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1. CONVERSA INICIAL
Qualquer ciência possui determinados conceitos fundamentais, que formam a base daquela
ciência. São conceitos sobre os quais todo o conhecimento gerado pela ciência em questão se estrutura. A
afirmação acima é um desses conceitos básicos para a biologia. Ao trabalhar com essa idéia, a BIOLOGIA
ATUAL aceita que um ser vivo só pode surgir a partir de outro, da mesma espécie, através d e algum processo
de reprodução.
Com certeza, você pode se lembrar de algumas maneiras existentes na natureza através das
quais seres vivos dão origem a outros seres vivos. Exemplos bem familiares seriam:
Esses e outros exemplos ilustram bem a explicação para o surgimento da vida através da
reprodução. Ela nos parece, então, bastante simples e óbvia: tendemos a não duvidar dela.
Aquela goiaba que você ia comer, mas estava cheia de bichos de goiaba.
Os vermes e os bichos de goiaba são seres vivos. Como você explicaria a existência de
vermes dentro de você? Como eles foram parar lá? E os bichos de goiaba? Como foram parar dentro da
goiaba? Pense um pouco. Elabore explicações que você ache satisfatórias.
Muita gente diz que “comer dá vermes”. É possível que você já tenha ouvido esta afirmação.
Será que a presença do açúcar estimula o surgimento de vermes dentro dos seres humanos de forma
espontânea? Será que as pessoas querem dizer que o açúcar, de alguma maneira, dá origem aos vermes?
Pare para pensar... Mas não se esqueça de levar em consideração o que já foi discutido nesta unidade sobre a
origem dos seres vivos.
De uma maneira geral, qualquer um de nós só contrai uma verminose se ingerir os ovos
colocados pelos vermes. Esses ovos chegam até nós através da água ou de alimentos contaminados: são
ingeridos sem percebermos, pois eles são microscópicos. Portanto, o surgimento dos vermes em nosso corpo
também está relacionado com a reprodução de outros vermes adultos: só vermes podem dar origem a novos
vermes.
E o açúcar? Nada tem, a ver com esta história ... Seria importante perguntarmos, então, porque
às pessoas relacionam o aparecimento dos vermes ao açúcar. Para início de conversa, é importante ficar claro
que faz parte da natureza humana o desejo de explicar as coisas. O ser humano está sempre em busca dos
porquês. E nessa busca as respostas encontradas nem sempre são científicas. Você há de convir que, de fato,
explicar o aparecimento de animais dentro de outros animais (nós) não é tarefa fácil. É preciso conhecer o ciclo
reprodutivo dos vermes, conhecimento ao qual, infelizmente, nem todos têm acesso. Na falta da possibilidade
de construir uma explicação baseada em conhecimentos sobre como vivem e se reproduzem os vermes, o ser
humano – criativo que é – apela para outras explicações. Assim, os vermes passam a simplesmente “surgir”
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dentro de nós e, como esse surgimento tem que Ter alguma razão, o fator estimulador passa a ser o açúcar
que está nos doces (talvez porque as pessoas com verminoses tenham mais fome e tendam a ingerir mais
alimentos, inclusive os doces).
Não vamos nos esquecer dos bichos de goiaba. Você pode até não saber como eles surgem
na fruta, mas a esta altura, já deve estar pensando que eles não podem aparecer lá espontaneamente, tem
que Ter havido algum processo reprodutivo que explique seu surgimento. Os bichos de goiaba são larvas de
insetos. Fêmeas adultas desses insetos depositam seus ovos nos frutos e vão embora. Dos ovos saem as
larvas. Elas entram no fruto e se alimentam da própria goiaba até completarem seu desenvolvimento e
poderem sair voando por aí, como seus pais. Um dia, as fêmeas e os machos se acasalarão, as fêmeas
colocarão ovos e começará tudo de novo...
Repare que, apesar de aceitarmos facilmente que a reprodução é o único meio de gerar vida,
nos confundimos em algumas situações e, sem perceber, construímos explicações que acabam negando esse
fato. É bom lembrar que cometemos esses erros hoje, na passagem do século XX para o século XXI, época
em que já são bem conhecidos os ciclos de vida de inúmeros seres.
Até os cientistas chegaram à idéia aceita atualmente de que, em qualquer situação, seres vivos
só se originam de outros seres vivos, foi muito difícil. Muitas investigações, experimentações e discussões
foram realizadas até ficar provado que só a vida gera vida.
A idéia de que os seres vivos poderiam surgir não só a partir da reprodução, ou seja, da
matéria viva, mas também a partir da matéria bruta (sem vida) é conhecida como geração espontânea ou
abiogênese (a = negação; bio = vida; gênese = origem). A abiogênese constitui uma maneira de explicar o
surgimento da vida que, embora cientificamente ultrapassada, ainda está presente no cotidiano das pessoas.
O “princípio ativo” (algo bastante abstrato) estaria presente, por exemplo, em determinados
alimentos ingeridos pelo homem, o que explicaria o surgimento dos vermes em seu sistema digestivo
(poderíamos dizer que na explicação “doces dão vermes”, o “princípio ativo” capaz de promover a organização
da vida estaria presente no açúcar). Estaria presente também nos restos de comida jogados no lixo, o que
explicaria o aparecimento de larvas de insetos no lixo (na época em que a abiogênese era aceita não se sabia
que os pequenos animais de corpo alongado comumente vistos no lixo eram larvas de mosca; tais animais
eram chamados de “vermes” e até hoje é comum as pessoas se referirem às larvas desse modo).
A crença na possibilidade de gerar vida a partir da matéria sem vida era tão forte que alguns
defensores da abiogênese chegavam a apresentar procedimentos para se conseguir a geração espontânea de
seres vivos. Um médico belga, Von Helmut (1577 – 1644), tinha uma receita para contenção de ratos:
“Enche-se de trigo e fermento um vaso, que é fechado com uma camisa suja, de preferência de
mulher. Um fermento vindo da camisa transformado pelo odor dos grãos, transforma em ratos o próprio trigo”.
(Sonia Lopes. Bio. V. 1. Ed. Saraiva).
3. GÊNESE
O estabelecimento da hipótese da biogênese levou séculos e se deveu ao trabalho de vários
cientistas. Insatisfeitos com as explicações sobre a geração espontânea da vida e dispostos a se op orem a
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uma idéia aceita pela maioria, muitos cientistas realizaram experiências que foram, passo a passo, minando a
certeza depositada na abiogênese. Vamos conhecer alguns desses cientistas e suas experiências. Vamos
contar um pouco da história da construção do conhecimento científico sobre a origem dos seres vivos.
3.1 Redi
Redi verificou que a carne em putrefação atraía moscas. Elas entravam e saíam continuamente
dos frascos abertos, mas não tinham acesso à carne dos frascos fechados. Depois de algum tempo, ele pôde
observar que nos frascos abertos a carne estava cheia de “vermes” enquanto nos frascos fechados, os
“vermes” não apareciam.
Redi resolveu, então, estudar os tais “vermes”. Observou que após algum tempo, os animais
ficavam imóveis e recobertos por uma casca. Depois de alguns dias, dessa casca saía uma mosca.
O experimento elaborado por Redi é simples e é fácil que você chega às mesmas conclusões a
que ele chegou há mais de trezentos anos trás. Pense um pouco, analise você mesmo os fatos.
Redi conseguiu mostrar que a carne em putrefação não era capaz de originar vida. A vida tinha
como fonte outros seres vivos: as moscas que já existiam. Este estudo promoveu um forte abalo na hipótese
da geração espontânea. Entretanto, a idéia não foi completamente derrubada. Outros fatos e discussões
intervieram.
Até por volta do século XVII, não se tinha a menor idéia da existência de vida microscópica. Tal
conhecimento só se tornou possível à medida que o homem foi capaz de criar um modo de ver as coisas tão
pequenas que seus olhos não são capazes de enxergar. O homem inventou instrumentos capazes de
aumentar as imagens, os chamados microscópicos. Embora os primeiros microscópicos datem do século XVI,
eles só foram aperfeiçoados e utilizados com finalidades biológicas no século XVII. Imagine a fascinação dos
homens que pela primeira vez tornavam visível o invisível. Imagine o desafio de compreender todo um novo
mundo que se descortinava diante dos olhos dos homens.
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Assim, estudos dos microrganismos deram um novo ânimo aos adeptos da abiogênese. Se ela
não fosse verdadeira para o caso de formas de vida mais complexas, como as moscas, ao menos poderia se
aplicar aos microrganismos. Portanto, a existência da abiogênese continuava sendo uma possibilidade.
Para demonstrar a abiogênese dos microrganismos, o cientista inglês John Needham (1713-
1781) realizou vários experimentos nos quais fervia vários frascos contendo substâncias nutritivas (já se sabia
que a fervura mata os microrganismos). Em seguida, fechava os frascos com rolhas. Após alguns dias,
observava o material ao microscópio: havia microrganismos nas soluções nutritivas!
Esse experimento contribuiu bastante para que a geração espontânea continuasse sendo uma
idéia aceita.
Alguns anos mais tarde, ainda no século XVII, um pesquisador italiano, Lazzaro Sapallanzani
(1729-1799), repetiu a experiência de Needham, mas fez algumas modificações. Colocou a solução nutritiva
em balões de vidro. Fechou os balões hermeticamente e os submeteu à fervura por uma hora. Depois de
alguns dias, a análise do conteúdo dos balões revelou a ausência de microrganismos. Deixando os frascos
abertos, os microrganismos tornavam a aparecer. Spallanzani concluiu que não havia a geração espontânea
dos microrganismos e que estes só haviam aparecido nos frascos fechados de Needham porque a fervura não
havia sido feita pelo tempo necessário para matar todos os microrganismos.
Agora parece que a abiogênese está derrubada. Só parece ... Houve contra – argumentação
por parte dos adeptos dessa idéia. Needham apelou para a questão do “princípio ativo”. Respondeu que a
fervura por tempo prolongado em recipientes fechados tornava o ar desfavorável para o aparecimento da vida,
destruindo o tal “princípio ativo”. Assim, a polêmica abiogênese x biogênese continuou.
3.3 Pasteur
Já no século XIX, o cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) ainda tinha o mesmo desejo
que Redi e Spallanzani: mostrar a impossibilidade da abiogênese. Para isso, como seus antecessores,
elaborou uma experiência com a qual esperava provar à comunidade científica suas convicções sobre o
surgimento da vida. Para seu experimento, Pasteur idealizou balões de vidro que ficaram conhecidos como
“pescoço de cisne”. a experiência transcorreu da seguinte maneira:
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Pasteur exibiu seu material e seus resultados na Academia de Ciências de Paris em 1864. Ele
conseguiu mostrar que, enquanto não houve contato do líquido nutritivo com os microrganismos do ar, não
surgiu vida nos balões. Conseguiu também eliminar o argumento da destruição do “princípio ativo”, já que os
balões foram mantidos abertos todo o tempo e o ar em seu interior podia se renovar.
Dessa vez, não houve como contra argumentar. A abiogênese estava definitivamente
desacreditada.
Vencido esse desafio, outro muito maior se apresenta: se “todo ser vivo provém de outro ser
vivo preexistente”, como surgiu o primeiro ser vivo na Terra? As respostas que a biologia dá a essa pergunta
você vai estudar na próxima unidade. É a história do pensamento científico que continua ...
EXERCÍCIOS
2. Será que você já conseguiu derrubar a abiogênese? Faça o teste, tentando dar uma explicação para a
situação a seguir:
Ao abrir um saco de feijão que estava guardado há muito tempo, você encontra vários
“bichinhos” (insetos). Eles não estavam lá quando o feijão foi comprado. Como apareceram?
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3. Na “receita” de Von Helmut, a obtenção de ratos é explicada pela geração espontânea. Como você explica
o surgimento dos ratos na situação descrita por ele?
4. Agora você vai resumir a história do conflito abiogênese X biogênese. Releia as experiências de Redi,
Spallanzani e Pasteur. Considerando o trabalho de cada um deles, faça um resumo da experiência
realizada, cite o resultado obtido (o que aconteceu durante a experiência), a conclusão a que o cientista
chegou e os contra – argumentos dos adeptos da abiogênese.
a) Redi Conclusão:
Experiência: Contra – argumentos:
Resultado:
b) Spallanzani Conclusão:
Experiência: Contra – argumentos
Resultado:
c) Pasteur Conclusão:
Experiência: Contra – argumentos:
Resultado:
5. Após a experiência de Pasteur, a abiogênese foi abandonada. Veja se você entendeu porque Pasteur foi
tão bem – sucedido.
a) Pasteur criou o balão “pescoço de cisne”. embora mantido aberto, esse balão não permite que os
microrganismos cheguem ao líquido fervido. Por que?
b) Por que os adeptos da geração espontânea não puderam usar o argumento da destruição do “princípio
ativos” no caso da experiência de Pasteur?
GABARITO
1. a) AB b) AB c) B d) AB e) B
3.O cheiro proveniente da camisa suja e a fartura de alimento encontrada no interior do vaso atraem os
ratos. Assim, após alguns dias, muitos ratos vindos dos arredores podem ser encontrados no vaso,
aproveitando o alimento.
4.a) Experiência: pedaços de carne colocados em frascos abertos e fechados com gaze.
Resultado: Larvas só surgiram nos frascos abertos.
Conclusão: As larvas resultam de ovos colocados por moscas.
Contra – argumentos: A geração espontânea é válida porque é observada no caso dos microrganismos.
c) Experiência: fervura de solução nutritiva contida em balões “pescoço de cisne” mantidos abertos.
Resultado: A solução se manteve estéril; microrganismos só foram encontrados após a quebra do “pescoço
de cisne”.
Conclusão: A geração espontânea de microrganismo não acontece.
Contra – argumentos: Não houve.
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5. a) Porque a água resultante da condensação dos vapores se acumula na curva do “pescoço” e retém os
microrganismos do ar que entra no balão.
b) Porque o balão foi mantido aberto todo o tempo, permitindo a entrada de ar no balão.
Na unidade anterior, você ficou sabendo que a origem da vida do planeta Terra intrigou
seres humanos de várias épocas, mobilizando uma série de idéias que explicassem o que muitos
consideravam milagre.
O planeta Terra, no início de sua formação, era como uma esfera incandescente. Foi aos
poucos se resfriando, criando uma superfície sólida, contendo em seu interior um material com temperaturas
elevadas e submetido a fortes pressões. Essas pressões forçavam esse material a brotar dos vulcões sob a
forma de lavas, gases e vapor d’água. O vapor d’água condensava-se nas alturas e caía como chuvas
torrenciais que duraram muitos séculos, formando os oceanos. Este era o cenário da Terra primitiva, um
ambiente desfavorável à vida, uma vez que, além das altas temperaturas, supõe-se que, por evidências
geológicas, a atmosfera era completamente diferente da atual e não havia ainda o gás oxigênio, fundamental
para a sobrevivência da maior parte das formas de vida existentes hoje em dia. Os cientistas concluíram, a
partir de estudos comparativos da atmosfera de outros planetas, que os gases que constituíam a atm osfera
primitiva eram o metano, a amônia, o gás hidrogênio e o vapor d’água.
Em meio a tempestades, podemos esperar que o céu fosse varrido por rajadas de raios e
trovões. Estas descargas elétricas e os raios ultravioleta, emitidos pelo sol, deviam facilmente destruir as
ligações químicas dos gases primitivos, e forneciam energia para que outros tipos de substâncias, a partir
dessas reações, fossem formados. É bem provável que tenha sido esse o processo de formação das
moléculas orgânicas simples, como, por exemplo, aminoácidos e açúcares.
Essas moléculas orgânicas são componentes fundamentais das células e do organismo dos
seres vivos (ao final desta unidade, no apêndice, você terá algumas explicações sobre a química). A hipótese
descrita acima foi um modelo proposto pelo cientista Stanley Miller, a partir de uma experiência que simulava
as condições da Terra primitiva, a fim de obter a síntese de moléculas orgânicas.
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moléculas e elas teriam se unido, formando moléculas maiores. Aminoácidos formaram proteínas, açúcares
simples formaram polissacarídeos e nucleotídeos constituíram ácidos nucléicos, sendo estes últimos
componentes do material genético, responsável pela hereditariedade.
Oparin, outro cientista que contribuiu para a hipótese moderna de formação das primeiras
células, provou que as proteínas, sob certas condições, se agrupam formando o que denominamos de
COACERVADOS. Digamos que alguns coacervados pudessem Ter englobado moléculas de ácidos nucléicos
no seu interior, proteínas enzimáticas e se aderissem a moléculas de gordura que formassem uma camada
protetora em torno deles; teríamos, então, um ser vivo, ainda que extremamente simples, mas capaz de
individualizar-se do meio externo, realizar metabolismo e reproduzir-se. Esta é uma hipótese bem provável
para a formação dos primeiros seres vivos dos destruidores raios ultravioletas do sol e imersa num ambiente
repleto de nutrientes.
viviam na água, eram bem simples, portanto unicelulares (formados por uma única célula). Eles
não deviam Ter mesmo nenhum problema de falta de alimento, já que os mares formavam um verdadeiro caldo
de nutrientes, entre eles os açúcares (lembra-se de como se formaram as moléculas orgânicas?), compostos
que guardam muita energia. As células primitivas absorviam essas substâncias e as utilizavam para obter
energia e matéria – prima. Este tipo de alimentação tem o nome de HETEROTRÓFICA (hetero=diferente;
trofos=alimento) e os seres são chamados de HETERÓTROFOS.
E para degradar o alimento, a fim de retirar a energia nele contida, o que faziam? Já sabemos
que esses seres não dispunham do gás oxigênio, inexistente na atmosfera naquela época. O oxigênio é
utilizado por nós, seres humanos, e por boa parte dos seres vivos atuais, no processo de quebra das moléculas
de açúcares simples (glicose), provenientes de nossa alimentação, para obtermos a energia presa nas ligações
químicas desses compostos. Essa energia é vital para que nosso organismo funcione. Mas se a energia
contida em certas moléculas orgânicas é necessária para a manutenção da vida, como os primeiros seres
vivos “quebravam” esses compostos para obter energia, já que não havia oxigênio no ambiente? Utilizavam um
processo bem mais simples chamado FERMENTAÇÃO, que degrada o alimento sem utilização do oxigênio. É,
portanto, um processo ANAERÓBIO (ana= sem; aero= ar: bio= vida), ou seja, na ausência de oxigênio. Estes
foram chamados de ANAERÓBIOS ou ANAERÓBICOS.
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Com alimento suficiente, bastante espaço e nenhum “inimigo”, os seres vivos primitivos
deveriam nascer, crescer e se reproduzir livremente. Com isso, aumentaram de número. O que você acha que
deve Ter ocorrido, com o passar do tempo? Isso mesmo: a alimentação disponível foi acabando, até porque,
com o resfriamento da Terra, diminuíram as tempestades, dificultando a produção de novas moléculas
orgânicas. Começou a haver competição pelo alimento e alguns destes seres vivos que, por acas o,
desenvolvessem mecanismos alternativos de obtenção de nutrientes, tornando-os um pouco mais
independentes deste alimento dissolvido nos mares, saíam em vantagem. É provável que estes seres
conseguissem sintetizar seu próprio alimento, a partir de material simples e abundante no meio, como água e
gás carbônico. Para unir estas moléculas simples, não orgânicas, e formar moléculas mais complexas
(orgânicas) e energéticas, devem Ter utilizado a luz solar, que, justamente por terem desenvolvido
mecanismos mais sofisticados (pigmentos como a clorofila), conseguiam captar. Estes seres, diferentemente
dos primeiros, heterótrofos, seriam AUTÓTROFOS (auto= a si mesmo; trofos= alimento) e
FOTOSSINTETIZANTES (foto= luz; síntese a partir da luz).
Além de terem vantagens sobre os primeiros seres vivos, os seres autótrofos, no processo de
fotossíntese, produziram o gás oxigênio que se acumulou na atmosfera. Uma parte deste gás transformou -se
em ozônio, que foi, com o tempo, formando uma barreira natural à maior parte dos raios ultravioleta do sol, que
destroem as formas de vida, tornando o planeta Terra um ambiente cada vez mais favorável para os seres
vivos.
Tínhamos, então, nesta altura, seres vivos que desenvolveram processos vitais mais
elaborados que aos antecessores. A respiração, com o tempo, permitiu o aparecimento de seres vivos cada
vez maiores, mais complexos, pluricelulares (pluri= várias).
E assim vem acontecendo a evolução dos seres vivos na Terra, um processo em que os
organismos que vão surgindo modificam o ambiente e permitem que outros seres mais complexos possam vir a
sobreviver. O meio ambiente foi de tal forma transformado pelos seres vivos ao longo do processo de evolução
da vida que, hoje em dia, não seria mais possível que moléculas orgânicas simples pudessem originar formas
de vida. Atualmente, a vida só surge de outra preexistente (hipótese da biogênese).
Já sabemos que a vida surgiu e evoluiu. Mas a que fatores podemos atribuir as modificações
sofridas pelos seres vivos ao longo do tempo? Cientistas de diferentes épocas explicaram o fenômeno da
evolução de maneiras diversas. É o que vamos discutir na próxima unidade.
Nesta unidade, afirmamos que os seres vivos são formados por moléculas orgânicas. Vamos
tentar entender o que isso quer dizer.
Tudo o que existe no nosso planeta e em todo o universo é formado por matéria ou por
energia. Matéria é tudo o que tem massa (que pode ser medida por uma balança) e ocupa um lugar no espaço.
O ferro que está presente nos utensílios que usamos, a proteína que forma nossos cabelos e unhas, o oxigênio
que respiramos, são exemplos de matéria. Os seres vivos, os objetos e todos os seres inanimados são
formados de vários tipos de matéria. Toda matéria é formada por aglomerados de partículas infinitamente
pequenas chamadas átomos. Veja no esquema a seguir três tipos de átomo: o oxigênio e o carbono.
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Os átomos são formados por uma estrutura central chamada NÚCLEO e partículas que giram
em torno desse núcleo, os ELÉTRONS.
Os átomos, por razões que você saberá nos volumes de química, em sua grande maioria,
unem-se uns aos outros, na natureza, formando compostos. Alguns desses compostos são as MOLÉCULAS.
Veja: na figura abaixo, estão representadas duas moléculas. A primeira, o gás hidrogênio, é uma molécula
formada por dois átomos de hidrogênio que acabam compartilhando seus elétrons. A Segunda, representa uma
molécula de água. A molécula de água é formada por um átomo de oxigênio (no centro) e dois átomos de
hidrogênio (menores, nas laterais).
Existem moléculas de vários tipos e tamanhos. As mais simples, formadas na natureza, são
chamadas MOLÉCULAS INORGÂNICAS (in= negação; não orgânicas). A figura mostrada acima exemplifica
duas moléculas inorgânicas. Já as moléculas orgânicas são maiores e mais complexas. Elas formam a
estrutura orgânica dos seres vivos, em outras palavras, as células. Outra característica desse tipo de molécula
é a presença de átomos do elemento químico CARBONO. No esquema a seguir, comparamos duas moléculas
inorgânicas (água e gás carbônico) com uma molécula orgânica (glicose).
“presa” nos compostos orgânicos para realizar todas as suas atividades vitais. Para conseguir essa energia, os
seres vivos devem “quebrar” essas moléculas.
Os açúcares, além de participar de algumas estruturas celulares, são fonte primária de energia
para a célula, bem como os lipídios (gorduras).
Os ácidos nucléicos, como o próprio nome sugere, estão presentes no material que forma o
núcleo das células, mais precisamente, fazem parte do seu material hereditário. Este material é constituído de
moléculas orgânicas longas, o RNA e o DNA (quando estudarmos o núcleo das células, você verá melhor o
assunto). Abaixo, há o esquema da molécula do DNA. Esta molécula tem a capacidade de guardar
informações a respeito da célula, circunstância essencial para que os seus descendentes sejam semelhantes à
célula original. Trata-se de uma das características fundamentais da vida – a capacidade de perpetuação da
espécie, assegurada pelo DNA celular.
EXERCÍCIOS:
1. Descreva, rapidamente, como era o ambiente na Terra assim que ela se formou:
2. Por que o ambiente da Terra primitiva era desfavorável à vida?
3. Quais os gases que formavam, provavelmente, a atmosfera da Terra primitiva?
4. Sobre as moléculas orgânicas, responda ao que se pede:
a) O que são?
b) Cite três exemplos de moléculas orgânicas:
c) Como se formaram as primeiras moléculas orgânicas no planeta?
5. Segundo o que leu na unidade, como deveriam ser os primeiros seres vivos da Terra?
6. Os primeiros seres vivos tinham alimentação heterotrófica. O que quer dizer isso e por que essa deveria
Ter sido a forma deles obterem alimentos?
7. Onde os seres vivos obtêm a energia necessária para a vida?
8. Estabeleça as diferenças entre:
a) fermentação e respiração
b) seres naeróbicos e seres aeróbicos:
c) heterótrofos e autótrofos:
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MÚLTIPLAS ESCOLHAS
1. O esquema seguinte representa o período de evolução que vai de cerca de 4,5 bilhões de anos até hoje.
2. De acordo com a teoria da origem da vida, elaborada por Oparin, são condições essenciais para que a vida
tenha surgido na Terra, EXCETO:
3. As frases abaixo contêm os principais acontecimentos da provável origem da vida. Numere as frases de
modo a formar a seqüência correta. Assinale, em seguida, nas opções abaixo, a que corresponde à sua
numeração.
a) 4,2,5,3,8,7,1,6 d) 3,2,5,4,6,8,1,7
b) 4,1,5,3,7,8,2,6 e) 3,2,5,4,6,1,8,7
c) 4,2,5,3,6,8,1,7
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GABARITO
1. Inicialmente era incandescente e foi se resfriando aos poucos, criando uma superfície sólida, contendo
em seu interior material submetido a altas pressões e temperaturas. Esse material incandescente brotava dos
vulcões, junto com vapor d’água, formando nuvens e muita chuva, que formavam os oceanos.
2. Suas temperaturas eram muito altas e não havia ainda oxigênio na atmosfera.
4. a) Formam a estrutura orgânica das células dos seres vivos e são constituídas pelo
elemento químico carbono, entre outros.
b) glicose, ácidos nucléicos, lipídios, proteínas, etc.
c) as descargas elétricas das chuvas e os raios ultravioleta do sol destruíam as ligações químicas dos gases
primitivos e forneciam energia para que outros tipos de substâncias fossem formados.
b) os anaeróbicos degradam o alimento sem utilização do oxigênio enquanto os seres aeróbios o fazem
utilizando o oxigênio do ar.
c) seres heterótrofos captam o alimento do meio onde vivem e seres autótrofos sintetizam seu próprio
alimento.
9. Os seres autótrofos liberavam oxigênio durante a realização da fotossíntese, fazend o com que este gás
se acumulasse na atmosfera, criando uma camada protetora contra os raios ultravioleta do sol, que destroem a
vida permitindo, com a modificação do ambiente, que formas de vida mais evoluídas pudessem surgir.
10. Porque as condições do ambiente terrestre atualmente, assim como atmosfera, sofreram grandes
transformações e não são mais como na época primitiva.
Múltiplas escolhas:
1. B 2. D 3. A
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Hoje já se sabe que a vida teve início no planeta Terra há mais ou menos quatro bilhões de
anos. Durante todo esse tempo, ou mesmo antes, o planeta vem sofrendo transformações físicas e geológicas
que a ciência pode atestar. Foram formados novos continentes, algumas terras desapareceram, montanhas
surgiram, enfim, a paisagem terrestre não é a mesma do início da sua formação. O mesmo tem acontecido
com os seres vivos. Nos dias atuais, podemos contar com uma série de evidências de que os seres vivos que
aqui habitam não são os mesmos de milhões de anos atrás. Isso é possível graças aos recursos de que
dispõem técnicos e cientistas. Nem sempre, porém, pôde-se contar com esses avanços tecnológicos.
1. OS MITOS DA CRIAÇÃO
Alguns povos bem antigos como os hindus, há cinco mil anos ou os gregos, anteriores a Cristo,
já acreditavam que os seres vivos se transformavam ao longo do tempo. O homem ocidental, no entanto,
permaneceu até meados do século XVIII atrelado ao mito da criação do planeta Terra e dos seres vivos
proposto pelo Gênesis bíblico. O Gênesis é a parte da Bíblia que fala da origem dos tempos (Gênesis significa
origem). Este livro conta que Deus criou o mundo e todas as criaturas que nele habitam e que estes seres
vivos não mudaram desde o princípio, ou seja, segundo esta concepção, as espécies que conhecemos são as
mesmas da época da criação.
Mais tarde, quando houve o aperfeiçoamento de instrumentos ópticos, como as lentes que
aumentavam o poder de alcance do olho humano, puderam-se observar seres microscópicos (= muito
pequenos), como bactérias, e acompanhar o desenvolvimento embrionário de várias espécies de animais.
Estas observações sugeriam que os animais guardavam muita semelhança entre si quando eram embriões,
dando a idéia de uma origem comum. Ficava evidente que o criacionismo não daria mais conta de explicar a
origem da variedade de seres vivos do planeta.
Lamarck achava que cada ser vivo possuía dentro de si uma certa determinação em adaptar-
se às condições do meio em que vivia. De tal forma seria essa sintonia com o ambiente que, segundo ele, o ser
vivo teria a capacidade de desenvolver alguns órgãos, caso fossem necessários e, ao contrário, se outros
órgãos não fossem muito úteis, acabariam por atrofiar-se e desaparecer. Esta é, em resumo, a primeira lei da
teoria de Lamarck, a lei do uso e desuso de órgãos e estruturas. Um exemplo que pode ilustrá-la melhor seria a
de um estivador, que de tanto trabalhar carregando carga pesada nos ombros, acabaria por desenvolver uma
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musculatura forte, ao passo que o trabalhador que exercesse sua profissão de forma sedentária teria a
tendência a Ter a musculatura flácida por falta de uso.
A história se complica um pouco a partir da segunda lei da teoria de Lamarck. Ela afirmava que
após o desenvolvimento do órgão ou de sua atrofia, por imposição do ambiente, esta nova característica seria
transmitida aos descendentes do ser vivo. Teríamos, assim, ao longo das gerações, o aparecimento de novas
espécies, diferentes cada vez mais das originais.
Hoje sabemos que modificações que acontecem nas células somáticas (soma = corpo –
células do corpo dos seres vivos) não são transmitidas aos descendentes, a menos que as modificações
ocorram em células germinativas (células responsáveis pela reprodução dos seres vivos – você entenderá
melhor quando estudar o volume sobre reprodução). Mas era preciso combater essa concepção de forma
científica. Isso aconteceu através de uma experiência realizada por um cientista alemão contemporâneo a
Lamarck chamado Weissman. Ele cortou a calda de ratos durante várias gerações, fazendo-os cruzarem e
observando sua prole. Os filhotes, ao contrário do que poderia supor as idéias de Lamarck nasciam todos com
cauda. Ficou provado, assim, que as características adquiridas a partir da adaptação dos seres vivos ao meio
não eram passadas a seus descendentes.
Apesar de merecer críticas, o trabalho que Lamarck legou à ciência tem méritos que devem
ser reconhecidos. Ele foi o primeiro naturalista a tentar questionar as bases do criacionismo de maneira
científica, comentando em debates e pesquisas que levaram outros cientistas a investigar a evolução das
espécies. Também lançou o conceito de adaptação dos seres vivos ao ambiente, fundamental para o
desenvolvimento de teorias de outros naturalistas que vieram depois, como por exemplo Charles Darwin.
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
Pronto! Era o que faltava a Darwin para que formulasse a sua teoria da evolução. Essa teoria
baseava-se nos seguintes argumentos:
1. Os indivíduos de uma mesma espécie são bastante semelhantes, mas guardam certas
particularidades (variações).
2. Os seres vivos se reproduzem, gerando uma quantidade grande de descendentes.
3. Ao longo das gerações, porém, o número de indivíduos de uma espécie é sempre constante, não
tende a aumentar.
4. Deve haver competição, luta pela sobrevivência, já que a quantidade de alimento não é suficiente
para todos.
5. Os organismos que tiverem adaptações favoráveis às condições ambientais sobreviverão, ao
passo que os que não forem tão bem adaptados, morreram sem deixar descendentes.
6. A este tipo de “escolha”, Darwin chamou de SELEÇÃO NATURAL.
Você verá a seguir a esquematização da teoria darwiniana sobre seleção natural a partir de
uma mutação, neste caso, favorável que permitiu que um mutante se reproduzisse e suplantasse, em número,
a espécie original. Cada bolinha representa um indivíduo da espécie.
Depois de conhecer as teorias de Lamarck e Darwin, vamos propor pra você um desafio: o de
explicar a evolução de um determinado ser vivo segundo as idéias desses dois naturalistas. Como você diria
que a girafa se concordasse com Lamarck? E se você concordasse com as idéias de Darwin?
Bem, vamos lá ..... veja se sua explicação é semelhante a esta: segundo a teoria lamarckista a
girafa teria tido ancestrais de pescoço curto. Com o tempo, o alimento disponível para esses animais pode ter-
se escasseado. Neste caso, teriam sobrado apenas as folhas de árvores. Como as girafas primitivas, com
pescoço curto, não alcançavam a copa das árvores, devem ter-se esforçado para que seu pescoço fosse
aumentando de tamanho. De tanto tentarem, devem ter conseguido atingir o alimento contido no topo das
árvores e, assim, conseguido não só sobreviver, como também gerar descendentes de pescoço longo.
Como já dissemos nesta unidade, modificações que acontecem com o corpo dos seres vivos
(nas células somáticas) não podem ser transmitidas aos filhotes. Portanto, explicar o pescoço longo da girafa
com um “olhar” lamarckiano não é nada científico nos dias de hoje.
E segundo Darwin, qual seria a explicação para o tamanho do pescoço desse animal? Já
pensou? Veja se parece com esta: para Darwin, deveriam nascer girafas com tamanhos variáveis de pescoç o.
Na falta de alimento próximo ao chão, apenas as girafas que já nasciam com o pescoço mais longo é que
podia alcançar o alimento nas árvores. As outras (de pescoço curto) não conseguiam alcançar o alimento e
acabavam morrendo, antes mesmo de se reproduzirem. A seleção natural teria atuado, preservando as girafas
com a adaptação favorável às condições ambientais. Os descendentes dessas girafas nasciam também com
pescoço longo porque essa já era uma característica que seus pais possuíam desde que nasceram.
corpo de macaco, numa alusão ao parentesco do homem com os símios. Mas o tempo rendeu-se às
evidências e suas teorias serviram de base à moderna teoria da evolução.
Este é apenas um resumo da essência da teoria sintética. Ela leva em consideração o conceito
de seleção natural proposto por Darwin, acrescentando conhecimentos advindo da genética, como mutação e
outros que explicam como uma nova espécie surge a partir da espécie original, como o isolamento reprodutivo
e o isolamento geográfico, ou a deriva genética (que serão explicados em outra unidade, quando você já tiver
mais elementos para assimilar esses conteúdos).
Esperamos que tenha ficado claro que a teoria sintética é, na verdade, o resultado do
amadurecimento de todos esses anos (séculos) de pesquisa científica, onde a contribuição individual de cada
naturalista foi fundamental, mesmo que agora seja considerada superada. Um dia, com os avanços da ciência,
quem sabe esta teoria sintética da evolução também venha a ser complementada? O fundamental é que todas
essas idéias são modelos necessários para servir de base à pesquisa científica.
Na próxima unidade, você estudará várias provas científicas que, reunidas, dão respaldo à
concepção da evolução.
EXERCÍCIOS
1) O que vem a ser FIXISMO ou CRIACIONISMO e que acontecimentos históricos começaram a pôr a
prova estas idéias?
2) Qual foi o primeiro naturalista a duvidar do fixismo e propor uma teoria científica para a evolução dos
seres vivos na Terra?
4) Entre a lei do uso e desuso e a lei da herança dos caracteres adquiridos, qual a que você
considera mais viável? Justifique sua resposta.
5) Descreva sucintamente o experimento que provou que algumas das concepções de Lamarck estavam
incorretas:
6) O que podemos destacar de positivo da teoria da evolução de Lamarck?
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
MÚLTIPLAS ESCOLHAS
1) Muitos inseticidas, como DDT, foram utilizados indiscriminadamente no controle dos insetos.
Posteriormente perderam muito da sua evidência porque:
2) Um surfista que se expunha muito ao sol sofreu danos em seu DNA em conseqüência de radiações. UV, o
que resultou em pequenos tumores na pele. Caso ele venha a ser pai de uma criança, ela:
3) Um estudante levantou algumas hipóteses para explicar por que em alguns rios de caverna os peixes são
cegos. Qual delas está de acordo com a teoria sintética da evolução?
a) No ambiente escuro das cavernas, os olhos se atrofiam como conseqüência da falta de uso.
b) Os olhos, sem utilidade na escuridão das cavernas, se transformam ao longo do tempo em órgãos táteis.
c) No ambiente escuro das cavernas, os peixes cegos apresentaram vantagens daptativas em relação aos
não cegos.
d) A falta de luz nas cavernas induziu mutação drástica, que levou à regressão dos olhos num curto espaço
de tempo.
e) A falta de luz nas cavernas induziu mutações sucessivas que ao longo de muitas gerações levaram à
regressão dos olhos.
4) Associe as colunas:
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
GABARITO
1) É a concepção pela qual as espécies de seres vivos atuais são as mesmas da época da criação, não
tendo sofrido evolução. As grandes navegações, que fizeram os europeus conhecerem terras e seres
vivos diferentes, e o aperfeiçoamento de instrumentos tópicos, que permitiram a observação de
estruturas microscópicas, são exemplos de fatos que começaram a pôr em prova o fixismo.
2) Jean-Baptiste Lamarck
4) A lei do uso e desuso é aceitável, pois um órgão ou estrutura podem ser desenvolvidos ou atrofiados
caso sejam muito usados ou não. Isso pode mudar algumas características do ser vivo. Estas
características, porém, não podem passar para a próxima geração, uma vez que a modificação
aconteceu nas células que formam o corpo do ser vivo e não nas células responsáveis pela sua
reprodução.
5) Weissman cortou a cauda de ratos durante várias gerações, fazendo-os cruzarem e observou que os
ratos só geravam filhotes com cauda, provando que as características adquiridas a partir da adaptação
dos seres vivos ao meio não eram passadas a seus descendentes.
6) Ele foi o primeiro naturalista a tentar questionar as bases do criacionismo de maneira científica lançou
o conceito de adaptação.
7) Cada indivíduo, apesar de pertencer a uma espécie, nasce com pequenas variações e geram uma
grande quantidade de descendentes. Como o número de indivíduos, ao longo das gerações, não tende
a mudar, deve haver competição, onde os seres vivos mais adaptados ao ambiente sobreviverão,
enquanto que os menos adaptados morrerão. Este é o princípio da Seleção Natural.
b) Segundo a teoria darwinista, no meio havia bactérias sensíveis a drogas e outras que já nasciam
insensíveis. Em contato com o antibiótico, apenas as bactérias insensíveis conseguiam sobreviver. Elas
geravam bactérias insensíveis e, assim a população resistente à drogas nasceu.
9) Ele introduziu o conceito de seleção natural e sua teoria serviu de base à moderna teoria da evolução.
10) Os conceitos de mutação, que seria uma “falha” no código genético, de isolamento reprodutivo e
geográfico e deriva genética (que serão estudados em genética).
Múltiplas Escolhas
1.D 2.E 3.C 4. (2,3,1)
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
Como você já sabe, os cientista de hoje aceitam a evolução da vida como um fato: não há
dúvidas de que ela ocorreu e continua ocorrendo. Entretanto, todo fato científico precisa de provas. Ao longo
do tempo, os cientistas foram encontrando na natureza evidências de que os seres vivos realmente evoluíram.
As principais destas evidências você vai estudar nesta unidade.
Imagine como seria bom para os estudos sobre a evolução biológica se pudéssemos voltar no
tempo. Poderíamos saber como eram os animais, as plantas e os microorganismos de milhares de anos atrás.
Poderíamos também comparar esses seres de épocas remotas com os atuais. Saberíamos, então, o que
mudou. Traçaríamos a história evolutiva de inúmeros seres. Teríamos uma idéia precisa de como a vida
evoluiu.
O tema da viagem no tempo sempre encantou o homem. Ele está presente em inúmeros livros
e filmes de ficção. Mas tal viagem não faz parte de nossa realidade. Então, como saber sobre os seres do
passado? Como afirmar que eles sofreram lentas e contínuas mudanças?
O homem descobriu uma maneira de olhar o passado sem precisar viajar no tempo. Temos
informações concretas sobre determinados seres do passado. Pense um pouco, você já deve Ter ouvido falar
em como os cientistas estudam seres que nem existem mais. Se você pensou nos fósseis, acertou! Eles são
verdadeiros “retratos” de um passado longínquo.
Que imagem vem à sua cabeça quando falamos em fósseis? É provável que seja a de um
esqueleto de dinossauro. Ossos preservados de animais do passado são realmente considerados fósseis.
Entretanto, você precisa saber que esses não são os únicos tipos de fósseis. Os cientistas consideram como
um fóssil qualquer vestígio deixado por um ser do passado. Assim, um pedaço de tronco de árvore ou uma
semente que foi preservada através dos tempos são exemplos de fósseis. Uma pegada deixada por um animal
há milhares de anos também é um registro fóssil.
A ciência que estuda os fósseis é a paleontologia (do grego palaios = antigo; onto = ser; logos
= estudo). Os paleontólogos desenvolveram métodos para datar os fósseis. Assim, quando um fóssil é
encontrado, é possível saber em que época o ser que deixou aquele vestígio viveu.
O estudo dos fósseis tem permitido mostrar que, ao longo de sua história, a Terra tem sido
habitada por seres diferentes. Lembre-se de que, a cada momento, a seleção natural está atuando, de modo
que os seres têm características que os tornam mais adaptados ao ambiente em que vivem são preservados,
enquanto os outros são eliminados. Em um outro momento, as formas de vida outrora preservadas passam a
eliminadas, pois já não respondem tão bem as pressões de um ambiente que se modificou. Os fósseis
representam uma maneira de contar essa história da ação da seleção natural.
No caso de alguns seres, muitos fósseis de épocas diferentes foram encontrados, o que tornou
possível praticamente recriar sua história evolutiva: traçar uma seqüência das modificações sofridas por eles
desde remotos ancestrais até as formas atuais.
O cavalo é um dos seres que tem sua história evolutiva mais bem conhecida, pois já foram
encontrados mais de 200 tipos de fósseis diferentes. Arrumados em ordem cronológica, esses fósseis
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
permitiram que se conhecessem as mudanças no porte, no formato da cabeça, no número de patas, entre
outras. Veja como os fósseis revelam a evolução das patas desse animal.
Agora considere os seres “R” e “S”. qual é o ancestral comum aos dois? Agora o ancestral, “H”
está próximo no tempo. Isso significa que “R” e “S” só conseguiram linhas evolutivas distintas mais
recentemente são parentes próximos.
Como a biologia pode conseguir evidências de que realmente houve um ancestral comum a
todos os seres vivos? A resposta não é tão difícil: se há parentesco, devem existir semelhanças. Podemos
esperar que quanto mais próximo o parentesco, maiores sejam as semelhanças entre os seres. Então, vamos
falar de semelhanças?!
Entre os diferentes vertebrados, por exemplo, podem ser encontradas várias semelhanças
anatômicas. Uma delas está nos membros locomotores:
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
A relação da evolução com a adaptação dos seres a diferentes ambientes e formas de vida.
Órgãos que têm a mesma origem evolutiva, mas funções diferentes, são chamados de órgãos
homólogos. A existência de tais órgãos reforça bastante a idéia de evolução da vida.
Vamos voltar agora à Figura 2. O que você acha? Cavalo e homem são parentes próximos?
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
Tal semelhança é considerada uma evidência de que os diferentes vertebrados são parentes
próximos. Eles teriam herdado do mesmo ancestral a mesma estrutura corporal básica, o que explicaria o fato
de os embriões, nas fases iniciais do desenvolvimento, serem extremamente semelhantes.
Uma bactéria é muito diferente de um ser humano. Entretanto, de acordo com as teorias atuais
sobre origem e evolução da vida, ambos tiveram um ancestral comum em um passado muito remoto. Esse
parentesco, ainda que muito longínquo, tem que estar registrado nesses organismos através de alguma
semelhança, mesmo que não muito visível.
Encontrar semelhanças entre seres tão diferentes: agora sim, estamos diante de um grande
desafio. Esse desafio só pôde ser vencido nas últimas décadas, quando o homem conseguiu investigar melhor
o interior da célula e a cumular conhecimentos na área da chamada Biologia molecular. Essa parte da biologia
estuda as moléculas que formam as estruturas celulares. Interessa-nos particularmente as moléculas
presentes no núcleo da célula, pois elas são as responsáveis pela transmissão das características dos seres
vivos, como você estudará mais tarde (veja o apêndice de química da unidade 2 deste volume).
E o que o DNA tem a ver com a evolução? Tudo! Todas as formas de vida da Terra têm
moléculas de DNA no interior de suas células. A presença do DNA aproxima todos: bactérias, animais, plantas
... É o que todos herdaram daquela forma de vida inicial, do ancestral comum.
Estudos mais detalhados do DNA são capazes de confirmar os graus de parentesco entre os
seres. Mais isso é assunto para mais tarde, quando você já tiver estudado a estrutura dessa molécula
essencial à vida.
Na próxima unidade, vamos nos dedicar a estudar um pouco mais sobre os caminhos iniciais
da evolução do ancestral comum a todos os seres.
EXERCÍCIOS
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
3. A nadadeira da baleia e a asa da ave são órgãos homólogos. Eles têm a mesma estrutura básica, mas não
são iguais. Considerando a teoria da evolução atualmente aceita (Unidade 3), que mecanismos evolutivos
seriam responsáveis por estas diferenças?
4. Analise a afirmação: o apêndice se tornou um órgão vestigial nos mamíferos carnívoros porque eles não o
utilizavam em seu processo de digestão. Faça as questões:
5. Como podemos estabelecer alguma relação de parentesco entre seres que não mostram nenhuma
semelhança visível?
GABARITO
1. a) F b) V c)V d) V e) F f) V g) F h) V
2. Fósseis, órgãos homólogos, órgãos vestigiais, semelhanças entre embriões de espécies diferentes,
presença do DNA em todas as células.
SUGESTÕES DE LEITURA
1. A aurora do Homo Sapiens – Artigo de Sérgio de Almeida Rodrigues publicado na revista de Ensino de
Ciências, n. 22 (você poderá ver como os estudos dos fósseis foram importantes para gerar o
conhecimento que temos hoje sobre a evolução do homem).
2. Âmbar, um fascinante testemunho do passado – Biologia. V. único, de Cesar & Sezar. P.540. (O âmbar
teve papel essencial no filme Parque dos Dinossauros).
3. Como se formam os fósseis? Nas páginas 162 e 163 do livro Biologia. V.3, dos autores Cesar e Sezar,
você vai poder conhecer a seqüência de acontecimentos que levam à formação de um fóssil.
4. O Archaeopteryx, um fóssil famoso – Conheça um pouco desse animal do passado no livro Biologia. V.
único, de Cesar & Sezar.p. 540.
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A EVOLUÇÃO DA CÉLULA
Na Unidade 2 você teve a possibilidade de saber como a biologia explica a origem dos
primeiros seres vivos na Terra. Soube também que os primeiros habitantes do nosso planeta eram formados
por uma única célula bem simples. Então, falar da evolução dos seres vivos significa falar da evolução d a
célula. Nesta unidade, vamos abordar as principais mudanças celulares que levaram ao surgimento de seres
cada vez mais complexos, ampliando as noções trabalhadas na Unidade 2. Vamos desvendar um pouco dos
caminhos evolutivos trilhados por aqueles seres iniciais. Não se esqueça de considerar todos os conceitos
sobre evolução já discutidos neste volume.
Você já deve ter estudado que as células têm três partes básicas: membrana plasmática,
citoplasma e núcleo. Pense em uma célula qualquer e fixe sua atenção no núcleo. Nós tendemos a imaginá-la
como algo circular localizado mais ou menos no centro da células. Em seu interior está o material genético - O
DNA. A linha que separa o DNA do citoplasma é a membrana nuclear, também chamada de carioteca (carion =
núcleo; teca = envoltório). Sempre que pensamos em uma célula, lá está a carioteca! Entretanto, nem todas as
células têm carioteca. Então, existem dois tipos de células que recebem nomes especiais:
Atente para o fato de que, nas células procarióticas, o material genético está em contato direto
com o citoplasma. É também importante que você perceba que estas células possuem apenas a membrana
celular (plasma), que envolve o citoplasma.
Assim, surgiu a célula eucariótica! Não deixe de perceber que ela é o resultado da evolução de
células procarióticas.
Portanto, acreditamos que os primeiros seres vivos eram unicelulares e procariontes (formados
por célula procariótica).
Na Terra atual, convivem seres procariontes e eucariontes (formados por uma ou várias células
eucarióticas). Isso significa que a seleção natural não eliminou os seres procariontes, pois, apesar de bem
simples, alguns estavam bastante aptos para lutar pela vida.
Os seres procariontes atuais são as actérias. Os primeiros seres devem ter sido muito
semelhantes a elas. A figura a seguir mostra procariontes e eucariontes atuais.
A presente
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
coexistência de bactérias e seres mais complexos nos dá uma importante lição: complexidade não é sinônimo
de adaptação. Se o ser é muito simples, mas dá conta de realizar com sucesso os fenômenos biológicos
necessários à vida, ele é preservado pela seleção natural.
Na Unidade 2, você ficou sabendo que, segundo a hipótese atual sobre a origem da vida, os
primeiros seres vivos eram heterótrofos. Os seres autótrofos surgiram mais tarde. Mas que mudanças celulares
levaram ao aparecimento de seres autótrofos?
Para começar, é importante ficar claro que a nutrição autotrófica é bem mais complexa de que
a eterotrófica. Afinal de contas, adiquirir o alimento já pronto no meio ambiente é uma coisa; produzir esse
alimento dentro das células é outra bem mais difícil ...
Para fazer a fotossíntese, o ser vivo absorve gás carbônico, disponível na atmosfera desde os
tempos da Terra primitiva e água. A energia luminosa é utilizada para transformar essas substâncias em
alimento. Essa transformação envolve a ocorrência de inúmeras reações químicas. Mas todo o processo pode
ser resumido através da equação:
O alimento produzido é glicose, um tipo de açúcar que contém bastante energia. Entretanto, a
capacidade de absorção da luz solar pela clorofila não foi a única aquisição evolutiva que possibilitou o
surgimento dos autótrofos. Esses seres só conseguem sintetizar moléculas orgânicas por que possuem um
equipamnto enzimático capaz de catalisar (ativar) as reações químicas necessárias ao processo. As enzimas,
responsáveis pelas transformações químicas envolvidas na fotossíntese, não estão presentes nos heterótrofos.
Essa é outra diferença entre eterótrofos e autótrofos.
Então, os primeiros seres unicelulares eucariontes seguiram duas linhas evolutivas: uma
autotrófica fotossintetizante e outra heterotrófica. Acredita-se que as plantas atuais descendem da primeira e
os animais, da segunda. Portanto, plantas e animais resultam de linhas evolutivas separadas em um tempo
muito distante, o que justificaria as grandes diferenças entre elas (lembre-se do que foi discutido na unidade
anterior).
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
A modificação no ambiente gera novas pressões sobre os seres vivos. Novos organismos são
favorecidos pela seleção natural. Vamos discutir como a presença do oxigênio no ar impulsionou o processo de
evolução da célula que formava os primeiros seres vivos.
A principal molécula utilizada pelos seres vivos para obtenção de energia é a glicose. O
processo de “quebra”da glicose, liberando a energia nela contida, ocorre no interior das células. Entre os seres
atuais é possível identificar dois processos celulrares na unidade 2.
A maioria dos seres atuais realiza a respiração, que é um processo aeróbico, ou seja, só ocorre
na presença de oxigênio. No processo, a glicose passa por inúmeras reações químicas. Mas podemos resumir
o processo: a glicose reage com o oxigênio (reação que chamamos de oxidação) e a energia é liberada,
conforme a equação a seguir:
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
Esse processo é bastante eficiente, pois a glicose é totalmente oxidada. Note que na
respiração todas as ligações entre átomos de carbono são “quebradas”: a glicose tem seis átomos de carbono,
enquanto o gás carbônico, que resulta o processo, tem apenas um átomo de carbono. O gás carbônico, que
resulta do processo, tem apenas um átomo de carbono. O gás carbônico é “o que sobrou” depois da oxidação
da glicose. É um resíduo eliminado pelos seres vivos.
Repare que o processo resulta em moléculas com dois carbonos. A maior parte da energia
contida na glicose ainda está armazenada na ligação entre os dois átomos de carbono. A fermentação é,
portanto, bem menos eficiente do que a respiração na obtenção de energia para a vida.
Considerando as condições da Terra primitiva, você acha que os primeiros seres vivos
realizavam a respiração ou a fermentação? Pense, a resposta é simples ...
Como vimos no item 2 desta unidade, o oxigênio apareceu na atmosfera como resultado da
atividade fotossintética. Portanto, os primeiros seres vivos, realizavam alguns processos bem semelhantes à
fermentação.
É importante considerar também que é um processo bem mais simples do que a respiração,
exigindo menos enzimas para ocorrer. As enzimas que catalisam as reaçòes da fermentação se encontram na
superfície interna da membrana da célula. Já as enzimas de respiraçõ se encontram, em sua maior parte, em
uma organela específica, responsável pelo processo respiratório: A MITOCÔNDRIA. Portanto, os seres
procariontes são fermentadores enquanto os eucariontes fazem a respiração.
EXERCÍCIOS
a) ( ) unicelulares ( ) pluricelulares
b) ( ) autótrofos ( ) heterótrofos
c) ( ) procariontes ( ) eucariontes
d) ( ) aeróbios ( ) anaeróbios
2. Compare a células procariótica com a eucariótica. Escreva as principais diferenças entre elas.
4. Observe a figura que apresenta a célula animal e a vegetal. Escreva as diferenças que você pode ver entre
elas.
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Biologia – Ensino Médio – Módulo 1 CMP
5. Há muito tempo você sabe que, ao respirarem, os seres absorvem oxigênio e eliminam gás carbônico. Com
as informações estudadas nesta unidade responda:
a) Por que o oxigênio é continuamente necessário para a maioria dos seres vivos?
b) Por que os seres vivos eliminam gás carbônico continuamente?
6. Por que podemos dizer que a respiraçào é um processo mais eficiente do que a fermentação ?
8. Analise a afirmação:
Determinados seres vivos desenvolveram o processo respiratório para melhor adaptação ao meio
ambiente. Explique porque esta afirmação não pode ser considerada correta.
GABARITO
1.
a) unicelular
b) heterotróficos
c) procariontes
d) anaeróbicos
4. Na célula vegetal encontramos parede celular, cloroplastos e vacúolos. A célula animal não possui essas
estruturas.
5. a) Porque a liberação da energia contida da molécula de glicose envolve a reação dessa molécula com
oxigênio. Sem oxigênio, cessa a produção de energia, o que leva os seres à morte.
b) Porque o gás carbônico é o resíduo da “quebra” da glicose durante o processo de respiração.
8. Assa afirmação pode ser considerada lamarquista. Os seres não desenvolveram o processo de respiração
para satisfazerem a necessidade de adaptação. Em meio à diversidade de seres, seleção natural preservou os
aeróbios porque eles mostravam boa adaptação a um ambiente que continham oxigênio.
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