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SEGURANÇA DO TRABALHO

Unidade 2 - Higiene e segurança


do trabalho

GINEAD
Brand, Aniele Fischer
SST Unidade 2 - Higiene e segurança do trabalho /
Aniele Fischer Brand
Ano: 2020
nº de p.: 16

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Unidade 2 - Higiene e segurança do trabalho

Objetivos específicos
• Apresentar os conceitos gerais e os objetivos da higiene e a segurança do
trabalho;
• Discutir sobre as condições ambientais de trabalho;
• Conhecer a Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA).

Apresentando a unidade
Seja bem-vindo(a) à nossa segunda unidade. Nela, vamos trabalhar os conceitos
gerais da higiene e segurança do trabalho, seus objetivos, as condições ambientais
no trabalho e conheceremos mais a respeito da Comissão Interna de Prevenção de
Acidente (CIPA). Bons estudos!

Higiene e segurança do trabalho:


conceitos gerais e seus objetivos
A higiene e segurança do trabalho garantem as condições físicas e materiais
das atividades laborais e asseguram a saúde dos funcionários. Para que a força
de trabalho seja preservada de maneira adequada, a segurança e a saúde dos
funcionários são fundamentais. De acordo com a Organização Mundial de Saúde
(OMS), a saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e social e que
não consiste somente na ausência de doença ou de enfermidade. De acordo com
Barbosa Filho (2008), a segurança é a característica a ser buscada nas pessoas e
nos meios ou elementos de um processo que resultará em uma produção por meio
do trabalho. Sendo assim, é preciso desenvolver tanto as pessoas, a fim de que
sejam conscientizadas, como o meio que, segundo o autor, pode ser material ou
imaterial, tangível ou intangível. Ou seja, pode ser uma ferramenta, uma máquina, ou
até mesmo uma informação.

Para Barbosa Filho (2008), a segurança contribuiu para o bem-estar da organização


por meio de dois aspectos:

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• treinamento: no qual cria-se o hábito de desenvolver o emprego de métodos
e práticas seguras de trabalho durante o desempenho das tarefas.
• proteção: que visa minimizar as oportunidades de ocorrência de acidentes.

Atenção
A condição de trabalho é fundamental para manter a saúde e a
segurança do trabalhador. Aspectos como mobília, espaço físico,
temperatura, umidade, velocidade do ar, luminosidade, ruídos e
informações relevantes, devem ser levados em consideração no
planejamento e execução das tarefas.

A higiene e segurança do trabalho são atividades interligadas que repercutem


diretamente sobre a continuidade da produção, produtividade, qualidade e sobre o
moral dos funcionários. Desta forma, vamos aprofundar esses conceitos para que
você amplie seus conhecimentos.

Higiene do trabalho
A higiene no trabalho refere-se ao conjunto de normas e procedimentos que visa
à proteção da integridade física e mental do funcionário, preservando-o dos riscos
de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.
A higiene do trabalho está relacionada com o diagnóstico e com a prevenção de
doenças ocupacionais a partir do estudo e controle de duas variáveis: o ser humano
e seu ambiente de trabalho (CHIAVENATO, 2009).

O plano de higiene do trabalho envolve aspectos como:

1. Um esquema organizado: envolve, dependendo do tamanho da organização,


tanto a prestação de serviços médicos como a de enfermeiros e auxiliares
em tempo integral ou parcial.
2. Serviços médicos adequados: Exames médicos de admissão; Cuidados quan-
to a danos ou injúrias provocadas por moléstias profissionais; ambulatório
para consultas médicas e primeiros socorros; exames médicos periódicos de
revisão e check-up; Eliminação e controle de áreas insalubres; Registros mé-

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dicos adequados para fins estatísticos; Supervisão quanto à higiene e saúde;
Relações éticas e de cooperação com as famílias dos funcionários doentes;

Figura 2.1: Serviços médicos adequados.

Fonte: Plataforma Deduca, (2018).

3. Prevenção de riscos à saúde:

• riscos químicos: intoxicações, dermatoses industriais;


• riscos físicos: ruídos, temperaturas extremas, radiações;
• riscos biológicos: agentes biológicos e microrganismos patogênicos.
4. Serviços adicionais: programas informativos para melhorar os hábitos de
vida e esclarecer sobre assuntos de higiene e saúde; programa formal de
convênios ou colaboração com entidades locais para prestação de serviços
recreativos, ofertas de leitura, filmes, etc.; verificações interdepartamentais
sobre sinais de desajustamentos que implicam em mudanças de tipo de tra-
balho, de departamento ou de horário; previsões de cobertura financeira para
casos esporádicos de prolongado afastamento do trabalho por doença ou
acidente, por meio de planos de seguro de vida em grupo, ou seguro médico;
extensão de benefícios médicos a funcionários aposentados, incluindo pla-
nos de pensão ou de aposentadoria.

Reflita
A empresa onde você trabalha possui um plano de higiene do
trabalho ou você desconhece essa informação? Procure conhecer
mais como funciona na prática, começando pelo seu ambiente de
trabalho.

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A higiene do trabalho tem caráter preventivo, pois tem como objetivo a saúde e
o conforto do trabalhador, evitando que o mesmo adoeça e ausente-se de forma
provisória ou definitiva da sua ocupação (CHIAVENATO, 2009).

Os principais objetivos da higiene do trabalho, são:

1. eliminar as causas das doenças profissionais;


2. reduzir os efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes
ou portadoras de deficiência física;
3. prevenir o agravamento de doenças e lesões;
4. manter a saúde dos funcionários e aumentar a produtividade pelo controle do
ambiente de trabalho.

Para que esses objetivos sejam alcançados, é importante que haja uma
conscientização por parte dos funcionários, chefes e gerentes, indicando os perigos
existentes e ensinando como remediá-los ou evitá-los. Além disto, é fundamental
estar em estado de alerta constante contra os riscos existentes no local de
trabalho. Outro aspecto que pode auxiliar no alcance destes objetivos são estudos
e observações de novos processos ou materiais que possam ser utilizados para
evitar riscos adicionais (BAPTISTA, 1974).

A higiene do trabalho envolve o estudo e controle das condições de trabalho, que


são as variáveis da situação que influenciam o comportamento humano. De acordo
com Chiavenato (2009), o trabalho das pessoas é profundamente influenciado por
três grupos de condições:

1. Condições ambientais de trabalho: circunstâncias físicas que envolvem o


funcionário enquanto ocupante de um cargo na organização. Em outras pa-
lavras, é o ambiente físico e todas as instâncias do entorno do funcionário
onde ele realiza suas funções, este espaço pode oferecer condições favorá-
veis ou desfavoráveis ao seu desempenho. Os elementos mais importantes
das condições ambientais de trabalho são:

• iluminação: quantidade de luminosidade que incide no local de traba-


lho do funcionário. Ou seja, é o grau de luminosidade no ponto focal de
trabalho. Os padrões de iluminação são estabelecidos de acordo com o
tipo de tarefa visual que o funcionário executa. De acordo com Barbo-
sa Filho (2008), os olhos humanos são responsáveis pela maioria dos
estímulos que chega ao homem. Quanto maior a concentração visual
do funcionário em detalhes e minúcias maior a necessidade da lumi-

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nosidade no ponto focal de trabalho. A má iluminação causa fadiga à
vista, prejudica o sistema nervoso, concorre para a má qualidade na
execução da tarefa e é responsável por diversos acidentes de trabalho.
• ruído: trata-se de um som ou barulho indesejável e possui duas carac-
terísticas principais: frequência e intensidade. O ruído no local de traba-
lho, se não respeitadas as normas de segurança, pode afetar de forma
considerável a saúde do funcionário. A exposição prolongada a níveis
elevados de ruídos pode produzir alguma perda de audição proporcio-
nal ao tempo de exposição do trabalhador. Ou seja, quanto maior o tem-
po de exposição ao ruído maior o grau de perda de audição. De acordo
com Chiavenato (2009), o nível máximo de intensidade de ruído permi-
tido em um ambiente fabril é de 85 decibéis. Acima disto, o ambiente
é considerado insalubre. Para prevenir problemas relacionados a esta
exposição, a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI),
como o protetor auricular, por exemplo, torna-se fundamental. Segundo
Barbosa Filho (2008), a avaliação da presença de ruídos, sejam eles no
ambiente interno ou externo das organizações, é imprescindível para o
gestor, pois, tanto ruídos internos como os barulhos que proveem do
entorno da empresa podem afetar os trabalhadores. Além disto, vale
considerar que os barulhos produzidos pela empresa também podem
vir a afetar a vizinhança.
• condições atmosféricas: condições ambientais como temperatura e
umidade também são extremamente relevantes. Existem cargos cujo
local de trabalho se caracteriza por elevadas temperaturas, como por
exemplo, a proximidade com fornos de siderurgia e cerâmica, ou cargos
cujo local de trabalho impõe temperaturas baixíssimas como frigorífi-
cos, que exigem roupas adequadas para proteção do frio ou calor. Nes-
ses casos extremos, a insalubridade constitui a característica principal
desses ambientes de trabalho. Da mesma forma, existem condições
ambientais de elevada ou mínima presença de umidade, o que também
pode ocasionar danos para a saúde do funcionário. Segundo Barbosa
Filho (2008), além da temperatura, fatores como umidade, ventilação e
circulação de ar local são imprescindíveis para o ambiente de trabalho.
Sendo assim, fatores como vestimentas, posição e localização geográ-
fica das edificações, iluminação e exigências físicas impostas pela ati-
vidade a ser realizada influenciarão nos processos de execução e nas
decisões que precisam ser tomadas.

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2. Condições de tempo: como duração da jornada de trabalho, horas extras, pe-
ríodos de descanso etc.
3. Condições sociais: como organização informal, status, família etc.

Curiosidade
Você já parou para pensar como esses fatores afetam o dia a dia
de trabalho? Observe em uma ou mais empresas como esses
fatores relacionados às condições do ambiente de trabalho afetam
a vida dos trabalhadores e como fica a propensão à ocorrência de
acidentes por causa dos fatores observados.

A higiene do trabalho não lida apenas com as condições físicas e ambientais do


trabalho humano. Ela não se limita às consequências geradas pela fadiga física.
Lida também com condições psicológicas que provocam fadiga psicológica, ou
seja, o estresse.

O estresse é uma decorrência de pressões e tensões que se acumulam e pesam


sobre o indivíduo e provocam sérias consequências sobre a saúde mental no
trabalho. Como resultado dessas pressões ou situações, as pessoas desenvolvem
vários sintomas como preocupação, irritabilidade, agressividade, fadiga, ansiedade,
angústia, dentre outros. Para atuar diretamente sobre os estressores, existem meios
de prevenção tais como adequação do desenho do trabalho às características
do ocupante, ajustes na organização do trabalho para torná-lo mais interessante
e agradável, adoção de horário flexível de trabalho, programas de saúde mental
e bem-estar, assistência e ajuda às pessoas em termos de aconselhamento e
programas de reabilitação.

O estresse pode e deve ser combatido e eliminado na organização, mas isto requer
o apoio constante da alta direção, de todo o nível gerencial, dos supervisores e das
próprias pessoas envolvidas.

Segurança do trabalho
A segurança do trabalho envolve um conjunto de medidas técnicas, educacionais,
médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, eliminando as

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condições inseguras do ambiente ou instruindo e convencendo as pessoas da
implantação e uso de práticas preventivas. Sua utilização é indispensável para o
desenvolvimento satisfatório do trabalho e da saúde e incolumidade das pessoas
(CHIAVENATO, 2009).

Embora possa haver um setor específico que trate da segurança e saúde no


trabalho na empresa, cada gestor é responsável pela segurança de sua área e
supervisão de seus colaboradores.

São três as áreas principais de atividades de atuação da segurança do trabalho:

1. prevenção de acidentes;
2. prevenção de roubos (vigilância);
3. prevenção de incêndios.

A seguir, vamos aprofundar os conhecimentos sobre cada uma dessas áreas.

Prevenção de acidentes
Há na literatura diferentes conceitos sobre acidente. A OMS define acidente como
um fato não premeditado do qual resulta dano considerável (OMS, 2017). O National
Safety Council conceitua-o como uma ocorrência numa série de fatos que em geral
e sem intenção produz lesão corporal, morte ou dano material.

No que diz respeito ao mundo do trabalho, para Marras (2002), acidente de trabalho
é um acontecimento involuntário, resultante tanto de um ato inseguro quanto de
uma situação particular que possa causar danos ao trabalhador e à organização.

No Brasil, o conceito de acidente de trabalho é definido pela lei número 8.213/1991,


ART 19, que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social.

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço


de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho
dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Os acidentes podem ser classificados de acordo com sua gravidade (MARRAS,


2002; CHIAVENATO, 2009). O quadro a seguir demonstra essa classificação:

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Quadro 2.1: Classificação dos acidentes de trabalho de acordo com sua gravidade.

Após o acidente, o funcionário continua trabalhando sem prejuízo de


Acidente sem suas funções laborais.
Exemplo: o funcionário que, tendo feito um pequeno corte na mão,
afastamento precisa somente de uma assepsia e uma proteção, podendo voltar
imediatamente ao trabalho.

Em função do tipo de ferimento, o funcionário precisa parar de trabalhar


por algum tempo para submeter-se ao tratamento de recuperação. Este
tipo de acidente pode resultar em:
incapacidade temporária: perda total da capacidade para o trabalho
durante o dia do acidente ou que se prolongue por um período menor
que um ano. Neste caso, quando retornar, o funcionário assume sua
função sem redução da sua capacidade. Caso o funcionário retorne
ao trabalho e haja um agravamento da lesão em função do que havia
ocorrido, o acidente receberá nova designação e será considerado
acidente com afastamento, contando o prazo do afastamento a partir
da constatação do agravamento.

incapacidade permanente parcial: redução permanente e parcial da


capacidade de trabalhar ocorrida no mesmo dia ou que se prolonga por
período menor que um ano.

Exemplos: perda parcial ou total de algum membro, redução parcial ou


Acidente com total da função de algum membro; perda da visão ou redução funcional
afastamento de um olho; perda da audição ou redução funcional de um ouvido;
lesões orgânicas, perturbações funcionais ou psíquicas que resultem
na redução de menos de três quartos da capacidade de trabalho,
segundo a opinião de um médico competente.

incapacidade total permanente: perda total e em caráter definitivo da


capacidade de trabalhar. Exemplos: perda da visão de ambos os olhos
ou perda da visão de um olho com redução em mais da metade da
visão do outro; perda anatômica ou impotência funcional de mais de
um membro de suas partes essenciais (pé ou mão); perda da visão de
um olho simultânea à perda anatômica ou impotência funcional de uma
das mãos ou pés; perda da audição de ambos os ouvidos ou redução de
mais da metade da função auditiva; quaisquer outras lesões orgânicas,
perturbações funcionais ou psíquicas permanentes que ocasionem a
perda de três quartos ou mais da capacidade da pessoa para o trabalho,
de acordo com a opinião médica competente.

Morte: falecimento do trabalhador como resultado direto do acidente.

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

A prevenção e a preservação da saúde das pessoas no seu local de trabalho são


de suma importância, pois os acidentes neste ambiente trazem consequências
sérias, tanto para os funcionários como para as empresas. Ou seja, os acidentes de
trabalho trazem consequências não só para o trabalhador, mas para a empresa, a
sociedade e o país.

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Ao trabalhador pode provocar o sofrimento físico e psicológico, a incapacidade
para o trabalho e o desamparo à família; para empresa pode gerar dificuldades
burocráticas com as entidades oficiais, desgaste da imagem da empresa perante
o mercado, gastos com primeiros socorros e transporte do acidentado até o local
de atendimento, perda de tempo produtivo de outros empregados ao socorrerem o
acidentado, danos ou perdas de material, ferramentas, equipamentos, ou máquinas,
e; para a sociedade e o país perda temporária ou permanente de um elemento
da população economicamente ativo, aumento do custo de vida, maior valor de
impostos e taxas de seguro e maior gasto com a saúde.

A VI Conferência Internacional de Estatística do Trabalho estabeleceu o coeficiente


de frequência e o coeficiente de gravidade como medidas para controle e avaliação
dos acidentes (CHIAVENATO, 2009). Estes coeficientes são utilizados em quase
todos os países, possibilitando, assim, fazer comparações internacionais.

O coeficiente de frequência (CF) significa o número de acidentes com afastamento


ocorrido em cada milhão de homens/horas trabalhadas durante o período
considerado.

A fórmula para o cálculo do CF é:

CF = Número de acidentes com afastamento


Número de homens/horas trabalhadas

Para este cálculo ser feito é preciso as seguintes informações:

a. Número médio de funcionários da organização: relação entre o total de horas


trabalhadas por todos os funcionários em determinado intervalo de tempo
(dia, mês ou ano) e a duração normal do trabalho no mesmo intervalo (com
base em oito horas por dia ou 25 dias ou 200 horas por mês, ou 300 dias, ou
2.400 horas por ano);
b. Homens/horas trabalhadas: número que exprime a soma de todas as horas
efetivamente trabalhadas por todos os funcionários da organização. São ho-
ras que os funcionários estão sujeitos a acidentes no trabalho. No número de
homens/horas trabalhadas devem ser incluídas as horas extras e excluídas
as horas remuneradas não trabalhadas tais como faltas abonadas, licenças,
férias, descanso remunerado. O número de homens/horas trabalhadas re-
fere-se à totalidade dos funcionários da organização ou do departamento,
caso haja a intenção de medir o CF de cada unidade da organização.

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Já o coeficiente de gravidade (CG) é o número de dias perdidos e computados
em cada milhão de homens/horas trabalhadas durante o período de tempo
considerado. Este índice relaciona a quantidade de afastamentos com cada milhão
de homens/horas trabalhadas afim de permitir comparações com outros tipos e
tamanhos de empresas.

A fórmula para o cálculo do CG é:

CG = Dias perdidos + dias computados X 1.000.000


Número de homens/horas trabalhadas

As informações necessárias para este cálculo são:

a. Dias perdidos: total de dias que o acidentado fica incapacitado para o tra-
balho em consequência de acidente, com incapacidade temporária. Os dias
perdidos são considerados dias corridos, contados do dia seguinte ao do
acidente até o dia da alta médica. Deve ser considerado domingos, feriados
ou qualquer outro dia que não haja trabalho na empresa. Caso um acidente
se afastamento passe a ser considerado com afastamento, a contagem dos
dias perdidos dever ser iniciada no dia da comunicação do agravamento da
lesão.
b. Dias perdidos transportados: são os dias perdidos durante o mês, por aci-
dentado do mês anterior (ou de meses anteriores).
c. Dias debitados: também conhecidos como dias computados por redução da
capacidade ou por morte, são os números de dias que convencionalmente se
atribui aos casos de acidentes que resultem em morte, incapacidade perma-
nente, total ou parcial, representando a perda total ou a redução da capaci-
dade para o trabalho.

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O quadro a seguir demonstra um modelo de estatística de acidentes ocorridos por
departamento:

Quadro 2.2: Modelo de estatística de acidentes por departamento

QUADRO DE ESTATÍSTICA DE ACIDENTE

Empresa: Mês/ano:
_______________________________________________ _________________

Coeficientes
Homens/ Acidentes
Departamento Número de Dias Dias
horas com perda
ou seção empregados perdidos debitados
trabalhadas de tempo
CF CG

Fonte: CHIAVENATO (2009, p. 158)

Prevenção de roubos (vigilância)


O sistema de vigilância vária de empresa para empresa, de acordo com suas
necessidades e características próprias. Um plano de prevenção de roubos
(vigilância) deve conter elementos como:

• controle e saída de pessoal;


• controle de entrada e saída de veículos;
• ronda pelos terrenos e pelo interior da empresa;
• registro de máquinas, equipamentos e ferramentas;
• controles contábeis.

Prevenção de incêndio
A prevenção e o combate a incêndio são fundamentais em toda a empresa.
É preciso haver um conjunto adequado de extintores, dimensionamento do
reservatório de água, sistema de detecção e alarme e treinamento do pessoal.

O incêndio, provocado pelo fogo, é uma reação química. Para que ocorra, é
necessário que haja: combustível (sólido, líquido ou gasoso); comburente

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(geralmente o oxigênio da atmosfera), e; catalisador (a temperatura). Esses três
elementos formam o triângulo do fogo:

Figura 2.2: Triângulo do fogo

Temperatura Oxigênio

Combustível
Fonte: Plataforma Deduca (2018).

Os incêndios são classificados conforme os materiais neles envolvidos e a situação


em que se encontra. O quadro a seguir demonstra as 4 categorias de classificação
dos incêndios:

Quadro 2.3: Classificação dos incêndios em quatro categorias

Principais
Categoria de Tipos de Cuidados
agentes
incêndio combustíveis principais
extintores
Papel, madeira,
tecidos, trapos - Espuma; Eliminação do
Classe A embebidos - Soda-ácido; calor, saturando-se
em óleo, lixos, Água. com água.
borracha, etc.

Líquidos
Neutralização do
inflamáveis, óleos - Gás Carbônico;
comburente com
Classe B e produtos de - Pó químico seco;
substância não
petróleo (tintas, - Espuma.
inflamável.
gasolina, etc.).

Neutralização do
- Gás Carbônico;
Equipamentos comburente com
Classe C elétricos ligados.
- Pó químico seco;
substância não
inflamável.

Neutralização do
- Gás Carbônico;
Gases inflamáveis comburente com
Classe D sob pressão.
- Pó químico seco;
substância não
inflamável.

Fonte: Chiavenato (2009, p.168), com adaptações.

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Para extinguir o fogo é preciso que haja a eliminação de pelo menos um dos três
elementos que compõe o “triângulo do fogo”. Ela pode ser feita das seguintes
formas (CHIAVENATO, 2009):

1. Remoção ou isolamento: retirada do material que está em combustão ou ou-


tros que podem propagar ou alimentar o fogo. Significa a neutralização do
combustível;
2. Abafamento: eliminar ou reduzir o oxigênio do ar na zona da chama, a fim de
interromper a combustão do material envolvido. Significa a neutralização do
comburente. Exemplo: abafar o fogo com um cobertor.
3. Resfriamento: redução da temperatura do material incendiado até cessar a
combustão. Significa a neutralização da temperatura. Exemplo: utilização da
água.
4. Extinção química: utilização de determinados componentes químicos que,
lançados sobre o fogo, interrompem a reação em cadeia.

A Comissão Interna de Prevenção de


Acidente (CIPA)
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é uma comissão composta
por representantes do empregador e dos empregados e tem como missão a
prevenção da saúde e integridade física dos funcionários e de todas as pessoas que
interagem com a organização. É importante destacar que a CLT (Consolidação das
Leis do Trabalho) impõe legalmente a existência da CIPA nas empresas.

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Referências
BAPTISTA, H. Higiene e segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Senai, 1974.

BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho & gestão ambiental. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.

CHIAVENATO, I. Administração de recursos humanos: fundamentos básicos 7. ed.


São Paulo: Manole, 2009.

MARRAS, J. P. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico.


3. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

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