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Luz e Cor
Revisão Textual:
Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin
Revisão Técnica:
Prof.ª M.ª Marcia Regina Pinez Mendes
Luz e Cor
• Tipos de Iluminação;
• A Qualidade da Cor.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Compreender os vários tipos de iluminação e suas finalidade;
• Saber sobre a importância de estabelecer uma boa iluminação para qualquer tipo de ambiente;
• Entender o porquê da cor da luz ter influência na saúde humana.
UNIDADE Luz e Cor
Tipos de Iluminação
Interessante saber que a primeira lâmpada produzida no final do século XIX foi a de
arco, composta pela aproximação de dois eletrodos de carvão. Essa lâmpada produzia
iluminação muito intensa, sendo utilizada para fins industriais, ambientes externos, faróis
de auxílio à navegação etc., o que impedia o seu uso em ambientes residenciais.
A primeira lâmpada para fins comerciais foi produzida por Thomas Edison. A lâmpada
de Edison produzia uma luz fraca e amarelada, o que permitia ser utilizada em ambientes
residenciais. Ela enfrentou muitas barreiras até ser implantada, pois se acreditava que a
energia produzida pelo gás e vapor, utilizados na época, seria insubstituível.
Obviamente, o preço da lâmpada de Edison era superior ao da vela, por exemplo. Ao ser
questionado sobre essa comparação de valores, e por acreditar que no futuro a lâmpada
seria de valor acessível a todos, respondeu: “No futuro, somente os ricos queimarão velas”.
Com o tempo, a iluminação a gás foi substituída pela iluminação elétrica, que provou
ser mais econômica e permitiu aumentar a jornada de trabalho nas indústrias.
Desde 1º de julho de 2015, as lâmpadas incandescentes foram retiradas do Mercado
por decisão governamental para diminuir os gastos energéticos.
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Essas lâmpadas foram substituídas por outras mais econômicas, a saber:
• Lâmpada fluorescente: Muito econômica e bastante utilizada, seu interior tem
vapor de mercúrio ou argônio de baixa pressão que, em contato com uma descarga
elétrica, produz luz ultravioleta. Em contato com o pó fluorescente existente no inte-
rior do tubo, produz luz. Sua eficiência luminosa é cinco vezes maior que a antiga
lâmpada incandescente. Vida útil: 7500h, em média;
• Lâmpada halógena: Luminosidade produzida por gases de halogêneo que reagem
com o vapor de tungstênio. Tem menor durabilidade que a lâmpada fluorescente e
libera calor. Pode-se colocar dimmer ou interruptor e regular a intensidade de luz no
ambiente. Essa lâmpada reproduz a luz parecida com a luz solar, sendo, por isso, bas-
tante utilizada para iluminar quadros, pinturas de paredes em decorações, em sancas
de gesso, spots etc. Permite a sensação de relaxamento. Vida útil: 2000h a 5000h;
• Lâmpada LED: Light-Emitted-Diode (LED), traduzido por Diodo Emissor de Luz.
A luz LED é produzida pelo movimento de elétrons em material semicondutor e,
por esse motivo, o seu descarte não causa malefícios ao meio ambiente, diminuindo
ainda mais o impacto ambiental, por possuir 98% de seu material reciclável. As lu-
zes LED são amplamente difundidas em nossa Sociedade. Nós as encontramos na
maciça maioria dos aparelhos eletrônicos, nas residências, no comércio, nas indús-
trias etc. No Mercado, as lâmpadas LED são encontradas em cores variadas e são
mais econômicas que as fluorescentes. Além de não emitir calor, sua vida útil é de
50.000 horas, superior à lâmpada fluorescente. Seu brilho diminuirá com o tempo.
Em 25.000h de uso, a lâmpada estará brilhando em sua capacidade de 70%;
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A luz artificial é produzida por lâmpadas elétricas e, em alguns casos, por outros meios,
como lampiões a gás, velas, lamparinas etc., e pode ser classificada da seguinte maneira:
• Iluminação direta: permite que o fluxo luminoso se dirija à determinada superfície.
Ilumina um local específico de forma intensa. Por exemplo, abajur, luminária de
mesa, spots no teto etc. Desvantagem: produz sombra, contraste, reflexo especular
e ofuscamento;
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Figura 6 – Ambiente com iluminação artificial difusa
Fonte: Getty Images
Caso a luminância seja muito alta (a quantidade de luz entrando no olho é muito grande),
existe o risco de ofuscamento, dificultando ou impossibilitando a visão e em casos extre-
mos, podendo lesar a retina. Caso a luminância seja fraca demais, a percepção é ruim
ou impossível.
Com a iluminação ruim ou tarefa visual desgastante, aparece a fadiga visual, que é pro-
porcional à dificuldade e ao tempo de exposição. Acontecem, portanto, os sintomas ocula-
res (irritação), visuais (visão degradada pela diminuição das possibilidades de acomodação
e convergência ocular, variando a sensibilidade) e gerais (fadiga geral, dores de cabeça).
Você pode estar se perguntando: por que eu tenho de adquirir esse conhecimento?
Para que serve a Ergonomia da Visão, Saúde Ocupacional etc.?
A Optometria Ocupacional é uma Área das Ciências da Saúde que oferece um pano-
rama de ações para a prevenção, a detecção e a reabilitação dos trabalhadores que
sofreram enfermidades ou acidentes de trabalho.
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UNIDADE Luz e Cor
É fundamental que a anamnese seja bem realizada, com perguntas relevantes sobre
as condições ambientais de seu trabalho, local de estudo, seus hábitos de lazer, uso do
computador, celular, a iluminação a que se expõe etc.
Observe que você, como Profissional dos Cuidados Primários da Visão, deverá, frente
aos conhecimentos que está adquirindo nesta Disciplina, instruí-lo a adequar o ambiente
à Saúde Visual, acompanhando a prescrição de lentes corretivas, caso necessário.
Sugiro que você dê uma pausa na leitura deste texto e assista ao vídeo “O uso excessivo
de celular e a saúde ocular, do oftalmologista – Dr. Leôncio Queiroz Neto”. Nesse
importante vídeo, ele retrata a importância de adequar o ambiente à Ergonomia da Visão.
Disponível em: https://youtu.be/AoVxbV6NzCc
A boa iluminação tende a adequar esses dois métodos para maximizar a eficiência a
determinada tarefa conjugada ao conforto visual.
Em uma fábrica, por exemplo, o layout tem de se adequar à localização das máquinas.
Para tanto, é necessário iluminar esse ambiente como um todo, com a iluminação geral,
e iluminar as máquinas com a iluminação suplementar, melhorando a acuidade visual.
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Figura 7
Fonte: Adaptada de IIDA, s/d. p. 217
Importante!
A refletância é o total de luz refletida em uma superfície.
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Tabela 1 – Refletância
Refletância
Superfícies Refletância e Cores
Recomendada
Teto 80% –
Teto branco – 75%
Teto claro – 50%
Paredes 60% –
Paredes brancas – 50%
Paredes claras – 30%
Parede escura – 10%
Mesas 35% –
Equipamentos 25% a 30% –
Pisos 15% –
Fonte: Adaptada de SALIBA, 1997
Grandezas luminosas
Como vimos, a percepção luminosa se dá dentro do espectro visível, que vai de 400 a
700 nanômetros, e a luz é a radiação eletromagnética percebida pelo olho como claridade.
O fluxo luminoso é a radiação eletromagnética que determinada fonte de luz emite
em todas as direções que o olho humano consegue perceber, sua unidade de medida é
em lúmen (lm).
Diferentes lâmpadas emitem diferentes fluxos luminosos em suas diversas potências
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A intensidade luminosa é o fluxo luminoso projetado em determinada direção, radiada
por segundo, cuja unidade de medida é a candela (cd).
Figura 10 – Luxímetro
Fonte: Divulgação
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1 metro
1 cd
Figura 11 – Lux
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A cor da luz e sua influência na saúde humana
Os estudos apontam a influência da cor na promoção do bem-estar, na produtividade
e na ajuda para alcançar determinado objetivo em um ambiente, pois a cor promove
sensações, trabalha a simbologia e acessa respostas fisiológicas.
Portanto, quando damos cor a um ambiente, isso não deve ser aleatório. Cada cor
deve ser pensada para beneficiar esse ambiente, favorecendo a Arquitetura, impactando
positivamente os estímulos sensoriais e atingindo as esferas do comportamento.
O arco-íris é resultado da refração da luz branca através das gotas de água: efei-
to prismático
Temperatura da cor
Podemos dizer que uma luz é quente e que outra luz é fria. A referência à luz quente
e fria não se dá devido ao calor físico da lâmpada, mas à tonalidade de cor que ela
apresenta ao ambiente.
A luz com tonalidade de cor mais suave torna-se mais relaxante, verde claro, por
exemplo, já as luzes com tonalidades mais intensas podem ser mais estimulantes, como
as cores alaranjadas.
Uma fonte de iluminação irradia uma tonalidade de luz que se conhece por tempera-
tura da cor. Quanto mais elevada é a temperatura de cor de uma luz, maior porcentagem
de azuis terá (ondas mais curtas). As luzes de baixa temperatura, pelo contrário, terão
alta porcentagem de radiações vermelhas (ondas mais longas).
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UNIDADE Luz e Cor
As ondas de luz mais curtas são estimulantes, as ondas de luz mais longas são
mais relaxantes.
Ao entardecer, a incidência de luz solar também altera para tons mais quentes, dimi-
nuindo sua medida em Kelvin.
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Importante!
A temperatura da cor não é a temperatura térmica. Sabemos que, no geral, ao meio-
-dia, a temperatura térmica é mais quente que ao amanhecer. A temperatura da cor é a
tonalidade que a cor dá ao ambiente em seus comprimentos de onda. Luz mais branca
(ondas mais curtas), maior quantidade em Kelvin. Luz mais amarelada (ondas mais lon-
gas), menor quantidade em Kelvin. Veja novamente a Figura 14.
Perceba que o organismo humano reage conforme a tonalidade da luz solar, ao ama-
nhecer e ao entardecer, nosso metabolismo tende a uma maior lentidão.
À medida que se aproxima o meio-dia, nossos corpos atingem maior atividade, e isso
não é por acaso, a luz mais fria, maior quantidade em Kelvin, estimula o organismo; e a
luz mais quente, menor quantidade em Kelvin, é mais relaxante.
A Qualidade da Cor
O estudo da qualidade da cor é muito interessante porque lida com a percepção da cor
e suas respectivas reações provocadas no indivíduo. Observe o círculo que representa as
cores chamadas de quentes e frias
Cores Frias
Cores Quentes
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Importante!
As cores quentes fazem foco atrás da retina, incitando o trabalho do cristalino, dando
a sensação de proximidade do objeto. Já as cores frias fazem foco frente à retina, não
incitando o trabalho do cristalino. As cores quentes dão a sensação de que o ambiente é
menor. Já as cores frias dão a sensação de que o ambiente é maior. As cores quentes são
mais agressivas, mais estimulantes que as cores frias.
O uso das cores certas para cada ambiente, de acordo com o trabalho realizado naquele
local, pode solucionar algumas situações, como para trabalhos monótonos, a utilização
de cores quentes pode trazer mais energia para o ambiente, e para trabalhos que exi-
gem muita atenção, as cores frias são as que mais favorecem esse trabalho. As cores
quentes, por serem mais estimulantes, levam ao estresse visual mais facilmente. Mas
saber utilizar as cores de acordo com o objetivo a ser alcançado em cada ambiente trará
maior produtividade à tarefa.
Na Prática
O amarelo é uma cor quente, estimula as atividades cerebrais. É bastante utilizado em
ambientes que tratam pessoas com problemas neurológicos, mas, em grandes superfícies,
estimula o estresse, devido ao fato de ser muito estimulante, e leva à irritabilidade.
Em ambientes que trazem muita luz natural, essa cor, se utilizada, deverá constar em
superfícies menores. Já a cor laranja é utilizada como símbolo de alerta nas indústrias.
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O azul, cor fria, leva à sensação de aumento de profundidade do ambiente, podendo
gerar calma, relaxamento, mas, em excesso, pode gerar a sensação de solidão, frieza etc.
O verde é a cor que causa menos estresse visual, traz frescor, sensação de limpeza e
relaxamento.
A cor e o trabalho
Saber adequar a cor ao ambiente de trabalho repercutirá na produtividade, no humor,
no dinamismo, no conforto e no bem-estar do trabalhador. Portanto, a função da cor no
trabalho não envolve somente padrões estéticos, mas também funcionais, isto é, a cor é
uma auxiliadora que faz interagir o ser humano e sua tarefa.
Alcançar maiores índices motivacionais e de produtividade está relacionado a um
ambiente que proporcione menor estresse visual. Estudos são elaborados para redu-
zir ao máximo o estresse visual, assim como para o tratamento de cores adequadas
no ambiente, a redução dos reflexos de monitores, mesas, chão, paredes, objetos etc.
Os altos contrastes de cores são um alerta no estresse visual, como paredes brancas e
instrumentos de trabalho escuros, assim como reflexos da janela incidindo na tela do
computador ou nos olhos do trabalhador.
Nas paredes, o ideal é utilizar tintas foscas, que garantirão maior difusão da luz,
dando maior uniformidade ao ambiente, e não tintas brilhantes, que produzirão maio-
res reflexos.
No trabalho, as cores são um indicativo de áreas de maiores e menores riscos, podendo
prevenir acidentes de trabalho. Essas normas internacionais e nacionais padronizaram o
uso das cores na segurança e higiene industrial.
Este assunto é bastante vasto, assim como é ampla a atuação do trabalho do Opto-
metrista nos cuidados primários da visão. Conhecer os fatores que desfavorecem o Sis-
tema Visual do seu paciente, que trazem desconforto, estresse visual, tanto intrínsecos
ao indivíduo, em um erro de refração não corrigido, quanto os fatores extrínsecos, que
são as influências ambientais às quais Esse Sistema Visual está exposto, irão ajudá-lo(a)
a entender o seu paciente.
E caso você possa trabalhar em uma Empresa, poderá contribuir na identificação de
fatores que são causadores da baixa produtividade e que oferecerem riscos de acidentes
de trabalho.
Lembre-se, a Optometria Ocupacional existe.
Que tal pesquisar mais sobre essa Área da Segurança do Trabalho?
Ficou Interessado?
Leia o Capítulo 16 – Trabalho noturno, p. 201-13. KROEMER, K. H. E. Manual de Ergonomia:
adaptando o trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. Você saberá as
consequências negativas ao organismo causadas pelo trabalho noturno.
Veja também:
• Diodo emissor de luz. Disponível em: https://bit.ly/3C8V2Z7
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• “Lâmpadas LED podem ajudar a conter o aquecimento global”, trata do papel eco-
lógico que se obtém na utilização dessa lâmpada. Disponível em: https://bit.ly/3jjduW6
• No canal “Luz, Decor & Ação!” você saberá a importância de conhecer a iluminação para
os efeitos de decoração para o Sistema Visual. Disponível em: https://bit.ly/2VpHojx
• “LUMEN ou LUX, como descobrir a ILUMINAÇÃO IDEAL? – Dicas Flash”.
Disponível em: https://youtu.be/D_iejq0bpwU
• “Luminotécnica”, é um texto muito importante com temas sobre iluminância, lumi-
nância, tipos de Lâmpadas etc. Disponível em: https://bit.ly/3ylRIaM
• “Blue light has a dark side”, explica o que é a luz azul e o seu efeito no sono.
Disponível em: https://bit.ly/2VoCcMD
• “O que é Temperatura de Cor | Iluminação-Básico”, retrata a importância do
conhecimento da temperatura da cor na saúde humana.
Disponível em: https://youtu.be/3ww8WPIkLo0
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Referências
ALVAREZ, E. Optometría ocupacional. 2013. Disponível em: <https://pt.slideshare.
net/eliskhaalvarez/optometra-ocupacional>. Acesso em: 06/03/2019.
IIDA, I. Ergonomia – Projeto e Produção. 2. ed. rev. ampl. São Paulo: Edgard Blücher.
s/d. (e-book)
LETTER, Harvard Health. Blue light has a dark side: What is blue light? The effect
blue light has on your sleep and more. 2018. Disponível em: <https://www.health.
harvard.edu/staying-healthy/blue-light-has-a-dark-side>. Acesso em: 28/03/2019.
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