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Geografia - Ensino Médio - Módulo 02 CMP

GRUPOS ÉTNICOS BÁSICOS DO BRASIL

1. FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

A população brasileira é formada por três grupos étnicos principais: o branco, o negro e o índio.

Como resultado de séculos de miscigenação (mistura entre as raças), surgiram os mestiços,


chamamos oficialmente de pardos. Na população parda podemos identificar três grupos principais:

 caboclo ou mameluco: mistura do branco com o índio;


 mulato: mistura do branco com o negro;
 cafuzo: mistura do negro com o índio.

Durante o período da história em que foi se formando a sociedade brasileira, esses grupos
mestiços ainda se misturam com os imigrantes europeus e orientais, que aqui chegaram durante os séculos XIX
e XX. Este processo de miscigenação continua intenso. A cada década que passa a população brasileira torna-
se mais mestiça, ou seja, torna-se menos branca e menos negra.

1.1 A Origem Do Índio Americano

Até hoje não se sabe com certeza a origem dos índios da América. Assim, várias teorias
procuram explicar de onde teriam vindo os primeiros habitantes deram origem aos índios de todo o continente.
As duas principais hipóteses sobre o assunto são:

A - HIPÓTESE MALAIO-POLINÉSIA

Segundo esta hipótese, os primeiros habitantes da América vieram das ilhas da Polinésia e
chegaram à costa oeste do continente navegando pelo Oceano Pacífico através da corrente marítima de
Humboldt.

B - HIPÓTESE ASIÁTICA

Esta é a hipótese mais aceita. Defende a teoria de que os primeiros habitantes vieram da Ásia e
chegaram à América atravessando o Estreito de Bering, que separa o continente asiático do continente
americano.

1.2 Índios

Os índios já habitavam o país quando os colonizadores portugueses chegaram. Atualmente, é


difícil dizer com exatidão o número de índios existentes no Brasil, pois não há censo da população indígena e
muitos ainda vivem isolados na selva.

No ano de 1500, a população indígena brasileira varia de 1 a 3 milhões de habitantes.


Atualmente (quase cinco séculos depois) calcula-se que existam 270 mil indígenas, o que representa cerca de
0,2% da população do país.

Desde a extração do pau-brasil até os dias atuais, os índios foram explorados como força de
trabalho (escravo), adquiriram doenças, sofreram perseguições, foram desalojados de suas terras, e muitos
foram exterminados.

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Algumas causas do extermínio indígena

ANO CAUSA
1671 Bandeirantes paulistas dizimaram inúmeras tribos no Vale do Rio São Francisco.
1809 Iniciou-se o massacre e extermínio dos índios com a declaração da Guerra Justa (combate aos
índios inimigos), feita por D. João VI, contra os índios Botocudos de Minas Gerais e Goiás.
1905 Construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que atravessava o território dos índios
Caingang. A resistência indígena foi contida à custa de várias expedições de extermínio
patrocinadas pela construtora.
1963 Episódio conhecido como “Massacre do Paralelo Onze”, em que a empresa Arruda e Junqueira, de
Cuiabá, organizou um bando de jagunços para expulsar os índios Cinta-Larga de suas terras. Com
um avião, dinamitaram a aldeia e os sobreviventes foram mortos a facão pelos jagunços que
estavam em terra.

Os grupos indígenas encontram-se espalhados em diversas regiões do país. A maioria deles


vive em reservas administradas pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio). A FUNAI é um órgão do governo
responsável pela proteção do índio.

A maior concentração indígena está na região Norte, que é uma área que ainda nao foi
totalmente ocupada pela população branca.

Mapa 1 – CONCENTRAÇÃO DA POPULAÇÃO INDÍGENA

No mapa 1, observamos que a maior concentração da população indígena está na região Norte,
diminuindo à medida que nos dirigimos para o sul do país.

1.3 Brancos

A população branca participou do processo de formação da população brasileira desde a


descoberta do país. Essa população branca é originária de vários grupos étnicos, como portugueses, italianos,
espanhóis, alemães, austríacos, poloneses, russos, sírios, libaneses, etc. Atualmente, o país tem recebido
muitos imigrantes latino-americanos, como chilenos, argentinos, etc.

No mapa 2, observamos que a populaçào branca concentra-se principalmente na região Sul


(Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e em São Paulo, na região Sudeste. Esse fato está relacionado à

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maior concentração de imigrantes europeus na região. Nos demais estados do país, a população branca
aparece em menor quantidade.
Mapa 2 – CONCENTRAÇÃO DA POPULAÇÃO BRANCA

1.4 Negros

A população negra está presente no país desde a primeira metade do século XVI. São
descendentes dos negros africanos, que foram trazidos ao Brasil para trabalhar como escravos.

Esse grupo étnico é predominante nos estados do Rio de Janeiro (região sudeste) e da Bahia
(região Nordeste), pois essas regiões foram os principais portos de desembarque dos escravos negros no Brasil,
durante a época colonial.

O TRÁFICO NEGREIRO

Os negros eram capturados através de raptos e guerras; comprados ou trocados por mercadoria
e transportados da África para o Brasil nos porões dos navios negreiros.

Nesses locais os negros eram mal alimentados, sofriam castigos e adquiriram doenças. Muitos
morriam na viagem.

No Brasil, eram vendidos a preços que variavam de acordo com o sexo, a idade e a procedência.
Calcula-se que cerca de 3,5 a 4 milhões de negros entraram no Brasil, destacando-se os seguintes grupos:

Sudaneses

Os sudaneses eram provenientes da África Ocidental, área que corresponde atualmente a


países como: Guiné, Costa do Marfim, Burkina Fasso, Nigéria, etc.

Desembarcaram especialmente em Salvador e muitos deles foram levados para trabalhar na


extração do ouro em Minas Gerais.

Bantos

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Os batons eram provenientes de Angola, do Congo e de Moçambique. Os bantos eram mais


franzinos do que os sudaneses. Os principais portos de desembarque foram Recife, Rio de Janeiro e São Luís.
Mapa 3 – AS ROTAS DO TRÁFICO NEGREIRO

Mapa 4 - CONCENTRAÇÃO DA POPULAÇÃO NEGRA

No mapa 4, observamos que a população negra concentra-se principalmente nos estados do


Rio de Janeiro e da Bahia. Nos demais estados, a concentração é menor.

1.5 Pardos

No início do povoamento (europeu) do Brasil, havia um número reduzido de mulheres brancas.


Este fato favoreceu o contato dos homens brancos com mulheres de outras raças, aumentando a miscigenação
no país. o resultado dessa mistura de etnias foi o surgimento de vários tipos de mestiços. Essa mistura de
grupos étnicos continua cada vez mais intensa, crescendo a cad década.

A maior concentração dessa população está na região Norte, e em alguns estados do Nordeste
(PI, BA, SE e AL).

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No mapa 5, observamos que a maior concentração da populaçào parda está nos estados do
Amazonas, pará, Amapá, Acre, Roraima e Rondônia (região Norte), Alagoas, piauí e Bahia (região Nordeste). As
menores concentrações estão nos estados da região Sul e Sudeste (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul
e São Paulo).

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Coloque V (verdadeiro) ou F (falso):

1. ( ) A população brasileira é formada por três grupos étnicos principais: os brancos, os negros e os índios.
2. ( ) Além dos brancos, negros e índios, o Brasil recebeu um outro grupo étnico importante, que imigrou
para o país a partir da primeira metade do século XIX. Esse grupo é chamado pardo.
3. ( ) A população branca concentra-se principalmente nos Estados do Sul e em São Paulo, na região
Sudeste.
4. ( ) A população negra concentra-se principalmente no Norte do país. nos Estados do Amazonas e Pará.
5. ( ) Grande parte da população indígena vive em reservas administrativas pela FUNAI, em maior parte no
Norte do Brasil.

2. Associe as colunas:

1. Caboclo ou mameluco ( ) filho do negro com índio


2. Mulato ( ) filho do branco com o índio
3. Cafuzo ( ) filho do branco com negro

3. Associar:

1. Hipótese Malaio-Polinésia
2. Hipótese Asiática

( ) os primitivos teriam chegado na América atravessando o Estreito de Bering.


( ) Os primitivos teriam chegado à costa Oeste da América do Sul, navegando pela corrente marítima de
Humboldt.

4. Coloque V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) Atualmente, calcula-se que existam 270 mil indígenas no Brasil, que representam cerca de 0,2% da
população do país.
( ) Desde a exploração do pau-brasil até os dias atuais, os índios sempre foram uma força de trabalho muito
bem remunerada.
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( ) Inúmeras tribos do Vale do Rio São Francisco foram dizimadas pelos bandeirantes paulistas.
( ) Os índios Caingang venderam parte de seu território para a construção da Estrada de Ferro Noroeste do
Brasil.
( ) Os sudaneses, provenientes de países como a Guiné e Costa do Marfim, eram mais franzinos do que os
bantos.
( ) Os negros eram capturados na África e transportados para o Brasil nos porões de navios. Chegando em
nosso país, eram vendidos a preços que variavam de acordo com o sexo, a idade e a procedência.

5. Associe as colunas relacionando os grupos negors aos principais portos de desembarque:

1. Sudaneses ( ) Rio de Janeiro


2. Bantos ( ) Recife
( ) Salvador
( ) São Luís

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. No mapa abaixo estão indicadas as áreas de maior concentração de população branca, negra e indígena. As
legendas A, B e C indicam, respectivamente, a concentração de:

a) brancos, negors e índios


b) negros, índios e brancos
c) índios, negros e brancos
d) brancos, índios e negros

2. O termo “raça” corresponde atualmente ao termo:

a) cultura b) nação c) etnia d) grupo lingüístico

3. A noção de “pardos”, ou população de cor parda, refere-se:

a) exclusivamente aos mulatos.


b) aos japoneses, chineses e coreanos.
c) a um termo utilizado em estatísticas oficiais do Brasil, que incluiu tanto os mulatos, como os descendentes
de indígenas.
d) às sociedades indígenas que vivem em reservas.

4. O órgão governamental responsável pela proteção do índio é:

a) O INCRA b) o Módulo Rural c) a FUNAI d) o Projeto Rondon

5. A população negra se integrou ao povoamento do brasil devido a:

a) distribuição de pequenos lotes de terras no Sul c) ofertas de trabalhos agrícolas em São Paulo
do país d) extração de borracha no Norte do país.
b) escravidão

6. Quanto à origem do índio americano, podemos dizer que os primeiros habitantes da América chegaram ao
continente atravessando o Estreito de Bering. Essa hipótese refere-se à:

a) hipótese Malaio-Polinésia b) hipótese Australiana


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c) hipótese Asiática d) n.d.a

7. Grupo étnico que se concentra principalmente no Norte do país, e é resultado da miscigenação de outros
grupos étnicos:

a) brancos b) negros c) pardos d) índios


8. A maior concentração da população negra no Brasil ocorre:

a) nos estados do Rio de Janeiro e da Bahia. c) nos estados de São paulo e do Paraná.
b) nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande d) nos estados do Amazonas e de Rondônia.
do Sul.

9. A maior concentraçào da população parda no Brasil ocorre:

a) na região Sul e em alguns estados do Sudeste. c) na região Norte e em alguns estados do


b) na região Sudeste e em alguns estados do Sul. Nordeste.
d) na região Sul e em alguns estados no Nordeste.

10. O cabloco é resultado da miscigenação entre os grupos étnicos:

a) branco e negro c) negro e índio


b) branco e índio d) índio e negro

11. Com a escravidão, estima-se que entraram no Brasil cerca de 3,5 a 4 milhões de negros, destacando-se os
sudaneses e os bantos. Sobre os bantos é correto afirmar:

a) Provenientes de países como a Guiné, Costa do Marfim e Burkina Fasso, eram mais altos, fortes e de nível
cultural mais elevado.
b) Provenientes da África do Norte, possuíam descendência árabe e praticavam o islamismo.
c) Provenientes de Angola, do Congo e de Moçambique, eram mais atrasados culturalmente e mais franzinos.
d) Provenientes do sul da África, não se adaptaram ao trabalho escravo.

12. Por que os estados do Rio de Janeiro e da Bahia concentram a maior parte da população negra brasileira ?

13. Cite alguns fatores responsáveis pela diminuição da população indígena brasileira.

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MOVIMENTOS POPULACIONAIS

1. FLUXOS MIGRATÓRIOS

O fluxo migratório é o deslocamento (entrada e saída) da população de um país para outro, ou o


deslocamento da população de uma região do país para outra região do mesmo país. A migração pode ser
externa ou interna.

1.1 Migração Externa

A migração externa é o deslocamento de pessoas de um país para outro, podendo dessa forma
modificar a população desses países. Divide-se em:

 Emigração: saída de pessoas de um país para o exterior.


 Imigração: entrada em um país de pessoas de outros países.

Desde a sua colonização, o Brasil recebeu muitos imigrantes. Às vezes, em momentos de crise,
ocorre o fenômeno inverso, isto é, pessoas imigram para outros países em busca de melhores condições de
vida.

Mapa 1 – FLUXOS MIGRATÓRIOS

No mapa 1, o fluxo migratório que sai do Brasil em direção aos Estados Unidos corresponde à
emigração.

O fluxo migratório que sai da Argentina em direção ao Brasil corresponde à imigração.

Portanto, os brasileiros são emigrantes quando saem do Brasil e são imigrantes quando entram
nos EUA. Os argentinos são emigrantes quando saem da Argentina e são imigrantes quando entram no Brasil.

1.2 Migração Interna

As migrações internas são os movimentos populacionais que ocorrem dentro de um país sem
modificar o total da população.

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A - AS MIGRAÇÕES

As migrações podem ser inter-regionais, ou seja, entre diferentes regiões de um mesmo


país (por exemplo: do Sudeste para o Centro-Oeste ou do Nordeste para o Sudeste), ou intra-regionais, quando
o movimento se dá entre estados de uma mesma região.

No Brasil, existem muitas diferenças sociais e econômicas de uma região para outra.

As regiões mais ricas e com maior oferta de trabalho atraem a população, enquanto as
regiões mais pobres repelem (afastam) as pessoas.

Devido a estas desigualdades, as migrações inter-regionais são mais comuns.

Quadro 1
Exemplos de migrações inter-regionais brasileiras
e algumas de suas causas
Data Acontecimento Região de repulsão Região de atração
1690 a 1760 Período áureo da Planalto Paulista e Região dos atuais estados
mineração Nordeste de MG, MT e GO
1810 a 1860 Expansão cafeeira Áreas de mineração Vale do paraíba (SP e RJ)
1869 a 1912 Extração da borracha Nordeste Amazônia
1860 a 1930 Período áureo da Nordeste e Sul oeste de São Paulo
cafeicultura paulista
1934 a 1940 Surto algodoeiro paulista MG e BA São Paulo
1942 a 1945 Batalha da borracha Nordeste Amazônia
Após a II Guerra Industrialização Nordeste estados de SP e RJ
Mundial

O quadro acima mostra as principais migrações inter-regionais do Brasil. podemos observar que
a regiões que atraem as pessoas são aquelas que possuem maiores e melhors oportunidades de trabalh. Os
acontecimentos de atração correspondem aos grandes ciclos econômicos ocorridos no Brasil.

Em todas essas migrações, o nordestino sempre foi o elemento predominante, pois:

 O Nordeste é uma região onde o crescimento populacional é muito elevado, mas sua economia não
cresce no mesmo ritmo, gerando uma grande quantidade de desempregados;
 No Nordeste as secas periódicas afetam grande parte da população no sertão;
 O Nordeste representa um bolsão de pobreza e uma importante reserva de mão-de-obra barata e
abundante.

Mapa 2 – MIGRAÇÕES INTERNAS

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No mapa da página anterior podemos observar os fatores das principais migrações internas:

1. Ocupação do interior com a pecuária (séc. XVI);


2. Garimpos de ouro e diamante (sé. XVII);
3. Mineração (meados do século XVIII);
4. Extração do látex (1870, segunda metade do séc. XIX);
5. Construção de Brasília (década de 60);
6. Mão-de-obra para a agricultura;
7. Mão-de-obra para a indústria;
8. Sulistas se dirigem para a fronteira agrícola de colonização do Sul do Amazonas (cultivo de soja - anos 80).

B - ÊXODO RURAL

Êxodo rural é o deslocamento da população do campo para as áreas urbanas (cidades), dentro
de um mesmo estado (intra-regional) ou de um estado para outro (inter-regional).

Quadro 2
Ano População rural (%) População urbana (%)
1950 63,8 36,2
1960 55,3 44,7
1970 44,0 56,0
1980 32,4 67,6
1995 24,5 75,5

No quadro 2, percebemos que nas décadas de 1950 e 1960 a população rural era superior à
população urbana. A partir da década de 1970 a situação se inverteu, pois a população urbana superou a
população rural. Atualmente, 75% da população brasileira vive nas cidades.

A urbanização no Brasil deveu-se sobretudo ao processo de industrialização, que ocorreu com


mais ntensidade no Sudeste. O desenvolvimento da indústria levou ao crescimento das cidades. Assim, o país
deixou de ser um país agrário e passou a ser urbano-industrial.

Nota:
Urbanização é o aumento da população urbana em relação à população rural, ou seja,
dizemos que um país está se urbanizando quando o crescimento da população rural. Em vários países
desenvolvidos, a população urbana chega a 90% e a saída do homem do campo para a cidade já cessou. Nesse
caso, ocorre somente o crescimento urbano, ou seja, a expansão das cidades, e não mais a urbanização.

CAUSAS DO ÊXODO RURAL

O êxodo rural, ou seja, a saída do homem do campo para a cidade, é provocado por várias
razões que detalharemos abaixo:

A - Razões de repulsão do homem do campo:

 Existe grande concentração de terras nas mãos de poucos proprietários (latifundiários), e os pequenos
agricultores são obrigados a trabalhar como mpregados;
 A utilização cada vez maior de máquinas na agricultura reduz a necessidade de mão-de-obra.

B - Razões de atração do homem para as cidades:

 Melhores condições de vida, atendimento escolar e sanitário;


 Melhores condições de trabalho e salários nos centros urbanos.

1.3 Outros Fluxos Migratórios

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Há também outros fluxos migratórios: as migrações pendulares, ou seja, a população vai e volta
para o lugar de origem diariamente, e as migrações sazonais, ou seja, a população somente se desloca em uma
determinada época. Essas migrações são temporárias e também podem ocorrer inter ou intra-regionalmente.

SAZONAIS

A - Deslocamento dos Corumbás:

É o fluxo de pessoas que deixam o agreste ou o sertão nordestino no período da seca, após a
colheita do algodão, a fim de trabalhar na colheita da cana-de-açúcar na Zona da Mata. Voltam, depois, ao local
de origem.

B - Deslocamento dos bóias-frias

É o movimento das pessoas que moram nas cidades e dirigem-se para as fazendas, a fim de
trabalhar na agricultura. Trata-se de um deslocamento urbano-rural.

PENDULARES

C - Deslocamento dos habitantes de cidades dormitórios

São movimentos diários constantes, que se realizam em massa, dos bairros para os centros
industriais. Muito comum nas zonas metropolitanas das grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro.

D - Deslocamento de fins-de-semana e férias:

O objetivo desse deslocamento, na maioria das vezes, é o lazer. É muito comum nas regiões
metropolitanas, quando seus habitantes deslocam-se nos finais de semana ou no período de férias para as área
litorâneas ou para o campo. Esse fluxo migratório também pode ser descrito como sazonal.

1.4 CORRENTES IMIGRATÓRIAS

Aproximadamente 5,5 milhões de imigrantes vieram ao longo de sua história. Cerca de 70%
eram portugueses, espanhóis e italianos. Entre os demais imigrantes, destacaram-se os alemães, os eslavos
(russos, poloneses e ucranianos), japoneses e sírio-libaneses. Os portugueses chegaram ao Brasil, de forma
mais ou menos contínua, desde o século XVI. Na primeira metade do século XIX, predominaram as imigrações
para ocupação do Sul do país, destacando-se, nesse caso, os alemães, os eslavos e os italianos.

Na segunda metade do século XIX e início do século XX, o cultivo do café atraiu a maior parte
dos imigrantes para o Estado de São Paulo.

No início, vieram os italianos, depois os portugueses e, em menor número, os espanhóis.

No início, esses imigrantes dedicaram-se às atividades ligadas ao café mas, depois,


participaram da atividade industrial, que começou a ter a importância no início do século XX.

OS ALEMÃES

Os alemãees dirigiram-se para o sul do país, onde fundaram a colônia de São Leopoldo, no
Rio Grande do Sul. Depois, foram para Santa Catarina, sobretudo no Vale do Itajaí, onde fundaram as cidades
de Brusque e Blumenau.

Os alemães concentraram-se no sul, atra;idos pela distribuição de pequenos lotes de


terras.

OS ESLAVOS

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Destacamos os poloneses e os ucranianos, que se fixaram especialmente no Paraná,


dedicando-se à agricultura e à pecuária.
OS ITALIANAOS

Os primeiros italianos dirigiram-se para o sul do país, onde fundaram as cidades de Caxias
do Sul. No sudeste de Santa Catarina, os italianos fundaram as cidades de Criciúma, Uruçanga e Orleans.
Nessa região, os italianos dedicaram-se à cultura da vinha e até hoje seus descendentes produzem vinhos de
ótima qualidade.

A imigração dos italianos para a região Sudeste, especialmente São Paulo, teve início
entre 1870 e 1920, com o crescimento da lavoura cafeeira. Permaneceu intensa até 1930, com o início do
processo de industrialização da região.

Os italianos deixaram suas marcas em cidades e bairros, influenciando hábitos alimentares e


lingüísticos.

OS SÍRIOS-LIBANESES

Os sírios-libaneses começaram a chegar no final do século XIX, dirigindo-se para São


Paulo e Amazônia, dedicando-se principalmente ao comércio.

OS JAPONESES

Os japoneses chegaram principalmente entre 1925-1935, dirigindo-se primeiramente


para o Vale do Ribeira e Vale do Paraíba, em São Paulo, para o Amazonas, próximo a Belém do Pará,
etc. Dedicaram-se principalmente à agricultura. Implantaram a cultura do chá no Vale do Ribeira (SP) e a
cultua da pimenta-do-reino, no Pará.

Mapa 3 – IMIGRAÇÕES

1.5 Mudança No Fluxo Migratório

As regiões Sudeste e Sul sempre receberam grande quantidade de migrantes


nordestinos, mas estudos realizados pelo Governo Federal indicaram uma mudança no fluxo
migratório. Segundo esses estudos, as regiões Sudeste e Sul têm recebido menos migrantes do que a
região Norte.

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Esses dados baseiam-se no censo populacional realizado no período de 1980 - 1991. Nesse
período, o número de pessoas que deixou a região Sul foi superior ao número de pessoas que deixou o sertão
nordestino.

Nas décadas de 1960 e 1970, a região Sul apresentou um aumento populacional de 4,7
milhões de pessoas que vieram de outras regiões do país em busca de melhores condições de vida. Na década
de 1980 pela primeira vez nos últimos 50 anos, a região Sul, apresentou uma queda no aumento populacional,
segundo o censo.

Na região Sudeste, houve um crescimento de 11 milhões de pessoas (no período de 1980-


1991) mas, ainda assim, esse crescimento foi 8% menor do que o verificado na década de 1970.

Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada),as grandes metrópoles


como São Paulo estão sendo menos procuradas pelos migrantes. As pessoas estão buscando novas
formas de sobrevivência no seu local de origem ou em novas áreas, como por exemplo as regiões
Norte e Centro-Oeste.

A atração para a região Norte está relacionada às atividades minerais, como a extração
do ferro, manganês, cassiterita, etc. Outro fator que ajuda na ocupação da região Norte e Centro-Oeste
é a expansão das fronteiras agrícolas. Os sulistas estão se dirigindo para o Mato Grosso do Sul e
Rondônia para cultivarem a soja.

Quadro 3
Região (área rural) Pessoas que deixaram a região
Sul 1,4 milhões
Nordeste 500 mil

Quadro 4
Região Queda Populacional em milhões
Sul 7,1 para 5,7
Nordeste 17,2 para 16,7

No quadro 3 e 4, observamos que a migração da região Sul para outras áreas, no período de
1980 - 1991, foi superior à migração nordestina no mesmo período, pois 1,4 milhão de pessoas deixou o Sul,
enquanto apenas 500 mil deixaram o Nordeste.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

1. ( ) As migrações são deslocamentos da população de um país para o outro ou dentro do mesmo país.
2. ( ) A emigração corresponde à entrada de pessoas em um país.
3. ( ) A migração pode ser tanto a entrada como a saída de pessoas.
4. ( ) A imigração corresponde a entrada de pessoas em um país.
5. ( ) O Brasil, desde sua colonização, recebeu uma grnde quantidade de imigrantes europeus.
6. ( ) As migrações inter-regionais e o êxodo rural são exemplos de migração externa.

2. Relacione as razões de repulsão e atração populacional:

1. Repulsão ( ) concentração de terras nas mãos de poucos proprietários.


( ) utilização de máquinas na agricultura.
2. Atração ( ) melhores condições de trabalho e salário.
( ) os pequenos agricultores são obrigados a trabalhar como mão-de-obra assalariada.
( ) melhores condições de vida, atndimento escolar e sanitário.

3. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):


1.( ) O deslocamento dos Corumbás corresponde ao fluxo de pessoas que moram nas cidades e dirigem-se
para as fazendas.
2.( ) Os movimentos constantes que se realizam em massa, dos bairros para os centros industriais,
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correspondem ao deslocamento dos habitantes das cidades dormitórios.


3.( ) Os deslocamentos de fins de semana e férias realizam-se em sua maioria com o objetivo de lazer.
4.( ) O deslocamento de bóias-frias é o movimento de pessoas que deixam o agreste ou sertão nordestino,
no período da seca, para trabalharem na colheita da cana-de-açúcar, na Zona da Mata.
5.( ) Êxodo rural é o deslocamento da população do campo para as grandes cidades (áreas urbanas) e
podem ser intra e inter-regionais.
6.( ) Um país está se urbanizando quando há aumento da população rural.

4. Associar:

A. Os alemães D. Os sírios-libaneses
B. Os eslavos E. Os japoneses
C. Os italianos

1.( ) Chegaram entre 1925-1935, dirigindo-se principalmente para São Paulo e Amazonas, dedicando-se às
culturas do chá e pimenta-do-reino.
2.( ) Começaram a chegar no final do século XIX, dedicando-se principalmente ao comércio.
3.( ) Dirigiram-se para o Sul do país, onde fundaram a Colônia de São Leopoldo (RS), e depois foram para
Santa Catarina, onde fundaram as cidades de Brusque e Blumenau.
4.( ) Concentraram-se no Paraná e dedicaram-se à agricultura.
5.( ) Foram imigrantes ligados ao cultivo do café no Estado de São paulo e depois participaram da atividade
industrial.

5. Coloque V (verdadeiro) ou F (falso):

1.( ) As regiões Sudestes e Sul sempre receberam grande quantidade de migrantes.


2.( ) A atração populacional para o Norte está ligada ao grande desenvolvimento industrial na região.
3.( ) Nas décadas de 1960 e 1970 as regiões Sudeste e Sul apresentaram um grande aumento
populacional, mas atualmente essas regiões apresentam uma queda no crescimento da população.
4.( ) Os estados que mais crescem no Norte do país são o Acre e Roraima.

6. Coloque V (verdadeiro) ou F (falso) com relação ao Nordeste:

( ) Em todos os fluxos migratórios internos no Brasil, o nordestino sempre foi o elemento predominante.
( ) A região apresenta um grande crescimento populacional, mas sua economia não cresce no mesmo
ritmo, gerando uma grande quantidade de desempregados.
( ) A região possui o maior contingente de mão-de-obra especializada do país.
( ) As secas periódicas afetam grande parte da população do sertão.
( ) A região representa um grande bolsão de pobreza e uma importante reserva de mão-de-obra barata
abundante.

7. Coloque V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) A urbanizaçao é o aumento da população urbana em relação à rural.


( ) A urbanização é o desenvolvimento das cidades.
( ) Quando a saída do homem do campo para a cidade já cessou, podemos dizer que o processo de
urbanizaçào chegou ao fim.

Leitura Complementar

NOSSA GENTE LÁ FORA

Dez anos depois de o Brasil ter-se transformado num exportador de braços e cérebros, afinal se
sabe quantos somos lá fora: 1,5 milhão de pessoas. O número é resultado do primeiro Censo dos Brasileiros no
Exterior, concluído pelo Itamaraty (...). É como se toda a população de curitiba tivesse feito as malas e partido -

14
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e, em contrapartida, enviasse de volta 4 bilhões de dólares ao ano. Não é motivo, ainda, para alarme nem o caso
e o último viajante apagar a luz do aeroporto. O censo põe o êxodo nas devidas proporções - menos de 1% dos
160 milhões de brasileiros, um percentual modesto no contexto das grandes ondas migratórias à solta no
mundo, mas também destrói as esperanças de que o fenômeno seja transitório.
A dispersão é maior do que jamais se imaginou - há comunidades com mais de 1000 brasileiros
em 33 países. Mas a maioria dos emigrantes está onde sempre suspeitou: tentando rechear o pé-de-meia com
moeda forte do primeiro Mundo. Um em cada três, contudo, preferiu ficar por perto, na própria América do Sul.
Com mais de 600.000 brasileiros, os Estados Unidos são de longe o endereço predileto. O Paraguai, que ocupa
posição especial na onda migratória, vem em segundo lugar, com perto de 350.000. No Japão estão 170.000
dekasseguis, coo são chamados pejorativamente os trabalhadores estrangeiros. Outros 126.828 brasileiros
vivem na Europa, espalhados por vários países. As maiores colônias estão na Alemanha (23.700 brasileiros),
Portugal (22.000) e Inglaterra (19.500). A menor está na Bulgária: dez gatos-pingados, todos imigrantes
naturalizados brasileiros, que voltaram para curtir a aposentadoria na terra natal.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Os eslavos fixaram-se, principalmente, no seguinte Estado:

a) Paraná c) Rio Grande do Sul


b) São Paulo d) Minas Gerais

2. O imigrante alemão radicou-se (fixou-se) principalmente nos estados:

a) do Rio Grande do Sul e de São Paulo c) de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
b) de São Paulo e do Paraná d) da Bahia e do Rio Grande do Sul

3. A região de cultivo da uva no Rio Grande do Sul é fortemente marcada pela colonização:

a) alemã c) eslava
b) italiana d) japonesa

4. Os seguintes imigrantes fixaram-se principalmente no Estado de São Paulo:

a) portugueses, alemães e italianos c) italianos e eslavos


b) italianos, espanhóis e portugueses d) japoneses, holandeses e eslavos

5. Assinale a alternativa incorreta:

a) Existem vários tipos de migrações inter-regionais no Brasil.


b) A imigração no Brasil existe desde o século XIX, mas intensificou-se após 1934.
c) O êxdo rural no Brasil vem ocorrendo desde 1950 e intensificou-se após a década de 1970. A partir dessa
década a população urbana superou a rural.
d) O deslocamento dos Corumbás ocorre no Nordeste.

6. As setas dos sulistas que se dirigem para a região amazônica para cultivar a soja.

a) A migração dos sulistas que se dirigem para região amzônica para cultivar a soja.
15
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b) A migração dos nordestinos para a região amazônica, onde a extração do látex é o principal fator da
atração.
c) Os movimentos populacionais para as áreas de mineração.
d) A migração de sulistas para trabalharem na extração do ferro e do manganês no Pará.

7. Problemas nos transportes, como filas, superlotação e atrasos, estão ligados ao movimento populacional de:

a) migrações inter-regionais c) migrações pendulares nos grandes centros


b) êxodo rural d) migração externa

8. Sobre a migração japonesa, podemos dizer que:

a) Teve início no século XVII e dirigiu-se para a Amazônia.


b) Teve início em 1925-1935 e dirigiu-se para o Vale do Ribeira, onde implantaram a cultura do chá, e para o
Pará, onde implantaram o cultivo da pimenta-do-reino.
c) Colonizaram Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde dedicaram-se a atividade agrícolas.
d) Estão no Brasil desde o século XVI.

9. Quando um grupo de pessoas sai de um país, dizemos que essas pessoas são:

a) imigrantes c) bóis-frias
b) emigrantes d) corumbás

10. Os fluxos migratórios são:

a) deslocamentos da população de um país para o outro, ou dentro do próprio país.


b) movimentos populacionais que sam do país.
c) movimentos populacionais que entram em um país.
d) deslocamento do homem do campo para a cidade.

11. Sobre o fluxo migratório, é correto afirmar:

a) Corresponde somente à ntrada de estrangeiros em um país.


b) Esse termo é usado somente quando o homem sai do campo e migra para a cidade.
c) É o deslocamento da população de um país para o outro, ou dentro do próprio país.
d) Esse termo é usado somente quando um país perde população.

12. A migração externa é o deslocamento de pessoas de um país para outro, podendo, dessa forma, modificar a
população. Utilizamos o termo imigração quando:

a) um país recebe pessoas de outros países.


b) o camponês abandona a lavoura e dirige-se para as grandes cidades.
c) o homem deixa a cidade e dirige-se para as grandes cidades.
d) Um país perde população, ou seja, pessoas saem desse país em direção ao exterior.

13. Sobre a migração interna, é correto afirmar:

a) Esse fluxo migratório modifica o contingente populacional do país.


b) É o movimento populacional que ocorre dentro de um país sem modificar a totalidade da população.
c) Esse termo é utilizado qundo um país perde população.
d) n.d.a.

14. Sobre a razão de repulsão do homem do campo, assinale a alternativa incorreta:

a) a grande concentração de terras nas mãos de poucos obriga o pequeno camponês a trabalhar como
empregado.
b) a mecanização da agricultura reduz a necessidade de mão-de-obra.
c) melhores condições de trabalho e salários nos centros urbanos.
d) n.d.a.

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15. É o movimento das pessoas que moram nas cidades e dirigem-se para o campo, para trabalhar na
agricultura. O texto aplica-se ao:

a) deslocamento dos corumbás. c) deslocamento dos habitantes das cidades


b) deslocamento dos bóias-frias. dormitórios.
d) deslocamento de fins-de-semana.
16. Estudos realizados pelo Governo Federal indicaram uma mudança no fluxo migratório, pois as regiões
Sudeste e Sul têm recebido menos migrantes do que a região Norte. Dentre os fatores que causam essa
mudança no fluxo migratório, é incorreto afirmar:

a) a atração para o Norte está relacionada às atividades minerais, como a extração do ferro, manganês, etc.
b) a expansão das fronteiras agrícolas é causa do fluxo migratório.
c) as regiões Sudeste e Sul proibiram a entrada de pessoas de outras regiões.
d) as pessoas estão buscando melhores condições de vida em seu local de origem ou em outras áreas.

17. Dedicaram-se espcialmente à agricultura, implantaram a cultura do chá no Vale do Ribeira (SP) e a cultura
da pimenta-do-reino no Pará. Essas características aplicam-se aos imigrantes:

a) italianos b) eslavos c) japoneses d) alemãs

18. A imigração italiana no Brasil teve dois fluxos: um para o Sul e outro para o Sudeste. Descreva esses dois
fluxos.

19. Comente sobre as mudanças no fluxo migratório brasileiro.

17
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ESTRUTURA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA


1. INTRODUÇÃO

A estrutura da população brasileira é determinada por vários indicadores: o seu crescimento


vegetativo, a expectativa de vida, a distribuição por faixa etária, a composição por sexo, a distribuição de renda,
etc. Esses dados (informações) são geralmente expressos em porcentagem. Para melhor compreensão deste
capítulo, faremos uma pequena revisão sobre a porcentagem.

1.1 Porcentagem

A expressão por cento (%) é muito usada no nosso dia-a-dia em diversas situações. Veja:

A inflação do mês de agosto foi de 2,3%.


A taxa de natalidade foi de 10%.
Salários sobem 15%.

O símbolo % representa a expressão por cento e quer dizer em cada cem.

Assim a frase:
“Salários sobem 15% significa 15 em cada 100, ou seja, o salário subiu 15 reais em cada 100 reais, ou
ainda, para cada 100 reais que você recebe, terá um aumento de 15 reais, ou seja, receberá 115 reais”.

- 1 em cada 100 ou
1% é igual a:
- 1/100 ( escrito em forma de razão)

Porcentagem também é chamada de taxa percentual.

2. INDICADORES SOCIAIS

A análise dos indicadores sociais revela as condiçòes de vida de uma população, permitindo-nos
conhecer sua realidade sócio-eonômica.

2.1 Taxa De Natalidade

A taxa de natalidade é determinada pela quantidade de pessoas que nascem durante um ano
em relação à população absoluta.

População absolutaa total: ................................................. ... 10.000 hab.


Nascimentos ocorridos durante um ano: ............................ .. 1.000 pessoas
Taxa de natalidade: ................................................................ 10%

Nota:
Neste caso os 1000 nascimentos representam 10% do total da população, ou seja, para cada
10.000 habitantes nasceram 1.000 pessoas por ano, ou ainda, nasceram 10 habitantes em cada 100 (10%).

No Brasil a taxa de natalidade é bastante alta, ainda que tenha apresentado grande diminuição
nos últimos anos, isto é, a quantidade de pessoas que nasceram a cada ano em relação à população total tem
diminuído.

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Observe o quadro abaixo:

Quadro 1 -
TAXA DE NATALIDADE NO BRASIL
Ano %
1890 46,5
1900 46,0
1920 45,0
1940 44,0
1950 43,5
1960 44,0
1970 37,8
1980 35,8
1990/95 26,1

No quadro, percebemos a diminuição gradativa da natalidade no Brasil. Essa queda está


relacionada com o aumento da população urbana.

No campo era comum ter muitos filhos dvido à necessidade abundante de mão-de-obra e,
também, pela desinformação da população rural. Essa situação tem mudado.

A taxa de natalidade nas cidades é menor que a rural devido à:

 maior participaçào da mulher no mercado de trabalho - esta participação obriga a mulher a reduzir
o número de filhos e a adiar o momento de concebê-los, para ter mais tempo para o trabalho.
 divulgação de informaçoes sobre o controle da natalidade - estas informações têm permitido à
população conhecer métodos para evitar filhos, como: uso da pílula anticoncepcional, preservativos
(camisinha), DIU, diafragma, etc.

Além disso, o custo de manutenção e educação dos filhos nos centros urbanos é muito elevado,
e os abortos ilegais têm crescido nos últimos anos.

2.2 Taxa De Mortalidade

A taxa de mortalidade é determinada pela quantidade de óbitos (mortes) que ocorreram


durante um ano em relação à população absoluta.

Exemplo:
População absoluta: ......................................... 10.000 hab.
Óbitos ocorridos durante o ano ........................ 300 pessoas
Taxa de mortalidade .......................................... 3%

O Brasil apresenta uma taxa de mortalidade elevada, mas que vem caindo ultimamente ,
isto é, o número de mortos em cada 100 habitantes tem diminuíndo. Observe o quadro:

Quadro 2
TAXA DE MORTALIDADE NO BRASIL
Ano %
1890 30.2
1900 27,8
1920 26,4
1940 25,3
1950 19,7
1960 15,0
1970 9,4
1980 9,0
1990/95 7,4

A queda nas taxas de mortalidade, especialmente após a Segunda Guerra Mundial (1945), está
relacionada com uma grande popularização e divulgação de medidas de higiene e com a ampliação das
19
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condições de atendimento médico, como por exemplo a abertura de postos de saúde em locais distantes,
campanhas de vacinação, etc.

2.3 Taxa De Mortalidade Infantil

A taxa de mortalidade infantil corresponde ao número de crianças que morrem antes de


completar um ano de idade em cada mil nascimentos.

Qaudro 3 - Comparativo de
Mortalidade Infantil
País Mortalidade Infantil (%)
Brasil 53
Bolívia 66
Índia 72
Austrália 06
Dinamarca 07
Canadá 06

No quadro, percebemos que a taxa de mortalidade infantil no Brasil é elevada quando coparada
à dos países desenvolvidos, mas é inferior às taxas dos países subdesenvolvidos, como a Bolívia e a Índia. Nos
países subdesenvolvidos, a taxa de mortalidade infantil é muito alta devido, principalmente, à grande
desigualdade na distribuição de rendas e às péssimas condições de saúde e higiêne de grande parte da
população.

2.4 Crescimento Vegetativo

Crescimento vegetativo é a diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade.

Exemplo:
Taxa de natalidade: ............................. 10%
Taxa de mortalidade: ........................... 3%

Quadro 4 - Crescimento Vegetativo no Brasil


Ano Natalidade (%) Mortalidade (%) C. Vegetativo (%)
1890 46,5 30,2 1,63
1900 46,0 27,8 1,82
1920 45,0 26,4 1,86
1940 44,0 25,3 1,87
1950 43,5 19,7 2,38
1960 44,0 15,0 2,90
1970 37,8 9,4 2,80
1980 35,8 9,0 2,48
1990/95 26,1 7,4 1,86

Analisando o quadro acima, percebemos que o crescimento vegetativo no Brasil aumentou


a partir de 1950. Esse fatoo está relacionado com a queda da taxa de mortalidade, que não foi
acompanhada na mesma proporção pela taxa de natalidade. Mas, a partir de 1970, as taxas de natalidade
começaram a diminuir. Em conseqüência, o crescimento vegetativo também diminuiu.

Apesar da sensível queda no nascimento vegetativo, o Brasil ainda está longe de se igualar aos
países desenvolvidos, que possuem crescimentos inferiores a 1% ao ano, pois nesses países as taxas de
natalidade e de mortalidade são bem menores do que no Brasil.

2.5 Expectativa De Vida

A expectativa de vida de uma população é obtida pela média de idade das pessoas
mortas durante um ano.
20
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No Brasil, a expectativa de vida está em torno de 65 anos para os homens e de 70 anos


para as mulheres.

Observe o quadro:

Quadro 5
Expectativa de Vida
País Homens Mulheres
Brasil 65 70
Bolívia 60 63
Afeganistão 42 43
Austrália 75 81
Canadá 75 81
Japão 77 83

Analisando o quadro acima, percebemos que a expectativa de vida brasileira é superior aos
demais países subdesenvolvidos, como a Bolívia e o Afeganistão, mas é menor que das nações desenvolvidas,
como a Austrália, o Canadá e o Japão.

Assim, como a taxa de natalidade, a taxa de mortalidade está relacionada à distribuição de


renda à condições de saúde e higiene, dentre outros fatores.

2.6 Taxa De Fecundidade

A taxa de fecundidade é determinada pela relação entre o número de crianças com menos de 5
anos de idade e o número de mulheres em idade reprodutiva. A idade reprodutiva vai da primeira menstruação à
menopausa (geralmente de 15 a 49 anos).

No Brasil, a taxa média de fecundidade é de 2,77 filhos por mulher, mas esse índice sofre
variações regionais. Observe o quadro:

Quadro 6
Taxa de Fecundidade por Região
Região 1970 1980 1984
Norte 8,15 6,45 4,04
Nordeste 7,53 6,13 4,96
Sudeste 4,56 3,45 2,96
Sul 5,42 3,63 3,04
Centro-Oeste 6,42 4,51 3,38

No quadro 6, fica clara a variação regional das taxas de fecundidade. Como podemos observar,
as taxas são menores nas regiões Sudeste e Sul, e maiores nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

Este fato está relacionado ao grande crescimento econômico e urbano das regiões Sudeste e
Sul, por razões já comentadas quando tratamos da taxa de natalidade.

Exercício de Fixação

1. Coloque V (verddeiro) ou F (falso):

1. ( ) A taxa de natalidade é determinada pela quantidade de indivíduos que nascem durante um ano e sua
relação percentual com a população absoluta.
2. ( ) No Brasil as taxas de natalidade são bastante baixas.
3. ( ) A taxa de mortalidade é determinada pwla quantidade de mortes que ocorrem duarante um ano e sua
relação percentual com a população absoluta.
4. ( ) O Brasil apresenta uma taxa de mortalidade elevada, que vem caindo, especialmente após a Segunda
Guerra.
21
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5. ( ) A taxa de mortalidade infantil é o valor que expressa o número de crianças que morrem antes de
completar 10 anos de idade.
6. ( ) A taxa de natalidade nas cidades é maior devido a integração da mulher ao mercado de trabalho.
7. ( ) O Brasil apresenta taxa de mortalidade infantil muito baixa.
8. ( ) Crescimento vegetativo é a diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade.
9. ( ) Apesar da queda no crescimento vegetativo, o Brasil ainda está longe de se igualar aos países
desenvolvidos, que possuem crescimentos inferiores a 1% ao ano.
10. ( ) A expectativa de vida é obtida pela da média de idade das pessoas mortas durante um ano.
11. ( ) No Brasil, a expectativa de vida está em torno de 77 anos para homens e de 83 para mulheres.
12. ( ) Taxa de fecundidade é o índice que expressa a relação entre o número de crianças com menos de 5
anos de idade e o número de mulheres em idade reprodutiva.
13. ( ) As regiões Norte e Nordeste apresentam as menores taxas de fecundidade do país.

2.7 Composição Da População Por Sexo

A composição da população por sexo é determinada pela razão de sexo, ou seja, pelo número
de homens existentes para cada grupo de 100 mulheres.

Por meio desse índice, é possível verificar se há ou não um equilíbrio entre os sexos. De
maneira geral e, independente do nível sócio-econômico do país (desenvolvido ou subdesenvolvido), a
mortalidade masculina é sempre maior que a feminina.

Em 1993, no Brasil havia 1,8 milhões de mulheres a mais do que homens, na faixa etária entre
15 e 49 anos. Na média, são 95 homens para cada grupo de 100 mulheres. Nos grandes centros urbanos,
como São paulo, e na região Nordeste, a quantidade de mulheres é ainda maior, sendo 85 homens para cada
grupo de 100 mulheres. Observe o quadro:

Quadro 7
Composição da População por Sexo
Região Homens (%) Mulheres (%)
Centro-Oeste 51,4 48,6
Norte 50,8 49,2
Sul 49,9 50,1
Sudeste 49,7 50,3
Nordeste 48,8 51,2

Quadro 8
Diferença entre Número de Homens e Mulheres
Estados Número de mulheres a mais do que homens
Amazonas 36.295
Roraima - 962
Amapá - 6.442
Ceará 94.785
Bahia 103.165
Mato Grosso do Sul - 17.375
Goiás 34.041
São Paulo 293.672
Rio de Janeiro 315.056
Santa Catarina - 60.831
Rio Grande do Sul 146.330

Observando os quadros 7 e 8, percebemos que em algumas regiões há o predomínio de


homens. Isso acontece por vários motivos políticos, econômicos e sociais que têm influência marcante em
determinadas áreas. Esse é o caso das regiões ou estados que recebem grande número de migrantes, pois os
homens, em geral, migram mais que as mulheres.

A região Nordeste é um exemplo, pois é uma área dispersora de população, especialmente o


sertão. Como o homem migra mais do que a mulher, na região encontramos o predomínio da população
feminina.

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Nas regiões Norte e Centro-Oeste predomina a população masculina, atraída pelas atividades
econômicas primárias, como o extrativismo vegetal, a pecuária e a mineração.
O número de mulheres nas áreas rurais normalmente é menor, pois as cidades oferecem
melhores condições sociais e de trabalho à população feminina.

Até os 60 anos de idade, há um equilíbrio entre homens e mulheres; a partir daí, ocorre o
predomínio feminino.

Normalmente as mulheres vivem mais do que os homens, pois elas sofrem menos de doenças
do coração (causa freqüênte de morte após os 40 anos) e estão menos sujeitas a mortes violentas. Uma das
causas principais do predomínio da população feminina nas áreas metropolitanas é a morte pematura de
homens por causas externas, como homicídio, acidentes de trânsito, suicídios, etc.

2.8 Composição Da População Por Faixa Etária

Nos países desenvolvidos, o número de jovens é pequeno, quando comparado com a


população adulta. Já nos países subdesenvolvidos, a população jovem corresponde quase à metade da
população total. Nos países desenvolvidos o nível sócio-econômico é muito elevado e, em conseqüência, as
taxas de natalidade são baixas e as expectativas de vida, elevadas. Por isso, encontramos poucos joves e uma
grande quantidade de idosos nesses países. Apesar da queda da natalidade e mortalidade verificada nas
últimas décadas, o Brasil ainda apresenta um elevado número de jvens na populção.

Observe o quadro:
Quadro 9
- População por faixa etaria no Brasil
Idade (%)
0 a 19 anos 45,1
20 a 59 anos 47,8
acima de 60 anos 7,1

2.9 População Economicamente Ativa (Pea)

População econômicamente ativa é aquela composta por pessoas com mais de 10 anos, de
ambos os sexos, que exerçam atividades remuneradas
Segundo o censo de 1980, o Brasil possuía uma PEA em torno de 37% da população total do
país. Apesar de ser uma taxa relativamente alta, ainda é pequena quando comparda a dos países
desenvolvidos.
A distribuição da população ativa por setores de atividade revela que 48% dela concentra-se no
setor terciário, 22% concentra-se no setor secundário e 30% no setor primário.

2.10 Distribuição Da População Quanto À Renda

Uma das mais graves conseqüências do subdesenvolvimento brasileiro é a desigualdade na


distribuição de renda. No Brasil encontramos pessoas muito ricas e outras marginalizadas pela miséria.

Nos países desenvolvidos a desigualdade na distribuição de renda é bem menor que nos países
subdesenvolvidos.

Observe o quadro:

Quadro 10
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL
Rendimento Mensal Número de pessoas População ativa
em salários mínimos com mais de 10 anos (%)
até ½ 9.707.544 10,5
de ½ a 1 11.025.412 12,0
de 1 a 2 12.765.143 13,7
de 2 a 5 11.573.461 12,5
de 5 a 10 4.262.617 4,5
de 10 a 20 1.796.313 1,9

23
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mais de 20 731.704 0,8


sem rendimento 40.800.810 43,9
sem declaração 223.824 0,2
A distribuição de renda no Brasil apresenta também uma grande desigualdade regional. Obsrve
o quadro:

Quadro 11
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA POR REGIÃO
Rendimento mensal Região Nordeste Região Sudeste
(em sal. mínimos) (%) (%)
até 1 44 22,5
de 1 a 2 22 22,5
de 2 a 5 15 31,5
mais de 5 7 19,5
sem rendimentos e 12 4,9
sem declaração

2.11 Pirâmides Etárias

Pirâmide etária é a representação gráfica por idade e sexo da população de um país.

Conhecendo uma pirâmide etária

 a base: representa a população jovem;


 o corpo: é a parte intermediária, que representa a população adulta;
 o ápice (parte mais elevada): representa a população idosa.

Fig. 1 - Esquema da Pirâmide Etária

 lado direito: representa a população feminina;


 lado esquerdo: representa a população masculina;
 eixo vertical: representa as idades;
 eixo horizontal: representa o número de habitantes.

Fig. 2 - Pirâmide Etária

INTERPRETAÇÃO DAS PIRÂMIDES ETÁRIAS

Toda pirâmide etária que possui a base larga apresenta o predomínio de jovens na
população. Isso é conseqüência dos elevados índices de natalidade. Esse tipo de pirâmide apresenta
quase sempre em ápice estreito, que indica a pequena proporção de idosos na população. Isso é a
conseqüência das precáias condições de sobrevivência, grande mortalidade e baixa expectativa de vida. Essa

24
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pirâmide apresenta uma quantidade de adultos não muito grande, indicando uma população economicamente
ativa pequena.

A pirâmide que apresenta essas características é típica de países subdesenvolvidos.


Fig. 3 - Pirâmide Etária de Países Subdesenvolvidos

Os países desenvolvidos apresentam, em geral, uma base estreita, alargando-se no meio


e estreitando-se na parte superior. Esse tipo de pirâmide demonstra baixa natalidade, baixa
mortalidade e elevada expectativa de vida. Nesse caso a população adulta é significativa (grande), indicando
uma população ativa elevada.

Fig. 4 - Pirâmide Etária de Países Desenvolvidos

A PIRÂMIDE ETÁRIA NO BRASIL

No Brasil, a pirâmide etária é semelhante à figura 3, pois apresenta base larga (predomínio
de jovens) e o ápice estreito (poucos idosos). Essas características estão relacionadas com a elevada
natalidade e a baixa expectativa de vida.

Fig. 5 - Pirâmide Etária no Brasil

Com todo país desenvolvido, o Brasil apresenta uma pirâmide com base larga e rápido
afunilamento, ou seja, a população diminui na razão inversa das idades. Nesta pirâmide podemos ver o alto
número de mulheres com relação ao número de homens acima de 60 anos.

25
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

2. Relacione as colunas:

A - Composição da população por sexo


B - Composição da poulação por faixa etária
C - População economicamente ativa

1. ( ) Composta por pessoas com mais de 10 anos de idade, de ambos os sexos, que exercem atividades
remuneradas.
2. ( ) Percentual de jovens, adultos e idosos em relação à população absoluta.
3. ( ) Índice estudado pela razão de sexo, ou seja, pelo número de homens que corresponde a cada grupo
de 100 mulheres.

3. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

1. ( ) Em 1993, havia no Brasil 1,8 milhões de mulheres a mais do que os homens, na faixa etária entre 15
e 49 anos.
2. ( ) Devido às condiçòes precárias de sobrevivência, no Nordeste predomina a população masculina.
3. ( ) Nos países desenvolvidos, o número de jovens é pequeno, quando comparado com a população
adulta. Já nos países subdesenvolvidos, ocorre o inverso.
4. ( ) Pessoas com mais de 10 anos, de ambos os sexos, que exerçam atividades remuneradas compõem a
populaçãoeconomicamente ativa de um país.
5. ( ) O Brasil apresenta uma excelente distribuição de renda.
6. ( ) Pirâmide etária é a representação gráfica por idade e sexo da população de um país.
7. ( ) No Brasil a pirâmide etária apresenta uma base estreita, alargando-se na parte superior.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. É determinada pela quantidade de indivíduos que nascem durante um ano e sua relação percentual com a
população absoluta.
O texto aplicas-e à:

a) taxa de mortalidade
b) taxa de crescimento vegetativo d) taxa de mortalidade infantil
c) taxa de natalidade

2. Assinale a alternativa incorreta sobre a natalidade no Brasil:

a) A taxa de natalidade é bastante alta, ainda que tenha apresentado sensível queda nos últimos anos.
b) A queda da taxa de natalidade no Brasil está relacionaa ao aumento da população urbana.
c) Devido à integração da mulher no mercado de trabalho e da divulgação do controle de natalidade, as taxas
de natalidade são menores nas cidades.
d) O Brasil teve sua taxa de natalidade reduzida após a Segunda Guerra e, atualmente, apresenta a menor
taxa de todo continente americano.

3. A queda nas taxas, especialmente após a Segunda Guerra, está relacionada com uma grande polarização de
medidas de higiene, da ampliação das condições de atendimento médico, com abertura de postos de saúde em
locais distantes e campanhas de vacinação.
O texto refere-se a:

a) de natalidade c) de crescimento vegetativo


b) de mortalidade. d) n.d.a.

4. No Brasil, essa taxa está em torno de 65 anos para os homens e de 70 anos para as mulheres. O texto aplica-
se a:

a) expectativa de vida c) taxa de fecundidade


b) crescimento vegetativo d) composição da população por sexo e idade

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5. A taxa de fecundidade no Brasil está em torno de 2,77 filhos por mulher, mas esse índice sofre variações
regionais.

a) Sudeste e Sul c) Norte e Nordeste


b) Norte e Centro-Oeste d) Nordeste e Sul

6. Analise o quadro abaixo e assinale a alternativa correta:

Região Homens Mulheres


(%) (%)
Centro-Oeste 51,4 48,6
Norte 50,8 49,2
Sul 49,9 50,1
Sudeste 49,7 50,3
Nordeste 48,8 51,2

a) Na região Centro-Oeste predomina a população masculina, pois as mulheres migram para outras áreas em
busca de ofertas de trabalho.

b) A região Nordeste é uma área dispersora de população, especialmente o sertão. Como o homem migra
mais que a mulher, constatamos na região o predomínio da população feminina.

c) Nas regiões Sul e Sudeste predomina a população masculina.

d) Na região Norte predomina a população masculina devido à forte industrialização e à grande oferta de
trabalho que esse setor ofrece.

7. Quando à composição da população por faixa etária no Brasil, podemos afirmar que:

a) O número de jovens no Brasil é pequeno quando comparado com a população adulta.


b) No Brasil encontramos uma grande quantidade de idosos.
c) O Brasil apresenta um elevado número de jovens na população.
d) n.d.a.

8. É composta por pessoas com mais de dez anos, de ambos os sexos, que exerçam atividades remuneradas.

a) população economicamente ativa c) populção por sexo.


b) distribuição da população quanto à renda. d) população por faixa etária.

9. (UNB-DF) Pirâmides etárias são usadas para indicar:

a) volume, composição etária e sexo da população


b) população urbana, rural e taxas de crescimento.
c) mortalidade, natalidade e migrações internas.
d) n.d.a.
10. As figuras abaixo mostram de forma muito simplificada duas pirâmides etárias. As figuras A e B
correspondem, respectivamente, a pirâmides de países:

a) subdesenvolvidos e desenvolvidos c) somente à países desenvolvidos


b) desenvolvidos e subdesenvolvidos d) n.d.a.

11. Os países subdesenvolvidos apresentam pirâmide etária com as seguintes características:


a) Base estreita, alargando-se na parte superior, devido à baixa natalidade, mortalidade e elevada expectativa
de vida.
b) Base larga e um rápido afunilamento, devido à grande natalidade e baixxa expectativa de vida.
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c) Base estreita, com o corpo e o ápice largos, devido à grande natalidade.


d) Base larga e corpo e ápice estreitos, devido à baixa natalidade e à elevada expectativa de vida.
12. Assinale a alternativa incorreta:

a) predomínio de jovens na população c) número de adultos inferior ao de jovens


b) predomínio de adultos na população d) grande crescimento vegetativo

13. São características das pirâmides etária do Brasil:

a) base larga e rápido afunilamento c) base estreita, meio estreito e ápice largo
b) base estreita, alargando-se no meio d) base e parte intermediária largas e ápice estreito

14. (UFOP-MG-adaptada) Considerando os conceitos demográficos de taxa de Natalidade (TN), Taxa de


Mortalidade (TM) e de Crescimento Vegetativo (CV), o único cálculo correto é:

a) TN = número de crescimentos x 1.000


número de habitantes

b) TM = número de óbitos x 1.000


número de habitantes

c) CV = natalidade - mortalidade

d) CV = natalidade
mortalidade

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AS TEORIAS DEMOGRÁFICAS

Qual o ritmo de crescimento da população mundial? Quais os indicadores demográficos que nos
permitem observar a dinâmica de uma população: ela cresceu ou não? Quantas pessoas nasceram e quantas
morreram? Quais as teorias que, ao longo do tempo, têm explicado esse crescimento?

Essas questões serão discutidas nessa unidade.


A população mundial stá crescendo.

Consultando os dados abaixo, você poderá consttar isso:

No ano I da Era Cristã, segundo historiadores, o número de habitantes de nosso planeta estva
por volta de 250 milhões; dobrou para 500 milhões em 1650; em 1850, era de um bilhão, em 1950, 2,5 bilhões;
em 1995, pulou para cerca de 5,6 bilhões.

No ano 2000, atingimos 6,2 bilhões.

 A partir de que ano o crescimento populacional começou a se apresentar mais aceleradamente?


 Quantos anos a população levou para dobrar novamente?

O ritmo de crescimento demográfico intensificou-se com o passar do tempo. Mas ... Como se
calcula esse crescimento?

O crescimento demográfico está ligado a dois fatores: o crescimento natural ou vegetativo e a


taxa de imigração.

Como é calculada a taxa de crescimento natural ou vegetativo?

O crescimento vegetativo é a diferença entre os nascimentos e os óbitos, ou seja, entre a taxa


de natalidade e de mortalidade; geralmente é expresso em porcentagem.

taxa de natalidade = Nascimento / ano x 1000


População absoluta

O que significa essa fórmula?

A taxa de natalidade indica o número de nascimentos ocorridos anualmente para cada grupo de
mil habitantes de um lugar, seja um páis, um estado ou uma cidade.

taxa de mortalidade = mortes / ano x 1000


População absoluta

Agora é sua vez de, consultando a fórmula, explicar o que a taxa de mortalidade significa.

O que significa a taxa de imigração? A taxa de imigração é a diferença entre a entrada e a saída
de pessoas de um território.

Considerando essas duas taxas de crescimento natural ou vegetativo e as taxas de imigração - o


crescimento populcional pode ser positivo ou negativo.

A atual taxa de crescimento da população mundial é de erca de 1,7% ao ano. O que isso
significa? Esse índice é o mesmo em todas as regiões, em todos os países?

A tabela abaixo mostra a taxa anual de crescimento da população de algumas regiões do


mundo.
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TAXA DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO POR REGIÃO


(1970 - 1995)
Período
REGIÃO 1970-75 1975-80 1980-85 1985-90 1990-95
África 2,66 2,88 2,94 2,99 2,81
América Latina 2,48 2,29 2,17 2,06 1,84
América
Anglo-saxônica 1,06 1,07 1,00 0,82 1,05
Ásia 2,27 1,89 1,89 1,86 1,64
Europa 0,60 0,49 0,38 0,43 0,15
Oceania 1,81 1,49 1,51 1,48 1,54

 No período - 1990/1995 - em que região o índice de crescimento da população atingiu taxas superiores
2%?
 E onde foi o menor ?
 As regiões onde os índices de crescimento da população são mais elevados, são as mais pobres ou
ricas do planeta?

Países com maiores taxas


anuais de crescimento
populacional (1990-1995)
País Taxa
Afeganistão 5,8
Angola 3,7
Lêmen 5,0
Nicarágua 3,7
Jordânia 4,9
Quênia 3,6
Omá 4,2
Costa do Marfim 3,5
Israel 3,8
Síria 3,4

Sua tarefa é, consultando um atlas localizar os países mencionados na tabela.


Descobriu?
Na África, na Ásia, na América Central, onde a pobreza atinge níveis elevados; os índices de
aumento da população se mantém, também, elevados.

 Em que continente as taxas de fecundidade são maiores?


 E onde são menores?
 Qual a posição do Brasil em relação a essa taxa?
 Na América do Sul, em que países essas taxas são elevadas?
A partir da década de 80, ocorreu em alguns países do mundo um fenômeno: a implosão
demográfica, registrado, principalmente na Europa, onde têm ocorrido índices de crescimento próximos de zero
e até mesmo negativos.
A tabela a seguir ilustra essa afirmativa.
PAÍSES QUE MENOS CRESCEM
Países Taxa média anual de crescimento
no período 1990-95 (%)
Bulgária - 0,6
Ungria - 0,5
Romênia - 0,3
Portugal - 0,1
Itália - 0,1
Dinamarca - 0,2
Espanha - 0,2
Bélgica - 0,3
Reino Unido - 0,3
França - 0,4
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Será que isso tem a ver com a maior participação da mulher no mercado de trabalho?

Têm ocorrido modificações da estrutura familiar?

A presença feminina no mercado de trabalho: mais mulheres nos escritórios, nas lojas e nas
indústrias,menos filhos nos lares. Nas zonas francas de exportação dos países asiáticos, por exemplo, 80% da
força de trabalho é constituída por mulheres.

Nos países subdesenvolvidos que se industrializam, como Brasil, Argentina, México e Tigres
Asiáticos, ou em países cuja população tradicional tem bom nível cultural, como Chile e Uruguai, a queda do
crescimento surpreende, se comparada a algumas décadas passadas.

NASCER, VIVER, MORRER ... AS DESIGUALDADES NO QUE SE REFERE À MORTE.

A taxa de mortalidade deve ser interpretada com prudência. Por quê? Um país pode ter uma
taxa de mortalidade que seja o dobro da de outro, mas isso pode não estar relacionado às más condições de
saúde do lugar assim ao fato de sua população ser mais idosa. Ex.: a taxa de mortalidade da Itália e da Espanha
é de 10% contra 5% na Albânia, país que possui uma população com composição etária muito jovem.

A taxa de mortalidade infantil é considerada, hoje, um dos indicadores mais expressivos das
condições de vida da população de um país e, como conseqüência, do seu perfil de mortalidade.

 A mortalidade infantil, no mundo, tem diminuído? Leia, novamente, a unidade I: pirâmides etárias, para
resonder a essa pergunta.
 As condições econômicas e sociais interferem na mortalidade infantil?

Observação:
Taxa de mortalidade infantil é o número anual de crianças mortas antes de um ano de vida, para
mil nascimentos.

Analise os seguintes dados, sobre a taxa de mortalidade infantil:

 América do Norte - 7%
 Norte da Europa - menos de 10%
 África - pode atingir 90%
 O que você conclui?

O crescimento da população foi, ao longo do tempo, explicado a partir de teorias. As principais


foram:

TEORIAS MALTHUS

Thomas Malthus, em 1798, analisando a relação entre a produção de meios de subsistência e a


evolução demográfica nos Estados Unidos e na Europa, concluiu que crescimento populacional excedida da
terra de produzir alimentos.

A teoria de Malthus apresenta basicamente dois postulados.

a) “A população, se não ocorrerem guerras, e epidemias, desastres naturais, etc, tenderia a duplicar a
cada 25 anos. Ela cresceria, portanto e progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32, ... ) e constituiria um
fator variável, ou seja, cresceria sem parar.

b) O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10 ...) e


possuiria um limite de produção, por depender de um fator fixo: o próprio limite territorial dos
continentes.”
 Em que século essa teoria foi formulada?
 Nessa época, a coleta de dados era fácil?

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 Malthus tirou suas conclusões a partir da observação do comportamento demográfico em várias


regiões do mundo?

As respostas a essas questões constituem críticas a essa teoria, mostram os erros de previsão
do seu autor.

Que outras críticas são feitas a essa teoria?

Ele desconsiderou as possibilidades de aumento da produção agrícola a partir da Revolução


Industrial, ampliadas com a ocupação produtiva das terras férteis do continente americano por colonos
imigrantes.

Essa teoria, não previu os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica e


progresso tecnológico aplicado à agricultura.

Muitas vezes, de modo simplista, as idéias de Malthus são utilizadas para explicar a ocorrência
da fome do mundo, que seria resultado do crescimento populacional. Você concorda com isso?

 Há carência na produção de alimentos ou má distribuição dos mesmos?

TEORIA NEOMALTHUSIANA

O que você entende por neomalthusiana ?


Quando surgiu essa teoria?

Depois da Segunda Guerra Mundial, surgiram conquistas na área de saúde (produção de


antibióticos e de vacinas contra uma série de doenças) que se difundiram pelos países subdesenvolvidos;
ampliação dos serviços médicos; implantação de postos de saúde; ampliação das condições de higiene; etc.

Tudo isso fez com que houvesse uma redução das taxas de mortalidade, principalmente infantil;
ela e a manutenção das taxas altas de natalidade, resultou num grande crescimento populacional, que atingiu
seu apogeu na década de 1960 - explosão demográfica.

É nesse contexto que surge a nova teoria demográfica.


O que é neomalthusianismo?

“Segundo essa teoria, uma população jovem numerosa, resultnte das elevadas taxas de
natalidade verificadas em quase todos os países subdesenvolvidos, necessita de grandes investimentos nos
setores agrícola e industrial, o que impede o pleno desenvolvimento das atividades econômicas e, portanto, da
melhoria das condições de vida da população. Ainda segundo os neomalthusianos, quanto maior o número de
habitantes de um país, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital pelos agentes econômicos.”

 Compare as duas teorias:

- Os opostulados são os mesmos ?


Procure no dicionário o significado de postulado, para responder a essa pergunta.

- Cite uma diferença entre as teorias:

- A conclusãoa que ambas chegaram é a mesma ?

A corrente demográfica conhecida como nemalthusiana, propunha, como Malthus, soluções


antinatalistas para a soluçào das desigualdades socioeconômicas.

A vida real comprovou que não é a redução do crescimento da população que leva ao
desenvolvimento social econômico; são as conquistas socioeconômicas que reduzem as taxas de crescimento
populacional.

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TEORIA REFORMISTA

Foi elaborada em resposta aos neomalthusianos; inverte a conclusão das duas teorias
demográficas anteriores.

Uma população jovem numerosa, em virtude de elevadas de natalidade, não é causa, mas
conseqüência do subdesenvolvimento. Ela só se tornou empecilho ao desenvolvimento das atividades
econômicas nos países subdesenvolvidos, porque não foram realizados investimentos sociais, principallmente
em educação e saúde.

Observando o gráfico podemos constatar que as taxas de fertilidade baixas estão relacionadas
com a maior porcentagem de mulheres que cursaram o segundo grau.

À medida que as famílias obtêm condições dignas de vida, tendem a diminuir o número de
filhos para não comprometer o acesso de seus dependentes aos sistemas de educação e saúde.

Fique Ligado:

 A Coréia decidiu diminuir o número de nascimentos, mas como seus vizinhos do Extremo Oriente,
prioriza a educação da juventude, em conformidade com os princípios ditados pelo filósofo chinês
confúcio, que viveu cinco séculos antes de nossa era. A escola é um lugar privilegiado para se aprender
a viver em sociedade.
 Uma revolução demográfica silenciosa está prestes a acontecer na África, ao Sul do Saara, onde
verifica-se uma queda significativa da fecundidade em umnúmero não negligenciável de países.
 O crescimento da população mundial está, atualmente, em fase de desaceleração: esta foi constatado
pelo Population Reference Bureau (PRB), um organismo sediado em Washington, que publica a cada
dois anos uma estatística demográfica baseada em informações do Banco Mundial, da União Européia
e de instituições nacionais de estatística.

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