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BIOLOGIA

ASSUNTO: ORIGEM DA VIDA

Como teriam surgido os primeiros organismos vivos?


A idade da terra está em cerca de 4,5 bilhões de anos e a crosta terrestre se formou a 2,5 bilhões
de anos, assim, diferentes teorias foram propostas para explicar a origem da vida, e uma delas é de
que os seres vivos se originaram e evoluíram a partir de outros seres vivos. Essa visão fundamenta a
Teoria da Biogênese, esta teoria foi reforçada pelos experimentos de Redi, Needham - Spallanzani
e Pasteur. Em contrapartida, a ideia de que os seres vivos nasciam espontaneamente de materiais
orgânicos em decomposição ou de materiais não-orgânicos foi muito difundida. Essa visão
fundamenta a Teoria da Abiogênese.
Experimento de Redi
Francesco Redi, médico e biólogo de Florença,
por volta de 1660, começou a questionar a teoria da
abiogênese. Para isso, colocou pedaços de carne crua
dentro de frascos, deixando alguns abertos. Depois
de vários dias, as larvas só apareceram na carne do
frasco aberto. Redi observou que as moscas
colocavam ovos sobre a carne e concluiu que a
geração espontânea não tinha validade. Com a
invenção do microscópio, o mundo dos
microrganismos foi revelado, empolgando os
adeptos da geração espontânea e da biogênese, que
buscavam a explicação para a origem desses seres
Experimento de Redi vivos.
Experimento de Pasteur
Por volta de 1860, o cientista francês Louis Pasteur conseguiu provar definitivamente que os
seres vivos se originam de outros seres vivos. Ele realizou experimentos com balões do tipo pescoço
de cisne, que mostrou que um líquido ao ser fervido, não perde a chamada "força vital", como
defendiam os adeptos da abiogênese, pois quando o pescoço do balão é quebrado, após a fervura do
líquido, há o aparecimento dos seres vivos. A partir dos experimentos de Pasteur, a teoria da
biogênese passou a ter aceitação nos meios científicos.

Experimento de Pasteur
A queda definitiva da Teoria da Abiogênese levou a uma questão: se os seres vivos não vêm da
matéria inanimada, como surgiram na terra? A ciência moderna admite duas hipóteses para a origem
da vida em nosso planeta: a Panspermia e a Evolução química terrestre.
Segundo a Panspermia, a vida na terra teve origem a partir de seres vivos ou de substâncias
precursoras da vida provenientes de outros locais do cosmo.

Evolução Química (hipótese de Oparin e Haldane)


A evolução química é a hipótese mais aceita para a origem da vida no planeta. Segundo essa
hipótese, associações entre moléculas geraram agrupamentos cada vez mais complexos até que
promoveu o surgimento da vida. Componentes da atmosfera primitiva (vapor d’água, amônia,
hidrogênio e metano) reagiam com descargas elétricas (raios), radiação proveniente principalmente
do Sol e atividades vulcânicas, fazendo surgir moléculas orgânicas que se aglomeravam em forma de
coacervados. No interior desses pequenos grupos de moléculas, chamados de coacervados, ocorriam
diversas reações químicas, que foram os tornando mais complexos e estáveis.

Experimento de Miller e Urey


Para estudar o surgimento das primeiras moléculas orgânicas, o químico Stanley Miller realizou um
experimento que simulava a atmosfera primitiva e as condições que permitiram o surgimento das
primeiras moléculas orgânicas. Utilizando materiais que continham os elementos carbono (C),
hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio (N) e simulando a atmosfera primitiva, com aquecimento
e descargas elétricas, o cientista conseguiu produzir moléculas orgânicas. Em 1935, Oparin lançou a
ideia de que as moléculas orgânicas dos seres vivos teriam evoluído a partir de organizações
moleculares mais simples e ele acreditava na hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos.
Segundo essa teoria, na atmosfera da Terra primitiva não havia oxigênio (O2) e nitrogênio (N2),
sendo o ar composto de gases como metano (CH4), amônia (NH3), hidrogênio (H2) e vapores de
água (H2O). Não havendo oxigênio, não havia uma camada protetora de ozônio (O3) e, isso
significava que além da luz visível, a superfície do Planeta era bombardeada por raios ultravioleta e
a temperatura, bastante elevada. Sob o efeito adicional de tempestades elétricas constantes, as
moléculas mais simples teriam sofrido reações químicas e alcançado níveis de organização mais
complexas produzindo uma "sopa nutritiva" repleta de açucares simples, aminoácidos, ácidos graxos
e nucleotídeos.
O oceano primitivo, era enfim, um grande balão de ensaio natural para realização de várias
combinações bioquímicas possíveis num longo período: uns 2 bilhões de anos para que tivessem
surgido as primeiras organizações de estruturas coacervadas. Os coacervados não podem ser
considerados organismos vivos. Entretanto, a sua organização esférica era feita de proteínas e dupla
camada de lipídios que separava um meio interno de um meio externo, ou seja, lembrava uma
membrana citoplasmática. Essas estruturas artificiais foram denominadas de "protobiontes" ou ainda,
microsferas, protocélulas, micelas, lipossomos e coacervados.

As primeiras células
Acredita-se que o primeiro ser vivo, ou seja, a primeira célula, tenha surgido há cerca de 3,5
bilhões de anos. Essas células tinham estrutura e funcionamento muito simples, sendo formadas por
uma membrana plasmática delimitando um citoplasma, no qual estavam presentes as moléculas de
ácidos nucleicos. Esses formavam uma estrutura denominada nucleoide. Células assim organizadas
são denominadas células procariotas e os organismos que as apresentam são os procariontes.
Na Terra atual existem organismos descendentes dessas primeiras células: são as bactérias e as
algas azuis ou cianobactérias. A partir dos procariontes anaeróbicos ancestrais, teriam derivado
também os organismos com estruturas celulares mais complexas: os eucariontes. Esses apresentam
as células chamadas eucariotas.
O surgimento dos eucariontes deve ter ocorrido há cerca de 1,5 bilhões de anos. A maior parte dos
organismos que vivem atualmente na Terra apresentam células eucariotas.

Hipótese heterotrófica e autotrófica


O planeta primitivo apresentava condições pouco propícias à vida. Assim sendo, muito ainda
se discute a respeito de como era o primeiro ser vivo e como ele conseguia alimento naquele ambiente.
Duas hipóteses tentam explicar como eram esses seres vivos: a hipótese heterotrófica e a hipótese
autotrófica.
Como sabemos, organismos heterotróficos são incapazes de produzir seu próprio alimento,
necessitando captar matéria orgânica do meio. Os pesquisadores que defendem que os primeiros
organismos apresentavam esse tipo de nutrição baseiam-se no fato de que os primeiros seres deveriam
ser pouco complexos e dificilmente seriam capazes de produzir seu alimento. Eles, provavelmente,
captavam a matéria orgânica disponível e obtinham a energia delas por meio da fermentação.
A outra hipótese existente sugere que os seres vivos primitivos eram, sim, capazes de produzir
seu próprio alimento e realizavam quimiossíntese, isto é, quando os seres vivos são capazes de
produzir moléculas orgânicas utilizando a energia liberada de compostos inorgânicos. Segundo os
defensores dessa ideia, os primeiros seres vivos não poderiam ser heterotróficos, pois naquele
ambiente não haveria moléculas orgânicas suficientes para suprir a necessidade de todos os seres
vivos em formação.

A teoria endossimbiótica – origem das mitocôndrias e dos cloroplastos

A teoria endossimbiótica foi proposta por Lynn Margulis, em 1981, e admite que algumas
organelas (mitocôndrias e cloroplastos) existentes nas células eucarióticas surgiram graças a uma
associação simbiótica. Acredita-se que mitocôndrias e cloroplastos são descendentes de organismos
procariontes que foram capturados e adotados por alguma célula, vivendo, assim, em simbiose.
→ Como mitocôndrias e cloroplastos passaram a viver no interior das células?
Segundo a teoria endossimbiótica, podemos considerar que os ancestrais das mitocôndrias e
cloroplastos eram organismos endossimbiontes, ou seja, organismos que vivem dentro de outro
organismo. Possivelmente, a célula hospedeira era uma espécie de fagócito heterotrófico capaz de
englobar partículas.
Após englobar a célula, ela permaneceu mantida no citoplasma da célula hospedeira sem que
houvesse degradação. Os dois organismos, então, começaram a viver em simbiose e, posteriormente,
ficaram incapacitados de viver isoladamente. O procarionte provavelmente beneficiou a célula
hospedeira com o processo de respiração (mitocôndria) e fotossíntese (cloroplasto), e a célula
hospedeira fornecia proteção e nutrientes.

Quais características das mitocôndrias e cloroplastos apoiam essa teoria?


- Cloroplastos e mitocôndrias assemelham-se a bactérias em tamanho e forma, além da semelhança
genética e bioquímica, o que sugere que possam ter ancestrais procarióticos;
- Cloroplastos e mitocôndrias possuem DNA e ribossomos próprios;
- DNA de cloroplastos e mitocôndrias são bastante diferentes daquele existente no núcleo da célula;
- As duas organelas possuem o seu próprio sistema de membranas internas e a presença de duas
membranas revestindo-as;
- Tanto cloroplastos quanto mitocôndrias possuem capacidade de autoduplicação."

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