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02/08/23, 10:32 FazendoVídeo | Luz e Imagem

Produção de vídeo semi-profissional - Dicas e Informações


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Eduardo Baptista
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Luz e imagem sempre estiveram associados, desde os
Sobre
tempos das pinturas pré-históricas. Afinal, sem luz
FAQ
imagem alguma pode ser vista pelo olho humano. E
Produtos e
embora seja hoje possível o registro de imagens em
Serviços
locais completamente sem luz, sua qualidade ainda está
Atualizações
ligada diretamente à existência de luminosidade, de
Recentes
preferência, em razoável intensidade. Isso decorre dos
processos utilizados normalmente no registro das
imagens e remonta às primeiras experiências com a
fotografia.

As substâncias químicas sensíveis à luz empregadas nos


antigos filmes fotográficos demoravam muito para sofrer
as transformações exigidas para possibilitar a revelação
e exibição posterior das imagens registradas. Por isso,
os candidatos a serem retratados precisavam imitar de
certa forma aquelas pessoas que vemos hoje às vezes
nas ruas, ganhando a vida fazendo-se de estátuas....
Com o tempo no entanto, a sensibilidade química dos
filmes foi melhorando, até que surgiu o cinema -
impossível se isso não tivesse ocorrido: afinal, como
registrar uma série de fotos em apenas 1 segundo?

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Porém nessa época, ainda assim muita luz era


necessária para registrar as imagens cinematográficas
se estas não fossem realizadas em ambiente aberto. Por
este motivo, os primeiros estúdios de cinema possuíam
grandes janelas e o teto muitas vezes ficava aberto ou
então era de vidro: a luz do Sol era imprescindível.
Thomas Edison chegou ao requinte de montar um
estúdio em uma plataforma giratória, que era
reposicionada cada vez que o Sol encontrava-se em uma
posição significativamente diferente da anterior.

A sensibilidade e qualidade das emulsões deu passos


imensos, os estúdios puderam ser fechados, vieram os
CCDs e os CMOSs e chegamos assim aos dias de hoje.
A situação de gravações externas não mudou muito: a
luz do dia, quando claro, é suficiente para o registro das
imagens, mas isso é somente meio caminho andado.
Produções profissionais empregam luz mesmo em
ambiente externo, para corrigir sombras, causar efeitos e
mudar tonalidades de cor: podemos dizer que a luz
permite moldar plasticamente uma imagem tridimensional
de tal forma que ao compararmos duas delas, uma sem
o recurso da luz e outra com, em muitos casos as
diferenças serão bem marcantes.

E essa luz não precisa ser uma luz de fonte própria:


principalmente em ambiente externo, pode ser a luz
rebatida do próprio Sol: rebatedores são bastante
empregados para isso. Mas, quando artificial, seja em
interiores ou exteriores, ainda emprega, em sua maioria,
refletores que utilizam lâmpadas incandescentes. Este
tipo de lâmpada está entre as menos eficientes na
geração de luminosidade, se considerarmos o balanço
energia consumida x energia luminosa produzida. Uma
pequena parte da energia elétrica consumida por essas
lâmpadas (cerca de 10%) é convertida em calor: é por
isso que lâmpada, soquete e toda sua estrutura de
fixação dentro do refletor esquentam. No entanto, é
engano pensar que os 90% restantes correspondem à
luz emitida, que de fato ilumina os objetos e pessoas em
cena. Somente 5% desses 90% equivale à luz visível, os

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restantes 85% equivalem à luz que nossos olhos não


conseguem enxergar: radiação infra-vermelha. É por este
motivo que as partes atingidas por essa luz esquentam,
desde o revestimento interno do refletor e o eventual
vidro colocado na sua frente (às vezes com gelatinas
fixadas no local) até os objetos e pessoas iluminados. O
que esquenta não é a luz que vemos e sim a radiação
que não vemos.

Essa perda de eficiência levou nos últimos tempos ao


surgimento de refletores portáteis, para uso em cima das
câmeras de vídeo, montados com um array de LEDs
potentes. Os LEDs comportam-se de maneira diferente
das lâmpadas incandescentes: embora a energia
recebida também seja transformada em luz e calor, sua
luz não emite ondas na faixa infravermelha. Assim, em
um LED típico, cerca de 85% dessa energia é convertida
em calor e 15% em luz visível. Essa maior eficiência se
traduz em menor consumo de energia - normalmente,
nesse tipo de equipamento, fornecida por uma bateria
portátil, embora em alguns casos utilizando a energia da
própria câmera, o que não é recomendado por diminuir
drasticamente o tempo de gravação. O ponto negativo é
que ainda não produzem tanta luz quanto os refletores
tradicionais, embora já existam os montados com arrays
maiores de LEDs, estes sim, podendo substituir com
tranquilidade a luz de câmera tradicional.

A algumas décadas atrás surgiu um tipo de lâmpada


incandescente cerca de 30% mais luminosa do que as
incandescentes comuns: a halógena. Neste tipo de
lâmpada, o filamento existente nas lâmpadas comuns é
montado dentro de uma pequena ampola de vidro
resistente (quartzo), preenchida com um gás especial.
Esta ampola, por sua vez, pode ser montada dentro de
outra maior ou então ela própria formar um tubo
comprido - o corpo da lâmpada. O pequeno tamanho da
ampola permite a geração de luz com um facho
altamente focado.Também conhecidas como lâmpada de
estúdio Photoflood tipo B, são muito utilizadas em
videoprodução.

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Diversos tipos de refletores podem ser construídos com


essas lâmpadas, desde os que emitem luz mais focada e
intensa, até os que produzem um facho mais aberto e
abrangente. Podem também ser montadas dentro de
grandes caixas de material difusor, os softboxes, para
emitir luz suave com um nível muito baixo de sombras.

Quando se exige alta potência luminosa, os antigos


refletores que funcionavam com arco-voltaico foram a
muito substituídos por sua versão moderna: as lâmpadas
HMI. Mais potentes do que as lâmpadas halógenas (3 a
4 vezes) emitem mais luz consumindo menos energia do
que estas: a maior eficiência na transformação de
energia em luz faz também com que este tipo de
lâmpada gere menos calor. Por tudo isto, é com este tipo
de lâmpada que torna-se viável a construção de grandes
refletores, com grande potência luminosa, muito
utilizados tanto em cinema como em vídeo. No segmento
profissional existem grandes refletores utilizando este
tipo de lâmpada, com potências luminosas altas como
12.000 ou 18.000 W (12kW ou 18kW). No entanto a
tecnologia HMI é bastante versátil, permitindo refletores
menores, para uso em diversos segmentos, como 8.000
W , 6.000 W, 4.000 W, 2.500 W, 1.200 W ou 500 W.

Refletores empregando lâmpadas desse tipo, assim


como os que empregam lâmpadas halógenas de alta
potência correm o risco de eventual explosão da
lâmpada - situação rara mas real. Assim, geralmente
possuem grossos vidros em sua parte frontal e estes tem
muitas vezes por cima, uma grade de arame, para
proteger o ambiente e pessoas ao redor em caso de
acidente. É comum observar também, nesses refletores,
esse vidro, ao invés de ser plano, possuir uma série de
círculos concêntricos. Trata-se de uma lente Fresnel.

No século 19, estudava-se o que poderia ser feito para


ampliar o poder de luminosidade dos faróis marítmos.
Uma das soluções era o emprego de lentes; porém,
devido às dimensões exigidas, uma lente de vidro
tornaria-se extremamente pesada para ser instalada no

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topo dos faróis. Além disso, seriam necessárias duas,


uma de cada lado, e o mecanismo giratório teria
dificuldades com o peso extra. Partindo de uma lente
plano-convexa (com superfície plana em um dos lados e
curva em outro), um físico francês chamado Fresnel
percebeu que a espessura do vidro era indiferente para o
percurso dos raios luminosos: uma vez dentro da lente,
após ter sofrido desvio, a propagação não era afetada se
houvesse mais ou menos vidro a percorrer, até que a
outra face fosse atingida.

Assim, para reduzir a espessura do vidro, Fresnel dividiu


a superfície da lente em diversos círculos concêntricos,
preservando a curvatura da face convexa de cada anel.
E encaixou esses anéis de forma achatada, reduzindo
assim, em muito, a espessura do vidro da lente (a lente
foi criada já com esta forma - e não 'recortada' em anéis).
A imagem projetada pela lente fica distorcida, devido aos
cortes existentes em cada anel concêntrico, não servindo
para uso em equipamentos de captura e projeção de
imagens. Porém, para projeção de luzes, o invento ficou
perfeito, passando a ser instalado nos faróis. E daí para
o uso em produção de cinema e vídeo foi um pulo, já que
proporcionava um facho intenso e concentrado de luz. É
por este motivo que os refletores de alta potência,
geralmente do tipo HDMI possuem essa lente em sua
parte frontal.

Mas você deve ter visto também, cada vez mais presente
nos cenários das produtoras, refletores que empregam
lâmpadas fluorescentes na forma de longos tubos.
Parentes das lâmpadas comuns que temos nas cozinhas
de nossas casas, estas lâmpadas tem construção
especial, livrando-as dos defeitos das lâmpadas
fluorescentes comuns, principalmente das distorções na
reprodução correta do espectro luminoso das cores. Sua
luz tem temperatura de cor diferente da dos refletores
tradicionais: mais fria (menos alaranjada), exige o ajuste
correto na sensibilidade da câmera (processo chamado
batimento do branco). Excelente para produzir luz
uniforme, com baixo nível de sombras, refletores

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empregando vários desses tubos são de uso comum em


produções de estúdio, inclusive sendo uma ótima opção
para iluminação da tela de cromakey.

Os modelos antigos não podiam ser dimerizados, isto é,


usar um controlador de intensidade de luz (o dimmer)
para graduar a luminosidade da lâmpada, e com isso
possuiam chaves para ligar ou desligar individualmente
as diversas lâmpadas fluorescentes do refletor. Ainda
existem modelos que funcionam desta forma, convivendo
com os que aceitam dimmer.

Estes não são todos os tipos de refletores empregados


em videoprodução; trata-se apenas de um tour pelos
principais tipos, mas suficiente já para que você possa
situar-se melhor dentro de um set de gravação.

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