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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

ÓPTICA GEOMÉTRICA

LUZ
O luz origina-se de oscilações eletromagnéticas ou da oscilação de cargas elétricas, logo,
denominamos luz ao agente físico responsável pelas sensações visuais.

O QUE É ÓPTICA?

É a parte da física que estuda os fenômenos ligados à luz e à visão.


A visão é responsável por grande parte das informações que recebemos. Conseguimos enxergar
porque nosso olho é sensível à luz que provém dos objetos. Isso significa que, para enxergar nitidamente os
objetos, é necessário que estes estejam iluminados, ou seja, é preciso haver uma fonte de luz como o Sol ou
as lâmpadas.
Nossa visão também é capaz de distinguir as cores dos objetos. Entretanto, se um objeto é visto
branco, quando iluminado pela luz do Sol, ele muda de cor ao ser iluminado por uma lâmpada colorida. Além
disso, a cor dos objetos pode ser alternada quando estes são vistos através de um filtro colorido.
A óptica permite compreender muitos instrumentos, nos quais lâmpadas, telas, lentes e espelhos são
partes essenciais; entender a natureza das cores, nas figuras impressas, nas fotos, na tela de TV e, antes de
mais nada, a óptica permite compreender a visão.

EXERCÍCIOS:

Faça uma lista contendo instrumentos, objetos e situações que podem ser associados com a visão.
Provavelmente a sua lista é parecida com a nossa. Compare para ver o que está faltando nessa lista
ou na sua.
Lâmpada incandescente, lâmpada fluorescente, lua, projetor de slides, máquina fotográfica, flash, tela
de cinema, tela de TV, lanterna, lentes, binóculo, telescópio, câmera
de TV, laser, filtro de luz, espelho, lâmpada infra vermelha, fotocopiadora, lupa, estrela, filmadora de vídeo,
lâmpada ultravioleta, microscópio, óculos, periscópio, fogo, caleidoscópio, pintura, tintas, pigmento, filme
fotográfico, raios X, sol, arco-íris, cores, retroprojetor, miragem, ilusão de óptica, piscina, chama de vela, fibra
óptica e muitos outros que você pode acrescentar a esta lista, são assuntos da óptica.

FONTES DE LUZ

Todos os corpos que são visíveis podem ser considerados fontes de luz e podem classificar-se em fonte de luz
própria ou secundária, que veremos a seguir.
a) fonte de luz própria ou corpo luminoso  são os corpos que emitem luz própria. Ex.: a chama de
uma vela, o sol, as estrelas, etc.
b) fonte de luz secundária ou corpo iluminado  são os corpos que refletem a luz que recebem dos
outros. Ex.: a lua

CORPOS TRANSPARENTES, TRANSLÚCIDOS E OPACOS


 Transparentes  São os corpos que se deixam atravessar totalmente pela luz. Ex.: vidro de janela, etc
 Translúcidos  São os corpos que se deixam atravessar parcialmente pela luz. Ex.: vidro fosco, papel de
seda, papel vegetal.
 Opacos  São os corpos que impedem a passagem da luz. Ex.: madeira, concreto, borracha, etc.

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RAIO DE LUZ
São linhas que representam, graficamente, a direção e o sentido de propagação de luz. Um conjunto
de raios constitui um feixe de luz, que podem ser divergente, convergente ou paralelo. Observe a
representação.

VELOCIDADE DA LUZ
A luz se propaga em todo o espaço interestelar e também no vácuo, não havendo necessidade de
meio material para se propagar.
A velocidade da luz no ar e no vácuo assume o seguinte valor:
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Var = Vvácuo = 300.000 Km/s ou 3x10 m/s

A velocidade da luz em um meio qualquer depende do tipo de luz que se propaga, cada tipo de luz a
velocidade de propagação é diferente. Em ordem crescente de velocidade temos:

Luz violeta
Luz anil
Luz azul
Luz verde
Luz amarela
Luz alaranjada
Luz vermelha

FENÔMENOS ÓPTICOS

Considere um feixe de raios paralelos propagando-se num meio (1) ( por exemplo, ar ) e incidindo
sobre a superfície plana S, de separação com um meio (2) ( por exemplo, água, papel, chapa metálica polida,
etc.). Dependendo da natureza do meio (2) e da superfície S, ocorrem simultaneamente com maior ou menor
intensidade, os fenômenos de reflexão regular, reflexão difusa, refração da luz e absorção da luz.

Reflexão regular – o feixe de raios paralelos que se propaga no meio (1) incide sobre a
superfície S, e retorna ao meio (1), mantendo o paralelismo (fig.4). É o que acontece, por
exemplo, sobre a superfície plana e polida de um metal.

Reflexão difusa – o feixe de raios paralelos que se propaga no meio (1) incide sobre a
superfície S e retorna ao meio (1), perdendo o paralelismo e espalhando-se em todas as
direções( fig.5). A reflexão difusa é responsável pela visão dos objetos que nos cercam.
Por exemplo, vemos uma parede porque ela reflete difusamente para nossa vista a luz que
recebe.

Refração da Luz – o feixe de raios paralelos que se propaga no meio (1) incide sobre a
superfície S e passa a se propagar no meio (2) (fig. 6). É o que acontece, por exemplo,
quando a luz se propaga no ar e incide sobre a superfície livre da água de uma piscina. A
refração neste caso é regular, permitindo a uma pessoa no fundo da piscina ver o sol. Se
o meio (2) for translúcido, como o vidro fosco, os raios refratados perdem o paralelismo e a
refração é difusa.

Absorção da Luz – o feixe de raios paralelos que se propaga meio (1) incide sobre a
superfície S e não retorna ao meio (1) nem se propaga ao meio (2): ocorre absorção de luz. (fig. 7). Como a luz
é uma forma de energia, sua absorção ocasiona um aquecimento.
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Na reflexão regular, na reflexão difusa e na refração, os feixes refletidos, difundidos ou refratados,


apresentam energia luminosa menor que a do feixe incidente que lhes deu origem, pois uma parte da energia é
sempre absorvida. Num corpo negro, a absorção da luz é total. Num corpo cinza-escuro há elevada taxa de
absorção. Num corpo branco, predomina a difusão. Numa superfície metálica bem polida, predomina a reflexão
regular, sendo mínima a difusão e praticamente inexistente a absorção. Na superfície de separação entre dois
meios homogêneos e transparentes, para incidência pouco oblíqua, predomina a refração.

A COR DE UM CORPO
A luz branca, que é a luz emitida pelo Sol ou por uma lâmpada incandescente, pode ser decomposta
em sete cores principais:

Vermelho
Alaranjado
Amarelo
Luz branca Verde
Azul
Anil
Violeta

A cor que um corpo iluminado apresenta é dada pela constituição da luz que ele reflete difusamente.
Por exemplo: se um corpo iluminado com luz branca refletir a luz verde e absorver as demais, este
corpo terá luz verde; quando iluminado com luz branca, absorvendo-a totalmente, terá cor preta.
Observe os esquemas:

Corpo verde – reflete a luz verde


Corpo vermelho – reflete a luz vermelha
Iluminado com a luz branca Corpo branco – reflete todas as cores
Corpo preto – absorve todas as cores

O AZUL DO CÉU
Vimos que existem determinados corpos que refratam a luz difusamente. Por isso, eles podem ser
vistos por refração difusa. Eventualmente, pode ocorrer que a cor de um corpo por reflexão seja diferente da
cor por refração, isto é, os componentes refletidos difusamente por um corpo podem ser diferentes dos
refratados difusamente.
De todas as cores componentes da luz solar, a violeta e, em seguida, a azul são as que sofrem maior
difusão ao atravessarem a atmosfera terrestre. Por isso, se a
distância percorrida não for muito grande (por exemplo, ao meio-dia)
são essas as componentes que chegam em maior proporção aos
nossos olhos. Como eles são mais sensíveis à luz azul, vemos o céu
azul.
As gotas de água que formam as nuvens apresentam os mais
diversos tamanhos e difundem, em conjunto, todos os componentes
da luz solar. Isso explica por que as nuvens são brancas.
Ao contemplarmos o nascer e o pôr-do-sol vemos o céu e o
sol avermelhados. Isso acontece porque a luz vermelha é a que
menos se difunde e portanto a que se propaga mais facilmente pela
atmosfera. Então, ao atravessar uma espessura maior nesses
períodos, do que ao meio-dia, a luz solar que chega ao nossos olhos
está subtraída da luz azul e das luzes que lhe são próximas, que
foram difundidas no percurso.

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EXERCÍCIO RESOLVIDO
1) Num recinto à prova de luz externa, iluminado por uma fonte luminosa vermelha, está um indivíduo
de visão normal. Sobre uma mesa estão dois discos de papel, sendo um branco e o outro azul
(sob luz solar). Os discos tem a mesma dimensão e estão igualmente iluminados pela fonte de luz
vermelha. Em que cores o indivíduo observará os discos?

Solução:
O disco branco reflete difusamente as luzes de todas as cores. Ao ser iluminado por luz vermelha, o
disco a reflete difusamente e, portanto, apresenta-se vermelho.
O disco azul reflete difusamente a luz azul e absorve as demais. Logo, ao ser iluminado por luz
vermelha, ele a absorve e apresenta-se negro.

Resposta:
O disco branco é visto vermelho e o azul parecerá negro.

CÂMARA ESCURA
A câmara escura é uma caixa de paredes opacas, possuindo em uma delas um pequeno orifício.
Colocando um corpo luminoso AB diante do orifício de uma das faces da caixa, verifica-se sobre a face
oposta do orifício que se forma a imagem A‟B‟ invertida do corpo luminoso.
Para observarmos melhor esse fenômeno com facilidade, substitui-se a face oposta do orifício por uma
folha de papel vegetal sobre a qual se forma a imagem.
O fenômeno descrito é a base de funcionamento das câmaras fotográficas.
Observe o esquema: caixa
A
B`

A`
B

Isto ocorre porque cada ponto do objeto luminoso ou iluminado, emite ou reflete a luz em todas as
direções, mas somente os raios emitidos na direção do pequeno orifício conseguirão atravessá-lo e atingir o
papel vegetal. Ao reproduzirmos a imagem do objeto dessa forma, estamos considerando que a luz, emitida de
cada ponto do objeto se propaga em LINHA RETA, passando pelo orifício e formando a imagem do objeto
invertida.
O orifício da câmara deve ser pequeno, para que a foto não fique borrada; por isso o tempo de
exposição à luz não deve ser grande (30 segundos). Sua função é impedir que todos os raios de luz que se
propagam em direção a caixa, cheguem até a face onde se está o papel vegetal.
A qualidade de uma imagem depende da quantidade de luz, e ela é nítida quando, para cada ponto do
objeto, se obtém um único ponto imagem.
Se o furo for ampliado, uma grande quantidade de luz entra, porém a imagem fica borrada.

Podemos estabelecer relações matemáticas entre o tamanho do objeto e da imagem, e entre a


distância do objeto à câmara e o comprimento da câmara através da seguinte equação:
m = a
n b onde: m = tamanho do objeto
n = tamanho da imagem
a = distância do objeto à câmara
b = comprimento da câmara

M N

A B
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EXERCÍCIO COMENTADO

1- Qual o tamanho que deverá ter a imagem formada por uma câmara escura de 20 cm de
profundidade, quando ela é usada para observar uma árvore de 4,0 cm de altura que se encontra a
10 m de distância?
Dados: n = ?
b = 20 cm
m = 4 cm
a = 10 cm

m=a substituindo os valores:


n b
4 = 10
n 20

n . 10 = 20 . 4
10 n = 80
n = 80 n = 8 cm
10
Logo, o tamanho da imagem é 8 cm.

Para saber um pouco mais:

Veremos a seguir alguns exemplos relacionados a óptica e suas aplicações:

A MÁQUINA FOTOGRÁFICA

Desde a mais simples câmara de bolso até a mais sofisticada das câmaras fotográficas profissionais, o
mecanismo básico de funcionamento é o mesmo: uma câmara escura com um orifício de uma de suas faces
internas, que permite a entrada da luz oriunda do objeto fotografado. No lado oposto ao orifício, é colocado um
filme que contém uma substância química sensível à luz.

FOTOGRAFAR

Vamos agora mostrar como uma câmara escura pode ser usada para se obter uma fotografia.
O processo é simples. A imagem, anteriormente projetada no papel vegetal, pode também ser
projetada diretamente sobre o papel de revelação fotográfica. Ou seja, nossa câmara escura não precisa do
filme, indispensável numa máquina fotográfica comum. A diferença é que podemos utilizar papel fotográfico
comum, que precisa ser “revelado” depois e funciona como negativo para outro papel fotográfico.
Tirar uma foto, então, não se constitui numa tarefa difícil, precisamos, além de uma câmara escura, de
um papel fotográfico e de uma “técnica” para revelar e fixar a imagem fotografada. Você poderá encontrar o
papel fotográfico na Óptica do seu bairro ou então encomendá-la, com o fotógrafo.

Tirando uma foto


(fonte: GREF – Leituras de Física – Óptica)
Nesta atividade você poderá tirar uma foto usando a câmara escura construída anteriormente. Para
isso precisamos tomar alguns cuidados para que a foto saia com alguma qualidade.
1 – O papel fotográfico, como não poderia deixar de ser, é muito sensível à luz, por isso ao colocá-lo na
posição do papel vegetal de nossa câmara escura, devemos tomar os seguintes cuidados:
a- Trabalhar num ambiente escuro, que pode ser o seu quarto com portas e janelas fechadas e as
frestas vedadas por cobertores escuros.

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b- Fixar o papel fotográfico onde estaria antes o papel vegetal com a parte brilhante voltada para o
orifício.
c- Ainda no ambiente escuro, tapar o pequeno orifício e usar uma 2ª caixa para fechar o fundo da
primeira onde foi colocado o papel fotográfico, vedando-as com fitas adesivas pretas para impedir
qualquer claridade.
d- Escolha a cena que deseja fotografar, de preferência algo imóvel e bem iluminado (um dia de
bastante sol) e aponte sua câmara para ela.
e- Agora é preciso destapar o orifício e, nas condições acima, deixá -lo aberto por uns quatro minutos.
Este é o tempo de exposição, que pode variar muito, conforme o diâmetro do orifício e as
condições de iluminação da cena escolhida.
f- Se você decidir fotografar com lente ao invés do orifício pequeno, o tempo de exposição tem de ser
menor que um segundo!

Após este tempo, feche novamente o orifício de sua câmara.

VOCÊ JÁ TIROU A FOTO, AGORA É NECESSÁRIO FAZER A SUA REVELAÇÃO.

REVELANDO E FIXANDO A FOTOGRAFIA


(fonte: GREF – Leituras de Física – Óptica)
Para fazer a revelação da foto é necessário, primeiramente, de um lugar adequado, iluminado apenas
com uma fraca lâmpada vermelha de 15 Watts e ainda dispor de água corrente como a de uma torneira. Se
você dispõe de um ambiente assim, o processo de revelação e fixação da foto fica mais fácil.
Basta agora comprar alguns produtos químicos que também são vendidos nas lojas de material
fotográfico: o revelador e o fixador de imagens.
Retire o papel fotográfico da câmara escura e coloque-o, com a parte brilhante voltada para cima, no
interior da vasilha que contém o revelador, de 2 a 3 minutos, durante o que irá aparecendo uma imagem
negativa da cena fotografada.
Em seguida, o papel fotográfico deverá ser transferido, com uma pinça, para a vasilha com água, por 1
minuto e, depois, para a vasilha com o fixador durante mais 5 minutos. Em seguida, lavá -lo bem com água
corrente e pendurá-lo até secar. Aí você obteve o negativo da foto.
Para obter o positivo, isto é, a foto reproduzindo a cena, coloque o negativo com a figura para baixo
contra a parte brilhante de um outro papel fotográfico. Ilumino o conjunto com uma lanterna caseira por 10
segundos, retire o papel fotográfico e repita todo o processo: revelação, lavagem na vasilha com água, fixação
e lavagem com água corrente.
Se a foto final não ficar do seu agrado tente melhorar os procedimentos. Como, por exemplo: tempo de
exposição do papel fotográfico à luz, diâmetro do orifício e outros.

OS RECURSOS DE UMA MÁQUINA FOTOGRÁFICA


(fonte: GREF – Leituras de Física – Óptica)
Se você tentou usar a sua câmara escura para tirar uma fotografia, com certeza teve muita dificuldade.
Teve que tomar certos cuidados que, com uma máquina fotográfica de verdade, não teria. As maiores
dificuldades foram, principalmente, no momento de colocar o papel fotográfico no interior da câmara escura e
no tempo que ele ficou exposto à luz, ou seja, o tempo que deixamos o orifício aberto.

O QUE FOI NECESSÁRIO ACRESCENTAR ÀS CÂMARAS ESCURAS PARA SUPERAR ESSES


PROBLEMAS?

O rolo de filme já está protegido da luz e por isso pode ser colocado, no interior da máquina fotográfica,
sem a necessidade de um ambiente escuro.
Além disso, os filmes possuem grau de sensibilidade diferentes em relação à luz, que, quando
utilizamos adequadamente, ajudam na obtenção de uma boa fotografia. Os filmes que são muitos sensíveis à
luz requerem pouca luminosidade ou menos tempo de exposição para impressioná-los e produzir uma boa
foto. Já os filmes pouco sensíveis à luz, necessitam de maior luminosidade ou maior tempo de exposição à luz
para uma foto com alguma qualidade.
A sensibilidade ou a sua velocidade é normalmente divulgada em dois sistemas: o sistema ASA (
American Standards Association) e o sistema DIN (Deutsche Industrie Norm).

ASA (americana) 16 25 50 64 125 200 400 800 1600


DIN (alemã) 13 15 18 19 22 24 27 30 33
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Por exemplo, um filme de 200 ASA é duas vezes mais sensível ou mais rápido do que um de 100
ASA.
Para tirar uma foto de um atleta correndo, por exemplo, necessitamos de um, tempo de exposição
menor que o de uma pessoa parada ou andando devagar. O intervalo de um tempo precisa ser menor para
“congelar” a imagem, ou seja, parar o movimento, caso contrário a foto do atleta sai borrada. Nesse caso,
podem ser feitas duas coisas: usar, para a foto do atleta em movimento, um filme mais sensível ou um orifício
maior para entrar mais luz!

AS FILMADORAS DE CINEMA E DE VÍDEO


A filmadora de cinema é uma fotográfica que permite obter uma seqüência de fotografias do objeto, em
intervalos de tempos pequenos e regulares, registrando-as um filme fotográfico que corre em seu interior.
Assim como na máquina fotográfica, esse filme precisa ser revelado. Essa sucessão de fotos a serem
projetadas, numa tela, na mesma freqüência, reproduz imagens dinâmicas. A o assistir a projeção, temos a
impressão de ver uma imagem contínua e não interrompida, porque nosso olho não consegue perceber
alterações de luz tão rápidas (fenômeno chamado persistência da imagem).
Mas, já há algum tempo, as filmadoras de cinema vêm sendo substituídas por filmadoras de vídeo,
produzem gravações eletrônicas mais baratas e mais fáceis de reproduzir.
A filmadora de vídeo também é semelhante à máquina fotográfica. A diferença está no REGISTRO da
cena: enquanto a máquina fotográfica e a filmadora de cinema registram a cena em um filme, através de um
processo fotoquímico, a filmadora de vídeo o faz em uma fita magnética, por um processo fotomagnético.
A fita magnética é uma tira de plástico recoberta por pequenas partículas de ferro, que podem ser
imantadas por campos magnéticos gerados na codificação das imagens. A filmadora de vídeo pode ao mesmo
tempo gravar uma cena e registrá-la em uma fita magnética, que ao ser colocada em um aparelho de vídeo
cassete, reproduz na tela de televisão as cenas gravadas. A filmadora de vídeo pode-se também ser acoplada
a um circuito de emissão de TV, capaz de enviar para o espaço em formas de ondas eletromagnéticas, a
imagem codificada.

O OLHO HUMANO:
UM PARALELO COM A FILMADORA DE VÍDEO E A MÁQUINA FOTOGRÁFICA

O que o olho humano, a filmadora de vídeo e a máquina fotográfica têm em comum? Assim como na
filmadora e na máquina, o olho humano também possui três componentes essenciais: um orifício que controla
a entrada da luz, uma lente para melhor tocar a luz numa imagem nítida e um elemento capaz de fazer o
registro dessa imagem.
A entrada da luz no olho humano é comandada pela íris, que abre ou fecha a pupila, conforme a
intensidade luminosa. Na parte posterior da íris encontra–se o cristalina, uma lente que é capaz de tocar
objetos próximos ou distantes, pela mudança de sua curvatura, conseguida por músculos que o envolvem.

No olho normal, o cristalino focaliza as imagens na retina, uma membrana sensível, na parte posterior
do olho. Suas células têm a capacidade de transformar a luz que recebe, em impulsos nervosos que são
enviados, através dos nervos ópticos, ate o cérebro que os interpretam a registram como sensações visuais.

Você pode perceber que a analogia entre o olho humano e a filmadora de vídeo é maior, pois a retina
corresponderia à fita magnética, enquanto o cérebro corresponderia ao decodificador de sinais que os
enviaram para a tela de TV.

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Qual a função da retina no olho humano e a que ela corresponde numa filmadora de vídeo?

2. Na filmadora de vídeo a imagem de uma cena é registrada em uma fita magnética. Que outros tipos de
registros você conhece que podem também ser feitos numa fita magnética?

PRODUÇÃO DE LUZ
(Fonte: GREF – Física 2. Física Térmica e Óptica)

A luz é um dos principais elementos da fotografia: assim, nada mais natural que a importância dada às
condições de iluminação. A influência desse fator é tão decisiva que ate mesmo a aparência de pessoas e
objetos pode ser radicalmente alterada, mudando–se apenas a forma de ilumina-los.

No estúdio, o fotografo tem total domínio das fontes de iluminação. Fora dele, geralmente é necessário
trabalhar com a luz disponível: não se pode mudar a posição do sol, nem fazer com que as nuvens voltem para
além do horizonte.

A importância da fonte de luz está no fato de ser ela que determina o tipo de iluminação produzido na
cena. Uma fonte extensa é aquela cuja luz alcança a cena de quase todas as direções, produzindo pouca ou
nenhuma sombra. São exemplos: o céu nublado e lâmpadas fluorescentes no teto do ambiente.

Uma fonte reduzida, por outro lado, emite luz de modo unidirecional; produz, assim sombras muito
delimitadas. O sol, um flash direto, uma lâmpada incandescente, um refletor dirigido para o objeto são fontes
reduzidas. O sol, apesar de seu enorme tamanho, está situado tão longe que funciona como uma fonte
reduzidas.

Quando pretendemos fotografar em ambientes onde a quantidade de luz difundida pelo objeto é
pequena, seja num quarto escurecido, durante a noite, seja para clarear as áreas de sombra de um objeto
iluminado pelo sol, usamos um flash.

O flash eletrônico, produz luz através de uma descarga elétrica a alta voltagem no interior de um vidro
que contem gás (xenônio ou criptônio), transformando energia elétrica em luminosa. É alimentado por pilhas,
por uma bateria ou diretamente pela rede elétrica.

Essa transformação de energia também ocorre nas lâmpadas de descarga, conhecidas como
LÂMPADAS FLUORESCENTES. A luz é emitida graças à excitação de gases ou vapores metálicos de
mercúrio e argônio, dentro de um tubo fino de vidro transparente, revestido internamente com tinta
fluorescente. Por isso, as lâmpadas fluorescentes são conhecidas como lâmpadas frias. Em cada extremidade
estão colocados dois terminais elétricos. Cada terminal é interligado por um filamento de tungstênio, em
formato de espiral, e por um reator que produz alta voltagem no interior do tubo.

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Outro tipo de flash que se pode usar para fotografar é a LÂMPADA–FLASH. Ela possui no seu interior
oxigênio, fios de alumínio, magnésio ou zircônio, um filamento de tungstênio e uma pequena quantidade de
fósforo. A energia fornecida por uma bateria produz uma corrente elétrica que aquece o filamento, acendendo o
fósforo e iniciando a combustão do alumínio, magnésio ou zircônio. Tanto a lâmpada–flash como os cubos de
flash são utilizados apenas uma vez e não podem ser reaproveitados.

As LÂMPADAS INCANDESCENTES produzem energia luminosa por meio de aqu ecimento de um


filamento de metal tungstênio. O principio de seu funcionamento se baseia na corrente elétrica que aquece o
filamento. O filamento aquecido emite energia luminosa e térmica, e pode apresentar cores diferentes,
dependendo da sua temperatura. Essas lâmpadas são fabricadas a vácuo, para evitar a oxidação dos
filamentos, isto é, no processo de fabricação, o ar é retirado e em seu lugar, é injetado um gás inerte, em geral,
argônio.

Quando ligamos uma lâmpada incandescente, a corrente elétrica que passa pelo seu filamento de
tungstênio produz o aquecimento do mesmo. Assim, o filamento aquecido emite energia luminosa e térmica, e
pode apresentar cores diferentes, dependendo da usa temperatura.

O GLOBO OCULAR COMO FORMADO DE IMAGEM


O globo ocular tem cerca de 24 mm de diâmetro e é constituído basicamente por: um sistema de
lentes, a CÓRNEA e o CRISTALINO, cuja função é desviar e focalizar a luz que nele incide; um sistema de
diafragma variável, a íris (cujo orifício central se denomina PUPILA), que controla automaticamente a
quantidade de luz que entra no olho; e um anteparo fotossensível, a RETINA.

Alem destes sistemas, o olho possui outros componentes que o caracterizam como uma câmara
escura; a ESCLERÓTICA e a CORÓIDE. Outros componentes do olho humano têm por função fornecer
nutrientes e manter a pressão interna do olho: HUMOR AQUOSO e HUMOR VÍTREO.

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A esclerótica é a camada externa do olho, popularmente conhecida como “branco do olho”, e consiste
de um tecido fibroso, resistente e opaco. Na parte anterior, a esclerótica se converte na córnea curva, clara e
transparente, através da qual penetra a luz. Internamente, em relação à esclerótica, o olho apresenta uma
camada pigmentada denominada coróide. Na coróide se encontra a maioria dos vasos sanguíneos que irrigam
o olho. O humor aquoso e o humor vítreo que são vascularizados mantêm a pressão do olho em 15 mmhg,
além de fornecerem nutrientes à córnea e ao cristalino.

CAMINHO DA LUZ NO OLHO HUMANO


A CÓRNEA é o primeiro meio transparente encontrado pela luz. A luz que atinge obliquamente a
superfície da córnea sofre um desvio. A córnea atua como uma lente convergente, produzindo 2/3 do desvio
responsável pela focalização da luz retina.

Depois de deixar a córnea, a luz sofre novo desvio ao passar através do HUMOR AQUOSO, um fluido
claro, praticamente incolor.

A seguir, a luz atinge a ÍRIS, de cor azul, verde, castanha ou cinza, que é um diafragma composto
principalmente de dois músculos circulares e radiais que, ao serem estimulados, fazem variar o tamanho de
sua abertura, a PUPILA, por onde entra a luz. A principal função da íris é regular a quantidade de luz que
penetra no olho, ao modificar o tamanho da pupila. Se a luz é fraca, a pupila dilata -se para deixar entrar mais
luz. Se a luz é intensa, a pupila contrai-se para evitar o seu excesso. O diâmetro da pupila pode variar desde
1,5 mm até 8 mm. Como a distancia focal média do olho é 17 mm, os valores de f(abertura da lente) para o
olho, variam entre: f =17/1,5=11,3 e f = 17/8=2,1. esses valores de f correspondem aos de uma boa lente de
maquina fotográfica. A íris não responde instantaneamente a variações da intensidade luminosa. Cerca de 5
segundos são necessários para ela se fechar ao máximo e 300 segundos para se abrir ao máximo.

Após ter sido controlada pela íris, a luz encontra o CRISTALISNO, que atua como uma lente
convergente, produzindo praticamente o terço restante do desvio responsável pela focalização da luz na retina.
Entretanto, a importância maior do cristalino não esta em desviar a luz, mais sim em acomodar-se para
focalizar a luz na região da retina mais sensível à luz.

Após atravessar o cristalino, a luz passa pelo HUMOR VÍTREO, uma substancia clara e gelatinosa que
preenche todo o espaço entre o cristalino e a retina.

Finalmente, a luz chega a retina, e sobre ela se formará a imagem, que decodificada pelo sistema
nervoso, permitirá a visão dos objetos.

FORMAÇÃO DA IMAGEM NA RETINA


A retina é uma película cor-de-rosa, com espessura aproximada de 0,5 mm e que cobre quase toda
superfície interna do olho. É constituída de fibras e células nervosas interligadas, além de dois tipos especiais
de células que são sensíveis à luz: os cones e bastonetes, cujos nomes estão relacionados com à forma que
apresentam.

Estas células, denominadas fotossensíveis, são as responsáveis pela conversão da imagem luminosa
em impulsos elétricos nervosos, os quais são enviados ao cérebro para serem processados. A imagem forma -
se na retina de modo semelhante à figura que surge no filme da câmara fotográfica. A imagem é invertida, de
cabeça para baixo e da direita para a esquerda. A luz sensibiliza a retina e excita um bastonete ou um cone,
que envia, pelo nervo óptico, um impulso elétrico ao cérebro. O cérebro interpreta esses impulsos como a
imagem em posições correta, que é a imagem realmente vista.

No local da saída do nervo óptico e vasos sangüíneos, não é possível haver cones e bastonetes. É a
única parte do olho que é insensível à luz, e que constitui o ponto cego. Um objeto cuja imagem caia nesta
área não é visto.

A percepção das cores pelo olho humano está relacionada com a absorção da luz pelas células
denominadas cones, que se encontram na retina. Existem cerca de 6,5 milhões de cones que são
responsáveis pela visão detalhada à luz do dia. Sua concentração é máxima na região central da retina. O
processo através do qual tais células são sensibilizadas não é ainda bem conhecido. Acredita-se que a
capacidade de discriminação de cores pelo olho esteja relacionada com diferentes elementos fotossensíveis
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contidos nos cones. Ao que parece, tais elementos são de três tipos, sendo cada um deles sensível a uma
determinada faixa de energia, que correspondem às cores primárias: azul, verde e vermelho. A visão das cores
intermediárias é explicada pela estimulação simultânea e em graus distintos dos elementos fotossensíveis. Por
exemplo, a luz amarela estimula as cores sensíveis ao vermelho e ao verde, de maneira aproximadamente
igual. Assim, quando esses tipos de cones forem estimulados igualmente, o cérebro interpreta a cor como
amarelo.

Um problema que se observa em algumas pessoas é o daltonismo que consiste na incapacidade de


esses três tipos de cones se sensibilizarem pela ação da luz. Podem ocorrer problemas nos três tipos, o que
acarreta uma incapacidade total de percepção às cores, como também em somente um ou em dois tipos,
gerando uma percepção parcial das cores.

Os bastonetes, com sua forma reta e delgada, cobrem quase toda retina. Em cada olho existem cerca
de 120 milhões de bastonetes. Eles funcionam mais eficientemente que os cones quando se está sob luz fraca,
permitindo a visão em condições de pouca luz, como ocorre à noite, sendo, no entanto, pouco sensíveis a
cores.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Porque um corpo opaco, tem, por exemplo, cor azul ao ser iluminado pela luz solar? Se esse
corpo estiver num ambiente iluminado somente por luz monocromática vermelha, com que
aparência será observado por nós?

2. Considere três corpos A, B, C. expostos à luz branca, o corpo A se apresenta vermelho, o B se


apresenta verde e o C, branco. Se os levarmos a um quarto escuro e os iluminamos com luz
vermelha, como os veremos?

3. Em que cores é vista uma bandeira brasileira iluminada por uma luz verde monocromática?

4. (FEI-SP) A luz solar se propaga e atravessa um meio translúcido. Qual das alternativas abaixo
representa o que acontece com a propogação dos raios de luz?

5. (U.F.Pelotas-RS) Se um feixe constituído de raios luminosos paralelos entre si incide sobre uma
superfície opaca e não-polida, como mostra a figura, podemos afirmar que:

a) SE a superfície for metálica, o feixe refletido é constituído de raios luminosos paralelos


entre si.
b) Sendo a superfície não-polida, os raios refletidos não serão paralelos entre si.
c) Sendo a superfície opaca, não ocorrerá reflexão.
d) Sendo a superfície não-polida, não haverá feixe refletido.
e) Se a superfície tiver grande poder refletor, os raios luminosos refletidos serão paralelos
entre si.

6. (FESP-SP) a difusão da luz é um fenômeno devido à


a) Passagem da luz de um meio para outro.
b) Passagem da luz por uma fenda estreita.
c) Reflexão da luz em uma superfície muito lisa (especular).
d) Reflexão da luz em uma superfície irregular.
e) E não existe tal fenômeno.

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

7. (UECE) numa manhã de sol, Aline encontra-se com a beleza de uma rosa vermelha. A rosa
parece vermelha porque?
a) Irradia a luz vermelha
b) Reflete a luz vermelha.
c) Absorve a luz vermelha.
d) Difrata a luz vermelha.
e) Refrata a luz vermelha.

8. (U.Taubaté-SP) Num cômodo escuro, uma bandeira do Brasil, é iluminada por uma luz
monocromática amarela. O retângulo, o losango, o circulo e a faixa central da bandeira
apresentariam, respectivamente, as cores:
a) Verde, amarela, azul, branca.
b) Preta, amarela, preta, branca.
c) Preta, amarela, preta, amarela.
d) Verde, amarela, verde, amarela.
e) Amarela, amarela, amarela, amarela.

9. Conceitue fonte de luz própria e fonte de luz secundária?

10. Uma câmara escura de orifício apresenta comprimento de 40 cm. De uma arvore de altura 5m
abteve-se, no anteparo fosco, uma imagem de altura25 cm. Determine a distancia da arvore até a
câmara.

11. Um objeto de 60 cm de altura esta posicionado a 2 m de uma câmara escura de 20 cm de


comprimento. Determine a altura da imagem que se forma na parede oposta do orifício.

RESPOSTAS
1) Porque reflete difusamente a luz azul e as demais; negro.
2) A) vermelho b) negro c) vermelho
3) Verde e negra
4) A
5) B
6) D
7) B
8) C
9) São as que emitem luz própria.
São as que refletem a luz que recebem
10) 8 m
11) 6 cm

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

PRINCÍPIOS DA ÓPTICA GEOMÉTRICA

PRINCIPIO DA PROPAGAÇÃO RETILÍNEA: A LUZ SE PROPAGA EM LINHA RETA.


Há vários exemplos que comprovam esse princípio.

Você já viu, quando vimos a câmara escura, que a imagem se formou no papel vegetal porque a luz se
propagou através do orifício em linha reta. Da mesma forma a visão dos objetos é possível, porque a luz é
capaz de se propagar da fonte até eles, iluminando-os. Nessas situações, a LUZ CAMINHA EM LINHA RETA.

É pelo fato de a luz se propagar em linha reta que, para representar o seu deslocamento entre dois
pontos, utilizamos linhas retas, denominadas raios luminosos.

SOMBRA E PENUMBRA

Analisando as sombras projetadas, verificamos duas


situações:
 Quando objeto esta sendo iluminado por uma
pequena fonte de luz – denominada pontual ou
puntiforme -, a sombra que ele projeta é bem
nítida, definida.

 Aproximando essa fonte de luz ao objeto, a sombra vai se tornando mais Tênue e perde sua
nitidez, pois a fonte, em relações ao objeto, deixa de ser pontual e é, então, considerada uma
fonte extensa de luz.

A fonte extensa de luz – em que os feixes são paralelos – pode ser entendida como um conjunto de
fontes pontuais. Um exemplo são as lâmpadas fluorescentes.

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

O sol é uma fonte extensa de luz. Mas em relação à terra, por causa da distância, ele é considerad o
fonte pontual, determinando a nitidez das sombras que projeta.

As figuras a seguir mostram o tipo de sombra projetada por fontes de luz pontual e extensa, quando a
elas se interpõe uma esfera opaca:

Observe que a sombra dada por uma fonte extensa de luz tem seu limite ampliado, formando ao seu
redor uma sombra mais clara ou incompleta – a penumbra.

É por esse motivo que, dependendo da posição da fonte de luz em relação ao objeto, parte dele fica
iluminada e uma outra parte fica numa região de sombra. A sombra de um objeto se forma porque a luz
tangencia as extremidades dele, evitando que a luz faça uma curva para iluminar do outro lado. Quando os
jornais anunciam um eclipse solar, por exemplo, informam as regiões em que o eclipse s erá total e as regiões
em que será parcial. O que isso significa?

ECLIPSES DO SOL E DA LUA


Os eclipses do sol e da lua são fenômenos de formação de sombra.
Os eclipses solares acontecem quando a Lua se interpõe entre o Sol e a Terra, ficando esta na
penumbra, pois, em vez de luz recebe o cone de sombra da lua projetado pelo Sol.

Observe que durante o fenômeno a maior parte da Terra que esta voltada para o Sol fica na penumbra,
ou seja, em eclipse parcial. Apenas sua menor porção – a que corresponde ao menor diâmetro do cone de luz
– recebe a sombra de Lua, entrando em eclipse total. Outra faixa da terra permanece recebendo a luz solar,
pois ali não há interferência do cone de sombra.

Nos eclipses lunares a Terra se coloca entre a Lua e o Sol.


Durante sua trajetória, a Lua fica em eclipse total enquanto percorre o cone de sombra que a terra
projeta. Saindo dele para a penumbra, o eclipse torna-se parcial.

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DOS RAIOS DE LUZ


Os raios de luz são independentes. Este princípio fica evidente pelo
fato de podermos enxergar dois objetos ao mesmo tempo: os raios de luz
emitidos pelos objetos se cruzam sem que ocorram mudanças na direção em
que se propagam.

Ele também pode ser comprovado em shows e outros espetáculos.


Quando o palco é iluminado por holofotes opostos, seus feixes se cruzam
sem mudar de direção.

P1 eP2 são fontes de Luz

PRINCÍPIOS DA REVERSIBILIDADE DA LUZ

A Trajetória da Luz Independe do Sentido do percurso

Quando, por exemplo, o motorista de um veículo vê através do espelho retrovisor o rosto de um


passageiro sentado no banco de trás e o passageiro também vê o rosto do motorista pelo mesmo espelho isto
só acontece porque os raios de luz são reversíveis. Ou seja, o caminho que a luz percorre do m otorista ao
passageiro é o mesmo que ela percorre do passageiro ao motorista.

Então, quando o sentido de propagação da luz é invertido, sua trajetória não se modifica veja:

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1. (UNICAMP-SP) Um observador nota que um edifício projeta no solo uma sombra de 30 m de


comprimento e que seu lado um muro de 1,5 m de altura projeta uma sombra de 50 m. determine a
altura do edifício.
Resolução

O gráfico mostra a situação descrita. Nele, os triângulos ABC e MNP são semelhantes, assim:

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. O que aconteceria coma sombra dos objetos se a luz não se propagasse em linha reta?

2. Em certa hora do dia, uma árvore projeta no solo uma sombra de 70 cm. No mesmo instante,um
edifício próximo, de altura H=120, projeta uma sombra de 40 m no mesmo solo horizontal da árvore.
Determine a altura da árvore.

3. (PUC-SP) Leia o texto seguinte e responda às questões propostas.

“Lua tem o último eclipse total do século. Às 22 h 11min de hoje, começa o último eclipse total da Lua
do século. Ele será visível de todo o Brasil. [...] Os eclipses totais da Lua ocorrem a cada dezoito anos, mas
só são visíveis de aproximadamente um terço da superfície terrestre. Assim, para um mesmo ponto da
Terra, eclipses totais acontecem a cada 54 anos.” (Folha de São Paulo, 16.8.1989)

Explique como o eclipse total da Lua acontece, esquematizando a situação. Que propriedade da luz
possibilita que esse tipo de fenômeno ocorra?

4. (UFAL) Na figura, F é uma fonte de luz extensa e A, um anteparo opaco.


Pode-se afirmar-se que I, II e III são, respectivamente regiões de:

a) sombra, sombra e penumbra


b) penumbra, sombra e sombra
c) sombra, penumbra e sombra
d) penumbra, sombra e penumbra
e) penumbra, penumbra e sombra

5. Um raio de luz penetra num bloco prismático, descrevendo o caminho mostrado na figura. Caso o raio
incidisse no bloco pelo lado DC, qual seria o novo caminho seguindo? Justifique.

Obs: Somente uma das alternativas está correta

6. Um observador A, observando um espelho, vê um segundo observador B. Se B visar o mesmo espelho, ele


verá o observador A. Esse fato é explicado pelo:
a) Princípio da propagação retilínea da luz
b) Princípio da independência dos raios de luz
c) Princípio da reversibilidade dos raios de luz
d) Absorção da luz na superfície do espelho
e) Nenhuma das respostas é correta
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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

7. (Unirio) Numa aila prática de Física foi feito o experimento esquematizado nas Figuras I e II,onde o professor
alternou a posição da fonte e do observador. Com esse experimento, o professor pretendia demonstrar uma
aplicação da(o):

a) Reflexão difusa
b) Fenômeno da difração
c) Princípio da reflexão
d) Princípio da reversibilidade da luz
e) Princípio da independência dos raios luminosos

8. (UFRO) A formação de sombra evidencia que:


a) A luz se propaga em linha reta
b) A velocidade da luz não depende do referencial
c) A luz sofre refração
d) A luz é necessariamente fenômeno de natureza corpuscular
e) A temperatura do obstáculo influi na luz que o atravessa

9. Uma fonte luminosa projeta luz sobre as paredes de um sala; um pilar intercepta parte dessa luz. A
penumbra que se observa é devida:
a) Ao fato de não ser pontual a fonte luminosa
b) Ao fato de não se propagar a luz rigorosamente em linha reta
c) Aos fenômenos de interferência da luz depois de tangenciar os bordos do pilar
d) Aos fenômenos de difração
e) À incapacidade do globo ocular de concorrer para uma diferenciação eficiente da linha divisória entre a
luz e penumbra.

10. (U.E. Londrina-PR) Durante um eclipse solar, um observador,

a) No cone da sombra, vê um eclipse parcial


b) Na região da penumbra, vê um eclipse total
c) Na região plenamente iluminada, vê a Lua eclipsada
d) Na região da sombra própria da Terra, vê somente a Lua
e) Na região plenamente iluminada, não vê o eclipse solar

11. (ITA-SP) Um edifício iluminado pelos raios solares projeta uma sombra de comprimento L= 72,2 m.
Simultaneamente uma vara vertical de 2,50 m de altura, colocada ao lado do edifício, projeta uma sombra de
de comprimento l=3,00 m. Qual é a altura do edifício?
a) 90,0 m
b) 86,0 m
c) 60,0 m
d) 45,0 m
e) nenhuma das anteriores

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

12. Duas fontes de luz emitem feixes que se intercetam. Após o cruzamento dos feixes:
a) há reflexão do feixe menos intenso
b) há reflexão do feixe mais intenso
c) há refração do feixe mais intenso
d) há refração do feixe menos intenso
e) os feixes continuam sua propagação como se nada tivesse acontecido

RESPOSTAS
1. Não haveria formação de sombra do objeto, pois a luz seria capaz de contorná-lo.
2. 2,1 m
4. d
5. Seria o mesmo. A trajetória seguida pela luz impede do sentido do percurso.
6. c
7. d
8. a
9. a
10. e
11. c
12.e

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

REFLEXÃO DA LUZ

ESPELHOS PLANOS

Conceito
Chamamos de espelho qualquer superfície capaz de refletir regularmente a maior parte da luz
incidente.
Espelho plano é toda superfície plana, polida de alto poder refletor.
Representação esquemática de um espelho plano

Parte refletora

Parte não refletora

Por que, quando olhamos para um espelho, para uma superfície tranqüila de água, ou para um metal
polido, vemos nossa imagem refletida e, quando olhamos para outras coisas, vemos essas coisas e não a
nossa imagem?

Quando a superfície refletora é bem plana e polida, a luz incidente muda de direção, mas se mantém
ordenada. Isto, que acontece quando vemos nossa imagem refletida, é chamado reflexão especular ou regular.
É o que acontece nos espelhos, nos vidros lisos das janelas e na superfície tranqüila da água.

Quando a superfície refletora é irregular, rugosa, a luz volta de maneira desordenada; então temos
uma reflexão difusa. Isso acontece, por exemplo, com a luz que incide numa parede, na sua roupa e na maioria
dos objetos. É a reflexão difusa que nos permite ver os objetos que não possuem luz própria.

O TAMANHO DA IMAGEM

Na câmara escura, a imagem da chama da vela formava-se no papel vegetal. Você poderia aproximar
ou afastar o papel vegetal para focalizar a imagem. No caso de um espelho plano, é impossível captar uma
imagem em um anteparo. Dizemos que esta é uma imagem virtual.

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

Uma imagem é virtual quando dá a impressão de estar “do outro lado do espelho”.

E a distância da imagem? Num espelho plano, a distância da imagem ao espelho é igual à distancia do
objeto ao espelho.

D 0 = d1
Além disso, o tamanho da imagem é sempre igual ao tamanho do objeto. É como se objeto e imagem
estivessem eqüidistantes do espelho.

O=i

REPRESENTAÇÃO DA IMAGEM
Com estas informações é fácil representar a imagem de qualquer objeto. Basta traçar uma
perpendicular ao espelho, passando pelo objeto, um relógio na parede oposta, por exemplo, e manter as
distâncias iguais.

Se a oposição do opbjeto não mudar, a posição da imagem também permanecerá a mesma. Enxergar
ou não o relógio dependerá da posição do observador.

Para saber se ele enxergará, traçamos uma reta unindo os olhos à imagem. Se esta reta passar pelo
espelho ele enxergará o relógio.

CAMPO VISUAL DE UM ESPELHO PLANO


O item (a) nos mostrou que a imagem P`2 está lá atrás do espelho, na perpendicular que liga P 2 ao
espelho. No entanto, ela só será vista por alguém que se posicionar de modo a que o feixe refletido pelo
espelho atinja o seu olho.

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

Assim, chamamos de campo visual de um espelho a região do espaço que pode ser vista, por um
determinado observador, refletida no espelho.

Você também pode determinar rapidamente toda a região da qual o observador será capaz de ver a
imagem de P2. Para isso, trace do ponto P`2 as duas linhas que tangenciam as extremidades do espelho, elas
delimitam o campo visual do espelho.

FAÇA VOCÊ MESMO

Você precisará de dois espelhos planos (de 15 cm por 15 cm, por exemplo) e fita crepe.

a) Junte dois espelhos planos com fita crepe, formando um ângulo de 90º. Coloque um pequeno objeto
entre eles e verifique o número de imagens formadas.

b) Diminua o ângulo entre os espelhos e verifique o que ocorre com as imagens

c) Retire a fita que une os espelhos, mantendo-os paralelos e um em frente ao outro. Coloque o objeto
entre eles e verifique o número de imagens formadas.

IMAGENS FORMADAS POR DOIS ESPELHOS PLANOS


Quando colocamos um objeto P entre dois espelhos que formam um ângulo de 90º entre sei,
observamos a formação de três imagens.

O ponto I1, é a imagem de P produzida pelo espelho E e o ponto I` 1, é a imagem de P produzida por E`.
As imagens I1 e I`1, “vistas” nos espelhos E e E`, são interpretadas como objetos pelos espelhos E` e E,
respectivamente, e produzem as imagens I 2 e I`2. Podemos observar que I 2 coincide com I`2 correspondendo à
terceira imagem vista.

Você pode ver as três imagens da flor quando ela está entre dois espelhos planos, formando um
ângulo reto.

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

Se diminuirmos o ângulo entre os espelhos,o número de imagens formadas aumenta, atingindo seu
limite na situação em que os espelhos são colocados paralelos entre si (=0º). Nesse caso, teoricamente,
deveriam se formar infinitas imagens do objeto, o que, na prática, não se verifica, pois a luz vai perdendo
intensidade à medida que sofre sucessivas reflexões.

O número (N) de imagens produzidas por dois espelhos pode ser determinado algebricamente (quando
se conhece o ângulo a entre eles) através da expressão:

N = 360º /  - 1

Observação: esta equação é válida quando a relação 360º /  for um número par. Quando a relação for
um número ímpar, a expressão é válida apenas se o objeto se localizar no plano bissetor do ângulo a.

EXERCÍCIO COMENTADO

2. (GREF) Uma pessoa deseja colocar na parede de seu quarto um espelho plano, cuja altura seja tal
que ela consiga observar sua imagem por inteiro. Para que isso seja possível, qual deve ser:

a) A altura mínima do espelho;

b) A distância a que o espelho deve ser colocado em relação ao chão;

c) A distância a que a pessoa deve se situar em relação ao espelho.

Resolução

a) Você poderia imaginar que, para uma pessoa ver todo o seu corpo quando está em frente a um
espelho, este deveria ter o seu tamanho, mas isto não é necessário. Considere:
H: altura da pessoa
h: distância do chão ao olho
l: comprimento mínimo do espelho
y: altura do chão ao espelho
x: distância da pessoa ao espelho

Veja na figura a reflexão de luz, um que sai do cabeça da pessoa (ponto A) e outro, de seu pé (ponto
B). Eles devem refletir e voltar para o olho da pessoa (ponto C), para poderem formar uma imagem virtual do
cabeça e do pé, visível para a pessoa. Dessa forma construímos a imagem virtual (A‟B‟).

A distância das imagem ao espelho é igual à distância do objeto ao espelho. Observe que os triângulos
OCD e AO „ B „ são semelhantes. Dessa forma, podemos escrever:

Isto significa que o espelho deve ter, de comprimento, metade da altura da pessoa.

b) A semelhança entre os triângulos B „DF e B „OB nos permitirá descobrir o valor o valor de h:

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

Para que a pessoa veja sua imagem num espelho de comprimento mínimo, é necessário que seu
extremo superior esteja a uma distância do chão, igual à metade da altura do chão ao olho da pessoa.

c) Pelas relações de semelhantes entre os triângulos formados, verifica-se, nessa situação, que a
pessoa pode se colocar a qualquer distância do espelho

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Você calculou que, para que uma pessoa veja a sua imagem inteira num espelho plano, é necessário
que o espelho seja de um tamanho igual à metade da altura da pessoa. Se o espelho retrovisor de um
automóvel fosse plano, esta deveria ter a metade da altura do veículo que dele se aproximasse, para
que sua imagem fosse vista pro inteiro?

2. Se você está a 2,0 m de um espelho plano:

a) onde parece estar sua imagem?

b) Como alguém que está bem próximo do espelho vê um objeto e sua imagem?

3. Qual o campo visual do espelho para o observador O? O campo visual é o mesmo para qualquer
posição do observador?

ESPELHO ESFÉRICOS

Uma das características de um espelho plano, é que ele não “distorce” a imagem. Quando desejamos
aumentar ou diminuir a imagem, invert6e-la de ponta-cabeça ou direita – esquerda, usamos um espelho
esférico.

Por esta razão é que são usados espelhos esféricos nas “salas de espelho” dos parques de diversão.
As pessoas vêem suas imagens distorcidas – maiores, menores, repuxadas para os lados, compridas e
afinadas, arredondas etc.

Eles também são usados em entradas de elevadores e de estacionamento, saída de ônibus, estojo de
maquiagem e em retrovissores.

Faça Você Mesmo

Fique em frente de um espelho desse, próximo à porta de elevadores ou da porta de saída de ônibus.
Comparando com um espelho plano, responda as questões:

a) O tamanho da imagem é maior ou menor?

b) O campo visual aumentou ou diminuiu?

c) Vá se afastando deste espelho. O que acontece com imagem?

d) Por que nesta situação, como também em alguns retrovisores de motocicletas e em automóveis, são
usados espelhos esféricos e não espelhos planos?
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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

Faça Você Mesmo

Pegue um estojo de maquiagem. Normalmente neste estojo existem espelhos esféricos. Comparando
com um espelho plano, responde as questões:

a) O tamanho da imagem é maior ou menor?

b) O campo visual aumentou ou diminuiu?

c) Vá se afastando deste espelho. O que acontece com a imagem?

d) Por que nesta situação, como também nos espelhos de dentistas, são usados espelhos esféricos não
espelhos planos?

Compare as respostas das suas atividades. Quais suas semelhanças e diferenças?


Podemos afirmar que os espelhos de porta de elevador e maquiagem são os mesmos?
Justifique.

Os refletores de lanterna, de faróis de automóveis e de refletores podem ser considerados espelhos


esféricos?

ESPELHOS ESFÉRICOS
Os espelhos esféricos são constituídos de uma superfície lisa e polida com formato esférico. Se a parte
refletora for interna à superfície, o espelho recebe o nome de espelho côncavo; se for externa, é denominado
convexo.

REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DAS IMAGENS

Para determinar a posição e o tamanho das imagens formadas por uma superfície refletora esférica,
também podemos proceder como nos espelhos planos, pelo comportamento dos raios de luz que partem do
objeto e são refletidos após incidirem sobre o espelho.

Embora sejam muitos os raios que contribuem para a formação das imagens, podemos selecionar três
raios para nos auxiliar a determinar suas características:

1) os raios de luz que incidem no espelho, passando pelo seu centro de curvatura (C) refletem -se sobre
si mesmo, pois possuem incidência normal (perpendicular) à superfície;

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

2) quando os raios de luz incidem no vértice (V) do espelho são refletidos simetricamente em relação ao
eixo principal (î = r);

3) nos espelhos côncavos, os raios de luz que incidem paralelamente e próximo ao eixo principal são
refletidos, passando por uma região sobre o eixo denominada foco (F). Nos espelhos convexos é
obtida pelo prolongamento desses raios.

A representação geométrica das características das imagens obtidas através de espelhos esféricos
pode ser efetuada, tal como nos espelhos planos, através de um diagrama, onde se traça o comportamento de,
pelo menos, dois raios de luz que partem de um mesmo ponto do objeto.

No caso dos ESPELHOS CONVEXO, a posição e o tamanho das imagens ficam determinados pelo
cruzamento do PROLONGAMENTO DOS RAIOS REFLETIDOS, já que esses raios não se cruzam
efetivamente.

Nos espelhos convexos, com o objetivo localizado em qualquer lugar em frente ao espelho, sua
imagem é sempre VIRTUAL, DIREITA e MENOR QUE O OBJETO.

Nos espelhos côncavos, entretanto, as imagens formadas possuem características distintas,


dependendo da posição do objeto em relação ao espelho.

EXERCÍCIO COMENTADO

4. Coloque uma vela na frente de um espelho côncavo. Analise como e onde ocorre a formação da
imagem quando a vela estiver:

a) além do centro de curvatura ( C )

b) no centro de curvatura
c) entre o foco (F) e o centro de curvatura

d) sobre o foco

e) entre o foco e o vértice

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

Para construir graficamente as imagens, representamos abaixo o raio que passa pelo foco e reflete
paralelamente ao eixo, e o raio que incide paralelamente ao eixo e reflete, passando pelo foco.

a) Estando a vela além do centro de curvatura. Nesse caso, a imagem é real, invertida e
menor que o objeto.

A imagem, sendo formada pelos raios refletidos, pode ser projetada em um anteparo colocado na
posição onde ela se forma.

b) Para a vela no centro da curvatura, a imagem será real, invertida e de mesmo tamanho
que o objeto; que também pode ser projetada em um anteparo.

c) Para a vela colocada entre o foco (F) e o centro de curvatura ( C ), a imagem é real,
invertida e maior que o objeto, também pode ser projetada em um anteparo.

d) com a vela sobre o foco, os raios são refletidos paralelamente, portanto, a imagem se
forma no infinito, ou seja não se pode ver a imagem. A vela acesa é uma fonte de luz, e por
isso nessa posição o sistema atua com um holofote.

e) Entre o foco e o vértice é a única região onde se obtém uma imagem virtual, direita e maior
que o objeto. Essa imagem não pode ser projetada em um anteparo, pois é formada pelo
prolongamento dos raios refletidos.

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

AS EQUAÇÕES DOS ESPELHOS ESFÉRICOS


Vamos considerar:

o – altura do objeto;

i – altura da imagem;

d o – distância do objeto ao vértice;

d i – distância da imagem ao vértice;

f- distância focal (f= R/2).

A relação entre o tamanho da imagem i e o tamanho do objeto o, é determinada aumento A ou


ampliação fornecida pelo espelho:

Pela semelhança entre os triângulos ABV e A‟B‟V (dois triângulos retângulos com ângulos
congruentes) podemos escrever a equação do aumento:

E pela semelhança entre os triângulos VDF e A‟B‟F, podemos deduzir:

A equação do aumento e esta última são válidas para espelhos côncavos e convexos, imagens reais
ou virtuais, desde que sejam consideradas as convenções:

a) a distância d o ( ou d i ) será positiva se o objeto ( ou a imagem ) for real. Ela será negativa se for
virtual;

b) a distância focal será positiva, quando o espelho for côncavo e, negativa, quando for convexo;

c) na equação do aumento é considerado sempre o módulo das distâncias envolvidas

EXERCÍCIO COMENTADO

4. (GREF) Os espelhos retrovisores usados em moto são convexos.

a) Que tipo de imagem eles formam?

b) Qual a vantagem em se usar esse espelho?

c) Qual a distância focal de um espelho que fornece uma imagem distante 8 m do objeto, quando esta
está a 6 m do espelho?

d) Qual o aumento dessa imagem?


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RESOLUÇÃO

a) Nos espelhos convexos, com o objeto localizado em qualquer lugar em frente ao espelho, sua imagem
é sempre virtual (obtida pelo prolongamento dos raios refletidos), direita e menor que o objeto.

b) Apesar de diminuir a imagem, esse espelho é usado nas motos para ampliar o campo de visão. O
motorista deve se colocar na região definida pelos raios refletidos, para ver a imagem.

c) A distância do objeto ao espelho: d o = 6 m

Distância da imagem ao espelho convexo d = - (8 - 6) = - 2 m

Usando a equação dos espelhos esféricos:

A distância focal negativa indica que o espelho é convexo.

d) O aumento é expresso pela relação entre os tamanhos da imagem e do objeto:

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LENTES

Lente é todo meio transparente limitado por duas superfícies curvas ou por uma superfície
curva e uma plana.

Em geral, os instrumentos ópticos – lupa, microscópio, telescópio, máquina fotográfica, projetor,


filmadora, óculos, o olho humano etc. – são formados por uma ou mais lentes, que podem ser classificadas em
côncavas ou convexas.

Lentes côncavas são aquelas que possuem a parte central mais fina que as bordas.

As lentes convexas, ao contrário, apresentam a parte central mais larga que as bordas.

Dependendo do meio em que estão imersas, as lentes côncavas e convexas podem ser convergentes
ou divergentes.

Quando a lente está imersa num meio menos refringente que ela, como é o caso do ar:

 a lente convexa (por exemplo, uma lupa) converge a luz que recebe: (A)
 a lente côncava (como a aplicada na correção da miopia) diverge a luz que recebe:(B)

A B

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Física – Ensino Médio – Módulo 03 CMP

Quando a lente está imersa num meio mais refringente que ela, o fenômeno observado é exatamente
o contrário do que vimos acima. Por exemplo, se uma lente de vidro com índice de refração 1,5 for imersa no
sulfeto de carbono (índice de refração 1,7), verificamos que:

 a lente côncava converge a luz que recebe:

 a lente convexa diverge a luz que recebe:

AS LENTES E OS DEFEITOS DA VISÃO

O fenômeno da visão pode ser dividido em três etapas: o estímulo causado pela luz provenientes dos
objetos, a sua recepção pelo olho humano, onde se forma a imagem, e a sensação de visão que o corresponde
ao processamento das informações transmitidas do olho para o cérebro.

Mesmo na presença de luz, uma pessoa pode não enxergar, caso haja algum problema na recepção
do estímulo (olho), em função de deformações congênitas ou moléstias. Na maior parte dos casos, os
problemas associados à visão referem-se à focalização , isto é, o olho não produz imagens nítidas dos objetos
ou das cenas. Assim, é comum observamos pessoas que aproximam os objetos dos olhos, enquanto outras
procuram afastá-los, para enxergá-los nitidamente.

Os óculos e as lentes têm a função de resolver problemas associados à focalização.

Que tipo de lente um míope deve usar? O que é “vista cansada”? A resposta para essas perguntas
você terá depois de fazer dois testes a seguir.

Faça você mesmo

Coloque os óculos entre uma figura e o olho. A figura ficou diminuída ou ampliada?

Se a figura ficou diminuída, a lente é divergente, usada para corrigir miopia, que é a dificuldade em
enxergar objetos distantes. Se ficou ampliada, trata-se de uma lente convergente, utilizada parra corrigir
hipermetropia (dificuldade em enxergar objetos próximos).

Faça você mesmo

Observe uma figura através da lente mantida a cerca de 50 cm do olho e faça uma rotação. A figura
ficou deformada?

Havendo deformação, a lente tem correção para estigmatismo, que consiste na perda de focalização
em determinadas direções. Estas lentes são cilíndricas.

Um outro defeito de visão semelhante à hipermetropia é a presbiopia, que difere quanto às causas. Ela
se origina das dificuldades de acomodação do cristalino, que vai se tornando mais rígido a partir dos 40 anos.
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A correção desse problema é obtida pelo uso de uma lente convergente para leitura.

Assim, ou a pessoa usa dois óculos, ou óculos bifocais: a parte superior da lente é usada para a visão
de objetos distantes e a parte inferior para objetos próximos.

Quando a pessoa não tem problema em relação à visão de objetos distantes, a parte superior de suas
lentes deve ser plana ou então ela deve usar óculos de meia armação.

FOCALIZAÇÃO NO OLHO HUMANO

Vamos fazer uma simulação para entender a formação de imagens no olho humano.

Faça você mesmo

Você precisará de uma vela, uma lente convergente, uma folha de papel, fósforo e um ambiente
escuro. A vela será o objeto iluminado; a lente convergente representará o cristalino e o papel, a retina, onde
se forma a imagem. Coloque a vela a uma grande distância da lente, encontrando uma posição para o
anteparo em que a imagem é nítida. Aproxime a vela e verifique que a imagem perde nitidez para esta posição
do anteparo, ou seja, a imagem não se forma na mesma posição anterior. Se quiser focalizá-la, deve alterar a
posição do anteparo.

No olho humano, a posição do anteparo (retina) é fixa, porém a imagem está sempre focalizada. Isto
acontece porque o cristalino, a lente responsável pela focalização, modifica seu formato, permitindo desvios
diferenciados da luz através da alteração de sua curvatura.

Quando a distância entre a lente e o objeto é muito grande, a luz proveniente do objeto chega à lente e
é desviada para uma certa posição do anteparo. A imagem estará focalizada e será vista com nitidez.

Esta posição, acontece a convergência da luz, é a distância focal f, uma característica da lente.

ACOMODAÇÃO VISUAL
Para pessoas sem dificuldade de visão, quando um objeto
se encontra a mais de 6 metros do olho, a imagem se formará
sobre a retina, sem nenhum esforço para o critalino. Nesta
situação, sua curvatura é menos acentuada, ou seja, apresenta
uma forma mais plana.

À medida que o objeto se aproxima do olho, o cristalino


se torna mais encurvado pela ação dos músculos que sustentam,
mantendo a imagem focalizada na retina.

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Esse processo é limitado, atingindo seu limite para objetos situados à cerca de 25 cm do olho, no caso
de pessoas com visão normal. Isto é chamado de acomodação visual.

Na prática, a acomodação do cristalino ocorre dentro de um intervalo:

a) a posição mais próxima do olho, para a qual o cristalino, com máximo esforço, projeta a imagem
focalizada na retina (25cm), é denominada ponto próximo;

b) a posição a partir da qual o cristalino fornece imagens focalizadas, sem realizar nenhum esforço (6m),
é denominada ponto remoto.

AS LENTES CORRETORAS E A NITIDEZ DA IMAGEM


Pegue novamente a vela, a lente convergente e o anteparo, e faça a montagem para a imagem
aparecer focalizada.

Em seguida, afastando apenas o anteparo, a imagem perderá a nitidez, isto é, ficará do globo ocular ou
a uma mudança no índice de refração dos meios transparentes do olho (humor vítreo e aquoso).

Quando uma pessoa de visão normal observa um objeto a mais de 6m, o cristalino focaliza a imagem
sobre a retina, enquanto no olho míope a imagem nítida se focalizará antes da retina.

Para os míopes, a posição mais distante (ponto remoto) para um objeto projetar a imagem sobre a
retina é inferior 6m.

Como nem sempre isto é possível, a alternativa é usar lente divergente.

Assim, a luz chega aos olhos mais espelhada, o que implica a necessidade de uma distância maior
para voltar a convergir em um ponto.

Para simular um olho hipermétrope, aproxime o anteparo da lente, além do seu foco, e a imagem ficará
desfocada.

Este defeito – a imagem nítida forma-se-á “atrás” da retina – pode ser causado por encurtamento do
globo ocular ou por anomalia no índice da refração dos meios transparentes do olho.

EXERCÍCIO COMENTADO

5. (GREFF) Uma pessoa míope, quando criança, pode, em alguns casos, ter uma visão quase normal
quando atingir a meia-idade. Por que isso é possível? Isso também ocorreria se ela fosse
hipermétrope?

RESOLUÇÃO

A miopia é um defeito da visão que não permite visão nítida d e um objeto ao longe. Uma pessoa míope
tem a imagem de um objeto localizada na frente da retina.

À medida que a pessoa vai envelhecendo, o cristalino do olho torna-se menos flexível, dificultando a
sua acomodação. A pessoa passa a trer dificuldade de focalizar objetos próximos. Este tipo de problema,
denominado pressbiopia, tem as características de hipermetropia, onde a imagem se forma atrás da retina.

Apresbiopia pode, então, compensar a miopia, fazendo com que a imagem do objeto focalizado seja
formada na retina.

No entanto, para uma pessoa hipermétrope e com presbiopia, os defeitos se somariam e a imagem do
objeto se formaria mais atrás da retina.
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LENTES ESFÉRICAS
Como acontece a refração em lente esféricas?

Uma das principais aplicações das lentes é possibilitar um aumento de nossa capacidade de visão.
Para que um olho normal possa observar detalhes de objetos pequenos, como por exemplo, um inseto, é
necessário fazer uma ampliação da imagem do objeto.

Esse efeito é obtido com as lupas e os microscópicos. Porém, se quisermos ver detalhes da Lua ou das
estrelas, as lunetas e os telescópios. As lentes, portanto, fazem parte de todos os instrumentos ópticos
como: a máquina fotográfica, a lupa, o microscópio, os binóculos, os telescópios, os óculos e até do próprio
olho.

Com exceção do cristalino, as lentes, de um modo geral, são feitas de vidro, quartzo ou plástico, meios
nos quais ocorre a refração, delimitada por faces curvas, que normalmente são esféricas. Elas se
distinguem das lentes cilíndricas por reproduzirem a mesma imagem, quando giradas em torno do eixo
óptico.

Quando as duas faces de uma lente são convexas, dizemos que ela é uma lente biconexa, e quando
são ambas côncovas, que é bicôncava.

Vamos ver o que acontece quando um feixe luminoso, constituído de raios paralelos, um feixe de luz solar,
por exemplo, incide numa lente de vidro biconexa.

Ao penetrar na lente, passando do ar para o vidro, este feixe se refrata, aproximando-se da normal, se
o índice de refração do meio que a envolve for menor que o do material que a constitui.

Ao emergir da lente, passando do vidro para o ar, torna a se refratar, afastando-se do normal.

Como conseqüência dessas duas refrações, os raios do feixe se desviam, convergindo todos para um
mesmo ponto F, denominado foco da lente. Esse tipo de lente é chamada de lente convergente ou positiva,
e a distância entre o centro óptico da lente e o foco (F), a distância focal (f).

Nas lentes de vidro bicôncavas, os raios de luz que incidem na lente paralelamente ao eixo também
se aproxima da normal, e ao emergirem da lente para o ar, refratam -se, novamente, afastando-se da
normal.
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Nessa situação, entretanto, estes raios divergem, de forma que este tipo de lente recebe o nome de
divergente ou negativa.

Nas lentes divergentes não há um local de convergência dos raios de luz, mas é possível definir-se o
foco deste tipo de lente através do prolongamento dos raios divergentes. Os prolongamentos dos raios
divergentes se encontram no ponto F (foco da lente). Por isso o foco das lentes divergentes é denominado
virtual.

Como os raios de luz podem incidir tanto por uma como por outra face, podemos determinar, para uma
mesma lente, dois focos simétricos em relação ao centro da lente.

Conhecida a distância focal de uma lente, a posição e o tamanho da imagem podem ser determinados,
geometricamente, pelo comportamento dos raios de luz, que partem do objeto e atravessam a lente.

AS EQUAÇÕES DAS LENTES ESFÉRICAS


As características das imagens formadas pelas lentes também podem ser determinadas
analiticamente, isto é, através de equações.

Se um objeto de altura O for colocado perpendicularmente sobre o eixo principal de uma lente
convergente, a uma distância d o do centro óptico da lente, a imagem formada terá uma altura i e estará
situada a uma distância d i do centro óptico da lente.

A relação entre o tamanho da imagem e o do objeto é a mesma que vimos para espelhos esféricos. Da
semelhança entre os triângulos ABC e A‟B‟C, podemos reescrever a relação anterior da seguinte forma:

E da semelhança entre os triângulos CDF e A‟B‟F, podemos deduzir:

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Esta equação pode ser aplicada a qualquer tipo de lente, convergente ou divergente, e para imagens
reais e virtuais, desde que a seguinte convenção de sinais seja adotada:

a) a distância d o (ou d i ) será positiva se o objeto (ou imagem) for real, e negativa se for virtual;

b) a distância focal será positiva quando a lente for convergente, e negativa quando for divergente.

EXERCÍCIO PROPOSTO

4. A que distância de uma criança, cuja a altura é 1m, devemos nos colocar para fotografá -la com uma
máquina fotográfica de 3cm de profundidade, que permite fotos de 2cm de altura?

FORMAÇÃO DA IMAGEM – MÉTODO GEOMÉTRICO

Na formação de uma lente convergente, dois casos são de interesse. Um deles é aquele em que o
objeto está tão longe da lente, que os raios que chegam à lente são paralelos enter si. Neste caso, todos os
raios refratados pela lente, passam pelo foco. A imagem se forma no plano focal, PEQUENA e INVERTIDA.

O outro caso, os raios que chegam à lente não são paralelos entre si. Neste caso, pode-se construir a
imagem usando apenas dois raios. Um deles parte de um ponto do objeto, incide paralelamente ao eixo óptico
e refrata-se, passando pelo foco. O outro é aquele que, ao passar pelo centro óptico da lente, não sofre
nenhum desvio, devido ao comportamento simétrico da lente.

Para um objeto situado além do dobro da distância focal, a imagem se forma depois do foco, invertida e
menor que o objeto.

Esta situação representa o esquema de formação de imagem na máquina fotográfica e no olho


humano. Quanto mais próximo é o objeto, maior é a imagem.

Quando o objeto se encontra entre o foco e a lente, os raios de luz não se cruzam, e neste caso, a
posição e o tamanho da imagem são determinados pelo prolongamento dos raios refratados.

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A formação de imagem em lente divergente, segue os mesmos princípios. Neste caso, a imagem é
obtida pelo cruzamento entre o prolongamento de raios refratados e o raio que não sofre desvio. Qualquer que
seja a posição do objeto, a imagem será sempre menor que o objeto e direita.

Assim, as imagens podem ser formadas pelo cruzamento efetivo dos raios refratados e, neste caso, as
imagens são denominadas REAIS ou pelo cruzamento dos prolongamentos desses raios, denominadas
VIRTUAIS.

CARACTERIZAÇÃO DAS LENTES


Quando vamos ao oftalmologista, submetemo-nos a uma série de exames, incluindo uma avaliação de
nossa visão. Se não estamos enxergando bem, o oftalmologista descobre que tipo de deficiência temos e
prescreve uma receita. Ela contém números e abreviaturas que não entendemos o significado, mas que
certamente o profissional do laboratório óptico saberá interpretar muito bem.

Vamos supor que a receita que abaixo foi prescrita por um oftalmologista. Como um laboratório óptico
o tipo de lente que a pessoa necessita?

esférica cilíndrica eixo DP


longe OD -1,25 -1,25 180º 52 mm
OE -1,75 -1,75 163º
perto OD
OE

Vamos interpretá-la, OD, OE e DP significam, respectivamente, olho direito, olho esquerdo e distância
entre os eixos dos olhos. As palavras esférico e cilíndrica referem-se a tipos de lentes que a pessoa deve usar.

Pelos dado contidos nesta receita, a prescrição é típica de lente bifocais. Na parte superior da lente,
para o olho direito é indicada uma lente divergente(-), esférica corrigindo a miopia. A essa lente deve-se
associar outra, também divergente (-), porém cilíndrica, com eixo direcionado em 180, este valor se refere à
posição em que a lente cilíndrica deve ser montada na armação dos óculos. Essa lente corrige o estigmatismo.
O laboratório óptico deverá montar a correção dos dois defeitos numa única lente.

Na parte inferior da lente, usada para leitura, deve-se adicionar, ainda uma convergência (+), para
correção em função da presbiopia. Para o olho esquerdo, a análise da lente é semelhante à do olho direito.
Qual é o significado dos números que aparecem na receita nas colunas esféricas e cilíndrica?
A convergência (C) ou vergência de uma lente é a capacidade que a lente tem de desviar os raios
luminosos por refração; ela é expressa pelo inverso da distância focal f da lente, isto é,
C = 1 / f.

Quanto f é medido em metros, a convergência é dada em dioptrias (di) e é chamada, usualment e de


“graus” da lente.

O olho direito precisa de uma lente esférica de vergência 1,25 de dioptrias (ou 1,25 di), associada a
uma lente cilíndrica de vergência 1,25 dioptrias (1,25 di) e o esquerdo, de uma lente esférica de vergência 1,75
de dioptrias (ou 1,75 di) associada a uma lente cilíndrica de vergência 1,75 dioptrias (1,75 di).

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OS INSTRUMENTOS ÓPTICOS

Instrumentos de observação

Lunetas, telescópios e binóculos são alguns dos instrumentos que aumentam a imagem de objetos
distantes. Por isso é usado para observar a Lua, as estrelas e muitos outros corpos celestes.

Já o microscópio e a lupa permitem a obtenção de imagens muito ampliada de pequenos objetos.

Estes instrumentos ópticos são constituídos basicamente pela associação de uma ou mais lentes. A
lupa – também denominada microscópio simples – é constituída de uma única lente esférica convergente.

Lembra que quando colocamos um objeto entre uma lente convergente e seu foco obtivemos uma
imagem virtual e ampliada deste objeto? Quanto menor for a distância focal da lente, maior será a ampliação
que se pode obter com ela. Uma lente convergente usada nessa situação é denominada lupa ou, como se diz
vulgarmente, “lente de aumento”.

Apesar dessa ampliação, a lupa não serve para a observação de objetos muito pequenos como células
e bactérias, pois nesses casos se faz necessário um aumento muito grande.

O sistema básico do microscópio é formado por duas lentes convergentes – a OBJETIVA (próxima ao
objeto) e a OCULAR (próxima ao olho) – e uma fonte de iluminação.

A lente objetiva é bem pequena (distância focal da ordem de milímetro), e forma uma IMAGEM REAL
ampliada do objeto. Essa imagem é vista através da ocular, lente considerada maior e que também amplia a
imagem, tornando-a agora virtual. Em resumo, a ocular atua como uma lupa, ampliando a imagem fornecida
pela objetiva. Assim a objetiva amplia sessenta vezes o objeto e, a ocular, dez, a ampliação total fornecida
pelo microscópio será de seiscentas vezes.

Os projetores de filmes e slides, assim como os retroprojetores, também têm a função de fornecer uma
imagem maior que o objeto.

Nestes instrumentos, o filme (objeto) além de bem iluminado, deve estar um pouco além da distância
focal da lente, para a imagem formada seja real e maior, tronando possível sua ????????????.

Desta forma, a lente não funciona como uma lupa, pois neste caso a imagem obtida, apesar de ainda
maior, seria virtual, inviabilizando a projeção.

Como a imagem formada é invertida, o filme/slide é colocado invertido no projetor, para obtermos uma
imagem final direita.

A luneta astronômica também é constituída de duas lentes convergentes, uma objetiva (de grande
distância focal – da ordem de decímetros até metros) e uma ocular (de distância focal menor – da ordem de
centímetros).

O fato de o objeto estar muito distante faz com que a imagem formada pela lente objetiva fique
posicionada na sua distância focal, comportando-se como objeto para a lente ocular.

Deste modo, o comprimento do tubo do instrumento corresponde, aproximadamente, à soma das


distâncias focais das lentes objetivas ocular.
A lente ocular, que funciona como uma lupa, fornece uma imagem final virtual, invertida em relação ao
objeto e mais próxima.

O telescópio também é parecido com luneta astronômica e é chamado de telescópio de refração. Ele é
construído de forma que possa trabalhar com diversas oculares, de diferentes distâncias focais, e ser ajustado
para vários aumentos.

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
5. O tamanho da imagem obtidas por uma luneta é maior do que o tamanho do objeto? Justifique

6. A lupa é uma lente de faces convexas, geralmente usada como “lente de aumento”. Usando
uma lente desse tipo, é possível queimar pedaços de madeira seca ou de papel quando nela
incidem os raios do Sol. Como se explica esse fato?

7. Uma luneta caseira foi construída, utilizando-se um tubo de PVC e duas lentes convergentes
de distâncias focais iguais a 10 cm e 40 cm.

a) Qual das duas lentes deve ser usada como objetiva?

b) Determine a ampliação angular obtida com essa luneta.

c) Determine a distância entre as duas lentes.

RESPOSTAS DO EXERCÍCIO PROPOSTOS


1 - Sim

a) 2,0 m atrás do espelho.

b) da mesma altura, à mesma distância do espelho e o


lado esquerdo do objeto aparecerá ao lado direito a
imagem.

3 – Não

4-

5 - A função da luneta é permitir uma melhor observação de objetos distantes. Para tanto, elas
possuem duas lentes: a objetiva, que trem a finalidade de trazer o objeto para perto ou seja, formar
uma imagem que, apesar de menor que o objeto, está perto de nós. Essa imagem é então ampliada
pela ocular.

6 - As lentes de faces convexas produzem desvio dos raios de luz provenientes do Sol,
convergindo-os para um ponto, que é chamado foco da lente.

A intensidade de luz e calor concentrados nesse ponto é suficiente para queimar um pedaço de
madeira ou de papel.
7 - a) A objetiva deve possuir grande distância focal, de modo a fornecer uma primeira imagem, a
maior possível. Logo, a objetiva deve ter distância focal 40 cm.

b)

c) 40 + 10 = 50 cm

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BIBLIOGRAFIA
GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA (GREF). Física 2. Física Térmica e Óptica. São
Paulo, Universidade de São Paulo, 1993.

GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA (GREF). Leituras de Física. Óptica. São Paulo,
Universidade de São Paulo, 1998.

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