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Óptica
Luz
A luz, ou luz visível como é fisicamente caracterizada, é uma forma de energia radiante. É o agente físico que,
atuando nos órgãos visuais, produz a sensação da visão.
Para saber mais...
Energia radiante é aquela que se propaga na forma de ondas eletromagnéticas, dentre as quais se pode destacar
as ondas de rádio, TV, micro-ondas, raios X, raios gama, radar, raios infravermelho, radiação ultravioleta e luz
visível.
Uma das características das ondas eletromagnéticas é a sua velocidade de propagação, que no vácuo tem o valor
de aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo, ou seja:
Podendo ter este valor reduzido em meios diferentes do vácuo, sendo a menor velocidade até hoje medida para
tais ondas quando atravessam um composto chamado condensado de Bose-Einstein, comprovada em uma
experiência recente.
A luz que percebemos tem como característica sua frequência que vai da faixa de (vermelho)
até (violeta). Esta faixa é a de maior emissão do Sol, por isso os órgãos visuais de todos os seres vivos
estão adaptados a ela, e não podem ver além desta, como por exemplo, a radiação ultravioleta e infravermelha.
Divisões da Óptica
Óptica Física: estuda os fenômenos ópticos que exigem uma teoria sobre a natureza das ondas
eletromagnéticas.
Óptica Geométrica: estuda os fenômenos ópticos em que apresentam interesse as trajetórias seguidas pela luz.
Fundamenta-se na noção de raio de luz e nas leis que regulamentam seu comportamento. O estudo em nível de
Ensino Médio restringe-se apenas a esta parte da óptica.
Conceitos básicos:
Raios de luz
São a representação geométrica da trajetória da luz, indicando sua direção e o sentido da sua propagação. Por
exemplo, em uma fonte puntiforme são emitidos infinitos raios de luz, embora apenas alguns deles cheguem a
um observador.
Representa-se um raio de luz por um segmento de reta orientado no sentido da propagação.
Feixe de luz
É um conjunto de infinitos raios de luz; um feixe luminoso pode ser:
Cônico convergente: os raios de luz convergem para um ponto;
Fontes de luz
Tudo o que pode ser detectado por nossos olhos, e por outros instrumentos de fixação de imagens como
câmeras fotográficas, é a luz de corpos luminosos que é refletida de forma difusa pelos corpos que nos cercam.
Fonte de luz são todos os corpos dos quais se podem receber luz, podendo ser fontes primárias ou secundárias.
Fontes primárias: Também chamadas de corpos luminosos, são corpos que emitem luz própria, como por
exemplo, o Sol, as estrelas, a chama de uma vela, uma lâmpada acesa,...
Fontes secundárias: Também chamadas de corpos iluminados, são os corpos que enviam a luz que recebem de
outras fontes, como por exemplo, a Lua, os planetas, as nuvens, os objetos visíveis que não têm luz própria,...
Quanto às suas dimensões, uma fonte pode ser classificada como:
Pontual ou puntiforme: uma fonte sem dimensões consideráveis que emite infinitos raios de luz.
Meio opaco
É um meio óptico que não permite que a luz se propague, ou seja, não é possivel ver um objeto através do
meio.
Sombra e penumbra
Quando um corpo opaco é colocado entre uma fonte de luz e um anteparo, é possível delimitar regiões de
sombra e penumbra.
A sombra é a região do espaço que não recebe luz direta da fonte. Penumbra é a região do espaço que recebe
apenas parte da luz direta da fonte, sendo encontrada apenas quando o corpo opaco é posto sob influência de
uma fonte extensa. Ou seja:
Fonte de luz puntiforme
Fonte de luz extensa
Desta forma, a partir de uma semelhança geométrica pode-se expressar a seguinte equação:
No grupo dos sistemas ópticos refratores encontram-se os dioptros, que são peças constituídas de dois meios
transparentes separados por uma superfície regular. Quando associados de forma conveniente os dioptros
funcionam como utensílios ópticos de grande utilidade como lentes e prismas.
O raio percorre um caminho num sentido na figura A; e percorre o mesmo caminho em sentido oposto, na B
Por exemplo, é em razão desse princípio que o motorista de um automóvel pode ver um passageiro que está
sentado no banco de trás do carro e o passageiro pode ver o motorista utilizando o mesmo espelho.
- Princípio da propagação retilínea dos raios luminosos
O princípio da propagação retilínea diz que todo raio de luz percorre trajetórias retilíneas quando em meios
transparentes e homogêneos. Lembrando que raio de luz é um segmento de reta orientado e que está
associado à direção e ao sentido de propagação da luz.
Observe que a fonte F é pequena quando comparada às dimensões da esfera E, por isso dizemos que ela é uma
fonte pontual ou puntiforme.
Observando a figura, nota-se que sombra é uma região onde há ausência de luz e ocorre quando a fonte
luminosa é pontual.
2º Fonte extensa (fonte de luz com dimensões consideráveis em relação ao que vai iluminar):
Agora considere na figura 2 uma fonte de luz F extensa.
Com a fonte de luz extensa, pode-se observar na figura que existe uma região atrás do objeto opaco que recebe
uma pequena intensidade de luz da fonte, não sendo totalmente escura, esta é denominada penumbra.
Logo, penumbra é uma região parcialmente iluminada e ocorre quando se tem uma fonte de luz extensa. Note
que a fonte de luz e a esfera têm dimensões semelhantes e são quase do mesmo tamanho. Por isso, diz-se que
a fonte é extensa.
Um fenômeno que se pode observar da Terra que tem origem através da formação da sombra e penumbra é o
eclipse. O eclipse é um fenômeno que envolve o Sol, a Lua e a Terra, podendo se manifestar de duas
formas, eclipse solar e eclipse lunar.
Eclipse Solar
No eclipse solar, a sombra e a penumbra da Lua são projetadas na superfície da Terra e isso dará origem ao
eclipse, que pode ser total ou parcial. O eclipse será total para observadores que estiverem na região da
sombra e parcial para observadores que estiverem na região de penumbra.
Eclipse Lunar
A luz solar quando tangencia a Terra faz com que uma sombra seja formada na parte de trás da Terra,
denominada sombra da Terra. Quando a lua entra nessa região, os observadores na Terra não conseguem mais
enxergá-la, dizemos então que ocorreu um eclipse lunar.
Espelhos planos
Reflexão da Luz
Reflexão é o fenômeno que consiste no fato de a luz voltar a se propagar no meio de origem, após incidir sobre
um objeto ou superfície.
É possível esquematizar a reflexão de um raio de luz, ao atingir uma superfície polida, da seguinte forma:
Formação da Imagem
A imagem refletida num espelho plano, chama-se “Enantiomorfa” na medida que se forma à mesma distância
do espelho que o objeto, sendo portanto simétrica do objeto em relação ao espelho.
Por isso, quando colocamos um espelho ao lado do outro, eles formam uma circunferência, o que corrobora a
equidistância de todos os pontos do centro e sobretudo, a simetria da imagem.
Um exemplo notório é quando vemos nossa imagem refletida num espelho, que parece formar-se atrás do
espelho.
Dessa forma, nossa imagem fica do mesmo tamanho que somos e configura-se numa imagem virtual do nosso
corpo, a qual apresenta uma “reversão da imagem”, ou seja, uma inversão da esquerda-direita.
Assim, nos espelhos planos o objeto é real e a imagem virtual e simétrica.
Em outros termos, num espelho plano, imagem e objeto não se sobrepõem sendo, a distância do objeto ao
espelho (do) será equivalente à distância da imagem ao espelho (di): di = - do. Do mesmo modo, a altura do
objeto (ho) será igual à altura da imagem (hi)
Translação de um espelho plano
Considerando a figura:
A parte superior do desenho mostra uma pessoa a uma distância do espelho, logo a imagem aparece a uma
distância em relação ao espelho.
Na parte inferior da figura, o espelho é transladado para a direita, fazendo com que o observador esteja a
uma distância do espelho, fazendo com que a imagem seja deslocada x para a direita.
Pelo desenho podemos ver que:
Logo:
Assim pode-se concluir que sempre que um espelho é transladado paralelamente a si mesmo, a imagem de um
objeto fixo sofre translação no mesmo sentido do espelho, mas com comprimento equivalente ao dobro do
comprimento da translação do espelho.
Se utilizarmos esta equação, e medirmos a sua taxa de variação em um intervalo de tempo, podemos escrever a
velocidade de translação do espelho e da imagem da seguinta forma:
É fácil observar-se que a esfera da qual a calota acima faz parte tem duas faces, uma interna e outra externa.
Quando a superfície refletiva considerada for a interna, o espelho é chamado côncavo. Já nos casos onde a face
refletiva é a externa, o espelho é chamado convexo.
Reflexão da luz em espelhos esféricos
Assim como para espelhos planos, as duas leis da reflexão também são obedecidas nos espelhos esféricos, ou
seja, os ângulos de incidência e reflexão são iguais, e os raios incididos, refletidos e a reta normal ao ponto
incidido.
No caso dos espelhos convexos, a continuação do raio refletido é que passa pelo foco. Tudo se passa como se
os raios refletidos se originassem do foco.
Estudo analítico
O estudo analítico para obtenção de imagens nos espelhos esféricos consiste na determinação dessas imagens
a partir de cálculos. Todo procedimento analítico será analisado em relação a um espelho esférico e a raios
incidentes que obedecem às condições de nitidez de Gauss.
o → tamanho do objeto;
i → tamanho da imagem;
f → distancia focal do espelho;
R→ raio de curvatura doe espelho;
p → posição do objeto em relação ao vértice do espelho;
p’→ posição da imagem em relação ao vértice do espelho.
Temos então que:
Sedo o foco do espelho aproximadamente igual ao ponto médio do centro de curvatura ao vértice do espelho,
tem-se:
Convenção de sinais
f > 0 → R > 0 → espelho côncavo;
f < 0 → R < 0 → espelho convexo;
p > 0 → objeto real;
p < 0 → objeto virtual;
p’ > 0 → imagem real;
p’ < 0 → imagem virtual;
o > 0 → objeto para cima;
o < 0 → objeto para baixo;
i > 0 → imagem para cima;
i < 0 → imagem para baixo;
A > 0 → imagem direita em relação ao objeto;
A < 0 → imagem invertida em relação ao objeto;
|A| = 1 → imagem do mesmo tamanho que o objeto;
|A| > 1 → imagem maior do que o objeto;
|A| < 1 → imagem menor do que o objeto;
Formação da imagem em espelhos esféricos
Eles podem ser de dois tipos: côncavo ou convexo, sendo aplicados em diferentes áreas e situações.
Construção de imagens
Espelho convexo
Caso um objeto qualquer seja colocado diante de um espelho convexo, usaremos dois raios para construir a
imagem. Como mostra a figura, a imagem do objeto estará no encontro dos prolongamentos dos raios
refletidos.
Espelho côncavo
1 – Objeto real antes do centro de curvatura:
A imagem formada é real, invertida e menor que o objeto.
- O ângulo de abertura do espelho deve ser pequeno. Nessa condição, o raio de curvatura do espelho deve ser
grande, ou seja, o espelho esférico se aproxima do espelho plano.
Estudo analítico
O estudo analítico para obtenção de imagens nos espelhos esféricos consiste na determinação dessas imagens
a partir de cálculos. Todo procedimento analítico será analisado em relação a um espelho esférico e a raios
incidentes que obedecem às condições de nitidez de Gauss.
o → tamanho do objeto;
i → tamanho da imagem;
f → distancia focal do espelho;
R→ raio de curvatura doe espelho;
p → posição do objeto em relação ao vértice do espelho;
p’→ posição da imagem em relação ao vértice do espelho.
Temos então que:
Sedo o foco do espelho aproximadamente igual ao ponto médio do centro de curvatura ao vértice do espelho,
tem-se:
Convenção de sinais
f > 0 → R > 0 → espelho côncavo;
f < 0 → R < 0 → espelho convexo;
p > 0 → objeto real;
p < 0 → objeto virtual;
p’ > 0 → imagem real;
p’ < 0 → imagem virtual;
o > 0 → objeto para cima;
o < 0 → objeto para baixo;
i > 0 → imagem para cima;
i < 0 → imagem para baixo;
A > 0 → imagem direita em relação ao objeto;
A < 0 → imagem invertida em relação ao objeto;
|A| = 1 → imagem do mesmo tamanho que o objeto;
|A| > 1 → imagem maior do que o objeto;
|A| < 1 → imagem menor do que o objeto;
Refração
Refração
Cor e frequência
No intervalo do espectro eletromagnético que corresponde à luz visível, cada frequência equivale à sensação de
uma cor.
Conforme a frequência aumenta, diminui o comprimento de onda, assim como mostra a tabela e o trecho do
espectroeletromagnético abaixo.
Cor Comprimento de onda Frequência
( = ) ( )
Violeta 3900 – 4500 7,69 – 6,65
Anil 4500 – 4550 6,65 – 6,59
Azul 4550 – 4920 6,59 – 6,10
Verde 4920 – 5770 6,10 – 5,20
Amarelo 5770 – 5970 5,20 – 5,03
Alaranjado 5970 – 5220 5,03 – 4,82
Vermelho 6220 – 7800 4,82 – 3,84
Quando recebemos raios de luz de diferentes frequências podemos perceber cores diferentes destas, como
combinações. A luz branca que percebemos vinda do Sol, por exemplo, é a combinação de todas as sete cores
do espectro visível.
Luz mono e policromática
De acordo com sua cor, a luz pode ser classficada como monocromática ou policromática.
Chama-se luz monocromática aquela composta de apenas uma cor, como por exemplo a luz amarela emitida
por lâmpadas de sódio.
Chama-se luz policromática aquela composta por uma combinação de duas ou mais cores monocromáticas,
como por exemplo a luz branca emitida pelo sol ou por lâmpadas comuns.
Usando-se um prisma, é possível decompor a luz policromática nas luzes monocromáticas que a formam, o que
não é possível para as cores monocromáticas, como o vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
Um exemplo da composição das cores monocromáticas que formam a luz branca é o disco de Newton, que é
uma experiência composta de um disco com as sete cores do espectro visível, que ao girar em alta velocidade,
"recompõe" as cores monocromáticas, formando a cor policromática branca.
Cor de um corpo
Ao nosso redor é possível distinguir várias cores, mesmo quando estamos sob a luz do Sol, que é branca.
Esse fenômeno acontece pois quando é incidida luz branca sobre um corpo de cor verde, por exemplo, este
absorve todas as outras cores do espectro visível, refletido de forma difusa apenas o verde, o que torna possível
distinguir sua cor.
Por isso, um corpo de cor branca é aquele que reflete todas as cores, sem absorver nenhuma, enquanto um
corpo de cor preta absorve todas as cores sobre ele incididas, sem refletir nenhuma, o que causa aquecimento.
Luz - Velocidade
Há muito tempo sabe-se que a luz faz parte de um grupo de ondas, chamado de ondas eletromagnéticas, sendo
uma das características que reune este grupo a sua velocidade de propagação.
A velocidade da luz no vácuo, mas que na verdade se aplica a diversos outros fenômenos eletromagnéticos
como raios-x, raios gama, ondas de rádio e tv, é caracterizada pela letra c, e tem um valor aproximado de 300
mil quilômetros por segundo, ou seja:
No entanto, nos meios materiais, a luz se comporta de forma diferente, já que interage com a matéria existente
no meio. Em qualquer um destes meios a velocidade da luz v é menor que c.
Em meios diferentes do vácuo também diminui a velocidade conforme aumenta a frequência. Assim a
velocidade da luz vermelha é maior que a velocidade da luz violeta, por exemplo.
Índice de refração absoluto
Para o entendimento completo da refração convém a introdução de uma nova grandeza que relacione a
velocidade da radiação monocromática no vácuo e em meios materiais, esta grandeza é o índice de refração da
luz monocromática no meio apresentado, e é expressa por:
Ou seja:
Observe que o índice de refração relativo entre dois meios pode ter qualquer valor positivo, inclusive menores
ou iguais a 1.
Refringência
Dizemos que um meio é mais refringente que outro quando seu índice de refração é maior que do outro. Ou
seja, o etanol é mais refringente que a água.
De outra maneira, podemos dizer que um meio é mais refringente que outro quando a luz se propaga por ele
com velocidade menor que no outro.
Leis da Refração da Luz
Chamamos de refração da luz o fenômeno em que ela é transmitida de um meio para outro diferente.
Nesta mudança de meios a frequência da onda luminosa não é alterada, embora sua velocidade e o seu
comprimento de onda sejam.
Com a alteração da velocidade de propagação ocorre um desvio da direção original.
Para se entender melhor este fenômeno, imagine um raio de luz que passa de um meio para outro de superfície
plana, conforme mostra a figura abaixo:
Onde:
Raio 1 é o raio incidente, com velocidade e comprimento de onda característico;
Raio 2 é o raio refratado, com velocidade e comprimento de onda característico;
A reta tracejada é a linha normal à superfície;
O ângulo formado entre o raio 1 e a reta normal é o ângulo de incidência;
O ângulo formado entre o raio 2 e a reta normal é o ângulo de refração;
A fronteira entre os dois meios é um dioptro plano.
Conhecendo os elementos de uma refração podemos entender o fenômeno através das duas leis que o regem.
1ª Lei da Refração
A 1ª lei da refração diz que o raio incidente (raio 1), o raio refratado (raio 2) e a reta normal ao ponto de
incidência (reta tracejada) estão contidos no mesmo plano, que no caso do desenho acima é o plano da tela.
2ª Lei da Refração - Lei de Snell
A 2ª lei da refração é utilizada para calcular o desvio dos raios de luz ao mudarem de meio, e é expressa por:
Além de que:
Supondo-se dois meios homogêneos e transparentes separados por uma superfície plana chamada S, na qual o
meio 1 é menos refringente que o meio 2, ou seja, n1 > n2, e considerando-se um raio de luz monocromática
passando do meio 1 para o meio 2, é possível variar o ângulo de incidência de 0° até o máximo 90° que haverá
ocorrência da refração. Na figura acima, estão indicados os raios incidentes I0 (i = 0°), I1, I2, e I3 (i = 90°) e os seus
respectivos raios refratados R0 (r = 0), R1, R2 e R3 (r = L).
Como o ângulo de incidência máximo é i = 90°, o correspondente ângulo de refração máximo r = L é
denominado ângulo limite.
Para um par de meios, o ângulo limite é obtido através da Lei de Snell-Descartes aplicado aos raios I3
(incidência máxima) e R3 (refração máxima). Assim, temos:
sen i .n1=sen r .n2
sen 90° .n1=sen L .n2
sen 90° .n1=sen
Como sen 90° = 1, temos:
Pela Lei da Reversibilidade dos Raios Luminosos, é possível inverter o sentido de percurso dos raios da figura
anterior. Desse modo, os raios incidentes estarão no meio mais refringente; e os raios refratados, no menos
refringente; conforme vemos na figura abaixo.
Como os raios incidentes estão no meio 2, é possível ter ângulos de incidência maiores que o ângulo limite L.
Esses raios não mais se refratam, ocasionando sua reflexão total, conforme a figura abaixo.
A superfície S, para esses raios, funciona como um perfeito espelho, com a superfície refletora voltada para o
meio 2. Obviamente, os raios obedecem às Leis da Reflexão dos Espelhos.
Concluindo, existem duas condições para a ocorrência da reflexão total:
1) A luz incidente deve estar se propagando do meio mais refringente para o meio menos refringente.
2) O ângulo de incidência deve ser maior que o ângulo limite (i > L).
A aplicação usual dos prismas ópticos é seu uso para separar a luz branca policromática nas sete cores
monocromáticas do espectro visível, além de que, em algumas situações poder refletir tais luzes.
Funcionamento do prisma
Quando a luz branca incide sobre a superfície do prisma, sua velocidade é alterada, no entanto, cada cor da luz
branca tem um índice de refração diferente, e logo ângulos de refração diferentes, chegando à outra
extremidade do prisma separadas.
Tipos de prismas
Prismas dispersivos são usados para separar a luz em suas cores de espectro.
Prismas refletivos são usados para refletir a luz.
Prismas polarizados podem dividir o feixe de luz em componentes de variadas polaridades.
Lentes esféricas
Lentes esféricas
Dentre todas as aplicações da óptica geométrica, a que mais se destaca pelo seu uso no cotidiano é o estudo
das lentes esféricas, seja em sofisticados equipamentos de pesquisa astronômica, ou em câmeras digitais
comuns, seja em lentes de óculos ou lupas.
Chamamos lente esférica o sistema óptico constituido de três meios homogêneos e transparentes, sendo que
as fronteiras entre cada par sejam duas superfícies esféricas ou uma superfície esférica e uma superfície plana,
as quais chamamos faces da lente.
Para um estudo simples consideraremos que o segundo meio é a lente propriamente dita, e que o primeiro e
terceiro meios são extamente iguais, normalmente a lente de vidro imersa em ar.
Tipos de lentes
Dentre as lentes esféricas que são utilizadas, seis delas são de maior importância no estudo de óptica, sendo
elas:
Lente biconvexa
É convexa em ambas as faces e tem a periferia mais fina que a região central, seus elementos são:
Lente plano-convexa
É plana em uma das faces e convexa em outra, tem a perferia mais fina que a região central, seus elementos
são:
Lente côncavo-convexa
Tem uma de suas faces côncava e outra convexa, tem a periferia mais fina que a região central. Seus elementos
são:
Lente bicôncava
É côncava em ambas as faces e tem a periferia mais espessa que a região central. Observe na figura abaixo os
seus elementos, que são:
Lente plano-côncava
É plana em uma das faces e côncava em outra, tem a perferia mais espessa que a região central, seus
elementos são:
Lente convexo-côncava
Tem uma de suas faces convexa e outra côncava, tem a periferia mais espessa que a região central. Seus
elementos são:
Lentes convergentes
Em uma lente esférica com comportamento convergente, a luz que incide paralelamente entre si é refratada,
tomando direções que convergem a um único ponto.
Tanto lentes de bordas finas como de bordas espessas podem ser convergentes, dependendo do seu índice de
refração em relação ao do meio externo.
O caso mais comum é o que a lente tem índice de refração maior que o índice de refração do meio externo.
Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento convergente é o de uma lente biconvexa (com bordas
finas):
Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o meio. Nesse caso, um
exempo de lente com comportamento convergente é o de uma lente bicôncava (com bordas espessas):
Lentes convergentes
Em uma lente esférica com comportamento convergente, a luz que incide paralelamente entre si é refratada,
tomando direções que convergem a um único ponto.
Tanto lentes de bordas finas como de bordas espessas podem ser convergentes, dependendo do seu índice de
refração em relação ao do meio externo.
O caso mais comum é o que a lente tem índice de refração maior que o índice de refração do meio externo.
Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento convergente é o de uma lente biconvexa (com bordas
finas):
Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o meio. Nesse caso, um
exempo de lente com comportamento convergente é o de uma lente bicôncava (com bordas espessas):
A unidade utilizada para caracterizar a vergência no Sistema Internacional de Medidas é a dioptria, simbolizado
por di.
Um dioptria equivale ao inverso de um metro, ou seja:
Uma unidade equivalente a dioptria, muito conhecida por quem usa óculos, é o "Grau".
1di = 1grau
Quando a lente é convergente usa-se distância focal positiva (f>0) e para uma lente divergente se usa distância
focal negativa (f<0).
Por exemplo:
1) Considere uma lente convergente de distância focal 25cm = 0,25m.
Neste caso, é possível dizer que a lente tem vergência de +4di ou que ela tem convergência de 4di.
2) Considere uma lente divergente de distância focal 50cm = 0,5m.
Neste caso, é possível dizer que a lente tem vergência de -2di ou que ela tem divergência de 2di.
Associação de lentes
Duas lentes podem ser colocadas de forma que funcionem como uma só, desde que sejam
postas coaxialmente, isto é, com eixos principais coincidentes. Neste caso, elas serão chamadas de justapostas,
se estiverem encostadas, ou separadas, caso haja uma distância d separando-as.
Estas associações são importantes para o entendimento dos instrumentos ópticos.
Quando duas lentes são associadas é possível obter uma lente equivalente. Esta terá a mesma característica da
associação das duas primeiras.
Lembrando que se a lente equivalente tiver vergência positiva será convergente e se tiver vergência negativa
será divergente.
Associação de lentes justapostas
Quando duas lentes são associadas de forma justaposta, utiliza-se o teorema das vergências para definir uma
lente equivalente.
Como exemplo de associação justaposta temos:
Este teorema diz que a vergência da lente equivalente à associação é igual à soma algébrica das vergências das
lentes componentes. Ou seja:
As imagens formadas pelos diferentes tipos de lentes auxiliam na correção de problemas de visão
As lentes esféricas podem ser do tipo convergente, que focalizam a luz incidente em um ponto único, ou
divergente, que espalham os raios de luz incidentes. Cada tipo de lente forma imagens específicas, que são
utilizadas para diversas finalidades, como na correção de problemas de visão, no zoom de máquinas
fotográficas e câmeras de vídeo, na composição de microscópios etc.
Elementos das lentes
Os elementos que compõem as lentes esféricas são:
Centro óptico (O): as chamadas lentes delgadas apresentam espessura muito inferior ao tamanho de suas faces.
Isso faz com que os vértices das faces dessas lentes quase ocupem o mesmo ponto, o qual é definido como
centro óptico da lente;
Foco (f): ponto onde a luz é focalizada;
Ponto antiprincipal (2f): ponto que corresponde ao dobro do foco em distância do centro óptico;
Eixo principal: linha que contém o ponto antiprincipal, o foco e o centro óptico de uma lente.
Propriedades das lentes esféricas
O comportamento das lentes esféricas ao receber a luz incidente determina a formação de diferentes tipos de
imagens. Raios de luz que incidem sobre lentes esféricas são refratados de três maneiras:
Todo raio de luz que incide paralelo ao eixo principal é refratado na direção do foco;
Todo raio de luz que incide na lente pelo foco refrata-se paralelamente ao eixo principal;
Todo raio de luz que incide sobre o centro óptico não sofre desvio.
Imagens das lentes convergentes
Como seguem as propriedades das lentes esféricas, as convergentes formam cinco tipos distintos de imagens:
1. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado antes do ponto antiprincipal, a lente forma uma
imagem (representada em vermelho) real, invertida e menor que o objeto.
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Ex.: Máquina fotográfica e olho humano.
2. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado sobre o ponto antiprincipal, a lente forma uma
imagem (representada em vermelho) real, invertida e igual ao objeto.
Ex.: Máquinas de fotocópia.
3. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado entre o ponto antiprincipal e o foco da lente, a
imagem formada (representada em vermelho) é real, invertida e maior que o objeto.
Ex.: Projetores.
4. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado sobre o foco da lente, não é formada uma imagem,
pois os raios refratados são paralelos e nunca se cruzam para formar uma imagem do objeto.
5. Quando o objeto (representado em azul) é posicionado entre o foco e o centro óptico da lente, sua imagem
(representada em vermelho) é virtual, direita e maior que objeto.
Ex.: Lupas.
Em que:
f – é a distância focal da lente, p – é a distância do objeto à lente e p’ – é a distância da imagem à lente esférica.
Na equação acima, percebermos que não somente podemos determinar a distância focal de uma lente esférica,
mas podemos também determinar qualquer uma das incógnitas, desde que as outras sejam fornecidas.
Geralmente, usamos uma lente esférica para aumentar o tamanho de objetos que são colocados na nossa
frente. Na física, esse aumento é dito como aumento linear transversal e pode ser calculado através da seguinte
equação matemática:
1. Um raio paralelo ao eixo central, que depois de refratado pela lente passa pelo ponto focal F’.
2. Um raio que passa pelo ponto focal F e depois de refratado se torna paralelo ao eixo central.
3. Um raio que passa pelo centro da lente, emerge da lente sem mudar de direção, pois atravessa uma região
em que os dois lados são praticamente paralelos.
A imagem do ponto fica na interseção de dois raios escolhidos. Para determinar a imagem do objeto completo,
basta encontrar a localização de dois ou mais dos seus pontos.
Exemplo:
Um objeto real de 30 cm de altura é colocado a 24 cm de uma lente convergente de distância focal f = 6 cm.
Determine a posição da imagem, a altura da imagem e o aumento linear transversal.
Para facilitar a resolução do problema, esboce uma figura utilizando os raios mágicos para formar a imagem:
O foco de uma lente convergente corresponde à distância entre o centro óptico da lente e o ponto onde os
raios de luz são focalizados. O foco das lentes convergentes sempre será maior que zero.
O foco da lente divergente corresponde à distância entre o centro óptico e o ponto de onde, aparentemente, a
luz origina-se. O foco das lentes divergentes sempre será negativo.
Por causa dos sinais dos focos da lente, a vergência de uma lente convergente sempre será positiva. Já a
vergência de uma lente divergente será negativa.
Uma pessoa com miopia, por exemplo, deve utilizar lentes divergentes para corrigir seu problema de visão. Na
receita prescrita pelo médico oftalmologista, o valor da vergência dessas lentes aparece com um sinal negativo.
Isso indica que essas lentes devem espalhar a luz, isto é, ser divergentes.
Unidade de medida da vergência
De acordo com o Sistema Internacional de Unidades, a vergência é determinada em dioptrias (di), unidade que
corresponde ao inverso do metro.
Cotidianamente, a vergência das lentes de óculos, por exemplo, é definida em graus. Porém, a unidade de
medida correta para a capacidade de desvio da luz de uma lente é a dioptria.
Óptica da Visão
O olho é uma parte do nosso corpo extremamente complexa. Com ele podemos focalizar um objeto, controlar
a quantidade de luz que entra e produzir uma imagem nítida de um objeto. Sob esse aspecto o olho humano
pode ser comparado a uma câmara fotográfica. No entanto, os mecanismos que permitem ao olho efetuar um
sem número de operações (como o controle da luminosidade) são extremamente complexos.
Na figura abaixo vê-se as partes essenciais do olho.
A parte da frente do olho é recoberta por uma
membrana transparente denominada córnea. Atrás da A íris controla a quantidade de luz entrando no olho
córnea está um líquido, também transparente, dilatando a pupila (quando quer aumentar a quantidade de
ocupando uma pequena região na parte da frente do luz) ou contraindo a pupila (para reduzir a quantidade de
olho. Este meio é denominado de humos aquoso. luz). A íris é a porção colorida do olho (olhos azuis,
castanhos etc.). A pupila é a região associada ao pequeno
Ainda na frente se situa a íris. A íris funciona como o
círculo do olho. Tem uma cor diferente da íris.
diafragma de uma máquina fotográfica. Ela tem um Uma das principais funções da íris é controlar a
diâmetro variável permitindo controlar a quantidade quantidade de luz que entra no olho. O controle é feito
de luz que entra. As pálpebras permitem também por atos reflexos. Com pouca luz a pupila se abre mais e
controlar a entrada de luz. No centro da íris está a vai se fechando à medida em que a quantidade de luz
pupila do olho. O cristalino é a lente (biconvexa) do aumenta.
olho. A lente do cristalino é uma estrutura elástica e A quantidade de luz que entra no olho é proporcional à
transparente. área da pupila, isto é, ao quadro do diâmetro da mesma. O
O humos vítreo é um meio transparente que ocupa a diâmetro da pupila varia de cerca de 1,5 mm até 8 mm.
Isto permite uma variação da quantidade de luz por um
maior parte do olho e é constituído de um material
fator 30. Isto é, com a pupila totalmente aberta entra 30
gelatinoso e claro. A córnea, o humos aquoso, o vezes mais luz do que quando ela atinge o mínimo.
cristalino e o humos vítreo são os meios transparentes A abertura da pupila tem uma influência importante na
do globo ocular. profundidade do foco. Quando se diminui a abertura,
Quando a luz incide sobre o olho humano ela aumenta o intervalo de distância para o qual os objetos
experimenta a refração primeiramente na córnea. aparecem nítidos.
Depois de passar pelos meios transparentes a luz atinge uma película extremamente sensível à luz. Esta película
é a retina. A retina é o análogo ao filme de uma máquina fotográfica.
A retina consiste de milhões de bastonetes e cones. Quando estimulados pela luz proveniente do olho, os
bastonetes e cones se decompõe quando expostos à luz. Quando assim estimulados esses receptores enviam
impulsos para o cérebro (através do nervo óptico) onde a imagem é percebida. Existem três tipos de cones
diferentes. Na retina, a interação desses sistemas de cones é responsável pela percepção das cores. Cada tipo
de cone é sensível basicamente a uma parte do espectro visível. Um tipo de cone é sensível ao azul e violeta, o
outro ao verde e o terceiro ao amarelo. Uma das teorias para explicar a sensação da cores no ser humano
sustenta que qualquer cor é determinada pela freqüência relativa dos impulsos que chegam ao cérebro
provenientes de cada um desses três sistemas de cones, ou seja, a luz é percebida no cérebro num processo de
adição de cores.
Quando um grupo de cones receptivos a uma dada cor está em falta na retina (usualmente por uma deficiência
genética) o indivíduo é incapaz de distinguir algumas cores. O indivíduo com essa deficiência é daltônico.
Acomodação Visual
Para que as imagens conjugadas pelo sistema óptico do globo ocular sejam nítidas, elas devem formar-se sobre
a retina, cuja distância em relação ao cristalino é
constante. Por outro lado, os objetos visados por um observador estão a diferentes distâncias de seu olho. A
partir dessa observação e lembrando da equação de
Gauss, podemos concluir que a distância focal do cristalino é variável.
A variação da distância focal do cristalino é feita pelos músculos ciliares, através da maior ou menor
compressão destes sobre aquele. Esse processo de ajuste da distância focal do sistema óptico do globo ocular à
visão nítida de objetos diferentemente afastados é denominado acomodação visual.
* Ponto Remoto (PR): É o ponto objeto para o qual a vista conjuga imagem nítida sem nenhum esforço de
acomodação. Nesse caso os músculos ciliares mostram-se relaxados.
* Ponto Próximo (PP): É o ponto objeto para o qual a vista conjuga imagem nítida com máximo esforço de
acomodação. Nesse caso os músculos ciliares encontram-se contraídos.
Visão Tridimensional
Percebemos o mundo numa visão tridimensional. A principal diferença entre o mundo bidimensional e o
mundo tridimensional é uma dimensão conhecida como profundidade. O aparato visual permite ter noções de
distância e de relevo.
A noção de distância, a percepção de relevos e de profundidade decorrem da visão binocular (dois olhos) que
dispomos. Temos uma visão esteroscópica.
Note-se que os dois olhos estão situados a uma certa distância um do outro. Esses poucos centímetros de
distância faz com que a imagem em uma das retinas seja diferente da imagem na outra retina. A superposição
dessas duas imagens no cérebro permite perceber a profundidade e levar à noção de distância dos objetos.
Visão de Cores
As cores têm três atributos: a matriz, a intensidade e a saturação. A saturação é uma medida de quão diluído
com o branco está uma dada cor. A saturação pode ser alterada mediante adições de diferentes tons de cinza.
Quando… Para qualquer cor, existe uma sua complementar. A cor complementar é aquela que quando
mesclada a essa produz o branco.
Pode-se mostrar que qualquer cor do espectro pode ser obtida a partir da combinação em proporções diversas,
as cores vermelha, a luz verde e a luz azul. As cores vermelho, verde e azul são, por isso, conhecidas como cores
primárias.
Defeitos Visuais
Miopia - O míope vê mal ao longe mas bem ao perto. A distância entre a córnea e a retina é grande. O olho é
"demasiado longo": a imagem forma-se à frente da retina. Para o míope, a distância para uma visão nítida é
tanto mais curta, quanto mais forte for a miopia. A miopia corrige-se com uma lente divergente (côncava), que
recoloca a imagem sobre a retina, e restitui uma boa visão até ao infinito. Na imagem abaixo vemos a visão de
um indivíduo normal e a visão de um míope.
Hipermetropia - A hipermetropia ou “visão de longe” é exatamente o oposto da miopia. Ou seja, é uma
alteração visual causada pelo deslocamento do ponto de
focagem provocando a não nitidez das imagens quando olhamos
para perto. Nestes casos, as imagens forma-se depois da retina.
Na hipermetropia o globo ocular é mais curto e isso faz com que
o foco das imagens projetadas pelo cristalino se forme atrás da
retina. Esse erro refrativo pode ser corrigido com o uso de óculos
com lentes convergentes (convexas). Vemos ao lado a imagem
vista por indivíduo que tem hipermetropia.
Astigmatismo - O astigmatismo é uma condição que decorre da diferença de curvatura da córnea ou cristalino
nas diferentes direções (comparável às curvaturas de um ovo ou de uma bola de futebol americano), e disto
resultam diferentes profundidades de foco que distorcem a visão tanto de longe quanto perto. Pode
ser corrigido com lentes cilíndricas. A imagem abaixo mostra como é a visão de indivíduo portador de
astigmatismo.
Projetor
Um projetor é um equipamento provido de uma lente convergente (objetiva) que é capaz de fornecer imagens
reais, invertidas e maiores que o objeto, que pode ser um slide ou filme.
Normalmente, os slides ou filmes são colocados invertidos, assim a imagem projetada será vista de forma
direta.
Lupa
A Lupa é o mais simples instrumento óptico de observação. Também é chamada de lente de aumento.
Uma lupa é constituida por uma lente convergente com distância focal na ordem de centímetros, capaz de
conjugar uma imagem virtual, direta e maior que o objeto.
No entanto, este instrumento se mostra eficiente apenas quando o objeto observado estiver colocado entre o
foco principal objeto e o centro óptico.
Este microscópio composto também é chamado Microscópio Óptico sendo capaz de aumentar até 2 000 vezes
o objeto observado. Existem também Microscópio Eletrônicos capazes de proporcionar aumentos de até 100
000 vezes e Microscópios de Varredura que produzem aumentos superiores a 1 milhão de vezes.
Luneta
Lunetas são instrumentos de observação a grandes distâncias, sendo úteis para observação de astros (luneta
astronômica) ou para observação da superfície terrestre (luneta terrestre).
Uma luneta é basicamente montada da mesma forma que um microscópio composto, com objetiva e ocular, no
entanto a objetiva da luneta tem distância focal na ordem de metros, sendo capaz de observar objetos
afastados.
Fórmulas
Relação entre período e frequência
O período é o inverso da frequência.
Assim:
Velocidade de propagação
A velocidade também pode ser calculada em função da frequência, substituindo o período pelo inverso da
frequência.
Temos:
Fenômenos ondulatórios
Quando uma onda se propaga e encontra certo meio, como um obstáculo ou uma superfície que separa duas
regiões, esta interage com ele, o que gera alguns comportamentos específicos. Estes são chamados fenômenos
ondulatórios, tema de física importante para o Enem. Falaremos sobre eles a seguir, mas, para isso, teremos
que definir duas representações geométricas das ondas: a FRENTE DE ONDA e o RAIO DE ONDA.
Chamamos de frente de onda o conjunto de pontos que separa a região já atingida pela onda da região ainda
não atingida. Raio de onda é uma linha que representa a direção de propagação da onda em certo ponto.
REFLEXÃO
A reflexão acontece quando uma onda atinge uma região que separa dois meios e retorna, se propagando no
mesmo meio anterior. Desta forma, não há alteração na velocidade de propagação (que só depende do meio),
nem na frequência (que só depende da fonte). Assim, o comprimento de onda da onda incidente é igual ao
comprimento de onda da onda refletida (Figura 3).
Na reflexão, o ângulo θi formado entre o raio de onda incidente e a direção perpendicular à superfície,
chamada de direção NORMAL, é idêntico ao ângulo θr formado pela direção normal e pelo raio refletido. Assim:
θi= θr
No caso de um pulso unidimensional em uma corda, a reflexão pode gerar dois efeitos diferentes. Se a
extremidade da corda estiver fixa, o ponto da corda que está presa ao obstáculo tentará mover o obstáculo
para cima. Pela Terceira Lei de Newton, sofrerá a ação de uma força para baixo, o que fará inverter a orientação
da perturbação. Dizemos que, nesse caso, houve INVERSÃO DA FASE da onda (Figura 5).
Se as extremidades estiverem livres, esta força não atua e o pulso retorna normalmente.
REFRAÇÃO
A refração acontece quando uma onda atinge uma região que separa dois meios e a atravessa, passando a se
propagar no outro meio. Desta forma, há alteração na velocidade de propagação (já que esta só depende do
meio), o que gera uma alteração no comprimento de onda, mas sem que haja alteração na frequência. Isso vem
acompanhado, na maioria dos casos, de uma alteração na direção de propagação da onda.
É essa alteração que explica o porquê as ondas do mar chegam sempre “de frente” à costa, mesmo sendo esta
toda “recortada”. Se observarmos o oceano de cima, de um ponto mais elevado numa costa, veremos o padrão
horizontal de cristas de onda que se aproximam dela. Mas, independente da direção das quais as ondas
venham, elas acabam chegando à costa numa direção quase perpendicular a ela. Isso acontece porque a
profundidade do mar diminui a medida em que a onda se aproxima da costa, alterando a velocidade de
propagação das ondas.
Na refração, o ângulo θ1 formado entre o raio de onda incidente e a direção perpendicular à superfície,
chamada de direção NORMAL, possui uma relação com o ângulo θ2 formado pela direção normal e pelo raio
refratado. Essa relação é chamada de Lei de Snell-Descartes:
No caso de um pulso unidimensional em uma corda, a refração pode acontecer quando unimos duas cordas de
diferentes densidades, por exemplo. É bom lembrar que a velocidade de propagação é maior na corda menos
densa.
Se o pulso se propaga da corda menos densa para a mais densa, a segunda corda se comporta como um ponto
fixo para a primeira, e o pulso refletido sofre inversão de fase (Figura 8).
Se o pulso se propaga da corda mais densa para a menos densa, a segunda corda se comporta como um ponto
livre para a primeira, e o pulso refletido não sofre inversão de fase (Figura 9).
DIFRAÇÃO
Quando uma frente de onda encontra um obstáculo, este reflete parte da energia da onda e transmite outra
parte. Mas, se tivermos uma porção da frente de onda desobstruída, os pontos dessa frente de onda se
comportam como pequenas fontes pontuais de onda, gerando ondas do outro lado do obstáculo e que tendem
a se espalhar do outro lado. Esse fenômeno chama-se difração, e esse princípio recebe o nome de PRINCÍPIO DE
HUYGENS.
É por isso que conseguimos escutar um som emitido de um lado de um muro, mesmo estando do outro lado. É
claro que podemos ter uma pequena parcela de energia atravessando o muro, mas a maioria dessa energia
chega até nós graças à difração.
É importante ressaltar uma coisa: a difração, assim como os outros fenômenos ondulatórios, é mais intensa
quando o comprimento de onda tem valor próximo ou maior do que as dimensões dos objetos utilizados para a
observação. É por isso que, ao longo do dia-a-dia, não notamos a luz como uma onda: o comprimento médio de
onda da luz é da ordem de 0,0005 mm! Não temos objetos ao nosso redor com essas dimensões.
POLARIZAÇÃO E RESSONÂNCIA
Polarizar uma onda significa orientá-la em uma única direção ou plano através da passagem em um dado meio,
chamado de polarizador. Somente ondas transversais podem ser polarizadas!).
A luz solar não tem uma direção específica de polarização. Cada onda eletromagnética que sai do sol pode
vibrar em uma direção diferente. Neste caso, dizemos que a luz é não polarizada. Quando a luz solar é refletida,
pode ser polarizada em uma direção específica. As lentes polarizadas de óculos escuros podem barrar a
passagem dessa luz, diminuindo a sensação de ofuscamento causada pelas superfícies que refletem a luz
(Figura 12).
Ressonância
Sistemas físicos, como sólidos, por exemplo, devido à sua estrutura atômica ou molecular, possuem uma
vibração própria graças a efeitos térmicos ou externos. Quando uma vibração externa, com frequência próxima
ou igual à frequência natural de vibração de um sistema, é emitida na direção deste, o sistema absorve
fortemente a energia dessa onda, aumentando a amplitude de suas vibrações. Neste caso, dizemos que o
sistema está em ressonância.
É graças a isso que é possível estourar uma taça de cristal apenas com a voz. Ao emitirmos um som com
frequência próxima ao valor natural do cristal, ele entra em ressonância e não suporta o aumento da vibração,
quebrando. É também por isso que escutamos o som de um violão: a madeira da caixa do violão entra em
ressonância graças à vibração das cordas, fazendo o ar retido dentro da caixa também vibrar, aumentando a
intensidade do som.
EFEITO DOPPLER
Quando nos aproximamos de uma fonte de ondas, alcançamos as frentes de onda em um tempo mais curto do
que aconteceria se estivéssemos em repouso em relação ao emissor. Isso gera a impressão de que o período da
onda diminuiu, ou seja, que a frequência da onda aumentou.
Ao contrário, quando nos afastamos de uma fonte de ondas, alcançamos as frentes de onda em um tempo
maior do que aconteceria se estivéssemos em repouso em relação ao emissor. Isso gera a impressão de que o
período da onda aumentou, ou seja, que a frequência da onda diminui.
Essa alteração aparente na frequência percebida de uma onda quando existe movimento entre a fonte de
ondas e o receptor é chamado de EFEITO DOPPLER. É por isso que temos a impressão que a sirene de uma
buzina se modifica ao longo do movimento da ambulância.
Ondas estacionárias em cordas e tubos sonoros
Ondas Estacionárias
Onda estacionária: ao centro podemos ver o nó ou o ponto nodal
Ondas estacionárias são ondas que permanecem em uma posição constante em um intervalo de tempo
arbitrário. Quando essas ondas se superpõem, há a formação de interferência.
No estudo dos conceitos básicos de ondas temos que ficar atentos a uma característica, que é o transporte de
energia sem o transporte de matéria. Por esse motivo é que dizemos que elas são apenas deformações que se
propagam em um meio. Sendo assim, elas podem atravessar a mesma região ao mesmo tempo.
Quando duas ondas periódicas de frequências, comprimentos de onda e amplitude iguais, propagando-se em
sentidos contrários, superpõem-se em um dado meio, vemos se formar uma figura de interferência chamada
de onda estacionária. Evidentemente, não se trata de uma onda, na acepção normal do termo, mas de um
particular padrão de interferência.
O caso mais simples desse tipo de interferência é o que ocorre em uma corda esticada, na qual as ondas
produzidas em uma das extremidades superpõem-se às ondas refletidas na extremidade oposta. Os pontos do
meio no qual ela é estabelecida oscilam em MHS, com amplitudes que dependem da posição do ponto
considerado.
Nos pontos de interferência construtiva (V), denominados ventres ou pontos ventrais, a amplitude de oscilação
é máxima, correspondendo ao dobro da amplitude de cada onda constituinte.
Aos pontos de interferência totalmente destrutiva (N) damos o nome de nós ou pontos nodais, que não
oscilam, permanecendo, portanto, em equilíbrio (veja a figura acima). A distância entre dois ventres
consecutivos, ou entre dois nós consecutivos, é igual à metade do comprimento de onda da onda estacionária.
Para a produção de uma onda estacionária devemos primeiramente fixar as duas extremidades de uma corda
em uma parede e em seguida fazer com que uma das extremidades vibre com movimentos periódicos verticais.
Vejamos a ilustração abaixo.
Na figura acima podemos ver a frequência fundamental de oscilação em uma corda de extremidades fixas. Para
o maior comprimento de onda, a relação correspondente é a menor frequência. Essa básica relação pode ser
observada através da seguinte equação:
v = λ .ƒ
Tubos sonoros
É sabido que a física está em praticamente tudo que fazemos no cotidiano. Em alguns momentos ouvimos sons
produzidos por alguns instrumentos – de sopro, por exemplo. Eles se parecem com tubos, abertos nas duas
extremidades ou abertos em uma e fechados em outras.
Assim, podemos dizer que um tubo sonoro é basicamente uma coluna de ar onde são produzidas ondas
estacionárias longitudinais. Essas ondas são produzidas pela superposição de ondas de pressão que são geradas
em uma extremidade com as ondas refletidas na outra extremidade.
Tubos fechados
Podemos ver na figura abaixo que na extremidade da embocadura a onda estacionária longitudinal forma
apenas um ventre e um nó na extremidade fechada. Nesse tipo de tubo, ou melhor, em todos os modos de
vibração, há aumento apenas do número de nós intermediários. Vejamos na figura:
De acordo com a figura vemos que a distância entre um ventre e um nó consecutivo equivale a um quarto do
comprimento de onda, assim, temos (λ/4). Como a frequência de vibração é dada por f = v/λ, podemos
estabelecer que:
Em um tubo fechado, as frequências naturais são múltiplos ímpares da relação (v/4L), como se observa na
seguinte equação:
Para i = 1 temos a frequência fundamental, para i = 3 temos o terceiro harmônico, para i = 5 temos o quinto
harmônico, etc. Lembramos que um tubo fechado não emite harmônico de ordem par.
Tubos abertos
Podemos ver na figura abaixo que a onda estacionária longitudinal formada apresenta um ventre nas duas
extremidades. O modo mais simples de vibrar corresponde a um nó no ponto central. Podemos ver que a cada
novo modo de vibração, surge mais um nó intermediário.
Em um tubo aberto, as frequências naturais de vibração são dadas pela seguinte equação:
Para N = 1 temos a frequência fundamental, para N = 2 temos o segundo harmônico, para N = 3 temos o
terceiro harmônico, e assim por diante.
Onde:
λ – Comprimento
y - Amplitude
O tempo que uma oscilação leva para se repetir é chamado período (T), medido em segundos(s). A frequência (f)
significa quantas vezes uma oscilação se repete por unidade de tempo, medida em Hertz (Hz). Dessa forma:
f = 1/t
O Som é uma onda mecânica que possui a intensidade e frequência necessárias para ser percebida pelo ser humano.
Entendemos como onda mecânica uma onda que precisa de meios materiais, como o ar ou o solo, para se propagar. As
frequências audíveis pelo ouvido humano ficam entre 16 Hz e 20000Hz (20kHz). Dentro desta faixa a encontram-se a
voz humana, instrumentos, musicais, alto-falantes, etc.
Abaixo de 16Hz temos os infra-sons, produzidos por vibrações da água em grandes reservatórios, batidas do coração,
etc.
Acima de 20kHz estão os ultra-sons emitidos por alguns animais e insetos (morcegos, grilos, gafanhotos...), sonares,
aparelhos médicos e industriais.
Os dispositivos que produzem ondas sonoras são chamados de fontes sonoras. Entre os que mais se destacam estão
aqueles compostos por:
Cordas vibrantes como violão o piano, as cordas vocais etc.
Tubos sonoros como órgão flauta, clarineta.
Membranas e placas vibrantes tal como o tambor
Hastes vibrantes como o diapasão, triangulo, etc.
Podemos caracterizar os sons a partir de sua intensidade, altura ou timbre.
A intensidade está ligada à quantidade de energia transportada pelo som. Desta forma, conforme a intensidade do
som dizemos que ele é mais forte (a onda possui maior amplitude) ou mais fraca (a onda possui menor amplitude).
A altura está relacionada com a freqüência do som. Assim distinguimos os sons mais altos como os de maior
frequência (mais agudos) e os mais baixos como os de menor frequência (mais graves). As notas musicais buscam
agrupar diferentes freqüências sonoras produzidas por um instrumento.
O timbre corresponde ao conjunto de ondas sonoras que formam um som. O timbre permite diferenciar diferentes
fontes sonoras, por exemplo é fácil perceber que o som de uma guitarra e de uma flauta são completamente diferentes.
A velocidade do som no ar é de 340 m/s. A fórmula que relaciona velocidade, amplitude e frequência sonora é:
V=λ.f
Fenômenos sofridos pelo som
Como o som é uma onda, ele está sujeito a diversos fenômenos ondulatórios, confira quais são eles:
Reflexão: A reflexão acontece quando o som é emitido em direção a algum anteparo elástico. A reflexão do som dá
origem ao eco sonoro, por exemplo.
Absorção: Alguns meios são capazes de absorver as ondas sonoras, funcionando, assim, como bons abafadores de
som. As câmaras anecoicas são exemplos práticos da absorção sonora, quase nenhum som externo é capaz de entrar
nessas câmaras.
Refração: A refração ocorre quando o som muda de meio e sofre mudanças de velocidade. Esse fenômeno é
especialmente útil para a realização dos exames de ultrassonografia.
Difração: Se o som passar através de algum obstáculo ou fenda de dimensões parecidas com o seu comprimento de
onda, ele sofrerá uma difração. A difração do som faz com que ele passe através de frestas, em baixo de portas, e
possa ser ouvido.
Interferência: A interferência diz respeito à sobreposição das ondas sonoras, em alguns pontos do espaço, o som
produzido por uma ou mais fontes irá sobrepor suas cristas e ondas, produzindo regiões de interferência construtiva e
destrutiva. Em teatros e cinemas, o sistema de som é projetado de forma que haja o mínimo de regiões de interferência
destrutiva.
Apesar de ser uma onda, o som é uma onda do tipo longitudinal e, por isso, não é capaz de sofrer polarização.
Intensidade, timbre e altura
Intensidade
A intensidade sonora mede a quantidade de energia que uma onda sonora é capaz de transferir a cada segundo em
uma área de 1 m². A intensidade relaciona-se à amplitude da onda e é definida pela potência emitida pela fonte
dividida pela área da frente de onda sonora, como mostramos a seguir:
O cálculo acima permite calcular o número de decibéis de uma onda sonora de intensidade I. O decibel é um
submúltiplo dez vezes menor que o bel. A partir disso, é possível compreender que um som de 20 decibéis é 10 vezes
mais forte que um som de 10 decibéis, por exemplo.
Quando algum som tem grande intensidade, dizemos que esse som é forte, ao contrário, trata-se de um som fraco.
Timbre
O timbre permite
distinguirmos diferentes fontes sonoras graças ao formato da onda.
O timbre é a característica dos sons que nos permite diferenciar uma nota musical emitida por um piano de um
violino, por exemplo. O timbre é o formato da onda sonora, cada instrumento musical apresenta um modo de
vibração próprio, que resulta na produção de um som característico.
O timbre também garante que a voz humana seja diferente em cada indivíduo, permitindo que ativemos dispositivos
por meio de comandos de voz, por exemplo.
Altura
n – número de oscilações
Δt – intervalo de tempo (s)
A frequência do som pode ser obtida por meio da velocidade de propagação e do comprimento de onda do som.
Observe:
Instrumentos Musicais
Quem não gosta de ouvir uma boa música? Existem músicas para todos os gostos.
O som musical, em geral, é aquele que se apresenta de forma agradável aos nossos ouvidos, cuja onda sonora
apresenta certa regularidade. Instrumentos musicais são dispositivos que produzem esse tipo de som.
Instrumentos musicais são classificados em três grupos, os instrumentos de cordas, instrumentos de sopor e
instrumentos de percussão. Como a física explica o funcionamento desses instrumentos, é que veremos agora.
Instrumentos de cordas
Se pararmos pra pensar um pouco, podemos enumerar um grande número de instrumentos de corda: violão, violino,
piano, harpa, guitarra, contrabaixo, etc. Nesses instrumentos, o som é produzido a partir de cordas, que quando
acionadas provocam compressões e rarefações no ar, chamadas ondas sonoras.
Também chamada de cordas vibrantes, as cordas dos instrumentos musicais, quando vibram produzem ondas
transversais que, superpondo-se às refletidas nas extremidades, originam uma onda estacionária.
O modo mais simples de vibração da corda caracteriza sua freqüência fundamental, correspondente à vibração entre as
extremidades de fixação da corda (nós) e um ponto médio. O segundo modo de vibração corresponde aos nós das
extremidades e a um nó no ponto central. O terceiro modo corresponde a mais um nó entre os nós extremos, e assim,
cada novo modo de vibração corresponde a mais um nó intermediário.
A distância entre dois nós consecutivos corresponde a meio comprimento de onda e a freqüência de oscilação é
Cordas vibrantes
Instrumentos de sopro
Os instrumentos de sopro são constituídos por tubos sonoros. É muito fácil nos lembrarmos desses instrumentos:
saxofone, trombone, trompete, flauta, etc.
Se você soprar dentro de uma garrafa de vidro, por exemplo, irá observar esta emitira um som. Isso acontece porque a
coluna de ar dentro da garrafa entra em vibração emitindo uma onda sonora. A produção dessa onda em uma das
extremidades é devida a um dispositivo denominado embocadura. A extremidade oposta à embocadura, pode ser
aberta ou fechada dando origem a dois tipos de tubos sonoros, os abertos e os fechados.
Nos tubos abertos a onda estacionária longitudinal que se forma apresenta um ventre em ambas as extremidades. O
modo mais simples de vibração corresponde a um nó no ponto central do tubo. A cada novo modo de vibração, surge
mais um nó intermediário.
A distância entre dois ventres consecutivos é igual à metade do comprimento de onda e a freqüência é dada
por: .
Tubos sonoros abertos
Nos tubos sonoros fechados a onda estacionária longitudinal, apresenta um ventre na extremidade da embocadura e
um nó na extremidade fechada. Para cada modo de vibração existente, mantém-se o nó na extremidade fechada e
aumenta-se um nó intermediário.
Os instrumentos de percussão se comportam de maneira bem diferente dos demais. Os sons emitidos por eles podem
ter suas origens das vibrações de membranas, hastes e superfícies metálicas, o que dificulta estabelecer um padrão de
comportamento para eles.
Efeito doppler
O efeito Doppler é o fenômeno que ocorre com as ondas emitidas ou refletidas por um objeto em movimento
com relação ao observador. Esse efeito é decorrente da alteração da frequência ondulatória provocada pelo
movimento relativo de aproximação ou afastamento entre a fonte de onda e o observador.
Ocorre quando há aproximação ou afastamento entre uma fonte de ondas e o observador. Isso ocorre pois a
velocidade das ondas é influenciada pelo meio no qual elas se propagam. No efeito Doppler, a velocidade de
propagação da onda não é alterada. No entanto, há uma variação no comprimento de onda e na frequência da
onda captada pelo observador.
Assim, a percepção de frequência observada no efeito Doppler é relativa, portanto, é diferente da frequência
de emissão da onda. O fenômeno é utilizado para medir a velocidade de objetos por meio de ondas que são
emitidas por aparelhos baseados em radiofrequência ou lasers.
A teoria do efeito Doppler foi descrita pelo físico austríaco Christian Johann Christian Andreas Doppler, em
1842, e recebeu esse nome em sua homenagem. Na época, Andreas Doppler afirmou que a frequência do som
percebida por um observador dependia do movimento relativo entre o observador e a fonte emissora do som.
A primeira comprovação do efeito Dopller só veio três anos depois, em 1845, com uma experiência do
cientista Buys Ballot, em que uma locomotiva puxava um vagão com vários trompetistas.
Pouco mais tarde, o francês Hippolyte Fizeau descobriu, de maneira independente, o efeito Doppler nas ondas
eletromagnéticas. Nesse caso, o fenômeno é denominado efeito Doppler Relativístico, pois quando se trata de
ondas eletromagnéticas, a frequência aparente das ondas depende apenas da velocidade relativa da fonte de
ondas e do observador.
A fórmula da frequência aparente é fórmula geral usada para calcular a frequência percebida pelo observador.
Através dessa fórmula é possível perceber que a fonte de ondas e o observador se aproximam ou se afastam,
indo diretamente na direção um do outro.
Por causa do Efeito Doppler, a frequência do som recebida por alguém no caminho da ambulância é maior do que a frequência
percebida pelas pessoas atrás do veículo. Ilustração: Vecton / Shutterstock.com
Dessa forma, à medida em que observador e fonte se aproximam, a frequência aparente da onda será maior do
que a frequência real emitida. Ao se encontrarem, a frequência observada será igualada à frequência emitida e,
quando se afastarem, a frequência observada será menor do que frequência emitida.
Onde
O efeito Doppler ocorre tanto em ondas mecânicas quanto em ondas eletromagnéticas. Esse efeito é
claramente percebido nas ondas sonoras, nas quais um observador percebe frequências diferentes das
frequências reais emitidas por uma fonte de ondas.
A mudança de percepção ocorre devido à relativa velocidade das ondas de som e o movimento relativo entre o
observador e a fonte de ondas. Assim, quando um carro de som passa em alta velocidade, por exemplo, o
observador percebe que o som fica mais agudo quando ele se aproxima e, à medida que se afasta, o som fica
mais grave.
A representação gráfica mostra um aumento na frequência no espectro visível da luz. (Foto: Wikipédia)
Nas ondas eletromagnéticas, o efeito Doppler se manifesta através da mudança de cor da luz percebida pelo
observador. Chamado de efeito Doppler Relativístico, ele pode ser percebido quando a fonte e o observador se
afastam ou se aproximam com grande velocidade.
Dessa forma, quando observador e fonte se afastam ou se aproximam com velocidade, o espectro da luz
recebida apresenta um desvio para o vermelho ou para o violeta, respectivamente. Já quando fonte e
observador se encontram, a coloração vermelha fica mais intensa.
Esse fenômeno acontece, pois a frequência de onda luminosa é maior quando o observador está parado do que
quando encontra-se em movimento.
Como ocorre o efeito Doppler
Embora seja facilmente percebido nos fenômenos relacionados à acústica, o efeito Doppler pode ocorrer com
qualquer tipo de onda. Dessa forma, ele está presente tanto em ondas mecânicas (som) quanto em ondas
eletromagnéticas (luz).
O efeito Doppler ocorre com a mudança relativa na frequência das ondas, que acontece quando a fonte de
ondas se move na direção do observador. Isso faz com que a emissão de cada crista de onda ocorra de uma
posição mais próxima do observador do que a última, aumentando a sua frequência aparente.
Por outro, quando a fonte de ondas se afasta do observador, cada onda leva mais de tempo para alcançar o
observador do que a última e, consequentemente, a frequência com que essas ondas atingem o observador
diminui.
Aplicações no dia a dia
Os conhecimentos referentes a esse fenômeno permitem medir a velocidade relativa das estrelas e de outros
corpos celestes em relação ao planeta Terra. Na medicina, o efeito Doppler possibilita a realização do exame de
ecocardiograma, capaz de medir a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo ou do tecido cardíaco.
O efeito Doppler é capaz ainda de medir a velocidade de objetos, como automóveis e aviões, por meio de
reflexão de ondas emitidas pelo próprio equipamento como radares baseados em radiofrequência ou lasers
que utilizam frequências luminosas.
Temperatura, Calor e Energia térmica
Termologia
Termologia é o ramo da física que estuda os fenômenos relacionados ao calor, temperatura, mudanças de
estado físico, estudo dos gases, dilatação térmica etc. A termologia pode ser dividida em três
partes: termometria, responsável por estudar a temperatura e as escalas termométricas, como Celsius,
Fahrenheit e Kelvin; calorimetria, área que estuda as trocas calor entre corpos; e termodinâmica, estudando as
relações entre calor, energia e trabalho, por meio das Leis da Termodinâmica.
Termometria
Termometria é a área da física que estuda a temperatura e as escalas termométricas. Na figura a seguir, é
possível observar os pontos de fusão e ebulição da água nas principais escalas
termométricas: Celsius, Kelvin e Fahrenheit.
A temperatura é uma das grandezas físicas fundamentais, que pode ser compreendida como o efeito
macroscópico da agitação dos átomos que compõem a matéria. A temperatura é medida por meio do uso de
um termômetro.
Além das escalas citadas anteriormente, existem muitas outras baseadas em diferentes características da
matéria. Dentre todas essas escalas, somente uma é considerada uma escala termodinâmica:
a escala Kelvin, que se baseia diretamente na agitação dos átomos.
A seguir, você pode conferir qual é a fórmula utilizada para converter uma certa temperatura representada em
uma escala termométrica para outra:
Calorimetria
A calorimetria é o ramo da termologia que estuda as trocas de calor. Calor é uma forma de energia, que,
segundo as Leis da Termodinâmica, flui espontaneamente entre corpos de diferentes temperaturas, do corpo
mais quente, para o corpo mais frio, até que esses corpos fiquem na mesma temperatura.
Por tratar-se de uma forma de energia, o calor é medido em joules, de acordo com o Sistema Internacional de
Unidades (SI), no entanto, é comum que o calor seja definido em calorias. No estudo da calorimetria, dizemos
que existem duas formas distintas de calor: calor sensível e calor latente, vamos compreender cada uma delas.
Veja também: O que é o termômetro de Galileu?
Calor sensível
Calor sensível é aquele que é transferido entre corpos de diferentes temperaturas, promovendo,
exclusivamente, a mudança de temperatura. A fórmula usada para calcular o calor sensível é mostrada a
seguir, observe:
Calor latente
Calor latente é a energia trocada entre corpos de diferentes temperaturas, responsável por promover
exclusivamente mudanças de estado físico. Quando alguma substância pura atinge a temperatura de transição
de estado (sólido-líquido, líquido-gasoso, por exemplo), ela receberá ou cederá calor sensível até que seu
estado físico tenha mudado, enquanto isso, sua temperatura permanecerá constante.
A fórmula usada para calcular o calor latente é mostrada a seguir, observe:
Sendo,
U: energia interna. A unidade no sistema internacional é o joule (J)
n: número de mol do gás
R: constante dos gases ideais
T: temperatura em kelvin (K)
Exemplo
Qual a energia interna de 2 mols de um gás perfeito, que em um dado instante apresenta a temperatura de 27
°C?
Considere R=8,31 J/mol.K.
Primeiro devemos passar a temperatura para kelvin, assim teremos:
T = 27 + 273 = 300 K
Depois basta substituir na fórmula
Converter Celsius em Kelvin:
Converter Kelvin em Celsius:
Exemplo
Para encontrar os valores equivalentes das escalas termométricas, basta adicionar o valor conhecido na
fórmula, por exemplo:
Calcule o valor de 40 °C nas escalas Kelvin e Fahrenheit:
Celsius para Fahrenheit:
40/5 = tf -32/9
8 . 9 = Tf-32
72 = Tf – 32
72 + 32 = Tf
Tf = 104 °F
Celsius para Kelvin:
Tk = 40 + 273
Tk = 313 k
Dilatação térmica
A dilatação térmica acontece quando um determinado corpo sofre um aumento na sua temperatura,
resultando no aumento do seu volume. Isso acontece porque no momento em que a temperatura é
aumentada, as moléculas presentes nesse corpo, se agitam e geram o aumento da distância entre elas.
O processo de dilatação térmica pode acontecer quando um corpo está em estado gasoso, líquido ou sólido.
Esse fenômeno é mais intenso nos gases, em seguida nos líquidos e, de forma mais simples, nos sólidos.
Os ferros dos trilhos de trem amassados são ótimos exemplos de como funciona o processo de dilatação
térmica, essa estrutura sofre deformação por causa do aumento da temperatura que ocorre quando os trens
passam.
Cada corpo sofre com o aumento de temperatura de uma
forma diferente. Todo corpo que possua dimensões de altura, largura e profundidade pode sofrer dilatação
térmica quando entrar em contato com o calor.
Um exemplo do como o processo de dilatação térmica é diferente em cada corpo, é quando esquentamos um
recipiente de vidro com tampa para que ele abra com mais facilidade. O que acontece é que a tampa consegue
dilatar mais rápido que o vidro, fazendo como que se consiga abrir o pote.
No processo de dilatação térmica dos líquidos, só é possível calcular a dilatação linear ou a dilatação superficial,
pois o corpo líquido não tem forma própria, por isso assume a forma do recipiente em que se encontra.
Os corpos que se encontram em estado líquido tendem a aumentar de volume de forma muito rápida,
praticamente no mesmo instante em que aumentam de temperatura.
Em razão disso, apenas a dilatação volumétrica dos corpos líquidos pode ser calculada.
Confira na lista abaixo alguns exemplos e seus coeficientes de dilatação:
No processo de dilatação térmica dos sólidos, os átomos se distanciam entre si com o aumento da temperatura,
isso faz com que o corpo em questão aumente as proporções de sua dimensão.
Esse aumento de dimensão pode ocorrer de três formas. São elas: linear, superficial ou volumétrica. Confira
abaixo a definição dessas formas:
Dilatação Linear
No processo de dilatação linear, é escolhida apenas uma das dimensões de um determinado corpo, que teve a
sua temperatura aumentada.
Usamos a seguinte fórmula para calcular a dilatação linear:
O primeiro elemento desta fórmula simboliza a variação do comprimento (que pode ser em metro ou
centímetro), o segundo elemento simboliza o comprimento inicial, o terceiro elemento que simboliza o
Coeficiente de dilatação linear (ºC-1) e o último elemento simboliza a variação de temperatura.
O material de que o corpo em questão é feito é chamado de coeficiente de dilatação linear. Esse material é
importante para o cálculo do valor da dilatação linear de um determinado corpo.
Confira na lista abaixo alguns exemplos materiais e seus respectivos coeficientes de dilatação:
Dilatação Superficial
No processo de dilatação superficial, a dilatação sofrida pela superfície do corpo é o elemento principal do
cálculo.
O primeiro elemento desta fórmula simboliza a variação da área (que por ser por metro quadrado ou por
centímetro quadrado), o segundo elemento simboliza a área inicial, o terceiro elemento simboliza o coeficiente
de dilatação superficial e o último elemento simboliza a variação de temperatura.
Para saber o valor do coeficiente de dilatação superficial basta multiplicar o valor do coeficiente de dilatação
linear por 2.
Dilatação Volumétrica
No exemplo acima, o calor se propaga por meio da condução térmica. Esse processo resulta no aumento da
temperatura do material, no entanto, seu estado físico permanece o mesmo (sólido).
Fórmula
Para calcular o calor sensível, utiliza-se a seguinte fórmula:
Q = m . c . Δθ
Q: quantidade de calor sensível (cal ou J)
m: massa do corpo (g ou Kg)
c: calor específico da substância (cal/g°C ou J/Kg.°C)
Δθ: variação de temperatura (°C ou K)
Obs: Para calcular o calor sensível temos que saber o calor específico que varia em cada substância.
Calor Sensível e Calor Latente
No calor latente (L), o estado físico da substância é modificado, enquanto no calor sensível ele permanece o
mesmo.
Outra diferença entre os dois, é a respeito da temperatura. Ou seja, o calor latente independe da temperatura
do corpo, enquanto o calor sensível a considera.
Um exemplo de calor latente é o derretimento de um cubo de gelo ou a evaporação da água. Em ambos os
casos, a temperatura nos dois estados físicos permanece a mesma.
Para calcular o calor latente, utiliza-se a seguinte fórmula:
Q=m.L
Onde,
Q: quantidade de calor (cal ou J)
m: massa (g ou Kg)
L: calor latente (cal/g ou J/Kg)
Calor latente e Mudança de fase
Calor Latente
O calor latente, também chamado de calor de transformação, é uma grandeza física que designa a quantidade
de calor recebida ou cedida por um corpo enquanto seu estado físico se modifica.
Importante destacar que nessa transformação a temperatura permanece a mesma, ou seja, ele não considera
essa variação.
Como exemplo, podemos pensar num cubo de gelo que está derretendo. Quando ele começa a mudar de
estado físico (sólido para o líquido), a temperatura da água permanece a mesma nos dois estados.
Fórmula
Para calcular o calor latente é utilizada a fórmula:
Q=m.L
Onde,
Q: quantidade de calor (cal ou J)
m: massa (g ou Kg)
L: calor latente (cal/g ou J/Kg)
No Sistema Internacional (SI), o calor latente é dado em J/Kg (Joule por quilograma). Mas também pode ser
medido em cal/g (caloria por grama).
Note que o calor latente pode apresentar valores negativos ou positivos. Sendo assim, se a substância estiver
cedendo calor seu valor será negativo (processo exotérmico). Isso ocorre na solidificação e liquefação.
Por outro lado, se tiver recebendo calor, o valor será positivo (processo endotérmico). Isso ocorre na fusão e
na vaporização.
Calor Latente de Vaporização
No calor latente ocorre a mudança de estado físico. Ou seja, a substância pode passar do estado sólido para o
líquido, do líquido para o gasoso e vice-versa.
Quando a mudança é da fase líquida para a fase gasosa o calor latente é chamado de calor de vaporização (Lv).
As mudanças de fase ocorrem quando uma substância perde ou cede energia térmica para o meio externo.
A água em seus três estados físicos: sólido, líquido e gasoso
As substâncias podem ser encontradas na natureza em três estados físicos, são eles: sólido, líquido e gasoso.
Eles também podem ser chamados de fases da matéria ou estados de agregação da matéria. A diferença entre
os três estados está relacionada com as características moleculares das substâncias.
No estado sólido, os átomos ou moléculas que constituem uma substância encontram-se bem unidos em
virtude da existência de forças elétricas intensas agindo sobre eles. Além disso, os átomos que formam essas
substâncias possuem uma estrutura cristalina de forma bastante regular, e essa estrutura repete-se. A energia
das moléculas é baixa e elas mantêm-se praticamente em repouso.
Os líquidos, por sua vez, apresentam forças de ligação menos intensas do que os sólidos, o que faz com que as
moléculas fiquem mais afastadas umas das outras e movimentem-se mais livremente, portanto elas possuem
maior energia. Isso explica porque a matéria no estado líquido pode escoar e ocupar o volume do recipiente
que a contém.
No estado gasoso, praticamente inexiste força de ligação entre os átomos, que ficam separados uns dos outros
por distâncias bem superiores às dos sólidos e líquidos. Os gases também possuem muito mais energia e
movimentam-se desordenadamente, podendo ser facilmente comprimidos. Além disso, assumem a forma e
volume do recipiente em que são colocados.
Mudanças de fases
Para que ocorram mudanças de fases da matéria, é necessário ceder ou retirar calor de um corpo. O calor é
a energia térmica que determina o grau de agitação das moléculas. Ao ser alterado, ele pode causar mudanças
no arranjo molecular das substâncias, causando as mudanças de fase. Os nomes dados às mudanças de fase
dependem dos estados inicial e final das substâncias.
Observando essas características, as mudanças de fase são as seguintes:
Fusão: passagem do estado sólido para o líquido ( Ex.: transformação do gelo em água). Ela ocorre quando a
substância sólida recebe energia térmica (calor), aumentando sua agitação molecular e vencendo as fortes
interações atômicas, ou moleculares, existentes no estado sólido.
Solidificação: mudança do estado líquido para o sólido (Ex.: congelamento da água). Para que ocorra a
solidificação, a substância deve perder energia, o que faz com que as vibrações moleculares diminuam e fiquem
mais unidas.
Veja o diagrama a seguir que demonstra a fusão e a solidificação:
Trocas de Calor
Para que o estudo de trocas de calor seja realizado com maior precisão, este é realizado dentro de um aparelho
chamado calorímetro, que consiste em um recipiente fechado incapaz de trocar calor com o ambiente e com
seu interior.
Dentro de um calorímetro, os corpos colocados trocam calor até atingir o equilíbrio térmico. Como os corpos
não trocam calor com o calorímetro e nem com o meio em que se encontram, toda a energia térmica passa de
um corpo ao outro.
Como, ao absorver calor Q>0 e ao transmitir calor Q<0, a soma de todas as energias térmicas é nula, ou seja:
ΣQ=0
(lê-se que somatório de todas as quantidades de calor é igual a zero)
Sendo que as quantidades de calor podem ser tanto sensível como latente.
Exemplo:
Qual a temperatura de equilíbrio entre uma bloco de alumínio de 200g à 20°C mergulhado em um litro de água
à 80°C? Dados calor específico: água=1cal/g°C e alumínio = 0,219cal/g°C.
Repare que, neste exemplo, consideramos a massa da água como 1000g, pois temos 1 litro de água.
Capacidade térmica
É a quantidade de calor que um corpo necessita receber ou ceder para que sua temperatura varie uma unidade.
Então, pode-se expressar esta relação por:
A curva 2, que delimita as regiões das fases líquido e vapor, representa a curva de vaporização, onde os estados
líquido e vapor estão em equilíbrio.
A curva 3, que delimita as regiões das fases sólida e vapor, representa a curva de sublimação, onde os estados
sólido e vapor estão em equilíbrio.
O ponto P é um ponto comum às três curvas e é denominado ponto triplo ou ponto tríplice, neste ponto as três
fases – sólido, líquido e gasoso, estão em equilíbrio.
O ponto triplo da água ocorre quando a mesma está à temperatura 0,01°C sob pressão de 611,73 pascal.
A curva de fusão é avaliada sob dois aspectos: para substâncias que se dilatam na fusão (grande parte das
substâncias) e para substâncias que se contraem na fusão (água, bismuto, ferro e antimônio).
Grande parte das substâncias: o aumento da pressão é seguido do aumento da temperatura de fusão.
Água – Bismuto – Ferro – Antimônio: o aumento da pressão é seguido de diminuição da temperatura de fusão.
Curva de Vaporização
A vaporização pode ocorrer de duas formas: por ebulição ou por evaporação. A temperatura de vaporização
por ebulição depende da pressão de tal forma que à medida que aumentamos a pressão, a temperatura de
ebulição também aumenta.
A vaporização por evaporação é um processo que pode ocorrer sob pressão atmosférica, independente da
temperatura (moléculas de um líquido, por exemplo, não possuem a mesma velocidade; algumas mais velozes
conseguem escapar da superfície do líquido, fazendo com que o mesmo evapore).
Curva de Sublimação
Sólido ou vapor que se encontra abaixo da pressão do ponto triplo, se aquecido ou resfriado respectivamente,
passa diretamente de uma fase para outra.
Propagação do calor
Propagação de Calor
A propagação ou transmissão de calor pode ocorrer de três maneiras:
Condução Térmica
Convecção Térmica
Irradiação Térmica
O que é calor?
Vale lembrar que o calor, também chamado de energia calorífica, é um conceito da área da física que
determina a troca de energia térmica entre dois corpos.
Essa transferência de energia tem a finalidade de atingir o equilíbrio térmico entre dois corpos, ou seja, a
mesma temperatura.
Assim, um corpo mais quente transfere calor para um corpo mais frio até que ambos tenham a mesma
temperatura.
Condução Térmica
A condução térmica, também chamada de difusão térmica, é um tipo de propagação de calor que acontece
num meio material decorrente das agitações das moléculas.
Com o aumento da temperatura de um corpo sólido (seja por aquecimento ou contato com outro), a energia
cinética também aumenta. Isso resulta numa maior agitação das moléculas.
Lei de Fourier
Sua fórmula é:
onde,
Q: quantidade de calor
Δt: variação do tempo
K: coeficiente de condutibilidade térmica do material
A: área da superfície
Δθ: variação da temperatura
L: espessura do material
Convecção Térmica
A convecção térmica é uma das formas de propagação do calor que ocorre nos líquidos e gases.
Ela recebe esse nome pois a transmissão do calor acontece por meio das correntes de convecção circulares que
se formam por conta da diferente de densidade entre os fluidos. Note que a densidade muda quando a
temperatura varia.
Ilustração das correntes de convecção
Além dela, o calor pode se propagar por irradiação térmica (ondas eletromagnéticas) e condução
térmica (agitação das moléculas).
Lembre-se que o calor (ou energia calorífica) corresponde a troca de energia que ocorre entre os corpos.
Para se atingir o equilíbrio térmico (mesma temperatura) entre dois corpos, o calor transfere a energia térmica
de um corpo (com maior temperatura) a outro (de menor temperatura).
Exemplos de Convecção Térmica
Confira abaixo 5 exemplos de convecção térmica que acontece nos líquidos e gases.
Exemplo 1
Um exemplo de convecção térmica é quando aquecemos uma panela no fogão. Esse processo cria as correntes
de convecção onde a água que está próxima do fogo torna-se menos densa e sobe, enquanto a que está fria
torna-se mais densa e desce.
Exemplo 2
Outro exemplo de convecção térmica nos líquidos acontece nos radiadores dos carros. Assim, a água quente do
motor é menos densa, e por isso, tende a subir para o radiador, onde esfriará novamente.
Exemplo 3
Da mesma maneira, a geladeira cria correntes de convecção, onde o ar quente sobe e o ar frio, desce. São essas
correntes que mantém a temperatura interior baixa. Por isso, o congelador está localizado na parte superior.
Exemplo 4
Podemos citar também o ar condicionado e os aquecedores. O primeiro é instalado na parte de cima de um
ambiente. Já os aquecedores ficam próximos ao chão. Se o ar condicionado tem o objetivo de esfriar o
ambiente, ele deve ser instalado na parte de cima, pois o ar quente sobe, enquanto o frio desce. Por outro lado,
o aquecedor tem a função de aquecer o ambiente e, portanto, o ar quente que ele lança, sobe, e o ar frio
desce.
Exemplo 5
Além deles, o ar atmosférico pode ser um exemplo da transmissão de calor por convecção térmica. Nesse caso,
as correntes de vento atuam como as correntes de convecção, de forma que o ar quente fica menos denso e
sobe e, o ar frio, desce.
Irradiação Térmica
A irradiação (ou radiação) térmica é uma das formas de propagação do calor que ocorre por meio de ondas
eletromagnéticas, chamadas de ondas de calor.
Fazendo as devidas transformações, podemos ainda expressar a constante dos gases como sendo igual a:
R = 8,314 J/K.mol ou 1,986 cal/k.mol
Lei dos Gases
A Lei dos Gases foram criadas por físico-químicos entre os séculos XVII e XIX. As três leis dos gases são
denominadas:
Lei de Boyle (transformação isotérmica)
Lei de Gay-Lussac (transformação isobárica)
Lei de Charles (transformação isométrica)
Cada uma delas contribuíram para os estudos sobre os gases e suas propriedades, a saber: volume, pressão e
temperatura.
Importante ressaltar que as três leis dos gases expõem o comportamento dos gases perfeitos, na medida que
uma das grandezas, seja pressão, temperatura ou volume é constante, enquanto outras duas são variáveis.
Algumas características que definem os gases ideais são:
Movimento desordenado e não interativo entre as moléculas;
Colisão das moléculas dos gases são elásticas;
Ausência de forças de atração ou repulsão;
Possuem massa, baixa densidade e volume desprezível.
Lei de Boyle
A Lei de Boyle-Mariottefoi proposta pelo químico e físico irlandês Robert Boyle (1627-1691).
Ela apresenta a transformação isotérmica dos gases ideais, de modo que a temperatura permanece constante,
enquanto a pressão e o volume do gás são inversamente proporcionais.
Assim, a equação que expressa a lei de Boyle é:
Onde,
p: pressão da amostra
V: volume
K: constante de temperatura (depende da natureza do gás, da temperatura e da massa)
Lei de Gay-Lussac
A Lei de Gay-Lussac foi proposta pelo físico e químico francês, Joseph Louis Gay-Lussac (1778-1850).
Ela apresenta a transformação isobárica dos gases, ou seja, quando a pressão do gás é constante, a
temperatura e o volume são diretamente proporcionais.
Essa lei é expressa pela seguinte fórmula:
Onde,
V: volume do gás
T: temperatura
k: constante da pressão (isobárica)
Lei de Charles
A Lei de Charles foi proposta pelo físico e químico francês Jacques Alexandre Cesar Charles (1746-1823).
Ela apresenta a transformação isométrica ou isocórica dos gases perfeitos. Ou seja, o volume do gás é
constante, enquanto a pressão e a temperatura são grandezas diretamente proporcionais.
A fórmula que expressa a lei de Charles é:
Onde,
P: pressão
T: temperatura
K: constante de volume (depende da natureza, do volume e da massa do gás)
Equação de Clapeyron
A Equação de Clapeyron foi formulada pelo físico-químico francês Benoit Paul Émile Clapeyron (1799-1864).
Essa equação consiste na união das três leis dos gases, na qual relaciona as propriedades dos gases dentre:
volume, pressão e temperatura absoluta.
Onde,
P: pressão
V: volume
n: número de mols
R: constante universal dos gases perfeitos: 8,31 J/mol.K
T: Temperatura
Equação Geral dos Gases Perfeitos
A Equação Geral dos Gases Perfeitos é utilizada para os gases que possuem massa constante (número de mols)
e variação de alguma das grandezas: pressão, o volume e a temperatura.
Ela é estabelecida pela seguinte expressão:
Onde,
P: pressão
V: volume
T: temperatura
K: constante molar
P1: pressão inicial
V1: volume inicial
T1: temperatura inicial
P2: pressão final
V2: volume final
T2: temperatura final
podemos dizer que se o volume aumentar e a temperatura do gás diminuir, necessariamente a pressão do gás
também diminuirá. De forma geral, podemos dizer que o mesmo acontece com a compressão, pois se houver
compressão, a energia interna do gás aumentará, portanto a pressão também aumentará.
As transformações adiabáticas são obtidas fazendo uso de recipientes termicamente isolados, ou também
através de uma compressão, ou de uma expansão muito rápida.
Dessa forma, podemos concluir que quando um gás troca calor com o meio externo, demora algum tempo para
que o calor se propague pela massa gasosa e para que esta entre em equilíbrio. Portanto, quando se efetua
tanto uma expansão como uma compressão rápida, praticamente não há troca de calor com o meio externo.
Cinética dos gases, Energia interna e Trabalho de um gás
Teoria cinética dos gases
A teoria cinética dos gases permite determinar a relação entre grandezas macroscópicas a partir do estudo do
movimento de átomos e moléculas.
Os físicos Boltzmann e Maxwell foram os principais responsáveis pela teoria cinética dos gases
No estudo dos gases ideais vemos que um gás é composto por átomos e moléculas, que se movem de acordo
com as leis estabelecidas pela cinemática. Em um gás, suas partículas normalmente estão muito distantes uma
das outras, tendo o vazio entre si. Vemos também que a principal característica dos gases é de praticamente só
existir interação entre suas partículas quando elas colidem umas com as outras.
Com relação à Lei dos Gases Ideais, podemos dizer que ela nos mostra a relação entre pressão, volume,
temperatura e número de mols. Essa relação é obtida a partir de um modelo simples para os gases, que
permite determinar a relação entre grandezas macroscópicas a partir do estudo do movimento de átomos e
moléculas. A teoria cinética dos gases se baseia em quatro postulados:
1 – o gás é formado por moléculas que se encontram em movimento desordenado e permanente. Cada
molécula pode ter velocidade diferente das demais.
2 – cada molécula do gás interage com as outras somente por meio de colisões (forças normais de contato). A
única energia das moléculas é a energia cinética.
3 – todas as colisões entre as moléculas e as paredes do recipiente que contém o gás são perfeitamente
elásticas. A energia cinética total se conserva, mas a velocidade de cada molécula pode mudar.
4 – as moléculas são infinitamente pequenas. A maior parte do volume ocupado por um gás é espaço vazio.
Partindo desses postulados, Boltzmann e Maxwell mostram que a energia cinética média do total de moléculas
de um gás ideal é proporcional à temperatura conforme a expressão:
Onde k é a constante de Boltzmann e N é o número de moléculas. O valor de k pode ser calculado a partir da
constante dos gases R e do número de Avogadro NA por
A expressão obtida mostra que a temperatura é proporcional à energia cinética média das moléculas de um gás
ideal. Assim, vemos que a temperatura é uma média do grau de agitação das moléculas de um gás. Usando o
número de mols, temos:
Energia Interna
As partículas de um sistema têm vários tipos de energia, e a soma de todas elas é o que chamamos Energia
interna de um sistema.
Para que este somatório seja calculado, são consideradas as energias cinéticas de agitação , potencial de
agregação, de ligação e nuclear entre as partículas.
Nem todas estas energias consideradas são térmicas. Ao ser fornecida a um corpo energia térmica, provoca-se
uma variação na energia interna deste corpo. Esta variação é no que se baseiam os princípios da
termodinâmica.
Se o sistema em que a energia interna está sofrendo variação for um gás perfeito, a energia interna será
resumida na energia de translação de suas partículas, sendo calculada através da Lei de Joule:
Onde:
U: energia interna do gás;
n: número de mol do gás;
R: constante universal dos gases perfeitos;
T: temperatura absoluta (kelvin).
Como, para determinada massa de gás, n e R são constantes, a variação da energia interna dependerá da
variação da temperatura absoluta do gás, ou seja,
Quando houver aumento da temperatura absoluta ocorrerá uma variação positiva da energia interna .
Quando houver diminuição da temperatura absoluta, há uma variação negativa de energia interna .
E quando não houver variação na temperatura do gás, a variação da energia interna será igual a zero .
Conhecendo a equação de Clepeyron, é possível compará-la a equação descrita na Lei de Joule, e assim
obteremos:
Trabalho de um gás
Considere um gás de massa m contido em um cilindro com área de base A, provido de um êmbolo.
Ao ser fornecida uma quantidade de calor Q ao sistema, este sofrerá uma expansão, sob pressão constante,
como é garantido pela Lei de Gay-Lussac, e o êmbolo será deslocado.
Assim como para os sistemas mecânicos, o trabalho do sistema será dado pelo produto da força aplicada no
êmbolo com o deslocamento do êmbolo no cilindro:
Assim, o trabalho realizado por um sistema, em uma tranformação com pressão constante, é dado pelo
produto entre a pressão e a variação do volume do gás.
Quando:
o volume aumenta no sistema, o trabalho é positivo, ou seja, é realizado sobre o meio em que se encontra
(como por exemplo empurrando o êmbolo contra seu próprio peso);
o volume diminui no sistema, o trabalho é negativo, ou seja, é necessário que o sistema receba um trabalho do
meio externo;
o volume não é alterado, não há realização de trabalho pelo sistema.
Exemplo:
(1) Um gás ideal de volume 12m³ sofre uma transformação, permenescendo sob pressão constante igual a
250Pa. Qual é o volume do gás quando o trabalho realizado por ele for 2kJ?
Diagrama p x V
É possível representar a tranformação isobárica de um gás através de um diagrama pressão por volume:
Comparando o diagrama à expressão do cálculo do trabalho realizado por um gás , é possível
verificar que o trabalho realizado é numericamente igual à area sob a curva do gráfico (em azul na figura).
Com esta verificação é possível encontrar o trabalho realizado por um gás com pressão variável durante sua
tranformação, que é calculado usando esta conclusão, através de um método de nível acadêmico de cálculo
integral, que consiste em uma aproximação dividindo toda a área sob o gráfico em pequenos retângulos e
trapézios.
Os motores que usam o ciclo Diesel apresentam os maiores rendimentos das máquinas térmicas – cerca
de 30% – enquanto os motores a gasolina, que geralmente utilizam o ciclo Otto, têm rendimento de até 20%.
Rendimento das máquinas térmicas ideais
As máquinas térmicas ideais, também conhecidas como máquinas de Carnot, são teóricas e operam de acordo
com o ciclo de Carnot. O clico de Carnot apresenta quatro etapas: duas transformações isotérmicas e
duas transformações adiabáticas. Essas transformações são,
respectivamente, extremamente lentas e extremamente rápidas, tornando esse ciclo impraticável
em máquinas reais. No entanto, as máquinas reais são projetadas de forma que o seu ciclo de operação se
assemelhe ao máximo ao ciclo de uma máquina ideal, de forma a apresentar o maior rendimento possível.
O rendimento das máquinas térmicas ideais pode ser calculado pela seguinte equação:
Uma expansão isotérmica reversível. O sistema recebe uma quantidade de calor da fonte de aquecimento (L-M)
Uma expansão adiabática reversível. O sistema não troca calor com as fontes térmicas (M-N)
Uma compressão isotérmica reversível. O sistema cede calor para a fonte de resfriamento (N-O)
Uma compressão adiabática reversível. O sistema não troca calor com as fontes térmicas (O-L)
Numa máquina de Carnot, a quantidade de calor que é fornecida pela fonte de aquecimento e a quantidade
cedida à fonte de resfriamento são proporcionais às suas temperaturas absolutas, assim:
e
Logo:
Sendo:
= temperatura absoluta da fonte de resfriamento
= temperatura absoluta da fonte de aquecimento
Com isto se conclui que para que haja 100% de rendimento, todo o calor vindo da fonte de aquecimento deverá
ser transformado em trabalho, pois a temperatura absoluta da fonte de resfriamento deverá ser 0K.
Partindo daí conclui-se que o zero absoluto não é possível para um sistema físico.
Exemplo:
Qual o rendimento máximo teórico de uma máquina à vapor, cujo fluido entra a 560ºC e abandona o ciclo a
200ºC?
Onde,
η: rendimento
QA: calor fornecido por aquecimento
QB: calor não transformado em trabalho
Essa lei se estabeleceu a partir dos estudos de Sadi Carnot (1796-1832). Incentivado pela Revolução Industrial, o
físico francês estudava a possibilidade de aumentar a eficiência das máquinas.
Analisando as máquinas térmicas, Carnot descobriu que elas eram mais eficientes quando havia transferência
de calor da temperatura mais alta para a temperatura mais baixa. Isso acontece sempre nessa ordem, afinal a
transferência de energia térmica é um processo irreversível.
Isso quer dizer que o trabalho depende da transferência de energia térmica, lembrando que não é possível
transformar todo calor em trabalho.
Foi com base nas ideias de Carnot, que Clausius e Kelvin basearam seus estudos sobre a Termodinâmica.
A Segunda Lei da Termodinâmica está relacionada com o conceito de entropia. Ela completa a Primeira Lei da
Termodinâmica, a qual se fundamenta no princípio da conservação de energia.
Ciclo de Carnot e a Segunda Lei
Para que a energia não esteja sempre a aumentar (imaginemos no caso de uma máquina), é preciso que em
determinado momento ela volte ao seu estado inicial e reinicie o processo. O processo é, assim, cíclico.
Enquanto uma parte funciona em temperaturas mais elevadas, a outra parte funciona em temperaturas mais
reduzidas. Isso é possível de acordo com a Segunda Lei da Termodinâmica.
O ciclo, em sentido horário, absorve calor. É o caso dos motores. O ciclo, em sentido anti-horário, perde calor. É
o caso dos refrigeradores.
Terceira Lei da Termodinâmica
A Terceira Lei da Termodinâmica trata do comportamento da matéria com entropia aproximada a zero.
De acordo com essa lei, sempre que um sistema encontra-se em equilíbrio termodinâmico, a sua entropia
aproxima-se de zero.
A segunda lei da termodinâmica relaciona-se com a entropia. Na sequência, a terceira lei surge como
uma tentativa de estabelecer um ponto de referência absoluto que determine a entropia.
Walther Nernst (1864-1941) foi o físico que se ocupou dos princípios que serviram de base para a terceira lei da
termodinâmica.
De acordo com Nernst, a entropia teria a tendência de apresentar um valor mínimo caso a temperatura de uma
substância pura fosse igual ou aproximada a zero absoluto.
Para tanto, Nernst propôs a fórmula abaixo, a qual mostra que a variação da entropia (ΔS) e a temperatura (T)
tendem a valores mínimos, ou seja, 0: