do empregado. Os EPIs oculares devem ser
bem ajustados em cada trabalhador, sem apresentar folgas. A compra de EPIs padrão
para todos os funcionários por parte da empresa não garantirá que lesões oculares
não ocorram.
Se novos riscos para os olhos são identificados, o empregado deve notificar seu su-
pervisor imediato para que medidas sejam tomadas. O uso do equipamento de proteção
ocular é lei e os patrões devem fornecer esses equipamentos de proteção adequados
para cada atividade.
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Importante
Lesões oculares causam dor e até incapacidade laboral. As lesões oculares são mais co-
muns na área da construção, agricultura, minério e manufatura.
São cadastradas mais de 100 lesões oculares por dia, sendo quatro vezes mais frequen-
tes em homens do que em mulheres.
Figura 2
Fonte: Getty Images
É preocupante, quando:
• Os EPIs não são utilizados pelos trabalhadores, apesar de serem fornecidos
pelas empresas;
• Ocorre a não adequação dos EPIs para determinado risco ambiental e/ou às
condições anatômicas do empregado. Muitas vezes, alguns EPIs não estão ade-
quados ao trabalho e/ou não estão bem ajustados ao rosto do trabalhador, por
exemplo, fazendo com que existam pequenas aberturas, frestas ou desconforto;
• Não se assegura a qualidade dos EPIs;
• Realizam a compra de EPIs sem o Certificado de Aprovação (CA).
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O nível de ação é tomado quando se constata, por dados obtidos, que ações preven-
tivas devem ser iniciadas, minimizando os níveis de exposição dos trabalhadores a deter-
minados agentes ambientais. É imprescindível a realização do controle da exposição, do
controle médico e a informação aos trabalhadores (SALIBA, 1997).
Em Síntese
A ergonomia estuda e aplica técnicas na relação do ser humano com o seu ambiente
de trabalho.
A higiene do trabalho é uma ciência que tem por objetivo suprir três pontos importantes:
o reconhecer, o avaliar e o controle dos riscos ambientais.
Os riscos ambientais são produzidos por agentes físicos, biológicos ou químicos, que po-
dem causar malefícios à saúde do trabalhador ou acidentes de trabalho.
As medidas de controle envolvem a gestão de riscos, que tem por objetivo analisar,
avaliar e controlar os riscos.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Radiações Não Ionizantes
Atividades de trabalho diversas como em aeroportos, agricultura e siderurgia tra-
zem riscos à saúde devido às radiações não ionizantes na ação invisível de seus
raios ultravioleta, infravermelho, micro-ondas e das ondas de radiofrequência e de
baixa frequência.
https://youtu.be/mFSk1TUPFbY
Leitura
Temperatura, exposição ao sol e gênero são fatores de risco para o glaucoma
A exposição excessiva ao sol promove risco para a síndrome da pseudoesfoliação
(SPEX), uma das principais causas do glaucoma secundário aberto. O estudo de-
monstra que existe uma associação entre latitude, temperaturas ambientais baixas
que interagem com o aumento da exposição solar e maiores riscos de SPEX.
https://bit.ly/318qS6U
Normas regulamentadoras – segurança e saúde do trabalho
O guia trabalhista apresenta uma relação das Normas Regulamentadores – NR
vigentes, de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos
órgãos públicos da administração direta e indireta, assim como por órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário. Essas NRs são regidas pela CLT.
https://bit.ly/2NEOsFc
Principais Doenças Ocupacionais
No Brasil, as doenças ocupacionais estão ligadas a várias profissões e estão presen-
tes silenciosamente nos ambientes de trabalho. Várias doenças ocupacionais são
listadas no texto, assim como as doenças ocupacionais da visão.
https://bit.ly/2PiQmMo
Métodos para a Avaliação de Riscos Laborais- Introdução Genérica
Os riscos laborais envolvem etapas para a análise, valoração e controle dos riscos,
como a identificação dos perigos, a estimativa dos riscos para se saber se o risco é
aceitável, qual a sua dimensão e se existe controle sobre ele.
https://bit.ly/3rc0DHs
Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador
Este artigo é um ensaio que trata da evolução dos conceitos da medicina do trabalho,
saúde do trabalhador e saúde ocupacional. Traz respostas às perguntas sobre: a ori-
gem e evolução da medicina do trabalho; a evolução da medicina do trabalho para
a saúde ocupacional; o eficiência da saúde ocupacional; o contexto do surgimento
da saúde do trabalhador; as principais características da saúde do trabalhador.
https://bit.ly/3lG6fbM
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Referências
ALVAREZ, E. Optometría Ocupacional. 2013. Disponível em: <https://pt.slideshare.
net/eliskhaalvarez/optometra-ocupacional>. Acesso em: 06/03/2019.
SANTOS, M.; et al. Métodos para a Avaliação de Riscos Laborais. Introdução Gené-
rica. Revista Portuguesa de RPSO – Saúde Ocupacional On-line, Lisboa, p. 1-10,
03 nov. 2018. Disponível em: <https://www.rpso.pt/metodos-avaliacao-riscos-laborais-
-introducao-generica/>. Acesso em: 05/03/2019.
Sites Visitados
APRECUZ CANAL 5. La optómetra Claudia Montaño habla acerca importancia de
la salud visual en el área ocupacional. YouTube. 2016. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=uyj_E1f-W10>. Acesso em: 06/03/2019.
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GUIA TRABALHISTA. Normas Regulamentadoras – Segurança e Saúde do Tra-
balho. 2012. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nrs.htm>.
Acesso em: 05/03/2019.
KEATING, S. Os problemas de saúde causados pelo trabalho noturno. BBC News Brasil.
28/12/2017. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-42468041>.
Acesso em: 05/03/2019.
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