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Conceitos básicos de Óptica Geométrica PARTE 2

Fenômenos ópticos
São eventos que podem ser observados e que ocorrem pela interação da luz com a matéria. Confira as propriedades
dos principais fenômenos desse tipo:
Reflexão - Ocorre quando a luz incide sobre uma superfície refletora e retorna para o seu meio de propagação
de origem. Existem dois tipos de reflexão: regular e difusa. Na reflexão regular, os ângulos de incidência e reflexão
são iguais, e os raios incidente e refletido encontram-se no mesmo plano, possibilitando a formação de imagens
refletidas. Já na reflexão difusa, não é possível enxergar imagens refletidas.
Refração - É caracterizada pela passagem da luz através de dois meios de diferentes índices de refração.
Quando a luz atravessa meios com diferentes refringências, sua velocidade de propagação muda, fazendo com que
possam ocorrer desvios laterais em sua trajetória. Quer saber mais sobre esse tipo de fenômeno óptico.
Absorção - É o fenômeno em que uma parte ou até mesmo toda a luz incidente sobre um corpo é absorvida.
Corpos capazes de absorver toda a luz incidente sobre ele são conhecidos como corpos negros. A maioria dos
corpos, entretanto, não são negros, isto é, absorvem somente uma parte da luz incidente.

A cor das fontes secundárias de luz é determinada pelo espectro de


absorção daquele corpo, ou seja, pela sua capacidade de absorver
determinadas frequências da luz visível.
A figura ilustra os fenômenos ópticos da reflexão, absorção e
transmissão.

Transmissão - É um processo em que a luz atravessa um meio óptico translúcido ou transparente. Quando a
luz é transmitida através desses tipos de meios, sua velocidade pode mudar, bem como sua direção de propagação,
o que caracteriza uma refração.
Difração - Ocorre quando a luz atravessa uma fenda de dimensões parecidas com seu comprimento de onda.
Quando isso acontece, a fenda passa a produzir frentes de ondas circulares. Além disso, a diferença entre os
espaços percorridos pelas frentes de ondas esféricas produz um padrão de interferência, que produz regiões de alta
intensidade luminosa, seguidas de regiões de baixa intensidade luminosa.
Interferência - É um fenômeno em que a diferença de fase entre duas ou mais ondas produz regiões de alta ou
baixa intensidade luminosa. Chamamos de interferência construtiva a interação entre ondas que produz ondas de
maior amplitude; e de interferência destrutiva, a produção de ondas de amplitude mais baixa ou até mesmo nula
em alguns pontos do espaço.
Polarização
- É o nome que se dá ao processo que seleciona qual deve ser
a direção de oscilação do campo elétrico de
uma onda eletromagnética. Para que isso aconteça, a onda deve
passar através de um polarizador, que eliminará todas as
componentes do campo elétrico que não oscilem na direção
desejada.

Publicado por Rafael Helerbrock


Sistemas Ópticos estigmáticos, aplanéticos e ortoscópicos

Um sistema óptico é estigmático acontece quando a


um ponto objeto se objeto conjuga e apenas um e
somente um ponto imagem.
Um sistema óptico é aplanético quando um objeto
plano e frontal conjuga, uma imagem também plana e
frontal.
Um sistema óptico ortoscópico quando a um objeto
conjuga uma imagem geometricamente semelhante.
O sistema óptico é rigorosamente estigmático,
aplanético e ortoscópico para qualquer posição do
objeto é o espelho plano.

O espelho "Mágico" representado na figura é constituído de uma região convexa, uma côncava e outra plana. Exceto
a região plana, as demais regiões não são estigmáticas, nem aplanéticas, nem ortoscópicas. A imagem que o sistema
conjuga é sensivelmente distorcida em relação ao objeto. Fonte: SóFísica

Reflexão da Luz
A reflexão da luz é um fenômeno óptico que corresponde a incidência de luz numa superfície refletora, no qual
retorna ao seu ponto de origem. Para exemplificar, podemos pensar no reflexo de um lago quando ocorre a
incidência de luz solar, ou mesmo, no nosso reflexo no espelho.
Dessa maneira, os raios incidentes de luz, são aqueles que atingem a superfície enquanto os raios refletidos, são
aqueles que retomam ao meio de propagação. Assim, os ângulos que se formam são: ângulo de incidência,
constituído entre o raio incidente e a reta normal, representado pela letra i; e o ângulo de reflexão, formado entre o
raio refletido e a reta normal, representado pela letra r.
Tipos de Reflexão
De acordo com a superfície refletora, o fenômeno da reflexão é classificado em:
 Reflexão Regular: Chamada de reflexão especular, a reflexão regular ocorre quando a luz é refletida por
meio de uma superfície lisa e polida. Dessa forma, o feixe de luz é bem definido e segue uma direção, por exemplo,
um pote de vidro transparente.
 Reflexão Irregular: Também chamada de reflexão difusa, nesse caso, a luz é refletida numa superfície
rugosa, levando ao surgimento de raios de luz indefinidos e propagado em várias direções, por exemplo, a lâmpada.
Leis da Reflexão
Conforme as superfícies de reflexão, Há duas leis que regem o fenômeno da reflexão, a saber:
1. Primeira Lei da Reflexão: Postula que o raio incidente, o raio refletido e a reta normal ao espelho no
ponto de incidência estão situados no mesmo plano, ou seja, são coplanares.
2. Segunda Lei da Reflexão: Nesse caso, a lei postula que o ângulo de incidência é igual ao ângulo de
reflexão (θi = θr).
Espelhos Planos
Chamado de sistema estigmático, os espelhos planos são caracterizados por superfícies planas, de maneira que a
reflexão da luz configura apenas uma imagem do objeto com uma inversão esquerda-direita.
Dessa forma, a distância do objeto ao espelho (do) será equivalente à distância da imagem ao espelho (di), do
mesmo modo que a altura do objeto (ho) será igual à altura da imagem (hi).
Espelhos Esféricos
Os espelhos esféricos designam as esferas de superfícies lisas e polidas, as quais possuam poder de reflexão. Nos
espelhos esféricos os ângulos de incidência e de reflexão são equivalentes, e os raios incidido, refletidos e a reta
normal, ao ponto incidido; são classificados em:
 Espelhos côncavos: a superfície refletora é a parte interna.
 Espelhos convexos: a superfície refletora é a parte externa.
Refração da Luz
Diferente do fenômeno da reflexão, a refração ocorre quando há desvio de luz, ou seja, quando ela passa de um
meio de propagação ao outro (do meio de incidência para o meio de refração), sofrendo variação de velocidade.
Espelhos planos
Espelhos planos são superfícies planas, polidas e sem curvatura, capazes de promover a reflexão regular da
luz. Quando os raios de luz são refletidos por espelhos planos, o ângulo dos raios refletidos é igual ao ângulo dos
raios incidentes, além disso, os raios incidentes e refletidos encontram-se no mesmo plano.
Formação de imagens por espelhos planos

Quando dois ou mais raios de luz refletidos cruzam-se, ocorre


a formação de imagens. No caso dos espelhos planos, os raios
de luz refletidos não se cruzam, em vez disso, são os
seus prolongamentos que se cruzam para formar imagens. Os
prolongamentos dos raios de luz refletidos, como os ilustrados
na imagem seguinte, cruzam-se “atrás” do espelho, em uma
distância igual àquela em que o objeto da imagem encontra-se
e com o mesmo tamanho.

Nos espelhos planos, as imagens são formadas por


prolongamentos de raios refletidos. Para que possamos enxergar
o nosso reflexo em alguma superfície refletiva, esta deve
promover a reflexão regular da luz, ou seja, refletir raios de luz
com ângulo igual ao ângulo incidente. Além disso, também é
necessário que os raios incidente e refletido estejam contidos no
mesmo plano.
Para que vejamos nosso reflexo, os ângulos de incidência θi e
reflexão θR devem ser iguais.

Quase todas as superfícies refletem a luz, as paredes brancas, por exemplo, são capazes de fazê-lo, no entanto, de
maneira difusa. Em razão disso, é possível enxergá-las, entretanto, não podemos enxergar o nosso reflexo, uma vez
que os raios de luz refletidos não apresentam ângulos iguais aos dos raios incidentes. A figura seguinte traz um
esquema mostrando a diferença entre uma reflexão regular e uma reflexão difusa, observe:

Imagens como as que são formadas nos espelhos planos são chamadas de imagens virtuais. Entre suas principais
características encontram-se estas: são formadas pelo cruzamento de prolongamentos dos raios de luz, portanto,
são formadas atrás do espelho; são sempre diretas, ou seja, apresentam a mesma orientação vertical que os seus
objetos; além disso, por serem virtuais, não podem ser projetadas sobre algum anteparo, diferentemente das
imagens reais, que podem ser projetadas.
Características das imagens formadas por espelhos planos
Quando olhamos para um espelho plano, como aqueles que temos nos banheiros e móveis de casa, nossa imagem é
formada atrás do espelho a mesma distância que nos encontramos da superfície refletora do espelho. Portanto, se
você se encontra a 2 m de um espelho plano, sua imagem é formada 2 m atrás do espelho plano, a uma distância de
4 m até você.
Por se encontrarem a mesma distância do espelho que o objeto, as imagens conjugadas pelos espelhos planos são
do mesmo tamanho que seus objetos. Além disso, quando nos aproximamos de um espelho plano, nossa imagem
translada em nossa direção, com a mesma velocidade. Desse modo, a velocidade com que nos aproximamos da uma
imagem produzida por um espelho plano é igual à soma da velocidade da imagem com a velocidade do objeto.
Por exemplo: caso você esteja a uma distância de 4 m de um espelho plano e aproxime-se a 1 m/s, você o alcançará
em 4 segundos. No entanto, você se encontra a 8 m de sua imagem, que também se encontrará com você em 4
segundos, por isso, sua velocidade em relação a
essa imagem deve ser de 8 m/s. Além da translação, é possível que rotacionemos algum
objeto em frente a um espelho, nesse caso, o ângulo
de rotação da imagem é sempre duas vezes maior que o
ângulo de rotação que foi aplicado ao objeto. Isso acontece
porque, quando o objeto é girado em algum ângulo, no
sentido horário, o seu reflexo será girado no mesmo
ângulo, porém, no sentido anti-horário.
Na imagem é possível perceber como a água reflete a luz,
assim como os espelhos planos.

Enantiomorfismo
Apesar de apresentarem a mesma orientação vertical, as imagens formadas em espelhos planos
são invertidas horizontalmente, como se tivessem sido rodadas em 180º, em razão dessa característica, dizemos
que as imagens produzidas por espelhos planos são enantiomorfas.
O enantiomorfismo é uma característica de um objeto que não é ser sobreponível com seu reflexo, como no caso
da mão esquerda com a mão direita: colocando uma sobre a outra, cada dedão apontará para um lado: apesar de
terem formatos idênticos, as mãos estão dispostas em uma ordem diferente. O mesmo acontece com uma tinta
fresca, usada para escrever algo nas páginas de um caderno. Se fecharmos o caderno, ao abri-lo, será possível ver o
“reflexo” da tinta, impresso sobre a outra página.
Apesar de estar presente em todas as imagens conjugadas por espelhos planos, o enantiomorfismo só pode ser
observado em objetos quirais. Objetos quirais são aqueles que têm estrutura similar, no entanto, não podem ser
sobrepostos. Confira alguns exemplos de objetos quirais:
 Sapatos: não podem ser superpostos, não é possível, por exemplo, utilizar o sapato direito no pé esquerdo.
 Letras: têm a imagem refletida de forma quiral, geralmente. Existem algumas exceções para os casos em que
as letras apresentam simetria bilateral, como as letras H, I, M, O, T, U, X e Y. Perceba que, quando refletidas, essas
letras terão uma imagem refletida idêntica a elas, que pode ser perfeitamente encaixada sobre elas.

A concha da imagem é enantiomorfa, não é possível sobrepô-la à sua imagem.

Associação de espelhos planos


Quando dois espelhos planos são associados, estamos alinhando as direções normais com as suas superfícies em
algum ângulo, como quando abrimos, em nossa direção, as portas de um armário espelhado, ou mesmo quando
entramos em um elevador que tenha espelhos em suas paredes internas.
De acordo com o ângulo formado entre as direções perpendiculares à superfície de cada espelho, é
possível determinar o número de imagens que serão formadas. A fórmula que nos permite calcular o número de
imagens formadas por dois espelhos alinhados com um ângulo α é mostrada a seguir, confira:
N - número de imagens conjugadas
α - ângulo formado entre as retas normais e a superfície de cada espelho
Analisando a fórmula, é possível perceber que o número de imagens é inversamente proporcional ao ângulo que é
formado entre os espelhos. Quando esse ângulo for igual a 0º, como quando colocamos um espelho em frente ao
outro, o número de imagens, formadas por sucessivas reflexões, é infinitamente grande.
Exercícios sobre espelhos planos
Questão 1) (UNIFOR - adaptada) O ângulo entre dois espelhos planos é de 20°. Um objeto de dimensões
desprezíveis é colocado em uma posição tal que obterá várias imagens formadas pelo conjunto de espelhos. A
quantidade de imagens formadas pela conjugação desses espelhos será igual a:

a) 8 b) 9 c) 10 d) 17 e) 18

Resolução:
Basta utilizarmos a fórmula que calcula o número de imagens formadas de acordo com o ângulo formado entre os
espelhos, observe:

De acordo com o enunciado, o ângulo entre os espelhos é de 20º, portanto, faremos o seguinte cálculo:

Com o cálculo anterior, descobrimos que, ao todo, são formadas 17 imagens, desse modo, a alternativa correta é a
de letra D.

Questão 2) (Mackenzie) Um objeto extenso de altura h está fixo e disposto frontalmente diante de uma superfície
refletora de um espelho plano, a uma distância de 120,0 cm. Aproximando-se o espelho do objeto em uma distância
de 20,0 cm, a imagem conjugada, nessa condição, encontra-se distante do objeto em:

a) 100,0 cm b) 120,0 cm c) 200,0 cm d) 240,0 cm e) 300,0 cm

Resolução:
Inicialmente, o objeto encontrava-se a 120,0 cm do espelho, depois de aproximado em 20,0 cm, sua distância em
relação ao espelho passa a ser de 100,0 cm. Como sabemos, o objeto e sua imagem estão a mesma distância da
superfície do espelho, portanto, a distância entre eles é de 200,0 cm. Gabarito: Letra C

Questão 3) Um garoto encontra-se a 2,0 m de distância de um espelho plano quando passa a mover-se em direção a
esse espelho com uma velocidade de 1,5 m/s. No instante em que o garoto começa a mover-se, a imagem conjugada
pelo espelho está a:
a) 2,0 m de distância do espelho, com uma velocidade de 3,0 m/s em relação ao garoto.
b) 2,0 m de distância do espelho, com uma velocidade de 1,5 m/s em relação ao garoto.
c) uma distância maior que 2,0 m do espelho, com uma velocidade de 3,0 m/s em relação ao espelho.
d) uma distância menor que 2,0 m do espelho, com uma velocidade de 1,5 m/s em relação ao espelho.

Resolução:
Tanto a imagem quanto o garoto encontram-se a 2,0 m em relação ao espelho, além disso, tanto o objeto quanto
sua imagem deslocam-se com velocidade de 1,5 m/s, de modo que a velocidade relativa de aproximação é: 3,0 m/s.
Gabarito: Letra A
Publicado por Rafael Helerbrock
1ª Atividade da 4ª Unidade
15-(UFOP-MG) A figura mostra uma fonte de luz branca (lâmpada). À sua direita está um filtro vermelho.

a) Qual será a cor da luz transmitida pelo filtro?

b) À direita do filtro vermelho encontra-se um objeto O,


vermelho. Qual será a cor desse objeto, quando for iluminado
pela luz transmitida pelo filtro?

16-(FGV-SP) Os versos a seguir lembram uma época em que a cidade de São Paulo tinha iluminação a gás:

Quanta saudade
Você me traz.
Da sua luzinha verde azulada
Que iluminava a minha janela
Do almofadinha, lá na calçada
Palheta branca, calça apertada”
(Zica Bergami)

“Lampião de gás!
Quando uma “luzinha cor verde azulada” incide sobre um cartão vermelho, a cor da luz absorvida é:
a) verde e a refletida é azul
b) azul e a refletida é verde
c) verde e a refletida é vermelha
d) verde azulada e nenhuma é refletida
e) azul e a refletida é vermelha
17- (UNIRIO-RJ) Durante a Copa do Mundo, um cinegrafista, desejando alguns efeitos especiais, gravou cena em um
estúdio completamente escuro, onde existia uma bandeira da “Azurra” (azul e branca) que foi iluminada por um
feixe de luz amarela monocromática. Com que cores apareceu a bandeira quando a cena foi exibida ao público?
a) preta e azul
b) amarela e branca
c) preta e amarela
d) preta e branco
e) azul e preto

18-(Enem-MEC)

Gilberto Gil usa na letra da música a palavra composta ano-luz. O sentido prático, em
SEU OLHAR
geral, não é obrigatoriamente o mesmo que na ciência. Na Física, um ano-luz é uma
(Gilberto Gil – 1984)
Na eternidade medida que relaciona a velocidade da luz e o tempo de um ano e que, portanto, se
Eu quisera ter refere a
Tantos anos- luz a) tempo
Quantos fosse precisar b) aceleração
Pra cruzar o túnel c) distância
Do tempo do teu olhar d) velocidade
e) luminosidade

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