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Luz e Câmara de orifício

Óptica
Luz
A luz, ou luz visível como é fisicamente caracterizada, é uma forma de energia radiante. É o agente físico que,
atuando nos órgãos visuais, produz a sensação da visão.
Para saber mais...
Energia radiante é aquela que se propaga na forma de ondas eletromagnéticas, dentre as quais se pode destacar
as ondas de rádio, TV, micro-ondas, raios X, raios gama, radar, raios infravermelho, radiação ultravioleta e luz
visível.
Uma das características das ondas eletromagnéticas é a sua velocidade de propagação, que no vácuo tem o valor
de aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo, ou seja:

Podendo ter este valor reduzido em meios diferentes do vácuo, sendo a menor velocidade até hoje medida para
tais ondas quando atravessam um composto chamado condensado de Bose-Einstein, comprovada em uma
experiência recente.

A luz que percebemos tem como característica sua frequência que vai da faixa de  (vermelho)
até  (violeta). Esta faixa é a de maior emissão do Sol, por isso os órgãos visuais de todos os seres vivos
estão adaptados a ela, e não podem ver além desta, como por exemplo, a radiação ultravioleta e infravermelha.
Divisões da Óptica
Óptica Física: estuda os fenômenos ópticos que exigem uma teoria sobre a natureza das ondas
eletromagnéticas.
Óptica Geométrica: estuda os fenômenos ópticos em que apresentam interesse as trajetórias seguidas pela luz. 
Fundamenta-se na noção de raio de luz e nas leis que regulamentam seu comportamento. O estudo em nível de
Ensino Médio restringe-se apenas a esta parte da óptica.
Conceitos básicos: 
Raios de luz
São a representação geométrica da trajetória da luz, indicando sua direção e o sentido da sua propagação. Por
exemplo, em uma fonte puntiforme são emitidos infinitos raios de luz, embora apenas alguns deles cheguem a
um observador.
Representa-se um raio de luz por um segmento de reta orientado no sentido da propagação.

Feixe de luz
É um conjunto de infinitos raios de luz; um feixe luminoso pode ser:
Cônico convergente: os raios de luz convergem para um ponto;

Cônico divergente: os raios de luz divergem a partir de um ponto;

Cilíndrico paralelo: os raios de luz são paralelos entre si.

Fontes de luz
Tudo o que pode ser detectado por nossos olhos, e por outros instrumentos de fixação de imagens como
câmeras fotográficas, é a luz de corpos luminosos que é refletida de forma difusa pelos corpos que nos cercam.
Fonte de luz são todos os corpos dos quais se podem receber luz, podendo ser fontes primárias ou secundárias.
Fontes primárias:  Também chamadas de corpos luminosos, são corpos que emitem luz própria, como por
exemplo, o Sol, as estrelas, a chama de uma vela, uma lâmpada acesa,...
Fontes secundárias: Também chamadas de corpos iluminados, são os corpos que enviam a luz que recebem de
outras fontes, como por exemplo, a Lua, os planetas, as nuvens, os objetos visíveis que não têm luz própria,...
Quanto às suas dimensões, uma fonte pode ser classificada como:
Pontual ou puntiforme: uma fonte sem dimensões consideráveis que emite infinitos raios de luz.

Extensa: uma fonte com dimensões consideráveis em relação ao ambiente.

Meios de propagação da luz


Os diferentes meios materiais comportam-se de forma diferente ao serem atravessados pelos raios de luz, por
isso são classificados em:
Meio transparente
É um meio óptico que permite a propagação regular da luz, ou seja, o observador vê um objeto com nitidez
através do meio. Exemplos: ar, vidro comum, papel celofane, etc...
Meio translúcido
É um meio óptico que permite apenas uma propagação irregular da luz, ou seja, o observador vê o objeto
através do meio, mas sem nitidez.

Meio opaco
É um meio óptico que não permite que a luz se propague, ou seja, não é possivel ver um objeto através do
meio.
Sombra e penumbra
Quando um corpo opaco é colocado entre uma fonte de luz e um anteparo, é possível delimitar regiões de
sombra e penumbra.
A sombra é a região do espaço que não recebe luz direta da fonte. Penumbra é a região do espaço que recebe
apenas parte da luz direta da fonte, sendo encontrada apenas quando o corpo opaco é posto sob influência de
uma fonte extensa. Ou seja:
Fonte de luz puntiforme
Fonte de luz extensa

Câmara escura de orifício


Uma câmara escura de orifício consiste em um equipamento formado por uma caixa de paredes totalmente
opacas, sendo que no meio de uma das faces existe um pequeno orifício.
Ao colocar-se um objeto, de tamanho o, de frente para o orifício, a uma distância p, nota-se que uma imagem
refletida, de tamanho i, aparece na face oposta da caixa, a uma distância p', mas de foma invertida. Conforme
ilustra a figura:

Desta forma, a partir de uma semelhança geométrica pode-se expressar a seguinte equação:

Esta é conhecida como a equação da câmara escura.


Tipos de reflexão e refração
Reflexão é o fenômeno que consiste no fato de a luz voltar a se propagar no meio de origem, após incidir sobre
uma superfície de separação entre dois meios.
Refração é o fenômeno que consiste no fato de a luz passar de um meio para outro diferente.
Durente uma reflexão são conservadas a frequência e a velocidade de propagação, enquanto durante a
refração, apenas a frequência é mantida constante.
Reflexão e refração regular
Acontece quando, por exemplo, um feixe cilíndrico de luz atinge uma superfície totalmente lisa, ou tranquila,
desta forma, os feixes refletidos e refratados também serão cilíndricos, logo os raios de luz serão paralelos
entre si.
Reflexão e refração difusa
Acontece quando, por exemplo, um feixe cilíndrico de luz atinge uma superfície rugosa, ou agitada, fazendo
com que os raios de luz refletidos e refratados tenham direção aleatória por todo o espaço.
Reflexão e refração seletiva
A luz branca que recebemos do sol, ou de lâmpadas fluorescentes, por exemplo, é policromática, ou seja, é
formada por mais de uma luz monocromática, no caso do sol, as sete do arco-íris: vermelho, alaranjado,
amarelo, verde, azul, anil e violeta.
Sendo assim, um objeto ao ser iluminado por luz branca "seleciona" no espectro solar as cores que vemos, e as
refletem de forma difusa, sendo assim, vistas por nós.
Se um corpo é visto branco, é porque ele reflete todas as cores do espectro solar.
Se um corpo é visto vermelho, por exemplo, ele absorve todas as outras cores do espectro, refletindo apenas o
vermelho.
Se um corpo é "visto" negro, é por que ele absorve todas as cores do espectro solar.
Chama-se filtro de luz a peça, normalmente acrílica, que deixa passar apenas um das cores do espectro solar,
ou seja, um filtro vermelho, faz com que a única cor refratada de forma seletiva seja a vermelha.
Para saber mais...
É muito comum o uso de filtros de luz na astronomia para observar estrelas, já que estas apresentam
diferentes cores, conforme sua temperatura e distância da Terra, principalmente.
Ponto imagem e ponto objeto
Chama-se ponto objeto, relativamente a um sistema óptico, o vértice do feixe de luz que incide sobre um
objeto ou uma superfície, sendo dividido em três tipos principais:
Ponto objeto real (POR): é o vértice de um feixe de luz divergente, sendo formado pelo cruzamento efetivo dos
raios de luz.
Ponto objeto virtual (POV): é o vértice de um feixe de luz convergente, sendo formado pelo cruzamento
imaginário do prolongamente dos raios de luz.
Ponto objeto impróprio (POI): é o vértice de um feixe de luz cilíndrico, ou seja, se situa no infinito.
Chama-se ponto imagem, relativamente a um sistema óptico, o vértice de um feixe de luz emergente, ou seja,
após ser incidido.
Ponto imagem real (PIR): é o vértice de um feixe de luz emergente convergente, sendo formado pelo
cruzamento efeitivo dos raios de luz.
Ponto imagem virtual (PIV): é o vértice de um feixe de luz emergente divergente, sendo formado pelo
cruzamento imaginário do prolongamento dos raios de luz.
Ponto imagem impróprio (PII): é o vértice de um feixe de luz emergente cilíndrico, ou seja, se situa no infinito.
Sistemas ópticos
Há dois principais tipos de sistemas ópticos: os refletores e os refratores.
O grupo dos sistemas ópticos refletores consiste principalmente nos espelhos, que são superfícies de um corpo
opaco, altamente polidas e com alto poder de reflexão.

No grupo dos sistemas ópticos refratores encontram-se os dioptros, que são peças constituídas de dois meios
transparentes separados por uma superfície regular. Quando associados de forma conveniente os dioptros
funcionam como utensílios ópticos de grande utilidade como lentes e prismas.

Sistemas ópticos estigmáticos, aplanéticos e ortoscópicos


Um sistema óptico é estigmático quando cada ponto objeto conjuga apenas um ponto imagem.
Um sistema óptico é aplanético quando um objeto plano e frontal também conjuga uma imagem plana e
frontal.
Um sistema óptico é ortoscópico quando uma imagem é conjugada semelhante a um objeto.
O único sistema óptico estigmático, aplanético e ortoscópico para qualquer posição do objeto é o espelho
plano.
Princípios da óptica geométrica
Princípios da Óptica Geométrica
O ser humano sempre precisou de luz para enxergar as coisas que estão a sua volta. Sem ela, sabemos que é
praticamente impossível viver.
A óptica geométrica se preocupa em analisar a trajetória da propagação da luz. Nesse artigo vamos expor os
princípios ou leis que regem essa parte da Física. Lembrando que esses princípios são enunciados para um
único raio de luz, mas que podem valer também para os feixes luminosos.
- Princípio da independência dos raios luminosos
A figura abaixo nos mostra duas lanternas dispostas de modo que os raios de luz se cruzem. O princípio da
independência dos raios luminosos diz que os dois raios de luz, ao se cruzarem, seguem cada um a sua
trajetória, de forma independente.

- Princípio da reversibilidade dos raios luminosos


Esse princípio diz que a trajetória seguida pelo raio de luz, em um sentido, é a mesma trajetória quando o raio
de luz troca o sentido de percurso.

O raio percorre um caminho num sentido na figura A; e percorre o mesmo caminho em sentido oposto, na B
Por exemplo, é em razão desse princípio que o motorista de um automóvel pode ver um passageiro que está
sentado no banco de trás do carro e o passageiro pode ver o motorista utilizando o mesmo espelho.
- Princípio da propagação retilínea dos raios luminosos
O princípio da propagação retilínea diz que todo raio de luz percorre trajetórias retilíneas quando em meios
transparentes e homogêneos. Lembrando que raio de luz é um segmento de reta orientado e que está
associado à direção e ao sentido de propagação da luz.

Raios de luz se propagando em linha reta


Formação da Sombra e da Penumbra
O que é sombra? O que é penumbra?
São evidências da propagação retilínea da luz e explicadas de forma simples e objetiva pela óptica geométrica,
que é um ramo da física que estuda os fenômenos luminosos e suas aplicações.
O princípio da propagação retilínea da luz diz que em um meio homogêneo e transparente, como o ar, a luz se
propaga em linha reta. Uma das consequências ou aplicações desse comportamento da luz é a formação de
sombra e penumbra, que se dá quando a luz encontra em seu caminho um objeto opaco (todo objeto que não
permite a propagação da luz através de si).
O que determinará a formação de sombra ou penumbra será o tipo de fonte de luz, que pode ser uma fonte
pontual ou extensa, vamos distinguir os dois casos:
1º: Fonte pontual (fonte de luz com dimensões pequenas em relação ao que vai iluminar):
Na figura 1, temos uma fonte pontual F e uma esfera opaca E.
Uma fonte pontual F emite luz em todas as direções. A esfera opaca E não permite que a luz se propague e
dessa forma os raios luminosos não atingem a região atrás da esfera. Essa região não iluminada é
denominada sombra.

Observe que a fonte F é pequena quando comparada às dimensões da esfera E, por isso dizemos que ela é uma
fonte pontual ou puntiforme.
Observando a figura, nota-se que sombra é uma região onde há ausência de luz e ocorre quando a fonte
luminosa é pontual.
2º Fonte extensa (fonte de luz com dimensões consideráveis em relação ao que vai iluminar):
Agora considere na figura 2 uma fonte de luz F  extensa.
Com a fonte de luz extensa, pode-se observar na figura que existe uma região atrás do objeto opaco que recebe
uma pequena intensidade de luz da fonte, não sendo totalmente escura, esta é denominada penumbra.

Logo, penumbra é uma região parcialmente iluminada e ocorre quando se tem uma fonte de luz extensa. Note
que a fonte de luz e a esfera têm dimensões semelhantes e são quase do mesmo tamanho. Por isso, diz-se que
a fonte é extensa.
Um fenômeno que se pode observar da Terra que tem origem através da formação da sombra e penumbra é o
eclipse. O eclipse é um fenômeno que envolve o Sol, a Lua e a Terra, podendo se manifestar de duas
formas, eclipse solar e eclipse lunar.
Eclipse Solar
No eclipse solar, a sombra e a penumbra da Lua são projetadas na superfície da Terra e isso dará origem ao
eclipse, que pode ser total ou parcial. O eclipse será total para observadores que estiverem na região da
sombra e parcial para observadores que estiverem na região de penumbra.

Eclipse Lunar
A luz solar quando tangencia a Terra faz com que uma sombra seja formada na parte de trás da Terra,
denominada sombra da Terra. Quando a lua entra nessa região, os observadores na Terra não conseguem mais
enxergá-la, dizemos então que ocorreu um eclipse lunar.
Espelhos planos
Reflexão da Luz
Reflexão é o fenômeno que consiste no fato de a luz voltar a se propagar no meio de origem, após incidir sobre
um objeto ou superfície.
É possível esquematizar a reflexão de um raio de luz, ao atingir uma superfície polida, da seguinte forma:

AB = raio de luz incidente


BC = raio de luz refletido
N = reta normal à superfície no ponto B
T = reta tangente à superfície no ponto B
i = ângulo de incidência, formado entre o raio incidente e a reta normal.
r = ângulo refletido, formado entre o raio refletido e a reta normal.
Leis da reflexão
Os fenômenos em que acontecem reflexão, tanto regular quanto difusa e seletiva, obedecem a duas leis
fundamentais que são:
1ª lei da reflexão: O raio de luz refletido e o raio de luz incidente, assim como a reta normal à superfície,
pertencem ao mesmo plano, ou seja, são coplanares.
2ª Lei da reflexão: O ângulo de reflexão (r) é sempre igual ao ângulo de incidência (i).
i=r
Espelho Plano
Um espelho plano é aquele em que a superfície de reflexão é totalmente plana.
Os espelhos planos têm utilidades bastante diversificadas, desde as domésticas até como componentes de
sofisticados instrumentos ópticos.
Representa-se um espelho plano por:
As principais propriedades de um espelho plano são a simetria entre os pontos objeto e imagem e que a maior
parte da reflexão que acontece é regular.
Para saber mais...
Os espelhos geralmente são feitos de uma superfície metálica bem polida. É comum usar-se uma placa de vidro,
onde se deposita uma fina camada de prata ou alumínio em uma das faces, tornando a outra um espelho.
Construção das imagens em um espelho plano
Para se determinar a imagem em um espelho plano, basta imaginarmos que o observador vê um objeto que
parece estar atrás do espelho. Isto ocorre porque o prolongamento do raio refletido passa por um ponto
imagem virtual (PIV), "atrás" do espelho.
Nos espelhos planos, o objeto e a respectiva imagem têm sempre naturezas opostas, ou seja, quando um é real
o outro deve ser virtual. Portanto, para se obter geometricamente a imagem de um objeto pontual, basta
traçar por ele, através do espelho, uma reta e marcar simétricamente o ponto imagem.

Formação da Imagem
A imagem refletida num espelho plano, chama-se “Enantiomorfa” na medida que se forma à mesma distância
do espelho que o objeto, sendo portanto simétrica do objeto em relação ao espelho.
Por isso, quando colocamos um espelho ao lado do outro, eles formam uma circunferência, o que corrobora a
equidistância de todos os pontos do centro e sobretudo, a simetria da imagem.
Um exemplo notório é quando vemos nossa imagem refletida num espelho, que parece formar-se atrás do
espelho.
Dessa forma, nossa imagem fica do mesmo tamanho que somos e configura-se numa imagem virtual do nosso
corpo, a qual apresenta uma “reversão da imagem”, ou seja, uma inversão da esquerda-direita.
Assim, nos espelhos planos o objeto é real e a imagem virtual e simétrica.
Em outros termos, num espelho plano, imagem e objeto não se sobrepõem sendo, a distância do objeto ao
espelho (do) será equivalente à distância da imagem ao espelho (di): di = - do. Do mesmo modo, a altura do
objeto (ho) será igual à altura da imagem (hi)
Translação de um espelho plano
Considerando a figura:
A parte superior do desenho mostra uma pessoa a uma distância   do espelho, logo a imagem aparece a uma
distância   em relação ao espelho.
Na parte inferior da figura, o espelho é transladado  para a direita, fazendo com que o observador esteja a
uma distância   do espelho, fazendo com que a imagem seja deslocada x para a direita.
Pelo desenho podemos ver que:

Que pode ser reescrito como:

Mas pela figura, podemos ver que:

Logo:

Assim pode-se concluir que sempre que um espelho é transladado paralelamente a si mesmo, a imagem de um
objeto fixo sofre translação no mesmo sentido do espelho, mas com comprimento equivalente ao dobro do
comprimento da translação do espelho.
Se utilizarmos esta equação, e medirmos a sua taxa de variação em um intervalo de tempo, podemos escrever a
velocidade de translação do espelho e da imagem da seguinta forma:

Ou seja, a velocidade de deslocamento da imagem é igual ao dobro da velocidade de deslocamento do espelho.


Quando o observador também se desloca, a velocidade ao ser considerada é a a velocidade relativa entre o
observador e o espelho, ao invés da velocidade de translação do espelho, ou seja:

Associação de dois espelhos planos


Dois espelhos planos podem ser associados, com as superfícies refletoras se defrontando e formando um
ângulo   entre si, com valores entre 0° e 180°.
Por razões de simetria, o ponto objeto e os pontos imagem ficam situados sobre uma circunferência.
Para se calcular o número de imagens que serão vistas na associação usa-se a fórmula:

Sendo   o ângulo formado entre os espelhos.


Por exemplo, quando os espelhos encontra-se perpendicularmente, ou seja  =90°:

Portanto, nesta configuração são vistas 3 pontos imagem.


Espelhos esféricos
Espelhos esféricos
Chamamos espelho esférico qualquer calota esférica que seja polida e possua alto poder de reflexão.

É fácil observar-se que a esfera da qual a calota acima faz parte tem duas faces, uma interna e outra externa.
Quando a superfície refletiva considerada for a interna, o espelho é chamado côncavo. Já nos casos onde a face
refletiva é a externa, o espelho é chamado convexo.
Reflexão da luz em espelhos esféricos
Assim como para espelhos planos, as duas leis da reflexão também são obedecidas nos espelhos esféricos, ou
seja, os ângulos de incidência e reflexão são iguais, e os raios incididos, refletidos e a reta normal ao ponto
incidido.

Aspectos geométricos dos espelhos esféricos


Para o estudo dos espelhos esféricos é útil o conhecimento dos elementos que os compõe, esquematizados na
figura abaixo:

C é o centro da esfera;


V é o vértice da calota;
O eixo que passa pelo centro e pelo vértice da calota é chamado eixo principal.
As demais retas que cruzam o centro da esfera são chamadas eixos secundários.
O ângulo  , que mede a distância angular entre os dois eixos secundários que cruzam os dois pontos mais
externos da calota, é a abertura do espelho.
O raio da esfera R que origina a calota é chamado raios de curvatura do espelho.
Um sistema óptico que consegue conjugar a um ponto objeto, um único ponto como imagem é dito
estigmático. Os espelhos esféricos normalmente não são estigmáticos, nem aplanéticos ou ortoscópicos, como
os espelhos planos.
No entanto, espelhos esféricos só são estigmáticos para os raios que incidem próximos do seu vértice V e com
uma pequena inclinação em relação ao eixo principal. Um espelho com essas propriedades é conhecido como
espelho de Gauss.
Um espelho que não satisfaz as condições de Gauss (incidência próxima do vértice e pequena inclinação em
relação ao eixo principal) é dito astigmático. Um espelho astigmático conjuga a um ponto uma imagem
parecendo uma mancha.
Focos dos espelhos esféricos
Para os espelhos côncavos de Gauss, pode-se verificar que todos os raios luminosos que incidirem ao longo de
uma direção paralela ao eixo secundário passam por (ou convergem para) um mesmo ponto F - o foco principal
do espelho.

No caso dos espelhos convexos, a continuação do raio refletido é que passa pelo foco. Tudo se passa como se
os raios refletidos se originassem do foco.

Estudo analítico
O estudo analítico para obtenção de imagens nos espelhos esféricos consiste na determinação dessas imagens
a partir de cálculos. Todo procedimento analítico será analisado em relação a um espelho esférico e a raios
incidentes que obedecem às condições de nitidez de Gauss.
o → tamanho do objeto;
i → tamanho da imagem;
f → distancia focal do espelho;
R→ raio de curvatura doe espelho;
p → posição do objeto em relação ao vértice do espelho;
p’→ posição da imagem em relação ao vértice do espelho.
Temos então que:

Aumento linear transversal


A ampliação ou aumento da imagem é dada por:

Sedo o foco do espelho aproximadamente igual ao ponto médio do centro de curvatura ao vértice do espelho,
tem-se:

Convenção de sinais
f > 0 → R > 0 → espelho côncavo;
f < 0 → R < 0 → espelho convexo;
p > 0 → objeto real;
p < 0 → objeto virtual;
p’ > 0 → imagem real;
p’ < 0 → imagem virtual;
o > 0 → objeto para cima;
o < 0 → objeto para baixo;
i > 0 → imagem para cima;
i < 0 → imagem para baixo;
A > 0 → imagem direita em relação ao objeto;
A < 0 → imagem invertida em relação ao objeto;
|A| = 1 → imagem do mesmo tamanho que o objeto;
|A| > 1 → imagem maior do que o objeto;
|A| < 1 → imagem menor do que o objeto;
Formação da imagem em espelhos esféricos

Espelho esférico do tipo convexo  


No nosso cotidiano podemos encontrar alguns espelhos em lugares estratégicos como, por exemplo, no fundo
dos ônibus coletivos e em supermercados, ambos tendo a finalidade de observar as pessoas. Percebemos que
esses espelhos têm um formato diferente dos espelhos que temos em nossas residências, ou seja, são espelhos
curvos. Existem vários tipos de espelhos curvos, como: esféricos, parabólicos ou com curvas quaisquer sem
denominação esférica. Os espelhos esféricos são os mais importantes e serão abordados a seguir.

Eles podem ser de dois tipos: côncavo ou convexo, sendo aplicados em diferentes áreas e situações.
Construção de imagens
Espelho convexo
Caso um objeto qualquer seja colocado diante de um espelho convexo, usaremos dois raios para construir a
imagem. Como mostra a figura, a imagem do objeto estará no encontro dos prolongamentos dos raios
refletidos.
Espelho côncavo
1 – Objeto real antes do centro de curvatura:
A imagem formada é real, invertida e menor que o objeto.

2 – Objeto real no centro de curvatura:


A imagem formada é real, invertida e do mesmo tamanho do objeto.

3 – Objeto real entre o centro de curvatura e o foco:


A imagem formada é real, invertida e maior que o objeto.

4 – Objeto real no foco:


A imagem é imprópria, ou seja, localizada no infinito.
5 – Objeto real entre o foco e o vértice:
A imagem é virtual (atrás do espelho), direita e maior que o objeto.

Determinação analítica da imagem


Determinação analítica da imagem

Condição de nitidez de Gauss


Um espelho plano forma para um objeto real, uma imagem pontual e nítida. Tal espelho é um sistema
estigmático.
Um espelho esférico forma, para um objeto pontual real, uma imagem borrada. Tal espelho é um sistema
astigmático.
O matemático, físico e astrônomo Gauss, propôs duas condições para que as imagens sejam relativamente
nítidas nos espelhos esféricos. São elas:
- Os raios luminosos devem incidir próximos do eixo principal e pouco inclinados em relação a ele. Tais raios são
chamados para-axiais

- O ângulo de abertura do espelho deve ser pequeno. Nessa condição, o raio de curvatura do espelho deve ser
grande, ou seja, o espelho esférico se aproxima do espelho plano.
Estudo analítico
O estudo analítico para obtenção de imagens nos espelhos esféricos consiste na determinação dessas imagens
a partir de cálculos. Todo procedimento analítico será analisado em relação a um espelho esférico e a raios
incidentes que obedecem às condições de nitidez de Gauss.

o → tamanho do objeto;
i → tamanho da imagem;
f → distancia focal do espelho;
R→ raio de curvatura doe espelho;
p → posição do objeto em relação ao vértice do espelho;
p’→ posição da imagem em relação ao vértice do espelho.
Temos então que:

Aumento linear transversal


A ampliação ou aumento da imagem é dada por:

Sedo o foco do espelho aproximadamente igual ao ponto médio do centro de curvatura ao vértice do espelho,
tem-se:

Convenção de sinais
f > 0 → R > 0 → espelho côncavo;
f < 0 → R < 0 → espelho convexo;
p > 0 → objeto real;
p < 0 → objeto virtual;
p’ > 0 → imagem real;
p’ < 0 → imagem virtual;
o > 0 → objeto para cima;
o < 0 → objeto para baixo;
i > 0 → imagem para cima;
i < 0 → imagem para baixo;
A > 0 → imagem direita em relação ao objeto;
A < 0 → imagem invertida em relação ao objeto;
|A| = 1 → imagem do mesmo tamanho que o objeto;
|A| > 1 → imagem maior do que o objeto;
|A| < 1 → imagem menor do que o objeto;
Refração
Refração
Cor e frequência
No intervalo do espectro eletromagnético que corresponde à luz visível, cada frequência equivale à sensação de
uma cor.
Conforme a frequência aumenta, diminui o comprimento de onda, assim como mostra a tabela e o trecho do
espectroeletromagnético abaixo.
Cor Comprimento de onda Frequência
(  =  ) ( )
Violeta 3900 – 4500 7,69 – 6,65
Anil 4500 – 4550 6,65 – 6,59
Azul 4550 – 4920 6,59 – 6,10
Verde 4920 – 5770 6,10 – 5,20
Amarelo 5770 – 5970 5,20 – 5,03
Alaranjado 5970 – 5220 5,03 – 4,82
Vermelho 6220 – 7800 4,82 – 3,84

Quando recebemos raios de luz de diferentes frequências podemos perceber cores diferentes destas, como
combinações. A luz branca que percebemos vinda do Sol, por exemplo, é a combinação de todas as sete cores
do espectro visível.
Luz mono e policromática
De acordo com sua cor, a luz pode ser classficada como monocromática ou policromática.
Chama-se luz monocromática aquela composta de apenas uma cor, como por exemplo a luz amarela emitida
por lâmpadas de sódio.
Chama-se luz policromática aquela composta por uma combinação de duas ou mais cores monocromáticas,
como por exemplo a luz branca emitida pelo sol ou por lâmpadas comuns.
Usando-se um prisma, é possível decompor a luz policromática nas luzes monocromáticas que a formam, o que
não é possível para as cores monocromáticas, como o vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
Um exemplo da composição das cores monocromáticas que formam a luz branca é o disco de Newton, que é
uma experiência composta de um disco com as sete cores do espectro visível, que ao girar em alta velocidade,
"recompõe" as cores monocromáticas, formando a cor policromática branca.
Cor de um corpo
Ao nosso redor é possível distinguir várias cores, mesmo quando estamos sob a luz do Sol, que é branca.
Esse fenômeno acontece pois quando é incidida luz branca sobre um corpo de cor verde, por exemplo, este
absorve todas as outras cores do espectro visível, refletido de forma difusa apenas o verde, o que torna possível
distinguir sua cor.
Por isso, um corpo de cor branca é aquele que reflete todas as cores, sem absorver nenhuma, enquanto um
corpo de cor preta absorve todas as cores sobre ele incididas, sem refletir nenhuma, o que causa aquecimento.
Luz - Velocidade
Há muito tempo sabe-se que a luz faz parte de um grupo de ondas, chamado de ondas eletromagnéticas, sendo
uma das características que reune este grupo a sua velocidade de propagação.
A velocidade da luz no vácuo, mas que na verdade se aplica a diversos outros fenômenos eletromagnéticos
como raios-x, raios gama, ondas de rádio e tv, é caracterizada pela letra c, e tem um valor aproximado de 300
mil quilômetros por segundo, ou seja:

No entanto, nos meios materiais, a luz se comporta de forma diferente, já que interage com a matéria existente
no meio. Em qualquer um destes meios a velocidade da luz v é menor que c.
Em meios diferentes do vácuo também diminui a velocidade conforme aumenta a frequência. Assim a
velocidade da luz vermelha é maior que a velocidade da luz violeta, por exemplo.
Índice de refração absoluto
Para o entendimento completo da refração convém a introdução de uma nova grandeza que relacione a
velocidade da radiação monocromática no vácuo e em meios materiais, esta grandeza é o índice de refração da
luz monocromática no meio apresentado, e é expressa por:

Onde n é o índice de refração absoluto no meio, sendo uma grandeza adimensional.


É importante observar que o índice de refração absoluto nunca pode ser menor do que 1, já que a maior
velocidade possível em um meio é c, se o meio considerado for o próprio vácuo.
Para todos os outros meios materiais n é sempre maior que 1.
Alguns índices de refração usuais:
Material n
Ar seco (0°C, 1atm) ≈ 1 (1,000292)
Gás carbônico (0°C, 1atm) ≈ 1 (1,00045)
Gelo (-8°C) 1,310
Água (20°C) 1,333
Etanol (20°C) 1,362
Tetracloreto de carbono 1,466
Glicerina 1,470
Monoclorobenzeno 1,527
Vidros de 1,4 a 1,7
Diamante 2,417
Sulfeto de antimônio 2,7

Índice de refração relativo entre dois meios


Chama-se índice de refração relativo entre dois meios, a relação entre os índices de refração absolutos de cada
um dos meios, de modo que:

Mas como visto:

Então podemos escrever:

Ou seja:

Observe que o índice de refração relativo entre dois meios pode ter qualquer valor positivo, inclusive menores
ou iguais a 1.
Refringência
Dizemos que um meio é mais refringente que outro quando seu índice de refração é maior que do outro. Ou
seja, o etanol é mais refringente que a água.
De outra maneira, podemos dizer que um meio é mais refringente que outro quando a luz se propaga por ele
com velocidade menor que no outro.
Leis da Refração da Luz
Chamamos de refração da luz o fenômeno em que ela é transmitida de um meio para outro diferente.
Nesta mudança de meios a frequência da onda luminosa não é alterada, embora sua velocidade e o seu
comprimento de onda sejam.
Com a alteração da velocidade de propagação ocorre um desvio da direção original.
Para se entender melhor este fenômeno, imagine um raio de luz que passa de um meio para outro de superfície
plana, conforme mostra a figura abaixo:

Onde:
Raio 1 é o raio incidente, com velocidade e comprimento de onda característico;
Raio 2 é o raio refratado, com velocidade e comprimento de onda característico;
A reta tracejada é a linha normal à superfície;
O ângulo formado entre o raio 1 e a reta normal é o ângulo de incidência;
O ângulo formado entre o raio 2 e a reta normal é o ângulo de refração;
A fronteira entre os dois meios é um dioptro plano.
Conhecendo os elementos de uma refração podemos entender o fenômeno através das duas leis que o regem.
1ª Lei da Refração
A 1ª lei da refração diz que o raio incidente (raio 1), o raio refratado (raio 2) e a reta normal ao ponto de
incidência (reta tracejada) estão contidos no mesmo plano, que no caso do desenho acima é o plano da tela.
2ª Lei da Refração - Lei de Snell
A 2ª lei da refração é utilizada para calcular o desvio dos raios de luz ao mudarem de meio, e é expressa por:

No entanto, sabemos que:

Além de que:

Ao agruparmos estas informações, chegamos a uma forma completa da Lei de Snell:

Lâmina de faces paralelas

A lâmina é a associação de dois dioptros planos paralelos: ar/vidro e vidro/ar


No estudo da Óptica nos deparamos com diversas situações fenomenais que tendem a nos deixar mais
interessados pelo assunto. Por exemplo, quando olhamos para o céu em um dia chuvoso podemos ver o
fenômeno do arco-íris; e quando estamos do lado de fora de uma piscina temos a impressão de que ela é de
pouca profundidade. Outro exemplo que podemos mencionar é quando colocamos um lápis dentro de um copo
transparente cheio de água: nesse caso veremos o lápis como se estivesse quebrado.
Todos os exemplos mencionados acima estão ligados ao fenômeno de refração, estudado pela Óptica.
A refração nada mais é do que o nome que damos ao fenômeno que acontece quando a luz, ao passar de um
meio para outro, sofre variação em sua velocidade de propagação. É certo que quase sempre a refração da luz
acontece acompanhada por um desvio na propagação da luz.
Voltemos ao exemplo da piscina. Quando mencionamos o meio externo da piscina e o meio interno (água)
estávamos nos referindo ao conjunto formado por dois meios transparentes. A interface entre esses dois
meios, no estudo da Óptica, é denominada dioptro. A forma de separação entre os meios dá a característica do
dioptro, portanto podemos ter dioptro plano, cilíndrico e esférico.
Lâmina de faces paralelas
Suponha que você tenha uma placa de vidro espessa e que sobre ela incida um raio de luz. Como sabemos,
quando a luz passa de um meio de propagação para outro ela sofre refração. Nesse caso, como a placa é
espessa, a luz sofrerá uma refração ao passar do meio ar/vidro e outra refração quando passar do meio
vidro/ar. Sendo assim, podemos concluir que nesse tipo de material ocorrem duas refrações.
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A placa de vidro é denominada lâmina de faces paralelas e corresponde a todo corpo relativamente pouco
espesso, formado de material transparente, possuidor de duas faces paralelas. Sendo assim, também podemos
dizer que a lâmina de faces paralelas é constituída por dois dioptros planos.
Suponha que na figura abaixo haja uma lâmina paralela de vidro e que ela se encontre imersa no ar. O raio
incide sobre a primeira e sofre refração se desviando certo ângulo. Em seguida, o raio incide sobre a segunda
superfície sofrendo novamente uma refração. Podemos ver, pela figura, que o raio incidente e o raio de luz
emergente são paralelos entre si. Isso ocorre pelo fato de as refrações promoverem variações opostas.

Dioptro plano, Ângulo limite e Reflexão total


Dioptro
É todo o sistema formado por dois meios homogêneos e transparentes.
Quando esta separação acontece em um meio plano, chamamos então, dioptro plano.
A figura abaixo representa um dioptro plano, na separação entre a água e o ar, que são dois meios homogêneos
e transparentes.

Formação de imagens através de um dioptro


Considere um pescador que vê um peixe em um lago. O peixe encontra-se a uma profundidade H da superfície
da água. O pescador o vê a uma profundidade h. Conforme mostra a figura abaixo:
A fórmula que determina estas distância é:

Ângulo limite e reflexão total

Supondo-se dois meios homogêneos e transparentes separados por uma superfície plana chamada S, na qual o
meio 1 é menos refringente que o meio 2, ou seja, n1 > n2, e considerando-se um raio de luz monocromática
passando do meio 1 para o meio 2, é possível variar o ângulo de incidência de 0° até o máximo 90° que haverá
ocorrência da refração. Na figura acima, estão indicados os raios incidentes I0 (i = 0°), I1, I2, e I3 (i = 90°) e os seus
respectivos raios refratados R0 (r = 0), R1, R2 e R3 (r = L).
Como o ângulo de incidência máximo é i = 90°, o correspondente ângulo de refração máximo r = L é
denominado ângulo limite.
Para um par de meios, o ângulo limite é obtido através da Lei de Snell-Descartes aplicado aos raios I3
(incidência máxima) e R3 (refração máxima). Assim, temos:
sen i .n1=sen r .n2
sen 90° .n1=sen L .n2
sen 90° .n1=sen
Como sen 90° = 1, temos:

Pela Lei da Reversibilidade dos Raios Luminosos, é possível inverter o sentido de percurso dos raios da figura
anterior. Desse modo, os raios incidentes estarão no meio mais refringente; e os raios refratados, no menos
refringente; conforme vemos na figura abaixo.

Como os raios incidentes estão no meio 2, é possível ter ângulos de incidência maiores que o ângulo limite L.
Esses raios não mais se refratam, ocasionando sua reflexão total, conforme a figura abaixo.
A superfície S, para esses raios, funciona como um perfeito espelho, com a superfície refletora voltada para o
meio 2. Obviamente, os raios obedecem às Leis da Reflexão dos Espelhos.
Concluindo, existem duas condições para a ocorrência da reflexão total:
1)      A luz incidente deve estar se propagando do meio mais refringente para o meio menos refringente.
2)     O ângulo de incidência deve ser maior que o ângulo limite (i > L).

Na figura acima temos os raios incidentes e os respectivos raios refratados


Prismas
Prismas
Um prisma é um sólido geométrico formado por uma face superior e uma face inferior paralelas e congruentes
(também chamadas de bases) ligadas por arestas. As laterais de um prisma são paralelogramos.
No entanto, para o contexto da óptica, é chamado prisma o elemento óptico transparente com superfícies
retas e polidas que é capaz de refratar a luz nele incidida. O formato mais usual de um prisma óptico é o de
pirâmide com base quadrangular e lados triangulares.

A aplicação usual dos prismas ópticos é seu uso para separar a luz branca policromática nas sete cores
monocromáticas do espectro visível, além de que, em algumas situações poder refletir tais luzes.
Funcionamento do prisma
Quando a luz branca incide sobre a superfície do prisma, sua velocidade é alterada, no entanto, cada cor da luz
branca tem um índice de refração diferente, e logo ângulos de refração diferentes, chegando à outra
extremidade do prisma separadas.
Tipos de prismas
Prismas dispersivos são usados para separar a luz em suas cores de espectro.
Prismas refletivos são usados para refletir a luz.
Prismas polarizados podem dividir o feixe de luz em componentes de variadas polaridades.

Esquema geral de um prisma óptico de secção triangular


Em um prisma óptico de secção triangular, podemos fazer a identificação dos seguintes elementos:

⇒ Face de emergência: é a face onde o raio de luz emerge;


⇒ Face de incidência: é a face onde ocorre a incidência do raio de luz;
⇒ Aresta principal: é a intersecção das faces de incidência e de emergência;
⇒ Ângulo de abertura: é o ângulo que se forma entre as faces (incidência e emergência);
⇒ Secção principal: é o plano ao qual os raios incidentes e emergentes pertencem. 

Lentes esféricas
Lentes esféricas
Dentre todas as aplicações da óptica geométrica, a que mais se destaca pelo seu uso no cotidiano é o estudo
das lentes esféricas, seja em sofisticados equipamentos de pesquisa astronômica, ou em câmeras digitais
comuns, seja em lentes de óculos ou lupas.
Chamamos lente esférica o sistema óptico constituido de três meios homogêneos e transparentes, sendo que
as fronteiras entre cada par sejam duas superfícies esféricas ou uma superfície esférica e uma superfície plana,
as quais chamamos faces da lente.
Para um estudo simples consideraremos que o segundo meio é a lente propriamente dita, e que o primeiro e
terceiro meios são extamente iguais, normalmente a lente de vidro imersa em ar.
Tipos de lentes
Dentre as lentes esféricas que são utilizadas, seis delas são de maior importância no estudo de óptica, sendo
elas:
Lente biconvexa

É convexa em ambas as faces e tem a periferia mais fina que a região central, seus elementos são:
Lente plano-convexa

É plana em uma das faces e convexa em outra, tem a perferia mais fina que a região central, seus elementos
são:

Lente côncavo-convexa

Tem uma de suas faces côncava e outra convexa, tem a periferia mais fina que a região central. Seus elementos
são:

Lente bicôncava
É côncava em ambas as faces e tem a periferia mais espessa que a região central. Observe na figura abaixo os
seus elementos, que são:
Lente plano-côncava

É plana em uma das faces e côncava em outra, tem a perferia mais espessa que a região central, seus
elementos são:

Lente convexo-côncava

Tem uma de suas faces convexa e outra côncava, tem a periferia mais espessa que a região central. Seus
elementos são:

Nomenclatura das lentes


Para seguir um padrão na nomenclatura das lentes, é convencionado usar como primeiro nome o da face de
maior raio de curvatura seguido do menor raio, já que a mesma lente pode ter um lado côncavo e outro
convexo.
Comportamento óptico
Quanto ao comportamento de um feixe de luz ao ser incidido sobre uma lente, podemos caracterízá-las como
divergentes ou convergentes, dependendo principalmente dos índices de refração da lente e do meio. O estudo
das lentes convergentes e divergentes será visto nas duas próximas seções.
Centro óptico
Para um estudo fundamental de lentes consideremos que as lentes apresentadas tenham espessura desprezível
em comparação ao raio de curvatura, neste caso, ao se representar uma lente podemos usar apenas uma linha
perpendicular ao eixo principal apresentando nas pontas do segmento o comportamento da lente. O ponto
onde a representação da lente cruza o eixo principal é chamado de centro óptico da lente (O).
A representação usada paras as lentes é:
Para lentes convergentes:

Para lentes divergentes:

Lentes convergentes
Em uma lente esférica com comportamento convergente, a luz que incide paralelamente entre si é refratada,
tomando direções que convergem a um único ponto.
Tanto lentes de bordas finas como de bordas espessas podem ser convergentes, dependendo do seu índice de
refração em relação ao do meio externo.
O caso mais comum é o que a lente tem índice de refração maior que o índice de refração do meio externo.
Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento convergente é o de uma lente biconvexa (com bordas
finas):

Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o meio. Nesse caso, um
exempo de lente com comportamento convergente é o de uma lente bicôncava (com bordas espessas):

Lentes convergentes
Em uma lente esférica com comportamento convergente, a luz que incide paralelamente entre si é refratada,
tomando direções que convergem a um único ponto.
Tanto lentes de bordas finas como de bordas espessas podem ser convergentes, dependendo do seu índice de
refração em relação ao do meio externo.
O caso mais comum é o que a lente tem índice de refração maior que o índice de refração do meio externo.
Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento convergente é o de uma lente biconvexa (com bordas
finas):

Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o meio. Nesse caso, um
exempo de lente com comportamento convergente é o de uma lente bicôncava (com bordas espessas):

Focos de uma lente


Focos principais
Uma lente possui um par de focos principais: foco principal objeto (F) e foco principal imagem (F'). Ambos
localizam-se a sobre o eixo principal e são simétricos em relação à lente, ou seja, a distância OF é igual a
distância OF'.
Foco imagem (F')
É o ponto ocupado pelo foco imagem, podendo ser real ou virtual.
Foco objeto (F)
É o ponto ocupado pelo foco objeto, podendo ser real ou virtual.
Distância focal
É a medida da distância entre um dos focos principais e o centro óptico, esta medida é caracterizada pela
letra f.
Pontos antiprincipais
São pontos localizados a uma distância igual a 2f do centro óptico (O), ou seja, a uma distância f de um dos
focos princiapais (F ou F'). Esta medida é caracterizada por A (para o ponto antiprincipal objeto) e A' (para o
ponto antiprincipal imagem).
Vergência
Dada uma lente esférica em determinado meio, chamamos vergência da lente (V) a unidade caracterizada
como o inverso da distância focal, ou seja:

A unidade utilizada para caracterizar a vergência no Sistema Internacional de Medidas é a dioptria, simbolizado
por di.
Um dioptria equivale ao inverso de um metro, ou seja:

Uma unidade equivalente a dioptria, muito conhecida por quem usa óculos, é o "Grau".
1di = 1grau
Quando a lente é convergente usa-se distância focal positiva (f>0) e para uma lente divergente se usa distância
focal negativa (f<0).
Por exemplo:
1) Considere uma lente convergente de distância focal 25cm = 0,25m.

Neste caso, é possível dizer que a lente tem vergência de +4di ou que ela tem convergência de 4di.
2) Considere uma lente divergente de distância focal 50cm = 0,5m.

Neste caso, é possível dizer que a lente tem vergência de -2di ou que ela tem divergência de 2di.
Associação de lentes
Duas lentes podem ser colocadas de forma que funcionem como uma só, desde que sejam
postas coaxialmente, isto é, com eixos principais coincidentes. Neste caso, elas serão chamadas de justapostas,
se estiverem encostadas, ou separadas, caso haja uma distância d separando-as.
Estas associações são importantes para o entendimento dos instrumentos ópticos.
Quando duas lentes são associadas é possível obter uma lente equivalente. Esta terá a mesma característica da
associação das duas primeiras.
Lembrando que se a lente equivalente tiver vergência positiva será convergente e se tiver vergência negativa
será divergente.
Associação de lentes justapostas
Quando duas lentes são associadas de forma justaposta, utiliza-se o teorema das vergências para definir uma
lente equivalente.
Como exemplo de associação justaposta temos:

Este teorema diz que a vergência da lente equivalente à associação é igual à soma algébrica das vergências das
lentes componentes. Ou seja:

Que também pode ser escrita como:

Associação de lentes separadas


Quando duas lentes são associadas de forma separada, utiliza-se uma generalização do teorema das
vergências para definir uma lente equivalente.
Um exemplo de associação separada é:
A generalização do teorema diz que a vergência da lente equivalente à tal associação é igual a soma algébrica
das vergências dos componentes menos o produto dessas vergências pela distância que separa as lentes. Desta
forma:

Que também pode ser escrito como:

Formação de imagens nas lentes esféricas

As imagens formadas pelos diferentes tipos de lentes auxiliam na correção de problemas de visão    
As lentes esféricas podem ser do tipo convergente, que focalizam a luz incidente em um ponto único, ou
divergente, que espalham os raios de luz incidentes. Cada tipo de lente forma imagens específicas, que são
utilizadas para diversas finalidades, como na correção de problemas de visão, no zoom de máquinas
fotográficas e câmeras de vídeo, na composição de microscópios etc.
Elementos das lentes
Os elementos que compõem as lentes esféricas são:
Centro óptico  (O): as chamadas lentes delgadas apresentam espessura muito inferior ao tamanho de suas faces.
Isso faz com que os vértices das faces dessas lentes quase ocupem o mesmo ponto, o qual é definido como
centro óptico da lente;
Foco (f): ponto onde a luz é focalizada;
Ponto antiprincipal (2f): ponto que corresponde ao dobro do foco em distância do centro óptico;
Eixo principal: linha que contém o ponto antiprincipal, o foco e o centro óptico de uma lente.
Propriedades das lentes esféricas
O comportamento das lentes esféricas ao receber a luz incidente determina a formação de diferentes tipos de
imagens. Raios de luz que incidem sobre lentes esféricas são refratados de três maneiras:
Todo raio de luz que incide paralelo ao eixo principal é refratado na direção do foco;
Todo raio de luz que incide na lente pelo foco refrata-se paralelamente ao eixo principal;
Todo raio de luz que incide sobre o centro óptico não sofre desvio.
Imagens das lentes convergentes
Como seguem as propriedades das lentes esféricas, as convergentes formam cinco tipos distintos de imagens:
1. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado antes do ponto antiprincipal, a lente forma uma
imagem (representada em vermelho) real, invertida e menor que o objeto.
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Ex.: Máquina fotográfica e olho humano.

2. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado sobre o ponto antiprincipal, a lente forma uma
imagem (representada em vermelho) real, invertida e igual ao objeto.
Ex.: Máquinas de fotocópia.
3. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado entre o ponto antiprincipal e o foco da lente, a
imagem formada (representada em vermelho) é real, invertida e maior que o objeto.
Ex.:  Projetores.

4. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado sobre o foco da lente, não é formada uma imagem,
pois os raios refratados são paralelos e nunca se cruzam para formar uma imagem do objeto.

5. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado entre o foco e o centro óptico da lente, sua imagem
(representada em vermelho) é virtual, direita e maior que objeto.
Ex.:  Lupas.

Imagem da lente divergente


As lentes divergentes são capazes de formar apenas um tipo de imagem, pois, qualquer que seja a posição de
um corpo (representado em azul) diante de uma lente divergente, sua imagem (representada em vermelho)
é virtual, direita e menor. Lentes desse tipo são utilizadas para a correção da miopia.

Construção analítica das imagens e Estudo dos sinais


Estudo analítico sobre as lentes esféricas: Construção de Imagem e Regra de Sinal
Sabemos que as lentes esféricas estão presentes em diversas partes de nosso cotidiano, como por exemplo, nos
óculos de correção visual. Na física, as lentes esféricas são diferenciadas por serem de bordas finas e bordas
espessas. As lentes possuem um par de focos, sendo, portanto, um foco principal objeto e um foco principal
imagem, ambos são simétricos e estão localizados sobre o eixo principal.
Da mesma forma que os espelhos esféricos, as lentes também fornecem imagem de um objeto linear e
transversal. Sendo assim, as posições e as alturas de objetos colocadas diante de uma lente esférica são
determinadas através das mesmas equações estudadas nos espelhos esféricos. Essa igualdade também é válida
para as regras de sinais, portanto, analisando as distâncias focais, temos que fazer o seguinte uso:
- f > 0: a lente esférica é do tipo convergente;
- f < 0: a lente esférica é do tipo divergente.
Para a determinação da distância focal de uma lente esférica, fazemos o uso da Equação de Gauss que é a
seguinte:

Em que:
f – é a distância focal da lente, p – é a distância do objeto à lente e p’ – é a distância da imagem à lente esférica.
Na equação acima, percebermos que não somente podemos determinar a distância focal de uma lente esférica,
mas podemos também determinar qualquer uma das incógnitas, desde que as outras sejam fornecidas.
Geralmente, usamos uma lente esférica para aumentar o tamanho de objetos que são colocados na nossa
frente. Na física, esse aumento é dito como aumento linear transversal e pode ser calculado através da seguinte
equação matemática:

Na equação acima, temos que:


- i é o tamanho da imagem e o é o tamanho do objeto.
Vejamos um exemplo:
Suponhamos que um objeto é colocado a 60 cm de uma lente esférica do tipo convergente. Tal lente possui
distância focal igual a 20 cm. Calcule a distância da imagem à lente.
Resolução:
Como a lente é do tipo convergente, temos que a distância do objeto à lente e a distância focal são positivos, p
= + 60 cm e f = + 20 cm. Para o cálculo da distância da imagem à lente, temos:

Aplicando a equação do aumento linear, temos:

A lupa é um instrumento óptico de aumento    

Construção de Imagens Produzidas por Lentes


Para localizarmos graficamente as imagens formadas a partir de uma lente, usaremos a combinação de três
raios ‘mágicos’.

1. Um raio paralelo ao eixo central, que depois de refratado pela lente passa pelo ponto focal F’.
2. Um raio que passa pelo ponto focal F e depois de refratado se torna paralelo ao eixo central.
3. Um raio que passa pelo centro da lente, emerge da lente sem mudar de direção, pois atravessa uma região
em que os dois lados são praticamente paralelos.

A imagem do ponto fica na interseção de dois raios escolhidos. Para determinar a imagem do objeto completo,
basta encontrar a localização de dois ou mais dos seus pontos.

As equações das lentes esféricas são:


Equação de Gauss:

Equação do aumento linear transversal

Exemplo:

Um objeto real de 30 cm de altura é colocado a 24 cm de uma lente convergente de distância focal f = 6 cm.
Determine a posição da imagem, a altura da imagem e o aumento linear transversal.

Para facilitar a resolução do problema, esboce uma figura utilizando os raios mágicos para formar a imagem:

Retire os dados do problema:


Dados: p = 24cm
O = 30 cm
f = 6 cm

Assim, utilizando a equação de Gauss temos:

Onde p’ é a posição da imagem.

Para encontrarmos a altura da imagem, utilizaremos a equação do aumento linear transversal.


O aumento linear da imagem é:

Vergência e Óptica da Visão


Vergência
Trata-se da grandeza que determina a capacidade de uma lente em convergir ou divergir a luz e é definida como o inverso do foco da
lente.
A palavra vergência deriva-se da expressão em latim vergentia, que está relacionada a virar, voltar, vergar ou
inclinar. Na Física, a vergência (V) determina a capacidade das lentes esféricas de convergir ou divergir a luz.
Assim, quanto maior for o desvio sofrido pelos raios de luz ao atravessar uma lente, maior será sua vergência.
Também chamada de convergência, a vergência é definida pelo inverso do foco de uma lente esférica.

O foco de uma lente convergente corresponde à distância entre o centro óptico da lente e o ponto onde os
raios de luz são focalizados. O foco das lentes convergentes sempre será maior que zero.

O foco da lente divergente corresponde à distância entre o centro óptico e o ponto de onde, aparentemente, a
luz origina-se. O foco das lentes divergentes sempre será negativo.
Por causa dos sinais dos focos da lente, a vergência de uma lente convergente sempre será positiva. Já a
vergência de uma lente divergente será negativa.
Uma pessoa com miopia, por exemplo, deve utilizar lentes divergentes para corrigir seu problema de visão. Na
receita prescrita pelo médico oftalmologista, o valor da vergência dessas lentes aparece com um sinal negativo.
Isso indica que essas lentes devem espalhar a luz, isto é, ser divergentes.
Unidade de medida da vergência
De acordo com o Sistema Internacional de Unidades, a vergência é determinada em dioptrias (di), unidade que
corresponde ao inverso do metro.

Cotidianamente, a vergência das lentes de óculos, por exemplo, é definida em graus. Porém, a unidade de
medida correta para a capacidade de desvio da luz de uma lente é a dioptria.
Óptica da Visão
O olho é uma parte do nosso corpo extremamente complexa. Com ele podemos focalizar um objeto, controlar
a quantidade de luz que entra e produzir uma imagem nítida de um objeto. Sob esse aspecto o olho humano
pode ser comparado a uma câmara fotográfica. No entanto, os mecanismos que permitem ao olho efetuar um
sem número de operações (como o controle da luminosidade) são extremamente complexos.
Na figura abaixo vê-se as partes essenciais do olho.

    
A parte da frente do olho é recoberta por uma
membrana transparente denominada córnea. Atrás da A íris controla a quantidade de luz entrando no olho
córnea está um líquido, também transparente, dilatando a pupila (quando quer aumentar a quantidade de
ocupando uma pequena região na parte da frente do luz) ou contraindo a pupila (para reduzir a quantidade de
olho. Este meio é denominado de humos aquoso. luz). A íris é a porção colorida do olho (olhos azuis,
castanhos etc.). A pupila é a região associada ao pequeno
Ainda na frente se situa a íris. A íris funciona como o
círculo do olho. Tem uma cor diferente da íris.
diafragma de uma máquina fotográfica. Ela tem um Uma das principais funções da íris é controlar a
diâmetro variável permitindo controlar a quantidade quantidade de luz que entra no olho. O controle é feito
de luz que entra. As pálpebras permitem também por atos reflexos. Com pouca luz a pupila se abre mais e
controlar a entrada de luz. No centro da íris está a vai se fechando à medida em que a quantidade de luz
pupila do olho. O cristalino é a lente (biconvexa) do aumenta.
olho. A lente do cristalino é uma estrutura elástica e A quantidade de luz que entra no olho é proporcional à
transparente. área da pupila, isto é, ao quadro do diâmetro da mesma. O
O humos vítreo é um meio transparente que ocupa a diâmetro da pupila varia de cerca de 1,5 mm até 8 mm.
Isto permite uma variação da quantidade de luz por um
maior parte do olho e é constituído de um material
fator 30. Isto é, com a pupila totalmente aberta entra 30
gelatinoso e claro. A córnea, o humos aquoso, o vezes mais luz do que quando ela atinge o mínimo.
cristalino e o humos vítreo são os meios transparentes A abertura da pupila tem uma influência importante na
do globo ocular. profundidade do foco. Quando se diminui a abertura,
Quando a luz incide sobre o olho humano ela aumenta o intervalo de distância para o qual os objetos
experimenta a refração primeiramente na córnea. aparecem nítidos.

Depois de passar pelos meios transparentes a luz atinge uma película extremamente sensível à luz. Esta película
é a retina. A retina é o análogo ao filme de uma máquina fotográfica.
A retina consiste de milhões de bastonetes e cones. Quando estimulados pela luz proveniente do olho, os
bastonetes e cones se decompõe quando expostos à luz. Quando assim estimulados esses receptores enviam
impulsos para o cérebro (através do nervo óptico) onde a imagem é percebida. Existem três tipos de cones
diferentes. Na retina, a interação desses sistemas de cones é responsável pela percepção das cores. Cada tipo
de cone é sensível basicamente a uma parte do espectro visível. Um tipo de cone é sensível ao azul e violeta, o
outro ao verde e o terceiro ao amarelo. Uma das teorias para explicar a sensação da cores no ser humano
sustenta que qualquer cor é determinada pela freqüência relativa dos impulsos que chegam ao cérebro
provenientes de cada um desses três sistemas de cones, ou seja, a luz é percebida no cérebro num processo de
adição de cores.
Quando um grupo de cones receptivos a uma dada cor está em falta na retina (usualmente por uma deficiência
genética) o indivíduo é incapaz de distinguir algumas cores. O indivíduo com essa deficiência é daltônico.
Acomodação Visual
Para que as imagens conjugadas pelo sistema óptico do globo ocular sejam nítidas, elas devem formar-se sobre
a retina, cuja distância em relação ao cristalino é
constante. Por outro lado, os objetos visados por um observador estão a diferentes distâncias de seu olho. A
partir dessa observação e lembrando da equação de
Gauss, podemos concluir que a distância focal do cristalino é variável.
A variação da distância focal do cristalino é feita pelos músculos ciliares, através da maior ou menor
compressão destes sobre aquele. Esse processo de ajuste da distância focal do sistema óptico do globo ocular à
visão nítida de objetos diferentemente afastados é denominado acomodação visual.
* Ponto Remoto (PR): É o ponto objeto para o qual a vista conjuga imagem nítida sem nenhum esforço de
acomodação. Nesse caso os músculos ciliares mostram-se relaxados.
* Ponto Próximo (PP): É o ponto objeto para o qual a vista conjuga imagem nítida com máximo esforço de
acomodação. Nesse caso os músculos ciliares encontram-se contraídos.
Visão Tridimensional
Percebemos o mundo numa visão tridimensional. A principal diferença entre o mundo bidimensional e o
mundo tridimensional é uma dimensão conhecida como profundidade. O aparato visual permite ter noções de
distância e de relevo.
A noção de distância, a percepção de relevos e de profundidade decorrem da visão binocular (dois olhos) que
dispomos. Temos uma visão esteroscópica.
Note-se que os dois olhos estão situados a uma certa distância um do outro. Esses poucos centímetros de
distância faz com que a imagem em uma das retinas seja diferente da imagem na outra retina. A superposição
dessas duas imagens no cérebro permite perceber a profundidade e levar à noção de distância dos objetos.
Visão de Cores
As cores têm três atributos: a matriz, a intensidade e a saturação. A saturação é uma medida de quão diluído
com o branco está uma dada cor. A saturação pode ser alterada mediante adições de diferentes tons de cinza.
Quando… Para qualquer cor, existe uma sua complementar. A cor complementar é aquela que quando
mesclada a essa produz o branco.
Pode-se mostrar que qualquer cor do espectro pode ser obtida a partir da combinação em proporções diversas,
as cores vermelha, a luz verde e a luz azul. As cores vermelho, verde e azul são, por isso, conhecidas como cores
primárias.
Defeitos Visuais
Miopia - O míope vê mal ao longe mas bem ao perto. A distância entre a córnea e a retina é grande. O olho é
"demasiado longo": a imagem forma-se à frente da retina. Para o míope, a distância para uma visão nítida é
tanto mais curta, quanto mais forte for a miopia. A miopia corrige-se com uma lente divergente (côncava), que
recoloca a imagem sobre a retina, e restitui uma boa visão até ao infinito. Na imagem abaixo vemos a visão de
um indivíduo normal e a visão de um míope.

Hipermetropia - A hipermetropia ou “visão de longe” é exatamente o oposto da miopia. Ou seja, é uma
alteração visual causada pelo deslocamento do ponto de
focagem provocando a não nitidez das imagens quando olhamos
para perto. Nestes casos, as imagens forma-se depois da retina.
Na hipermetropia o globo ocular é mais curto e isso faz com que
o foco das imagens projetadas pelo cristalino se forme atrás da
retina. Esse erro refrativo pode ser corrigido com o uso de óculos
com lentes convergentes (convexas). Vemos ao lado a imagem
vista por indivíduo que tem hipermetropia.
    
Astigmatismo - O astigmatismo é uma condição que decorre da diferença de curvatura da córnea ou cristalino
nas diferentes direções (comparável às curvaturas de um ovo ou de uma bola de futebol americano), e disto
resultam diferentes profundidades de foco que distorcem a visão tanto de longe quanto perto. Pode
ser corrigido com lentes cilíndricas. A imagem abaixo mostra como é a visão de indivíduo portador de
astigmatismo.

    

Presbiopia - Também conhecida como "vista cansada", a presbiopia é uma perda na capacidade de


acomodação do olho, que resulta na piora da visão de perto. Aparece, geralmente, após os 40 anos e tende a
evoluir com a idade. A pessoa começa precisando esticar os braços para conseguir ler e depois, sua correção é
feita com lentes convergentes
Daltonismo - O daltonismo é uma deficiência da visão das cores. Consiste na cegueira para algumas cores,
principalmente para o vermelho e para o verde. Os daltônicos vêem o mundo em tonalidades de amarelo,
cinza-azulado e azul.
Estrabismo - O estrabismo é a perda do paralelismo dos olhos. Os músculos do olho que nos ajudam a olhar
numa direção, são afetados. O estrabismo pode ocorrer na infância, quando a criança já nasce estrábica. O que
se pode relacionar com fatores como a hereditariedade, sofrimento fetal, infecções, tumores, traumatismos,
fatores emocionais, determinados graus de visão, baixa visão, graus diferentes entre os olhos e etc.
Catarata - A catarata é a perda da transparência do cristalino, impedindo total ou parcialmente os raios de luz
de chegarem à retina, prejudicando a visão. Todo ser humano adquire catarata com o passar do tempo. Em
geral, depois dos 60 anos. Mas este processo pode começar antes. O envelhecimento natural das células do
cristalino é a causa mais comum da catarata.
Lentes Corretoras
As anomalias descritas anteriormente podem ser corrigidas com lentes corretoras (lentes de óculos ou lentes
de contato).
No caso de hipermetropia, a correção se dá com o uso de uma lente convergente adequada. Uma lente
convergente permite fazer a imagem recair sobre a retina.
Para a correção da miopia recorre-se a uma lente divergente. O efeito será o oposto do caso anterior. Isso
permitirá a formação da imagem a uma distância da vértice maior do que sem a lente divergente. Permite,
assim, corrigir a anomalia.
A correção da presbiopia deverá ser efetuada com uma lente convergente (como na hipermetropia). Se além da
dificuldade de ver de perto se superpõe aquela de ver longe, tem-se que recorrer a lentes bifocais (duas lentes
numa só).
O astigmatismo é corrigido com lentes cilíndricas.
Instrumentos ópticos
Instrumentos Ópticos 
Câmera fotográfica
A câmera fotográfica é um equipamento capaz de projetar e armazenar uma imagem em um anteparo.
Nos antigos equipamentos, onde um filme deve ser posto dentro da câmera, o anteparo utilizado é um filme
fotossensível capaz de propiciar uma reação química entre os sais do filme e a luz que incide nele.
No caso das câmeras digitais, uma das partes do anteparo consiste em um dispositivo eletrônico, conhecido
como CCD (Charge-Coupled Device), que converte as intensidades de luz que incidem sobre ele em valores
digitais armazenáveis na forma de Bits (pontos) e Bytes (dados).
O funcionamento óptico da câmera fotográfica é basicamente equivalente ao de uma câmera escura, com a
particularidade que, no lugar do orifício uma lente convergente é utilizada. No fundo da câmera encontra-se o
anteparo no qual a imagem será gravada.

Projetor
Um projetor é um equipamento provido de uma lente convergente (objetiva) que é capaz de fornecer imagens
reais, invertidas e maiores que o objeto, que pode ser um slide ou filme.
Normalmente, os slides ou filmes são colocados invertidos, assim a imagem projetada será vista de forma
direta.

Lupa
A Lupa é o mais simples instrumento óptico de observação. Também é chamada de lente de aumento.
Uma lupa é constituida por uma lente convergente com distância focal na ordem de centímetros, capaz de
conjugar uma imagem virtual, direta e maior que o objeto.
No entanto, este instrumento se mostra eficiente apenas quando o objeto observado estiver colocado entre o
foco principal objeto e o centro óptico.

Quando uma lupa é presa a um suporte recebe a denominação de microscópio simples.


Microscópio Composto
Um microscópio composto é um instrumento óptico composto fundalmentamente por um tubo delimitado nas
suas extremidades por lentes esféricas convergentes, formando uma associação de lentes separadas.
A lente mais próxima do objeto observado é chamada objetiva, e é uma lente com distância focal na ordem de
milímetros. A lente próxima ao observador é chamada ocular, e é uma lente com distância focal na ordem de
centímetros.
O funcionamento de um miscroscópio composto é bastante simples. A objetiva fornece uma imagem real,
invertida e maior que o objeto. Esta imagem funciona como objeto para o ocular, que funciona como uma lupa,
fornecendo uma imagem final virtual, direta e maior.
Ou seja, o objeto é aumentado duplamente, fazendo com que objetos muito pequenos sejam melhores
observados.

Este microscópio composto também é chamado Microscópio Óptico sendo capaz de aumentar até 2 000 vezes
o objeto observado. Existem também Microscópio Eletrônicos capazes de proporcionar aumentos de até 100
000 vezes e Microscópios de Varredura que produzem aumentos superiores a 1 milhão de vezes.
Luneta
Lunetas são instrumentos de observação a grandes distâncias, sendo úteis para observação de astros (luneta
astronômica) ou para observação da superfície terrestre (luneta terrestre).
Uma luneta é basicamente montada da mesma forma que um microscópio composto, com objetiva e ocular, no
entanto a objetiva da luneta tem distância focal na ordem de metros, sendo capaz de observar objetos
afastados.

Ondulatória: Visão geral e Equação fundamental


Ondulatória
Ondas
As ondas são perturbações que se propagam pelo espaço sem transporte de matéria, apenas de energia.
O elemento que provoca uma onda é denominado fonte, por exemplo, uma pedra lançada nas águas de um rio
gerarão ondas circulares.

Ondas circulares na superfície de um líquido


São exemplos de ondas: ondas do mar, ondas de rádio, som, luz, raio-x, micro-ondas dentre outras.
A parte da Física que estuda as ondas e suas características é chamada de ondulatória.
Características das Ondas
Para caracterizar as ondas usamos as seguintes grandezas:
Amplitude: corresponde à altura da onda, marcada pela distância entre o ponto de equilíbrio (repouso) da
onda até a crista. Note que a “crista” indica o ponto máximo da onda, enquanto o “vale”, representa a ponto
mínimo.
Comprimento de onda: Representado pela letra grega lambda (λ), é a distância entre dois vales ou duas cristas
sucessivas.
Velocidade: representado pela letra (v), a velocidade de uma onda depende do meio em que ela está se
propagando. Assim, quando uma onda muda seu meio de propagação, a sua velocidade pode mudar.
Frequência: representada pela letra (f), no sistema internacional a frequência é medida em hertz (Hz) e
corresponde ao número de oscilações da onda em determinado intervalo de tempo. A frequência de uma onda
não depende do meio de propagação, apenas da frequência da fonte que produziu a onda.
Período: representado pela letra (T), o período corresponde ao tempo de um comprimento de onda. No
sistema internacional, a unidade de medida do período é segundos (s).
Tipos de Ondas
Quanto à natureza, há dois tipos de ondas:
Ondas Mecânicas: para que haja propagação, as ondas mecânicas necessitam de um meio material, por
exemplo, as ondas sonoras e as ondas em uma corda.
Ondas Eletromagnéticas: nesse caso, não é necessário que haja um meio material para que a onda se
propague, por exemplo, as ondas de rádio e a luz.
Ondas Mecânicas
Ondas mecânicas são perturbações que transportam energia cinética e potencial através de um meio material,
por exemplo: ondas marítimas, sísmicas e sonoras.
Ela pode acontecer somente num meio material, mas não transportam matéria e, sim, energia.
Essas perturbações acontecem na forma de pulsos, os quais são ondas de curta duração que se repetem com
intervalos de tempo iguais, ou seja, em movimentos periódicos.
A velocidade com que as ondas mecânicas espalham-se depende de duas propriedades gerais do material em
que é transportada: a densidade e a elasticidade.
O cálculo da velocidade da onda deve considerar o período e o seu comprimento.
O período é o tempo que a onda leva para completar uma ondulação, enquanto o seu comprimento é a
distância que a onda percorre durante um período.
Assim, para calcular a velocidade, usamos a seguinte fórmula:
v = λ / T
Onde,
v = velocidade
λ = comprimento da onda
T = período da ondulação
Ondas Eletromagnéticas
Ondas eletromagnéticas são aquelas que resultam da libertação das fontes de energia elétrica e magnética em
conjunto.
Quando se movimenta velozmente, com a velocidade da luz, a energia liberada apresenta o aspecto de onda.
Por esse motivo, recebe o nome de onda eletromagnética.

As ondas eletromagnéticas são longitudinais, ou seja, direcionam-se conforme a vibração


Tipos de Ondas Eletromagnéticas
São 7 os tipos de ondas eletromagnéticas: ondas de rádio, micro-
ondas, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios x e raios gama. O que determina a sua classificação é a
frequência e a oscilação com que as ondas são emitidas e também o seu comprimento.
Quanto mais alta a frequência, menor o comprimento de uma onda gravitacional.
As ondas são medidas pelo espectro eletromagnético. Através das faixas desse mecanismo é possível verificar a
distribuição da intensidade do eletromagnetismo.
Ondas de rádio - As ondas de rádio ficam na outra extremidade do espectro. São as mais baixas e, portanto, as
mais compridas.
Micro-ondas - As frequências desse tipo de onda eletromagnética são bastante baixas.
Infravermelho - Localizado ao lado da luz visível, a radiação infravermelha pode ser vista mediante a utilização
de equipamentos, mas não a olho nu.
Luz Visível - Localiza-se no centro do espectro eletromagnético. Tal como o nome indica, essa energia é visível a
olho nu.
Raios Ultravioleta - A energia ultravioleta localiza-se ao lado da luz visível, que é o centro do espectro
eletromagnético.
Raios x - Localizam-se logo a seguir aos raios gama na faixa do espectro eletromagnético. A radiação dos raios x
são invisíveis a olho nu.
Raios Gama - Os raios gama ficam numa das extremidades do espectro. É o tipo de onda que tem a frequência
mais alta, logo, seu comprimento é minúsculo.
Onde elas estão?
As ondas eletromagnéticas propagam-se no vácuo a todo momento. Isso porque tudo o que existe tem
eletromagnetismo.
A energia elétrica surge da agitação dos átomos que estão na formação de todos os corpos. O magnetismo
surge da movimentação dessa carga elétrica e, como resultado, surgem as ondas eletromagnéticas.
Inúmeras coisas que utilizamos no dia a dia funcionam através das ondas eletromagnéticas. São exemplos: o
rádio, a televisão, o celular, o micro-ondas, o controle remoto, a internet sem fios, o bluetooth, etc.
Classificação das Ondas: Direções
Segundo a direção de propagação das ondas, elas são classificadas em:
Ondas Unidimensionais: as ondas que se propagam em uma direção.
Exemplo: ondas em uma corda.
Ondas Bidimensionais: as ondas que se propagam em duas direções.
Exemplo: ondas se propagando na superfície de um lago.
Ondas Tridimensionais: as ondas que se propagam em todas as direções possíveis.
Exemplo: ondas sonoras.
As ondas também podem ser classificadas de acordo com a direção de vibração:
Ondas Longitudinais: a vibração da fonte é paralela ao deslocamento da onda.
Exemplo: ondas sonoras
Ondas Transversais: a vibração é perpendicular à propagação da onda.
Exemplo: onda em uma corda.

Fórmulas
Relação entre período e frequência
O período é o inverso da frequência.
Assim:

Velocidade de propagação

A velocidade também pode ser calculada em função da frequência, substituindo o período pelo inverso da
frequência.
Temos:

A equação acima é chamada de equação fundamental da ondulatória.


Exemplo
Qual o período e a velocidade de propagação de uma onda que apresenta frequência de 5Hz e comprimento de
onda de 0,2 m?
Como o período é o inverso da frequência, então:

Para calcular a velocidade usamos o comprimento de onda e a frequência, assim:

Fenômenos ondulatórios
Quando uma onda se propaga e encontra certo meio, como um obstáculo ou uma superfície que separa duas
regiões, esta interage com ele, o que gera alguns comportamentos específicos. Estes são chamados fenômenos
ondulatórios, tema de física importante para o Enem. Falaremos sobre eles a seguir, mas, para isso, teremos
que definir duas representações geométricas das ondas: a FRENTE DE ONDA e o RAIO DE ONDA.
Chamamos de frente de onda o conjunto de pontos que separa a região já atingida pela onda da região ainda
não atingida. Raio de onda é uma linha que representa a direção de propagação da onda em certo ponto.
REFLEXÃO

A reflexão acontece quando uma onda atinge uma região que separa dois meios e retorna, se propagando no
mesmo meio anterior. Desta forma, não há alteração na velocidade de propagação (que só depende do meio),
nem na frequência (que só depende da fonte). Assim, o comprimento de onda da onda incidente é igual ao
comprimento de onda da onda refletida (Figura 3).
Na reflexão, o ângulo θi formado entre o raio de onda incidente e a direção perpendicular à superfície,
chamada de direção NORMAL, é idêntico ao ângulo θr formado pela direção normal e pelo raio refletido. Assim:
θi= θr
No caso de um pulso unidimensional em uma corda, a reflexão pode gerar dois efeitos diferentes. Se a
extremidade da corda estiver fixa, o ponto da corda que está presa ao obstáculo tentará mover o obstáculo
para cima. Pela Terceira Lei de Newton, sofrerá a ação de uma força para baixo, o que fará inverter a orientação
da perturbação. Dizemos que, nesse caso, houve INVERSÃO DA FASE da onda (Figura 5).
Se as extremidades estiverem livres, esta força não atua e o pulso retorna normalmente.
REFRAÇÃO

A refração acontece quando uma onda atinge uma região que separa dois meios e a atravessa, passando a se
propagar no outro meio. Desta forma, há alteração na velocidade de propagação (já que esta só depende do
meio), o que gera uma alteração no comprimento de onda, mas sem que haja alteração na frequência. Isso vem
acompanhado, na maioria dos casos, de uma alteração na direção de propagação da onda.
É essa alteração que explica o porquê as ondas do mar chegam sempre “de frente” à costa, mesmo sendo esta
toda “recortada”. Se observarmos o oceano de cima, de um ponto mais elevado numa costa, veremos o padrão
horizontal de cristas de onda que se aproximam dela. Mas, independente da direção das quais as ondas
venham, elas acabam chegando à costa numa direção quase perpendicular a ela. Isso acontece porque a
profundidade do mar diminui a medida em que a onda se aproxima da costa, alterando a velocidade de
propagação das ondas.

Na refração, o ângulo θ1 formado entre o raio de onda incidente e a direção perpendicular à superfície,
chamada de direção NORMAL, possui uma relação com o ângulo θ2 formado pela direção normal e pelo raio
refratado. Essa relação é chamada de Lei de Snell-Descartes:

No caso de um pulso unidimensional em uma corda, a refração pode acontecer quando unimos duas cordas de
diferentes densidades, por exemplo. É bom lembrar que a velocidade de propagação é maior na corda menos
densa.
Se o pulso se propaga da corda menos densa para a mais densa, a segunda corda se comporta como um ponto
fixo para a primeira, e o pulso refletido sofre inversão de fase (Figura 8).

Se o pulso se propaga da corda mais densa para a menos densa, a segunda corda se comporta como um ponto
livre para a primeira, e o pulso refletido não sofre inversão de fase (Figura 9).
DIFRAÇÃO
Quando uma frente de onda encontra um obstáculo, este reflete parte da energia da onda e transmite outra
parte. Mas, se tivermos uma porção da frente de onda desobstruída, os pontos dessa frente de onda se
comportam como pequenas fontes pontuais de onda, gerando ondas do outro lado do obstáculo e que tendem
a se espalhar do outro lado. Esse fenômeno chama-se difração, e esse princípio recebe o nome de PRINCÍPIO DE
HUYGENS.
É por isso que conseguimos escutar um som emitido de um lado de um muro, mesmo estando do outro lado. É
claro que podemos ter uma pequena parcela de energia atravessando o muro, mas a maioria dessa energia
chega até nós graças à difração.
É importante ressaltar uma coisa: a difração, assim como os outros fenômenos ondulatórios, é mais intensa
quando o comprimento de onda tem valor próximo ou maior do que as dimensões dos objetos utilizados para a
observação. É por isso que, ao longo do dia-a-dia, não notamos a luz como uma onda: o comprimento médio de
onda da luz é da ordem de 0,0005 mm! Não temos objetos ao nosso redor com essas dimensões.
POLARIZAÇÃO E RESSONÂNCIA
Polarizar uma onda significa orientá-la em uma única direção ou plano através da passagem em um dado meio,
chamado de polarizador. Somente ondas transversais podem ser polarizadas!).

A luz solar não tem uma direção específica de polarização. Cada onda eletromagnética que sai do sol pode
vibrar em uma direção diferente. Neste caso, dizemos que a luz é não polarizada. Quando a luz solar é refletida,
pode ser polarizada em uma direção específica. As lentes polarizadas de óculos escuros podem barrar a
passagem dessa luz, diminuindo a sensação de ofuscamento causada pelas superfícies que refletem a luz
(Figura 12).

Ressonância
Sistemas físicos, como sólidos, por exemplo, devido à sua estrutura atômica ou molecular, possuem uma
vibração própria graças a efeitos térmicos ou externos. Quando uma vibração externa, com frequência próxima
ou igual à frequência natural de vibração de um sistema, é emitida na direção deste, o sistema absorve
fortemente a energia dessa onda, aumentando a amplitude de suas vibrações. Neste caso, dizemos que o
sistema está em ressonância.
É graças a isso que é possível estourar uma taça de cristal apenas com a voz. Ao emitirmos um som com
frequência próxima ao valor natural do cristal, ele entra em ressonância e não suporta o aumento da vibração,
quebrando. É também por isso que escutamos o som de um violão: a madeira da caixa do violão entra em
ressonância graças à vibração das cordas, fazendo o ar retido dentro da caixa também vibrar, aumentando a
intensidade do som.
EFEITO DOPPLER
Quando nos aproximamos de uma fonte de ondas, alcançamos as frentes de onda em um tempo mais curto do
que aconteceria se estivéssemos em repouso em relação ao emissor. Isso gera a impressão de que o período da
onda diminuiu, ou seja, que a frequência da onda aumentou.
Ao contrário, quando nos afastamos de uma fonte de ondas, alcançamos as frentes de onda em um tempo
maior do que aconteceria se estivéssemos em repouso em relação ao emissor. Isso gera a impressão de que o
período da onda aumentou, ou seja, que a frequência da onda diminui.
Essa alteração aparente na frequência percebida de uma onda quando existe movimento entre a fonte de
ondas e o receptor é chamado de EFEITO DOPPLER. É por isso que temos a impressão que a sirene de uma
buzina se modifica ao longo do movimento da ambulância.
Ondas estacionárias em cordas e tubos sonoros
Ondas Estacionárias

    
Onda estacionária: ao centro podemos ver o nó ou o ponto nodal
Ondas estacionárias são ondas que permanecem em uma posição constante em um intervalo de tempo
arbitrário. Quando essas ondas se superpõem, há a formação de interferência.    
No estudo dos conceitos básicos de ondas temos que ficar atentos a uma característica, que é o transporte de
energia sem o transporte de matéria. Por esse motivo é que dizemos que elas são apenas deformações que se
propagam em um meio. Sendo assim, elas podem atravessar a mesma região ao mesmo tempo.
Quando duas ondas periódicas de frequências, comprimentos de onda e amplitude iguais, propagando-se em
sentidos contrários, superpõem-se em um dado meio, vemos se formar uma figura de interferência chamada
de onda estacionária. Evidentemente, não se trata de uma onda, na acepção normal do termo, mas de um
particular padrão de interferência.
O caso mais simples desse tipo de interferência é o que ocorre em uma corda esticada, na qual as ondas
produzidas em uma das extremidades superpõem-se às ondas refletidas na extremidade oposta. Os pontos do
meio no qual ela é estabelecida oscilam em MHS, com amplitudes que dependem da posição do ponto
considerado.
Nos pontos de interferência construtiva (V), denominados ventres ou pontos ventrais, a amplitude de oscilação
é máxima, correspondendo ao dobro da amplitude de cada onda constituinte.
Aos pontos de interferência totalmente destrutiva (N) damos o nome de nós ou pontos nodais, que não
oscilam, permanecendo, portanto, em equilíbrio (veja a figura acima). A distância entre dois ventres
consecutivos, ou entre dois nós consecutivos, é igual à metade do comprimento de onda da onda estacionária.
Para a produção de uma onda estacionária devemos primeiramente fixar as duas extremidades de uma corda
em uma parede e em seguida fazer com que uma das extremidades vibre com movimentos periódicos verticais.
Vejamos a ilustração abaixo.

Na figura acima podemos ver a frequência fundamental de oscilação em uma corda de extremidades fixas. Para
o maior comprimento de onda, a relação correspondente é a menor frequência. Essa básica relação pode ser
observada através da seguinte equação:
v = λ .ƒ
Tubos sonoros
É sabido que a física está em praticamente tudo que fazemos no cotidiano. Em alguns momentos ouvimos sons
produzidos por alguns instrumentos – de sopro, por exemplo. Eles se parecem com tubos, abertos nas duas
extremidades ou abertos em uma e fechados em outras.

Assim, podemos dizer que um tubo sonoro é basicamente uma coluna de ar onde são produzidas ondas
estacionárias longitudinais. Essas ondas são produzidas pela superposição de ondas de pressão que são geradas
em uma extremidade com as ondas refletidas na outra extremidade.

As ondas de pressão produzidas numa extremidade ocorrem em razão de um dispositivo


chamado embocadura. O jato de ar que adentra o tubo é dirigido contra a embocadura, assim ele vai se
afunilando, determinando a vibração que dá origem às ondas.

Tubos fechados
Podemos ver na figura abaixo que na extremidade da embocadura a onda estacionária longitudinal forma
apenas um ventre e um nó na extremidade fechada. Nesse tipo de tubo, ou melhor, em todos os modos de
vibração, há aumento apenas do número de nós intermediários. Vejamos na figura:

Tubo sonoro fechado

De acordo com a figura vemos que a distância entre um ventre e um nó consecutivo equivale a um quarto do
comprimento de onda, assim, temos (λ/4). Como a frequência de vibração é dada por f = v/λ, podemos
estabelecer que:

Em um tubo fechado, as frequências naturais são múltiplos ímpares da relação (v/4L), como se observa na
seguinte equação:

Para i = 1 temos a frequência fundamental, para i = 3 temos o terceiro harmônico, para i = 5 temos o quinto
harmônico, etc. Lembramos que um tubo fechado não emite harmônico de ordem par.

Tubos abertos

Podemos ver na figura abaixo que a onda estacionária longitudinal formada apresenta um ventre nas duas
extremidades. O modo mais simples de vibrar corresponde a um nó no ponto central. Podemos ver que a cada
novo modo de vibração, surge mais um nó intermediário.

Tubos sonoros aberto


A distância entre dois ventres consecutivos é igual a meio comprimento de onda, ou seja, (λ/2), temos que a
frequência é dada por f = v/λ. Na equação, v é a velocidade da onda dentro do tubo. Desta forma, podemos
estabelecer que:

Em um tubo aberto, as frequências naturais de vibração são dadas pela seguinte equação:

Para N = 1 temos a frequência fundamental, para N = 2 temos o segundo harmônico, para N = 3 temos o
terceiro harmônico, e assim por diante.

Por Domiciano Corrêa Marques da Silva


Graduado em Física

Instrumento de sopro aberto    


Acústica, fenômenos sonoros e instrumentos musicais
Acústica
A área da Física que estuda o som é chamada de Acústica. Para entende-la melhor precisamos relembrar alguns
conceitos:
Onda: é a variação periódica de uma grandeza física. Uma onda é composta por:
Crista: Pontos de maior intensidade, o topo da onda.
Vale: Pontos de menor intensidade da onda.
Nível Médio: Pontos entre o as Cristas e os Vales.
A distância entre a crista ou o vale e o nível médio é chamada amplitude (y). Já a distância entre duas cristas
consecutivas ou dois vales consecutivos é chamada de comprimento de onda (λ).

Onde:
λ – Comprimento
y - Amplitude
O tempo que uma oscilação leva para se repetir é chamado período (T), medido em segundos(s). A frequência (f)
significa quantas vezes uma oscilação se repete por unidade de tempo, medida em Hertz (Hz). Dessa forma:
f = 1/t
O Som é uma onda mecânica que possui a intensidade e frequência necessárias para ser percebida pelo ser humano.
Entendemos como onda mecânica uma onda que precisa de meios materiais, como o ar ou o solo, para se propagar. As
frequências audíveis pelo ouvido humano ficam entre 16 Hz e 20000Hz (20kHz). Dentro desta faixa a encontram-se a
voz humana, instrumentos, musicais, alto-falantes, etc.
Abaixo de 16Hz temos os infra-sons, produzidos por vibrações da água em grandes reservatórios, batidas do coração,
etc.
Acima de 20kHz estão os ultra-sons emitidos por alguns animais e insetos (morcegos, grilos, gafanhotos...), sonares,
aparelhos médicos e industriais.
Os dispositivos que produzem ondas sonoras são chamados de fontes sonoras. Entre os que mais se destacam estão
aqueles compostos por:
Cordas vibrantes como violão o  piano, as cordas vocais etc.
Tubos sonoros como órgão flauta, clarineta.
Membranas e placas vibrantes tal como o tambor
Hastes vibrantes como o diapasão, triangulo, etc.
Podemos caracterizar os sons a partir de sua intensidade, altura ou timbre.
A intensidade está ligada à quantidade de energia transportada pelo som. Desta forma, conforme a intensidade do
som dizemos que ele é mais forte (a onda possui maior amplitude) ou mais fraca (a onda possui menor amplitude).
A altura está relacionada com a freqüência do som. Assim distinguimos os sons mais altos como os de maior
frequência (mais agudos) e os mais baixos como os de menor frequência (mais graves). As notas musicais buscam
agrupar diferentes freqüências sonoras produzidas por um instrumento.
O timbre corresponde ao conjunto de ondas sonoras que formam um som. O timbre permite diferenciar diferentes
fontes sonoras, por exemplo é fácil perceber que o som de uma guitarra e de uma flauta são completamente diferentes.
A velocidade do som no ar é de 340 m/s. A fórmula que relaciona velocidade, amplitude e frequência sonora é:
V=λ.f
Fenômenos sofridos pelo som
Como o som é uma onda, ele está sujeito a diversos fenômenos ondulatórios, confira quais são eles:
Reflexão: A reflexão acontece quando o som é emitido em direção a algum anteparo elástico. A reflexão do som dá
origem ao eco sonoro, por exemplo.
Absorção: Alguns meios são capazes de absorver as ondas sonoras, funcionando, assim, como bons abafadores de
som. As câmaras anecoicas são exemplos práticos da absorção sonora, quase nenhum som externo é capaz de entrar
nessas câmaras.
Refração: A refração ocorre quando o som muda de meio e sofre mudanças de velocidade. Esse fenômeno é
especialmente útil para a realização dos exames de ultrassonografia.
Difração: Se o som passar através de algum obstáculo ou fenda de dimensões parecidas com o seu comprimento de
onda, ele sofrerá uma difração. A difração do som faz com que ele passe através de frestas, em baixo de portas, e
possa ser ouvido.
Interferência: A interferência diz respeito à sobreposição das ondas sonoras, em alguns pontos do espaço, o som
produzido por uma ou mais fontes irá sobrepor suas cristas e ondas, produzindo regiões de interferência construtiva e
destrutiva. Em teatros e cinemas, o sistema de som é projetado de forma que haja o mínimo de regiões de interferência
destrutiva.
Apesar de ser uma onda, o som é uma onda do tipo longitudinal e, por isso, não é capaz de sofrer polarização.
Intensidade, timbre e altura
Intensidade
A intensidade sonora mede a quantidade de energia que uma onda sonora é capaz de transferir a cada segundo em
uma área de 1 m². A intensidade relaciona-se à amplitude da onda e é definida pela potência emitida pela fonte
dividida pela área da frente de onda sonora, como mostramos a seguir:

I – Intensidade sonora (W/m²)


P – Potência (W)
A – Área da frente de onda (m²)
A figura a seguir ilustra a frente de onda sonora, que tem formato circular, uma vez que as sonoras são
tridimensionais e propagam-se com a mesma velocidade em todas as direções:
A intensidade
sonora diminui com o quadrado da distância entre a fonte e o observador.
Por meio da figura, é possível perceber que, conforme nos afastamos uma distância r, a área da frente de onda
aumenta com o quadrado da distância. Por tratar-se de uma onda esférica, essa área pode ser calculada pela
expressão 4πr².
Apesar de a unidade de intensidade sonora ser o watt por metro quadrado, a intensidade sonora é comumente
medida em uma escala logarítmica conhecida como escala de Bell, criada pelo inventor do telefone, Alexander
Graham Bell.
A escala de Bell utiliza as propriedades do logaritmo de base 10 para comparar sons de diferentes intensidades, para
tanto, o menor valor existente nessa escala é também o menor valor de intensidade sonora audível (chamada de I 0),
cerca de 10-12 W/m², também conhecido como limiar de audibilidade. De acordo com essa escala, sons de diferentes
intensidades relacionam-se com I0 da seguinte maneira:

N – número de bel


Aplicando as propriedades logarítmicas na equação apresentada, obtém-se a seguinte expressão:

O cálculo acima permite calcular o número de decibéis de uma onda sonora de intensidade I. O decibel é um
submúltiplo dez vezes menor que o bel. A partir disso, é possível compreender que um som de 20 decibéis é 10 vezes
mais forte que um som de 10 decibéis, por exemplo.
Quando algum som tem grande intensidade, dizemos que esse som é forte, ao contrário, trata-se de um som fraco.
Timbre
O timbre permite
distinguirmos diferentes fontes sonoras graças ao formato da onda.
O timbre é a característica dos sons que nos permite diferenciar uma nota musical emitida por um piano de um
violino, por exemplo. O timbre é o formato da onda sonora, cada instrumento musical apresenta um modo de
vibração próprio, que resulta na produção de um som característico.
O timbre também garante que a voz humana seja diferente em cada indivíduo, permitindo que ativemos dispositivos
por meio de comandos de voz, por exemplo.
Altura

Os sons apresentam três características – intensidade, altura e timbre.


A altura de um som diz respeito à sua frequência, que mede o número de oscilações que a onda sonora produz a cada
segundo. A medida de frequência é dada em hertz (Hz).

n – número de oscilações
Δt – intervalo de tempo (s)
A frequência do som pode ser obtida por meio da velocidade de propagação e do comprimento de onda do som.
Observe:

v – velocidade de propagação (m/s)


λ – comprimento de onda (m)
f – frequência (Hz)
 
Os seres humanos não são capazes de ouvir qualquer frequência sonora, na verdade, a nossa percepção é bastante
limitada: só somos capazes de ouvir frequências que se encontrem em intervalo que vai de 20 Hz a 20.000 Hz, esse
intervalo é conhecido como espectro audível.
Qualquer som que tenha frequência abaixo dos 20 Hz é inaudível pelos seres humanos e é chamado de infrassom, já
os sons que tenham frequência maior que 20.000 Hz, também inaudíveis para nós, são conhecidos como ultrassons.

Instrumentos Musicais
Quem não gosta de ouvir uma boa música? Existem músicas para todos os gostos.

O som musical, em geral, é aquele que se apresenta de forma agradável aos nossos ouvidos, cuja onda sonora
apresenta certa regularidade. Instrumentos musicais são dispositivos que produzem esse tipo de som.

Instrumentos musicais são classificados em três grupos, os instrumentos de cordas, instrumentos de sopor e
instrumentos de percussão. Como a física explica o funcionamento desses instrumentos, é que veremos agora.

Instrumentos de cordas
Se pararmos pra pensar um pouco, podemos enumerar um grande número de instrumentos de corda: violão, violino,
piano, harpa, guitarra, contrabaixo, etc. Nesses instrumentos, o som é produzido a partir de cordas, que quando
acionadas provocam compressões e rarefações no ar, chamadas ondas sonoras.

Também chamada de cordas vibrantes, as cordas dos instrumentos musicais, quando vibram produzem ondas
transversais que, superpondo-se às refletidas nas extremidades, originam uma onda estacionária.

O modo mais simples de vibração da corda caracteriza sua freqüência fundamental, correspondente à vibração entre as
extremidades de fixação da corda (nós) e um ponto médio. O segundo modo de vibração corresponde aos nós das
extremidades e a um nó no ponto central. O terceiro modo corresponde a mais um nó entre os nós extremos, e assim,
cada novo modo de vibração corresponde a mais um nó intermediário.

A distância entre dois nós consecutivos corresponde a meio comprimento de onda   e a freqüência de oscilação é

dada por ,   onde v é a velocidade da onda na corda.

Cordas vibrantes
Instrumentos de sopro

Os instrumentos de sopro são constituídos por tubos sonoros. É muito fácil nos lembrarmos desses instrumentos:
saxofone, trombone, trompete, flauta, etc.

Se você soprar dentro de uma garrafa de vidro, por exemplo, irá observar esta emitira um som. Isso acontece porque a
coluna de ar dentro da garrafa entra em vibração emitindo uma onda sonora. A produção dessa onda em uma das
extremidades é devida a um dispositivo denominado embocadura. A extremidade oposta à embocadura, pode ser
aberta ou fechada dando origem a dois tipos de tubos sonoros, os abertos e os fechados.

Nos tubos abertos a onda estacionária longitudinal que se forma apresenta um ventre em ambas as extremidades. O
modo mais simples de vibração corresponde a um nó no ponto central do tubo. A cada novo modo de vibração, surge
mais um nó intermediário.

A distância entre dois ventres consecutivos é igual à metade do comprimento de onda  e a freqüência é dada

por:  .
 
Tubos sonoros abertos
Nos tubos sonoros fechados a onda estacionária longitudinal, apresenta um ventre na extremidade da embocadura e
um nó na extremidade fechada. Para cada modo de vibração existente, mantém-se o nó na extremidade fechada e
aumenta-se um nó intermediário.

A distância entre o ventre e o nó consecutivo corresponde a um quarto do comprimento de onda  .

Tubos sonoros fechados

Os instrumentos de percussão se comportam de maneira bem diferente dos demais. Os sons emitidos por eles podem
ter suas origens das vibrações de membranas, hastes e superfícies metálicas, o que dificulta estabelecer um padrão de
comportamento para eles.
Efeito doppler
O efeito Doppler é o fenômeno que ocorre com as ondas emitidas ou refletidas por um objeto em movimento
com relação ao observador. Esse efeito é decorrente da alteração da frequência ondulatória provocada pelo
movimento relativo de aproximação ou afastamento entre a fonte de onda e o observador.

Ocorre quando há aproximação ou afastamento entre uma fonte de ondas e o observador. Isso ocorre pois a
velocidade das ondas é influenciada pelo meio no qual elas se propagam. No efeito Doppler, a velocidade de
propagação da onda não é alterada. No entanto, há uma variação no comprimento de onda e na frequência da
onda captada pelo observador.

Assim, a percepção de frequência observada no efeito Doppler é relativa, portanto, é diferente da frequência
de emissão da onda. O fenômeno é utilizado para medir a velocidade de objetos por meio de ondas que são
emitidas por aparelhos baseados em radiofrequência ou lasers. 

História do efeito Doppler

A teoria do efeito Doppler foi descrita pelo físico austríaco Christian Johann Christian Andreas Doppler, em
1842, e recebeu esse nome em sua homenagem. Na época, Andreas Doppler afirmou que a frequência do som
percebida por um observador dependia do movimento relativo entre o observador e a fonte emissora do som.

A primeira comprovação do efeito Dopller só veio três anos depois, em 1845, com uma experiência do
cientista Buys Ballot, em que uma locomotiva puxava um vagão com vários trompetistas.

Pouco mais tarde, o francês Hippolyte Fizeau descobriu, de maneira independente, o efeito Doppler nas ondas
eletromagnéticas. Nesse caso, o fenômeno é denominado efeito Doppler Relativístico, pois quando se trata de
ondas eletromagnéticas, a frequência aparente das ondas depende apenas da velocidade relativa da fonte de
ondas e do observador. 

Fórmula da frequência aparente

A fórmula da frequência aparente é fórmula geral usada para calcular a frequência percebida pelo observador.
Através dessa fórmula é possível perceber que a fonte de ondas e o observador se aproximam ou se afastam,
indo diretamente na direção um do outro.

Por causa do Efeito Doppler, a frequência do som recebida por alguém no caminho da ambulância é maior do que a frequência
percebida pelas pessoas atrás do veículo. Ilustração: Vecton / Shutterstock.com

Dessa forma, à medida em que observador e fonte se aproximam, a frequência aparente da onda será maior do
que a frequência real emitida. Ao se encontrarem, a frequência observada será igualada à frequência emitida e,
quando se afastarem, a frequência observada será menor do que frequência emitida.

A frequência aparente pode ser calculada através da fórmula a seguir:

Onde

fo = é a frequência que o observador recebe


ff = é a frequência emitida pela fonte
v = é a velocidade da onda no meio
vo = é a velocidade do observador em relação ao meio (positiva ao se aproximar da fonte, negativa ao se
afastar)
vf = é a velocidade da fonte em relação ao meio (positiva ao se afastar, negativa ao se aproximar do
observador)
O efeito Doppler nos diferentes tipos de ondas

O efeito Doppler ocorre tanto em ondas mecânicas quanto em ondas eletromagnéticas. Esse efeito é
claramente percebido nas ondas sonoras, nas quais um observador percebe frequências diferentes das
frequências reais emitidas por uma fonte de ondas. 

A mudança de percepção ocorre devido à relativa velocidade das ondas de som e o movimento relativo entre o
observador e a fonte de ondas. Assim, quando um carro de som passa em alta velocidade, por exemplo, o
observador percebe que o som fica mais agudo quando ele se aproxima e, à medida que se afasta, o som fica
mais grave. 

A representação gráfica mostra um aumento na frequência no espectro visível da luz. (Foto: Wikipédia)

Nas ondas eletromagnéticas, o efeito Doppler se manifesta através da mudança de cor da luz percebida pelo
observador. Chamado de efeito Doppler Relativístico, ele pode ser percebido quando a fonte e o observador se
afastam ou se aproximam com grande velocidade. 

Dessa forma, quando observador e fonte se afastam ou se aproximam com velocidade, o espectro da luz
recebida apresenta um desvio para o vermelho ou para o violeta, respectivamente. Já quando fonte e
observador se encontram, a coloração vermelha fica mais intensa.

Esse fenômeno acontece, pois a frequência de onda luminosa é maior quando o observador está parado do que
quando encontra-se em movimento.
Como ocorre o efeito Doppler

Embora seja facilmente percebido nos fenômenos relacionados à acústica, o efeito Doppler pode ocorrer com
qualquer tipo de onda. Dessa forma, ele está presente tanto em ondas mecânicas (som) quanto em ondas
eletromagnéticas (luz). 

O efeito Doppler ocorre com a mudança relativa na frequência das ondas, que acontece quando a fonte de
ondas se move na direção do observador. Isso faz com que a emissão de cada crista de onda ocorra de uma
posição mais próxima do observador do que a última, aumentando a sua frequência aparente. 

Por outro, quando a fonte de ondas se afasta do observador, cada onda leva mais de tempo para alcançar o
observador do que a última e, consequentemente, a frequência com que essas ondas atingem o observador
diminui.
Aplicações no dia a dia

O efeito Doppler é encontrado em qualquer propagação ondulatória, portanto está presente no cotidiano,


sendo bastante útil para a Astronomia e para a Medicina, por exemplo. 

Os conhecimentos referentes a esse fenômeno permitem medir a velocidade relativa das estrelas e de outros
corpos celestes em relação ao planeta Terra. Na medicina, o efeito Doppler possibilita a realização do exame de
ecocardiograma, capaz de medir a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo ou do tecido cardíaco.

O efeito Doppler é capaz ainda de medir a velocidade de objetos, como automóveis e aviões, por meio de
reflexão de ondas emitidas pelo próprio equipamento como radares baseados em radiofrequência ou lasers
que utilizam frequências luminosas.    
Temperatura, Calor e Energia térmica
Termologia
Termologia é o ramo da física que estuda os fenômenos relacionados ao calor, temperatura, mudanças de
estado físico, estudo dos gases, dilatação térmica etc. A termologia pode ser dividida em três
partes: termometria, responsável por estudar a temperatura e as escalas termométricas, como Celsius,
Fahrenheit e Kelvin; calorimetria, área que estuda as trocas calor entre corpos; e termodinâmica, estudando as
relações entre calor, energia e trabalho, por meio das Leis da Termodinâmica.

Termometria
Termometria é a área da física que estuda a temperatura e as escalas termométricas. Na figura a seguir, é
possível observar os pontos de fusão e ebulição da água nas principais escalas
termométricas: Celsius, Kelvin e Fahrenheit.

A temperatura é uma das grandezas físicas fundamentais, que pode ser compreendida como o efeito
macroscópico da agitação dos átomos que compõem a matéria. A temperatura é medida por meio do uso de
um termômetro.
Além das escalas citadas anteriormente, existem muitas outras baseadas em diferentes características da
matéria. Dentre todas essas escalas, somente uma é considerada uma escala termodinâmica:
a escala Kelvin, que se baseia diretamente na agitação dos átomos.
A seguir, você pode conferir qual é a fórmula utilizada para converter uma certa temperatura representada em
uma escala termométrica para outra:

Calorimetria
A calorimetria é o ramo da termologia que estuda as trocas de calor. Calor é uma forma de energia, que,
segundo as Leis da Termodinâmica, flui espontaneamente entre corpos de diferentes temperaturas, do corpo
mais quente, para o corpo mais frio, até que esses corpos fiquem na mesma temperatura.
Por tratar-se de uma forma de energia, o calor é medido em joules, de acordo com o Sistema Internacional de
Unidades (SI), no entanto, é comum que o calor seja definido em calorias. No estudo da calorimetria, dizemos
que existem duas formas distintas de calor: calor sensível e calor latente, vamos compreender cada uma delas.
Veja também: O que é o termômetro de Galileu?
Calor sensível
Calor sensível é aquele que é transferido entre corpos de diferentes temperaturas, promovendo,
exclusivamente, a mudança de temperatura. A fórmula usada para calcular o calor sensível é mostrada a
seguir, observe:

A fórmula apresentada, conhecida como a equação fundamental da calorimetria, também pode ser escrita em


termos da capacidade térmica do corpo:

Calor latente
Calor latente é a energia trocada entre corpos de diferentes temperaturas, responsável por promover
exclusivamente mudanças de estado físico. Quando alguma substância pura atinge a temperatura de transição
de estado (sólido-líquido, líquido-gasoso, por exemplo), ela receberá ou cederá calor sensível até que seu
estado físico tenha mudado, enquanto isso, sua temperatura permanecerá constante.
A fórmula usada para calcular o calor latente é mostrada a seguir, observe:

Veja também: Dilatação térmica dos sólidos: como ocorre?


Termodinâmica
Termodinâmica é a área da física que estuda as relações entre calor, energia e trabalho. A termodinâmica
perpassa diversas áreas do conhecimento e é fundamental para a compreensão de sistemas físicos de variadas
escalas: desde células a galáxias funcionam de acordo com as Leis da Termodinâmica.
Calor e Temperatura
Calor e Temperatura são dois conceitos fundamentais na termologia (Termofísica) os quais, são considerados
sinônimos.
No entanto, o calor designa a troca de energia entre corpos, enquanto que a temperatura caracteriza a
agitação das moléculas de um corpo.
Calor
O calor (energia calorífica) é caracterizado pela transferência de energia térmica que flui de um corpo (com
maior temperatura) ao outro (de menor temperatura) quando há diferença de temperatura entre ambos.
Dessa forma, o equilíbrio térmico ocorre quando os dois corpos, por meio da transferência de calor, atingem a
mesma temperatura.
A propagação de calor pode ocorrer de três maneiras, a saber: condução, convecção e irradiação.
Na condução térmica, a transferência de calor é dada pela agitação das moléculas, por exemplo, ao segurar
uma barra de ferro e aquecer a outra extremidade, em pouco tempo, a barra inteira se aquecerá.
Na convecção térmica, a transferência de calor ocorre entre líquidos e gases; é o que acontece com o
aquecimento de água numa panela, donde criam-se "correntes de convecção" e a água que está próxima do
fogo sobe, enquanto a que está fria desce.
Por fim, na irradiação térmica, o calor é propagado por meio de ondas eletromagnéticas, sem que seja
necessário o contato entre os corpos, por exemplo, se aquecer perto de uma lareira.
Note que, no Sistema Internacional de Unidades (SI) o calor é medido em calorias (cal) ou joules (J).
Temperatura
A temperatura, por sua vez, é uma grandeza física a qual designa a energia cinética (movimento ou agitação)
das moléculas e o estado térmico de um corpo (quente ou frio).
Quanto mais quente (alta temperatura) se apresenta o corpo, maior será sua energia cinética, ou seja, a
agitação moléculas; e, quanto mais frio (baixa temperatura), menor será a agitação molecular.
No Sistema Internacional de Unidades (SI) a temperatura pode ser medida em Celsius (°C), Kelvin (K)
ou Fahrenheit (°F).
No Brasil, a escala de temperatura utilizada é Celsius, cujo ponto de fusão da água apresenta o valor 0° e o
ponto de ebulição 100°.
Medir a Temperatura
Para medir a temperatura é necessário um aparelho chamado termômetro (feito de mercúrio), cujo valor da
pode ser apresentado nas escalas: Celsius (°C), kelvin (K) ou Fahrenheit (°F).
Para tanto, na escala Kelvin o valor do ponto de fusão da água é de 273K (0°C) e o ponto de ebulição de 373K
(100°C).
Na escala Fahrenheit, o ponto de fusão da água é de 32 °F (0 °C) enquanto que o ponto de ebulição da água é
de 212 °F (100 °C).
Energia Térmica
A energia térmica ou energia interna é definida como a soma da energia cinética e potencial associada aos
elementos microscópios que constituem a matéria.
Os átomos e moléculas que formam os corpos apresentam movimentos aleatórios de translação, rotação e
vibração. Este movimento é chamado de agitação térmica.
A variação de energia térmica de um sistema ocorre através de trabalho ou de calor.
Por exemplo, quando usamos uma bomba manual para encher o pneu de uma bicicleta, observamos que a
bomba fica aquecida. Neste caso, o aumento da energia térmica ocorreu por transferência de energia mecânica
(trabalho).
A transferência de calor normalmente acarreta um aumento na agitação das moléculas e átomos de um corpo.
Isso produz um aumento da energia térmica e consequentemente, um aumento na sua temperatura.
Quando dois corpos com temperaturas diferentes são colocados em contato, ocorre transferência de energia
entre eles. Após um certo intervalo de tempo, ambos terão a mesma temperatura, ou seja, atingirão
o equilíbrio térmico.

Fogueira, um exemplo de energia térmica.


Energia térmica, calor e temperatura
Apesar dos conceitos de temperatura, calor e energia térmica se confundirem no cotidiano, fisicamente eles
não representam a mesma coisa.
O calor é energia em trânsito, desta forma, não faz sentido dizer que um corpo tem calor. Na verdade, o corpo
tem energia interna ou térmica.
A temperatura quantifica as noções de quente e frio. Além disso, é a propriedade que rege a transferência de
calor entre dois corpos.
A transferência de energia na forma de calor, acontece unicamente pela diferença de temperatura entre dois
corpos. Ela ocorre de forma espontânea do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura.
Existem três formas de ocorrer a propagação do calor: condução, convecção e irradiação.
Na condução, a energia térmica é transmitida por meio da agitação molecular. Na convecção a energia se
propaga pela movimentação do fluido aquecido, pois a densidade varia com a temperatura.
Já na irradiação térmica, a transmissão ocorre através de ondas eletromagnéticas.
Fórmula
A energia interna de um gás ideal, formado por apenas um tipo de átomo, pode ser calculada pela seguinte
fórmula:

Sendo,
U: energia interna. A unidade no sistema internacional é o joule (J)
n: número de mol do gás
R: constante dos gases ideais
T: temperatura em kelvin (K)
Exemplo
Qual a energia interna de 2 mols de um gás perfeito, que em um dado instante apresenta a temperatura de 27
°C?
Considere R=8,31 J/mol.K.
Primeiro devemos passar a temperatura para kelvin, assim teremos:
T = 27 + 273 = 300 K
Depois basta substituir na fórmula

Utilização da energia térmica


Desde os primórdios utilizamos a energia térmica proveniente do Sol. Além disso, o homem sempre buscou
criar dispositivos capazes de converter e multiplicar esses recursos em energia útil, principalmente na produção
de energia elétrica e transporte.
A transformação de energia térmica em energia elétrica, para ser usada em larga escala, é feita nas usinas
termoelétricas e termonucleares.
Nessas usinas, utiliza-se algum combustível para aquecer a água de uma caldeira. O vapor produzido
movimenta as turbinas ligadas ao gerador de energia elétrica.
Nas usinas termonucleares, o aquecimento da água é feito através da energia térmica liberada a partir da
reação de fissão nuclear de elementos radioativos.
Já as usinas termoelétricas, utilizam a queima de matérias-primas renováveis e não renováveis para o mesmo
fim.
Vantagens e desvantagens
As usinas termoelétricas, de uma forma geral, apresentam a vantagem de poderem ser instaladas próximo aos
centros de consumo, o que reduz os custos com a instalação de redes de distribuição. Além disso, não
dependem de fatores naturais para operar, como é o caso das usinas hidrelétricas e eólicas.
Contudo, também são a segunda maior produtora dos gases de efeito estufa. Seus principais impactos são a
emissão de gases poluentes que diminuem a qualidade do ar e o aquecimento das águas dos rios.
As usinas desse tipo apresentam diferenças em função do tipo de combustível utilizado. Na tabela abaixo,
mostramos as vantagens e desvantagens dos principais combustíveis usados atualmente.
Tipo de usina Vantagens Desvantagens
• É a que mais emite gases do efeito estufa• Os gases
Termoelétrica • Alta produtividade• Baixo custo do
emitidos causam chuva ácida• A poluição ocasiona
a Carvão combustível e da construção
problemas respiratórios
• Menor poluição local, em • Emissão alta de gases do efeito estufa• Variação muito
Termoelétrica
comparação com a de carvão• Baixo grande do custo do combustível (associado ao preço do
a gás natural
custo da construção petróleo)
• Baixo custo do combustível e da • Possibilidade de desmatamento para o cultivo das plantas
Termoelétrica
construção• Baixa emissão de gases do que darão origem a biomassa.• Disputa do espaço do solo
a biomassa
efeito estufa com a produção de alimentos
• Praticamente não existe emissão de
• Alto custo• Produção de lixo radioativo• As
Termonuclear gases do efeito estufa• Alta
consequências de acidentes são gravíssimas
produtividade
Escalas termométricas
Escalas Termométricas
As escalas termométricas são usadas para indicar a temperatura, ou seja, a energia cinética associada à
movimentação das moléculas.
No Sistema Internacional de Unidades (SI) a temperatura pode ser medida em três escalas:
Escala Celsius (°C)
Escala Kelvin (K)
Escala Fahrenheit (°F)
Como referência, elas utilizam os pontos de fusão (gelo) e ebulição (vapor) da água. Confira abaixo a origem e
as características de cada uma delas. Lembre-se que o termômetro é o instrumento utilizado para medir a
temperatura.
Escala Fahrenheit
A Escala Fahrenheit foi criada em 1724 pelo físico e engenheiro Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736). Recebe
esse nome em homenagem ao seu criador.
Nos Estados Unidos e na Inglaterra a temperatura é medida em Fahrenheit. O símbolo dessa escala
termométrica é °F.
Ponto de Fusão da Água: 32 °C
Ponto de Ebulição da Água: 212 °C
Escala Celsius
A Escala Celsius foi criada em 1742 pelo astrônomo sueco Anders Celsius (1701-1744). Recebe esse nome em
homenagem ao seu criador.
É a escala termométrica mais utilizada no mundo, inclusive no Brasil. O símbolo dessa escala é °C.
Ponto de Fusão da Água: 0 °C
Ponto de Ebulição da Água: 100 °C
Obs: As expressões "Graus Celsius" e "Graus Centígrados" são sinônimas. No entanto, graus centígrados foi
substituída pelo grau Celsius na Conferência Geral de Pesos e Medidas (1948).
Escala Kelvin
A Escala Kelvin é chamada de "escala absoluta" pois tem como ponto de referência o zero absoluto. Ela foi
criada em 1864 pelo físico, matemático e engenheiro irlandês William Thomson (1824-1907). Recebe esse
nome uma vez que ele também ficou conhecido como Lord Kelvin. O símbolo dessa escala termométrica é K.
Ponto de Fusão da Água: 273 K
Ponto de Ebulição da Água: 373 K
Fórmulas

A fórmula utilizada para a conversão das escalas termométricas é:


Donde,
Tc: temperatura em Celsius
Tf: temperatura em Fahrenheit
Tk: temperatura Kelvin
De acordo com os pontos de fusão e ebulição de cada escala, podemos fazer a conversão entre elas:
Converter Celsius em Fahrenheit ou vice-versa:

Converter Celsius em Kelvin:

Converter Kelvin em Celsius:

Converter Kelvin em Fahrenheit ou vice-versa:

Exemplo
Para encontrar os valores equivalentes das escalas termométricas, basta adicionar o valor conhecido na
fórmula, por exemplo:
Calcule o valor de 40 °C nas escalas Kelvin e Fahrenheit:
Celsius para Fahrenheit:

40/5 = tf -32/9
8 . 9 = Tf-32
72 = Tf – 32
72 + 32 = Tf
Tf = 104 °F
Celsius para Kelvin:

Tk = 40 + 273
Tk = 313 k
Dilatação térmica
A dilatação térmica acontece quando um determinado corpo sofre um aumento na sua temperatura,
resultando no aumento do seu volume. Isso acontece porque no momento em que a temperatura é
aumentada, as moléculas presentes nesse corpo, se agitam e geram o aumento da distância entre elas.

O processo de dilatação térmica pode acontecer quando um corpo está em estado gasoso, líquido ou sólido.
Esse fenômeno é mais intenso nos gases, em seguida nos líquidos e, de forma mais simples, nos sólidos. 

Os ferros dos trilhos de trem amassados são ótimos exemplos de como funciona o processo de dilatação
térmica, essa estrutura sofre deformação por causa do aumento da temperatura que ocorre quando os trens
passam. 
  Cada corpo sofre com o aumento de temperatura de uma
forma diferente. Todo corpo que possua dimensões de altura, largura e profundidade pode sofrer dilatação
térmica quando entrar em contato com o calor. 

Um exemplo do como o processo de dilatação térmica é diferente em cada corpo, é quando esquentamos um
recipiente de vidro com tampa para que ele abra com mais facilidade. O que acontece é que a tampa consegue
dilatar mais rápido que o vidro, fazendo como que se consiga abrir o pote. 

Processo de Dilatação Térmica dos Líquidos 

No processo de dilatação térmica dos líquidos, só é possível calcular a dilatação linear ou a dilatação superficial,
pois o corpo líquido não tem forma própria, por isso assume a forma do recipiente em que se encontra. 

Os corpos que se encontram em estado líquido tendem a aumentar de volume de forma muito rápida,
praticamente no mesmo instante em que aumentam de temperatura. 

Em razão disso, apenas a dilatação volumétrica dos corpos líquidos pode ser calculada. 
Confira na lista abaixo alguns exemplos e seus coeficientes de dilatação: 

No processo de dilatação térmica dos sólidos, os átomos se distanciam entre si com o aumento da temperatura,
isso faz com que o corpo em questão aumente as proporções de sua dimensão. 

Esse aumento de dimensão pode ocorrer de três formas. São elas: linear, superficial ou volumétrica. Confira
abaixo a definição dessas formas: 

Dilatação Linear

No processo de dilatação linear, é escolhida apenas uma das dimensões de um determinado corpo, que teve a
sua temperatura aumentada. 
Usamos a seguinte fórmula para calcular a dilatação linear: 

Fórmula para cálculo da dilatação linear. 

O primeiro elemento desta fórmula simboliza a variação do comprimento (que pode ser em metro ou
centímetro), o segundo elemento simboliza o comprimento inicial, o terceiro elemento que simboliza o
Coeficiente de dilatação linear (ºC-1) e o último elemento simboliza a variação de temperatura. 

O material de que o corpo em questão é feito é chamado de coeficiente de dilatação linear. Esse material é
importante para o cálculo do valor da dilatação linear de um determinado corpo. 

Confira na lista abaixo alguns exemplos materiais e seus respectivos coeficientes de dilatação: 

Dilatação Superficial

No processo de dilatação superficial, a dilatação sofrida pela superfície do corpo é o elemento principal do
cálculo. 

Usamos a seguinte fórmula para calcular a dilatação superficial: 

Fórmula para cálculo da dilatação superficial. 

O primeiro elemento desta fórmula simboliza a variação da área (que por ser por metro quadrado ou por
centímetro quadrado), o segundo elemento simboliza a área inicial, o terceiro elemento simboliza o coeficiente
de dilatação superficial e o último elemento simboliza a variação de temperatura. 

Para saber o valor do coeficiente de dilatação superficial basta multiplicar o valor do coeficiente de dilatação
linear por 2.

Dilatação Volumétrica

No processo de dilatação volumétrica, o aumento do volume de um corpo é o elemento principal do cálculo. 

Usamos a seguinte fórmula para calcular a dilatação volumétrica: 

Fórmula para cálculo da dilatação volumétrica. 


O primeiro elemento desta fórmula simboliza a variação do volume (que pode ser em metro cúbico ou em
centímetro cubico), o segundo elemento simboliza o volume inicial, o terceiro elemento simboliza o coeficiente
de dilatação volumétrica e o último elemento simboliza a variação de temperatura.     
Calor sensível
Calor Específico
O calor específico (c), também chamado de capacidade térmica mássica, é uma grandeza física que está
relacionada com a quantidade de calor recebida e a sua variação térmica.
Dessa forma, ele determina a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de 1 °C de 1g do
elemento.
Fórmula
Para calcular o calor específico das substâncias utiliza-se a seguinte fórmula:
c = Q/m. Δθ ou c = C/m
Onde,
c: calor específico (cal/g.°C ou J/Kg.K)
Q: quantidade de calor (cal ou J)
m: massa (g ou Kg)
Δθ: variação de temperatura (°C ou K)
C: capacidade térmica (cal/°C ou J/K)
No Sistema Internacional (SI), o calor específico é medido em J/Kg.K (Joule por quilograma e por Kelvin). No
entanto, é muito comum ser medido em cal/g.°C (caloria por grama e por grau Celsius).
1 cal = 4,186 J
Tabela de Calor Específico
Lembre-se que cada substância apresenta um calor específico. Confira abaixo uma tabela com 15 substâncias e
os valores do calor específico de cada uma.
Substância Calor Específico (cal/g.ºC)
Água 1 cal/g.ºC
Álcool Etílico 0,58 cal/g.ºC
Alumínio 0,22 cal/g.ºC
Ar 0,24 cal/g.ºC
Areia                         0,2 cal/g.ºC
Carbono 0,12 cal/g.ºC
Chumbo 0,03 cal/g.ºC
Cobre 0,09 cal/g.ºC
Ferro 0,11 cal/g.ºC
Gelo 0,50 cal/g.ºC
Hidrogênio                         3,4 cal/g.ºC
Madeira 0,42 cal/g.ºC
Nitrogênio 0,25 cal/g.ºC
Oxigênio 0,22 cal/g.ºC
Vidro 0,16 cal/g.ºC

Calor Específico Molar


O calor específico molar, também chamado de capacidade calorífica molar, é determinado pela relação entre a
capacidade térmica e o número de mols presentes.
Assim, quando a capacidade calorífica de uma substância é dada para um mol dessa substância, ela passa a
designar-se calor específico molar.
Calor Específico e Capacidade Térmica
Outro conceito que está relacionado com o calor específico é o de capacidade térmica (C).
Essa grandeza física é determinada pela quantidade de calor presente num corpo em relação a variação de
temperatura sofrida por ele.
Ela pode ser calculada pela seguinte fórmula:
C = Q/Δθ ou C = m.c
Onde,
C: capacidade térmica (cal/°C ou J/K)
Q: quantidade de calor (cal ou J)
Δθ: variação de temperatura (°C ou K)
m: massa (g ou Kg)
c: calor específico (cal/g°C ou J/Kg.K)
Calor Sensível
O calor sensível ou calor específico sensível é uma grandeza física que está relacionada com a variação da
temperatura de um corpo.
Exemplo: Aquecimento de uma barra de metal

No exemplo acima, o calor se propaga por meio da condução térmica. Esse processo resulta no aumento da
temperatura do material, no entanto, seu estado físico permanece o mesmo (sólido).
Fórmula
Para calcular o calor sensível, utiliza-se a seguinte fórmula:
Q = m . c . Δθ
Q: quantidade de calor sensível (cal ou J)
m: massa do corpo (g ou Kg)
c: calor específico da substância (cal/g°C ou J/Kg.°C)
Δθ: variação de temperatura (°C ou K)
Obs: Para calcular o calor sensível temos que saber o calor específico que varia em cada substância.
Calor Sensível e Calor Latente
No calor latente (L), o estado físico da substância é modificado, enquanto no calor sensível ele permanece o
mesmo.
Outra diferença entre os dois, é a respeito da temperatura. Ou seja, o calor latente independe da temperatura
do corpo, enquanto o calor sensível a considera.
Um exemplo de calor latente é o derretimento de um cubo de gelo ou a evaporação da água. Em ambos os
casos, a temperatura nos dois estados físicos permanece a mesma.
Para calcular o calor latente, utiliza-se a seguinte fórmula:
Q=m.L
Onde,
Q: quantidade de calor (cal ou J)
m: massa (g ou Kg)
L: calor latente (cal/g ou J/Kg)
Calor latente e Mudança de fase
Calor Latente
O calor latente, também chamado de calor de transformação, é uma grandeza física que designa a quantidade
de calor recebida ou cedida por um corpo enquanto seu estado físico se modifica.
Importante destacar que nessa transformação a temperatura permanece a mesma, ou seja, ele não considera
essa variação.
Como exemplo, podemos pensar num cubo de gelo que está derretendo. Quando ele começa a mudar de
estado físico (sólido para o líquido), a temperatura da água permanece a mesma nos dois estados.
Fórmula
Para calcular o calor latente é utilizada a fórmula:
Q=m.L
Onde,
Q: quantidade de calor (cal ou J)
m: massa (g ou Kg)
L: calor latente (cal/g ou J/Kg)
No Sistema Internacional (SI), o calor latente é dado em J/Kg (Joule por quilograma). Mas também pode ser
medido em cal/g (caloria por grama).
Note que o calor latente pode apresentar valores negativos ou positivos. Sendo assim, se a substância estiver
cedendo calor seu valor será negativo (processo exotérmico). Isso ocorre na solidificação e liquefação.
Por outro lado, se tiver recebendo calor, o valor será positivo (processo endotérmico). Isso ocorre na fusão e
na vaporização.
Calor Latente de Vaporização
No calor latente ocorre a mudança de estado físico. Ou seja, a substância pode passar do estado sólido para o
líquido, do líquido para o gasoso e vice-versa.
Quando a mudança é da fase líquida para a fase gasosa o calor latente é chamado de calor de vaporização (Lv).

Gráfico de variação da temperatura da água e as mudanças de estado físico


O calor latente de vaporização da água é de 540 cal/g. Ou seja, são necessárias 540 cal para evaporar 1 g de
água a 100 °C.
Nesse caso, a quantidade de calor necessária (Q) é proporcional à massa da substância (m):
Q = Lv. m
onde,
Lv: constante
Mudança de Fase

As mudanças de fase ocorrem quando uma substância perde ou cede energia térmica para o meio externo.

    
A água em seus três estados físicos: sólido, líquido e gasoso
As substâncias podem ser encontradas na natureza em três estados físicos, são eles: sólido, líquido e gasoso.
Eles também podem ser chamados de fases da matéria ou estados de agregação da matéria. A diferença entre
os três estados está relacionada com as características moleculares das substâncias.
No estado sólido, os átomos ou moléculas que constituem uma substância encontram-se bem unidos em
virtude da existência de forças elétricas intensas agindo sobre eles. Além disso, os átomos que formam essas
substâncias possuem uma estrutura cristalina de forma bastante regular, e essa estrutura repete-se. A energia
das moléculas é baixa e elas mantêm-se praticamente em repouso.
Os líquidos, por sua vez, apresentam forças de ligação menos intensas do que os sólidos, o que faz com que as
moléculas fiquem mais afastadas umas das outras e movimentem-se mais livremente, portanto elas possuem
maior energia. Isso explica porque a matéria no estado líquido pode escoar e ocupar o volume do recipiente
que a contém.
No estado gasoso, praticamente inexiste força de ligação entre os átomos, que ficam separados uns dos outros
por distâncias bem superiores às dos sólidos e líquidos. Os gases também possuem muito mais energia e
movimentam-se desordenadamente, podendo ser facilmente comprimidos. Além disso, assumem a forma e
volume do recipiente em que são colocados.
Mudanças de fases
Para que ocorram mudanças de fases da matéria, é necessário ceder ou retirar calor de um corpo. O calor é
a energia térmica que determina o grau de agitação das moléculas. Ao ser alterado, ele pode causar mudanças
no arranjo molecular das substâncias, causando as mudanças de fase. Os nomes dados às mudanças de fase
dependem dos estados inicial e final das substâncias.
Observando essas características, as mudanças de fase são as seguintes:
Fusão: passagem do estado sólido para o líquido ( Ex.: transformação do gelo em água). Ela ocorre quando a
substância sólida recebe energia térmica (calor), aumentando sua agitação molecular e vencendo as fortes
interações atômicas, ou moleculares, existentes no estado sólido.
Solidificação: mudança do estado líquido para o sólido (Ex.: congelamento da água). Para que ocorra a
solidificação, a substância deve perder energia, o que faz com que as vibrações moleculares diminuam e fiquem
mais unidas.
Veja o diagrama a seguir que demonstra a fusão e a solidificação:

Diagrama demonstrando a fusão e a solidificação


Vaporização: ocorre quando uma substância no estado líquido é aquecida. A energia recebida causa aumento
na agitação molecular e as moléculas separam-se umas das outras, passando para o estado gasoso.
Condensação: passagem do estado gasoso para o líquido. É a forma como ocorrem as chuvas. A água que
evapora na superfície da Terra chega a grandes altitudes e, quando entra em contato com ar frio na atmosfera,
volta ao estado líquido.
O diagrama a seguir demonstra como ocorrem essas mudanças de fase:

Diagrama demonstrando a vaporização e a condensação


Sublimação: consiste na passagem do estado sólido para o gasoso diretamente, sem antes passar pelo estado
líquido. Esse fenômeno explica porque a naftalina “some”, produzindo o vapor tóxico utilizado para espantar
pequenos insetos, como as baratas. O que ocorre, na verdade, é a sublimação, ou seja, a transformação direta
em gás.
Cristalização: mudança do estado gasoso para o sólido, também sem antes passar por líquido.
Diagrama demonstrando a sublimação e a cristalização
Neste texto, consideramos apenas a temperatura nas mudanças de fases e a pressão constante. Entretanto, a
pressão também influencia as mudanças de fases das substâncias, uma vez que, quanto maior a pressão, mais
unidas ficam as moléculas, o que dificulta mudanças na estrutura molecular ou na movimentação dos átomos
que as constituem, dificultando também as mudanças de fases.

Trocas de Calor
Para que o estudo de trocas de calor seja realizado com maior precisão, este é realizado dentro de um aparelho
chamado calorímetro, que consiste em um recipiente fechado incapaz de trocar calor com o ambiente e com
seu interior.
Dentro de um calorímetro, os corpos colocados trocam calor até atingir o equilíbrio térmico. Como os corpos
não trocam calor com o calorímetro e nem com o meio em que se encontram, toda a energia térmica passa de
um corpo ao outro.
Como, ao absorver calor Q>0 e ao transmitir calor Q<0, a soma de todas as energias térmicas é nula, ou seja:
ΣQ=0
(lê-se que somatório de todas as quantidades de calor é igual a zero)

Sendo que as quantidades de calor podem ser tanto sensível como latente.
Exemplo:
Qual a temperatura de equilíbrio entre uma bloco de alumínio de 200g à 20°C mergulhado em um litro de água
à 80°C? Dados calor específico: água=1cal/g°C e alumínio = 0,219cal/g°C.

Repare que, neste exemplo, consideramos a massa da água como 1000g, pois temos 1 litro de água.

Capacidade térmica
É a quantidade de calor que um corpo necessita receber ou ceder para que sua temperatura varie uma unidade.
Então, pode-se expressar esta relação por:

Sua unidade usual é cal/°C.


A capacidade térmica de 1g de água é de 1cal/°C já que seu calor específico é 1cal/g.°C.
Diagramas de fase
Diagrama de fases
O gráfico que representa as fases da matéria termodinamicamente em função da pressão e da temperatura é
chamado de diagrama de fases.
A curva 1, que delimita as regiões das fases sólida e líquida, representa a curva de fusão, onde os estados sólido
e líquido da substância estão em equilíbrio.

A curva 2, que delimita as regiões das fases líquido e vapor, representa a curva de vaporização, onde os estados
líquido e vapor estão em equilíbrio.

A curva 3, que delimita as regiões das fases sólida e vapor, representa a curva de sublimação, onde os estados
sólido e vapor estão em equilíbrio.

O ponto P é um ponto comum às três curvas e é denominado ponto triplo ou ponto tríplice, neste ponto as três
fases – sólido, líquido e gasoso, estão em equilíbrio.

O ponto triplo da água ocorre quando a mesma está à temperatura 0,01°C sob pressão de 611,73 pascal.

Água nas três fases, representando o ponto tríplice


Curva de Fusão

A curva de fusão é avaliada sob dois aspectos: para substâncias que se dilatam na fusão (grande parte das
substâncias) e para substâncias que se contraem na fusão (água, bismuto, ferro e antimônio).

Grande parte das substâncias: o aumento da pressão é seguido do aumento da temperatura de fusão.

Água – Bismuto – Ferro – Antimônio: o aumento da pressão é seguido de diminuição da temperatura de fusão.

Curva de Vaporização
A vaporização pode ocorrer de duas formas: por ebulição ou por evaporação. A temperatura de vaporização
por ebulição depende da pressão de tal forma que à medida que aumentamos a pressão, a temperatura de
ebulição também aumenta.

A vaporização por evaporação é um processo que pode ocorrer sob pressão atmosférica, independente da
temperatura (moléculas de um líquido, por exemplo, não possuem a mesma velocidade; algumas mais velozes
conseguem escapar da superfície do líquido, fazendo com que o mesmo evapore).

Curva de Sublimação

Sólido ou vapor que se encontra abaixo da pressão do ponto triplo, se aquecido ou resfriado respectivamente,
passa diretamente de uma fase para outra.
Propagação do calor
Propagação de Calor
A propagação ou transmissão de calor pode ocorrer de três maneiras:
Condução Térmica
Convecção Térmica
Irradiação Térmica
O que é calor?
Vale lembrar que o calor, também chamado de energia calorífica, é um conceito da área da física que
determina a troca de energia térmica entre dois corpos.
Essa transferência de energia tem a finalidade de atingir o equilíbrio térmico entre dois corpos, ou seja, a
mesma temperatura.
Assim, um corpo mais quente transfere calor para um corpo mais frio até que ambos tenham a mesma
temperatura.
Condução Térmica
A condução térmica, também chamada de difusão térmica, é um tipo de propagação de calor que acontece
num meio material decorrente das agitações das moléculas.
Com o aumento da temperatura de um corpo sólido (seja por aquecimento ou contato com outro), a energia
cinética também aumenta. Isso resulta numa maior agitação das moléculas.

Ilustração das agitações das moléculas por meio da condução térmica


Lembre-se que o calor é a troca de energia que ocorre entre dois corpos. Assim, para se atingir o equilíbrio
térmico (mesma temperatura), o corpo mais quente aquece o corpo mais frio através da transferência de
energia térmica.
Além da condução térmica, existem mais duas formas de propagação do calor: a convecção térmica (por
correntes de convecção) e a irradiação térmica (por ondas eletromagnéticas).
Isolantes e Condutores Térmicos
A condução térmica depende do material utilizado, visto que alguns conduzem mais energia térmica que
outros.
Como o próprio nome indica, um isolante térmico isola a passagem de calor. Os mais utilizados são: plástico,
borracha, madeira, lã, isopor, dentre outros.
Por sua vez, os condutores térmicos facilitam a passagem de calor, pois possuem grande condutibilidade
térmica. O condutor térmico mais comum é o metal.
Exemplo
Quando estamos fazendo comida, ao mexer na panela com uma colher, devemos escolher uma de plástico ou
madeira. Isso porque elas são isolantes térmicos, os quais impedem a passagem de calor.
Por outro lado, uma colher de metal (alumínio, ferro, etc.) não é isolante térmico e conduz o calor rapidamente
pelo material.

Ilustração do processo de condução térmica


Sendo assim, com o calor emitido pela chama do fogão, a colher fica quente logo, o que pode causar
queimaduras na pele.
Isso explica porque a maioria das panelas são feitas de metais e os cabos de plástico ou madeira. Sendo assim,
o metal possui maior capacidade de conduzir calor e, portanto, aquece rapidamente a comida.
Lei da Condução Térmica
A Lei de Fourier determina o fluxo de calor na condução térmica. Ela considera a quantidade de calor recebida
pelo corpo, o tempo, a temperatura, a área e espessura do material.

Lei de Fourier
Sua fórmula é:

onde,
Q: quantidade de calor
Δt: variação do tempo
K: coeficiente de condutibilidade térmica do material
A: área da superfície
Δθ: variação da temperatura
L: espessura do material
Convecção Térmica
A convecção térmica é uma das formas de propagação do calor que ocorre nos líquidos e gases.
Ela recebe esse nome pois a transmissão do calor acontece por meio das correntes de convecção circulares que
se formam por conta da diferente de densidade entre os fluidos. Note que a densidade muda quando a
temperatura varia.
Ilustração das correntes de convecção
Além dela, o calor pode se propagar por irradiação térmica (ondas eletromagnéticas) e condução
térmica (agitação das moléculas).
Lembre-se que o calor (ou energia calorífica) corresponde a troca de energia que ocorre entre os corpos.
Para se atingir o equilíbrio térmico (mesma temperatura) entre dois corpos, o calor transfere a energia térmica
de um corpo (com maior temperatura) a outro (de menor temperatura).
Exemplos de Convecção Térmica
Confira abaixo 5 exemplos de convecção térmica que acontece nos líquidos e gases.
Exemplo 1
Um exemplo de convecção térmica é quando aquecemos uma panela no fogão. Esse processo cria as correntes
de convecção onde a água que está próxima do fogo torna-se menos densa e sobe, enquanto a que está fria
torna-se mais densa e desce.
Exemplo 2
Outro exemplo de convecção térmica nos líquidos acontece nos radiadores dos carros. Assim, a água quente do
motor é menos densa, e por isso, tende a subir para o radiador, onde esfriará novamente.
Exemplo 3
Da mesma maneira, a geladeira cria correntes de convecção, onde o ar quente sobe e o ar frio, desce. São essas
correntes que mantém a temperatura interior baixa. Por isso, o congelador está localizado na parte superior.
Exemplo 4
Podemos citar também o ar condicionado e os aquecedores. O primeiro é instalado na parte de cima de um
ambiente. Já os aquecedores ficam próximos ao chão. Se o ar condicionado tem o objetivo de esfriar o
ambiente, ele deve ser instalado na parte de cima, pois o ar quente sobe, enquanto o frio desce. Por outro lado,
o aquecedor tem a função de aquecer o ambiente e, portanto, o ar quente que ele lança, sobe, e o ar frio
desce.
Exemplo 5
Além deles, o ar atmosférico pode ser um exemplo da transmissão de calor por convecção térmica. Nesse caso,
as correntes de vento atuam como as correntes de convecção, de forma que o ar quente fica menos denso e
sobe e, o ar frio, desce.
Irradiação Térmica
A irradiação (ou radiação) térmica é uma das formas de propagação do calor que ocorre por meio de ondas
eletromagnéticas, chamadas de ondas de calor.

Ilustração das ondas de calor provocadas pela irradiação térmica


Além dela, o calor pode ser transmitido por condução térmica (agitação das moléculas) ou convecção térmica
(correntes de convecção).
Importante destacar que a condução e a convecção são produzidas em meios materiais, enquanto a irradiação
pode ocorrer nos materiais e ainda, no vácuo.
Absorção e Reflexão
Dois conceitos que estão intimamente relacionadas com o de irradiação térmica são a absorção e a reflexão.
As cores claras absorvem menos calor pois elas têm maior poder de reflexão e baixo de absorção.
Por outro lado, nas mais escuras, a energia colorífica possui mais poder de absorção em detrimento da reflexão.

Esquema de absorção e reflexão da luz solar


Isso explica o porquê de usarmos roupas mais claras num dia quente. Se fosse o contrário sentiríamos muito
mais calor, devido ao maior poder de absorção das cores mais escuras.
Exemplos de Irradiação Térmica no Cotidiano
Diversos exemplos de irradiação térmica são utilizados no nosso cotidiano:
Aquecer numa lareira;
Irradiação das lâmpadas;
Aquecimento dos alimentos no Micro-ondas;
Paredes de uma garrafa térmica.

Esquema sobre a retenção de calor pela garrafa térmica


Além disso, o calor do sol é transmitido por meio de irradiação térmica. Sem ele, seria impossível a vida no
planeta.
Irradiação Térmica e Efeito Estufa
O efeito estufa é um fenômeno natural que modifica a temperatura terrestre. Isso ocorre devido a grande
irradiação solar que o planeta recebe.
Assim, a Terra é aquecida mas devido ao excesso de gases poluentes na atmosfera, a reflexão é bloqueada
impedindo que o calor saia.
Dessa maneira, parte da radiação infravermelha (calor) irradiada é enviada novamente à Terra, o que causa o
aumento do aquecimento global.

Esquema do Efeito Estufa


Estudo do gás ideal
Estudo dos Gases
O estudo dos gases compreende a análise da matéria quando se apresenta no estado gasoso, sendo este o seu
estado termodinâmico mais simples.
Um gás é composto por átomos e moléculas e nesse estado físico, um sistema apresenta pouca interação entre
suas partículas.
Devemos notar que um gás é diferente do vapor. Normalmente consideramos um gás quando a substância
encontra-se no estado gasoso em temperatura e pressão ambiente.
Já as substâncias que se apresentam no estado sólido ou líquido em condições ambientes, quando estão no
estado gasoso são chamadas de vapor.
Variáveis de estado
Podemos caracterizar um estado de equilíbrio termodinâmico de um gás através das variáveis de estado:
pressão, volume e temperatura.
Quando conhecemos o valor de duas das variáveis de estado podemos encontrar o valor da terceira, pois elas
estão inter-relacionadas.
Volume
Como existe uma grande distância entre os átomos e moléculas que compõem um gás, a força de interação
entre suas partículas é muito fraca.
Por isso, os gases não possuem forma definida e ocupam todo o espaço onde estão contidos. Além disso,
podem ser comprimidos.
Pressão
As partículas que compõem um gás exercem força sobre as paredes de um recipiente. A medida dessa força por
unidade de área representa a pressão do gás.
A pressão de um gás está relacionada com o valor médio da velocidade das moléculas que o compõem. Desta
forma, temos uma ligação entre uma grandeza macroscópica (pressão) com uma microscópica (velocidade das
partículas).
Temperatura
A temperatura de um gás representa a medida do grau de agitação das moléculas. Desta forma, a energia
cinética média de translação das moléculas de um gás é calculada através da medida da sua temperatura.
Utilizamos a escala absoluta para indicar o valor da temperatura de um gás, ou seja, a temperatura é expressa
na escala Kelvin.
Gás Ideal
Sob determinadas condições, a equação de estado de um gás pode ser bastante simples. Um gás que apresenta
essas condições é chamado de gás ideal ou gás perfeito.
As condições necessárias para que um gás seja considerado perfeito são:
Ser constituído por um número muito grande de partículas em movimento desordenado;
O volume de cada molécula ser desprezível em relação ao volume do recipiente;
As colisões são elásticas de curtíssima duração;
As forças entre as moléculas são desprezíveis, exceto durante as colisões.
Na verdade, o gás perfeito é uma idealização do gás real, entretanto, na prática podemos muitas vezes utilizar
essa aproximação.
Quanto mais a temperatura de um gás se distanciar do seu ponto de liquefação e a sua pressão for reduzida,
mais próximo estará de um gás ideal.
Equação geral dos gases ideais
A lei dos gases ideais ou equação de Clapeyron descreve o comportamento de um gás perfeito em termos de
parâmetros físicos e nos permite avaliar o estado macroscópio do gás. Ela é expressa como:
P.V = n.R.T
Sendo,
P: pressão do gás (N/m2)
V: volume (m3)
n: número de moles (mol)
R: constante universal dos gases (J/K.mol)
T: temperatura (K)
Constante universal dos gases
Se considerarmos 1 mol de um determinado gás, a constante R pode ser encontrada pelo produto da pressão
com o volume dividido pela temperatura absoluta.
De acordo com a Lei de Avogadro, em condições normais de temperatura e pressão (temperatura é igual a
273,15 K e pressão de 1 atm) 1 mol de um gás ocupa um volume igual a 22,415 litros. Assim, temos:

Fazendo as devidas transformações, podemos ainda expressar a constante dos gases como sendo igual a:
R = 8,314 J/K.mol ou 1,986 cal/k.mol
Lei dos Gases
A Lei dos Gases foram criadas por físico-químicos entre os séculos XVII e XIX. As três leis dos gases são
denominadas:
Lei de Boyle (transformação isotérmica)
Lei de Gay-Lussac (transformação isobárica)
Lei de Charles (transformação isométrica)
Cada uma delas contribuíram para os estudos sobre os gases e suas propriedades, a saber: volume, pressão e
temperatura.
Importante ressaltar que as três leis dos gases expõem o comportamento dos gases perfeitos, na medida que
uma das grandezas, seja pressão, temperatura ou volume é constante, enquanto outras duas são variáveis.
Algumas características que definem os gases ideais são:
Movimento desordenado e não interativo entre as moléculas;
Colisão das moléculas dos gases são elásticas;
Ausência de forças de atração ou repulsão;
Possuem massa, baixa densidade e volume desprezível.
Lei de Boyle
A Lei de Boyle-Mariottefoi proposta pelo químico e físico irlandês Robert Boyle (1627-1691).
Ela apresenta a transformação isotérmica dos gases ideais, de modo que a temperatura permanece constante,
enquanto a pressão e o volume do gás são inversamente proporcionais.
Assim, a equação que expressa a lei de Boyle é:

Onde,
p: pressão da amostra
V: volume
K: constante de temperatura (depende da natureza do gás, da temperatura e da massa)
Lei de Gay-Lussac
A Lei de Gay-Lussac foi proposta pelo físico e químico francês, Joseph Louis Gay-Lussac (1778-1850).
Ela apresenta a transformação isobárica dos gases, ou seja, quando a pressão do gás é constante, a
temperatura e o volume são diretamente proporcionais.
Essa lei é expressa pela seguinte fórmula:

Onde,
V: volume do gás
T: temperatura
k: constante da pressão (isobárica)
Lei de Charles
A Lei de Charles foi proposta pelo físico e químico francês Jacques Alexandre Cesar Charles (1746-1823).
Ela apresenta a transformação isométrica ou isocórica dos gases perfeitos. Ou seja, o volume do gás é
constante, enquanto a pressão e a temperatura são grandezas diretamente proporcionais.
A fórmula que expressa a lei de Charles é:

Onde,
P: pressão
T: temperatura
K: constante de volume (depende da natureza, do volume e da massa do gás)
Equação de Clapeyron
A Equação de Clapeyron foi formulada pelo físico-químico francês Benoit Paul Émile Clapeyron (1799-1864).
Essa equação consiste na união das três leis dos gases, na qual relaciona as propriedades dos gases dentre:
volume, pressão e temperatura absoluta.

Onde,
P: pressão
V: volume
n: número de mols
R: constante universal dos gases perfeitos: 8,31 J/mol.K
T: Temperatura
Equação Geral dos Gases Perfeitos
A Equação Geral dos Gases Perfeitos é utilizada para os gases que possuem massa constante (número de mols)
e variação de alguma das grandezas: pressão, o volume e a temperatura.
Ela é estabelecida pela seguinte expressão:

Onde,
P: pressão
V: volume
T: temperatura
K: constante molar
P1: pressão inicial
V1: volume inicial
T1: temperatura inicial
P2: pressão final
V2: volume final
T2: temperatura final

Estudo da transformação adiabática


Chamamos de transformação adiabática a transformação gasosa na qual o gás não realiza troca de calor com o
meio externo.

Exemplo de expansão adiabática do gás


No estudo da Termologia chamamos de transformações adiabáticas aquelas transformações gasosas onde não
há troca de calor com o meio externo. Sendo assim, na transformação adiabática o calor é zero.
Q=0
Se aplicarmos a Primeira Lei da Termodinâmica, temos:
Q =  ∆U+τ
∆U = - τ
Mas o que significa não haver troca de calor entre o meio externo? Significa que se porventura ocorrer uma
expansão gasosa e o gás realizar um trabalho de 300 J, não havendo troca de calor com o meio, a variação da
energia interna do gás será negativa, portanto, teremos:
∆U = - 300 J
Agora, se houver uma diminuição da energia interna do gás, podemos afirmar que houve também uma
diminuição na temperatura do gás. Da lei geral dos gases

podemos dizer que se o volume aumentar e a temperatura do gás diminuir, necessariamente a pressão do gás
também diminuirá. De forma geral, podemos dizer que o mesmo acontece com a compressão, pois se houver
compressão, a energia interna do gás aumentará, portanto a pressão também aumentará.

Resumidamente, podemos dizer que:


- na expansão adiabática, a temperatura e a pressão diminuem;
- na compressão adiabática, tanto a temperatura como a pressão aumentam.
O gráfico abaixo nos fornece uma representação geral da transformação adiabática:

As transformações adiabáticas são obtidas fazendo uso de recipientes termicamente isolados, ou também
através de uma compressão, ou de uma expansão muito rápida.
Dessa forma, podemos concluir que quando um gás troca calor com o meio externo, demora algum tempo para
que o calor se propague pela massa gasosa e para que esta entre em equilíbrio. Portanto, quando se efetua
tanto uma expansão como uma compressão rápida, praticamente não há troca de calor com o meio externo.
Cinética dos gases, Energia interna e Trabalho de um gás
Teoria cinética dos gases

A teoria cinética dos gases permite determinar a relação entre grandezas macroscópicas a partir do estudo do
movimento de átomos e moléculas.    

Os físicos Boltzmann e Maxwell foram os principais responsáveis pela teoria cinética dos gases
No estudo dos gases ideais vemos que um gás é composto por átomos e moléculas, que se movem de acordo
com as leis estabelecidas pela cinemática. Em um gás, suas partículas normalmente estão muito distantes uma
das outras, tendo o vazio entre si. Vemos também que a principal característica dos gases é de praticamente só
existir interação entre suas partículas quando elas colidem umas com as outras.
Com relação à Lei dos Gases Ideais, podemos dizer que ela nos mostra a relação entre pressão, volume,
temperatura e número de mols. Essa relação é obtida a partir de um modelo simples para os gases, que
permite determinar a relação entre grandezas macroscópicas a partir do estudo do movimento de átomos e
moléculas. A teoria cinética dos gases se baseia em quatro postulados:
1 – o gás é formado por moléculas que se encontram em movimento desordenado e permanente. Cada
molécula pode ter velocidade diferente das demais.
2 – cada molécula do gás interage com as outras somente por meio de colisões (forças normais de contato). A
única energia das moléculas é a energia cinética.
3 – todas as colisões entre as moléculas e as paredes do recipiente que contém o gás são perfeitamente
elásticas. A energia cinética total se conserva, mas a velocidade de cada molécula pode mudar.
4 – as moléculas são infinitamente pequenas. A maior parte do volume ocupado por um gás é espaço vazio.
Partindo desses postulados, Boltzmann e Maxwell mostram que a energia cinética média do total de moléculas
de um gás ideal é proporcional à temperatura conforme a expressão:
Onde k é a constante de Boltzmann e N é o número de moléculas. O valor de k pode ser calculado a partir da
constante dos gases R e do número de Avogadro NA por

A expressão obtida mostra que a temperatura é proporcional à energia cinética média das moléculas de um gás
ideal. Assim, vemos que a temperatura é uma média do grau de agitação das moléculas de um gás. Usando o
número de mols, temos:

Energia Interna
As partículas de um sistema têm vários tipos de energia, e a soma de todas elas é o que chamamos Energia
interna de um sistema.
Para que este somatório seja calculado, são consideradas as energias cinéticas de agitação , potencial de
agregação, de ligação e nuclear entre as partículas.
Nem todas estas energias consideradas são térmicas. Ao ser fornecida a um corpo energia térmica, provoca-se
uma variação na energia interna deste corpo. Esta variação é no que se baseiam os princípios da
termodinâmica.
Se o sistema em que a energia interna está sofrendo variação for um gás perfeito, a energia interna será
resumida na energia de translação de suas partículas, sendo calculada através da Lei de Joule:

Onde:
U: energia interna do gás;
n: número de mol do gás;
R: constante universal dos gases perfeitos;
T: temperatura absoluta (kelvin).
Como, para determinada massa de gás, n e R são constantes, a variação da energia interna dependerá da
variação da temperatura absoluta do gás, ou seja,
Quando houver aumento da temperatura absoluta ocorrerá uma variação positiva da energia interna  .
Quando houver diminuição da temperatura absoluta, há uma variação negativa de energia interna .
E quando não houver variação na temperatura do gás, a variação da energia interna será igual a zero .
Conhecendo a equação de Clepeyron, é possível compará-la a equação descrita na Lei de Joule, e assim
obteremos:

Trabalho de um gás
Considere um gás de massa m contido em um cilindro com área de base A, provido de um êmbolo.
Ao ser fornecida uma quantidade de calor Q ao sistema, este sofrerá uma expansão, sob pressão constante,
como é garantido pela Lei de Gay-Lussac, e o êmbolo será deslocado.
Assim como para os sistemas mecânicos, o trabalho do sistema será dado pelo produto da força aplicada no
êmbolo com o deslocamento do êmbolo no cilindro:

Assim, o trabalho realizado por um sistema, em uma tranformação com pressão constante, é dado pelo
produto entre a pressão e a variação do volume do gás.
Quando:
o volume aumenta no sistema, o trabalho é positivo, ou seja, é realizado sobre o meio em que se encontra
(como por exemplo empurrando o êmbolo contra seu próprio peso);
o volume diminui no sistema, o trabalho é negativo, ou seja, é necessário que o sistema receba um trabalho do
meio externo;
o volume não é alterado, não há realização de trabalho pelo sistema.
Exemplo:
(1) Um gás ideal de volume 12m³ sofre uma transformação, permenescendo sob pressão constante igual a
250Pa. Qual é o volume do gás quando o trabalho realizado por ele for 2kJ?

Diagrama p x V
É possível representar a tranformação isobárica de um gás através de um diagrama pressão por volume:
Comparando o diagrama à expressão do cálculo do trabalho realizado por um gás  , é possível
verificar que o trabalho realizado é numericamente igual à area sob a curva do gráfico (em azul na figura).
Com esta verificação é possível encontrar o trabalho realizado por um gás com pressão variável durante sua
tranformação, que é calculado usando esta conclusão, através de um método de nível acadêmico de cálculo
integral, que consiste em uma aproximação dividindo toda a área sob o gráfico em pequenos retângulos e
trapézios.

Primeira lei da termodinâmica


Termodinâmica
A termodinâmica é uma área da Física que estuda as transferências de energia. Busca compreender as relações
entre calor, energia e trabalho, analisando quantidades de calor trocadas e os trabalhos realizados em um
processo físico.
A ciência termodinâmica foi inicialmente desenvolvida por pesquisadores que buscavam uma forma de
aprimorar as máquinas, no período da Revolução Industrial, melhorando sua eficiência.
Esses conhecimentos se aplicam atualmente em várias situações do nosso cotidiano. Por exemplo: máquinas
térmicas e refrigeradores, motores de carros e processos de transformação de minérios e derivados do
petróleo.
As leis fundamentais da termodinâmica regem o modo como o calor se transforma em trabalho e vice-versa.
Lei Zero da Termodinâmica
Lei Zero da Termodinâmica é aquela que trata das condições para que dois corpos (A e B) obtenham
o equilíbrio térmico com um terceiro corpo (C).
Um termômetro (corpo A) em contato com um copo de água (corpo B) e, por outro lado, um termômetro em
contato com uma taça contendo água e gelo (corpo C) obtêm a mesma temperatura.
Se A está em equilíbrio térmico com B e se A está em equilíbrio térmico com C, logo B está em equilíbrio
térmico com C. Isso acontece apesar de B e C não estarem em contato.
É o que acontece quando colocamos dois corpos com temperaturas diferentes em contato. O calor é a energia
transferida do corpo com a temperatura mais alta para o corpo com a temperatura mais baixa.
Vamos imaginar um xícara de café bem quente. Você tem pressa para tomá-lo e, então, precisa esfriar para não
se queimar. Assim, junta leite ao café.
A temperatura do café (T1) é maior do que a temperatura do leite (T2), ou seja T1 > T2.
Mas agora temos café com leite, cuja temperatura em decorrência do contato de T1 e T2, após algum tempo,
resulta em T3, o que quer dizer que atingiu o equilíbrio térmico. Deste modo, temos que T1 > T3 > T2.
A temperatura é influenciada pelo tipo de material com que é feito. Em outras palavras, a temperatura
depende da condutividade térmica, maior ou menor em materiais diferentes.
Os termômetros foram inventados para medir corretamente a temperatura, afinal, a percepção sensorial não
era eficaz.
Existem três escalas de temperaturas: Celsius (ºC), Kelvin (K) e Fahrenheit (ºF). Saiba mais em Escalas
Termométricas.
Importa referir que a Lei Zero da Termodinâmica foi postulada depois das primeiras leis da termodinâmica,
a Primeira Lei da Termodinâmica e a Segunda Lei da Termodinâmica.
Foi pelo fato de ela ser necessária para o entendimento dessas leis, que recebeu um nome que as
antecedessem.
Primeira Lei da Termodinâmica
A Primeira Lei da Termodinâmica se ocupa daquilo que é necessário para que trabalho seja transformado em
calor.
Tem como fundamento o princípio da conservação de energia, que é um dos princípios mais importantes da
Física.
Essa conservação de energia acontece sob as formas de calor e de trabalho. Ela faz com que um sistema possa
conservar e transferir energia, ou seja, a energia pode sofrer aumento, diminuição ou permanecer constante.
A Primeira Lei da Termodinâmica é expressa pela fórmula
Q = τ + ΔU
Onde,
Q: calor
τ: trabalho
ΔU: variação da energia interna
Desta forma, seu fundamento é: o calor (Q) resulta da soma de trabalho (τ) com a variação da energia interna
(ΔU).
Ela também pode ser encontrada da seguinte forma:
ΔU = Q - W
Onde,
ΔU: variação da energia interna
Q: calor
W: trabalho
O fundamento resulta no mesmo: a variação da energia interna (ΔU) resulta do calor trocado com o meio
externo menos o trabalho (W) realizado.
Isso quer dizer que,
1) quanto ao calor (Q):
Se o calor trocado com o meio for maior do que 0, o sistema recebe calor.
Se o calor trocado com o meio for menor do que 0, o sistema perde calor.
Se não há troca de calor com o meio, ou seja, se ele é igual a 0, o sistema não recebe nem perde calor.
2) quanto ao trabalho (τ):
Se o trabalho é maior do que 0, o volume de algo exposto ao calor é expandido.
Se o trabalho é menor do que 0, o volume de algo exposto ao calor é reduzido.
Se não há trabalho, ou seja, se ele é igual a 0, o volume de algo exposto ao calor é constante.
3) quanto à variação de energia interna (ΔU):
Se a variação de energia interna é maior do que 0, há aumento de temperatura.
Se a variação de energia interna é menor do que 0, há diminuição de temperatura.
Se não há variação de energia interna, ou seja, se ela é igual a 0, a temperatura é constante.
Conclui-se que a temperatura pode ser aumentada com calor ou com trabalho.
Exemplo
O aquecimento de gases faz com que as máquinas entrem em funcionamento, ou seja, que realizem trabalho
em uma usina, por exemplo.
Isso acontece da seguinte forma: os gases transferem energia dentro das máquinas, o que faz com que eles
aumentem de volume e a partir daí acionem os mecanismos das máquinas. Ao serem acionados, os mecanismo
começam a trabalhar.
Ciclos, Máquinas térmicas e Rendimento
Ciclos termodinâmicos
Define-se como ciclo termodinâmico a sequência repetitiva de transformações físicas produzidas por um
sistema a fim de realizar trabalho. Os ciclos termodinâmicos são a base do funcionamento de motores de calor,
que operam a maioria dos veículos no mundo. Veja alguns exemplos de ciclos termodinâmicos e os tipos de
motores de calor que os mesmos representam:
Ciclo de Carnot
O ciclo de Carnot, proposto pelo engenheiro francês Nicolas Léonard Sadi Carnot, é considerado um ciclo
termodinâmico ideal, representando apenas o funcionamento teórico de uma máquina. Este ciclo reversível é
formado por duas transformações isotérmicas, que se alternam com duas transformações adiabáticas. Todas as
trocas de calor são isotérmicas neste ciclo.
Até hoje ainda não foi possível desenvolver uma máquina de Carnot, ou seja, uma máquina que opere sob o
ciclo de Carnot, uma vez que, seu rendimento corresponde ao máximo que uma máquina térmica pode atingir,
operando entre determinadas temperaturas de fonte quente e fonte fria. Assim, para chegar próximo ao
sistema isotérmico, um processo real desse ciclo teria que ser muito lento e isso inviabilizaria seu uso.
Por representar o ciclo mais básico da Termodinâmica, a máquina de Carnot é utilizada apenas como um
comparativo, que mostra se uma máquina térmica tem ou não um bom rendimento.
Ciclo de Otto
O ciclo de Otto idealiza o funcionamento de motores de combustão interna, que operam grande parte dos
veículos automotores movidos a álcool, gasolina ou gás natural. Neste tipo de motor, o calor captado pelo ciclo
é proveniente de uma reação de combustão, que acontece no interior do motor. Uma faísca provoca a ignição
da combustão e com isso, os gases produzidos na reação são utilizados para realizar trabalho.
Assim como nenhum outro ciclo termodinâmico, o ciclo de Otto não é tão eficiente quanto o ciclo de Carnot,
visto que sua eficiência depende diretamente das propriedades do fluido, como, por exemplo, o calor
latente de evaporação e a energia interna.
Ciclo de Diesel
O ciclo de Diesel representa o funcionamento de outro tipo de motor de combustão interna: o motor movido a
diesel. A principal característica deste ciclo é o fato da combustão ser provocada pela compressão da mistura
de combustível com o ar (sem faísca). Isso ocorre porque nesse tipo de motor não existe a vela (o dispositivo
que causa a faísca), ao contrário dos motores movidos a gasolina, por exemplo.
Ciclo Rankine
O ciclo Rankine é o ciclo termodinâmico que representa de forma idealizada o funcionamento das máquinas a
vapor, ou seja, de um motor que opera através da transformação de energia térmica em energia mecânica. Tal
processo baseia-se no fato de que um gás se contrai ao condensar e se expande quando evapora, de forma a
realizar trabalho mecânico. Sendo assim, neste ciclo existe uma transição de fases: condensação e evaporação.
Ciclo de Stirling
O ciclo de Stirling idealiza o funcionamento de um motor de combustão externa. Esse ciclo é o mais simples,
uma vez que é composto apenas por duas câmaras que oferecem temperaturas diferentes, de maneira que o
gás seja resfriado alternadamente. Este ciclo é o que mais se parece com o ciclo de Carnot. As máquinas
térmicas que operam com base no ciclo de Stirling apresentam um rendimento maior do que aquelas operadas
com base no ciclo de Otto ou de Diesel.
Pode-se concluir, então, que um ciclo termodinâmico é uma série de processos repetitivos realizados por um
fluido, que pode ser um gás ou um líquido, para produzir trabalho.
As máquinas térmicas são máquinas capazes de converter calor em trabalho. Elas funcionam em ciclos e
utilizam duas fontes de temperaturas diferentes, uma fonte quente que é de onde recebem calor e uma fonte
fria que é para onde o calor que foi rejeitado é direcionado.
Máquina Térmica
A respeito das máquinas térmicas é importante saber que elas não transformam todo o calor em trabalho, ou
seja, o rendimento de uma máquina térmica é sempre inferior a 100%.

Rendimento de uma máquina térmica


Usando o princípio de conservação de energia, temos:
Q1 = t + Q2 → t = Q1 – Q2
O rendimento de uma máquina térmica é a razão entre a potência útil, trabalho produzido pela máquina
térmica, e a potência total calor fornecido a máquina térmica pela fonte quente:

Os motores que usam o ciclo Diesel apresentam os maiores rendimentos das máquinas térmicas – cerca
de 30% – enquanto os motores a gasolina, que geralmente utilizam o ciclo Otto, têm rendimento de até 20%.
Rendimento das máquinas térmicas ideais
As máquinas térmicas ideais, também conhecidas como máquinas de Carnot, são teóricas e operam de acordo
com o ciclo de Carnot. O clico de Carnot apresenta quatro etapas: duas transformações isotérmicas e
duas transformações adiabáticas. Essas transformações são,
respectivamente, extremamente lentas e extremamente rápidas, tornando esse ciclo impraticável
em máquinas reais. No entanto, as máquinas reais são projetadas de forma que o seu ciclo de operação se
assemelhe ao máximo ao ciclo de uma máquina ideal, de forma a apresentar o maior rendimento possível.
O rendimento das máquinas térmicas ideais pode ser calculado pela seguinte equação:

Na equação apresentada acima, Tf é a temperatura da fonte fria, também chamada de resfriadouro ou


sorvedouro, e Tq é a temperatura da fonte quente. É importante ressaltar que as temperaturas envolvidas
nesses cálculos devem sempre estar expressas em Kelvin.
Ciclo de Carnot e a Segunda lei da termodinâmica
Ciclo de Carnot
Até meados do século XIX, acreditava-se ser possível a construção de uma máquina térmica ideal, que seria
capaz de transformar toda a energia fornecida em trabalho, obtendo um rendimento total (100%).
Para demonstrar que não seria possível, o engenheiro francês Nicolas Carnot (1796-1832) propôs uma máquina
térmica teórica que se comportava como uma máquina de rendimento total, estabelecendo um ciclo de
rendimento máximo, que mais tarde passou a ser chamado Ciclo de Carnot.
Este ciclo seria composto de quatro processos, independente da substância:

Uma expansão isotérmica reversível. O sistema recebe uma quantidade de calor da fonte de aquecimento (L-M)
Uma expansão adiabática reversível. O sistema não troca calor com as fontes térmicas (M-N)
Uma compressão isotérmica reversível. O sistema cede calor para a fonte de resfriamento (N-O)
Uma compressão adiabática reversível. O sistema não troca calor com as fontes térmicas (O-L)
Numa máquina de Carnot, a quantidade de calor que é fornecida pela fonte de aquecimento e a quantidade
cedida à fonte de resfriamento são proporcionais às suas temperaturas absolutas, assim:

Assim, o rendimento de uma máquina de Carnot é:

 e 
Logo:

Sendo:
= temperatura absoluta da fonte de resfriamento
= temperatura absoluta da fonte de aquecimento
Com isto se conclui que para que haja 100% de rendimento, todo o calor vindo da fonte de aquecimento deverá
ser transformado em trabalho, pois a temperatura absoluta da fonte de resfriamento deverá ser 0K.
Partindo daí conclui-se que o zero absoluto não é possível para um sistema físico.
Exemplo:
Qual o rendimento máximo teórico de uma máquina à vapor, cujo fluido entra a 560ºC e abandona o ciclo a
200ºC?

Segunda Lei da Termodinâmica


A Segunda Lei da Termodinâmica trata da transferência de energia térmica. Isso quer dizer que ela indica as
trocas de calor que têm tendência para igualar temperaturas diferentes (equilíbrio térmico), o que acontece de
forma espontânea.
Seus princípios são:
O calor é transferido de forma espontânea do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura.
Todo processo tem perda porque seu rendimento sempre é inferior a 100%.
É expressa pela seguinte fórmula:

Onde,
η: rendimento
QA: calor fornecido por aquecimento
QB: calor não transformado em trabalho
Essa lei se estabeleceu a partir dos estudos de Sadi Carnot (1796-1832). Incentivado pela Revolução Industrial, o
físico francês estudava a possibilidade de aumentar a eficiência das máquinas.
Analisando as máquinas térmicas, Carnot descobriu que elas eram mais eficientes quando havia transferência
de calor da temperatura mais alta para a temperatura mais baixa. Isso acontece sempre nessa ordem, afinal a
transferência de energia térmica é um processo irreversível.
Isso quer dizer que o trabalho depende da transferência de energia térmica, lembrando que não é possível
transformar todo calor em trabalho.
Foi com base nas ideias de Carnot, que Clausius e Kelvin basearam seus estudos sobre a Termodinâmica.
A Segunda Lei da Termodinâmica está relacionada com o conceito de entropia. Ela completa a Primeira Lei da
Termodinâmica, a qual se fundamenta no princípio da conservação de energia.
Ciclo de Carnot e a Segunda Lei
Para que a energia não esteja sempre a aumentar (imaginemos no caso de uma máquina), é preciso que em
determinado momento ela volte ao seu estado inicial e reinicie o processo. O processo é, assim, cíclico.
Enquanto uma parte funciona em temperaturas mais elevadas, a outra parte funciona em temperaturas mais
reduzidas. Isso é possível de acordo com a Segunda Lei da Termodinâmica.
O ciclo, em sentido horário, absorve calor. É o caso dos motores. O ciclo, em sentido anti-horário, perde calor. É
o caso dos refrigeradores.
Terceira Lei da Termodinâmica
A Terceira Lei da Termodinâmica trata do comportamento da matéria com entropia aproximada a zero.
De acordo com essa lei, sempre que um sistema encontra-se em equilíbrio termodinâmico, a sua entropia
aproxima-se de zero.
A segunda lei da termodinâmica relaciona-se com a entropia. Na sequência, a terceira lei surge como
uma tentativa de estabelecer um ponto de referência absoluto que determine a entropia.
Walther Nernst (1864-1941) foi o físico que se ocupou dos princípios que serviram de base para a terceira lei da
termodinâmica.
De acordo com Nernst, a entropia teria a tendência de apresentar um valor mínimo caso a temperatura de uma
substância pura fosse igual ou aproximada a zero absoluto.
Para tanto, Nernst propôs a fórmula abaixo, a qual mostra que a variação da entropia (ΔS) e a temperatura (T)
tendem a valores mínimos, ou seja, 0:

Mas, o que é Entropia?


Entropia é a forma como as moléculas se organizam no sistema. Essa organização se traduz em desordem, não
no sentido de confusão, mas sim no sentido de movimentação e agitação de moléculas.
Quanto mais as moléculas podem se movimentar, mais desorganizadas elas são, mais entropia elas têm.
Inicialmente, Nernst sugeriu que a entropia proposta por ele seria possível somente em cristais perfeitos.
Por fim, concluiu que a temperatura igual a zero absoluto não existia, o que faz da terceira lei uma lei polêmica.
Desta forma, para muitos físicos, não se trata de uma lei, mas sim de uma regra.
Passados tantos anos (desde 1912), os cientistas tentam obter essa temperatura ou temperaturas que se
aproximem cada vez mais do zero absoluto. Assim, descobriram que ela somente é possível em gases,
descartando qualquer substância em estado sólido ou líquido

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