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1- Apostila

DATA: 05/2023

PROFESSOR: SÉRIE:
José Manoel (memel)
1º MT
DISCIPLINA: ASSUNTO
Eletrônica Básica Notas de Aula - Retificador
N.º : TURMA:
NOME:______________________________________________________________
______ _____

RETIFICADOR - DIODO
2- Circuitos Retificadores (Fontes de Alimentação)

Circuitos retificadores, também conhecidos como fontes de alimentação são equipamentos responsáveis pelo
fornecimento de energia na forma de tensão contínua (DC) para circuitos eletrônicos.
O Retificador é responsável pela conversão da tensão AC para DC. É constituído basicamente por diodos.
Estudaremos três tipos principais de circuitos retificadores:

• Retificador de meia onda


• Retificador de onda completa com Center Tape
• Retificador de onda completa em ponte

3- O RETIFICADOR DE MEIA-ONDA

Onde: ep → Tensão alternada no primário;


es → Tensão alternada no secundário;
eo → Tensão contínua (média) na carga/saída.

Funcionamento
a) Semiciclo positivo:

Durante o semiciclo positivo de eS, a tensão no anodo do diodo é positiva em relação ao catodo polarizando-o
diretamente. Logo o diodo conduz permitindo a circulação de corrente pela carga R L.(veja a figura a seguir)

A tensão do secundário durante este semiciclo é “passada” para a carga.

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b) Semiciclo negativo:

Durante o semiciclo negativo de eS, a tensão no anodo do diodo é negativa em relação ao catodo polarizando-o
reversamente. Logo o diodo não conduz bloqueando a circulação de corrente pela carga R L.
Como não há circulação de corrente pela carga, a tensão na carga é zero durante toda a excursão do semiciclo
negativo do sinal de entrada. (veja a figura a seguir)

Vemos que para cada ciclo completo do sinal de entrada (e s), apenas um semiciclo passa para a carga enquanto o
outro semiciclo fica sobre o diodo. O gráfico a seguir ilustra o sinal do secundário do transformador (e s) e o sinal na saída e/ou
carga (eo).

Observe que a tensão na carga (eo) é contínua e pulsante. Contínua por que a corrente, quando flui, flui sempre no
mesmo sentido. Pulsante por que a corrente flui em forma de pulsos, alternando períodos de existência e inexistência de tensão
sobre a carga.
Há portanto um valor médio de tensão sobre a carga. (observe a figura)

Ês Êo Eo Êo
Eo = Eo  Ês  Êo Io = Io = Id Eo =
  RL 2

Para as duas expressões anteriores temos as seguintes simbologias:


Êo  Valor de pico da tensão na saída do retificador (na carga);
Eo  Valor eficaz da tensão na saída do retificador (na carga);
E O  Valor médio ou contínuo da tensão na saída do retificador (na carga);

Exemplo: Calcular EO e Eo, para o circuito mostrado na figura, sabendo que R L = 100W .

E s = E s  2 = 12  2 = 17 V
^

^
E 17
Eo = s   5,4 VDC
π π
^
E s 17
Eo   = 12,02 Veficazes
2 2

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4- O retificador de onda completa com CT (Center Tap – Tomada Central)
O circuito do retificador de onda completa com CT é mostrado abaixo

No retificador de onda completa com CT faz-se necessário o uso de um transformador com uma derivação central no
secundário, isto é, no centro do enrolamento da bobina que compõe o secundário tiramos uma derivação de tal forma a
obtermos a tensão de uma extremidade da bobina em relação a tomada central (CT) com polaridade oposta a da outra
extremidade em relação ao mesmo CT. Observe as formas de onda que devemos ter em um transformador com CT.
Assim, sempre que eS1 for positivo em relação ao CT eS2 será negativo e vice-versa. Observe que os valores
instantâneos têm o mesmo valor, somente a polaridade é contrária.

Funcionamento:

a) Durante o semiciclo positivo de eS1 (negativo de eS2)

Substituindo os diodos por seus circuitos equivalentes ideais teremos o seguinte circuito:

eS1 positivo polarizará D1 diretamente e a corrente circulará pela carga como o descrito na figura anterior. Se e S1 é
positivo consequentemente eS2 é negativo e polarizará D2 reversamente, ou seja, D2 estará bloqueado. Portanto D1 “passará” o
semiciclo positivo de eS1 para a carga.

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b) Durante o semiciclo positivo de eS2 (negativo de eS1)

Adotando o mesmo procedimento agora para o intervalo de tempo seguinte teremos: e S2 positivo polarizará D2
diretamente e a corrente circulará pela carga como o descrito na figura anterior. Se e S2 é positivo consequentemente eS1 é
negativo e polarizará D2 reversamente, ou seja, D1 estará bloqueado. Portanto D2 “passará” o semiciclo positivo de eS2 para a
carga.

Observe que o sentido da corrente é o mesmo para as duas situações.


“Montando” o sinal na carga para a excursão de alguns ciclos completos do sinal de entrada teremos:

Veja que no retificador de onda completa conseguimos “aproveitar” os dois semiciclos do ciclo completo do sinal de
entrada, ao passo que no meia onda só aproveitávamos um semiciclo.
O resultado é que teremos um valor médio (contínuo) da tensão de saída/carga maior que no meia onda. A tensão na
saída é contínua pois, como já dissemos, a corrente circula sempre no mesmo sentido e também é pulsativa, a figura a seguir
ilustra a forma de onda na saída do retificador de onda completa com os seus valores médio e de pico:

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Análise do circuito

Observe que ora temos o semiciclo positivo de Es1 na carga, via diodo D1, ora o semiciclo positivo de Es2, via D2.
Enquanto os semiciclos negativos são ceifados, perdendo tensão que poderia ir para a carga.

Relações importantes:

2  Êo 2  Ês Eo Io
Eo = fr = 120 Hz Eo = Io = Id =
  RL 2

Êo
onde Ês = Ês1 ou Ês2 Eo =
2

Exemplo: Calcular Eo para o circuito abaixo:


Es1 = 12V → Es1 = 12  2 → Ês1 = 17V
2  Ês 2  17
Eo = = → Eo = 10,8Vdc
 

Eo  Ês

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RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE

O diagrama esquemático do retificador de onda completa em ponte é mostrado a seguir.

No retificador de onda completa em ponte não é necessário que o transformador possua tomada central.

Funcionamento:
a) Durante o semiciclo positivo de eS:

Neste intervalo de tempo os diodos estarão polarizados da seguinte forma:


D1 – Polarizado diretamente = conduzindo;
D2 – Polarizado reversamente = bloqueado;
D3 – Polarizado diretamente = conduzindo;
D4 – Polarizado reversamente = bloqueado.

Substituindo os diodos por seus circuitos equivalentes ideais teremos o seguinte circuito:

A corrente circulará através de D1 , pela carga e por D3 fechando o circuito. Observe o sentido da corrente pela carga.

b) Durante o semiciclo negativo de eS:

Neste intervalo de tempo os diodos estarão polarizados da seguinte forma:


D1 – Polarizado reversamente = bloqueado;
D2 – Polarizado diretamente = conduzindo;
D3 – Polarizado reversamente = bloqueado;
D4 – Polarizado diretamente = conduzindo.

Substituindo os diodos por seus circuitos equivalentes ideais teremos o seguinte circuito abaixo.
Partindo do ponto mais positivo do secundário do transformador, a corrente circulará através de D4 , pela carga e por
D3 fechando o circuito. Veja que o sentido da corrente pela carga foi o mesmo que o do semiciclo anterior.

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Para alguns ciclos completos do sinal do secundário do transformador teremos a seguinte forma de onda na carga:
Assim como o retificador de onda completa com CT, o retificador de onda completa em ponte também aproveita os dois
semiciclos do sinal de entrada.
Como o “aspecto” da forma de onda do sinal na saída do retificador de onda completa em ponte é idêntico ao da
forma de onda do retificador de onda completa com CT, todas as expressões para o cálculo da tensão média de saída E O e da
tensão eficaz de saída Eo também são iguais.

Relações importantes:

2  Ês Eo 2  Êo Io Êo
Eo = Io = Eo = Id = fr = 120 Hz Eo =
 RL  2 2

Exemplo: Calcular a tensão média na carga para o circuito abaixo:

Ês = 12  2 = 17 v
2  17
Eo =  10,8Vdc

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5- Dimensionamento dos diodos:
a) Corrente direta nos diodos:

No retificador de OC em ponte os diodos também conduzem alternadamente a corrente que circula pela carga
contudo, aos pares, isto é, enquanto em um semiciclo do sinal de entrada D 1 e D3 conduzem, D2 e D4 estão bloqueados, e no
semiciclo seguinte o processo se inverte. Desta forma a corrente na saída é formada pela corrente que circula pelos dois pares
de diodos. As formas de onda das correntes pelos diodos e a de saida é mostrada a seguir:

Nota-se que:
ÊO ÊS IO
Î D1 = Î D2 = Î D3 = Î D 4 = Î D = Î O =  e I D1 = I D2 = I D3 = I D4 = I D =
RL RL 2
ID  IF ( AV )
b) Tensão reverva (PIV)

Usaremos a mesma filosofia empregada no retificador de OC com CT. Para


deduzirmos a máxima tensão reversa aplicada aos diodos deste circuito analisaremos
no intervalo em que eS é positivo e os diodos D2 e D4 estão polarizados reversamente.
Para saber a tensão que polariza D1 e D3 reversamente a filosofia é a mesma. Para tal
vejamos novamente o circuito substituindo o diodo D1 e D3 por seu circuitos
equivalentes ideais.

Analisando o circuito podemos notar que no instante t a DIFERENÇA DE POTENCIAL entre anodo e catodo de D2
e de D4 (tensão que polariza D2 e D4 reversamente), que é a maxima tensão reversa de pico (PIV) será:
PIV = ÊS Portanto PIV = ÊS  VRRM

6- Desempenho dos retificadores

Regulação de tensão

Para calcularmos o valor da tensão média na carga ( E O ), fizemos aproximações e obtivemos as seguintes expressões
para os retificadores de meia onda e onda completa respectivamente:

ÊS 2  ÊS
EO  EO 
 

MEIA ONDA ONDA COMPLETA


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Observe que em nenhuma das expressões não aparece o valor da resistência dos diodos, da resistência do enrolamento
do secundário do transformador e a queda de tensão V dos diodos. O que ocorre na realidade é que quando conectamos a
carga na saída de um retificador, a corrente que circula pelo circuito provoca uma queda de tensão na resistência dos diodos e
na resistência do condutor que compõe os enrolamentos do transformador (lei de Ohm). Portanto a tensão na saída de um
retificador qualquer será maior quando ele não estiver conectado à carga (a vazio).
A regulação de tensão é definida como a capacidade do retificador manter a tensão na saída constante, em função da variação
da carga.

E O (s/ carga) − E O ( c/ carga)


Re g % = 100
E O ( c/ carga)
Portanto, quanto menor for o valor de Reg% melhor será a fonte.

7- Rendimento de retificação
É definido como sendo a relação da potência contínua na carga e a potência alternada entregue pelo transformador. Esta
relação mostra o grau de aproveitamento da energia pelo retificador.

PDC
% =  100
PAC

Onde:
PDC  Potência contínua na carga  PDC = ( I O)2  RL (1)
PAC  Potência alternada no secundário do transformador  PAC = (IO )2  RL (2) .

Para um retificador de meia onda temos:

Î O Î O
IO  (3) e IO = (4)
 2

Substituindo (3) em (1) e (4) em (2), vem:


2
 Î O 
2
 Î O 
PDC =    RL e PAC =    RL
 2

então a expressão do rendimento fica:


Î O 2
 R L
 100 =  2
PDC 2 4
% =  100 = 2  100  40,5%
PAC Î O 
 R L
4

O valor 40,5% nos mostra quanto da potência alternada entregue pelo transformador é aproveitada na carga o que nos
chama a atenção para o baixo rendimento do retificador de meia-onda.

Exercício proposto: Calcular o rendimento para os retificadores de O.C.

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8- Fator de Ripple (ondulação)
A conversão AC  DC que se deseja de uma fonte de alimentação, como já dissemos anteriormernte, não é perfeita,
pois sempre haverá uma ondulação nas componentes contínuas de saída. Esta ondulação é denominada ripple. O fator de ripple
em porcentagem é dado através da seguinte fórmula:

2
 EO 
r% =   − 1  100
 EO 

Substituindo na expressão acima as expressões de E o e E O teremos para os retificadores de meia onda um fator de
ripple de 121% e os de onda completa, 48%.

Exercício proposto: Prove que o fator de ripple do retificador de meia onda é de 121% e o de onda completa é 48%.

9- Freqüência de Ripple (fr)

a) Retificador de meia-onda: b) Retificador de onda completa

Como o período Ts = Tr, logo fs = fr = 60Hz Como Ts = 2.Tr → fr = 120 Hz

Onde:
Ts = Período da tensão do secundário;
Tr = Período da tensão na carga;
fs = Freqüência da tensão do secundário;
fr = Freqüência de ripple.

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10 - Capacitores
São componentes eletrônicos capazes de armazenar energia (carga elétrica).

Simbologia:

sem polaridade com polaridade

A quantidade de energia que o capacitor consegue armazenar chama-se capacitância e é dada através da unidade
Farads [F], em homenagem ao cientista alemão Michael Faraday.

Ex.: 1000μF

Esquema interno dos capacitores:

Fatores que determinam a capacitância


Área das placas
Distância entre as placas
Tipo de material usado como dielétrico (isolante)

Tipos de capacitores:
Existem inúmeros tipos de capacitores que são geralmente classificados de acordo com o tipo de dielétrico.
Os principais são:

* Cerâmica * Plástico
* Poliéster * Epóxi
* Tântalo * Eletrolítico
* Papel

Tensão de Isolação:

É a tensão de ruptura do dielétrico do capacitor, ou seja, a máxima tensão que pode ser aplicada nos terminais do
capacitor.
Se esta tensão for ultrapassada, causará a queima do componente e poderá causar graves acidentes.

Ex.: 1000μF / 25V

Carga do capacitor:

Para carregar o capacitor é necessário conecta-lo a uma fonte de tensão. Desta forma os elétrons saem do pólo mais
positivo, tornando a placa carregada eletricamente. Do mesmo modo saem elétrons do pólo negativo, carregando a placa
oposta. O capacitor pára de se carregar quando a diferença de potencial entre seus terminais for igual a tensão V da fonte.

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Capacitores Eletrolíticos:

Possuem polaridade
Usados em circuitos de baixa freqüência
Possuem baixa tensão de isolação
Podem ser usados como filtro de ruído
São dados em μ (micro) farads

Ex.:

Capacitores de Cerâmica e Poliéster:

A maioria não possui polaridade


Usados em circuitos de alta freqüência
Possuem alta tensão de isolação
Podem ser usados como acoplamento entre circuitos
São geralmente dados em n (nano) e p (pico) farads. Os capacitores de poliéster podem ser dados em μ (micro) farads.

Ex.:

Leitura de capacitores:

Eletrolítico:

O valor da capacitância, tenso de isolação e polaridade estão descritos no encapsulamento (corpo) do


componente.

Cerâmica:

O valor da capacitância pode vir expresso em código, como mostrado abaixo:

Ex.:

47000 pF ou 47nF

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11 - Filtros

Noções básicas
A tensão contínua fornecida por uma bateria se caracteriza por apresentar polaridade definida e valor constante ao longo
do tempo.

Os circuito retificadores, tanto o meia onda como o onda completa nos fornece tensões, embora contínua, pulsantes.

Observa-se claramente a diferença entre a tensão contínua entregue por uma bateria e a entregue pelos retificadores.
Com o objetivo principal de diminuir a ondulação da tensão na carga, ou seja reduzir o fator de ripple, introduzimos um
FILTRO entre o retificador e a carga.

12 - Filtro a capacitor
A capacidade de armazenamento de energia dos capacitores pode ser utilizada como recurso para realizar um processo
de filtragem na tensão de saída de um circuito retificador.
Para a análise de funcionamento do filtro a capacitor usaremos o retificador de meia onda. A análise para os
retificadores de onda completa é idêntica.
O circuito de um retificador de meia onda com filtro a capacitor é mostrado na figura da página seguinte:

Analisando as formas de onda e o circuito anterior, observa-se que quando o retificador é ligado (t0) o diodo conduz
até o valor de Ês, carregando o capacitor até este valor.

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A partir deste instante (t1), o diodo fica polarizado reversamente pois o capacitor estará carregado e a tensão no anodo
será menor que a do catodo. O capacitor se descarregará sobre a carga até o instante que o diodo passa a ser polarizado
diretamente novamente (t2).
Novamente o capacitor se carrega até o valor de Ês e a partir deste instante o processo se repete.

Como o capacitor está em paralelo com a carga, a tensão no capacitor é igual a tensão na carga.

Observe que a colocação do capacitor proporciona um aumento no valor médio da tensão de saída.

- Análise do filtro a capacitor


Para a análise do retificador de meia onda com filtro a capacitor, faremos a seguinte aproximação:

onde:
VOND → variação da tensão na carga; Tr → Período da tensão de ripple.

Como visto no no estudo dos capacitores,

Q Q
C= V=
V C
log o :
Q1 Q2
V1 = e V2 =
C C
Da forma de onda podemos observar :
Q1 Q2 Q1 − Q2
VOND = V1 − V 2  V OND = −  VOND = (1)
C C C

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Sabemos que corrente elétrica é a quantidade de cargas elétricas que passa por um condutor durante um espaço de
tempo.
Q
I=
t
Podemos deduzir também que a corrente que passa pela carga ( I O ) é a quantidade de cargas que passa por ela durante
o período de ripple.

Q1 − Q2
IO =  Q1 − Q2 = I O  Tr (2)
Tr
1
Substituindo (2) em (1) e sabendo que Tr = teremos:
fr
IO
VOND =
C  fr
Para sabermos o valor da tensão média na carga observemos a figura abaixo.

VOND
Pode-se verificar que: E O = ÊS −
2
Para cargas leves e valores elevados de capacitores: E O  ÊS

O fator de ripple para as fontes de alimentação que utilizam capacitor como elemento de filtragem pode ser calculador
por: r% =
1
 100
2  3  C  fr  RL

onde:
r%  Fator de ripple do circuito;
C  Valor do capacitor de filtro (F);
fr  Valor da frequência de ripple (Hz);
RL  Valor da resistência de carga ().

13 - DIMENSIONAMENTO DOS DIODOS


a) Retificador de meia onda:

a.1 - Corrente direta


A corrente que circula na carga é, na maior parte, a fornecida pelo capacitor. Contudo a carga do capacitor é feita
através do diodo. Então, indiretamente, a corrente média que flui pela carga é a mesma que flui pelo diodo.

I D = I O  IF( AV)
Nas fontes de alimentação com filtro a capacitor o diodo retificador conduz apenas durante um pequeno período de
tempo, para recarregar o capacitor.

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Durante o tempo que o diodo conduz o capacitor recebe toda a carga que perdeu durante seu período de descarga. Isto
faz com que a corrente que circula pelo diodo durante sua condução seja muito alta para que na média seja igual a corrente de
saída.

O valor da corrente de pico no diodo pode ser calculada através da expressão aproximada:

 1 
Î D = I O  1 + 2   
 r%  2 

Devemos lembrar que a corrente de pico do diodo não deve ultrapassar o valor estipulado pelo fabricante. Assim:
Î D  IFRM
Através da expressão de cálculo do fator de ripple podemos verificar que quanto maior o valor do capacitor menor
será a ondulação (menor fator de ripple). Contudo se aumentamos demasiadamente o valor do capacitor e consequentemente
um valor de fator de ripple muito baixo, teremos um valor de corrente de pico do diodo muito alto, podendo danifica-lo.
Quando necessitamos de fatores de ripple muito baixos devemos utilizar de outros processos de filtragem ou então utilizar
circuitos de regulação. Por ora os circuitos de regulação não serão estudados por necessitar conhecimentos de outros tipos de
componentes que ainda não foram estudados.

a.2 – Corrente de Surto ( ÎON )

No momento que ligamos o circuito o capacitor está descarregado, e neste momento se comporta como um curto. A
corrente que circula no circuito é limitada apenas pelas resistências do fio que compõe o enrolamento do transformador e do
diodo. Como estas resistências são baixas, a corrente de surto é muito grande. O diodo é capaz de suportar um pulso de curta
duração de corrente mais elevado que o seu I FRM. Os fabricantes nos fornecem o valor desta corrente com o nome de I FSM
(Maximum Surge Forward Current – Máxima Corrente direta de Surto). A corrente de surto do circuito deve ser menor
que a IFSM do diodo empregado na construção da fonte. O valor da corrente de surto pode ser calculado através da expressão:

Eˆ S
IˆON =  IFSM
rD + RTR
onde:
ÎON  Corrente de Surto;

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ÊS  Tensão de pico do secundário do transformador;
rD  Resistência interna do diodo;
RTR  Resistência do enrolamento do transformador.

a.3 – Tensão Reversa de Pico (PIV)

Para encontrar o valor da PIV do retificador de meia onda com filtro observe as duas figuras a seguir

No instante t teremos a máxima tensão reversa aplicada ao diodo. Observe que neste instante teremos no secundário
do transformador uma tensão igual ao valor de pico negativo
(-ÊS) . No mesmo instante o apacitor estará descarregando sobre R L e a tensão entre seus terminais é de aproximadamente +ÊS.
Portanto a DIFERENÇA DE POTENCIAL entre os termi-nais do diodo, que neste instante é a máxima tensão reversa de
pico, será:

PIV = 2  ÊS  VRRM

b – Retificadores de onda completa:

b.1 – Corrente direta.

Nos retificadores de onda completa, a carga do capacitor é feita ora por um diodo ora por outro (nos retificadores em
ponte, ora por um par de diodos ora por outro par). Assim a corrente média na carga é formada pelas correntes que passaram
pelos dois diodos (ou pelos dois pares). Então:
IO
ID =  IF( AV)
2
A expressão para o cálculo da corrente de pico nos diodos de um retificador com filtro de onda completa em ponte ou
com CT, é a mesma usada nos retificadores de meia onda também com filtro.
 1 
Î D = I O  1 + 2   
 r%  2 

Sempre lembrando que a corrente de pico do diodo não deve ultrapassar o valor estipulado pelo fabricante. Assim:
Î D  IFRM

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b.2 – Corrente de Surto ( ÎON )

Para os retificadores com CT a expressão é a mesma do meia onda:


Eˆ S
IˆON =  IFSM
rD + RTR

Nos retificadores em ponte temos dois diodosem série, portanto:


Eˆ S
IˆON =  IFSM
2  rD + RTR

b.3 – Tensão reversa (PIV):

O capacitor não interferirá na PIV dos retificadores de onda completa. Portanto:

PIV = 2  ÊS  VRRM PIV = ÊS  VRRM

ONDA COMPLETA COM CT ONDA COMPLETA EM PONTE

14 - Tensão de isolação do capacitor


Uma das limitações do capacitor é a máxima tensão permitida entre seus terminais. Esta tensão é chamada de tensão de
isolação do dielétrico. No caso do uso de capacitores em filtros de retificadores a tensão de isolação deve ser maior que a
máxima tensão que será aplicada em seus terminais, portanto:
EISOLAÇÃO  ÊS

Uma forma prática para determinarmos o valor da tensão de isolação do capacitor é:


EISOLAÇÃO  1,5  ÊS

RESUMO DAS EXPRESSÕES E CARACTERÍSTICAS DOS RETIFICADORES COM FILTRO

Característica/Expressão Tipo de Retificador


Descrição Símbolo MEIA ONDA OC COM CT OC EM PONTE
VOND
E O = ÊS −
Tensão Média de Saída EO 2
IO
Tensão de Ondulação na Saída VOND VOND =
C  fr
Corrente de pico pelo(s)  1 
diodo(s) ( Î D  IFRM ) Î D = I O  1 + 2   
Î D  r%  2 
Corrente média pelo(s) diodo(s) IO
( I D  IF( AV)) ID ID = IO ID =
2
Corrente de Surto ÎON Eˆ S Eˆ S
( ÎON < IFSM) IˆON = IˆON =
rD + RTR 2  rD + RTR
Máxima Tensão Reversa de PIV PIV=2.ÊS PIV=2.ÊS PIV=ÊS
Pico (PIV<VRRM)
Reg% E O( s/ carga) − E O( c/ carga)
Regulação de Tensão Re g% =  100
E O( c/ carga)
1
Fator de Ripple r% r% =  100
2  3  C  fr  RL
Frequência de Ripple fr 60Hz 120Hz
Período de Ripple Tr 16,7ms 8,3ms

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