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SISTEMAS DE

INFORMAÇÕES
GERENCIAIS
Sumário
1. Apresentação..........................................................................08
2. Conceitos Gerais de Onda..................................................... 09
3. Ondas Eletromagnéticas (OEM).............................................13
4. Polarização, Transmissão e Atenuação das OEM................. 20
5. Sistemas Radiantes................................................................29
6. Antenas.................................................................................. 37
7. Resumo.................................................................................. 48
8. Apresentação ........................................................................ 49
9. Tipos de Antena..................................................................... 50
10. Antenas de Micro-ondas........................................................ 55
11. Meios Guiados........................................................................60
12. Modulação.............................................................................. 68
13. Sistemas Multiplex..................................................................76
14. Resumo..................................................................................85
15. Apresentação ........................................................................86
16. Sistemas por Espalhamento Espectral..................................87
17. Enlace de Rádio Digital..........................................................98
18. Comunicações via Satélite....................................................105
19. Projeto de um Enlace de Micro-ondas Terrestre...................123
20. Projeto Rádio Enlace Digital Via Satélite..............................133
21. Resumo 3..............................................................................143
22. GLOSSÁRIO.........................................................................144
23. BIBLIOGRAFIA.....................................................................153

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Palavras do Tutor

Caros alunos, é com muita alegria que a ESAB chega até você
através deste material de estudo preparado e pensado
exclusivamente sobre as telecomunicações, isto é, as comunicações
à distância, via enlaces de rádio terrestres e via satélite. Com o
único propósito de entender o funcionamento básico destes
complexos sistema de comunicações atuais.
No mundo atual, basicamente tudo está interconectado, seja por
cabos ou por enlaces de rádio frequência, uma simples rede
doméstica do tipo Wi-Fi já envolve toda uma infraestrutura de
telecomunicações via rádio enlace, desde os pontos quentes (Hot
Spots) até o computador. Da mesma forma em enlaces terrestres
via antenas de rádio frequência e micro-ondas fazem o mesmo
papel que um Hot Spot dentro de casa, só que com distâncias
muito maiores! Já um satélite é basicamente uma antena de rádio
situada a grande altitude, com o único objetivo de dar uma maior
cobertura e atingir lugares, cidades, centros mais distantes, mas o
papel do satélite é exatamente o mesmo que a de uma antena
repetidora de rádio frequência terrestre.
Portanto, a presente apostila, e consequentemente o módulo
completo, tem como único objetivo de servir como um apoio
presencial para a disciplina de SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO
POR RÁDIO E SATÉLITE e seu conteúdo foi pensado de forma
que possa ser útil para seu aprendizado fácil e didático ao longo
do curso. Para que você possa fazer um bom uso desta apostila é
de fundamental importância a leitura, resolução das atividades e
acesso às referências extras apresentadas no final da mesma.
Não esqueça de ler constantemente este material, e tirar suas
dúvidas ou observações com o tutor, acompanhar regularmente a
disciplina em seu ambiente de aprendizagem, além de interagir
com o suporte acadêmico, professores, tutores e colegas.
Desejamos assim um excelente aprendizado e que você possa

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utilizar e colocar em prática os conhecimentos adquiridos neste
módulo.
Lembre-se, o seu sucesso depende de seu esforço e dedicação.
Um grande abraço e bons estudos!
Prof./Tutor Aníbal D. A. Miranda

Apresentação

Fazer uma familiarização do aluno com os conceitos básicos e


fundamentais dos Sistemas de Comunicação via Rádio e Satélite,
e a relevância que tem esses sistemas na atualidade, em um
mundo altamente conectado! Seja entre pessoas, computadores
ou qualquer outro dispositivo inteligente que permita conexão,
sabemos, que hoje em dia existe o conceito de IoT, esta sigla
significa Internet da Coisas (Internet of Things), portanto, isto já
nos indica o gari de conectividade que o mundo está atingindo e
toda essa conectividade é feita a traves de cabos ou enlaces de
rádio frequência como será visto ao longo deste módulo. Dessa
forma, entender a importância da interconexão via rádio ou satélite
para uma correta conectividade e funcionamento entre todos os
dispositivos do sistema total de telecomunicações e redes, para
um professional da Tecnologia da Informação (TI) é praticamente
mandatório.

Objetivos
Temos três (3) objetivos muito bem definidos nesta apostila, cada
objetivo cobre cinco (5) unidades consecutivas, vejamos.
• 1º objetivo (Unidades 1 até 5): Ter uma ideia clara sobre os
conceitos de ondas de vários tipos, porem com muito mais ênfase
nas ondas eletromagnéticas, por exemplo conhecer os conceitos
de polarização, de transmissão e o fenômeno de atenuação delas.
Assim também conhecer os sistemas radiantes que permitem o
envio e a recepção destas ondas eletromagnéticas, basicamente
conhecer muito bem o funcionamento e as características das

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antenas como elementos últimos e inicias de um sistema de
telecomunicações por rádio enlace ou via satélite.
• 2º objetivo (Unidades 6 até 10): Aqui teremos uma visão
ampla, geral e relativamente completa sobre os tipos de antenas
utilizadas nos diversos sistemas de telecomunicações, dando uma
cobertura maior às antenas de micro-ondas que são as principais
responsáveis dos enlaces de rádio terrestres e via satélite.
Finalmente estudaremos os métodos mais utilizados de modulação,
assim como os sistemas multiplex que canalizam várias fontes
dentro de um único meio de comunicação.
• 3º objetivo (Unidades 11 até 15): O nosso último objetivo
abrange praticamente vários sistemas de telecomunicações, por
exemplo, começamos com os sistemas de espalhamento espectral
muito úteis sobre todo nas redes de telefonia celular CDMA, logo
estudamos um sistema de rádio enlace digital terrestre para depois
analisar um sistema de comunicação via satélite. Finalmente,
temos dois projetos simples porem completos sobre um enlace de
micro-ondas terrestre e um rádio enlace digital via satélite.
Acreditamos que o aluno terá uma boa base sobre estes tópicos
na conclusão deste módulo.

Ementa
Neste módulo apresentamos os conceitos básicos, gerais e
completos sobre as comunicações de rádio enlace tanto via
terrestre como via satélite. Evidentemente estes tópicos não são
fáceis de serem expostos ao público, desta maneira tentou-se
fazer um compilado completo sobre estes tópicos para o aluno ter
uma boa base nestes assuntos da área puramente de
telecomunicações, que nada mais é a parte física do modelo de
referência OSI. Também são vistos tópicos como conceitos de
ondas, sobre todo conceitos de polarização, transmissão e
atenuação das ondas eletromagnéticas, sistemas radiantes,
antenas, tipos de antena, antenas de micro-ondas, conceitos de

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modulação e sistemas multiplex. Finalmente são vistos os sistemas
de espalhamento espectral, sistemas de rádio enlace digital
terrestre e via satélite e dois projetos simples, porém completos,
de um enlace terrestre de micro-ondas e via satélite.

Sobre o Autor

Engenheiro eletrônico especializado nas áreas de Teleinformática


e Telecomunicações. Mestrado e Doutorado outorgados pelo
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1998 e 2004
respectivamente.
A Tese de Mestrado rendeu o primeiro prêmio “Comandante
Quandt de Telecomunicações” na TELEXPO de São Paulo em
1999. Categoria: Trabalhos Técnicos.
Autor de softwares na área de engenharia de tráfego, principalmente
para medir, analisar e emular o comportamento agregado de
pacotes IP. Autor de vários artigos técnicos apresentados em
importantes congressos a nível nacional e internacional.
Boa experiência no estudo, análise, dimensionamento e
implementação de projetos na área de Teleinformática.

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Conceitos de Ondas e Sistemas Radiantes

Neste 1º eixo temático temos como objetivo o estudo dos conceitos


básicos das ondas, e especial atenção das Ondas Eletromagnéticas, como
a sua polarização, a sua transmissão e a sua atenuação quando enviadas
em um sistema de enlace de rádio terrestre ou via satélite.
• Unidade 1: Conceitos Gerais de Onda
• Unidade 2: Ondas Eletromagnéticas
• Unidade 3: Polarização, Transmissão e Atenuação das OEM
• Unidade 4: Sistemas Radiantes
• Unidade 5: Antenas

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Introdução
No dia a dia, estamos rodeados por ondas de todo tipo, por
exemplo, estas podem ser mecânicas, sonoras, luminosas, de
rádio frequência, enfim, as ondas nos rodeiam diariamente. Mas,
é graças a elas que existem muitas maravilhas do mundo moderno,
como a televisão, o rádio, telecomunicações via satélite, o radar,
o forno de micro-ondas, imagens eletrônicas e as mais recentes
aplicações bélicas do sistema GPS, Raio X, telecomunicações,
etc. Os seguintes conceitos são importantes,
• Pulso: É a perturbação produzida em um ponto de um meio.
• Onda: É o movimento provocado pela perturbação que se
propaga em um meio.
Por exemplo, quando uma pedra cai na superfície de um lago, ela
desloca certo volume de água. Neste caso, ocorrem,
simultaneamente dois tipos de movimento, um deslocamento
lateral e um deslocamento vertical. A porção de água que se
projeta acima do nível normal do lago tende a descer; mas, quando
atinge a posição de equilíbrio, ultrapassa-a, devido a inércia,
deslocando, lateral e verticalmente, uma nova porção de água ao
seu redor. Assim, a oscilação mecânica vai se propagando pela
superfície do lago.
O fenômeno descrito é um exemplo de propagação ondulatória. A
perturbação que se propaga recebe o nome de onda. É importante
observar que a água do lago, como um todo, não se moveu, isto
é, uma boia em sua superfície oscilaria em torno de uma posição,
sem ser arrastada pela onda. Essa é a principal característica da
propagação ondulatória de uma onda. As ondas transportam
energia, sem envolver transporte de matéria.
Portanto ondas são perturbações periódicas ou oscilações de
partículas, por meio das quais, muitas formas de energia podem
ser propagadas a partir de suas fontes. Todos os movimentos
ondulatórios em um meio resultam de oscilações de partículas
individuais em torno de suas posições de equilíbrio. Isso significa
que uma onda progressiva é o movimento provocado por uma
perturbação qualquer e não um deslocamento do meio em si
mesmo. As ondas propagam somente energia, que é transferida
através de átomos e moléculas da matéria. De um modo geral, as

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ondas necessitam de um meio material para se propagarem,
exceto as ondas eletromagnéticas que se propagam no vácuo.
Uma onda possui uma frequência e um comprimento. A frequência
corresponde ao número de vezes que uma onda passa por um
ponto do espaço num intervalo de tempo, ou seja, ao número de
oscilações da onda por unidade de tempo em relação a um ponto.
A frequência é geralmente expressa em ciclos por segundo ou
Hertz. O comprimento de onda indica a distância entre dois pontos
semelhantes de onda, dado em metros.
Classificação das Ondas
Podemos classificar as propagações ondulatórias de acordo com
três critérios: A direção da vibração, a natureza da vibração e o
grau de liberdade para a propagação das ondas.

Direção da Vibração
Ocorre uma propagação transversal quando a direção da vibração
é perpendicular a direção em que se propaga a onda, por exemplo,
um diapasão. A propagação longitudinal e aquela em que a direção
da vibração é a mesma na qual se efetua a propagação da onda,
por exemplo, no caso de uma mola. Nas propagações mistas,
ambas as condições ocorrem simultaneamente. É o caso das
perturbações que se propagam pela superfície dos líquidos.

Natureza das Vibrações


Nas propagações mecânicas ocorre transporte de vibrações
mecânicas, isto é, as partículas materiais vibram. É o caso das
ondas em cordas, em molas, na superfície e no interior dos líquidos,
dos sólidos (terremotos) e dos gases (som se propagando no ar),
etc. As ondas mecânicas necessitam de um meio material para a
sua propagação; logo, o som não se propaga no vácuo.
As propagações eletromagnéticas correspondem a variações no
campo elétrico e no campo magnético, originado por cargas
elétricas oscilantes. É o caso das ondas de rádio, das micro-ondas,
da luz visível, dos raios X e dos raios gama. Essas ondas não
necessitam, obrigatoriamente, de um meio material para a sua
propagação; podem, portanto, propagar-se inclusive no vácuo.

Graus de Liberdade para a Propagação das Ondas


Dependendo do tipo de movimento na qual uma onda se propaga,
podemos ter os seguintes graus de liberdade para elas,
• Propagação unidimensional: As ondas se deslocam sobre
uma linha, por exemplo, as ondas em uma corda vibrante.

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• Propagação bidimensional: As ondas são produzidas
sobre uma superfície, por exemplo, as ondas produzidas na
superfície dos líquidos.
• Propagação tridimensional: As ondas se propagam em
todas as direções, por todo o espaço, por exemplo, a
propagação de uma onda sonora no ar.

Ondas Periódica
Uma onda periódica resulta da sucessão de pulsos iguais, estes
pulsos produzem uma onda periódica. Entre as ondas em geral,
as periódicas, apresentam especial interesse, tanto pela facilidade
de descrição, quanto pela aplicação prática. Analisaremos as
ondas periódicas unidimensionais conforme visto na seguinte
figura,

Forma de onda senoidal e sua natureza periódica ou cíclica

Na figura é dada uma forma de onda senoidal, mas uma onda


pode ser qualquer função periódica, isto é, que a cada certo
intervalo de tempo ela se repete. Da figura anterior que representa
uma onda periódica, destacamos as seguintes características
importantes observadas nessa forma de onda.
• Amplitude da onda (): É a medida da altura da onda para
voltagem positiva ou negativa. Também é definida como
crista da onda. Como visto na figura anterior, a onda inicia
na voltagem zero e vai crescendo até atingir a amplitude
máxima , para decrescer e ficar nula, atingindo assim a sua
amplitude negativa e a partir desse ponto volta a crescer até
ficar novamente nula. Toda essa sequência corresponde a
um ciclo da onda, que neste caso seria uma onda periódica.
• Período (): Intervalo de tempo (medido em segundos) de
uma oscilação completa de qualquer ponto da onda.
• Frequência (): É o número de ciclos por segundo, ou o
número de cristas por segundo. Um ciclo é também

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denominado por 1 Hertz (1 Hz), medida de frequência.
• Frequência angular (): É uma medida escalar da velocidade
de rotação é medida em radianos por segundo. A relação
entre a frequência angular e a frequência normal , é dada
por, . Como , então a frequência angular pode ser escrita em
função do período como sendo, .
• Constante de fase (): É o ângulo da inflexão em um ponto
específico no tempo, medido em graus. Depende da posição
e da velocidade do vetor no instante .
• Elongação (): É o valor algébrico da ordenada do ponto
oscilante da onda.
• Concordância de fase: Quando dois pontos têm sempre o
mesmo sentido de movimento. (São pontos da onda que
tem a mesma elongação exemplo e , ou e ). São todos os
pontos de uma onda separados por uma distância , , , , ,,
sendo um número inteiro.
• Oposição de fase: Quando tem sentidos de movimentos
opostos. Exemplo, quando começa a descer começa a
subir assim como e . Ao longo de uma onda podemos
encontrar muitos pontos que oscilam em oposição de fase,
e e assim sucessivamente.
• Velocidade de fase: É a velocidade de propagação de uma
onda, ou seja, a velocidade das cristas, dos vales, assim
como todas as outras fases, ou seja, é a velocidade que um
ponto qualquer da onda se desloca.
• Cristas ( e ): São os picos de energia máximos de uma onda
(picos positivos).
• Vales ( e ): São os picos de energia mínimos de uma onda
(picos negativos).
• Comprimento de Onda (): É a menor distância entre dois
pontos que vibram em concordância de fase, em particular é
a distância entre duas cristas ou dois vales consecutivos.

Nessas condições, a equação geral de uma onda é dada por, y=A


sin ( k x ± ω t ± φ )

Onde,

• Número de onda (): Definido como k=2π/λ, aqui, é a


longitude de onda que corresponde à distância entre duas
cristas.
• Tempo (t): Variável temporal
• Posição espacial (x): Variável espacial.
Observamos, portanto, que uma onda periódica é uma função
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tanto do tempo como da posição , se a onda é espacial, então a
posição é dada pelas 3 coordenadas .

Observações Importantes sobre as Ondas


1) A distância entre dois pontos C1 e C2 e é o comprimento de
onda λ. Essa distância é percorrida pela onda no período .
Assim temos o seguinte, o período espacial é dado por e o
período temporal é dado por , então a velocidade de
propagação da onda é dada por,

Como, f=1/ T,obtemos v=λf, v,


está é uma equação ondulatória fundamental.
2) A frequência de uma onda é a frequência da fonte que a
produziu e não varia durante a propagação.
3) A velocidade de propagação é característica do meio físico,
isto é, para ondas do mesmo tipo e em um mesmo meio,
temos a mesma velocidade.
4) Existem ondas periódicas não-senoidais, como a onda
quadrada e a onda dente de serra, como apresentadas na
seguinte figura, porém os conceitos de frequência e
comprimento de onda são aplicáveis a todas as ondas
periódicas.
5)

Longitude de onda: Em uma onda quadrada e uma onda


dente de serra

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Nesta apostila centraremos o nosso estudo nas ondas
eletromagnéticas (OEM) que são as que possibilitam o envio e
recepção de informação. Portanto, uma OEM é uma onda de rádio
frequência (RF). Basicamente, para gerar uma onda de RF,
correntes alternadas de alta frequência devem passar pelos cabos
condutores e na antena transmissora, estas correntes são
convertidas em ondas eletromagnéticas e irradiadas pelo ar, a
antena receptora capta essa OEM e a transforma em sinais
elétricos, para ser compreendido pelos rádios na informação útil
transmitida, fazendo o processo inverso do transmissor (TELECO,
2014).

Sistema básico de transmissão/recepção de RF

A propagação das OEM em torno da terra é influenciada pelas


propriedades do solo e da atmosfera. A Propagação é baseada
em preceitos puramente científicos. Os princípios básicos tiveram
suas articulações nos finais do século XIX e inícios do século XX.
Descobertas relativamente recentes em física quântica tornaram
mais difícil ainda descrever exatamente de que está constituída
uma onda de rádio (SARMENTO, 2002). As ondas de rádio são
OEM que estão fora do espectro visível (do olho humano) e que
viajam à velocidade da luz , isto é, a metros por segundo [m/s],

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mas para fins práticos esta velocidade é referida com o valor de
[km/s] (SEYBOLD, 2005). A compreensão dos fenômenos básicos
da propagação se dá pelo conhecimento de nosso planeta, em
especial das características da atmosfera e da importância do Sol
nos fenômenos da propagação das ondas de rádio.
A propagação de ondas de rádio depende da estação do ano, do
ciclo solar, do horário desejado e de mais alguns outros fatores a
serem discutidos com mais detalhes. Conforme as definições das
ondas eletromagnéticas e em especial das ondas curtas, o
espectro das Altas Frequências (High Frequencies), está
organizado em bandas, que são padronizadas internacionalmente,
girando em torno da frequência central correspondente ao seu
comprimento de onda. A padronização das faixas e suas utilizações
são efetuadas pelo ITU (International Telecomunications Union).

Bandas de frequência, mostrando a sua classificação. À medida que o


valor da (frequência) aumenta o comprimento da onda () diminui

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Espectro de Frequências Eletromagnéticas

A propagação de ondas de RF envolve três variáveis, a saber, o


comprimento de onda (), a frequência () e a sua velocidade () de
propagação. Estas três variáveis se relacionam pela seguinte lei,
. Portanto, a velocidade de propagação de qualquer onda de RF é
a velocidade da luz [m/s], a frequência de uso deverá estar sempre
classificada dentro do espectro de frequências adotada pelo CCIR
(Comissão Consultiva Internacional de Radiocomunicação), na
reunião em Varsóvia em 1956.
Classificação Internacional das Bandas de Frequências de RF

Para evitar sobreposições no uso de ondas de rádio, foram criadas


faixas de frequência disponíveis para cada tipo de aplicação que
podem se visualizadas no seguinte quadro.

Banda (Hz) SIGLA Denominação Exemplo de Uso


≤ 20 k Ondas audíveis Comunicação entre indivíduos.
300 a 3k ELF Ondas extremadamente curtas Comunicações submarinhas,
escavações mineiras, etc.
3k a 30k VLF Ondas muito curtas Comunicações submarinhas,
escavações mineiras, etc.
30k a 300k LF Ondas curtas Navegação aérea, serviços marítimos
e radiodifusão local.
300k a 3M MF Ondas médias Navegação aérea, serviços marítimos
e radiodifusão local.
3M a 30M HF Ondas tropicais/curtas Radiodifusão local e distante,
estações costeiras marítimas.
30M a 300M VHF Micro-ondas TV, radiodifusão de FM, serviços de
segurança pública.
300M a 2G UHF Micro-ondas TV, serviços públicos e privados de
transmissão e segurança pública.
2G a 3G UHF Micro-ondas Comunicações de longa distância,
tropo difusão e satélite.
3G a 30G SHF Micro-ondas Comunicações de longa distância,
tropo difusão e satélite.
30G a 300G EHF Micro-ondas Comunicações de longa distância,
tropo difusão e satélite.

ELF – Extremely Low Frequency UHF – Ultra High Frequency


VLF – Very Low Frequency SHF – Super High Frequency
LF – Low Frequency EHF – Extremely High Frequency
MF – Medium Frequency HF – High Frequency
VHF – Very High Frequency

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Por exemplo, as faixas das redes Wireless LAN (WLAN) estão
em UHF e SHF de 300MHz ~ 3GHz e 3GHz ~ 30GHz
respectivamente. Pois são nestas faixas que operam os
roteadores Wireless, isto é, de 2.4GHz e 5.8GHZ.

Principais Aplicações das Faixas de Comprimento de Ondas

As ondas de rádio com frequência na faixa entre 10KHz a 10MHz


são bem refletidas nas camadas superiores da atmosfera,
especificamente na ionosfera, onde a presença de íons (átomos
carregados) e elétrons (livres) é elevada, o que permite sua
captação a considerável distância da estação transmissora.
Devido aos seus altos valores de , tais ondas tem uma grande
capacidade de contornar obstáculos (fenômeno de difração).

Já as ondas com frequência superior a 100MHz são absorvidas


pela ionosfera e, devido a curvatura da Terra, para que sejam
recebidas a grandes distâncias, tornam-se necessário o uso de
estações repetidoras ou de satélites (TELECO, 2014).
Faixa de Faixa de comprimento de onda Aplicação
frequência
30 a 535 kHz 30 km a 560 m Navegação aérea e marítima
535 a 1605 kHz 560 m a 189 m Típica emissora de rádio AM
27 MHz 12,5 m Rádio faixa do cidadão (PX)
30 a 50 MHz 10 m a 6 m Emergências (polícia, bombeiro)
50 a 54 MHz 6 m a 5,5 m Rádio Amador
54 a 216 MHz 5,5 m a 1,4 m Canais de TV UHV (2 a 13)
88 a 108 MHz 3,4 m a 2,8 m Típica rádio FM
470 a 890 MHz 64 cm a 34 cm Canais de TV UHF (14 a 83)
824 a 894 MHz 36 cm a 33,5 cm Telefônica Celular
1,3 a 1,6 GHz 23 cm a 18 cm Radar
3 a 300 GHz 10 cm a 1 mm Micro-ondas
4 a 8,5 GHz 7,5 cm a 3,5 cm Comunicação via satélite

Largura de Banda

É a diferença entre a maior e a menor frequência. Pensando em


largura de banda como o diâmetro de um tubo, quanto maior a sua

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largura maior sua capacidade. Igualmente, quanto maior a
frequência da largura de banda, mais dados ela pode carregar.
Por exemplo, um canal de TV comercial tem uma largura de banda
de 6MHz, um canal de TV ocupa uma faixa maior de frequência
porque ele carrega áudio, vídeo, sincronismo entre outros sinais.
A conexão transmissor/receptor se dá por diversos tipos de onda:
As terrestres ou de superfície, que seguem a superfície da terra,
em geral exploram baixas frequências, apresentam longos
comprimentos de onda (ao redor dos 10km), e não estão sujeitas
às variações topográficas.

Características de Propagação das OEM

A faixa de VLF se propaga com um mecanismo denominado


“Reflexão Atmosférica”, pois para esta faixa de frequências a
ionosfera se comporta aproximadamente como condutor perfeito.
Esta faixa é usada para sistema de navegação Ômega e pesquisa
científica. Na faixa de LF até 100 kHz usa-se ainda a propagação
por reflexão ionosféricas, mas com uma maior atenuação em
relação à faixa de VLF. Acima de 100 kHz e também na faixa de
MF (300 a 3000 MHz) o mecanismo de propagação dominante é
o de “Ondas de Superfície” sendo que a Terra funciona como um
condutor. A onda superficial tende a acompanhar a curvatura da
Terra, mas perde sua energia conforme a distância, pois parte
desta energia é absorvida, mas pode chegar a longas distâncias
se houver uma superfície de água ou solo úmido entre o transmissor
e o receptor. Na faixa de HF (3 a 30 MHz) as ondas de rádio se
propagam “esfericamente no espaço” em todas as direções
(NASCIMENTO, 2000).

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Propagação das OEM segundo a sua frequência de transmissão

O mecanismo predominante é o de “Refração Atmosférica”, sendo


que ainda permanecem ondas de superfície em locais próximos
ao transmissor. Neste caso as diversas camadas de íons desviam
um pouco a trajetória das ondas e as fazem retornar a Terra. A
onda que sai do transmissor e se dirige à ionosfera é chamada de
“Onda Espacial” e quando retorna a Terra é chamada de “Onda
Celeste”. Existirá no meio uma zona chamada “Zona de Silêncio”
pois não será atingida por qualquer tipo de onda. No mecanismo
de refração três fatores são levados em consideração:
1. O ângulo de irradiação
2. A frequência utilizada
3. A camada ionosférica principal responsável pelo retorno das
ondas à superfície da Terra.
Nas faixas de VHF, UHF a ionosfera é transparente a essas
frequências não as refletindo de volta à terra. Este tipo de
transmissão é utilizado em televisão, rádio em Frequência
Modulada (FM) ou em serviços que exigem alta confiabilidade a
distância menor (SMIT, 1991). Pelas características de propagação
destas faixas de frequências se deduz que:
• Radiodifusão AM: Em ondas médias e curtas (MF e HF),

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podem ter alcance mundial, dependendo da potência
transmitida.
• Radiodifusão FM: Em VHF, tem alcance limitado,
aproximadamente 80 – 100 Km, pois não há reflexão
ionosférica.
• Televisão VHF e UHF: Tem alcance limitado,
aproximadamente 80 – 100 Km, pois não há reflexão
ionosférica.

Convém ressaltar que na faixa de VHF e UHF temos os


equipamentos de rádio do tipo mono canal (ou canal único), isto é,
sem multiplexadores. Na faixa SHF, nesta frequência as ondas
de rádio se comportam praticamente como ondas de luz e se
propagam em linha reta, sendo necessário ter uma linha de
visada direta entre as antenas que envolvem este enlace.
Estas frequências estão classificadas na faixa das micro-ondas e
estão distanciadas até um máximo de 50 a 60 Km. As potências
dos transmissores, utilizando estas frequências, são relativamente
baixas, em torno de 6 a 10 Watts (NASCIMENTO, 2000).

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Introdução

Uma das propriedades físicas das OEM é que podem ser


polarizadas. Isto devido a que toda OEM possui tanto um campo
elétrico como um campo magnético e é precisamente seu campo
elétrico quem produz o fenómeno da polarização. Sabe-se que
os campos elétrico e magnético guardam uma certa relação entre
si, permitindo que, uma vez conhecido o campo elétrico, é possível
determinar o campo magnético (transversal al campo eléctrico)
(REVISTABW, 2015). Por definição, a polarização de uma OEM é
o plano no qual se encontra a componente ELÉTRICA desta onda.
Toda OEM é composta de dois campos, o elétrico e o
magnético, sempre situados em planos ortogonais (planos
fisicamente a 90°), e variando em fase (0°). Estes campos se
propagam em qualquer material isolante (dielétrico) com uma
velocidade de propagação, cujo vetor está a 90° dos vetores
campo elétrico e magnético. No vácuo, esta velocidade de
propagação é a da luz. Um dipolo posicionado verticalmente,
alimentado por oscilador, de frequência angular , gera uma OEM
polarizada verticalmente, pois a componente de campo elétrico
está no plano vertical (e consequentemente, a componente do
campo magnético está no plano horizontal). Veja a figura seguinte,
onde aparecem os três vetores , e , com 90° entre qualquer um
deles, com e variando em fase ou com 0° de defasagem elétrica,
característica básica de uma OEM (DAVIDOFF, 1990).

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Vetores de campos elétrico (E) e magnético (B) e velocidade de
propagação V de uma OEM

É pertinente lembrar que uma onda transversal é aquela onde a


oscilação ocorre nos planos perpendiculares ao sentido do
deslocamento. A orientação das oscilações do campo elétrico de
uma OEM no plano (tendo o eixo como o sentido de propagação)
são as que geram o efeito da polarização. Para que uma onda
OEM seja polarizada, o campo elétrico deve oscilar em um único
sentido. Em geral, a magnitude e direção do vetor campo elétrico
em qualquer ponto ao longo da trajetória da onda é uma função do
tempo e do espaço.
Tipos de Polarização

• Vertical: O campo elétrico está perpendicular à superfície


de propagação.
• Horizontal: O campo elétrico está paralelo à superfície de
propagação.
• Circular: O campo elétrico gira continuamente em relação à
superfície de propagação.
• Elíptica: O campo elétrico gira continuamente de forma a
um saca rolha em relação à superfície de propagação.

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Sistema de Transmissão e Recepção

Parte da energia de uma corrente de rádio frequência que circula


em um condutor será transformada em OEM. Quando um condutor
for colocado no campo de uma OEM, uma corrente induzida
resultará neste condutor. O processo de recepção é o inverso do
processo de transmissão, logo à parte da potência manipulada
das antenas transmissora e receptora são intercambiáveis, donde
se tem o princípio da Reciprocidade. A absorção das OEM no
espaço livre não ocorre porque nada existe para absorvê-las. Na
atmosfera parte da energia das ondas eletromagnéticas será
transferida aos átomos e moléculas, provocando vibrações e a
atmosfera será aquecida de um valor infinitesimal, mas significante.

Propagação em Altas Frequências

As ocorrências da maioria dos fenômenos de propagação são na


Troposfera, localizada a uma distância aproximada da superfície
terrestre de 13 Km 5 Km.

Rádio Visibilidade

Para que exista radio visibilidade entre dois pontos geográficos,


devemos ter uma linha de visada direta entre a antena transmissora
e a receptora. Existe também uma camada Troposférica para
reflexão das Ondas Diretas e das Ondas Refletidas que interferem
no enlace.

Difração Atmosférica

Este fenômeno surge quando existe um corpo obstruindo a


passagem entre transmissor e receptor, onde cada ponto numa
frente de onda se comporta como uma fonte isolada, haverá a
formação de ondas secundárias atrás do obstáculo, mesmo que

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não haja linha de visada entre o transmissor e o receptor. Isso
pode explicar como em ambientes fechados mesmo que um
usuário não veja o outro eles mesmo assim podem se comunicar.

Vários efeitos nas transmissões de RF: Difração, refração e reflexão

Refração Atmosférica

A atmosfera terrestre é rarefeita em grandes altitudes e densa


em baixas altitudes. Esse fato faz com que ocorra a curvatura
da luz na atmosfera. A densidade é uma propriedade física que
está ligada diretamente ao índice de refração atmosférica (). Pelo
fato da atmosfera não ser homogênea, temos uma variação no
índice de refração dela, causando assim a curvatura da luz solar.
Na superfície da Terra, o encurvamento da onda é provocado pela
variação do Índice de Refração Atmosférica (), onde, geralmente .
Para climas temperados k=4/3. Para a atmosfera padrão, o índice
de refração varia linearmente com a altura conforme apresentado
da seguinte figura.

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Temos que,
• Para, , a onda de RF segue a curvatura da Terra.
• Para, , a onda RF segue uma trajetória retilínea e perfura a
atmosfera.
São generalizados dois casos em torno de :
• Para, , temos o Sub Padrão: Aqui as ondas RF se curvam
para o alto.
• Para , temos o Super Padrão: Neste caso, os raios se curvam
para baixo, podendo haver grande alcance na comunicação.
Ondas Diretas

Não existem influências do solo, absorção por gases, desvios de


trajetória, etc. Ou seja, tem-se só o Espaço Livre entre ambas as
antenas.

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O físico inglês James Clerck Maxwell em 1857 propôs a teoria da
irradiação eletromagnética e concluiu em 1873 a sua explicação
com provas matemáticas sobre o comportamento das OEM. O
canal no sistema de rádio comunicações é o espaço físico existente
entre as antenas transmissora e receptora no enlace. Espaço livre
é o espaço que não interfere com a irradiação normal e com a
propagação das ondas de rádio. Conhece-se como Frente de
Onda ao plano de união de todos os pontos com a mesma fase e
de mesma intensidade. A uma distância “” do transmissor será
dada pela expressão abaixo:

P = PT / 4π d^2 [W/m2 ]

Onde, a potência transmitida está distribuída pela superfície de


uma esfera de raio .

Tipos de Atenuação

Um dos maiores inimigos em qualquer sistema de telecomunicações


é o fenômeno conhecido como atenuação, este problema pode
ser devido a muito fatores, por exemplo, para propagações em
frequências superiores a 10 GHz é necessário considerar os
seguintes fatores importantes de atenuação.

Atenuação por Espaço Livre

No apontamento de antenas via satélite, não existe obstrução por


obstáculos, contando sempre com linha de visada direta entre os
pontos de transmissão e recepção. Assim, a atenuação por espaço
livre deve-se ao fato de o sinal sofrer dispersão ao longo do
percurso de propagação (na subida e na descida), pela própria
natureza de radiação dos elementos utilizados na transmissão.
Além disso, na recepção, a área efetiva das antenas é finita,
captando apenas parte da energia da frente de onda. Sendo assim,

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o nível de recepção será muito menor que o de transmissão e a
relação entre os mesmos caracterizará a atenuação em espaço
livre (ANTENADO, 2016).

Atenuação por Gases, Nevoeiros e Nuvens

É provocada pela absorção de energia da onda que se propaga.


As moléculas dos gases comportam-se como dipolos. Entende-se
por gases presentes na atmosfera como, oxigênio e vapor de
água. Obstáculo que interfere na propagação de ondas cujas
frequências ultrapassam os 10 GHz.

Atenuação por Chuvas

As chuvas apresentam valores significativos de atenuação em


frequências superiores a 10 GHz, portanto, as atenuações por
chuva devem ser analisadas cuidadosamente, pois não são
desprezíveis. A atenuação de uma onda que se propaga em um
meio com chuva é obtida pela soma das contribuições individuais
das gotas que compõem o meio (GIBBINS, 2003).

Atenuação por Desalinhamento de Antenas

Nas comunicações via satélite, sempre existem duas antenas


para cada um dos enlaces, o de subida (Uplink) e o de descida
(Downlink), sendo uma delas da estação terrena e a outra situada
no próprio satélite. Estas antenas podem ficar desapontadas, pois
o satélite está sujeito a pequenas variações orbitais. Todo e
qualquer desalinhamento que aconteça, por menor que seja,
provoca atenuação devido à redução de ganho da antena, sobre
todo na linha central de máxima potência. Quando as antenas
terrestres são de pequeno porte, a variação da posição orbital do
satélite não resulta em variações tão elevadas de ganho. No
entanto, quando se trabalha com antenas de grande porte, por
exemplo, antenas terrenas do tipo Standard A do sistema Intelsat
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com um diâmetro de 32 m., é extremamente importante a utilização
de sistemas de seguimento em possíveis desalinhamentos, para
que a comunicação seja mantida em qualquer condição de
operação (ANTENADO, 2016).

Atenuação por Erros de Polarização

Vários fatores podem ocasionar essa perda, tais como alterações


na onda decorrentes de sua propagação na atmosfera ou
imperfeições nas antenas transmissora e receptora. A perda por
erro entre a polarização da onda e o posicionamento da antena,
deve ser levada em consideração, pois afeta, principalmente, as
estações que trabalham com transmissão e recepção simultâneas.
Ao trafegar pela ionosfera, a onda eletromagnética sofre uma
rotação nos vetores de campo elétrico e magnético, chamada de
Rotação de Faraday, alterando a polarização da onda
(NASCIMENTO, 2000).
Atenuação de Componentes Passivos da Estação Terrena de
Recepção

Entre o transmissor e a antena, em função de cabos e outros


elementos de conexão, temos outro fator de perdas ôhmicas.
Analogamente, a perda encontra-se entre a antena e o receptor
(ANTENADO, 2016).

Enlace de telecomunicações via satélite

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Como foi estudado, em um enlace via satélite, existem diversos
fatores que provocam diferentes tipos de atenuação tanto para o
enlace de subida (Uplink) como para o enlace de descida
(Downlink). Alguns desses devem ser analisados, principalmente
por profissionais especializados, para o projeto e realização de
uma boa instalação entre a estação terrena e o enlace com o
satélite.

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Introdução

As antenas são dispositivos metálicos que emites e ou recebem


radiação (ondas) eletromagnéticas, fazendo a transição entre a
propagação da onda guiada e a propagação da onda no espaço
livre. Praticamente quase todos os fenômenos eletromagnéticos
podem ser explicados pelas equações de Maxwell e pela equação
da continuidade. Temos duas grandes premissas para as ondas
eletromagnéticas,
1) Deve-se lembra que não existe campo elétrico sem campo
magnético , isto é, a presença de um, indica automaticamente,
a presença do outro.
2) Ambos os campos dependem da distribuição de cargas e
correntes que lhes deu origem e das características do meio
.
Equações de Maxwell

Baseando-se nos estudos de Michael Faraday, Maxwell unificou,


em 1864, todos os fenômenos elétricos e magnéticos observáveis
em um trabalho que estabeleceu conexões entre as várias teorias
da época, derivando um dos mais elegantes conjunto de equações
já formulado. Maxwell demonstrou, com essa nova teoria, que
todos os fenômenos elétricos e magnéticos poderiam ser
descritos em apenas quatro equações, conhecidas atualmente
como as Equações de Maxwell, dadas da seguinte maneira.

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Lei de Gauss da eletricidade

Lei de Gauss do magnetismo

Lei de Faraday

Lei de Ampere-Maxwell
→ →
Para os meios dielétricos (lineares) se cumpre que,D = εE ,
sendo ε a permitividade elétrica relativa, D a densidade de fluxo

(ou deslocamento) elétrico e E o campo eléctrico. Vale mencionar
→ →
que D e E representam (praticamente) o mesmo fenômeno. O
campo D está relacionado com as densidades de carga associadas

a esta interação. E o campo E se relaciona com as forças e
diferenças de potencial involucradas.
A permitividade elétrica absoluta é denotada por ε0, utilizado
quando se trabalha no vácuo, é o fator de escala que relaciona os
→ →
valores de D e E nesse meio. Com, ε=1/4πk=8,8541878176…
x10-12 [F/m] (Farads por metro). E para os materiais paramagnéticos
→ →
e diamagnéticos temos a seguinte relação que, B = μ0 H com μ0
a permeabilidade magnética no vácuo cujo valor é dado por,
μ0 = 4π x 10-7 [Tm/A] (Tesla-metro por Ampere). Para materiais
ferromagnéticos, o campo dependerá do material e do
processo de magnetização. Portanto, está relacionado com a
corrente que o produz e depende tanto da corrente quanto da
magnetização do meio.
Assim como a lei da gravitação universal e as três leis de Newton
são fundamentais para a mecânica clássica, as equações de
Maxwell são fundamentais para o eletromagnetismo, elas unificam
as leis de Gauss, para a eletricidade e para o magnetismo, a lei de
Ampère generalizada e a lei de Faraday para a indução
eletromagnética.

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Uma consequência importante das equações de Maxwell é o
fenômeno relacionado à propagação de OEMs. Estes fenômenos
eletromagnéticos, explicados muito bem por essas equações,
podem ser estudados e observados claramente entre um par de
antenas de um sistema qualquer de telecomunicações, quando
uma transmite e a outra recebe a informação.

Sistema básico de telecomunicações com duas antenas

→ →
Tem-se que a relação entre campo elétrico E e H campo
→ →
magnético na zona distante de radiação é dada por, IE I / IH I =
Z1, onde, Z1 é a impedância característica do meio de propagação,
por exemplo, no vácuo verifica-se que, Z1 = Z0 = 120π.

Diagrama vetorial da propagação de uma onda eletromagnética

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Vetor de Poynting

Como as ondas eletromagnéticas se propagam pelo espaço


→ →
arrastando os campos elétricos E e magnéticos H , então as
energias associadas a estes campos devem se propagar pelo
→ →
espaço de forma semelhante. Como E e H são vetores
(perpendiculares entre si), podemos rescrever o produto vetorial
→ → → →
destes como, P = E x H , este vetor resultante P é denominado
como o vetor de Poynting e apresenta as seguintes características
fundamentais das OEMs:

• A direção de P é a direção de propagação da OEM,

• O módulo de P é proporcional à energia transportada pela
OEM.
Normalmente estamos interessados em conhecer densidades
→ →
médias de potência radiada no caso dos campos E e H e
tiverem variações temporais sinusoidais, então,

É usual denominar esta densidade apenas por densidade de


radiação pois, como se verá, corresponde à densidade de potência
radiada na região do campo distante.

Potência Radiada

A potência média radiada que atravessa uma superfície fechada


∫ é dada por,

Normalmente esta potência é designada apenas por potência


radiada. Por exemplo, uma antena transmissora com uma

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densidade de radiação Wrad=ârWr=ârA0sin(θ)/r2[W/m2], considerando
uma superfície esférica de raio r no centro da qual está a antena,

Onda Ionosférica e Vinculada

O conceito de onda vinculada é aplicado para duas ondas


propagando-se sobre a superfície terrestre, uma é a onda
ionosférica (existente só à noite) e a outra ‘é a onda vinculada (ou
terrestre) que está presente tanto de dia como de noite [SMIT,
1986]. Esta onda vinculada tem seu vetor que termina em
superfície condutora, a qual guia a onda fazendo-a acompanhar a
superfície como mostra a seguinte ilustração (SMIT, 1991).

Onda plana e onda vinculada

A análise do vínculo pode ser feita considerando as impedâncias


do vácuo (ou ar) e da superfície condutora no caso de polarização
vertical. A superfície condutora normalmente tem perdas. A energia
para alimentar estas perdas virá do meio externo onde já estava a

onda plana, desta forma, o vetor de Poynting P , desta onda
externa, se inclinará em direção ao meio com perdas, passando a

apresentar uma componente vertical Pv em direção ao meio com

perdas além de uma componente horizontal PH que é a

responsável de levar a OEM para frente. Note-se que o vetor E
do campo externo se inclinará, passando a apresentar uma

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→ → → →
componente EH para compor o vetor Pv =E
H
XH , (SMIT, 1991),

A densidade de potência no meio externo será,

Onde, Z0 = 377 Ω e no meio condutor será,


Onde ZC é a impedância do meio condutor. As unidades de E são

dadas em [V/m] (Volts por metro), as unidades de H em [A/m]

(Amperes por metro) e as unidades de P são dadas em [W/m2]
(Webers por metro ao quadrado).

Tipos de propagação de uma OEM: a) Superficial, b) Ionosférica e c) Linha de visada.

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Potência Radiada por um Radiador Isotrópico

Por definição de radiador isotrópico a sua densidade de potência


é constante para todas as direções espaciais, logo,

Onde W0 é constante, temos então uma densidade de potência


constante que podemos exprimir em função da potência radiada
por,

Intensidade de Radiação

É um parâmetro relativo ao campo distante e representa a potência


radiada por unidade de ângulo sólido suas unidades são [W/
sterad] (Watts por estéreo radiano). A intensidade de radiação da
antena transmissora é dada por,

Para o campo distante temos,

Onde e-jkr /r é o operador de propagação, o módulo do campo


varia com 1/r, e k=2π/λ, e é o número de onda ou constante de
propagação da OEM.

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Visto que � não depende de r, então temos que,

Com ƞ a impedância intrínseca do meio de propagação da OEM


(SEYBOLD, 2005).

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Introdução

Por definição, uma antena é um dispositivo criado para transmitir


ou receber energia eletromagnética em forma de ondas
eletromagnéticas (OEM). As antenas apresentam reciprocidade,
isto é, as propriedades observadas na transmissão são
válidas a recepção. Muitas vezes também são chamadas de
sistemas radiantes. Note que o mesmo dispositivo pode ser usado
para transmitir ou receber esta energia. As OEMs que saem da
antena de transmissão viajam pelo meio, por exemplo o ar (ou
vácuo), e chegam até a antena receptora. O efeito desse campo
eletromagnético atingindo a outra antena é fazer com que os
elétrons livres da mesma vibrem, neste caso as OEMs geram uma
corrente elétrica com o sinal que foi enviado a partir da antena de
transmissão (JORDAN, 1968).

Sistema de antenas receptoras e transmissoras

A informação enviada ou recebida é preservada porque a antena


atua como um transdutor. Por exemplo na transmissão, o campo
eletromagnético gerado corresponde a determinada tensão e
corrente alternada. Já na recepção, a mesma referência de tensão
e corrente alternada será induzida. Podemos concluir então, que
uma antena é igual à transição entre a propagação guiada

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(circuitos e cabos do sistema de radiação) e a propagação
não-guiada (percurso no espaço livre) das OEMs.

Caraterísticas Principais de uma Antena

Entre as principais características que toda antena apresenta


temos as seguintes,
• Ganho de antena
• Diretividade
• Faixa de operação (Largura de Banda)
• Polarização
• Discriminação de polarização cruzada
• Diagrama de radiação (ou irradiação)
• Ângulo de meia potencia
• Largura de banda
• Relação frente-costa
• Características mecânica

Todas estas características serão apresentadas com um bom grau


de profundidade nas seguintes seções.

Ganho de Antena

A característica principal da antena é o ganho medido em dBi


(decibel isotrópico), medida que é relativa às antenas isotrópicas.
Isotrópica é uma antena hipotética baseada na transmissão para
todas as direções (360°). O ganho da antena é definido como a
relação entre a energia irradiada na direção do máximo do
diagrama de radiação dessa antena e a que seria irradiada por
uma antena isotrópica ideal em uma direção qualquer, supondo
que as duas irradiem a mesma potência total (considerando todas
as direções) (ANATEL, 2017).

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Radiação de antena isotrópica e parabólica

Sendo assim, o ganho de considerado de uma antena é


simplesmente o quanto ela é mais diretiva que a antena isotrópica
e não deve ser erroneamente interpretada como uma amplificação
de potência na antena. Por isso, o ganho de uma antena é medido
em dBi. Uma outra unidade utilizada é o dBd, que é o ganho em
relação à antena dipolo.

Diretividade

A diretividade de uma antena define sua capacidade de


concentrar a energia em uma determinada direção angular.
Matematicamente esta relação é dada por,

Onde Emax(θ,φ) é energia distribuída pela antena em estudo, e


Eiso(θ,φ) é a energia distribuída igualmente em todas as direções
por uma fonte isotrópica. A densidade de potência desta energia
radiada é relativa à mesma distância da antena, evidentemente.
Logo, a diretividade fornece a medida de capacidade de
concentração de potência nesta direção em particular, com isso
podemos estimar o ganho da antena G(θ,φ) que está relacionado
a diretividade e a eficiência desta. Podemos representar

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matematicamente o ganho como sendo, G(θ,φ) = D(θ,φ) , onde,
ε é o fator de eficiência.

Polarização

Basicamente, a polarização de uma OEM está relacionada com a


direção do campo elétrico. Essa polarização é definida pelas
características mecânicas da antena e do posicionamento
(orientação) do alimentador da antena.

Alimentador de uma antena: (a) Polarização vertical, o campo elétrico está perpendicular

ao eixo da Terra e (b) Polarização horizontal, o campo elétrico paralelo ao eixo da Terra

Antenas parabólicas utilizam polarização linear (horizontal e


vertical), selecionável mediante rotação do alimentador. Antenas
com dupla polarização são aquelas que podem fazer uso
simultaneamente as duas polarizações, as quais possuem dois
alimentadores formando um ângulo de 90° entre si. As antenas
helicoidais utilizam polarizações circulares (direita ou
esquerda).

Alimentador de antena com dupla polarização

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Discriminação da Polarização Cruzada (XPD)

É a razão entre a potência de sinal recebido (ou transmitido) por


uma antena em uma polarização (polarização do sinal desejado)
pela potência de sinal recebida (ou transmitida) medida na
polarização oposta, usualmente expressa em decibéis. Trata-se
de uma medida de capacidade da antena de detectar (ou emitir)
sinais em uma polarização e rejeitar sinais na mesma frequência
que estejam na polarização oposta (ANATEL, 2017). Ou seja, é a
isolação do sinal de uma polarização em relação a outra, na
mesma antena.

Discriminação de polarização cruzada

Diagrama de Radiação

Uma antena diretiva não irradia energia uniformemente em todas


as direções, este tipo de antena concentra o máximo de sua
irradiação em uma única direção enquanto nas outras direções a
potência irradiada é muito pequena ou praticamente nula. O
diagrama de radiação é um gráfico que mostra as características
da antena no que se refere à potencia irradiada em função do
ângulo. A principal utilização dos diagramas de radiação é no
cálculo dos níveis dos sinais interferentes.

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Cabe ressaltar que o diagrama de radiação é idêntico para
transmissão e recepção, devido à reciprocidade. A radiação de
uma antena é tridimensional, mas para estudos e visualização são
utilizados os diagramas bidirecionais chamados de Diagrama
Horizontal e Diagrama Vertical. No caso das antenas parabólicas
os diagramas são idênticos, devido à sua simetria circular.
Nos diagramas de radiação de antenas que utilizam polarização
linear (horizontal e/ou vertical), são mostradas quatro curvas
correspondentes às combinações entre as duas polarizações,

• Horizontal – Horizontal (H–H)


• Vertical – Vertical (V–V)
• Horizontal – Vertical (H–V)
• Vertical – Horizontal (V–H)
Na análise e cálculo de interferências, deve ser observada a curva
apropriada em função das polarizações utilizadas pelo sinal
desejado e os sinais interferentes. Em diagramas de radiação das
antenas, podemos observar algumas das seguintes características,
• Lóbulo principal
• Lóbulos secundários
• Ângulo de meia potência
• Relação frente-costa
• XPD (Descriminação da polarização cruzada)

Diagrama de radiação: Lobo principal, os lobos secundários e o lobo posterior

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O diagrama de radiação mostra a amplitude do campo elétrico ou
da potência radiada (geralmente normalizados em relação ao seu
valor máximo) em função dos ângulos e na região de campo
distante. Os planos de corte principais são o plano vertical ou de
elevação (geralmente temos que ou ) e o horizontal ou azimutal
(onde, ). Para antenas com polarização linear estes planos
geralmente correspondem a planos que contêm o vetor campo
elétrico (plano ) e o vetor campo magnético (plano ). As OEMs
propagam-se em ondas esféricas.

Plano Vertical ( constante) Plano Horizontal ( constante)

A potência por ângulo sólido é constante em um meio sem


perdas. A representação gráfica do diagrama de radiação se dá
através do comportamento da antena quanto a sua irradiação. O
diagrama é encontrado nos planos horizontal (para constante) e
vertical (para constante). É representado também através das
cartas cartesianas onde representam a variação da potência em
dB irradiada pela antena de acordo com a variação do ângulo.
Portanto, a potência de 0 dB representa a direção onde há a maior
radiação de potência, ou seja, a direção da potência máxima
(ANATEL, 2017).

Ângulo de Meia Potência

Esta largura também é conhecida como a largura de – 3 dB, pois


é aos 3 dB que a potência meia de irradiação da antena cai à
metade. Neste ângulo de meia potência, o sinal transmitido tem
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uma queda de 3 dB com relação ao ângulo de radiação máxima
(centro do lóbulo principal). Quanto menor esse ângulo, mais
diretiva a antena, sendo mais imune a interferências, além de
causar menos interferências em outros enlaces.
Largura de Banda

A Largura de Banda (Bandwidth) é a medida da capacidade de


transmissão de um determinado meio ou conexão, a qual determina
a velocidade à qual os dados passam através desse meio ou
conexão. Portanto, em sistemas de comunicação analógicos a
medida da largura de banda é a faixa de frequências entre as
frequências que estão 3 dB abaixo do valor da potência máxima
(0 dB) de transmissão, isto é, matematicamente definida como ,
onde é a frequência mais alta e é a frequência mais baixa dessa
faixa de frequências, veja a figura a seguir.

Largura de faixa de um sistema de comunicações analógico

Em sistemas de transmissão digital, a Largura de Banda, é


conhecida como a Capacidade de Transmissão e é medida
em bits (não em bytes) por segundo, os quais determinam a
medida de capacidade de um determinado meio de transmissão
por certa unidade de tempo (8 bits = 1 byte). Todas as medidas de
Capacidade de Transmissão são basicamente feitas em bits por
segundo, por exemplo, Kbps (1000 bits por segundo) ou Mbps (1
milhão de bits por segundo). A largura de banda está relacionada
com a variação da frequência através da impedância de entrada.

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Relação Frente-Costa

As antenas irradiam energia tanto na direção principal (lóbulo


principal) como na direção posterior (lóbulo posterior), estes
lóbulos estão diametralmente opostos. Portanto, a relação frente-
costa é definida como o nível relativo irradiado na direção
oposta, ou seja, de 180° com relação à direção de irradiação
máxima (TELECO, 2017).

Rendimento da Antena

Para se ter o rendimento em decibéis, o rendimento é igual a 10


vezes o logaritmo decimal da relação. Quanto mais diretiva uma
antena melhor é sua distribuição de potência, portanto maior é
seu ganho. Logo, ganho de antena é a expressão de quantas
vezes ela é melhor do que outra antena padrão, este é dado por
dB (decibel). O padrão pode ser um isotrópico, ou um dipolo de
aferição semelhante à antena testada. Antena de maior ganho é
aquela que entrega e recebe mais ‘’potência do meio’’, ou seja,
aquela que irradia e recebe a maior quantidade de energia. Sempre
deve-se adotar uma antena padrão para depois fazermos as
comparações com outras antenas em relação a este padrão. As
antenas padrões devem ser as de mais fácil construção, podendo
desta forma ter um sistema de fácil calibração. Pode ser uma
antena dipolo padrão (aproximadamente 2 dBi de ganho sobre o
elemento isotrópico) e a uma distância razoável da antena sob
teste. A obtenção do rendimento total é o produto dos vários
rendimentos parciais.
Caraterísticas Mecânicas

Além das características elétricas que toda antena tem, devem


ser consideradas as características físicas e mecânicas. Entre as
principais características mecânicas temos,
• Área de exposição ao vento
• Dimensões físicas
• Peso

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A carga total da antena na torre é calculada em função do seu
peso mais o peso das ferragens de fixação, além de considerar
sua área de exposição ao vento. Esse valor é utilizado para o
dimensionamento de torres novas e para verificação da
possibilidade de utilização de torres existentes e eventuais reforços
necessários. Existem antenas próprias para utilização em ambiente
quimicamente agressivos, tais como: indústrias químicas,
petrolíferas, regiões litorâneas, etc.

Caraterísticas mecânicas de uma antena

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Saiba mais

Falar, comentar e explicar mais um pouco sobre cada uma das


equações de Maxwell.

Dica

As antenas parabólicas, quanto maior o diâmetro do seu disco,


terão maior diretividade e sua potência tanto de subida como de
descida será enorme, por isso que elas são utilizadas no sistema
Intelsat com satélites geoestacionários posicionados a 36.000 km
de distância da terra, o diâmetro de uma antena desse sistema é
de 32 metros e são denominadas estações terrenas classe A.

Estudo Complementar

As ondas eletromagnéticas, quando transmitidas no vácuo, elas


sofrem de atenuação?

Para sua reflexão

As antenas, como sistemas radiantes, dentro de um sistema de


telecomunicações, são consideradas que tipo dispositivo, ativos
ou passivos?

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Foram apresentados de forma clara e concisa os conceitos de
ondas eletromagnéticas, os tipos de polarização utilizados para a
transmissão das mesmas, foi visto o fenômeno de atenuação que
sofrem as ondas quando enviadas de um ponto geográfico a outro.
Todos estes fenômenos são possíveis aos sistemas radiantes,
que são os responsáveis do envio das ondas eletromagnéticas
pelo espaço livre (ou vácuo).

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Neste 2º eixo temático, temos o objetivo de apresentar ao aluno
os tópicos de antenas utilizados nos sistemas de telecomunicações,
com especial atenção nas antenas de micro-ondas muito utilizadas
em enlaces de rádio terrestre e via satélite. Também fazemos uma
apresentação completa dos meios guiados, que são basicamente
os cabos coaxiais e guias de ondas que conectam os equipamentos
de rádio frequência com os sistemas radiantes (antenas), também
serão vistos os métodos básicos de modulação e os sistemas
multiplex que canalizam vários canais em um único meio de
transmissão.

• Unidade 6: Tipos de Antenas


• Unidade 7: Antenas de Micro-ondas
• Unidade 8: Meios Guiados
• Unidade 9: Modulação
• Unidade 10: Sistemas Multiplex

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Introdução

O tipo de antena determina seu patrão de radiação pode ser


omnidirecional, bidirecional e/ou unidirecional. As antenas
Omnidirecional são boas para cobrir grandes áreas, neste tipo de
antenas a radiação trata de ser uniforme para todos os lados, ou
seja, cobre 360º. As antenas direcionais são as melhores em uma
conexão Ponto-a-Ponto, acoplamentos entre os prédios, ou para
os clientes de una antena omnidirecional. A seguir, mostram-se
alguns exemplos de antenas (TELECO, 2017).

Antenas Isotrópicas

Uma antena isotrópica é um conceito hipotético, se caracteriza


por radiar igualmente em todas as direções. Portanto, seu diagrama
de radiação é uma esfera perfeita com centro na fonte. Esta é uma
antena ideal que não existe na prática, sendo usada como
referência a nível de cálculos para projetos de antenas reais.
Nesta antena temos as seguintes relações,

Onde, é a potência fornecida à antena e radiada pela mesma,


também temos que,

Os diagramas horizontal e vertical deste tipo de antenas são iguais


a uma circunferência tanto no plano horizontal como no plano
vertical, isto significa que, em três dimensões, o padrão de radiação
corresponde a uma esfera perfeita, por isso que estas antenas
são utilizadas como antenas teóricas de referência, pois esses
diagramas de radiação não existem nas antenas reais
(NASCIMENTO, 200).

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Diagrams de radiação de uma antena isotrópica

Antenas Omnidirecionais

As antenas do tipo omnidirecional possuem diagrama horizontal


como as antenas isotrópicas, porém não se tem irradiação uniforme
em todas as direções segundo plano vertical. Possuem facilidades
de instalação, pois não precisam ser direcionadas. Porém não
funcionam bem para enlaces longos. Esse tipo de antena é
principalmente utilizado para radiodifusão (Broadcasting), por isso
é a mais utilizada em ambientes de redes sem fio. Quanto menor
são os seus comprimentos mais aproximados são os seus
diagramas de radiação dos diagramas de radiação das antenas
isotrópicas.

Diagrama de radiação vertical (dois lobos) e horizontal (um único lobo)

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Antenas Diretivas

As antenas diretivas concentram a energia de radiação em uma


dada direção. Possuem alcances bem maiores (com alto ganho)
do que as omnidirecionais (TELECO, 2017).

Patrão de radiação de uma antena diretiva

Este tipo de antenas diretivas é utilizado principalmente em


enlaces ponto a ponto. Observa-se que tanto no plano horizontal
como no vertical o lobo principal tem a abertura máxima de
radiação, praticamente minimizando os lóbulos secundários e o
lóbulo traseiro.
Antenas para Faixa de UHF e VHF

Antena Yagi

As antenas Yagi são utilizadas em enlaces do tipo mono canal e


multicanal, operando em polarização linear H/V

LARGURA DE BANDA
DE MEIA POTÊNCIA

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Antena constituida por varios elementos paralelos y coplanarios,
directores, activos y reflectores.
• Utilizada ampliamente en la recepción de señales televisivas,
comúnmente en frecuencias de 30Mhz y 3Ghz, (canal 2 al
canal 6 de 50MHz a 86 MHz).
• Ganancia elevada: 8 – 15 dBi.
• Para el servicio 802.11 pueden tener ganancias entre el 12
y 18 dBi, manejan una impedancia de 50 a 75 Ω.
• Desventajas: Direccionarlas en la posición correcta no son
tan difícil como una antena parabólica, pero aun así puede
llegar a ser difícil.

Antena Log-Periódica

As antenas Log-Periódicas foram desenvolvidas para suprir


necessidades especificas do mercado, se caracterizam por operar
em polarização H/V, em uma banda maior que as das antenas
Yagi.

Antena Helicoidal

As antenas helicoidais possuem formato cilíndrico ou cónico,


sendo sua estrutura básica composta de plano de terra,
transformador de impedância e helicoide. Suas principais

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características são a polarização circular (direita ou esquerda) e a
largura de faixa de operação, mantendo o ganho no valor máximo
e a impedância praticamente constante em toda a banda.

Antena helicoidal

Parabólica Vazada (UHF)

Estas antenas são construídas de hastes metálicas dispostas de


forma parabólica, disponíveis somente para uma polarização e
utilizadas nas faixas de 300 MHz a 2 GHz. Possui diretividade
superior às outras antenas utilizadas na faixa de UHF.

Antena parabólica vazada para faixas de UHF

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Introdução

Os sistemas de micro-ondas operarem com potência de


transmissão na faixa de 100 mW a alguns Watts, empregam
antenas muito diretivas. Isto se torna necessário para concentrar
a potência transmitida em um feixe muito estreito, na direção de
antena receptora e também para minimizar tanto as interferências
causadas em enlaces próximos ou receber interferências desses
enlaces operando na mesma faixa de frequências. Esta alta
diretividade é alcançada com a utilização de antenas parabólicas.
As características eletromagnéticas das antenas parabólicas são
determinadas pela regularidade da superfície do refletor e pela
qualidade do projeto do alimentador (ANATEL, 2017).

Componentes das Antenas Parabólicas

As antenas parabólicas são normalmente constituídas de um


elemento irradiador básico, ligado ao sistema de alimentação
(cabo coaxial ou guia de onda), chamado de alimentador ou
iluminador e um refletor metálico de forma parabólica, que
concentra as radiações de OEMs incrementando a potência delas.
São utilizadas especialmente para a transmissão e recepção
via satélite, possuem um ganho elevado entre 12 dBi até 25 dBi,
são antenas de altíssima diretividade com um ângulo de radiação
baixo.

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Refletores

O tipo de superfície refletora quase universalmente empregada


consiste em um paraboloide de revolução, sendo que o radiador
básico se localiza no foco do paraboloide.

Refletor paraboloide recebendo OEMs

Todos os raios provenientes do alimentador, localizado no foco da


parábola, seguem trajetos paralelos ao eixo da parábola após a
reflexão, permitindo desta forma uma grande concentração da
energia irradiada em torno desse eixo, bem como captar a maior
parte da energia transmitida pela estação oposta por meio do
processo inverso. As dimensões do refletor, definidas pelo diâmetro
da abertura e pela distância focal, determinam as características
da antena (TELECO, 2017).

Alimentadores

Os alimentadores são os elementos ativos (radiantes) das antenas


parabólicas. Da mesma forma que os Refletores, os Alimentadores
estão situados no ponto focal da superfície paraboloide da
antena. Podemos classificar os alimentadores quanto à sua
construção em dois tipos,
1) Alimentador tipo dipolo
2) Alimentador tipo corneta (Horn)

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Alimentadores: (a) Antena transmissora e (b) Antena receptora

O alimentador de uma antena transmissora funciona assim, os


sinais saem do alimentador, refletem na superfície parabólica e
são direcionados de forma paralela para fora da antena. E no caso
de uma antena receptora, o funcionamento é assim, a antena é
construída de forma a convergir os sinais recebidos na sua
superfície parabólica para o centro do alimentador. Em ambos os
casos o alimentador está situado no foco da parábola. Os
alimentadores tipo dipolo são usados para as frequências de UHF
e VHF e utilizam como elementos radiantes um dipolo simples, ou
dipolo dom elementos parciais, ou ainda um conjunto de dipolos.
Os alimentadores tipo corneta empregam trechos de guia de onda
de dimensões crescentes, sendo utilizados para frequências
acima de 2 GHz.
Radomes

Também conhecidos como blindagens, são estruturas adicionais


utilizadas nas antenas de alto e de ultra alto desempenho. Existem
dois tipos de radomes.
1) Flexíveis: Melhoram a diretividade da antena, além de
proteção extra contra a carga do vento transmitida para a
torre. Estrutura composta por,
a. Uma blindagem com a parte interna preenchida por
absorsores especiais que absorvem as interferências

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tanto recebidas como emitidas.
b. E uma capa de proteção pré-tensionada que evita
ninhos de pássaros, acúmulos de água e deterioração
do absorsor.
2) Molded: Serve para impedir o acúmulo de neve na antena.
Fabricado em fibra de vidro, proporciona grande proteção
para ambientes severos (regiões onde ocorrem ventos de
alta intensidade).

Radomes: (a) Flexível e (b) Molded

Antenas de Abertura

São antenas bastante diretivas, eficientes e de um ganho elevado,


são usadas principalmente em comunicações via satélite e micro-
ondas. As mais comuns são as do tipo corneta como vistas na
seguinte figura (ANATEL, 2017).

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Tipos de antena de apertura

Diagrama de radiação

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Introdução

Os meios guiados são os dispositivos que fazem a conexão


entre a antena e os equipamentos de telecomunicações,
existem os seguintes tipos de meios guiados:
• As guias de onda
• Os cabos coaxiais
Estes dois tipos de meios guiados são os componentes do sistema
encarregados de levar o sinal do equipamento até o alimentador
da antena. Nas faixas de VHF e UHF são utilizados cabos coaxiais
para a conexão entre a antena e o equipamento de telecomunicações.
As guias de onda são utilizadas em sistemas de micro-ondas, com
frequência de 2 GHz. Seu formato é elíptico e seu tamanho varia
de acordo com a frequência a ser utilizada. Trafega o sinal de RF
que sai do equipamento e vai até o alimentador da antena. Ele é
oco e deve ter o formato mais perfeito possível, para evitar que o
sinal reflita e atenue. Devido a esse fato, o trabalho com a guia de
ondas estacionária é sumamente delicado, pois qualquer tipo de
amassado ou quebra o inutiliza (SMIT, 1991).

Características Principais das Guias de Onda e Cabos Coaxiais

A seguir temos as principais características elétricas que influem


diretamente no desempenho dos enlaces de rádio (TELECO,
2017).
Faixa de Frequências

Cada guia de onda possui sua faixa de frequência específica,


devido às diferentes faixas de frequência possuírem
comportamentos e características diferentes, principalmente o
comprimento de onda, que influi diretamente no tamanho da guia
de onda.
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Perda

A perda unitária (dB/m) (decibel por metro) é uma das características


mais importantes a ser considerada na guia de onda estacionária
e nos cabos coaxiais. Essas perdas são crescentes conforme o
aumento da frequência.

Relação de Onda Estacionária

A relação de onda estacionária, também conhecida pela sigla em


inglês de VSWR (Voltage Standing Wave Ratio) (algumas vezes
pronunciada como “vizwar”), é uma das características mais
importantes a ser considerada nas guias de onda e cabos coaxiais.
Em sistemas de rádio frequência a impedância característica é
um dos fatores mais importantes a serem considerados. Nestes
sistemas, esse fator típico é de Ohms. Este é um parâmetro
construtivo, ou seja, é determinado pelas caracteríticas de sua
construção. No caso de um cabo coaxial por exemplo, depende
das dimensões dos condutores interno e externo, e também pelo
tipo de isolação existente entre eles. Todos os componentes de
um enlace (cabos, conectores, antenas, etc.) são construídos de
forma a terem a mesma impedância. Quando inserimos um
elemento no nosso sistema, temos o que chamamos de perda de
inserção, que pode ser entendido como aquilo que é perdido,
levando-se em conta o que entrou e o que efetivamente saiu. E
essa perda se dá de duas formas,
1) Por atenuação (principalmente nos cabos) e,
2) Por reflexão.
Essas perdas são crescentes conforme o aumento da frequência.

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O VSWR é matematicamente definido como,

Perdas por Atenuação

Quanto à Atenuação ao longo dos cabos, não há muito o que se


possa fazer, pois, parte do sinal é perdido ao longo do cabo pela
geração de calor e também pela irradiação indesejada para fora
do cabo. Esta perda é característica do mesmo, e definida em
termos de dB/m (dB por metro), isto é, quanto maior o tamanho do
cabo, maior será a perda por atenuação e ela se incrementa
também com o aumento da temperatura e da frequência.
Infelizmente, esses fatores também não estão muito ao alcance
do nosso controle, já que a frequência já está pré-definida pelo
sistema que usamos, e a temperatura estará exposta as variações
climáticas dos locais onde o cabo passar (TELECOMHALL BR,
2010).
O máximo que é possível fazer é tentar usar cabos com menor
atenuação, ou seja, cabos com materiais de qualidade utilizados
em sua construção dos condutores interno, externo e do isolante
dielétrico. Por regra geral, quanto maior o diâmetro do cabo, menor
a sua atenuação. Os valores típicos de diâmetros são de 1/2»,
7/8» e 1 5/8». A escolha do cabo coaxial para o sistema é um
processo que exige uma análise bem abrangente, levando-se em
conta as suas características (mais maleável, etc...) e os custos
das várias opções de cabos existentes, além do comprimento do
cabo necessário, e a consequente perda que o mesmo vai
introduzir, o carregamento da torre ou suportes onde os cabos
serão afixados, entre outros.

Perdas por Reflexão

Mas a outra forma de perda que pode existir em um sistema de


telecomunicações, e que pode ser um pouco mais controlada, é a
perda por Reflexão, ou seja, perda de parte do sinal, que acaba
retornando, perdido, pela extremidade onde foi injetado. Por esse
motivo chamamos de Perda de Retorno. Se houver qualquer

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problema no meio entre o transmissor/receptor e as antenas,
como por exemplo uma dobra ou infiltração de água, o meio acaba
com descasamento de impedância. E aí, parte do sinal que
idealmente deveria sair pela antena, acaba retornando (refletido)
para o amplificador de RF. Falando em termos de casamento das
impedâncias, se o valor de , e (veja a seguinte figura) forem
iguais, temos que o sistema está muito bem acoplado com um
mínimo de perda por reflexão, neste caso podemos considerar
uma linha de transmissão ideal, com o VSWR dando um valor de
1:1, ou seja, toda a potência do amplificador de RF chegaria à
antena de forma limpa, com nenhuma reflexão (nada perdido).
Agora se algum desses valores de impedâncias não estiver bem
acoplado, existirá uma perda por reflexão e neste caso teríamos
um VSWR elevado, ou seja, toda a potência seria refletida (perdida)
existiria um retorno do sinal para a fonte.

Acoplamento de impedâncias

Então, é possível observar que existem valores mínimos (caso


ideal) e máximos (casos reais) de VSWR que, dependendo da
aplicação, poderiam ser aceitos ou não. Então, temos a seguinte
pergunta, quais são os problemas que um sistema de
telecomunicações pode ter com um VSWR ruim (muito grande)?
A primeira coisa é ter uma potência irradiada efetiva bem menor
do que a que deveria ser, pode também ocorrer a queima dos
componentes eletrônicos que não tiverem proteção para esse
sinal refletido indesejado. Nestes casos, as recomendações
básicas são as seguintes (TELECOMHALL BR, 2010),

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• Evitar dobrar os cabos ao máximo, ou seja, tentar fazer
sempre curvas o mais suave possível, e apertar bem os
conectores, isolando o sistema para que não sofra problemas
como infiltração de água ou poeira.
• Além disso, os conectores e cabos devem ser feitos por
espertos, e com o isso de equipamentos profissionais. Não
adianta nada apertar um conector mal feito.
• Usar sempre componentes da melhor qualidade possível:
nenhum equipamento é perfeito, e até mesmo nos processos
de produção surgem pequenas falhas. A qualidade do
material, e do processo de produção dos elementos é
primordial para que se consiga uma melhor qualidade de
sinal.
• Verificar que todos os elementos do sistema tenham a
mesmaimpedância.

Características Físicas e Mecânicas

Além das características elétricas, as características físicas e


mecânicas devem ser consideradas, entre as principais temos.
Guia de Onda e Cabo Coaxial

• Raio mínimo de curvatura (Plano E e Plano H): Para


garantir a integridade e o bom desempenho da guia de onda
e cabo coaxial, devem ser obedecidos os limites especificados
pelo fabricante.
• Dimensões e peso: Devem ser considerados no cálculo
estrutural da torre.
Tipos de Guia de Onda

Basicamente existem dois tipos de guias de onda que são utilizados


na atualidade são os seguintes,
1) Guia de onda circular: Utilizada em casos críticos, em que
não pode existir uma perda muito grande no sistema. É
também recomendada para enlaces muito longos e que não
possuam muitas curvas (se possíveis retos) ao longo do
trecho. Sua instalação é mais difícil por não ser flexível.
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2) Guia de onda elíptica: É o mais utilizado no mercado devido
à sua flexibilidade e facilidade de instalação. Sua
desvantagem em relação com a guia de onda circular é a
maior perda ao longo do percurso.

Tipos de Cabo Coaxial

Os cabos coaxiais podem ser subdivididos em dois tipos:


• Com dielétrico de espuma (cabos não pressurizados)
• Com dielétrico a ar (cabos pressurizados)
Os primeiros são mais utilizados por razões econômicas, a pesar
de possuírem uma perda um pouco maior.

Cabos não Pressurizados

Este tipo de cabos é classificado conforme seu diâmetro. Um cabo


com maior diâmetro possui uma perda menor, porem apresenta a
desvantagem de uma maior dificuldade de instalação e uma carga
maior na torre. Os cabos mais utilizados são: 7/8’’ e 1/2’’. Para
sistemas críticos também são utilizados os cabos de diâmetro 1
5/8’’.

Cabos Pressurizados (Tipo H)

Este tipo de cabos é utilizado em enlaces mais críticos que


requerem uma perda menor, mas apresentam a desvantagem de
necessitar pressurizador o que encarece o sistema.
Características Eletromecânicas de Cabos e Guias

Um resumo completo é apresentado nas seguintes duas tabelas


para os tipos EWP52S, EWP52 e EW52.
Elétricas Mecânicas
Faixa de frequência em GHz: Raio mínimo de curvatura:
4,6 ~ 6,425 Plano E: 200 mm
Plano H: 560 mm

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Caraterísticas

Frequência (GHZ) Atenuação (dB/100 m)


4,6 5,34
4,8 4,92
5,0 4,63
5,2 4,42
5,4 4,26
5,6 4,13
5,8 4,02
5,85 4,00
5,925 3,96
6,0 3,93
6,2 3,86
6,4 3,80
6,425 3,80
Atenuação
Os principais critérios para escolher um sistema de pressurização são:
• Volume total do sistema
• Taxa de pressurização do sistema
• Disponibilidade de manutenção
• Disponibilidade de energia elétrica

Conectores e Flanges
Conectores
Existem diversos tipos de conectores no mercado. Na especificação
do cabo ou guia de onda, também estão contidos os tipos de
conector aplicáveis.

Conectores para cabos coaxiais e conectores para guias de onda

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Flanges

Os flanges são padrões de conexão para ligações de conector/


branching e conector/antena. Os principais flanges são mostrados
na seguinte figura.

Diferentes tipos de flanges

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Introdução
Qualquer tipo de comunicação ocorre quando a informação é
transmitida (ou enviada) entre uma fonte de informação e o usuário
que requisitou essa informação. Para que a informação seja
transferida de um ponto a outro, deve existir um meio ou canal de
transmissão entre a fonte e o receptor. As três partes, transmissor,
canal e receptor representam assim o sistema de informação
completo. Se o receptor está muito afastado do transmissor, então
deve ser necessário o processo de modulação para o envio da
informação. O processo de modulação consiste em modificar o
formato original da informação elétrica visando transmiti-la com
maior viabilidade. O efeito mais importante do processo de
modulação em um sistema de telecomunicações é o deslocamento
ou mudança da posição original da faixa de frequência original da
informação enviada (SMIT, 1991).

Tipos de Modulação
Existem vários tipos de modulação em sistemas de comunicações,
dependerá muito do tipo de sistema utilizado, se este for um
sistema de telecomunicações analógico ou um sistema de
telecomunicações digital (NASCIMENTO, 2000).

Sistemas de Telecomunicações Analógico


Em um sistema de transmissão de dados, seja este digital ou
analógico, com ou sem-fio, é extremamente necessário utilizar
métodos de inserir a informação útil que desejamos transmitir
dentro de um sinal de Radiofrequência (RF), chamado de onda
portadora (Carrier), que será o veículo de transporte da informação
de um ponto a outro. Estes métodos de poder inserir a informação
dentro de um sinal de RF são conhecidos como modulação da

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onda portadora. Estes métodos de modulação permitem que a
informação que queremos enviar seja transportada já seja
nos parâmetros de amplitude, frequência ou fase da onda
portadora. A continuação apresentamos os três casos (ou tipos)
de modulação analógica.

Modulação por Amplitude (AM)

Esta forma de modulação afeta à amplitude da onda portadora


(sinal verde na figura) varia em função do sinal modulador (sinal
vermelho na figura), o sinal modulador é o sinal que contem a
nossa informação, ou seja, o sinal modulador é a informação
desejada (ou informação útil) que estamos transmitindo. Nesta
técnica de modulação AM, tanto a frequência como a fase da onda
portadora são mantidas constantes, como pode ser visualizado na
onda (sinal) de saída dada pelo sinal azul na figura. Este último
sinal (em azul) é o sinal que é enviado pelo ar até os receptores,
por isso é que se denomina sinal de saída (Output) do transmissor
(NASCIMENTO, 2000).

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Modulação por Frequência (FM)

Neste tipo de modulação, o sinal modulador modificará a frequência


da portadora, pode-se esperar uma melhor qualidade de
transmissão, uma vez que a frequência do sinal não é afetada por
interferências. A contrapartida para a melhor qualidade da FM é
uma largura de banda maior. No caso de estações de rádio,
enquanto uma transmissão de AM pode ser razoavelmente
efetuada numa faixa de 10 kHz, uma de FM precisa de larguras
tão altas como 150 a 200 kHz para uma boa qualidade
(NASCIMENTO, 2000).

Modulação por Fase (PM)

As técnicas de modulação FM e PM têm muitas características


semelhantes. A modulação por fase é um tipo de modulação
analógica que se baseia na alteração da fase da portadora de
acordo com o sinal modulador (mensagem). Pode-se observar na
seguinte figura como a frequência do sinal de saída (sinal azul)
diminui quando o sinal modulador (sinal vermelho) está
decrescendo, diferente da modulação FM onde a diminui justo
quando o sinal modulador está no seu ponto mínimo (NASCIMENTO,
2000).

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Sistemas de Telecomunicações Digital

Nos sistemas de telecomunicações digitais, temos a denominada


modulação discreta ou codificada. Utilizada em casos em que se
está interessado em transmitir uma forma de onda ou mensagem,
que faz parte de um conjunto finito de valores discretos
representando um código. No caso da comunicação binária, as
mensagens são transmitidas por dois símbolos apenas. Um
dos símbolos representado por um pulso correspondendo ao valor
binário “1” e o outro pela ausência do pulso (nenhum sinal)
representando o dígito binário “0”. Como se pode observar, os bits
possuem estados bem definidos (1 ou 0) e por esta razão não
podem ser transmitidos (irradiados) com eficiência como um sinal
senoidal. Os processos de modulação digital consistem em
modular uma informação binária através de uma onda portadora
analógica senoidal, utilizando as mesmas técnicas da modulação
analógica (SARMENTO, 2002).
A diferença fundamental entre os sistemas de comunicação de
dados digitais e analógicos (dados contínuos) é bastante óbvia.
No caso dos dados digitais, envolve a transmissão e detecção de
uma dentre um número finito de formas de onda conhecidas (no

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presente caso a presença ou ausência de um pulso), enquanto
que, nos sistemas contínuos há um número infinitamente grande
de mensagens cujas formas de onda correspondentes não são
todas conhecidas. No caso específico do sinal modulador ser um
sinal digital, essas técnicas de modulação analógica, vistas
anteriormente, tomam as seguintes denominações.

Modulação ASK (Amplitude Shift Keying)

A técnica de modulação ASK (ou modulação por chaveamento da


amplitude) é também conhecida como a modulação On-Off, ASK
é o método mais simples de modulação digital. Consiste na
alteração da onda portadora em função do sinal digital a ser
transmitido.

A onda resultante consiste então em pulsos de radiofrequência,


que representam o sinal binário 1 e espaços representando o
dígito binário 0 (supressão da portadora) (NASCIMENTO, 2000).

Modulação FSK (Frequency Shift Keying)

O processo de modulação FSK (ou modulação por chaveamento


da frequência) consiste em variar a frequência da onda portadora
em função do sinal modulador, no presente caso, o sinal digital a
ser transmitido. Este tipo de modulação pode ser considerado
equivalente à modulação em FM para sinais analógicos.

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A amplitude da onda portadora modulada é mantida constante
durante todo o processo da modulação; quando ocorrer a presença
de um nível lógico “1” no sinal digital, a frequência da portadora é
modificada para uma frequência f1, e para um valor 0 a frequência
da portadora muda para um valor f2 estas mudanças de frequências
podem ser depois compreendidas no processo de demodulação
(NASCIMENTO, 2000).

Modulação PSK (Phase Shift Keying)

A técnica PSK (ou modulação por chaveamento da fase) é o


processo pelo qual se altera a fase da onda portadora em função
do sinal digital a ser transmitido. Quando ocorrer uma transição de
nível lógico do sinal digital a ser transmitido (sinal modulador),
haverá uma mudança de 180° graus na fase da onda portadora
com relação à fase anterior.
A transição de fases observada pode ser tanto de nível lógico 0
para 1 como de nível lógico 1 para 0. Para este tipo de modulação
deve ser utilizada a detecção síncrona, já que esta tem como base
o conhecimento preciso a respeito da fase da onda portadora
recebida, bem como da sua frequência. Esta técnica de modulação
devido ao fato mencionado envolve circuitos de recepção
(demodulação) mais sofisticados; em compensação oferece
melhor desempenho que as técnicas ASK e FSK. Por esse motivo
a modulação PSK é bastante utilizada em sistemas de
telecomunicações.

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Resumo dos Tipos de Modulação

O quadro a seguir apresenta um resumo dos diferentes tipos de


modulação utilizando tanto uma onda portadora analógica ou
digital e a informação enviada analógica ou digital.

Quadro sinótico que ilustra os diferentes tipos de modulação

Demodulação

É o processo que nos permite reverter o processo da modulação.


Também chamado de detecção, envolve os dispositivos eletrônicos,
chamados de modems, encarregados de detectar a onda portadora
modulada e extrair dela o sinal modulante (ou modulador), ou
seja, a informação desejada. No processo da demodulação para
sinais digitais, a forma de onda não é importante, pois ela já é

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conhecida. O problema se resume a determinar se o pulso está
presente ou ausente, portanto, o ruído do canal não tem influência
nesse sentido.

Entretanto o ruído do canal poderá causar certos erros nas


decisões. A decisão na detecção pode ser facilitada com a
passagem do sinal através de filtros que reforçam o sinal útil e
suprimem o ruído ao mesmo tempo. Isso permite melhorar muito
a relação Sinal/Ruído reduzindo a possibilidade de erro. Nos
sistemas digitais o problema da detecção (demodulação) é um
problema um pouco mais simples que nos sistemas contínuos.
Durante a transmissão, as formas de onda da onda portadora
modulada são alteradas pelo ruído do canal. Quando este sinal é
recebido no receptor, devemos decidir qual das duas formas de
onda possíveis conhecidas foi transmitida. Uma vez tomada a
decisão a forma de onda original é recuperada sem nenhum ruído
(NASCIMENTO, 2000).

Exemplo prático do processo de modulação e demodulação na


comunicação entre dois computadores

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Introdução
Um sistema multiplex, mux ou multiplexador é um sistema que
codifica as informações de duas ou mais fontes de dados num
único canal. São utilizados em situações onde o custo de
implementação de canais separados para cada fonte de dados é
maior que o custo e a inconveniência de utilizar as funções de
multiplexação/demultiplexação. Numa analogia física,
consideremos o comportamento de viajantes que atravessam uma
ponte com largura pequena, para atravessarem, os veículos
executarão curvas para que todos passem em fila pela ponte. Ao
atingir o fim da ponte eles separaram-se em rotas distintas rumo a
seus destinos (NASCIMENTO, 2000).

Multiplexação
Um dos maiores problemas na implementação de uma rede de
comunicação de dados é o alto custo das linhas de comunicação.
Por isso há a necessidade de otimizar estas linhas. Por exemplo,
se cada estação de trabalho possuir uma linha direta ao servidor,
a atividade média nesta linha será excessivamente baixa, devido
a períodos inativos longos com nenhum ou pouquíssimo fluxo de
dados. Se existem períodos ativos entre as várias linhas que
nunca coincidem, é possível comutar uma única linha para atender
os vários terminais.
Mas existe a possibilidade de mais de um terminal estar ativo em
determinado instante, e se não existem regras para as estações
ligadas ao comutador surgirá um conflito na linha gerando um
grave problema. Este problema pode ser resolvido fazendo com
que a linha que sai do comutador seja maior do que qualquer linha
de entrada, sendo assim a linha de saída é maior que a soma das
linhas de entrada eliminando o problema.

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Com isso o comutador executa a função de multiplexador. O
multiplexador (MUX) é um dispositivo cuja função é permitir que
múltiplas estações de trabalho possam compartilhar uma linha de
comunicação. Do lado oposto encontra-se o demultiplexador
(DEMUX) que faz o processo contrário distribuindo os sinais desde
o canal principal para os respectivos canais secundários. Portanto,
em um sistema unidirecional, existe um MUX na transmissão e um
DEMUX na recepção. Dois sistemas são necessários para uma
comunicação bidirecional, cada um com seu próprio canal principal
de comunicações. Em um sistema bidirecional, existe um MUX/
DEMUX em cada terminação, sendo a comunicação realizada por
um único par de cabos (para trançado, coaxial, fibras). É
fundamental nestes dispositivos minimizar o efeito “Cross-Talk” e
maximizar a separação de canais.

O canal principal tem capacidade (largura de banda) suficiente


para suportar o uso compartilhado pelos canais secundários. Com
isso, os multiplexadores reduzem o número de linhas de
comunicação necessárias, conseguindo uma redução nos custos,
pois diminuem o cabeamento necessário.
O processo de multiplexação (ou multi canalização) se divide em:
• Multiplexação por divisão de frequência (FDM),
• Multiplexação por divisão de tempo (TDM) e
• Multiplexação estatística por divisão de tempo (STDM).

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FDM (Frequency Division Multiplexing)

Na técnica de multiplexação por divisão de frequência, a largura


de banda da linha principal de comunicações é dividida em várias
frequências com isso surgem várias bandas mais estreitas, e cada
terminal tem acesso a uma, ou seja, esta técnica permite transmitir
simultaneamente vários canais (sinais), através de um único canal
físico (meio de transmissão), onde cada sinal de usuário (canal
secundário de comunicação) possui uma banda espectral
(frequência) própria e bem definida, que, em condições normais
de funcionamento é bem menor que a largura de banda total da
linha (canal) de comunicação principal (NASCIMENTO, 2000).

Multiplexação por divisão de frequência

TDM (Time Division Multiplexing)

Esta técnica da multiplexação por divisão de tempo intercala a


informação, que flui das linhas de baixa velocidade entrantes para
um canal de comunicação principal de alta velocidade. Em ambos
os métodos o resultado é que uma única linha de alta velocidade
transmite de forma serializada um número canais de entrada de
baixa velocidade. Portanto, a técnica TDM possibilita a transmissão
simultaneamente vários canais digitais, através de um canal físico
(meio de transmissão), onde cada canal (A, B e C na figura) possui

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uma janela de tempo própria e para cada uma é definida o uso da
banda para transmissão.

Multiplexação por divisão de tempo

No caso desta técnica TDM o uso da largura de banda (da linha de


comunicações principal) poderia não ser ótimo, sobre todo quando
poderiam existir canais de usuários que não estejam transmitindo
nada, já que essa janela de tempo não estaria sendo
temporariamente utilizada por ninguém, portanto, desperdiçando
banda, mas o ponto a favor é que a qualidade de serviço é elevada
por termos uma banda garantida para cada usuário.

STDM (Statistical TDM)

A técnica de multiplexação estatística por divisão de tempo ou


simplesmente multiplexação estatística é uma técnica muito útil
quando se quer fazer um melhor uso da largura de banda total
do canal principal de comunicações. Nesta técnica somente
uma parcela de tempo é alocada se (e somente se) existir tráfego,
ao contrário da TDM, e com isso se evita a má utilização da linha
principal. Neste caso temos um uso aprimorado da largura de
banda, mas poderia não existir uma qualidade de serviço no
atendimento como nos casos dos sistemas TDM e FDM, já que a
banda não necessariamente seria garantida para todos os usuários
e certas demoras poderiam ser verificadas durante a transmissão
e/ou recepção de dados

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Multiplexação estatística

Observação: Se o tráfego na linha é uniforme, então é mais


vantajoso o uso da tecnologia TDM, que proporciona uma melhor
utilização da capacidade da linha.

FDM x TDM

Na multiplexação por divisão de frequência (FDM) cada subcanal


com determinada frequência é atribuída a cada um dos
componentes do grupo, sendo assim pode se tornar difícil a
expansão neste método visto que a adição de subcanais precisará
de uma retribuição de frequências.
Na multiplexação por divisão de tempo (TDM), como o tempo é
dividido entre os terminais, o multiplexador examina as linhas de
baixa velocidade em uma ordem pré-definida, e a linha de alta
velocidade possui apenas um único sinal em um determinado
instante. Isto difere da FDM, na qual, vários sinais são enviados
ao mesmo tempo, porém cada um com uma diferente frequência.
Normalmente a FDM é usada para sinais analógicos e a TDM com
sinais digitais.

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FDM TDM
Para separar as frequências alocadas com a tecnologia FDM
utiliza-se de guardas-de-banda. Na tecnologia TDM a separação
das fatias de tempo é obtida com espaços de tempo entre quadros
sucessivos de amostras completas de todos os canais. No caso
da tecnologia TDM tem-se a TDM síncrona e a TDM assíncrona,
que veremos mais adiante (NASCIMENTO, 2000).

Sincronização

O processo de sincronização é parte do protocolo de comunicação.


A transmissão de dados por uma rede de computadores é serial,
devido ao custo mais baixo, os bits que compõem um caractere
são transportados um após o outro, utilizando apenas um canal. A
sincronização entre o emissor e o receptor, é realizada através de
um sinal, de modo que o receptor e o transmissor estejam
sincronizados previamente antes dos dados enviados chegarem
ao receptor, esse sinal de sincronismo mantém o receptor
sincronizado com a cadeia de bits transmitida, desta forma os
dados enviados não seriam perdidos em teoria.
Se os terminais estiverem próximos fisicamente, a sincronização
pode ser feita através de um canal dedicado, que transmite um
sinal de sincronização. Nas redes LAN Ethernet o sinal de
sincronismo se encontra no próprio cabeçalho do quadro Ethernet.

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Agora, se os terminais estiverem fisicamente distantes, o uso de
um canal dedicado se torna inviável e neste caso e necessário um
sinal de sincronização que esteja incorporado no sinal transmitido,
no modo código com auto sincronismo (Self-clocking Code). Os
melhores códigos para relógio são aqueles que alteram o estado
da linha com relativa frequência, permitindo que o receptor possa
continuamente se ajustar ao sinal enviado. Estes códigos são
muito utilizados nas transmissões de dados utilizando redes WAN.

Em telecomunicações, um ótimo codificador de linha com


sincronismo incluído (no próprio sinal transmitido) é o código
Manchester, também conhecido como codificador Bifase
(Biphase Encoder). Neste codificador de linha cada bit transmitido
tem no mínimo uma transição e ocupa o mesmo intervalo de
tempo, ou seja, um bit 1 é representado por uma transição positiva
(subida) no meio do intervalo significativo do bit, enquanto o bit 0
corresponde a uma transição negativa (descida). Pode-se observar
que o codificador Manchester experimenta variações ao longo do
tempo o que, por sua vez, produz um ótimo sinal de relógio
(sincronismo) contido no sinal codificado, isto facilita muito ao
receptor na hora de recuperar os dados.

Sincronização

O código Manchester é utilizado nas redes Ethernet. Existem


códigos de linha mais complexos, por exemplo, os códigos 8B/10B
o qual utiliza menos largura de banda para atingir a mesma taxa
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de transferência, mas que pode ser menos tolerante a erros de
frequência e Jitter no relógio de referência (sinal de sincronismo)
tanto do transmissor como do receptor.

Modos de Comunicação

O fluxo de dados em uma rede de comunicação pode ser realizado


de três formas:
• SIMPLEX: O fluxo de dados ocorre em uma única direção,
ou seja, é da forma de comunicação ponto a multiponto.
Este tipo de modo de comunicação é também conhecido
como broadcast e é muito utilizado pelas emissoras de TV e
de rádio difusão.

Modo de comunicação: Simplex

• HALF-DUPLEX: O fluxo de dados ocorre em ambas as


direções, porém em uma direção de cada vez de forma
alternada. Um sistema de comunicações que faz uso deste
modo de comunicação é o sistema do tipo Walk-talk; É da
forma de comunicação ponto a ponto.

Modo de comunicação: Half-duplex

• FULL-DUPLEX: O fluxo de dados ocorre em ambas as


direções de forma simultânea. Este método de comunicação

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se caracteriza por ter uma elevada vazão e utilização
contínua de dados, diminuindo o tempo de resposta.

Modo de comunicação: Full-duplex

Saiba mais

Nas técnicas de modulação digital, existe a onda portadora digital?

Dica

A modulação AM é devido às variações da amplitude da onda


portadora, e as técnicas de FM e PM são as variações que a
frequência e a fase (variáveis angulares) sofrem dessa mesma
onda portadora. Por isso, muitas vezes é comum falar de modulação
de amplitude e modulação angular.

Estudo Complementar

Em sistemas digitais (binários) simples, se um dispositivo


multiplexador possui 4 entradas, com quantos bits esse multiplex
poderá controlar cada entrada de forma individual. Caso você
encontre uma solução para este caso simples, poderia generalizar
essa solução para um número de entradas maior, qual seria uma
limitação disto?

Para sua reflexão

Explicar o porquê das antenas de micro-ondas são preferencialmente


utilizadas para radio enlaces terrestres e via satélite?

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Um resumo completo sobre os tipos e antenas, com ênfase nas
antenas de micro-ondas, uma visão geral e completa dos meios
guiados, tais como cabos coaxiais e guias de onda. Para finalmente
termos os métodos de modulação da onda portadora pela
informação desejada e os sistemas multiplexores, elementos
básicos de todo sistema de comunicação de rádio enlace terrestre
ou via satélite.

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Protocolos e Meios de Transmissão

Neste 3º e último eixo temático, serão estudados diferentes


sistemas de comunicações, iniciamos com os sistemas por
espalhamento espectral, muito utilizados em redes de telefonia
celular e outros. Logo temos os enlaces de rádio digital terrestre e
via satélite para finalmente termos dois projetos básicos, porem
completos de um enlace de micro-ondas e um projeto de rádio
enlace digital via satélite.

• Unidade 11: Sistemas por Espalhamento Espectral


• Unidade 12: Comunicação de Rádio Digital
• Unidade 13: Comunicação via Satélite
• Unidade 14: Projeto de um Enlace de Micro-ondas
• Unidade 15: Projeto de Rádio Enlace Digital via Satélite

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Introdução

A tecnologia de comunicações por Espalhamento Espectral foi


descrita pela primeira vez por uma atriz de Hollywood Hedy Lamarr
e por um pianista George Antheil. Eles propuseram um sistema
seguro de transmissão via rádio, para controlar torpedos e
receberam a patente americana Nro. 2.292.387. O termo
espalhamento espectral, da língua inglesa Spread Spectrum (SS),
significa a expansão da largura de banda de um sinal, em alguns
casos por diversas ordens de grandeza (TURMA AGUIA, 2017).

O que é um Sistema de Espalhamento Espectral?

Por definição, um sinal de comunicações digitais é considerado


um sistema SS se, de forma cumulativa cumpre,
1) O sinal transmitido ocupar uma largura de banda maior que
a largura de banda mínima necessária para transmitir a
informação;
2) A expansão de largura de banda for obtida com um código
independente da informação.
A segunda condição exclui os sistemas de FM porque, neste caso,
a expansão de largura de banda (recordar a regra de Carson)
depende do sinal a transmitir. Lembrando que a regra de Carson
diz, que a largura de banda de um sistema pode ser representada
pela relação, , onde é a maior frequência (em banda base) a ser
modulada, é o índice de modulação e o desvio de frequência
pico.

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Entre os principais sistemas básicos de SS temos os seguintes,
1) Sistema de Sequencia Direta (Direct Sequence SS
System): Neste tipo de sistemas o espalhamento espectral
é obtido multiplicando a fonte por um sinal pseudoaleatório,
este sinal é também conhecido como ruído pseudoaleatório.
2) Sistemas de Saltos em Frequência (Frequency Hopping
SS Systems): Neste caso, o espalhamento espectral é
obtido fazendo saltitar a frequência do sinal de portadora de
forma pseudoaleatória entre vários valores de um conjunto
grande de frequências.
3) O sistema de Saltos no Tempo (Time Hopping SS
System): Aqui o espalhamento se logra da seguinte maneira.
Blocos de bits são transmitidos intermitentemente em um ou
mais intervalos de tempo (Time Slots) dentro de uma trama
com um número elevado de intervalos. A escolha dos
intervalos de tempo usados em cada trama é pseudoaleatória.
Também podem existir sistemas híbridos, ou seja, juntando dois
ou mais dos métodos básicos explicados anteriormente.

Sequência Direta

É a técnica de espalhamento espectral na qual uma portadora


modulada em fase por um sinal digital é modulada uma segunda
vez por uma sequência binária pseudoaleatória. Essa sequência
de código pseudoaleatório , cuja taxa de transmissão é muito
maior que a banda do sinal a ser transmitido (ou seja, a duração
de um pulso desta sequência , chamado “chip”, é muito menor que
a duração de um pulso do sinal a ser modulado), define o código
de espalhamento utilizado pelo sistema, que deverá ser do
conhecimento do receptor para que este recupere o sinal com a
sua banda original.

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A segunda modulação imposta ao sinal a ser transmitido é chamada
de modulação de espalhamento, sendo os dois tipos mais utilizados
a BPSK (Binary Phase Shift Keying) e a QPSK (Quadrature Phase
Shift Keying). Após esta modulação, cada bit de informação, seja
0 ou 1, aparecerá como uma sequência de bits codificados pela
sequência pseudoaleatória. O zero será representado, por
exemplo, por uma sequência de 32 bits, e o um por outra sequência
diferente de 32 bits. Na detecção, o receptor de posse do mesmo
gerador de código, e consequentemente, da mesma sequência de
bits que caracteriza o código utilizado no espalhamento, e utilizando
o critério da máxima correlação deste código com as sequências
recebidas, obtém então os zeros e uns do sinal original a partir da
sequência codificada (TURMA AGUIA, 2017).

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Codificando o sinal desejado com uma sequência PN

As sequências pseudoaleatórias utilizadas, correspondentes a


cada unidade da informação, constituem o código de espalhamento,
e devem ser projetadas tanto quanto possível para serem
ortogonais (produto interno nulo), possuindo uma função de auto
correlação máxima quando coincidentes (valor igual a 1) e - 1/N
quando defasadas.

Função de auto correlação para M = 3 ou N = 7


c

Onde Tbé o tempo de bit e Tc é o tempo de chip, ambos e


relacionam por . Conforme o valor de N cresce -1/N se aproxima
de zero, assim, a função de auto correlação se aproxima de um
impulso na origem, muito parecida com a função de auto correlação
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de um ruído branco. Portanto, uma sequência de máximo
comprimento se assemelha a um ruído branco. Um tipo de
sequência que possui estas características e que tem sido
largamente utilizada na determinação do código em sistemas de
espalhamento espectral é o de sequências máximas geradas por
registradores de deslocamento realimentados por um somador
módulo 2 (DIXON, 1994).
Sequências Pseudoaleatórias

Em sistemas de espalhamento espectral utiliza-se uma sequência


pseudoaleatória para espalhar a energia do sinal de informação
ao longo de toda a banda de transmissão do canal. A geração de
uma ótima sequência é muito importante, pois é a principal
responsável pela capacidade e a eficiência do sistema. Uma
sequência pseudoaleatória é uma sequência binária cujas
propriedades estatísticas são semelhantes àquelas de um ruído
branco gaussiano (espectro densidade de potência plano e função
de auto correlação igual a um impulso na origem). Este tipo de
sequência é gerado utilizando um registrador de deslocamento
composto por M flip-flops realimentados por uma lógica
binária linear, como mostra o seguinte diagrama.

Esquema para a geração de sequências pseudoaleatórias

Este esquema consiste de um registrador de deslocamento


realimentado por uma lógica binária que combina os estados dos
flip-flops. O sinal de relógio (Clock) desloca os estados dos flip-
flops a cada pulso e o circuito lógico é uma função booleana cujo

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resultado é realimentado na entrada do primeiro flip-flop. A
sequência pseudoaleatória gerada na saída é uma sequência
periódica que depende de M, da lógica combinacional e do estado
inicial de cada flip-flop. O esquema para a geração de sequências
pseudoaleatórias apresenta as seguintes propriedades:
• Se a lógica combinacional consistir somente de somadores
módulo 2 (portas ou exclusivo) o registrador é chamado de
linear.
• Neste caso o estado nulo, em que todos os flip-flops estão
no estado zero, não é permitido.
• O número M de flip-flops determina o tamanho (N ) da
c
sequência de saída é tal que, Nc ≤ 2 -1
M

• Caso Nc = 2M-1 dizemos que a sequência é de comprimento


máximo e muitas vezes conhecida como sequência–M.
• A sequência de saída apresenta aproximadamente as
propriedades de um ruído branco.
A maneira de exemplo, o circuito mostrado a seguir, composto de
três flip-flops, com interconexões nos flip-flops 1 e 3, gera uma
sequência pseudoaleatória de comprimento máximo, tal que N =
c
23- 1 = 7.

Circuito para a geração de sequências pseudoaleatórias utilizando 3 flip-flops

Devido a considerações de ordem prática e principalmente pela


dificuldade de se obter o sincronismo no receptor com precisão
melhor do que alguns nano segundos, os sistemas de espalhamento
espectral atuais empregam a sequência direta, trabalham

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tipicamente com geradores de código cuja taxa é menor ou igual
a 100 Mbps, implicando numa banda de espalhamento de
frequências limitadas a algumas dezenas de MHz (DIXON, 1994).

Salto em Frequência

Nesta técnica, a sequência pseudoaleatória (código de


espalhamento), alimenta o sintetizador de frequências que gera a
portadora do sinal a ser transmitido, fazendo com que esta varie
aleatoriamente dentro da banda de espalhamento. A cada instante
a portadora assume um dos 2k valores possíveis de frequências,
onde K é o tamanho da sequência de código utilizada. O código
de espalhamento neste caso, não modula diretamente a portadora
(ϝ ) que contém a informação, sendo utilizado na determinação
0

das frequências que serão geradas pelo sintetizador. Em contraste


com o sistema de sequência direta, onde a sequência de
espalhamento é utilizada sequencialmente (um bit de cada vez),
aqui ela é utilizada em paralelo ( K bits de cada vez), fornecendo
ao sintetizador a cada instante, um número pseudoaleatório de
0 a 2k - 1, correspondente à frequência que será gerada.
O sinal a ser transmitido consistirá da frequência da portadora
modulada inicialmente pelos dados a serem transmitidos e
transladada para a frequência ϝ + ϝ (através de uma modulação
0 �
MFSK, que é modulação por chaveamento de freqüência M-ário,
que é a mais empregada), onde ϝ é a freqüência gerada pelo

sintetizador a cada salto. Em um dado salto, a faixa de frequência
ocupada pelo sinal é idêntica a de um sinal MFSK convencional,
que é tipicamente muito menor do que a banda de espalhamento.
Entretanto, numa média realizada ao longo de muitos saltos, o
espectro do sinal resultante ocupará toda a banda de espalhamento
(TURMA AGUIA, 2017).
Diz-se que o sistema realiza um salto em frequência rápido FFH
(Fast Frequency Hopping), quando ele executa vários saltos

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durante um bit de informação e um salto em frequência lento ou
SFH (Slow Frequency Hopping) quando são transmitidos vários
bits de informação em cada salto. A tecnologia atual permite
bandas de salto em frequência da ordem de vários GHz, que é um
valor maior do que aqueles possíveis de serem obtidos para
bandas de espalhamento por sequência direta. Com relação à
taxa de salto, já encontramos hoje sistemas capazes de realizar
centenas de Ksaltos/seg, e outros, em desenvolvimento, já
realizam testes com taxas de salto maiores do que 1 Msalto/seg.
Cabe aqui ressaltar a distinção entre os termos salto em frequência
(Frequency Hopping) utilizado nos sistemas de espalhamento
espectral que trabalham na faixa de comunicações (VHF/UHF) e
agilidade em frequência (Frequency Agility), comumente utilizado
nos sistemas de radar que utilizam técnicas de medidas de
proteção eletrônicas. Embora o resultado final obtido seja o
mesmo, ou seja, a cada instante o sinal de interesse é transmitido
por uma portadora diferente cuja frequência varia no tempo
segundo a sequência de espalhamento, nas altas frequências
torna-se crítico o projeto de sintetizadores que cubram uma larga
faixa de frequências, e neste caso, os saltos (agilidade em
frequências) são realizados em um número reduzido de frequências
pré-selecionadas e escolhidas por um algoritmo próprio por
ocasião da transmissão. Portanto, quanto maior o número de
frequências utilizadas na agilidade, mais complexo e caro torna-
se o sistema de espalhamento de espectro em altas frequências.
Uma outra limitação na banda de espalhamento em sistemas
radar é devida ao fato de que, o espalhamento em um número
maior de frequências imporia ao sistema um maior tempo de
retardo necessário para o sincronismo inicial, retardo este
indesejável nos sistemas radar, que se caracterizam pela detecção
de pulsos rápidos e estreitos.

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Salto no Tempo

Esta técnica também é conhecida como transmissão por rajada


(Burst), consiste na transmissão da informação por blocos de
dados (salvas) de mesma duração, que são inicializadas em
tempos pseudoaleatórios, segundo um gerador de código. Em
outras palavras, a cada intervalo de tempo T é transmitida uma
salva de duração T/n, em uma das janelas de tempo existentes
neste período. A cada janela de tempo corresponde uma sequência
ortogonal do código de espalhamento, que deverá ser do
conhecimento do receptor para que este, através da correlação
das sequências de código com o sinal recebido no período T ,
identifique a posição exata da salva e assim possa recompor a
informação original.

Técnicas Híbridas

O espalhamento espectral hoje em dia, não é visto apenas como


uma maneira de se tornar as comunicações mais seguras com
relação à interceptação e à interferência, mas também como uma
maneira de melhorar a qualidade e a confiabilidade do enlace.
Embora o Espalhamento Espectral tenha surgido basicamente do
emprego militar, suas vantagens têm despertado o interesse de
pesquisadores em inúmeras áreas, e a cada dia que passa é maior
o emprego desta técnica, principalmente em redes rádio móveis
(telefonia, rádio amador, etc.), sistemas de posicionamento
geográfico, comunicações por satélite, sistemas que transmitem
referências precisas de tempo, etc.

O fato de cada transmissão ocupar uma larga faixa de frequência


no espectro, é compensado pela capacidade inerente do sistema
de espalhamento espectral de reduzir a interferência entre sinais
que utilizem códigos diferentes, permitindo assim que vários
usuários utilizem a mesma faixa de frequência. Existem alguns

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pontos críticos no desenvolvimento de sistemas de espalhamento
espectral, dentre os quais podem-se citar:

a) Velocidade de processamento: à medida em que são


desenvolvidos códigos mais eficientes, os processadores
precisam ser mais rápidos, a fim de que a correlação com
sequências longas possa ser realizada em tempo real;
b) O sincronismo entre o transmissor e o receptor, que passa
pelas fases de aquisição (no início da transmissão) e
rastreio (durante a comunicação), precisa ser estabelecido
no menor intervalo de tempo possível, principalmente nas
comunicações militares em nível tático, que se
caracterizam pela transmissão de mensagens de curta
duração.
Deve-se buscar um ponto de equilíbrio entre o comprimento da
sequência de espalhamento e o tempo de sincronismo, de acordo
com o emprego do sistema de espalhamento espectral, pois ao
mesmo tempo em que sequências maiores (longo período) são
desejáveis, estas acarretam um maior tempo para que se obtenha
o sincronismo inicial do sistema. As técnicas de espalhamento
espectral mais utilizadas hoje em dia, tanto em equipamentos de
emprego militar como civil, são a sequência direta e o salto em
frequência, por serem as que proporcionam melhores desempenhos
e maiores ganhos de processamento (TURMA AGUIA, 2017).

Aplicações dos Sistemas com Espalhamento Espectral

Inicialmente e durante muito tempo as técnicas de espalhamento


espectral tiveram uma utilização estritamente militar e por isso
evoluíram a partir de ideias relacionadas com radar, comunicações
secretas e sistemas de telecomando de torpedos e mísseis. Hoje
em dia há inúmeras aplicações civis. Eis algumas:

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• GPS (Global Positioning System)
• Redes celulares móveis de 2ª geração (IS-95, EUA)
• Redes celulares móveis de 3ª geração (IMT-2000)
• Redes de satélites para comunicações pessoais (Por
exemplo, Globalstar)
• Wireless LANs (ex.: IEEE802.11 (EUA) e BRAN (Europa))
• Sistemas de alarmes em edifícios
O principal interesse atual dirige-se às aplicações que
envolvem acesso múltiplo (CDMA):
• Em DS/SS: Todos os usuários partilham a mesma banda de
frequências e transmitem os sinais simultaneamente; no
receptor o sinal pseudoaleatório “desespalha” e extrai o sinal
desejado; pelo contrário, os sinais indesejados são
espalhados visto não terem sofrido previamente a operação
de espalhamento no emissor.
• Em FH/SS e TH/SS: Cada usuário usa um código PN
diferente, de tal modo que não há dois emissores a usar a
mesma frequência ou o mesmo “Time Slot” ao mesmo
tempo.
Os emissores evitam a colisão uns com os outros.
Finalmente apresentamos um diagrama em blocos de um sistema
de telecomunicações utilizando a técnica de espalhamento
espectral (HAYKIN, 2001).

Sistemas de comunicação com espalhamento espectral

www.esab.edu.br 98
Introdução

Um enlace rádio digital é utilizado para o transporte de


informação entre dois pontos fixos, tendo o espaço livre como
meio de transmissão, esta forma de comunicação é bastante
conhecida como comunicação sem fio ou Wireless.

Rádio enlace ponto a ponto

As principais aplicações de enlaces rádio digital ponto a ponto


são:
• Rede de transporte das operadoras de telefonia fixa e celular.
São muito utilizados pelas operadoras de celular na
interligação de estações de Rádio Base (ERBs) com as
Centrais de Comutação e Controle (CCCs).
• Redes de dados para atendimento de clientes corporativos,
principalmente na implantação do acesso.
• Redes de distribuição de sinais de TV.
• Provedores de internet.

Canais SDH e PDH

Em um enlace rádio digital a informação (voz, dados ou imagens)


está em formato digital e é transportada em canais padronizados

www.esab.edu.br 99
do tipo PDH (Plesiochronous Digital Hierarchy) ou SDH
(Sinchronous Digital Hierarchy). Ainda antes dos anos 1960,
objetivando o atendimento exclusivo de serviços de voz, foi
desenvolvida essa tecnologia de hierarquia digital para canais de
comunicação onde ocorre multiplexação sucessiva usando-se
TDM (Time Division Mulplexing). Neste método de comunicação
TDM, bytes são transmitidos em ciclos pelo canal, medindo-se a
taxa de transmissão em bits por segundo (bps), quilobits por
segundo (kbps) ou Mega bits por segundo (Mbps).

Os canais da hierarquia PDH são agrupados, formando os níveis


hierárquicos. Assim, 32 canais de 64 kbps formam um canal com
2,048 Mbps, via intercalação sequencial de bytes, compondo
assim um canal de hierarquia de primeira ordem. Este canal é
denominado de E1.
Combinações de canais de hierarquia de primeira ordem compõem
canais de hierarquia de segunda ordem, através do mecanismo
denominado intercalação sequencial de bits. Quatro canais de 2
Mbps (E1), formam um canal de segunda ordem de 8 Mbps (E2).
Quatro destes formam a terceira ordem em 34 Mbps que (E3), por
sua vez, formam a quarta ordem em 140 Mbps (E4). Chega-se a
quinta ordem em 565 Mbps (E5).

Sistema multiplex com canais SDH/PDH

Devido a razões como imperfeições do canal (combatidas com a


utilização de bits de justificação), as taxas de bits dos canais
associados podem ser levemente diferentes. O que gerou a
denominação PDH. Considera-se a PDH uma tecnologia em
descompasso com a evolução dos sistemas de telecomunicação

www.esab.edu.br 100
devido à impossibilidade de identificação de canais individuais
dentro dos fluxos de bits de hierarquias superiores. Vem sendo
substituída por sistemas SDH (NASCIMENTO, 2000).
Sistema de Rádio Enlace Digital

A seguinte figura apresenta o diagrama de blocos funcional de um


enlace de rádio digital ponto a ponto.

Sistema de Rádio Enlace Digital

O Sinal Digital 1, em um enlace rádio digital, assume normalmente


um dos formatos PDH (E1 a E4) ou SDH (STM-1) apresentados
na tabela a seguir. Existem rádios que transportam canais de n x
64 kbps em uma hierarquia menor que E1 ou em STM-0 (51,84
Mbps) (HAYKIN, 2001).

Hierarquia Taxa de Bits Capacidade de Multiplexação


Digital Notação Usual Valor Exato
E1 2 Mbps 2.048 kbps 30 canais de 64 kbps (E0)
E2 8 Mbps 8.448 kbps 4 E1
E3 34 Mbps 34.368 kbps 16 E1
E4 140 Mbps 139.264 kbps 64 E1 ou 4 E3
STM-1 155 Mbps 155.520 kbps 63 E1 ou 3 E3

O multiplexador na entrada permite o transporte de canais com


hierarquia (taxas de bits) menor que a do Sinal Digital 1 conforme
indicado na tabela. O sinal Digital 1 é codificado gerando o sinal

www.esab.edu.br 101
Digital 2. A finalidade desta codificação (codificação de canal) é
melhorar a confiabilidade com que a informação é transmitida,
permitindo que erros na transmissão sejam detectados e corrigidos.
Podem ser utilizados dois tipos de códigos:
• Códigos de linha: São os códigos referentes ao formato do
sinal digital. Eles são utilizados na transmissão de um sinal
digital de modo a eliminar uma longa sequência de 0s ou 1s
reduzindo a probabilidade de erro na transmissão. Exemplos:
AMI, HDB-3 e CMI.
• Códigos para detecção e correção de erro: Neste caso
podemos exemplificar o famoso algoritmo FEC (Foward
Error Correction).
O Sinal Digital 2 é então modulado sendo gerado desta forma um
sinal analógico que pode ser transmitido na frequência de operação
do rádio. A principal função da modulação é permitir que estes
sinais de banda básica sejam transmitidos em frequências mais
altas possibilitando a ocupação do espectro eletromagnético.
Como vistos anteriormente, os principais tipos de modulação são
o ASK (Amplitude Shift Keying), FSK (Frequency Shift Keying),
PSK (Phase Shift Keying) e a QAM (Quadrature Amplitude
Modulation).
Os enlaces de rádio digital estão utilizando modulações cada vez
mais eficientes nas quais um símbolo representa mais de 1 bit.
Estes esquemas de modulação permitem aumentar a taxa de bits
transmitida em uma banda de frequências, mas tornam a
transmissão mais sensível a ruídos e interferência exigindo uma
melhor codificação de canais além de outros cuidados no projeto
e implantação do enlace (HAYKIN, 2001).
O sinal modulado é amplificado e transmitido sendo recebido na
outra ponta onde é demodulado e o sinal digital original é
recuperado. Ao se propagar entre transmissor e receptor o sinal é
atenuado e está sujeito a ruído e interferências como apresentado
a seguir.

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O Enlace Digital

No dimensionamento de um enlace de rádio o objetivo é


garantir que o sinal digital original que transporta a informação
possa ser regenerado na outra ponta com uma taxa de erros
aceitável. Para que isto ocorra a relação portadora a ruído C/N
(Carrier to Noise Ratio) na recepção tem que ser maior que um
valor mínimo especificado. Este valor é função da modulação e
mecanismos de codificação utilizados no enlace. A potência do
transmissor e antenas devem ser, portanto, dimensionadas de
modo a compensar as perdas na propagação e outras
características referentes à polarização cruzada e atenuação nos
conectores, cabos coaxiais ou guias de ondas. É necessário
também incluir uma margem para fazer frente a sinais interferentes
próximos a banda de frequências utilizada pelo enlace. Estes
sinais podem aumentar o nível de ruído no receptor e por
consequência piorar a relação portadora ruído. Apresenta-se a
seguir com mais detalhes as perdas de propagação.

Perdas de Propagação

Em um enlace rádio o sinal é transmitido pela antena transmissora


e se propaga na forma de ondas de rádio (OEMs) até a antena
receptora. Ao se propagar de uma antena até a outra o sinal é
atenuado estando sujeito às seguintes perdas que serão estudadas
a seguir.
Perda no Espaço Livre

Apenas parte da energia transmitida através das ondas


eletromagnéticas é captada pela antena receptora. Esta energia é
tanto menor quanto maior a frequência e a distância. Esta perda,
denominada perda no espaço livre é expressa em dB pela seguinte
fórmula, denominamos como perda no espaço livre a letra ,
portanto,

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Onde é a distância em quilômetros (km) e a frequência em MHz.
Desvanecimento

Ao se propagar as ondas de rádio estão sujeitas a reflexões no


solo e na atmosfera que provocam alterações na sua amplitude e
caminho percorrido ocasionando variações na potência do sinal
recebido. Estas variações são chamadas de desvanecimento
(fading). O desvanecimento pode ser causado também por
obstáculos na linha de visada direta, ou por atenuação devido a
chuvas.
Disponibilidade do Enlace

Compensar todas as perdas no enlace devido a desvanecimento


pode levar a utilização de margens muito grandes encarecendo
ou até inviabilizando o enlace. Em certos casos, principalmente
em frequências mais altas onde a atenuação devida a chuvas é
maior, procura-se especificar uma margem que garanta uma alta
disponibilidade para o enlace, admitindo-se, no entanto, que ele
fique indisponível por um certo período de tempo. Por exemplo,
um enlace com uma indisponibilidade anual 99,995% ficará
indisponível no ano 26,28 minutos.
Em frequências acima de 10 GHz e em regiões de clima tropical
como o Brasil a atenuação por chuva é um fator relevante no
dimensionamento de enlaces de rádio. Este dimensionamento é
feito utilizando modelos de estimativa de chuva da UIT ou outros
desenvolvidos no Brasil. É importante lembrar que a disponibilidade
do sistema como um todo é menor que a disponibilidade do enlace
pois deve levar em consideração as falhas nos equipamentos que
o compõem. A especificação de desempenho do enlace é
normalmente definida tendo por base a ITU-T G.821 ou G.826.

Frequências Utilizadas em Rádio Enlaces

A seguinte tabela mostra as frequências disponíveis no Brasil para


implantação de enlaces de rádio digitais ponto a ponto, juntamente

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com as capacidades permitidas e regulamentação aplicável
(TELECO, 2017).

Frequência (GHz) Faixa (MHz) Taxa (Mbps) Regulamentação


0,4 413,05 - 423,05; 440 - 450 2, 4, 8 Norma 07/97
1,5 1473,75 – 1452; 1503,25- 2 Res. 198
1517
2 2025-2110; 2200-2290 21x2, 34 e 51 Res. 240
4 3800-4200 140 e 155 Res. 103
5 4400-5000 140 e 155 Res. 104
6 5925-6425 140 e 155 Res. 105
6 6430-7110 34, 51 e 2x34 Res. 346
7 7425-7725 2 a 155 Norma 001/95
8 7725-7925; 8025-8275 140 e 155 Res. 310
8,5 8275-8500 2 a 51 Res. 106
11 10700-11700 140 e 155 Norma 16/94
15 14500-15350 2 a 17 Res. 129
18 17700-18140; 19260-19700 8x2 a 155 Norma 15/96
18 18580-18820; 18920-19160 2a8 Norma 04/91
23 21200-21550; 22400-22750 2 a 155 Norma 17/94 Norma
27/94
23 21800-22400; 23000-23600 2 a 155 Norma 03/92
25 – 31 25350-28350; 29100- 34 a 155 Res. 342
29250; 31000 - 31300
38 37000 - 39500 2 a 155 Res. 374

Com as frequências mais baixas é possível estabelecer radio


enlaces com distâncias maiores, porém, o espectro eletromagnético,
nestas faixas, encontra-se, mais congestionado. Frequências
maiores de 8 GHz são mais sensíveis a atenuação pela chuva e
são empregadas em enlaces de rádio menores, isto é, de poucos
quilômetros de distância.
Os sistemas de telecomunicações por rádio fazendo uso da
tecnologia de espalhamento espectral (Spread Spectrum Systems)
podem ser utilizados sem necessidade de autorização de uso de
frequência nas seguintes faixas de: 902 – 907,5; 915 – 928; 2400
– 2483,5 e 5725 – 5850 MHz.
Em abril de 2004 existiam 31 fabricantes com equipamentos
(transceptor digital) para enlaces rádio digital, homologados pela
Anatel pela Resolução 242 (ANATEL, 2017).

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Basicamente um satélite de telecomunicações artificial nada mais
é como uma torre de rádio enlace só que muito alta, colocada em
uma altura elevada, mas o funcionamento é praticamente o
mesmo, ou seja, o satélite é um repetidor de ondas de rádio no
espaço, é o se conhece com o nome de Transponder (Transmiter/
Responder). Nesse sentido, a comunicação via satélite tornou-se,
desde a sua criação, a maior evolução do homem no quesito
comunicação. Através da comunicação via satélite foram possíveis
vários progressos, dentre eles e com destaque a área das
geociências, as telecomunicações e o transporte aéreo. Isto
melhorou substancialmente a segurança e o desenvolvimento
mundial.
Com o avanço das tecnologias em eletrônica e microinformática,
o satélite passou a ser também o mais importante meio de
transmissão de dados, podendo interligar qualquer parte do mundo
em tempo quase real. Um dos recursos mais empregados nas
telecomunicações são os satélites artificiais, que podem ser
geoestacionários ou não geoestacionários. A comunicação via
satélite apresenta grandes vantagens em relação aos meios
tradicionais, principalmente no que diz respeito à grande
largura de banda disponível.
Em termos simples, o satélite é como um grande comutador,
recebendo sinais, por exemplo, de um terminal de muito pequena
abertura ou VSAT (Very Small Aperture Terminal) e repetindo esse
sinal de forma direta para o ponto máster. Dessa forma, sua rede
tem um ponto no espaço que facilita a transposição de grandes
distâncias. Por se tratar de um meio que dispensa a utilização de
cabo e grandes investimentos em infraestrutura, pode atender
diversas localidades isoladas como pequenas cidades afastadas,

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cetros mineiros, barcos em alta mar, etc.

Sistema básico de comunicações via satélite

Um Pouco de História

Fazendo um breve repasso histórico, temos que, o primeiro satélite


artificial foi o Sputnik, lançado pela União Soviética em 4 de outubro
de 1957. O lançamento colocou a URSS na frente da corrida
espacial e iniciou a corrida espacial, uma das competições mais
acirradas da Guerra Fria. Pesando cerca de 84 kg foi feito pelos
soviéticos e emitia sons em determinadas frequências. Meses
depois os americanos lançaram seu primeiro satélite, o Explorer
1, que só pesava 14 kg e foi capaz de descobrir o Cinturão de Van
Allen, um cinturão magnético que protege a Terra da radiação
solar.
O que é um Satélite Artificial?

Um satélite artificial é qualquer corpo feito pelo homem e colocado


em órbita ao redor da Terra ou de qualquer outro planeta. Hoje em
dia, ao contrário do que ocorria no início da história dos satélites
artificiais, o termo satélite vem sendo usado praticamente como
um sinônimo para “satélite artificial”. O termo “satélite artificial”
tem sido usado quando se quer distingui-los dos satélites naturais,

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como a Lua.
Atualmente estão em órbita, para além dos satélites do Sistema
de Posicionamento Global ou GPS (pelas suas siglas em inglês
Global Positioning System), satélite de comunicações do tipo
Intelsat, satélites científicos, satélites militares e uma grande
quantidade de lixo espacial, ou seja, não se deve se referir à
satélites apenas como um meio de transporte de dados ou apenas
um meio de mapear ou espionar o sistema terrestre.

Transmissão via Satélite

O satélite, do ponto de vista de transmissão é uma simples


estação repetidora dos sinais recebidos da Terra que são
detectados, deslocados em frequência, amplificados e
retransmitidos de volta à Terra. Um satélite típico é composto
de uma parte comum (Bus) onde se encontram as baterias, painéis
solares, circuitos de telemetria e a parte de propulsão. Além do
Bus temos a carga útil (Payload) composta essencialmente dos
circuitos repetidores, denominados Transponders.

Transponder

O transponder é o dispositivo responsável pela retransmissão do


sinal recebido no Satélite e consiste de um conjunto de componentes
eletrônicos que recebe o sinal da Terra (enlace de subida Uplink)
e após algum processamento como ganho de potência, filtragem
e translação de frequência o retransmite para o planeta (enlace de
descida Downlink). Um satélite geralmente é composto de vários
transponders que atuam como unidades independentes de
repetição, cada uma ocupando uma faixa exclusiva de frequências,
sendo importante para aumentar a confiabilidade e versatilidade
do satélite. Um transponder é composto por um amplificador
de baixo ruído, um filtro passa-faixa, osciladores de batimento
e um amplificador de ganho variável. O sinal recebido é
amplificado pelo amplificador de baixo ruído e, com o auxílio do
oscilador de batimento, a frequência é convertida para outra que
esteja dentro da faixa de frequência do sinal de descida. Este

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procedimento ocorre no misturador de frequência. O sinal de saída
do conversor subtrativo é filtrado pelo filtro passa-faixa, sendo
este com a finalidade de eliminar os sinais dos outros canais de
transponders de frequência próxima.
Em seguida, o sinal de saída do filtro passa-faixa é aplicado ao
amplificador de ganho variável, onde a saída é constantemente
monitorada pelo circuito de Controle Automático de Nível (CAN),
que regula a quantidade de amplificação proporcionada em função
do nível do sinal monitorado. Caso o sinal esteja abaixo do valor
de referência, é aumentada a amplificação e, caso contrário, ela é
reduzida.

Amplificador de
Amplificador
BPF Baixo Ruído Misturador BPF
TWT
(LNA)

Oscilador de deslocamento
Para a estação
Da estação terrena de 2 GHz
terrena
(6 a 14 GHz)

Sistema básico de Transponder de um satélite

O CAN disponibiliza uma tensão de saída que é proporcional à


intensidade do sinal processado e, com esta tensão, é realizado o
ajuste de potência, ou seja, o aumento ou a redução de potência
dos sinais enviados da Terra para o Satélite, na frequência do
transponder afetado. Depois de amplificado e regulado o nível, o
sinal é enviado para o amplificador de potência de transmissão,
que resulta no mecanismo amplificador.

Frequências de Operação

Os satélites de comunicação usam as faixas C (4 a 8GHz), X (12,5


a 18GHz), Ku (12,5 a 18GHz) e Ka (18 a 40 GHz). Por exemplo,
para a frequência de subida (Uplink) da estação terrena para o
satélite, a Banda C opera em 5,850 a 6,425 GHz e na descida
(Downlink) que vai do satélite para a estação terrena, opera (na

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mesma Banda C) em 3,625,0 a 4,2 GHz. E na Banda Ku no enlace
de subida (Uplink) opera em 14,0 a 14,5 GHz e no enlace de
descida (Downlink) que vai do satélite para a estação terrena,
opera nas frequências de 11,7 a 12,2 GHz.

A faixa C é a mais utilizada nas transmissões telefônicas


interurbanas e internacionais, bem como na transmissão de TV; a
faixa X é de uso militar e a Ku permite a TV por assinatura via
satélite. Sistemas de comunicação via satélite nas bandas Ku e
Ka constituem uma tecnologia moderna e de grande potencial em
termos de serviços de telecomunicações. Devida à frequência
elevada, serviços de telecomunicações como de telefonia, de
dados e de televisão podem ser realizados através de redes com
topologia em estrela constituídas de estações terminais de
pequeno porte denominadas de VSAT, acopladas a uma estação
central mestre. As redes VSATs são uma solução técnica-
econômica interessante para países em desenvolvimento
como o Brasil, pois possui grandes áreas com comunidades
remotas ou isoladas.

Entretanto, nas Bandas Ka e Ku, a ocorrência de chuvas tem sido


uma preocupação devida à atenuação de propagação por elas
causada. Em países de clima Tropical e Equatorial como o Brasil
esta preocupação é maior considerando o regime de chuvas mais
intensas. Também a atenuação por nuvens nestas regiões é
significativa. Dependendo da intensidade da chuva uma interrupção
do enlace via satélite pode ocorrer, deixando o serviço não
disponível.

Capacidade dos Satélites

Os satélites de comunicação utilizam técnicas para aumentar a


capacidade de canais dentro de uma faixa de frequência. Os
satélites brasileiros Brasilsat e Intelsat, operando na faixa C, entre
4 e 6 GHz utilizam frequências entre 5925MHz e 6425MHz para
transmitir da Terra para o satélite e frequências entre 3700MHz e

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4200MHz para transmitir do satélite para a Terra. Essas frequências
são divididas em 12 faixas, cada um pertencendo a um transponder.

Canais de um satélite com as curvas de resposta de cada um dos 12


transponders
Para aumentar a capacidade de cada canal dentro da mesma
faixa de frequência, os satélites utilizam dois sistemas de
transmissão operando com polaridade cruzada de antenas. Para
isso, um dos sistemas a polaridade vertical e outro a polaridade
horizontal. Embora os sinais ocupem a mesma faixa de frequência,
as antenas conseguem separar os sinais, direcionando-os aos
respectivos transponders. A polarização cruzada permitiu dobrar a
capacidade de um sistema de comunicação por rádio. Os satélites
geoestacionários utilizam a polaridade cruzada para aumentar de
12 para 24 o número de canais.

Sistema Intelsat com satélites geoestacionários posicionados a 35.000 Km da Terra

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Múltiplo Acesso

O satélite de comunicação permite o acesso múltiplo, ou seja,


várias estações terrestres podem manter comunicação simultânea
com o satélite, transmitindo ou recebendo informações. O acesso
múltiplo exige um gerenciamento preciso por parte da
empresa operadora do satélite, com o objetivo de evitar
interferência mútua entre as diversas estações. O acesso do
satélite e feito por FDMA, SCPC e TDMA, desses o único que
suporta sinais analógicos é o FDMA, os demais transmitem sinais
digitais (HYKIN, 2001).

Esquema de múltiplo acesso ao satélite


FDMA

A sigla FDMA (Frequency Division Multiple Access) significa (em


português) Acesso Múltiplo por Divisão de Frequência, isto é
assim, pois a faixa de frequência de um transponder é subdividida
em partições menores de tamanho variável em função do número
de canais de voz transmitidos em cada partição. Os canais de voz
são multiplexados em frequência, aplicado um modulador FM, e
em seguida convertido para a frequência de enlace de subida,
sendo transmitida para o satélite. No satélite, o sinal é recebido e
convertido para a frequência do enlace de descida e amplificado
de pelo amplificador de potência, para aí ser devolvido para a

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Terra. A estação terrena a que se destina o sinal seleciona a
partição correspondente ao transponder desejado e extrai o sinal
FDMA, recuperando sinal original, esse processo e ilustrado na
seguinte figura que mostra a estrutura de acesso FDMA (HAYKIN,
2001).

Estrutura de acesso FDMA

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Diagramas espectrais de alguns pontos do transmissor FDMA

O acesso FDMA aplica-se na transmissão de sinal telefônico


analógico. São necessários os sentidos de transmissão para
permitir a comunicação duplex (simultânea em dois sentidos). Um
ponto negativo do FDMA é o baixo rendimento espectral, pois o
número máximo de canais por transponder é inferior a 500
(NASCIMENTO, 2000).

SCPC

A sigla SCPC (Single Channel Per Carrier) significa (em português)


Canal Único por Portadora, e destina-se à transmissão da voz
digitalizada a 64 kbps (ou dados com velocidade de até 2048 kbps)
no modo de duplex. Até 800 canais de voz podem ser transmitidos
dentro da faixa do transponder de 36 MHz, utilizando-se a
modulação QDPSK. Como a modulação QDPSK transmite 2 bits
de cada vez, a taxa de modulação é de 32 kbaud. Cada canal
pode ocupar, no máximo, 36 MHZ / 800 = 45 kHz. No sistema
SCPC o sinal é aplicado a um modem QDPSK, sendo gerado um
sinal de amplitude constante e fase chaveada contendo uma
constelação de 4 pontos. Esse sinal deve ocupar uma frequência
dentro de faixa de 52 MHz a 88 MHz. O valor da frequência exata
é determinado pela operadora do serviço de satélite, sendo
escolhido para coincidir com uma faixa de frequência livre do
transponder. Depois de obtido o sinal ele é transmitido para o
satélite.
No satélite, o sinal é recebido e amplificado, e convertido para a
frequência do enlace de descida e é novamente amplificado, para
obter os níveis de potência, sendo retransmitido para a Terra. Na
terra, a estação terminal terrena de destino recebe o sinal vindo
do satélite, converte-o para a frequência intermediária, filtra o sinal
FI e o converte para a frequência específica do demodulador, onde
são recuperados os dados e entregues para a rede de transmissão
(fibra ótica, cabo metálico ou rádio digital) e daí são transportadas
até o usuário. Também é possível, para o usuário, acessar

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diretamente a o satélite de comunicação. Para isto basta que
instale os equipamentos e as antenas necessários, além de
contratar os serviços com a operadora do satélite, quando será
feita a configuração do acesso. O processo descrito acima está
ilustrado na seguinte figura (HAYKIN, 2001).

Estrutura de acesso SCPC

TDMA

A sigla TDMA (Time Division Multiple Access) significa (em


português) Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo, essa forma de
acesso é muito parecida com a multiplexação por divisão de
tempo. A diferença é que cada intervalo de tempo, chamado de
partição, é, em princípio, endereçado para uma estação terrena
diferente. Para isso, cada quadro formado por um número n de
partições é emitido, sendo cada partição dividida em 3 partes, de
acordo com a seguinte figura.

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Estrutura de sinais do acesso para o TDMA

O início de cada quadro é identificado por seu padrão característico


de bits, contidos na referência. Em seguida, iniciam-se as partições
de tempo que transportamos dados do usuário. Cada partição
contém, no início, uma quantidade de bits com a fina li de proteção,
evitando a sobreposição do sinal da partição anterior. Após os bits
de proteção, segue o cabeçalho, contendo os bits de sincronização
e endereçamento.
Finalmente, são transmitidos os bits de dados do usuário. Os bits
de sincronismo são necessários para sincronizar os caracteres de
dados, identificando o primeiro bit de cada caractere. Os bits de
endereçamento são os usados para identificar o destinatário dos
dados transmitidos a seguir. A velocidade de transmissão para
dados varia entre 2,4 e 6,4 kbps. Sinais de voz podem ser
codificados a 32 ou 64 kbps.

Tipos de Satélites

Os satélites de comunicações são satélites que retransmitem


sinais entre pontos distantes da Terra. Estes satélites servem para
retransmitir dados, sinais de televisão, rádio ou mesmo telefone.
Os chamados telefones por satélite baseiam-se numa rede Iridium,
uma rede de satélites de baixa altitude. Os satélites científicos são
utilizados para observar a Terra ou o espaço ou para realizar
experiências em micro gravidade. Os satélites de observação da
Terra permitem estudar as mudanças climáticas, para estudar os
recursos naturais, para observar fenómenos naturais, para o
mapeamento de cidades e até para a espionagem (alguns foto-
satélites tem o poder de aproximação de 1m de dimensão, mas

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existem especulações de satélites secretos com maior poder de
aproximação).
O Espaço é o local ideal para a realização de observações
astronómicas já que a luz emitida pelas estrelas não é perturbada
pela atmosfera terrestre. Por este motivo é que os cientistas
optaram por colocar o telescópio Hubble em órbita junto à outros
que utilizam ondas de radar para fazer o mapeamento do espaço.
O espaço é também o local ideal para se realizarem experiências
em condições de micro gravidade. Estas experiências são
realizadas a bordo do módulo orbital do Vaivém Espacial e a bordo
da Estação Espacial Internacional.

Não há estatísticas oficiais, mas estima-se que já foram lançados


aproximadamente 4.600 satélites, e que apenas cerca de 500
deles continuam em funcionamento. A União Soviética foi o
primeiro país a colocar um satélite no espaço, o Sputnik, em 1957.
Em primeira aproximação, o satélite é afetado por uma única
força, a força gravitacional exercida no satélite pela Terra. A
intensidade desta força determina-se pela Lei da Atração Universal.
Por outro lado, e pela 2ª lei de Newton, a intensidade da força é
diretamente proporcional à intensidade da aceleração. A aceleração
tem a mesma direção e o mesmo sentido que a força gravitacional.
Entre a diversidade de tipos de satélite orbitando o planeta Terra,
temos os seguintes,
• Biossatélites: São satélites projetados para levar ao espaço
organismos vivos para experimentação científica.
• Satélites miniaturizados: São satélites com dimensões e
massas reduzidas. Hoje, esses satélites são categorizados
como minissatélites (500–200 kg), microssatélites (menos
de 200 kg) e nano satélites (menos de 10 kg).
• Satélites de energia solar: São satélites que usam células
solares para captar a energia solar e a convertem em um
feixe de micro-ondas, transmitido para grandes antenas na
no planeta terra por potentes transmissores a bordo do
satélite. A energia captada pela antena pode então ser usada
como uma fonte alternativa de energia.

www.esab.edu.br 117
• Estações espaciais: São estruturas fabricadas pelo homem
e projetadas para permitir que seres humanos possam viver
no espaço exterior. Uma estação espacial difere de uma
espaçonave. Ao contrário das espaçonaves, as estações
espaciais não possuem capacidade de propulsão nem de
aterrissagem. Por outro lado, as estações espaciais são
projetadas para permitir a permanência humana por médios
períodos de tempo, que variam de semanas até alguns anos.

Tipos de Satélites por Função

• Satélites astronômicos: São satélites usados para


observações astronômicas, tanto no óptico, quanto em
outras bandas do espectro eletromagnético.
• Satélites de comunicação: São satélites estacionários
utilizados em telecomunicação.
• Satélites do Sistema Global de Navegação (GPS): São
satélites que enviam sinais de rádio a receptores móveis na
Terra possibilitando a determinação precisa de sua
localização geográfica. A recepção direta do sinal dos
satélites GPS, combinada com uma eletrônica cada vez
melhor, permite que o sistema GPS determine a posição
com um erro de poucos metros, em tempo real.
• Satélites de reconhecimento: São satélites projetados
para observação da Terra ou antigos satélites de comunicação
utilizados para fins militares ou de espionagem. Pouco se
sabe sobre a capacidade real desses satélites, pois os
países que os desenvolvem geralmente não divulgam
informações sobre eles.
• Satélites para observação terrestre: São satélites
projetados para uso não militar, para, por exemplo,
monitoramento ambiental, meteorologia, mapeamento
geográfico, etc.
• Satélites meteorológicos: São satélites projetados
essencialmente para monitorar o tempo e o clima na Terra.

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• Armas antissatélites: Por vezes chamados de satélites
assassinos, são satélites projetados para destruir satélites
“inimigos” e outros tipos de alvos em órbita. Tanto os Estados
Unidos quanto a antiga URSS têm esses tipos de satélites.

Órbitas Típicas

Os satélites artificiais ocupam diferentes órbitas e claro, que


possuem diferentes características. Normalmente essas rotas são
definidas em relação à Terra.
A maioria dos satélites de telecomunicações são satélites
geoestacionários, ou seja, eles ocupam uma órbita geoestacionária
(ANATEL, 2017). Outras órbitas possíveis são:
• Órbita terrestre baixa
• Órbita circular intermediária
• Órbita polar
• Órbita geossíncrona
• Órbita supersíncrona
• Órbita subsíncrona
• Órbita elíptica
• Órbita de transferência de Hohmann
• Órbita heliossíncrona
• Órbita de transferência lunar
• Órbita de calunia elíptica

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Algumas órbitas típicas de satélites artificiais

Segmento Espacial e Terrestre

O satélite é o elemento físico comum de interligação das estações


terrenas, atuando como estação repetidora. Devido a sua altitude,
permite a transmissão de sinais diretamente entre duas estações,
sem que existam necessariamente pontos intermediários. Um
sistema via satélite está composto de um Segmento Espacial e
um Segmento Terrestre:
• O Segmento Espacial: Composto por um ou mais satélites
e pelos equipamentos necessários às funções de suporte e
operação dos satélites, tais como telemetria, rastreio,
comando, controle e monitoração.
• O Segmento Terrestre: São as estações terrenas de
comunicação que transmitem os dados de um ponto
geográfico para outro. Cada estação terrena consta de uma
antena parabólica, amplificadores de alta potência para
transmissão (Uplink), amplificadores de recepção (Downlink)
de baixo ruído e equipamentos de comunicação.

www.esab.edu.br 120
O segmento Espacial e terrestre de um sistema de
telecomunicações via satélite

O Sistema Brasileiro de Transmissão por Satélite (SBTS)

O SBTS de propriedade da Embratel é composto por satélites com


as seguintes características básicas:
• Giro estabilizados: altitude é mantida pela força centrípeta
da metade que gira sobre o próprio eixo.
• Comprimento: 7,1 metros
• Diâmetro: 2,16 metros
• Massa: 1.140 Kg (lançamento) e 671 Kg (órbita)
• Transponders: 36, 36 MHz/cada, 36 dBW
• Redundância: TWT ¼
• Frequências de operação: 6,0 GHz (Uplink) e 4,0 GHz
(Downlink)
• Energia: 982 W (inicial) e 799 W (final)
• Potência Irradiada (EIRP/canal): >= 34 dBW
• Expectativa de Vida Útil: 11 anos
• Altitude: 36.000 km em 65W e 70W de potência (satélites
Intelsat)

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Existem diversos fornecedores de equipamentos para montagem
de uma rede de transmissão via satélite, como Hughes, Vitacom,
Tridom, Scientific Atlanta, NEC e G&E. O Segmento Espacial, no
entanto, é provido apenas pela Embratel, no Brasil. Os serviços
de provimento de facilidades via satélite chamam-se Serviços
DataSat:
• DataSat Plus: Serviço SCPC/MCPC para transmissão em
alta velocidade ponto-aponto ou multiponto. Velocidades de
64 Kbps a 2 Mbps.
• DataSat Uni: Serviço de difusão de mensagem, unidirecional,
para estações tipo VSAT.
• DataSat Bi: Serviço bidirecional para estações tipo VSAT.
Se as estações terrenas forem da Embratel, chama-se
Compartilhado. Se as estações terrenas forem do cliente,
chama-se Exclusivo.

Dos vários subsistemas que um satélite possui o que mais nos


interessa é o de comunicações. Neste sistema temos um repetidor
ativo que recebe, converte a frequência, amplifica e retransmite
para a Terra os sinais recebidos. Os circuitos são denominados
Transponders. Cada Transponder é responsável pela recepção e
retransmissão de uma determinada banda de frequência. Um
satélite tem, tipicamente, de 20 a 40 Transponders.
As faixas de frequências mais utilizadas pelos sistemas de
comunicação via satélite são:

• Banda L: De 1,5 a 2,5 GHz


• Banda C: De 5,850 a 6,425 GHz (Uplink = Terra → Satélite)
De 3,625 a 4,200 GHz (Downlink = Satélite → Terra)
• Banda Ku: De 14,0 a 14,5 GHz (Uplink = Terra →
Satélite)
De 11,7 a 12,2 GHz (Downlink = Satélite → Terra)
• Banda Ka: De 20,0 a 30,0 GHz
As bandas mais utilizadas são a C e a Ku, sendo a banda Ku a
mais popular, isto devido às frequências mais altas que utiliza

www.esab.edu.br 122
possibilitando assim o uso de antenas de menor tamanho. Mas tal
vantagem é contrabalanceada por uma característica relevante
não muito favorável, a banda Ku sofre maior atenuação de sinal
(pela chuva, por exemplo) em relação à banda C (NASCIMENTO,
2000).

Conclusões

Sem dúvida alguma, o maior fator motivador para a utilização de


satélites como meio de transmissão, é a inexistência de meios
físicos entre localidades alvo da comunicação. Como os satélites
podem cobrir praticamente quaisquer áreas do globo terrestre
chegam a ser a melhor opção para atingir pontos de difícil acesso.
Outro fato determinante para a utilização de satélites como meio
de transmissão foi a indisponibilidade de meios de transmissão
digital de baixo custo. As atuais redes digitais de alta velocidade
não existiam há 15 anos atrás. Os serviços analógicos de
transmissão, como o Transdata, apresentavam taxas de erro na
ordem de 10-5, contra 10-7 (ou menores) dos serviços digitais
atuais. O custo dos meios de transmissão analógicos também foi
um fator motivador para o uso da tecnologia de telecomunicações
via satélite, tendo, todavia, deixado de ser, nos últimos anos
(NASCIMENTO, 2000).

www.esab.edu.br 123
Introdução

Um enlace de micro-ondas pode ser definido como um sistema


de comunicações entre pontos fixos sobre a superfície terrestre,
que proporciona uma capacidade de transferência de informação,
com caraterísticas de qualidade e disponibilidade determinadas.
Tipicamente estes enlaces operam entre as frequências de 800
MHz até 42 GHz. Os radio enlaces, estabelecem um conceito de
comunicação do tipo dúplex, portanto, devem ser transmitidas
duas portadoras moduladas, isto é, uma para a Transmissão e a
outra para a recepção (WI2BE, 2015). Este par de frequências
designadas para a transmissão e recepção dos sinais, é
denominado como o canal de rádio. Os enlaces se fazem,
basicamente, entre pontos visíveis, ou seja, fazendo uso dos
pontos altos da topografia do lugar em questão.
Qualquer que seja a magnitude do sistema de micro-ondas, para
um correto funcionamento é necessário que os percursos entre os
diferentes enlaces tenham uma altura livre adequada para a
propagação (das OEM) em toda época do ano, considerando as
variações das condições atmosféricas da região. Para poder
calcular as alturas libres é fundamental que se conheça (a priori)
a topografia do terreno, assim como a altura e ubiquação dos
obstáculos que possam existir ao longo do percurso (SEYBOLD,
2005).

Cálculo do Enlace de Micro-ondas

Antes da instalação de toda a infraestrutura de telecomunicações,


o projetista (ou responsável) da rede, deverá executar os cálculos

www.esab.edu.br 124
de enlace para todo o projeto. Com base nessa avaliação prévia,
os cálculos deveriam fornecer uma boa estimativa e bastante
precisa do desempenho de cada enlace (WI2BE, 2015). De acordo
com, as seguintes variáveis,

• Comprimento da rota (enlace) na rede


• Frequências a serem utilizadas
• Potência de transmissão
• Sensibilidade de recepção
• Tamanho das antenas

Basicamente, o cálculo de enlace é efetuado com a seguinte


fórmula:

Onde, o termo (Free Space Loss) caracteriza a perda ao longo do


espaço livre e está definido por,

Todos os outros termos são (WI2BE, 2015),


• Pr = Potência de RX (dBm)
• Pt = Potência de TX (dBm)
• Gta= Ganho da Antena de TX (dBi)
• Gra = Ganho da Antena de RX (dBi)
• Ltx = Perda na linha de transmissão do Site de TX (dB)
• FSL= Perda no espaço livre (dB)
• Lrx = Perda na linha de transmissão do Site de RX (dB)
• ϝ= Frequência em uso (GHz)
• d= Distância entre os dois Sites (km)
• FM= Margem de desvanecimento (Fading) =
• Sr= Sensibilidade de RX (dBm)

www.esab.edu.br 125
O valor exato de FM (Fading Margin) depende dos seguintes
parâmetros,
• Meio eletromagnético específico
• Meio ambiente físico
• Comprimento da rota (enlace)
Para comunicação em curta distância, o deve ser de pelo menos
10 dBm. À medida que a distância se torna maior, o valor será
maior. Para comunicações em longas distâncias, o valor da deve
ser de aproximadamente 35 dBm.

Exemplo: Perda no Espaço Livre em Sistemas Celulares

Os sistemas Celulares das bandas A e B operam na faixa de 800


MHz e os da Banda D e E na faixa de 1800 MHz. Qual dos sistemas
apresenta um enlace mais desfavorável? Qual a diferença em dB?

Resposta

Para distâncias iguais, a diferença entre a perda no espaço livre


entre estas faixas é dada pela Perda nas Bandas A e B – as Perdas
nas Bandas D e E, ou seja,

Ou seja, um sistema nas Bandas D e E apresenta uma desvantagem


de 27 dB no enlace em relação a um sistema na Banda A ou B.

Polarização

A escolha do tipo de polarização de antena depende do meio


eletromagnético real. A fim de reduzir a interferência de outros
sinais indesejados, primeiramente escolha a polarização oposta
ao de outras antenas operando na mesma faixa de frequência.
Em segundo lugar, analise cada enlace dentro da rede de micro-
ondas para evitar interferência proveniente desses enlaces.
Finalmente, antenas que possuem a mesma polarização não
devem ser instaladas voltadas para a mesma direção. Se o

www.esab.edu.br 126
projetista (ou responsável) não consegue evitar e não pode obter
uma isolação adequada, então a distância pode ser calculada
usando-se outros tipos de antena, ou outras frequências de
operação (WI2BE, 2015).

Altura de Instalação da Antena

A altura da antena deve manter a rota de sinal desobstruída para


a linha da visada direta. Consulte e faça uma análise detalhada da
rota para as considerações relativas à área geográfica. De acordo
com a teoria da zona de Fresnel, a zona mínima de Fresnel (zona
girada com raio ) deve ser mantida livre de obstruções para evitar
interferências na recepção do rádio. Se houver alguns obstáculos
na primeira zona, os sinais transmitidos e recebidos serão
atenuados e difratados.

Zona (ou elipsoide) de Fresnel


Da anterior figura temos os seguintes parâmetros que,
• F1= Raio da primeira zona de Fresnel em metros
• d1 = Distancia do ponto de uma ponta do enlace em
quilômetros.
• DLink= Distância do rádio enlace total em quilômetros
• d2 = Distância do ponto da outra ponta do enlace em
quilômetros
• ϝ= Frequência em GHz

www.esab.edu.br 127
• Fn= Raio na enésima zona de Fresnel em metros
• F0 = Raio mínimo da zona de Fresnel em metros

Onde, para o cálculo do raio da primeira zona de Fresnel F1 temos,

F1=√((300 d1 d2)/(DLink f))=17,3√((d1 d2)/(DLink f))

Esta fórmula é utilizada para frequências em GHz, caso a


frequência seja dada em MHz, devemos fazer uso da seguinte
fórmula,
F1=550√((d1 d2)/(DLink f))

Com esse valor de , procedemos a calcular o raio da enésima


zona de Fresnel Fⁿ , com a seguinte fórmula,

Fⁿ=F1 √n

E finalmente calculamos o raio mínimo da zona de Fresnel em


metros,

F0=1/√3 F1

Cálculo da 1ª zona de Fresnel

Neste exemplo temos os seguintes dados para o cálculo da 1ª


zona de Fresnel do seguinte rádio enlace,
• Frequência: f=2,4 GHz
• Distância total do enlace: 10 Km
• Distância d1=4 Km
Logo, fazemos uso da fórmula para frequências em GHz, ou seja,

F1=17,3√((d1 d2)/(DLinkf))

www.esab.edu.br 128
Substituindo valores numéricos,

F1=17,3√(((4) (6))/((10) (2,4) ))=17,3√(24/24)=17,3√1

Portanto, a 1ª zona de Fresnel é dada por,

F1=17,3 metros

Se agora, a frequência de operação é dada por f=102 MHz, neste


caso fazemos uso da segunda fórmula, isto é,

F1=550√((d_1 d_2)/(DLinkf))

Substituindo valores numéricos, a 1ª zona de Fresnel é dada por,

F1=550√(((4) (6))/((10) (102) ))=550√(24/1020)=550 √0,02353

F1=84,34 metros

Fórmula para Desobstrução

A seguinte fórmula é utilizada em caso de ter algum tipo de


obstrução no caminho do rádio enlace,

∆h=h1-d1/d (h1-h2 )-(d1 d2)/2KR-h0

www.esab.edu.br 129
Todos os valores dessa fórmula estão explicados no seguinte
exemplo para o cálculo da desobstrução.

Cenário para aplicar a fórmula de desobstrução

Neste exemplo temos os seguintes dados (NASCIMENTO, 1992),


• Distância total do enlace: 10 Km
• Distância d1=8 Km
• Distância d2=2 Km
• Distância h1=500 Km
• Distância h2=400 Km
• Distância h0=395 Km
• Frequência de operação: f=2,4 GHz
• Raio da Terra =6,37×106

Fazemos o cálculo da 1ª zona de Freshel,

F1=17,3√(((8) (2))/((10) (2,4) ))=17,3√(16/24)

Logo, a 1ª zona de Fresnel tem o seguinte valor,

F1=14,12 metros

www.esab.edu.br 130
Agora, fazemos o cálculo da obstrução,

∆h=500-8/10 (500-400)-((8) (2))/(2 (1)(6,37×10⁶ ) )-395

∆h=500-0,8(100)-16/12,74-395

∆h=500-80-1,25-395

Logo,

∆h=23,75 metros

A elipsoide da 1ª zona de Fresnel mede 14,12 metros e a obstrução


é ∆h=23,75 metros, portanto, o obstáculo h0 de 395 metros de
altura não interfere à 1ª zona de Fresnel e nesta condição não
existirá interrupção no enlace funcionando ele normalmente. Note
que ainda existem 9,71 metros de espaço entre a ponta de h0 até
alcançar o início de F1.

Fórmula do Ganho de Transmissão EIRP

A fórmula para o ganho de transmissão EIRP (Effective Isotropic


Radiated Power) é dada por,
EIRP=PTotal-PAtenuação

Para este exemplo temos os seguintes dados,


• Potência de transmissão: 150 mW
• Ganho de antena: 9 dBi
• Atenuação: -5,6 dB
Primeiro devemos transformar os 150 mW em decibéis, para isto
fazemos assim,

P[dB]=10 log(150)=21,76 dB

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Agora, vamos a somar as potências de transmissão do rádio
enlace e da antena:

PTotal=PTx+PAntena=21,76+9=30,76 dB

Finalmente, para calcular o ganho de transmissão EIRP basta


subtrair a potência da atenuação:

EIRP= PTotal - PAntenuação=30,76 - 5,6 = 25,16 dBm

Azimute e Elevação de uma Antena

Calcular os ângulos teóricos de azimute e elevação de uma antena


é útil para o desenvolvimento do enlace, de forma a reduzir, até
certo ponto, a dificuldade de sua construção. No entanto, este
resultado deve ser confirmado com o fato real (NASCIMENTO,
1992).

Azimute

O azimute é a posição de giro da antena, como está indicado na


figura abaixo. Esse valor, a própria direção informada pelo site já
indica onde deve ser apontado o azimute da antena.
Elevação

A elevação é a inclinação que a antena terá para ser apontada.


Mexendo na elevação, você estará apontando a antena mais para
cima ou mais pra baixo. Muitas dessas antenas possuem um
indicador de em quantos graus ela está elevada. Você deve regular
esse valor de acordo com o valor que é indicado para sua região.

www.esab.edu.br 132
Ângulos de elevação e azimute de uma antena parabólica

Giro do LNB (LNB Skew)

Assim como a antena, o LNB (Low Noise Converter) varia de


posição de acordo com a posição orbital dos satélites. Ele é
sempre visto estando atrás da antena. Se for positivo, é o valor do
ângulo que se deve girar o LNBF no sentido horário a partir da sua
posição horizontal (ou zero); se negativo, no sentido anti-horário.
Observem que muitos dos LNBF‘s já possuem o ângulo zero
(ângulo da horizontal) marcado no corpo do mesmo, se não
possuir, posicionar a horizontal (ou zero) do LNB mantendo o
terminal do cabo da antena voltado para baixo e fazer uma marca
de “0” bem na horizontal do corpo. Outra dica para este ângulo é
que 30° correspondem a 5 minutos em um relógio, muito cuidado
com o ajuste deste ângulo, ele é vital no que chamamos de
Qualidade do sinal.

www.esab.edu.br 133
Introdução

Como explicado em unidades anteriores, um satélite é basicamente


uma antena repetidora de micro-ondas só que muito alta, portanto,
um satélite nessa altura possibilita muito uma cobertura maior
sobre regiões mais distantes e (muitas vezes) de difícil acesso.
Um dos parâmetros a considerar em um rádio enlace digital
via satélite é a potência de transmissão para o enlace de
subida (Uplink), quando se tem uma antena parabólica de
determinado tamanho com uma determina porcentagem de
eficiência, com esses parâmetros normalmente se determinam a
relação portadora a ruído C/N de subida (Uplink) e a relação C/N
de descida (Downlink) e finalmente a relação C/N total. Como visto
no seguinte exemplo.
Exemplo 1

Um enlace via satélite, trabalhando com uma potência de


transmissão no Uplink de 150W. A antena da estação terrena tem
um diâmetro de 2,4m e uma eficiência de 60%. Determinar a
relação (C/N)Up, (C/N)Down e (C/N)Total .

Para a solução deste problema, temos as seguintes considerações.


Para o enlace de subida (Uplink)

• Distância entre estação terrena e o satélite, d=37240Km


• Fator de Mérito do satélite (G / T) = -0,2 [dB/K]
• Taxa de transmissão R = 2 Mbps
• Modulação QPSK
• Fator de Roll-Off, α=0,25

www.esab.edu.br 134
Para o enlace de descida (Downlink)

• EIRP do satélite = 34 [dBW];


• (G/T) do satélite = 12 [dB/K];
• Banda C:
 Uplink: 5925 – 6425 MHz;
 Downlink: 3700 – 4200MHz;
• Banda Ku:
 Uplink: 14 GHz;
 Downlink: 11 GHz;
Solução

Cálculo da largura de banda (BW)

Temos a seguinte fórmula,

BW=(R/log2(M) )(1+ α )

Substituindo valores numéricos,

BW=(2×106/log2(4) )(1+0,25)

Logo,

BW=1,25 MHz

Cálculo da relação sinal ruído (C/N) de Uplink

Para este propósito temos a seguinte fórmula,

(C/N)Up=EIRP–Ae+(G/T)Sat–10 log(KB)

Sendo,
EIRP = PTx+GTx

Com,
PTx= 10 log(150)
⟹ PTx= 21,76 [dBW]

www.esab.edu.br 135
E,
GTx=10 log[η(nd/λ)² ]

Logo,

GTx=41,94 [dB]

Portanto,
EIRP = 21,76 + 41,94
⟹EIRP = 63,7 [dB]

Agora calculamos,
Ae=32,44+20 log(37240)+20 log(6425)

Ae=200 [dB]

Com todos esses valores, vamos calcular (C/N)up, isto é,

(C/N)Up= 63,7- 200 - 0,2 - 10 log[(1,38×10-23 )(1,25×106 )]

Obtendo assim,

(C/N)Up= 31,12 [dB]

Para este enlace os diâmetros das antenas se mantiveram


constates, consequentemente a relação tanto para a banda C
quanto para a banda Ku mantiveram o mesmo valor. Mas no dia a
dia o enlace de banda Ku normalmente conta com uma performance
(desempenho) de enlace inferiores aos de banda C.

Cálculo da relação sinal ruído (C/N) de Downlink

Para este exemplo, temos os seguintes valores como dados


numéricos,
• Largura de banda: BW=1,25×10⁶ Hz
• Ganho de recepção: GRX=GtX=41,94 [dB]
• Ae = 32,44 + 20 log(37240) + 20 log (4200), logo, Ae = 196,32 [dB]

www.esab.edu.br 136
Com estes dados temos,
(C/N)Down = 34 - 196,32 + 12 - 10 log[(1,38×10-23) )
(1,25×10⁶ )]

(C/N)Down = 17,3 [dB]

Cálculo da relação sinal ruído total (C/N) Total

Para realizar este cálculo, temos os seguintes dados, por exemplo,


temos que o fator é fator de amplificação do transponder, agora a
fórmula para calcular (C / N)Total é dada por,

(C/N)Total= 1 / ((C/N)-1)Up + (C/N)-1)Down )

(C/N)Total = 1/(10-3,112) + 10-1,73)

(C/N)Total = 17,12 [dB]

O valor de (C/N) Total deverá ser menor do que o valor de (C/N)Up


ou (C/N) .

Exemplo 2

Determinar o número de estações que podem ser usadas em um


transponder de 36 MHz oferecem como Ψsat IN = -70 [dBW/m²] IN
[dBW/m²]. Este satélite oferece para a área a ser coberta uma
[dBW] (dado do Foot-print) e o enlace deve operar com as seguintes
características,
• Taxa de transmissão, MHz
• Modulação QPSK;
• Fator de Roll-Off, α =0,25
• Diâmetro das antenas de transmissão e recepção, d=2,8
metros
• Eficiência das antenas, Φ=55 %
• Potência máxima de transmissão PTX = 100 W
• Temperatura equivalente de ruído das antenas, T = 58 K
www.esab.edu.br 137
• Dados do Amplificador de Baixo Ruído ou LNA (Low Noise
Amplifier):
o G = 60 [dB].
o Te = 30 [K]
o A potência do número de portadoras ocorre por banda
ou por potência.
Dados do satélite:
o (G/T)=2 [dB/K]
o Distância dos enlaces, d=37500 [Km] (Distância
Máxima)
o BOout = BO - 1,4 [dB]

Cálculo de (C/N) mínimo para o enlace em questão:

A largura de banda é dada por,

BW=(R/log2(M) (1+ α))

BW=((2,048×106)/log2(4) )(1+0,25)

Logo,

BW=1,28 [MHz]

Para um valor de BER = 10(-3), o valor encontrado no gráfico da


modulação QPSK de Eb/No é ≈ 7[dB], logo,

(C/N)=(Eb/N0 )(R/BW)

(C/N)=(101,7)(2,048/1,28)

Portanto, (C/N) = 8,02 ou,

(C/N)Total = 9,04 [dB]

Este valor de (C/N) = 9,04 [dB] será adotado apenas para poder

www.esab.edu.br 138
visualizar a máxima quantidade de canais que podem vir a ocupar
o transponder, considerando uma condição limite.

(C/N)Total = 1/((C/N)(-1)Up + (C/N)(-1)Down )

Com,

(C/N)Up = EIRP -Ae + (G/T)Sat - 10 log (K BW)

(C/N)Down = EIRPSat - Ae + (G/T)ET - 10 log(K BW)

Logo, substituindo valores,

(C/N)Up = EIRP -(32,44+20 log(37500) + 20 log (6925) ) + 2 -10


log [(1,38×10(-23) )(1,28×106 )]

(C/N)_Up =EIRP-31,2 [dB]

Esta relação será a nossa equação (1).

Agora calculamos a relação (C/N)Down

(C/N)Down= EIRPSat - (32,44+20 log (37500) + 20 log(4200) ) + 10 log


[(0,55) (2,8×4200×106 )2/58]+ 30

(C/N)Down = EIRPSat - 9,1 [dB]

Esta relação será a nossa equação (2).

Agora temos que o EIRPO é dado por,

EIRP=PTX GTX
EIRPsat= ysat IN (4πd2)
ψ=[(PTX GTX) / (4πd2 )

Logo,

www.esab.edu.br 139
EIRP= ψ(4πd2 )

Esta relação será a nossa equação (3).

EIRPsat = EIRPsat Máx - BOout


EIRPsat= 36-[ψsat IN–(EIRP/(4πd2 ))–1,4]
EIRPsat = 36 -[-70 - ψ -1,4]

Aqui temos a nossa equação (4).

EIRP=ψ(4π(37500000)2 )

EIRP=17,67 × 1015 ψ

EIRP =ψ [dBW/m2 ] + 162,5 [dBW]

(C/N)Up = ψ + 131,3 [dB]

(C/N)Up = -89,25 + 131,3

(C/N)Up = 42,05 [dB]

EIRPsat = 36 [dBW] - BOout

Temos que,

BOout = BOIN-1,4
BOIN = ψsat IN - ψ
BOIN = -70 [dBW/m2 ]-ψ

Portanto, a nossa equação (4) fica da seguinte forma,

EIRPsat = 107,4 + ψ

Logo,

(C/N)Down = 107,4 + ψ - 9,1 [dB]

www.esab.edu.br 140
Então,

(C/N)Total = 1/(C/N)-1Up + (C/N)-1Down

8,017 = [10-(ψ +131,1)/10 + 10-(ψ +98,3)/10) ]-1

Com,

ψ=-89,25 [dBW/m2 ]

(C/N)Down = -89,25 + 98,3 = 9,05

Número de Estações por potência

ψ-ψsat= 20 log(n)

89,25 - 70 = 20 log(n)

De onde obtemos, estações, estas 9 estações permitirão garantir


a taxa máxima de erro.

Número de Estações por banda

n = (36 MHz)/(1,28 MHz)= 28,125

www.esab.edu.br 141
Portanto, teremos estações por banda, mas, prevalece o número
de estações limitado por potência, ou seja, 9 estações.

Observação: O processo para aumentar este número de estações


pode ser obtido de várias maneiras, dentre elas temos,

• Modificar o tipo de modulação


• Melhorar a RELAÇÃO ( C / N )down, variando ( G / T ), que
pode ser variado à mudança de LNA, o diâmetro das antenas,
etc.

Neste sistema o número de estações foi limitado pela potência de


saturação do satélite, obrigando a trabalharmos com 9 estações,
o que ocupa uma banda de apenas 11,52 MHz. Neste caso para
aumentar o número de estações, deve-se trabalhar com melhoria
na relação da estação terrena no Downlink e/ou mudar a
modulação de QPSK para BPSK, pois com BPSK teremos um (C
/ N)Total menor do que 9,04 [dB].

Saiba mais
Explicar qual foi o objetivo principal das comunicações por
espalhamento espectral.

Dica

Os sistemas de espalhamento espectral são denominados assim,


devido a que cada bit de informação é multiplicado por uma
sequência digital de valores (denominados chips) que possuem
um tempo de duração muito menor que o tempo do bit, ou seja,
dentro de um bit poderiam existir vários chips, e desta forma um
bit é reduzido a vários fragmentos muito mais finos, e devido a
relação inversamente proporcional entre o tempo e a frequência,
isto é, , passa que se no tempo o bit fica mais estreito, na frequência
ele ficará mais amplo (espalhado), quanto mais estreito o chip,
mais espalhado será o espectro, ou seja, se um bit é multiplicado

www.esab.edu.br 142
por 100 chips, na frequência ele apresentará um espectro muito
amplo, em outras palavras, o espectro do sinal sofrerá um
espalhamento espectral!

Estudo Complementar

Explicar o porquê de uma antena VSAT poder ser colocada sem


precisar de uma diretividade rigorosa.

Para sua reflexão

Qual antena é mais diretiva, uma VSAT ou uma do tipo Standar A


do sistema Intelsat?

www.esab.edu.br 143
Neste último eixo temático foram estudados vários sistemas de
telecomunicações, por exemplo os sistemas de espalhamento
espectral e outros sistemas básicos muito utilizados nas
telecomunicações atuais. Foram vistos de forma completa sistemas
de enlace de rádio digital terrestre e via satélite. Para finalmente
termos dois projetos simples (porém completos) de um enlace de
micro-ondas terrestre dando ênfase ao cálculo da zona de Fresnel
e como poder contornar algum obstáculo entre as antenas de
transmissão e recepção e o último projeto de rádio enlace digital
via satélite, certamente deram ao aluno uma base bastante sólida
sobre os sistemas de telecomunicações atuais.

www.esab.edu.br 144
Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é uma
autarquia brasileira, administrativamente independente,
financeiramente autônoma, não subordinada hierarquicamente a
nenhum órgão de governo brasileiro. Por ser uma Autarquia, é
uma entidade auxiliar da administração pública descentralizada,
tutelada pelo estado Brasileiro, e fiscalizada pela população. R

Atenuação – Atenuação é a perda gradual de intensidade de


qualquer tipo de fluxo através de um meio. As ondas em campo
aberto, ou seja, na ausência de obstáculos, sofrem uma atenuação
geométrica, pelo fato que o poder da onda é espalhado de uma
maneira que a micro-onda se reparte em uma área quadruplada
cada vez que a distância da fonte dobra, elas seguem a lei do
inverso do quadrado da distância. A atenuação inclui além disso
os efeitos da absorção, a distribuição da energia irradiada pelo
meio, e em geral todos os efeitos que contribuem para perdas.
Falamos de atenuação principalmente no que diz respeito as
ondas acústicas, incluindo ondas de ultrassom e infrassônicas e
agnéticas (ondas de rádio). R

Azimute – É o posicionamento da antena em relação a Norte


(esquerda/direita). Por exemplo, um azimute de 10° significa que
a antena ficará apontada 10° à direita do Norte, um azimute de
350° significa que a antena ficará 10° à esquerda do Norte, isto é,
360° – 350° = 10º. R

CCIR – O Comitê Consultivo Internacional de Radiocomunicações


(CCIR) está encarregado de efetuar estudos e de emitir
recomendações sobre as questões técnicas e operacionais
referentes especialmente ás radiocomunicações, sem limitação

www.esab.edu.br 145
quanto à gama de frequências; em regra geral, estes estudos não
versam sobre questões de ordem econômica, mas quando
envolvem comparações entre várias soluções técnicas, os fatores
econômicos também podem ser levados em consideração. R

Chip – Na técnica de Espalhamento Espectral, os códigos


utilizados podem ser ortogonais (Walsh) ou do tipo PN (Pseudo-
noise) ou pseudo ruído. Portanto, um bit deste tipo de código é
conhecido como “chip” e a taxa de bits deste código é denominada
de “chip rate”. Este tipo de espalhamento espectral é denominado
espalhamento espectral por sequência direta. O CDMA utiliza três
tipos de código todos com uma taxa de 1,2288 Megachips. R

C/N – Esta sigla é conhecida como a relação sinal entre as


potencias do sinal de portadora para com o ruído (Carrier to Noise
Ratio). Em termos menos técnicos, a relação sinal-ruído compara
o nível de um sinal desejado (música, por exemplo) com o nível do
ruído de fundo. Quanto mais alta for a relação sinal-ruído, menor
é o efeito do ruído de fundo sobre a detecção ou medição do sinal.
A relação sinal-ruído é geralmente usada em sinais elétricos, mas
pode também ser aplicada em sinais ópticos e acústicos. R

Codificador Bifase – Representa outro conjunto de técnicas de


codificação para contornar e melhorar as dificuldades dos códigos
NRZ (No Return to Zero). Existem dois tipos de códigos bifase: O
código Manchester y o código Manchester Diferencial. R

dBm – Também conhecidos como dBmW (decibel miliwatt) é uma


unidade de medida utilizada principalmente para telecomunicações
para expressar a potência absoluta mediante uma relação
logarítmica. Define-se como o nível de potência em decibéis em
relação ao nível de referência de um 1 mW.R

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Decibel – é uma unidade logarítmica que indica a proporção de
uma quantidade física (geralmente energia ou intensidade) em
relação a um nível de referência especificado ou implícito. Uma
relação em decibéis é igual a dez vezes o logaritmo de base 10 da
razão entre duas quantidades de energia. R

Desvanecimento (Fading) – Por não possuir uma superfície


regular e nem uma atmosfera estável, o feixe eletromagnético
sofre variações em suas características. Essas variações possuem
natureza estatística, sendo conhecidas como desvanecimento, ou
fading e podem ser do tipo plano ou seletivo. Podem ser causados
por absorção, obstáculos, reflexões e dutos atmosféricos alterando
a trajetória, amplitude, fase e polarização, podendo atenuar,
reforçar ou até distorcer o sinal. R

Difração – Passagem de uma onda pela borda de uma barreira


ou através de uma abertura provocando, em geral, um alargamento
do comprimento de onda e interferência das frentes de onda que
criam regiões de maior ou menor intensidade. A difração pode ser
definida como a capacidade das ondas em contornar obstáculos.
Quando uma onda se choca com um obstáculo que possui uma
abertura com dimensões comparáveis a seu comprimento de
onda, as partes da onda que passam pelo espaço aberto alargam-
se e atingem as regiões opostas ao obstáculo. R

Elevação – É a inclinação da antena (em graus) em relação ao


solo. Mexendo na elevação, você estará apontando a antena mais
pra cima ou mais pra baixo, caso a antena não tenha escala de
elevação podemos socorrer-nos de um Inclinómetro. R

Estéreo Radiano – É a unidade de medida padrão no Sistema


Internacional de Unidades para quantificar ângulos sólidos.
Equivale ao ângulo sólido formado por um cone tal que a área da
esfera de raio unitário interna ao cone tenha o valor de um metro
quadrado. O estéreo radiano (sr) é adimensional, dado que . É útil,

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contudo, distinguir as quantidades adimensionais de diferentes
naturezas, daí que na prática o símbolo “sr” seja usado sempre
que apropriado, em vez da unidade derivada “1”. Por exemplo, a
intensidade de radiação pode ser medida em watts por estéreo
radiano (W/sr). Trata-se do equivalente tridimensional do radiano,
sendo definido como “o ângulo sólido subentendido no centro da
esfera de raio por uma porção de superfície de área . Dado que a
área da superfície da esfera é , a definição implica que a esfera
meça estéreo radianos. No Brasil é usualmente designado por
esferorradiano.R

Flip-flops – Em eletrônica e circuitos digitais, o flip-flop ou


multivibrador biestável é um circuito digital pulsado capaz de servir
como uma memória de um bit. Um flip-flop tipicamente inclui zero,
um ou dois sinais de entrada, um sinal de clock, e um sinal de
saída, apesar de muitos flip-flops comerciais proverem
adicionalmente o complemento do sinal de saída. Alguns flip-flops
também incluem um sinal da entrada clear, que limpa a saída
atual. Como os flip-flops são implementados na forma de circuitos
integrados, eles também necessitam de conexões de alimentação.
A pulsação ou mudança no sinal do clock faz com que o flip-flop
mude ou retenha seu sinal de saída, baseado nos valores dos
sinais de entrada e na equação característica do flip-flop. R

Frente de Onda – Se denomina frente de onda al lugar geométrico


en que los puntos del medio son alcanzados en un mismo instante
por una determinada onda. Dada una onda propagándose en el
espacio o sobre una superficie, los frentes de onda pueden
visualizarse como superficies que se expanden a lo largo del
tiempo alejándose de la fuente que genera las ondas sin tocarse
entre sí. R

Jitter – É uma variação estatística do atraso na entrega de dados


em uma rede, ou seja, pode ser definida como a medida de

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variação do atraso entre os pacotes sucessivos de dados. R

Linha de Visada – É uma linha imaginária que une dois objetos


sem interceptar obstáculos de modo que uma pessoa na posição
de um dos objetos possa ver o outro. No caso de propagação de
ondas de rádio (especialmente em VHF), a linha de visada direta
fornece uma estimação do alcance do enlace de rádio. R

LNB – Sigla para Low Noise Converter, ou algo assim como um


Conversor de Baixo Ruído, é um equipamento encontrado em
antenas parabólicas usado para a recepção de sinais de satélites
emitidos na faixa de frequência das micro-ondas do espectro das
ondas eletromagnéticas, geralmente em duas bandas, Banda C e
Banda Ku. O LNB capta o sinal e faz uma redução de sua frequência
para ser injetado no cabo coaxial que está ligado ao receptor,
geralmente a faixa de frequência usado é a da chamada Banda L
correspondente a frequência em Banda C e/ou Banda Ku. O
Princípio que rege o funcionamento eletrônico de um LNB é o do
Super-heteródino. R

Micro-ondas – São ondas eletromagnéticas com comprimentos


de onda maiores que os dos raios infravermelhos, mas menores
que o comprimento de ondas de rádio, variando o comprimento de
onda, de 1 m (0,3 GHz de frequência) até 1,0 mm (300 GHz de
frequência) - intervalo equivalente às faixas UHF, SHF e EHF.
Acima dos 300 GHz, a absorção da radiação eletromagnética pela
atmosfera da Terra é tão grande que a atmosfera é praticamente
opaca para as frequências mais altas, até que se torna novamente
transparente na, assim chamada, “janela” do infravermelho até a
luz visível. R

ITU (International Telecommunications Union) – Órgão da ONU


responsável pelo estabelecimento de normas e padrões em
telecomunicações. R

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OEM – Sigla para onda eletromagnética, é uma forma de energia
da Natureza formada pela combinação de um o campo elétrico (E)
e um campo magnético (B) variando no tempo e no espaço. R

Omnidirecional – Conceito que se refere à noção de ter as


mesmas propriedades em todas as direções. Aparelhos
omnidirecionais incluem: Antena omnidirecional, uma antena que
emite igualmente em todas as direções. Microfone omnidirecional,
um microfone que capta o som de todas as direções. VOR (VHF
Omnidirectional Range), um equipamento eletrônico usado na
navegação aérea. R

Onda Estacionária – São ondas que possuem um padrão de


vibração estacionário. Formam-se a partir de uma superposição
de duas ondas idênticas, mas em sentidos opostos, normalmente
quando as ondas estão confinadas no espaço como ondas sonoras
em um tubo fechado e ondas de uma corda com as extremidades
fixas. Esse tipo de onda é caracterizado por pontos fixos de valor
zero, chamados de nodos, e pontos de máximo também fixos,
chamados de antinodos. São ondas resultantes da superposição
de duas ondas de mesma frequência, mesma amplitude, mesmo
comprimento de onda, mesma direção e sentidos opostos. R

Onda Portadora – É uma onda, geralmente do tipo senoidal,


modificada em algum dos seus parâmetros (amplitude, frequência
ou fase) pelo sinal que desejamos transmitir também denominado
sinal modulador com o fim de transmitir a informação desejada.
Esta onda portadora apresenta uma frequência muito maior do
que do sinal modulador. R

Polarização – Em física, polarização é uma propriedade de ondas


eletromagnéticas. As ondas eletromagnéticas são tridimensionais
e a polarização é uma medida da orientação espacial dos vetores
campo elétrico e campo magnético. A polarização pode ser
entendida como o processo de “filtrar” ondas, no qual elas são

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selecionadas de acordo com sua direção de vibração, após
passarem por um material que serve como filtro, denominado de
polarizador. Esse é um fenômeno exclusivo das ondas transversais,
tipo de ondas que possui a propagação perpendicular à vibração.
Ondas longitudinais, que possuem direção de propagação paralela
à direção de vibração, não podem ser polarizadas. O som é um
tipo de onda longitudinal e, por isso, não pode ser polarizado. R

Radiador Isotrópico – Chama-se de radiador isotrópico a uma


antena imaginaria que radia energia exatamente igual em todas as
direções; esta antena estaria no centro de uma esfera na qual todos
os pontos da sua superfície receberiam a mesma quantidade de
energia. O radiador isotrópico somente existe teoricamente, já que
um ponto situado no centro da esfera não pode ser uma antena,
visto que esta exige umas dimensões físicas de acordo com a
frequência de trabalho e, consequentemente, terá uma maior
radiação em determinada direção do que em outras direções. R

Refração – É a mudança na direção de uma onda ao atravessar


a fronteira entre dois meios com diferentes índices de refração. A
refração modifica a velocidade de propagação e o comprimento
de onda, mantendo uma proporção direta. A constante de
proporcionalidade é a frequência, que não se altera. R

Satélite Artificial – É o nome de qualquer corpo feito pela mão do


homem e colocado em órbita ao redor da Terra ou de qualquer
outro corpo celeste. Até hoje já foram efetuados milhares de
lançamentos desses corpos ao espaço, mas a maioria já está
desativada. Quando ocorrem falhas no lançamento ou no próprio
satélite, partes dos mesmos podem ficar orbitando o planeta por
tempo indefinido, formando o lixo espacial. Tecnicamente, esses
objetos também são satélites, embora o termo por si só seja usado
para se referir ao aparelho que foi colocado em órbita para exercer
uma função específica. R

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Sinal Modulante – O sinal modulante é o próprio sinal que se
deseja transmitir, mas, que devido a suas caraterísticas de baixa
frequência, deve ser superposto a uma onda portadora de
frequência mais alta de tal forma que possa se propagar através
dos meios físicos de transmissão. R

Transponder – Termo que resulta da abreviação de Transmitter-


Responder é um dispositivo de comunicação eletrônico
complementar de automação e cujo objetivo é receber, amplificar
e retransmitir um sinal em uma frequência diferente ou transmitir
de uma fonte uma mensagem pré-determinada em resposta à
outra pré-definida “de outra fonte”. Eles são usados também na
codificação de TV via satélite. R

VSAT – Sigla para Very Small Aperture Terminal ou algo assim


como um Terminal de Abertura Muito Pequena. É uma estação
terrestre de comunicação bidirecional via satélite, com uma antena
parabólica menor do que 3 metros. A maioria das antenas VSAT
variam desde 75 cm a 1,2 m. As taxas de dados normalmente
variam de 4 kbps até 4 Mbps, e às vezes até um máximo de
Downlink de 16 Mbps, com alguns módulos atualizados e melhorias.
Os satélites para acesso VSAT estão em órbita geoestacionária e
fazem o intermédio da transmissão dos dados entre as pequenas
estações terrestres remotas (terminais VSAT) e a estação de terra
mestre ou HUBs (distribuidores). R

VSWR – Pela sua definição, a sigla VSWR (Voltage Standing


Wave Ratio) é uma taxa da amplitude máxima de tensão sobre a
amplitude mínima de tensão do sinal, em outras palavras, o VSWR
pode ser entendido como um indicador do sinal refletido que
retorna ao transmissor de rádio frequência, sempre tendo o valor
1 no denominador. E quanto menor esse indicador, melhor! R

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Zona de Fresnel – Em óptica e comunicações de rádio (na
verdade, em qualquer situação que envolva a radiação de ondas,
que inclui eletrodinâmica, acústica, radiação gravitacional e
sismologia), uma zona de Fresnel, nomeado a partir do físico
Augustin-Jean Fresnel, é um dos (teoricamente infinitos) elipsoides
concêntricos que define os volumes do padrão de radiação
(geralmente) de abertura circular. As zonas de Fresnel resultam
de difração por uma abertura circular. A seção transversal da
primeira zona de Fresnel (mais interna) é circular. As zonas de
Fresnel subsequentes são coroas circulares em seção transversal,
e concêntricas com o primeiro. R

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