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Representação Gráfica e

Plástica da Cena
Semelhanças e diferenças entre a iluminação em cenas
presenciais ou captadas pela câmera

Ms. José Wilson Borges e Soares


“A luz não é apenas um meio capaz de revelar e
ocultar os movimentos do corpo, mas também um
dinâmico parceiro de cena.”

Loïe Fuller
A luz...
O que é a luz?
A luz que você vê em seu dia a dia é uma pequena e estreita
faixa de radiação eletromagnética que atinge os
seus olhos.
Em 1666, Isaac Newton, verificou que a luz branca que entrava
em um orifício circular, ao ser refratada por um prisma,
projetava cores em um espectro visível — vermelho, laranja,
amarelo, verde, azul, anil e violeta. Sua pesquisa visava a
corrigir uma aberração cromática nos telescópicos da época.
Assim, Newton criou o telescópio refletor (newtoniano). Em
seu experimento, ele percebeu que os olhos humanos captam
apenas uma pequena faixa da radiação solar.
Pesquisas posteriores identificaram outras cores
imperceptíveis aos olhos humanos, como as infravermelhas,
as ultravioletas, as ondas curtas, os raios X e os raios gama,
entre outras formas de ondas.
Espectro eletromagnético e sua percepção
Os olhos humanos percebem a gama de cores entre os espectros 400 e 700 nm.
As vibrações de cores acima e abaixo dessa indicação são imperceptíveis.
Os olhos consideram a cor em três
aspectos:
 Matiz: é a cor padrão, ou seja, reconhecer a matiz é saber distinguir um
vermelho de um azul;

 Brilho: é a intensidade de uma cor que reflete a luz;

 Saturação: é a sensação que se tem de uma cor mais viva ou pálida, e


essa alteração se dá pela quantidade de branco presente na cor.

Na retina, há cones que são especializados em ver cores. Esses cones são
fibrilas nervosas que são sensíveis à luz e respondem a ela. Eles são
divididos em três grupos: o primeiro é sensível às cores laranja e
vermelho; o segundo, às cores amarelo e verde; e o terceiro grupo, ao
azul. Esses receptores de cones são a base da teoria tricromática,
que indica que o olho humano percebe as cores pelo estímulo ativo de dois
ou de todos os três tipos de cones, e no cérebro a cor é determinada
conforme o nível relativo de estimulação de cada tipo de cone
O olho...
Esse é um sistema muito eficiente de visão, que consegue detectar milhões de
cores mesmo com base em apenas três tipos de cones (EYSENK, 2017). Em sua
retina, você tem cerca de 100 milhões de cones sensíveis às imagens.
Cor...
Por fim, as cores só existem pois existe luz. Assim, uma maçã é vermelha pela
projeção da irradiação luminosa sobre ela e pelo que ela absorve e reflete. Se
você alterar a cor da luz, vai alterar, consequentemente, a cor da maçã.
Tipos de iluminação
Luz natural
O primeiro desafio é
reconhecer na
iluminação as suas
nuances e os seus
aspectos essenciais. No
geral, as pessoas estão
acostumadas com o
padrão luminoso da
iluminação artificial,
usada em suas casas,
ambientes de trabalho,
de estudo e de lazer.
Assim, quando há apenas
a iluminação solar, ela
causa estranhamento.
Luz Natural
Luz diurna
A luz diurna depende exclusivamente da iluminação solar e de suas variações.
Dependendo da inclinação, altera-se a cor. Enquanto a Terra se desloca, o Sol
varia a sua posição, alternando de cor entre branco, amarelo, laranja e até
mesmo vermelho.
Luz matutina: logo ao nascer do Sol, a luz possui uma qualidade avermelhada e
amarelada profunda. A iluminação inclinada propicia silhuetas mais definidas e
uma atmosfera especial.
Luz do meio-dia: quando o Sol está a pino, as sombras estão projetadas de forma
a achatar as imagens, ou seja, produzindo menos volume.
Luz crepuscular: a iluminação do final do dia proporciona efeitos luminosos no
céu, com grande variedade de cores. Diferente da luz matutina, que é suave e
difusa, a luz crepuscular é mais forte e definida.
Tipos de iluminação
Luz disponível
Contrapondo-se à iluminação
natural, a luz disponível trata-se
da iluminação artificial que não
é elaborada ou produzida
especificamente para estúdios.
Por isso, a iluminação disponível
é conhecida também como
“iluminação de ambiente”. As
luzes de ambiente não são
projetadas para a captura por
câmeras, ora misturam lâmpadas
frias e incandescentes, ora não
são balanceadas, ora não se
preocupam com a difusão ou a
qualidade da sombra.
Tipos de iluminação
Luz de Estúdios
A luz de estúdio é a
iluminação criada,
desenvolvida e calibrada
para a captura das lentes
de uma câmera. Nesse tipo
de iluminação, não se
considera nem a luz
natural, nem a luz
disponível. A ideia é ter o
controle total da
iluminação. Há dois tipos
de iluminação de estúdio:
luz contínua e flashes.
As qualidades da LUZ
As propriedades físicas e táteis de um objeto
são verificadas visualmente pela maneira
como a luz reflete ou passa por ele.
Essas propriedades físicas são associadas a
estados emocionais e sensações de conforto
e bem estar como estratégia de produção de
sentido. Conhecer essas qualidades resulta
em trabalhos mais eficientes no processo de
comunicação.
Transparência.
Quando a luz passa
sem interferência
por uma superfície,
ele é denominada
transparente.
Translucidez.
Uma superfície ou
objeto é
considerado
translucido
quando a luz passa
parcialmente por
ele e evidencia
sua superfície.
Opacidade.
A luz é bloqueada
quando passa por
superfícies
opacas, gerando
assim sombras
definidas e
silhuetas.
Reflexo.
O reflexo de uma
superfície é a
forma como a luz
rebate e retorna à
visão do
espectador.
Difusão.
A luz difusa é a luz
que incide de
forma irregular e
dispersa em uma
superfície,
produzindo o
efeito de
suavidade e
realçando texturas
e volumes.
Contra Luz.
A luz principal, vinda
por trás do objeto
em direção à lente
da câmera,
proporciona um
contorno
característico ao
assunto, resultando
em destaque da
forma em
detrimento ao fundo.
Luz e Cena.
“Estaríamos falando, pois, de uma luz que não
permitiria somente ver e entender o significado
proposto por intermédio dela, mas capaz de
provocar a percepção, de despertar
sentimentos, de fruir mais profundamente a
experiência cênica. De uma luz atuando em
concomitância com a cena; que não se dá a ver
por desenhos ou formas criadas a priori, mas
por átimos e impermanências que iluminam o
material e o imaterial, o tangível e o
intangível”. Roberto Gill Camargo
Faça-se a luz...
(Gn 1,1)

Obrigado.
Até a próxima aula...

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