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Instituto Federal Fluminense - campus Cabo Frio

Curso de Licenciatura em Física – Teoria Eletromagnética - APNP 2021/2


Atividade Avaliativa Dissertação 2. Estudante: Emanuel Barreto da Costa

Campo e força magnética carga com densidade λ passando por um


fio com velocidade v, sendo assim:
O conceito de campo magnético
está relacionado ao movimento de I =vλ
cargas elétricas. Quando se define o
Medida em Ampères (A) tendo a
campo elétrico E, basicamente consiste
seguinte proporção:
em tomar a medida através de um
conjunto de cargas fontes estáticas e C
uma carga de prova. Já o campo 1 A=1
s
magnético, representado por B é
basicamente produzido pela Como trata-se de movimento de cargas,
movimentação de cargas [3]. existe um campo magnético ao redor do
fio e a força magnética é expressa em:
Em uma situação onde as cargas
fontes estão movendo-se com F mag=I ∫ ( d l× B )
velocidade v ao terem como um
parâmetro uma carga de prova Q, a Lei de Biot-Savart
força magnética é dada por: A lei de Biot-Savart é dada a
F mag=Q ( v × B ) partir da relação do campo magnético
gerado por uma linha de corrente. Para
F mag=Q [ E + ( v × B ) ] uma corrente estacionária, segue-se:

Chamada também de lei de força de μ0 I × r ' μ 0 d l' × r


B ( r )=

∫ r
2
dl=

l∫
r
2
Lorentz. As forças magnéticas não
realizam trabalho porque ( v × B ) é Onde μ0 representa a permeabilidade do
perpendicular a v, como consequência espaço livre e B é dado da seguinte
direta da lei de Lorentz. maneira:
d W mag=F mag ∙ d l=Q ( v × B ) ∙ v dt=0 N
1 T =1
( A . m)
Correntes
Para correntes superficiais:
Para esta definição, é
considerado um fio por onde cargas μ0 K ( r ' ) ×r
estão se movendo [3]: B ( r )=

∫ r 2 da '
Figura 1: Representação de um fio Para correntes volumétricas:
carregado
μ0 J ( r ' ) ×r
B ( r )=

∫ r 2 dr '

Lei de Ampère

Fonte [3] A lei de ampère consiste em


encontrar o campo magnético a partir de
A corrente é a expressão utilizada para uma distribuição de densidade de
representar o movimento de cargas por corrente elétrica.
unidade de tempo, sendo uma linha de
Considere o campo magnético de um fio Onde I enc é a corrente encerrada pelo
reto infinito girando em torno de um caminho de integração. Esta corrente
ponto: também pode ser representada por uma
corrente volumétrica de densidade J:
Figura 2: Campo magnético de um fio
infinito. I enc =∫ J ∙ d a

Aplicando o teorema de Stokes:

∫ ( ∇ × B ) ∙ d a=μ0∫ J ∙ d a
∇ × B=μ0 J
Comparação entre
magnetostática e eletrostática
Do divergente e rotacional do
campo eletrostático:
1
∇ ∙ E= p (lei de Gauss)
ϵ0

Fonte[3] ∇ × E=0
Considerando também que o Para a eletrostática, estas são as
caminho circular possui um raio s, equações de Maxwell que determinam
pode-se encontrar a integral do campo B um campo com a condição de contorno
a partir da expressão: E → 0. Para o divergente e o rotacional
do campo magnético:
μ I μ I
∮ B ∙ d l=∮ 2 0πs dl= 2 0πs ∮ dl=μ 0 I ∇ ∙ B=0

Supondo que cada fio contribuinte do ∇ × B=μ0 J (lei de Ampère)


circuito representado na figura a seguir: São as equações de Maxwell para a
Figura 3: Representação do circuito e magnetostática, com B→ 0 . Assim
do fio. podemos representar as equações de
Maxwell e a lei da força como:
F=Q ( E+v × B )
O potencial vetorial
Com ∇ × E=0, é possível
introduzir um potencial escalar na
eletrostática dado por E=−∇ V .
Na magnetostática, com ∇ ∙ B=0, é
possível a introdução de um potencial
Fonte[3] vetorial A, dado por:

Assim a integral de linha pode ser B=∇ × A


representada por: Com o divergente de um rotacional
sempre nulo, resta a lei de Ampère:
∮ B ∙ d l=μ0 I enc
2
∇ × B=∇ × ( ∇ × A )=∇ ( ∇ ∙ A ) −∇ A=μ0 J
Para eliminar o divergente de A, segue- Podendo ser descrito também como:
se que:
Bacima −Babaixo =μ 0 ( K × n )
∇ ∙ A=0
Com n sendo um vetor unitário
Como não é especificado nada sobre o perpendicular à superfície. Para o
divergente a partir da definição de potencial vetorial:
B=∇ × A , podemos escrever a lei de
Ampère como: A acima= A abaixo
2
∇ A=−μ0 J ∮ A ∙ d l =∫ B ∙ d a=Φ
Com J tendendo a zero no infinito: ∂ A acima ∂ A abaixo
− =μ0 K
μ0 J ( r ' ) ∂n ∂n
A ( r )=

∫ r dr ' Expansão multipolar do
potencial vetorial
Para linhas de corrente e correntes
superficiais respectivamente: A ideia de uma expansão
multipolar é descrever o potencial em
μ 0 I ' μ0 I 1 1
A= ∫ d l = 4 π ∫ r dl '
4π r uma série de potências em , com r
r
μ0 K sendo a distância até o ponto em
A= ∫ da '
4π r
questão. Para um circuito de corrente, o
potencial é expresso por:
Condições de contorno na
μ0 I 1 ' μ 0 I ∞ 1
magnetostática A ( r )=
4π r
∮ dl = ∑ n
4 π n=0 r +1
∮ n
( r ' ) Pn ( cos θ ' ) d l'
O campo magnético é
descontínuo em uma distribuição Levando em conta que o termo de
superficial de corrente. No caso, o monopólio magnético é sempre zero, o
componente tangencial do campo que dipolo é descrito pela seguinte
muda, assim na forma integral: expressão:
μ0 I μ I
∮ B ∙ d a=0 Adip ( r )= 2 ∮ r ' cos θ' d l' = 4 π0 r 2 ∮ ( r ∙ r ' ) d l '
4πr
⏊ ⏊
Bacima =Babaixo
Podendo ser expresso também:
Considere o circuito amperiano e suas
μ0 m ×r
componentes tangenciais a seguir: Adip ( r )=
4 π r2
Figura 3: Circuito amperiano
Onde o momento de dipolo magnético:
m ≡ I ∫ d a=I a

Efeitos magnéticos nas órbitas


atômicas
Fonte[3] Os elétrons possuem o
movimento de rotação e também
Assim:
orbitam em torno do núcleo. Vamos
∮ B ∙ d l=( B ǁacima−Bǁabaixo ) l=μ0 I ec=μ0 Kl supor que a órbita é representada por
1
um círculo de raio R e tem um período ' r
2 πR ∇ r=
T= , assim tem-se uma corrente r2
v
estacionária dada por: Segue-se que:
e
I= =
ev
T 2 πR
A ( r )=
μ0
4π ∫ [
M (r ' )× ∇ ' ( )]
1
r
dr '

Figura 4: Órbita do elétron Integrando por partes e usando a


regra do produto, tem-se:

{ [ ]M (r )
'
μ0 1
A ( r )=

∫r[ ∇ ' × M ( r ' ) ] d r '
−∫ ∇ ' ×
r
dr

O primeiro termo pode ser descrito


como uma corrente volumétrica:
J M =∇ × M
O segundo termo pode ser descrito
como o termo de uma corrente
superficial:
K M =M × n
Assim:
Fonte [3] μ0 ❑ J M ( r ' ) ' μ0 ❑ K M ( r ' )
A ( r )= ∫ r d r + 4 π ∮ r da'
4π V
Com isso, seu momento de dipolo S
orbital é dado por:
O campo auxiliar H
−1
m= evR z O campo H permite a explicação
2
da lei de Ampère em termos de corrente
Quando a velocidade orbital sofre uma livre. Considerando a corrente total
mudança, o momento de dipolo dada pela soma das correntes de
consequentemente também é mudado, magnetização com a corrente livre
assim: expressa por J l:

−1 ( ) −e R
2 2
J=J M + J l
∆ m= e ∆ v R z= B
2 4 me
A lei de Ampère pode ser descrita por:
1
( ∇ × B )=J=J l+ J M =J l+ ( ∇ × M )
Correntes de magnetização μ0

Correntes de magnetização são


formadas a partir do efeito magnético
produzido por circuitos de corrente e
∇× ( μ1 B−M )=J
0
l

pela matéria magnetizada. Sendo H:


Considerando o potencial vetorial de
1
um momento de dipolo Mdr’ e H≡ B−M
utilizando as identidades a seguir: μ0
Respectivamente em termos de H e na Um campo magnético variável
forma integral: induz um campo elétrico, são
relacionados através da expressão:
∇ × H=J l
∂B
∮ H ∙ d l=I l enc ∮ E ∙ d l=−∫ ∂ t da

Condições de contorno para H Na forma diferencial, que é também a


lei de Faraday:
Partindo do princípio de que o
divergente de H não é nulo: −∂ B
∇ × E=
∇ ∙ H=−∇ ∙ M ∂t

Podem ser descritas as condições de


contorno em termos de H, sendo assim: Indutância

H acima ⏊
−H abaixo =−( M ⏊
acima−M abaixo )

É o processo por onde o material
tende a se opor a corrente elétrica
ǁ ǁ
H acima −H abaixo =K l ×n variável que passa por ele, foi analisada
a definição através da relação entre
Meios lineares espiras. A indutância é dada por L e
Meios lineares são meios por medida em Henry (H). Por ser uma
onde a resposta do material não depende corrente variável:
da intensidade do campo magnético. dI
Partindo da definição de H ε =−L
dt
anteriormente descrita, segue-se que:
M = Xm H
Energia em campos
Onde X m é a suscetibilidade magnética. magnéticos
Os materiais que obedecem esta
equação são determinados como meios O trabalho realizado sobre uma
lineares. Em termos de B, tem-se: unidade de carga é dado por:
B=μ H dW dI
=−εI=LI
dt dt
Ferromagnéticos
Sendo:
São meios não lineares que não
requerem campos externos para manter LI =∮ A ∙ d l
a magnetização e cada dipolo aponta na
mesma direção que os demais. Usando a Lei de Ampère e a integração
por partes, segue-se que:
Força eletromotriz

[ ]

1
É uma força eletromagnética W=
2 μ0 ∫ B2 dr −∮ ( A × B ) ∙ d a
responsável por mover cargas e S

produzir correntes, sendo elas elétricas Para todo o espaço:


ou magnéticas, dadas pela seguinte

relação: 1
W= ∫
2 μ0 todo o espaço
B 2 dr
ε ≡∮ f ∙d l=∮ f s ∙d l

Indução eletromagnética
Equações de Maxwell
A seguir, as leis que especificam A densidade total de corrente pode ser
o divergente e o rotacional do campo descrita por:
elétrico e magnético.
J=J l+ J m+ J p
Figura 5: Leis dos campos elétrico e
magnético Aplicando o divergente em termos de
Maxwell, as equações são mostradas na
figura a seguir.
Figura 6: Equações de Maxwell em
termos de corrente livre

Fonte[3]
Fonte[3]
Aplicando o divergente na
equação da lei de Ampère, descrita no Condições de contorno
número (iv) na imagem anterior, No caso dos meios lineares, as
Maxwell percebeu que o valor não seria condições de contorno são expressas
zero, como era descrito antigamente. apenas em termos de E e B em um
Aplicando a equação de continuidade e superfície de densidade de carga σ ou
a lei de Gauss, foi acrescentado um densidade de corrente K, representadas
termo para a lei de Ampère, sendo nas figuras a seguir.
assim:
Figura 7: Condições de contorno para
∇ ∙ J=
−∂ ρ −∂
∂t
=
∂t
( ϵ 0 ∇ ∙ E )=−∇ ∙ ϵ 0 (
∂E
∂t ) meios lineares.

∂E
∇ × B=μ0 J + μ0 ϵ 0
∂t
Chamando o termo J de corrente de
deslocamento, sendo expressa por:
Fonte[3]
∂E
Jd ≡ ϵ 0
∂t
Assim, na forma integral:

∮ B ∙ d l=μ0 I enc + μ 0 ϵ0 ∫( ∂∂Et )∙ d a Figura 8: Condições de contorno para


carga ou corrente livre.
Equações de Maxwell em
meios materiais
Considerando uma corrente de
polarização associada ao movimento
linear da carga com a alteração da
polarização: Fonte[3]
∂P
J p=
∂t
Referências bibliográficas:

[1] BASSALO, José Maria


Filardo. ;
Eletrodinâmica Clássica. São Paulo:
Editora Livraria da Física, 2007.
[2] ELETROMAGNETISMO,
Kaled Dechoum, 2013.
Youtube: EletromagnetismoUFF.
Disponível em:
https://www.youtube.com/channel/UCk
8Xq2_YwSmCUg8hQCCef1g/about
[3] GRIFFITHS, David J.;
Eletrodinâmica. 3ª edição. São Paulo:
Pearson Addison Wesley, 2011.
[4] MACHADO, Kleber Daum;
Teoria do Eletromagnetismo. Volume
1. 2ª edição. Ponta Grossa: Editora
UEPG, 2004.
[5] NUSSENZVEIG, H. Moysés.;
Curso de Física Básica – Vol. 3:
Eletromagnetismo. 3ª reimpressão –
São Paulo: Edgard Blücher, 2003.

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