Você está na página 1de 5

22/08/23, 17:12 FazendoVídeo | Mr.

Kelvin e a temperatura das cores

Produção de vídeo semi-profissional - Dicas e Informações


Técnicas

Acessórios Baterias Edição Exposição Filtros Foco Formatos Imagem


Lentes Luz Monitores Sinal de Vídeo Som Suportes

Mr. Kelvin e a temperatura das cores Buscar


artigos / luz powered by FreeFind

Eduardo Baptista
coluna Fique Ligado, revista Zoom Magazine Home
Blog
A luz é uma onda eletromagnética, diriam os físicos. Ondas eletromagnéticas são ondas
Sobre
na maioria das vezes invisíveis, mas que guardam muitas semelhanças com as ondas
FAQ
do mar. Se você pensar nas ondas dirigindo-se para a praia, terá uma idéia bem
Produtos e
aproximada do que são as ondas eletromagnéticas. Repare que o desenho de uma onda
Serviços
é sempre repetitivo, uma parte semelhante a um monte seguida de outra semelhante a
Atualizações
um vale. Se você medir a distância do início do "monte" até o final do "vale", estará
Recentes
medindo o comprimento da onda. Existem ondas dos mais diferentes comprimentos: as
maiores, de eletricidade e telefone, chegam a medir quilômetros de extensão entre o
início de um "monte" e o final do "vale" subsequente. As chamadas ondas curtas, de
rádio, medem de 10 a 100 metros de comprimento. Com tamanho menor, as da TV em
VHF medem de 1 a 10 metros de comprimento. A seguir, diminuindo cada vez mais de
tamanho, vem as ondas de UHF, depois as infravermelhas e... finalmente, as ondas que
conseguimos enxergar. É a chamada faixa visível de comprimentos de onda. Diminuindo
ainda mais o comprimento, as ondas passam novamente a ficarem invisíveis. São as
ondas ultra-violeta, as ondas do Raios-X e as da radiação cósmica.

Essa faixa visível de ondas eletromagnéticas possui ondas medindo desde 400 até 700
nanômetros. São ondas muito pequenininhas, minúsculas (um nanômetro é o tamanho
de um milímetro dividido por um milhão!) mas são essas as ondas eletromagnéticas que
enxergamos. E essas pequenas ondas tem uma propriedade interessante: sua cor varia
com o comprimento de onda. Comprimentos de onda pequenos (em torno de 400 a 450
nanômetros) são azulados, os intermediários (500 nanômetros) esverdeados e maiores
(700 nanômetros) avermelhados.

www.fazendovideo.com.br/artigos/mr-kelvin-e-a-temperatura-das-cores.html 1/5
22/08/23, 17:12 FazendoVídeo | Mr. Kelvin e a temperatura das cores

Bom, com isso podemos concluir que cada cor possui um comprimento de onda
diferente... mas e a cor branca? Ela não é exatamente formada por um único tipo de
onda, e sim por uma mistura de vários e vários tipos de ondas, das mais variadas cores:
é isso o que forma a cor branca, já dizia Mr. Isaac Newton e seu disco de cores. Só que
nem sempre essa mistura é perfeitamente homogênea, às vezes um ou outro tipo de
onda predomina na mistura. A luz vermelha, por exemplo: aumentando-se pouco a
pouco sua intensidade na "mistura", esta passará do branco para uma tonalidade
levemente avermelhada, que irá aumentando à medida que mais ondas deste tipo forem
sendo acrescentadas. Quando restar só um tipo de onda na mistura (a da cor vermelha)
tem-se a cor pura dessa tonalidade.

No nosso dia ao dia, dificilmente algo é iluminado ao nosso redor com luz exatamente
branca. A luz proveniente do Sol é uma luz branca equilibrada, mas, assim que entra na
atmosfera terrestre, as coisas começam a mudar. A luz solar, devido à atmosfera,
adquire uma tonalidade levemente azulada. No entanto esta tonalidade também pode
mudar, dependendo da presença de partículas no ar, como poeira, fuligem e poluição.
Em algumas situações, essa poeira é decorrente da própria natureza (o vento agindo
sobre a terra seca por exemplo), em outras da atividade humana (a fumaça das
indústrias por exemplo). Isso é a causa do tom avermelhado que às vezes acontece com
a luz durante o pôr-do-Sol. A variação do ângulo de incidência da luz solar também
acarreta mudanças: o fato da luz ter que atravessar mais partículas na atmosfera no
início e no fim do dia do que ao meio dia (o chamado "Sol a pino") faz com que os
comprimentos de onda mais curtos (azulados) sejam filtrados e a luz torne-se levemente
amarelada. Ao contrário, perto do meio dia a luz está mais próxima do que é quando
chega ao nosso planeta após ter atravessado a atmosfera, ou seja, levemente azulada.

No entanto, quando você segura um papel debaixo do Sol da manhã ou sob o Sol do
meio dia, as partes brancas do papel parecerão sempre brancas. Como isso acontece,
se em uma situação o papel está sendo iluminado por uma luz amarelada e em outra,
por uma luz azulada? Isso acontece porque nosso cérebro aprende, através de seu
julgamento, que aquela parte da folha é branca e corrige o excesso de amarelo, de azul
ou de qualquer outra cor que estiver iluminando a revista. Mas as câmeras fotográficas,
cinematográficas e de vídeo não possuem esse julgamento: elas vêem os objetos como
eles realmente são. Assim, se compararmos as imagens feitas com uma determinada
câmera, da mesma página da revista, ao amanhecer e ao meio-dia ensolarado, os
'"brancos" serão diferentes, um será amarelado e outro azulado.

É por isso que as câmeras, para ver o mesmo branco que nossos olhos vêem, dispõem
de formas de realizar compensações nos diferentes comprimentos de onda da luz. Em
outras palavras, elas podem corrigir automaticamente, em nosso exemplo, o excesso de
amarelo ou de azul, para que o branco seja visto como ele realmente é. É o chamado
white balance (balanço do branco), que pode ser automático, utilizar presets ou ser feito

www.fazendovideo.com.br/artigos/mr-kelvin-e-a-temperatura-das-cores.html 2/5
22/08/23, 17:12 FazendoVídeo | Mr. Kelvin e a temperatura das cores

de maneira totalmente manual. No modo automático, um processador analisa a imagem


como um todo, tentando determinar se há predominância de alguma cor nas tonalidades
que julga serem brancas. Se houver, efetua a correção (aumenta a participação de azul
se na "mistura" predomina o vermelho por exemplo). É um processo automático e seu
julgamento nem sempre é totalmente preciso. Assim, existe a possibilidade de se fazer
isso de forma manual, apontando a câmera para algo que seja branco e informando-a de
que a cor daquele objeto é o que ela deve entender como branco, processo conhecido
como "bater o branco". Se ela estiver "vendo" por exemplo predomínio de vermelho no
objeto, fará a correção adequada. E uma forma intermediária é utilizar presets de
fábrica, botões que fazem ajustes já pré-determinados.

A coisa se complica no entanto quando iluminamos uma determinada cena com luzes de
tonalidades diferentes. A luz incandescente tende para o amarelo-avermelhado, a luz do
meio do dia, para o azul. Uma cena gravada em uma sala com uma grande janela de
vidro e o uso de refletores, exige que se iguale a tonalidade das fontes de luz, o que é
feito através do uso de gelatinas coloridas próprias. Gelatinas avermelhadas, afixadas
no vidro, igualam a tonalidade da luz do Sol com a dos refletores, ou então gelatinas
azuladas, colocadas em frente aos refletores, igualam a tonalidade de suas luzes com a
do Sol. Existem várias graduações de intensidades e colorações para essas gelatinas. E
é neste ponto, na análise das especificações dos diversos materiais, gelatinas e tipos de
lâmpadas para os refletores, que você vai encontrar coisas do tipo 3.200 K, 6.000 K,
etc... De onde vem esses estranhos números??

É aqui que entra em cena Mr. Kelvin, na verdade Lord Kelvin, um físico escocês que
viveu no século 19 e criou o método para medir os desvios de proporção na composição
da luz branca. Por este método, imaginava-se um hipotético objeto totalmente negro
(chamado por ele de 'corpo negro' , porque absorveria 100% de qualquer luz que
incidisse sobre ele) que, ao ser aquecido, passaria a emitir luz. E, além disso, a luz
emitida iria mudando gradualmente de cor. A analogia era feita era com um pedaço de
ferro, aquecido cada vez mais: o chamado 'ferro em brasa', inicialmente de cor
vermelha, passava por várias tonalidades (amarelo, verde, azul) conforme a temperatura
subia mais e mais.

Lord Kelvin criou uma escala de temperaturas e nesta escala determinou que em 1.200
graus o corpo negro adquiriria a tonalidade vermelha. Fez então outras marcações
associando temperaturas e cores, criando o que hoje se conhece como a escala Kelvin.
E surpreendentemente, muitos anos mais tarde cientistas comprovaram que as
associações de temperatura e cor feitas por Kelvin estavam corretas.

Observe a ilustração abaixo: ela mostra diversas temperaturas associadas à diversas


tonalidades de cor: são as temperaturas da escala Kelvin.

www.fazendovideo.com.br/artigos/mr-kelvin-e-a-temperatura-das-cores.html 3/5
22/08/23, 17:12 FazendoVídeo | Mr. Kelvin e a temperatura das cores

E agora observe a ilustração seguinte, que relaciona diversas fontes de luz e suas
temperaturas, começando pela luz do fogo, cuja temperatura é de 1.200 K (graus
Kelvin). As temperaturas vão subindo à medida que sobe-se na escala, de baixo para
cima: uma lâmpada doméstica, incandescente, de 40W, emite luz com a temperatura de
2.680 K. Já a iluminação tradicional utilizada em vídeo, para interiores, é de 3.200 K. A
seguir encontram-se outros tipos de lâmpadas e luzes (como a da Lua) até chegar-se às
temperaturas de 5.600 / 6.000 K, correspondentes à luz do Sol na maior parte do dia
(exceto nascer e pôr-do-Sol). E acima disto, outras temperaturas ainda maiores:

Ou seja, quanto maior a temperatura, mais "quente" a luz, correto? Errado. O conceito
tradicional em fotografia (e adotado posteriormente também para o cinema e vídeo) diz
que cores ditas "quentes" são as avermelhadas, em analogia com o fogo. E que cores
"frias" são as azuladas, em analogia oposta. Só que na nossa escala, quanto maior a
temperatura, mais tendendo para o azul é a cor, ou seja, mais "fria" ela é. Conclusão:
quanto mais quente, menor é a temperatura da cor e vice-versa. E agora que você já
conhece o trabalho do Mr Kelvin com as cores, bons ajustes e gravações!

Copyright 2018 FazendoVídeo

www.fazendovideo.com.br/artigos/mr-kelvin-e-a-temperatura-das-cores.html 4/5
22/08/23, 17:12 FazendoVídeo | Mr. Kelvin e a temperatura das cores
O site FazendoVídeo não oferece nenhum tipo de garantia em relação às informações contidas neste
site. Isto implica que nenhuma garantia é oferecida contra quaisquer tipos de danos decorridos direta ou
indiretamente da utilização das informações aqui contidas.
Website developed by biap.com.br

www.fazendovideo.com.br/artigos/mr-kelvin-e-a-temperatura-das-cores.html 5/5

Você também pode gostar