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Aula 31

As plantas

Veja só que refeição saudável! Um prato desses por dia


é suficiente para suprir quase todas as suas necessidades
nutritivas. E, se você olhou bem, verificou que a refeição
é composta somente por vegetais! Podemos concluir, então, que
os vegetais são uma rica fonte alimentar para os seres humanos.

Figura 1: Alimentos de origem vegetal

Atividades
Faça no seu caderno.
1. Dê o nome dos alimentos mostrados na Figura 1.

2. Para tornar mais evidentes as diferenças entre esses vegetais, procure des-
crever algumas características de cada um:

Como você pode verificar, o tomate é vermelho e tem a forma redonda; a alface é verde e folhosa,
enquanto a couve-flor tem partes verdes e brancas que formam uma espécie de cacho; o palmito
é branco e tem forma cilíndrica.
Quando olhamos os alimentos assim preparados para uma refeição, não estamos diante dos
vegetais inteiros: no prato estão apenas partes deles. Observe nas figuras abaixo as plantas das
quais retiramos o feijão, a cenoura, a couve-flor, o arroz, a alface e o tomate.

Feijão Cenoura Couve-flor Arroz Alface Tomate

Figura 2

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3. Localize e indique nas figuras as partes que utilizamos como alimento.

Em geral, em nossa alimentação só aproveitamos uma estrutura de cada vegetal. Do pé de alface,


utilizamos as folhas. Do tomateiro e do pé de arroz retiramos os frutos, que são bem diferentes.
Do pé de cenoura, consumimos as raízes. Outro exemplo: no caso do palmito, comemos a parte
interna retirada da ponta do caule da palmeira.

Conhecendo folhas
Existem folhas dos mais variados tamanhos e formatos. Porém, mais frequentemente, elas pos-
suem coloração verde e estão ligadas aos galhos da planta. Observe, nos desenhos abaixo, alguns
tipos de folhas.

b d

a
c

Figura 3

4.
a) Escolha uma característica dessas folhas (formato ou tamanho, por exem-
plo) e tente formar dois grupos distintos.

Existem folhas muito diferentes umas das outras, mas podemos utilizar uma característica comum
a várias delas para subdividir certas plantas em dois grupos. Para perceber qual é essa caracterís-
tica, faça o seguinte: pegue uma folha de grama e olhe contra a luz.

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b) Observe os “risquinhos” que existem nela. Desenhe esses risquinhos no


espaço a seguir. Repita o mesmo procedimento utilizando uma folha de
roseira, de violeta ou de árvore frutífera − pode ser mangueira, abacateiro,
laranjeira ou caquizeiro.
Utilize este espaço para seus desenhos.

Os “risquinhos” que as folhas possuem são chamados de nervuras. É por eles que circulam a água
e os alimentos da planta.
Repare que, em algumas plantas, as nervuras da folha estão arranjadas ao estilo da folha de
grama, ou seja, paralelas umas às outras. Essas plantas podem ser agrupadas com o milho, o arroz
e as palmeiras.
Em outros vegetais, as folhas têm nervuras mais parecidas com aquelas existentes nas árvo-
res frutíferas, ou seja, são bastante ramificadas. Podemos, então, formar outro grupo, juntando
esses vegetais às roseiras, às violetas, ao pé de alface, ao pé de cenoura, e assim por diante.

Conhecendo estruturas de reprodução


Utilizando as estruturas de reprodução, também conseguimos formar grupos de vegetais. As flo-
res são geralmente reconhecidas como estruturas de reprodução bonitas e coloridas que costu-
mam surgir nas plantas em algumas épocas do ano. Mas nem tudo que reproduz é flor! As pinhas
dos pinheiros são estrutura de reprodução, mas não são flores. Observe os desenhos abaixo: eles
mostram três tipos de estruturas de reprodução.

Figura 4b

Figura 4c
Figura 4a

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A primeira estrutura de reprodução (Figura 4a) aparece em plantas do grupo dos pinheiros.
Como exemplo, podemos citar as araucárias do sul do país, e os próprios pinheiros, dos quais
comemos as pinhas ou pinhões, alimento muito apreciado na época das festas juninas.
A segunda (Figura 4b) é de uma planta conhecida que surge em meio à grama e tem uma flor
parecida com a da margarida.
A terceira é uma flor (Figura 4c) e é característica do grupo ao qual pertencem a roseira, a
violeta e também as plantas frutíferas.

5. Cite as diferenças que você consegue identificar observando as flores repre-


sentadas nas figuras anteriores.

Embora apresentem algumas diferenças, todas as flores desempenham a mesma função: elas pro-
piciam a reprodução do vegetal.
É a partir de estruturas presentes na flor que se produzem as sementes com os embriões de
uma nova planta.
O curioso é que nem todas as plantas possuem flores!
Os pinheiros não têm flores, mas suas pinhas geram sementes, mas não frutos. Suas estrutu-
ras de reprodução são bem evidentes.
Se você tem uma samambaia em casa, já deve ter percebido que nela nunca aparecem estru-
turas parecidas com aquelas mostradas na figura 4. Isso acontece porque existem alguns vege-
tais que não têm estruturas de reprodução muito visíveis. Como exemplo, além das samambaias,
podemos citar aquelas plantinhas que crescem embaixo das pedras em locais úmidos e sombre-
ados: os musgos.

samambaia

musgo

Figura 5: Representação de samambaia


em um vaso com musgo

Aprofundando
Como você já estudou em aulas anteriores, o processo de evolução das espécies
deu origem à grande diversidade de formas de vida hoje espalhadas pelo nosso
planeta. Os seres vivos podem fazer parte do grupo dos vegetais, dos animais e
dos seres microscópicos. Nesta aula, conhecemos um pouco mais o grupo das
plantas. Nas aulas seguintes, estudaremos os animais e os seres microscópicos.

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Para estudar toda essa diversidade de vida, os cientistas costumam apelar para uma
classificação: vão agrupando as espécies de seres vivos que possuem característi-
cas comuns. Nesta aula, conhecemos alguns desses critérios de classificação.
Utilizando a característica “estrutura de reprodução”, conseguimos classifi-
car todos os vegetais em dois grandes grupos: um deles composto pelas plantas
que têm estruturas de reprodução bem visíveis, e outro composto por plantas
em que essas estruturas não são muito evidentes.
Podemos subdividir ainda mais esses grupos. Dentre as plantas com estruturas
de reprodução bem visíveis, existem algumas parecidas com as araucárias (repre-
sentadas na Figura 4a). Elas produzem sementes, mas não produzem frutos. O
pinheiro é um bom exemplo. Da pinha saem pequenas sementes aladas.
Outros vegetais possuem flores mais semelhantes àquelas representadas nas
Figuras 4b e 4c. Essas flores são encontradas na grama, nas árvores frutíferas e
em várias outras plantas, constituindo outro subgrupo do grupo das plantas que
produzem flores. Além de flores, essas plantas produzem também frutos. Den-
tro dos frutos estão alojadas as sementes.
Mas a grama, as árvores frutíferas e todos os outros vegetais que fazem parte
deste último subgrupo também podem ser separados pelas nervuras de suas
folhas, por exemplo. Sendo iguais às nervuras da grama, elas pertencem a um
grupo; se forem iguais às das árvores frutíferas, farão parte de outro grupo.
No grupo das plantas cujas estruturas de reprodução são pouco visíveis, exis-
tem pelo menos dois subgrupos: o das samambaias e o dos musgos.

Vejamos as subdivisões que já fizemos:

Do tipo da araucária
Estruturas de Folhas com nervuras iguais
reprodução às da grama
muito visíveis Flores das Figuras 4b
e 4c
Folhas com nervuras iguais
Vegetais às das árvores frutíferas
Do tipo
Estruturas de das samambaias
reprodução
pouco visíveis Do tipo
dos musgos

Para compreender melhor a utilidade dessa classificação, acompanhe um exem-


plo: se você encontrar uma planta que nunca viu antes, e alguém disser que ela
possui folhas com nervuras parecidas com as da mangueira, você poderá deduzir
várias outras características do vegetal desconhecido. Saberá, por exemplo, que
ele produz flores. Mesmo que a planta não esteja na época de florir, você será
capaz de dizer que suas flores serão parecidas com as flores das Figuras 4b e 4c.
Ou seja: as classificações ajudam muito quando queremos estudar e descobrir
coisas novas sobre um ser vivo que desconhecemos. Nesta aula, aprendemos os
princípios de classificação das plantas. Na aula seguinte, estudaremos a classi-
ficação dos animais.

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Hora da revisão
• Existe grande diversidade de vegetais em nosso planeta.

• Um vegetal pode possuir várias partes: caule, folha, flor, fruto e semente.

• Os vegetais podem ser classificados segundo algumas características que possuem.

• Uma dessas características é a capacidade de produzir flores e frutos.

Atividades
Faça no seu caderno.
6. Observe com atenção a planta representada a seguir. De que grupos apresen-
tados nesta aula ela faria parte?

Frutos

Flores
Figura 6: Laranjeira

7. “O tomate é uma planta muito apreciada.” Por que podemos dizer que essa
frase apresenta uma informação falsa? Reescreva a frase para torná-la correta.

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Aula 33
Vida microscópica

Todas as manhãs, seu Francisco acorda bem cedinho e já vai ligando o rádio para ouvir o seu
programa predileto: “Dicas da Cozinha”. A apresentadora desse programa diariamente dá
sugestões do que as pessoas podem preparar no almoço, no jantar e mesmo no
café da manhã. Naquele dia, o programa era especial.
− Bom dia! Bom dia, amigos e amigas. Hoje nós vamos falar sobre um alimento leve,
saudável e adequado para o verão. Um alimento leve e que não engorda. No programa de
hoje, vamos aprender a fazer iogurte.
Os iogurtes do mercado são muito caros. Mas existe um jeito barato e rápido de fazer iogurte
em casa.
Vocês já pensaram em poder comer iogurtes todos os dias, gastando o mesmo que vocês
gastam para comprar leite? É isso aí! O iogurte que vamos aprender a fazer, no final das
contas, sai praticamente pelo preço do leite.
Então, vamos lá. Preparados para anotar tudo?
Atenção para o que vocês vão precisar: um único potinho de iogurte natural comprado
pronto e um litro de leite (1). Só isso mesmo!
Agora vejam como se faz: fervam o leite e esperem que ele amorne (2). Misturem uma colher
de sopa do iogurte que vocês compraram no mercado com o leite já morno (3). Coloquem
esse leite misturado com iogurte em uma jarra.
Mas, atenção! Essa jarra não pode ficar em qualquer lugar. Nada de geladeira. Vocês devem
colocar a jarra num lugar que não seja frio, e sem corrente de vento. Uma boa ideia é cobrir
a jarra com um pano, para que ela não esfrie muito rápido, e colocá-la no forno. Mas não
acendam o forno! Vocês só vão colocar a jarra no forno porque é um lugar fechadinho, onde não
bate vento (4).

Figura 1

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No dia seguinte, veja o que se formou dentro da sua jarra. Bom, como você não vai aguentar
de curiosidade, eu já vou logo falando. Você vai ver que o leite ficou duro como o iogurte
comprado pronto (5). É isso, minha amiga: o que você tem agora é um iogurte igualzinho ao
do mercado. É só comer.
Agora, para que o seu iogurte não estrague rápido, coloque-o na geladeira. E, quando a jarra
estiver acabando, reserve uma colher de sopa do iogurte que você fez e misture-a com outro
litro de leite fervido. Assim, você terá sempre iogurte a preço de leite.
Gostou da dica de hoje? Então até amanhã, com novas dicas de cozinha.

Atividades
Faça no seu caderno.
1. Explique por que a apresentadora do programa disse que podemos fazer iogurte
a preço de leite.


2. Para fazer o iogurte, você deve utilizar:
(A) leite gelado;
(B) leite que já foi fervido;
(C) leite que você acabou de comprar.

3. Depois de misturar o iogurte com o leite, devemos manter a mistura por 24 horas em:
(A) locais frios, como a geladeira;
(B) locais em que a temperatura não varie;
(C) locais quentes.

4. Qual é a diferença entre a consistência do iogurte e a consistência do leite?

Aprofundando
O iogurte que comemos é, na realidade, um alimento que contém microrganis-
mos vivos. Se você está lembrado, microrganismos são seres vivos que só con-
seguimos enxergar com o auxílio de instrumentos especiais, como os microscó-
pios. O iogurte, portanto, é uma substância na qual vivem milhões e milhões de
seres vivos microscópicos que estão comendo, se reproduzindo e morrendo.

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Na ilustração seguinte, podemos observar a reprodução de uma bactéria, que


também é um microrganismo. Repare que, antes da reprodução, aparece só
um microrganismo. A observação ao microscópio mostra que esse microrga-
nismo, em determinado momento de sua vida, se divide em dois, originando
dois novos seres vivos. Ou seja: onde antes havia somente um ser vivo, agora
já existem dois.
Figura 2: Representação de
bactérias vistas ao microscópio

bactéria-mãe

divisão celular

bactérias-filhas

No iogurte, algo semelhante ocorre. Os microrganismos existentes no iogurte


são bactérias. Elas são chamadas de lactobacilos.
Ao contrário de algumas bactérias, como aquela que causa a cólera e que
estudamos na Aula 25, os lactobacilos podem ser usados na alimentação, pois
não produzem substâncias tóxicas ao nosso organismo. Os lactobacilos se ali-
mentam do açúcar do leite e produzem uma substância azeda, chamada ácido
lático. Esse ácido provoca a formação de grumos no leite, que assim adquire a
consistência de iogurte.

Dica
Ao fazer o seu iogurte caseiro, use leite fervido.

Se não fervêssemos o leite antes de misturá-lo ao iogurte, ou seja, aos lactobaci-


los, outros microrganismos também iriam se reproduzir. Nesse caso, ao comer
o que parecia ser iogurte, estaríamos comendo, além dos lactobacilos, outros
microrganismos que poderiam fazer mal à nossa saúde.
Mas e quanto às temperaturas? O que acontece com os microrganismos
quando eles estão na geladeira?
Na geladeira, os microrganismos não chegam a morrer. Mas a temperatura média
da geladeira (6°C) é suficientemente baixa para diminuir o ritmo de vida deles. Isto
quer dizer que, no frio, esses microrganismos se reproduzem mais lentamente. É por
isso que, na geladeira, os alimentos demoram muito mais a estragar.
É por isso também que os animais mortos e os restos de plantas em uma flo-
resta quente e úmida apodrecem muito rapidamente. Afinal, na umidade e no
calor, os microrganismos estão em ritmo frenético, reproduzindo-se muito. Com
isso, eles causam o apodrecimento rápido de restos de seres vivos.

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Consequentemente, numa região fria acontece o contrário. No alto das monta-


nhas geladas, ou em continentes como a Antártica, a ação dos microrganismos
é muito lenta e o apodrecimento dos seres que morrem é demorado.

Os microrganismos na natureza
Os microrganismos vivem em todos os lugares. Existem aqueles que causam
doenças; outros são utilizados em nossa alimentação (como os lactobacilos), e
há os microrganismos responsáveis pelo apodrecimento dos seres mortos. Pode
parecer surpreendente, mas até mesmo numa gotícula de água existem seres
vivos microscópicos.
Quando vistas ao microscópio, amostras de água tirada de dentro de tron-
cos de árvores nas florestas, dos mares, das poças de água no meio da rua e até
mesmo aquela aguinha dos vasos de planta, por exemplo, revelam coisas que
podemos ver na Figura 3. Ou seja: nessas águas encontramos vários microrga-
nismos nadando.

Figura 3: Representação
de microrganismos na gota
d'água vistos sob a lente
de um microscópio

Repare bem na ilustração e veja quantos seres vivos podem ser encontrados em
uma gota de água. Note ainda que esses seres não são todos iguais. Quer dizer:
diferentes organismos microscópicos convivem na mesma gota.
Até quatrocentos anos atrás, o homem só conhecia os seres vivos e os ele-
mentos da natureza que podia ver a olho nu. Quando foram inventados os ins-
trumentos que aumentam a nossa capacidade de visão, como os microscópios,
começamos a descobrir todo um universo com o qual convivíamos e que era
desconhecido.
Desde então, e cada vez mais, descobrimos que não somos os únicos seres do
universo. Até mesmo uma gota de água contém uma infinidade de seres vivos,
como aqueles mostrados na ilustração. A natureza, portanto, ensina que dela
pouco conhecemos e ainda nos resta muito a aprender.

Neste bloco de aulas você aprendeu um pouco mais sobre os seres vivos. Mas tenha em mente
que tudo isso é só uma pequena parte da natureza. Se você se interessou pelo assunto, saiba que
ainda há muito a aprender. Procure saber mais por meio de livros e revistas que estão ao seu
alcance. Sem dúvida, você aprenderá uma porção de coisas novas que não mostramos aqui.

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Hora da revisão
• Microrganismos são seres vivos microscópicos.

• Os microrganismos também se alimentam e reproduzem.

• Os microrganismos podem causar doenças ou ser utilizados na nossa alimen-


tação.

• O iogurte é um alimento que contém microrganismos.

• Podemos fazer iogurte utilizando apenas leite fervido e um pouco de iogurte


comprado pronto.

• Os microrganismos têm o seu ritmo de vida diminuído em temperaturas bai-


xas como as da geladeira.

• Os microrganismos estão relacionados ao apodrecimento dos alimentos.

Atividades
Faça no seu caderno.
5. Explique como se pode fazer iogurte caseiro.

6. Por que os alimentos na geladeira demoram a estragar?

7. Por que é necessário ferver o leite antes de fazer o iogurte?

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Aula 37
Cadeias alimentares

Observe as figuras:

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Atividades
Faça no seu caderno.
1. Por que essas frases são usadas para vender alimentos?

2. Por que a palavra energia é tão associada à qualidade dos alimentos?

Obtemos energia por meio do consumo de alimentos.


Além de energia, os alimentos fornecem as substâncias necessárias para o crescimento e o
desenvolvimento dos organismos.
Todos os animais, desde os microscópicos aos muito grandes, precisam consumir alimentos
para obter energia e as substâncias nutritivas necessárias à vida.
Os vegetais e a maioria das algas produzem o alimento de que necessitam e que fica armaze-
nado em seus corpos. Vegetais e algas podem captar a energia luminosa e utilizá-la em reações
químicas das quais resultam substâncias que servem de alimento. A energia luminosa é assim
transformada em energia das substâncias ou, mais simplesmente, em energia química.
Os vegetais e as algas são, portanto, chamados de produtores.
Os outros seres vivos são consumidores, pois não transformam a energia do Sol em alimento.
Vamos pensar no seguinte caso: um boi não consegue captar energia diretamente do Sol, mas
o capim consegue. Nós não conseguimos energia diretamente do capim, mas o boi consegue.

3. Toda energia solar captada pelo capim chega até nós quando comemos um bife?

Aprofundando
Quando vemos uma planta, podemos ter a impressão de que ela não necessita de
energia, pois se move apenas com o vento. Mas, observando uma planta crescer
durante vários dias, vamos encontrar folhas e ramos novos. Mesmo nas plantas
que já não crescem mais, encontraremos flores desabrochando e frutos se desen-
volvendo e amadurecendo.
Para fazer tudo isso, as plantas necessitam permanentemente da energia que
produzem pela fotossíntese e de alguns materiais do solo.

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Portanto, no caso em questão, parte da energia solar captada no processo de


fotossíntese é consumida pelo próprio capim e não passa para o boi ou para
qualquer outro animal herbívoro.
Animais herbívoros são consumidores que se alimentam exclusivamente de
vegetais ou algas.
Os animais herbívoros também gastam muita energia.

Atividades
Faça no seu caderno.
4. Em que atividades os animais herbívoros podem gastar energia?

5. O bife que comemos contém só uma pequena parte da energia que o capim
adquiriu do Sol. Em que atividades nós gastamos a energia do bife?

Percebemos que a energia que passa de um ser vivo para outro vai sendo trans-
formada e utilizada por cada um deles. A cada passagem, portanto, a energia dis-
ponível no alimento diminui.
Podemos desenhar um esquema em que a energia captada pelas plantas vai
diminuindo ao passar de um organismo a outro.

6. Faça um desenho para representar essa ideia, utilizando os fatos do texto a seguir:

Preás são mamíferos roedores que se alimentam de plantinhas.


Gatos-do-mato apreciam a carne de preás e, quando podem e têm fome,
não deixam de saboreá-la. Por sua vez, os gatos-do-mato também podem
servir de alimento para onças.

Espaço para seu desenho

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Aprofundando
Da mesma forma, podemos entender como a energia passa das plantas aquáti-
cas de lagoas do Pantanal para os caramujos e, destes, para os gaviões-caramu-
jeiros, com as seguintes representações:

gaviões
caramujeiros

gaviões

caramujos caramujos
plantas aquáticas

plantas aquáticas

Esquemas desse tipo são chamados pirâmides de energia de um ambiente.


A pirâmide leva em conta a quantidade total de alimento em um ambiente e
não depende do tamanho dos organismos – organismos pequenos podem assi-
milar e passar até mais energia do que os grandes, uma vez que os grandes pre-
cisam consumir boa parte da energia na própria manutenção.
À medida que a energia é transferida como alimento de um ser vivo para
outro, ela vai sendo reduzida de tal maneira que os organismos transmitem sem-
pre menos energia do que recebem.
A primeira transferência de energia ocorre quando os herbívoros comem
os vegetais ou algas. Quando os carnívoros comem os herbívoros, acontece a
segunda transferência de energia. Alguns carnívoros também podem servir de
alimento para outros carnívoros.
Por fim, os seres que não serviram de alimento para nenhum outro, ao mor-
rer, serão decompostos por bactérias e fungos decompositores. Isso marca o fim
da série de transferências de energia em cadeia que começou com os vegetais e
algas. A energia, portanto, não pode ser reaproveitada por nenhum ser vivo.
Assim, é necessário que a energia do Sol sempre seja captada pela fotossíntese
dos vegetais e algas. Como a energia não pode ser aproveitada novamente por
nenhum ser vivo, ela se transforma em um fluxo de sentido único, sem volta: o
fluxo de energia dos ambientes.

energia do Sol seres vivos

Herbívoros, carnívoros e decompositores são os seres consumidores de um ambiente: eles só uti-


lizam energia dos alimentos que consomem, uma vez que não realizam fotossíntese.
Consumidores herbívoros como o boi, o preá e o caramujo, que se alimentam diretamente de
vegetais, são chamados de consumidores primários. Os que deles se alimentam são chamados
consumidores secundários. E assim prossegue a sequência, com o consumidor terciário, etc.
Mas é difícil haver sequências com mais de quatro ou cinco consumidores, pois a energia dispo-
nível no alimento diminuiria muito.

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224 | Aula 3 7

Atividades
Faça no seu caderno.
7. Faça uma lista dos casos citados até aqui e classifique os elementos envolvidos
como produtores ou consumidores, seguindo o exemplo abaixo.

consumidores consumidores consumidores


produtores
primários secundários terciários
capim boi homem

Os seres decompositores transformam dejetos (urina e fezes) e materiais dos organismos mor-
tos em água, gás carbônico e sais minerais que poderão ser novamente aproveitados pelos vege-
tais na fotossíntese.
Portanto, essas substâncias são utilizadas pelos produtores, são transformadas em alimento,
passam por vários tipos de consumidores e voltam para os produtores após serem decompostas,
completando ciclos, os chamados ciclos de matéria dos ambientes.

seres vivos
matéria

Em um ambiente, as populações de animais e vegetais se inter-relacionam. Existem parasitas e


hospedeiros, predadores e presas, produtores e consumidores formando um delicado equilíbrio,
uma rede de “fios” semelhantes aos de uma teia de aranha. Esses “fios” representam as possibi-
lidades para o consumo de alimentos. É a chamada teia alimentar.
No mar do Polo Sul, o plâncton é alimento de pequenos peixes e do krill, um pequeno cama-
rãozinho que vive em grande número nos mares gelados da Antártica. O krill é alimento de peque-
nos e grandes peixes, de pássaros marinhos, de pinguins, focas e lulas, além da baleia-azul, que
também se alimenta de plâncton.
Pequenos peixes são alimentos de peixes maiores e de lulas. Os dois últimos servem de ali-
mento para pinguins e focas. Quando pinguins, focas e baleias morrem, seus corpos são decom-
postos por fungos e bactérias.
Essa descrição pode ser esquematizada da seguinte maneira:

plâncton krill pequenos peixes peixes maiores pinguins e focas fungos e bactérias

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Se quisermos analisar como o krill se relaciona com os outros seres vivos desse ambiente, pode-
ríamos traçar o seguinte esquema:
pequenos
peixes lulas

plâncton
krill peixes
maiores
pinguins
e focas
baleia-azul

fungos e
bactérias

Essa é a cadeia alimentar da qual o krill pode participar.


A cadeia alimentar é uma sequência simplificada das várias possibilidades reais que os organis-
mos têm de se alimentar em um ambiente. Por exemplo: na cadeia representada acima, lulas pode-
riam ter entrado no lugar de peixes maiores, pois também podem se alimentar de pequenos peixes.

Atividades
Faça no seu caderno.
8. Represente outras quatro cadeias possíveis descritas na Antártica.

9. Por que todas as cadeias analisadas se iniciam por um vegetal ou uma alga?

10. Por que todas as cadeias terminam com fungos e bactérias?

Hora da revisão
• Plantas e algas são os seres produtores do ambiente, pois transformam a ener-
gia luminosa em energia das substâncias que servem de alimento.

• A energia passa de um ser vivo para outro como alimento.

• Os seres vivos usam energia para sua própria manutenção. Portanto, a cada
passagem, transmitem sempre menos energia do que recebem.

• Esses fatos podem ser representados em um esquema chamado pirâmide de

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226 | Aula 3 7

energia.

• Herbívoros, carnívoros e decompositores são os seres consumidores do


ambiente, uma vez que não realizam fotossíntese.

• As transformações de energia seguem em fluxo, em um único sentido.

• As substâncias utilizadas pelos produtores podem voltar a ser aproveitadas


após o trabalho realizado pelos decompositores, completando ciclos.

• Produtores, consumidores primários, consumidores secundários, consumidores


terciários e decompositores se relacionam formando cadeias e teias alimenta-
res no ambiente.

Atividades
Faça no seu caderno.
11. Leia o texto a seguir:

Se algas verdes microscópicas do mar morrem, animais microscópicos tam-


bém morrem. Como eles são alimento de peixes pequenos, por exemplo,
as sardinhas, elas também morrem. Por causa disso, também peixes gran-
des ou gaivotas podem morrer.

a) Desenhe a teia alimentar descrita.

b) Por que as gaivotas citadas no texto podem morrer?

c) Desenhe a pirâmide de energia que representa o que foi descrito.

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ci ên ci as | 227

12. Um chacareiro teve sua plantação de couve, brócolis e couve-flor invadida


por pulgões. Eles infestaram os talos, as folhas ficaram amarelas e as plantas
cresceram pouco. Os pulgões praticamente terminaram quando o chacareiro
soltou joaninhas na plantação. O chacareiro também observou o aumento
de aranhas, que se alimentam de joaninhas.

a) Por que os pulgões praticamente acabaram?

b) Desenhe a teia alimentar descrita.

c) Na plantação descrita, quais os seres vivos com menos energia disponível?

d) Quais os seres vivos com mais energia disponível?

13. Por que todas as cadeias que serviram de exemplo no texto se iniciam por
um vegetal ou uma alga?

14. Separe os carnívoros e os herbívoros da seguinte lista: bois, preás, gaviões-cara-


mujeiros, onças, caramujos, gatos-do-mato, lulas, pinguins, focas, pulgões.

15. Qual será o fim de todas essas teias alimentares?

16. Qual é a importância das bactérias e dos fungos decompositores para o


ambiente?

17. Relacione:

herbívoros consumidor primário

carnívoros consumidor secundário, terciário ou superior

decompositores

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Aula 39
Cerrado e caatinga

Compare estas duas fotos:

Figura 1a: Caatinga Figura 1b: Cerrado

Observando as duas fotos, a característica que mais nos chama a atenção é que os dois ambien-
tes parecem muito secos. Nesta aula, vamos estudar os dois e descobrir que o que parece mui-
tas vezes não é...
Vamos fazer uma viagem pelos dois ambientes mostrados nas fotos. Se tivermos de andar
pela caatinga, poderemos fazê-lo, de carro ou ônibus, em algumas regiões cujas estradas permi-
tem o acesso de veículos.
Em certas áreas de caatinga, porém, só conseguiremos entrar a pé ou sobre o lombo de um
jegue. Nesse caso, é importante estarmos prevenidos: precisaremos de grossas roupas de couro,
botas e chapéu.
Nessa viagem, poderemos deparar com alguns animais que vivem na caatinga. Todos eles
possuem adaptações para viver em ambiente seco e quente: são cascavéis, lagartos, aves como
o gavião e o cancã, tatupebas, saguis-do-nordeste, veados-catingueiros, aranhas, escorpiões, etc.
Já o cerrado possui aspecto muito variado. Nele, existem desde campos contendo apenas plan-
tas rasteiras, arbustos e pequenas árvores, até regiões com considerável quantidade de grandes
árvores.
As plantas do cerrado têm aspecto seco, com galhos tortuosos e cascas grossas. Encontramos
nessa região animais como o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e o tatu-canastra.

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238 | Aula 3 9

Atividades
Faça no seu caderno.
1. Para “passear” pelos vários tipos de cerrado, no entanto, não precisaremos
de grossas roupas de couro.
Por que precisamos de tanta proteção para andar na caatinga?

2. Apesar de muito seca, a caatinga contém certa diversidade de plantas. Como


você acha que são as seguintes partes de uma planta adaptada para viver nesse
clima quente e seco?

a) Caule (tronco)

b) Folhas

c) Raízes

As plantas do cerrado não possuem as mesmas características das plantas da caatinga. Seu caule
tortuoso normalmente não armazena água. As folhas são muito duras, mas não são espinhosas;
algumas possuem pelos, principalmente quando jovens. As raízes são muito profundas e, na rea-
lidade, não são apenas raízes que ficam sob a terra, mas também parte do caule, muitas vezes
modificado. Essas estruturas normalmente armazenam substâncias que a planta produziu para
serem usadas quando necessário.

3. Por que você acha que o sistema subterrâneo – isto é, raízes e parte do caule
que ficam sob a terra – das plantas do cerrado é tão profundo?

As plantas da caatinga possuem folhas em forma de espinho (portanto, têm área bem menor que
as folhas comuns) para não perder água facilmente, já que ela é tão escassa. As folhas das plan-
tas do cerrado não possuem essa adaptação.

4. O que você pode concluir disso?

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ci ên ci as | 239

Aprofundando
Conhecendo as principais adaptações das plantas do cerrado e da caatinga, pode-
mos perceber que, apesar de parecidas à primeira vista, essas duas regiões pos-
suem diferenças significativas.
A caatinga, como muitos sabem, sofre com a escassez de água devido à falta
de regularidade das chuvas.
Os cerrados não sofrem como a caatinga com a falta d’água. A água no cer-
rado não é tão abundante como nas florestas, mas existe em certa quantidade,
principalmente na época das chuvas, que vai de outubro a abril. O restante do
ano é mais seco. É quando ocorrem as queimadas, algumas naturais, mas a maio-
ria causada pelo homem.
O cerrado possui, portanto, duas estações no ano: a época das chuvas e a
época das secas. As raízes das plantas do cerrado são muito profundas, algumas
delas atingindo 25 metros. Essa adaptação é importante, pois a água dos lençóis
freáticos está a grandes profundidades no solo.
O problema do cerrado é que o solo é pobre em nutrientes (sais minerais).
Mesmo quando há nutrientes, ocorre outro problema: existe nos solos do cerrado
grande quantidade do mineral alumínio, que prejudica a absorção dos outros
nutrientes pelas raízes. A falta de nutrientes é a principal responsável pela limi-
tação de crescimento das árvores e por seus caules tortuosos.

5. Todas as plantas necessitam de nutrientes e retiram esses nutrientes do solo,


por meio de suas raízes. Em ambientes naturais equilibrados, os nutrientes
nunca se esgotam. Tente explicar por quê.

Num ambiente natural, todas as condições que o mantêm são geridas pela pró-
pria natureza. A chuva que cai penetra no solo e atinge os lençóis subterrâneos.
As raízes das plantas absorvem a água, que atinge todas as partes das plantas e é
utilizada em todos os processos vitais. Da mesma forma, os animais ingerem a
água que aflorou dos lençóis e formou rios, riachos, lagos, etc. e a utilizam para
sua sobrevivência. A água que é eliminada por respiração, transpiração ou eva-
poração sobe para a atmosfera e forma as nuvens, caindo em forma de chuva.

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240 | Aula 3 9

CICLO DA ÁGUA

energia solar evaporação


chuva

transpiração
infiltração

rio lençol subterrâneo

rio

Figura 2

Assim como a água, os nutrientes também são utilizados pelos seres vivos e retor-
nam à natureza. Quando as folhas e os galhos das plantas caem no solo, quando
animais morrem ou eliminam fezes e urina no ambiente, alguns seres micros-
cópicos (microrganismos) que vivem no solo utilizam esses materiais para sua
sobrevivência. Além de usar, eles também devolvem ao ambiente os nutrientes
que estavam contidos na madeira dos galhos, nas folhas ou no corpo dos ani-
mais. Dessa forma, os nutrientes retornam ao solo e podem ser utilizados nova-
mente. Isso se chama reciclagem de materiais.
As plantas retiram nutrientes do solo pelas raízes e os animais alimentam-se
de plantas, ingerindo os nutrientes que elas absorveram. Dessa forma, os nutrien-
tes são transferidos de um ser vivo para o outro em um ciclo sem fim.

Atividades
Faça no seu caderno.
6. O que aconteceria caso não existissem microrganismos?

Infelizmente, os solos têm sido utilizados pelo homem de forma inadequada.


No cerrado, bem como na caatinga, a situação não é muito diferente. O cerrado
ocupava originalmente cerca de 25% da área total do Brasil. Hoje, está bastante
reduzido. Durante muito tempo, pensou-se que o cerrado não seria útil para a
agricultura, e nunca se buscou preservá-lo. Muita área foi destruída antes mesmo
que se conhecesse o ambiente.

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ci ên ci as | 241

Atualmente, muitas plantações estão sendo iniciadas sem planejamento e sem


que haja preocupação com a preservação de algumas regiões que contêm uma
diversidade única de animais e vegetais no planeta.
A contaminação dos rios pelo mercúrio utilizado nos garimpos também é fator
relevante para a destruição do cerrado. Se o processo continuar, pouco restará
desse ambiente, que passará a ser hostil também para a subsistência humana.

7. Converse com seus colegas sobre formas de preservação e utilização inte­ligente


de regiões como o cerrado e a caatinga. Registre aqui algumas conclusões.

Hora da revisão
• Os ambientes do cerrado e da caatinga, embora parecidos à primeira vista,
possuem diferenças significativas.

• A caatinga sofre com a falta d’água, apesar de possuir nutrientes em certa


quantidade.

• O cerrado possui água, mas é pobre em nutrientes importantes para as plan-


tas. Além disso, contém muito alumínio, substância que dificulta a absorção
dos poucos nutrientes que existem.

• As plantas e os animais do cerrado e da caatinga possuem adaptações para


sobreviver nesses ambientes limitados.

• Os nutrientes, num ambiente natural, são reciclados pelos microrganismos,


retornando ao solo e podendo ser utilizados novamente pelos seres vivos.

• A utilização sem planejamento das áreas de cerrado e caatinga tem levado


esses ambientes à destruição sem chances de recuperação.

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242 | Aula 3 9

Atividades
Faça no seu caderno.
8. Leia as seguintes características e diga a que ambiente elas pertencem.

a) Região com duas estações básicas: seca e chuvosa.

Ambiente:

b) Possui plantas com caules retorcidos e raízes profundas.

Ambiente:

c) Plantas com espinhos e com caules que armazenam água.

Ambiente:

d) O solo não possui nutrientes em quantidade adequada para as plantas.

Ambiente:

e) Chove muito pouco durante o ano.

Ambiente:

9. Qual a importância dos microrganismos para a natureza?

10. Aponte a alternativa que indique animais típicos da região de cerrado:

a) Onça-pintada, calango, lobo-guará.


b) Tamanduá-bandeira, tatu-canastra, lobo-guará.
c) Tamanduá-bandeira, zebra, siriema.
d) Ema, tatu-canastra, cutia.

11. Procure, em jornais ou revistas, notícias sobre a destruição do cerrado ou da


caatinga.

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Aula 40
As matas brasileiras

Analise a seguinte afirmação:

“As florestas brasileiras, que encantaram tanta gente que por aqui nasceu, passou
ou morou, estão seriamente ameaçadas.”

Para fazer sua análise, considere os textos abaixo e as épocas em que foram escritos:

Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
Gonçalves Dias, século XIX.

De cada cem árvores antigas


Restam cinco testemunhas acusando o incrível carrasco secular.
Restam cinco, não mais. Resta o fantasma
Da orgulhosa floresta primitiva.
Carlos Drummond de Andrade, século XX.

Hoje já não são cinco, mas apenas três sobreviventes de cada cem árvores primitivas. Desde a che-
gada do primeiro colonizador branco, a Mata Atlântica – uma das sete formações de floresta tropi-
cal úmida da Terra – foi derrubada, explorada, queimada. Todo esse impressionante acervo natural
de cores e formas, que hoje representa apenas a sobremesa de um paraíso que já esteve tão perto de
nós, chega a seu triste limite: o momento em que não poderá mais sequer ser chamado de floresta.

Revista Globo Ciência, no 1, agosto de 1991.

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244 | Aula 4 0

Atividades
Faça no seu caderno.
1. Antes de discutir como se destroem as florestas, vejamos o ritmo da morte da
Mata Atlântica no Brasil (dados do livro O massacre da natureza, de Júlio José
Chiavenato, 1991):

Por volta de 1850, existiam 80% da Mata Atlântica;


em 1907, sobravam 58%;
em 1935, 26%;
em 1952, 18%;
em 1962, 13%;
em 1973, 8%.

Analisando as informações acima, responda:

a) O que aconteceu com a Mata Atlântica entre 1850 e 1907?

b) O que aconteceu com elas de 1907 em diante?

c) O que esperar para os próximos anos?

Aprofundando
O Brasil tem duas florestas tropicais úmidas: a Amazônia e a Mata Atlântica.

A Amazônia
A Floresta Amazônica brasileira forma 40% das florestas tropicais úmidas que
ainda restam na Terra. Calcula-se que 15% (2007) da sua área total já esteja ocu-
pada ou destruída. Não é muito, mas a ameaça de destruição é grande, pois sua
riqueza está nas árvores e não no solo. Isso engana muita gente, pois se tem a
impressão de que toda aquela exuberância de vegetação só é possível em solos
muito férteis, ou seja, aqueles nos quais em se plantando, tudo dá.
Puro engano!
O solo da Amazônia é pobre e a sua única proteção é a cobertura vegetal densa,
majestosa e variada. A riqueza toda está em sua massa vegetal e não no solo.
Isso ocorre porque o ciclo de materiais na Amazônia é muito rápido: muitas
folhas caem e rapidamente são decompostas. Desse modo, os materiais restan-
tes são velozmente absorvidos pelas raízes. Ao contrário do que se pensa, as raí-
zes se espalham na camada superficial do solo, onde se concentram os materiais

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ci ên ci as | 245

em decomposição. Isso proporciona um grande aproveitamento dos materiais


que caem da própria árvore no solo. Praticamente nada é perdido.
Por outro lado, há árvores com mais de quarenta metros de altura. Como é que
raízes tão superficiais, sem profundidade, podem sustentar árvores tão altas?

A figura a seguir dá uma resposta.

Os contrafortes que aparecem na


raiz são verdadeiros muros que
sustentam, na base, árvores com
grande altura.
A grande ameaça para a Ama-
zônia, portanto, é o desmatamento.
Figura 1

2. O que acontece quando a floresta é derrubada na Amazônia?

As primeiras chuvas que lavam o solo desmatado carregam a fina camada na


qual os materiais férteis são encontrados, não sobrando nada com que fazer
alguma plantação.
A floresta também desempenha um importante papel no controle da umi-
dade do ar. As nuvens se formam em cima das árvores, com a evaporação da
água das folhas, e se distribuem com os ventos. Para compensar, a chuva que
cai é absorvida pelas árvores. É isso o que garante a exuberância da floresta e a
manutenção do clima.
Sem plantas, a água das chuvas não é mais absorvida e nada mais “segura”
o solo, que é carregado para os rios. A terra que escorre em forma de lama pode
bloquear os rios, causando enchentes. O calor aumenta.
A luz solar é refletida pelo solo sem vegetação, que parece um espelho. Assim,
a energia solar também é perdida.
Sem plantas, os animais que delas vivem também desaparecem. Suas fezes
deixam de fertilizar o solo e de “plantar” aquelas sementes que não foram dige-

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246 | Aula 4 0

ridas. Os insetos e pássaros deixam de visitar as flores das árvores próximas ao


local destruído. Sem essa visita, muitas árvores não dão frutos nem sementes.
Com o desmatamento, a tendência natural é a transformação da floresta em deserto.
Os povos habitantes da floresta tropical obtêm tudo que precisam dela, mas
não lhe causam mal. Eles derrubam e queimam pequenas áreas para suas plan-
tações. A cinza enriquece o solo para o plantio, mas dura pouco... Antes que o
solo perca a possibilidade de abrigar as plantas naturais, aquele local é abando-
nado, deixando a floresta se recuperar. Rapidamente ela torna a crescer.
Os povos habitantes da floresta têm, em geral, muito a nos ensinar.

Atividades
Faça no seu caderno.
3. E se a área desmatada for muito grande? O que pode acontecer?

As atividades desenvolvidas na Amazônia a partir dos anos 1960 têm sido res-
ponsáveis pela transformação de enormes áreas em terras nuas e esburacadas.
Árvores são cortadas para extração de madeira e de minerais, para projetos de
agricultura e para criação de gado.
Os índios praticamente já perderam a floresta – que era sua moradia, quando
os europeus aqui chegaram, em 1500. Agora, são garimpeiros, madeireiros e gran-
des proprietários que invadem suas terras. Provocam conflitos e morte de índios
por violência, prostituição, pelas doenças que levam e pela degradação da flo-
resta, o ambiente em que os índios sabem viver.
A violência e o desrespeito aos direitos humanos é frequente também nos
conflitos entre grandes proprietários e outros povos da floresta, os seringueiros
e os ribeirinhos, que dependem da floresta para sobreviver.

4. O que fazer com todas essas ameaças? Como preservar a Amazônia?

Manter a Amazônia intocada não é possível. Mas é necessário que sua utilização
seja mais equilibrada, sem causar destruição e morte do ambiente e dos povos
que nele vivem.
São exatamente os povos da floresta – índios, ribeirinhos e seringueiros – os
que mais têm se empenhado em propor a utilização da Amazônia de modo que
ela seja preservada.
Em 1985, eles propuseram a criação das reservas extrativistas, nas quais have-
ria coleta de riquezas como castanha, látex da seringueira, palmito e frutas tro-

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ci ên ci as | 247

picais, conservando-se a mata como um todo. Em 1988, o mundo todo e muitos


brasileiros se chocaram com o assassinato do sindicalista e ambientalista Chico
Mendes, defensor das reservas extrativistas e líder dos seringueiros.
A exploração em rodízio apenas de árvores muito velhas, pastos restritos aos
locais de várzea, normas para extração de minerais e preservação total de áreas
bem demarcadas são outras propostas que ainda podem salvar a Amazônia, se
forem colocadas em prática.
Depois de uma diminuição nos últimos anos, as queimadas voltaram a cres-
cer. Ainda é muito o que se destrói e ainda há muito por fazer.

A Mata Atlântica
A Mata Atlântica é a segunda maior flo-
resta brasileira e está muito mais ame-
açada do que a Floresta Amazônica.
Embora muito menos conhecida, já foi
uma das maiores do mundo.
Observe no mapa ao lado a mata origi-
nal em 1500, e em 1995. Neste ano, resta-
vam apenas 6% do que já existiu. A Mata
Atlântica era uma imensa floresta que
cobria o litoral, subia pelas montanhas e
penetrava pelo interior. Atualmente está
reduzida às montanhas da Serra do Mar
no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e
Santa Catarina. Após 1995, diversas ini-
ciativas tiveram por objetivo preservar
e recompor áreas da Mata Atlântica. No
entanto, o ritmo de recuperação é lento
e ainda há pressão por ocupação humana
em áreas de floresta.

Distribuição original
da Mata Atlântica (1500)

Distribuição da Mata Atlântica


em 1995

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248 | Aula 4 0

Atividades
Faça no seu caderno.
5. Com o que você já aprendeu, explique o que vem determinando, desde 1500,
a diminuição da Mata Atlântica.

Aprofundando
O crescimento de cidades por toda a costa brasileira, a extração contínua de
madeira para móveis, construções e carvão, a extração do pau-brasil e as gran-
des plantações (primeiro de cana-de-açúcar, no Nordeste, e depois de café, em
São Paulo e no Paraná) foram acabando com a Mata Atlântica.
Nas últimas décadas, o que sobrou tem sido ameaçado pela extração de pal-
mito e de madeira para fabricação de móveis, papel e carvão vegetal, este último
utilizado nos fornos das grandes indústrias siderúrgicas.
Além disso, a valorização turística de muitas praias tem forçado a abertura de
estradas, loteamentos e construções sem qualquer planejamento, destruindo a
mata, que também é subtraída de suas samambaias, bromélias e orquídeas para
decoração.
Na cidade de Cubatão (SP) a poluição do ar destruiu a mata das encostas da
Serra do Mar. Com isso, os morros deslizaram, causando avalanches, destruição
e inundações.

6. Pelo que já vimos na Amazônia, como pode se explicar o deslizamento de


morros por falta de árvores?

Diferentemente da Amazônia, que está predominantemente num terreno plano,


a Mata Atlântica ocupa as encostas da Serra do Mar. Com isso, o calor não é tão
grande; o inverno é fresco e até mesmo frio. Mas nas duas florestas caem gran-
des quantidades de chuva e as árvores são bem altas.
As árvores serranas amenizam o clima quente do litoral pela água que delas
evapora. Na primavera e no verão, muitas árvores oferecem o belo espetáculo
das floradas na serra.
Os rios que brotam na Mata Atlântica ou que atravessam a floresta já tiveram
águas límpidas no passado. Atualmente, suas águas são barrentas.

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Atividades
Faça no seu caderno.
7. Como você explica a mudança do aspecto das águas de rios que cortam a
Mata Atlântica?

Apesar de chover muito na região,


devido à inclinação da serra, as águas
escorrem por sua superfície e penetram
no solo, sem se acumular. A decom-
posição dos materiais que caem no
chão da floresta não é tão rápida como
na Amazônia.
A sobrevivência dos mangue-
zais e restingas do nosso litoral tam-
bém depende da preservação da Mata
Atlântica. Muitos rios que alimentam
os manguezais nascem nas mon-
Figura 2: Igarapé – Amazônia tanhas protegidas pela floresta. Sem a
cobertura vegetal da serra, eles podem
ser soterrados.
Embora muito menos famosa que a
Amazônia, a Mata Atlântica que restou
abriga uma variedade imensa de tipos de
animais e plantas; muitos desses tipos
não se encontram em mais nenhuma
floresta do mundo. E muitos deles cor-
rem o risco de desaparecer, como a bela
ave biguatinga, o gavião-pato, o veado-
campeiro e o bugio, um dos maiores
macacos do continente americano.
Com tudo isso acontecendo, não
há outra proposta a não ser a preser-
Figura 3: Mata de araucárias vação total do pouco da mata que
ainda resta e o desenvolvimento de
áreas de recuperação.
Duas outras florestas importantes são menos conhecidas no Brasil: a mata
de araucárias e a mata de cocais. O nome delas é o do vegetal dominante em
cada paisagem.
A araucária é o pinheiro brasileiro, símbolo do Paraná, região que no passado
era quase toda coberta por essa mata, junto com Santa Catarina e com parte do

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250 | Aula 4 0

Rio Grande do Sul. Hoje, o pouco que resta se encontra em terrenos legais de
conservação, o que nem sempre significa segurança para a mata.
A araucária sustentou a indústria da madeira, sendo também exportada até a
metade do século XX. A partir de 1960, a expansão da agricultura intensificou
a derrubada das árvores, restando hoje apenas 20% da mata original. Em seu
lugar, avançam campos e cerrados.
Entre a Amazônia e a caatinga existem matas dominadas pelas palmeiras
babaçu e carnaúba, além do buriti e da oiticica. Formam a mata de cocais.
São florestas secundárias, isto é, cresceram após o desmatamento. O babaçu
domina o ambiente e está sendo destruído em ritmo intenso pelas pastagens.
Mas pode sobreviver pela velocidade com que se reproduz e pelos produtos que
são extraídos dele (cera, óleo, fibras, glicerina, etc.), de alto valor para a sobre-
vivência da população local.

Atividades
Faça no seu caderno.
8. Pense nos frutos característicos das palmeiras e justifique o nome mata de cocais.

Ao estudar esses ecossistemas brasileiros, percebemos a riqueza natural de nossas matas e come-
çamos a entender melhor por que tantos estrangeiros têm se preocupado com elas. É necessá-
rio sempre perguntar que interesses movem essas preocupações e refletir sobre o valor que tudo
isso pode ter para nós e para as gerações futuras...

Hora da revisão
• As florestas brasileiras estão sendo destruídas pelo desmatamento.

• Apesar da exuberância da vegetação, o solo da Amazônia é pobre.

• Com o desmatamento, a floresta pode se tornar um deserto.

• Os habitantes da floresta sabem preservá-la, permitindo a sua recom-


posição.

• É possível utilizar a Amazônia sem destruí-la.

• A Mata Atlântica está quase totalmente destruída, sendo necessária a preser-


vação total do que ainda resta e a recuperação de áreas degradadas.

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ci ên ci as | 251

• A mata de araucárias está muito reduzida.

• A mata de cocais pode ser preservada.

Atividades
Faça no seu caderno.
9. Descreva o que acontece quando a floresta tropical é desmatada.

10. É possível utilizar a Floresta Amazônica sem destruí-la? Dê um exemplo de


como isso poderia ser feito.

11. Que características da Mata Atlântica são parecidas com as da Amazônia?


O que é diferente?

12. É verdadeiro afirmar que os manguezais do litoral podem desaparecer com a


destruição da Mata Atlântica? Justifique.

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Aula 41
Que ambiente é esse?

Leia o texto abaixo:

A chuva que cai,


é absorvida por uma planta,
que alimenta um veado,
que alimenta uma onça,
que transpira de tanto correr atrás da presa,
e aquela gotinha evapora,
vira nuvem,
e cai de novo,
fazendo parte de inúmeros outros ciclos, eternamente...

(texto extraído do projeto Tom do Pantanal)

É o ciclo das águas. O movimento que determina as diferenças entre os meses de seca e de chuva
que marcam a vida, a cultura e a economia da região. Em setembro, as chuvas começam a anun-
ciar o período da cheia, que vai até março. Rios transbordam e os limites entre terra e água pra-
ticamente desaparecem. Na cheia a planície inunda e a paisagem muda. É preciso conduzir o
gado em comitivas para locais mais seguros. Barcos e aviões tornam-se o principal meio de trans-
porte. A vegetação aquática floresce. Os peixes migratórios sobem para as partes mais altas dos
rios para desovar. É a piracema.
De abril a outubro inicia-se novo período, a seca. Árvores perdem folhas e começam a florir e
o fogo é perigo eminente. O gado retorna aos campos. Os peixes se concentram nas águas rasas,
sendo alimento fácil para os pássaros. Fauna e flora dão o tom do Pantanal, Patrimônio Natu-
ral da Humanidade.

Atividades
Faça no seu caderno.
Nesta aula, vamos conhecer melhor o Pantanal.

1. O texto que você acabou de ler começa e termina referindo-se ao mês de


setembro. O que acontece de importante nessa época do ano, no ambiente
citado?

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ci ên ci as | 253

2. Entre um setembro e outro, quais as características do ambiente descritas no


texto?

Nessa região, a quantidade de chuvas não é tão grande como numa floresta; as cheias acontecem
porque as chuvas se concentram numa época do ano e também porque a região é uma grande
planície, o que faz com que a água dos rios que a cercam escoe toda para lá.
Como os rios correm todos para a região mais baixa, junto vêm os sedimentos, compostos de
cascalhos, areias e argilas.
A grande planície tem suaves ondulações, e por esse motivo nela há três tipos diferentes de
áreas: áreas permanentemente alagadas, áreas inundadas apenas em algumas épocas do ano e
áreas nunca alagadas. Isso faz com que a região tenha uma das mais variadas floras do Brasil. Há
plantas típicas do cerrado, plantas características da Floresta Amazônica, plantas aquáticas e até
plantas da caatinga.
Essa região é um grande “resumo” de quase todos os ambientes brasileiros.











 




Figura 1: Localização do Pantanal
nos estados do Mato Grosso 
e Mato Grosso do Sul

Aprofundando
Quando falamos em chuvas, grandes enchentes e regiões alagadas, isso nos
faz lembrar de regiões pantanosas. Daí veio o nome Pantanal para a região
descrita anteriormente.

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254 | Aula 4 1

Atividades
Faça no seu caderno.
3. Com as cheias, a água dos rios transborda. Qual a importância disso para o
solo do Pantanal?

4. Ultimamente, muitos agricultores têm utilizado terras do Pantanal para cul-


tivo. No entanto, eles fazem uso de fertilizantes e, para combater as pragas,
usam agrotóxicos. Numa região que alaga com facilidade, quais as consequên­
cias disso para o ambiente?

Além dos agricultores que lançam substâncias poluentes nos rios, existe também
o garimpo, que os polui com mercúrio. Também os caçadores causam danos ao
ambiente à medida que eliminam os grandes predadores do Pantanal – como os
jacarés e as onças-pintadas – para a venda de peles.

5. Observe as sequências de alimento que ocorrem no Pantanal:

plantas peixes pequenos piranhas jacaré


capim capivara onça-pintada

O que você acha que pode acontecer com as piranhas e com as capivaras se
forem eliminados o jacaré e a onça-pintada?

6. Ao longo dos rios existe um tipo de vegetação denominada mata ciliar. Tente
explicar por que essa vegetação tem esse nome.

O Pantanal, na realidade, é denominado Complexo do Pantanal. Isso se deve à quantidade de


tipos diferentes de animais e vegetais que abriga. Além dessa variedade, o que caracteriza o Pan-
tanal é o ciclo das águas.
A subida das águas é vital para os seres vivos que lá habitam. Com a cheia, aumenta o número
de microrganismos aquáticos que servem de alimento aos peixes menores.
Com a fartura de comida, esses peixes se reproduzem mais intensamente, aumentando a
quantidade de comida para os peixes maiores. Dessa forma, os jacarés e as aves pescadoras tam-
bém têm mais alimento.

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ci ên ci as | 255

As fezes desses animais, quando caem na água, fornecem nutrientes necessários aos microrga-
nismos que se reproduzem, fechando o ciclo. Isso acontece com os outros animais.
Quando as águas baixam, acabam deixando os detritos e nutrientes no solo, formando uma
camada que fornece substâncias importantes para as plantas. As árvores que estão próximas às mar-
gens dos rios formam uma vegetação que impede que grandes quantidades de terra caiam nos rios,
pois suas raízes seguram a terra.
Essas árvores também servem de suporte para ninhos de aves. Por proteger os rios, como os
cílios protegem nossos olhos, é que são denominadas matas ciliares.
A diversidade de animais e vegetais é tão grande no Pantanal que a importância da região
para a ciência é inquestionável. Provavelmente lá existem espécies que ainda nem foram desco-
bertas. Mas, com a crescente destruição do ambiente, também é provável que nem cheguemos
a conhecer algumas delas.

Figura 2a: Cervo-do-pantanal (fêmea) Figura 2b: Ema

Figura 2c: Tamanduá Figura 2d: Tuiuiú

O Pantanal poderia ser usado racionalmente se fossem respeitadas suas leis naturais. Existem
muitas gramíneas na região, mas a agricultura deveria ser restrita, destinada apenas à utilização
pelas populações locais. A fertilização, se necessária, deveria empregar exclusivamente o húmus,
material originado de seres vivos que não poluiria o ambiente.
Também seria importante manter como reserva as matas, pois, dessa forma, seriam manti-
dos também os predadores naturais de alguns insetos, fazendo com que estes não aumentem
em quantidade. Quando se cultiva apenas um tipo de produto, a variedade de animais também
diminui muito, correndo o risco de se extinguirem, daquele ambiente, os predadores naturais
dos insetos. O resultado do desaparecimento desses animais pode ser o rompimento do equilí-
brio natural da mata e o consequente aumento da população de alguns animais, que se torna-
riam praga, como as lagartas, as brocas e os gafanhotos.

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256 | Aula 4 1

Apesar de rico e complexo, o Pantanal possui um equilíbrio delicado. Se algo for destruído na rede
de relações entre todos os seres vivos da região, a destruição pode tomar rumos que não terão volta.

Hora da revisão
• O Pantanal é uma região caracterizada pelo ciclo das águas, que governa todas
as formas de vida.

• No Pantanal existem regiões secas, regiões que alagam nas cheias e regiões
permanentemente alagadas. Cada região tem fauna e flora específicas.

• Os rios que chegam ao Pantanal trazem sedimentos, e as cheias fazem com


que esses sedimentos se espalhem, fertilizando naturalmente o solo.

• O Pantanal vem sendo ameaçado pela utilização desenfreada de agrotóxicos


e fertilizantes, de mercúrio nos garimpos, pela caça e pela pesca predatórias,
pela poluição e ocupação desordenada feita pelo ser humano.

• O equilíbrio do Pantanal é facilmente quebrado quando ocorre interferência


do ser humano sem que haja preocupação e planejamento para uma utiliza-
ção racional.

Atividades
Faça no seu caderno.
7. Como pode ser explicada a exuberância da vegetação e da fauna do Pantanal?

8. Qual a principal característica que diferencia o Pantanal dos outros ambientes?

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ci ên ci as | 257

9. No Pantanal, existem verdadeiras quadrilhas de contrabando de peles de ani-


mais e de animais vivos. Essas quadrilhas preferem as peles de jacaré, onça-
pintada e ariranha. Com a diminuição desses predadores, o que está aconte-
cendo ao ambiente?

10. Se você tivesse de escrever uma carta às autoridades para que se tomassem
providências para a preservação do Pantanal, que justificativas usaria para
mostrar a importância da região?

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Aula 42
A energia e o homem

Jornais e revistas, a todo momento, publicam notícias cujos temas são a energia e os problemas
a ela relacionados. Eis uma pequena amostra:

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ci ên ci as | 13

Atividades
Faça no seu caderno.
Nesta aula, você vai aprender mais sobre as fontes de energia e a relação delas
com a nossa vida.

1. Para começar, retorne às manchetes anteriores e assinale em quais delas estão


presentes fontes de energia que você utiliza em casa ou no trabalho. Qual
delas você considera mais importante para a sua vida?

Sempre que comemos algum alimento, estamos adquirindo energia para manter nosso corpo em
funcionamento e para poder realizar nossas atividades.
O alimento é, para nós, uma fonte de energia. Com essa energia podemos correr, andar, jogar,
trabalhar, pensar, dormir...
Podemos dizer que os alimentos guardados em casa representam a nossa energia armazenada.
Ao comê-los, estamos utilizando a energia que estava armazenada neles. Vamos utilizar a ideia
de que todas as coisas necessitam de uma fonte de energia para funcionar em algumas situações.

2. A seguir você encontrará duas listas: uma delas traz diferentes fontes de ener-
gia e a outra traz invenções que utilizam uma ou mais dessas fontes. Com um
lápis, ligue essas invenções a uma ou mais fontes de energia.
gasolina trator
diesel ônibus
lenha fogão
álcool liquidificador
eletricidade automóvel
gás de cozinha televisão

Nos dias de hoje, a energia mais utilizada nas cidades é a energia elétrica. Nas casas, a eletrici-
dade é utilizada principalmente para iluminar e aquecer. Já no preparo da comida, a eletricidade
é utilizada para moer a carne e mexer massas, por exemplo, além de ventilar, limpar a sujeira...
Todas essas atividades são diferentes umas das outras. Mas algumas delas, como mexer, moer,
ventilar e misturar, têm algo em comum: dependem de aparelhos elétricos que produzem movi-
mento quando são colocados para funcionar.
Além da energia elétrica, há outra fonte de energia bastante importante em nosso cotidiano:
o gás de cozinha, com o qual cozinhamos os nossos alimentos.
Em certas regiões do país, ainda se utiliza a lenha em vez do gás. Tanto na lenha como no
gás, a utilização da energia armazenada se dá por meio da queima.

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14 | Aula 4 2

As indústrias também utilizam diferentes fontes de energia: lenha, eletricidade, carvão, óleo com-
bustível, gás ou outras, dependendo do que produzem e do local onde estão instaladas.
O transporte de pessoas, alimentos e outros bens utiliza várias fontes de energia: diesel, prin-
cipalmente em ônibus, caminhões, barcos, tratores e camionetes; gasolina ou álcool, em auto-
móveis; querosene, em aviões.
A energia contida nesses combustíveis é chamada de energia química e sua utilização se dá
com a queima deles nos motores. É por meio dessa queima que se obtém o movimento.

Atividades
Faça no seu caderno.
3. Você vai encontrar, a seguir, uma lista de aparelhos. Quando são postos para
funcionar, eles utilizam uma fonte de energia e produzem alguma coisa. Na
lista, assinale com um X o que cada aparelho produz. Escreva também qual
a fonte de energia que o aparelho utiliza.

fonte de
aparelho luz calor som movimento
energia

Fogão

Rádio

Batedeira

Lâmpada

Furadeira

Aprofundando
O surgimento e a manutenção da vida requerem fornecimento contínuo de ener-
gia. Para os seres humanos e também para os animais, a fonte de energia encon-
tra-se nos alimentos.
A energia contida nos alimentos também é chamada de energia química. Sua
utilização se dá por meio da reação do alimento com o oxigênio (queima) no
interior das células.
No caso de algumas máquinas, é a energia química dos combustíveis que as
faz funcionar. Outras máquinas funcionam com energia elétrica.
Os cientistas acreditam que ocorrem transformações de energia quando os
seres vivos estão realizando suas atividades (e desempenhando suas funções
vitais), e também quando as máquinas e aparelhos estão em funcionamento.
Transformação de energia quer dizer que determinados tipos de energia estão
sendo transformados em outros tipos de energia.

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ci ên ci as | 15

Vejamos alguns exemplos: quando você acende uma lâmpada, a energia elétrica
se transforma em energia luminosa e de aquecimento.
Os motores do automóvel, do trator, do barco e do caminhão transformam
energia química em energia de movimento. Um ventilador, uma batedeira e
uma furadeira transformam energia elétrica em energia de movimento. E assim
por diante.
Os cientistas afirmam que a energia não pode ser criada nem destruída.
O que fazemos com nossos motores e nossas máquinas e aparelhos é sim-
plesmente transformar um tipo de energia em outro. O mesmo se dá com
o nosso corpo quando corremos, pulamos, carregamos pacotes, dançamos,
pensamos...
Essa ideia dos cientistas recebe o nome de princípio da transformação e da
conservação da energia.

Hora da revisão
• Para respirar, trabalhar, passear e desempenhar qualquer outra atividade, uma
pessoa precisa dispor de energia. O mesmo acontece com as máquinas, para
funcionar.

• Existem várias fontes de energia: os alimentos são a principal fonte de energia


para os seres humanos e os animais. Os combustíveis são as fontes de ener-
gia para as máquinas.

• Em nossas casas, as fontes de energia utilizadas podem ser o gás de cozinha,


a eletricidade e, também, a lenha.

• A utilização das fontes de energia faz com que um tipo de energia seja trans-
formado em outro.

• A energia não é criada nem destruída, apenas transformada de um tipo em


outro.

Atividades
Faça no seu caderno.
4. Complete a frase:
Ao ligar uma máquina de lavar roupa, estamos energia
elétrica em energia de movimento.

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16 | Aula 4 2

5. Indique com uma seta as possíveis fontes de energia para cada um dos ele-
mentos abaixo:

cavalo lenha

lampião eletricidade

forno de padaria diesel ou gasolina ou querosene

trem alimento

barco gás de cozinha

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Produção de Aula 43
energia elétrica

Leia com atenção o texto a seguir, extraído de uma notícia de jornal:

Seca em Sobradinho ameaça causar novo drama social no Nordeste

Para produzir energia elétrica e fornecer eletricidade para quase todo o Nordeste, Sobradinho tem de
receber dois milhões e cem mil litros de água por segundo. Mas, devido à seca, somente um milhão e
trezentos mil litros estão chegando à barragem de Sobradinho. Como a previsão de chuvas no norte
de Minas Gerais é para novembro, até lá, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco calcula que o
nível do lago terá baixado cerca de sete metros.
(...) A barragem de Sobradinho fornece energia para todo o estado do Maranhão, partes do Piauí
e Pará e para uma pequena área da Bahia.
Os efeitos da estiagem estão ameaçando as atividades econômicas dos municípios baianos de
Juazeiro, Casa Nova, Sento Sé, Remanso e Pilão Arcado. O governo da Bahia e as populações desses
municípios já começaram a discutir as possíveis consequências da seca com a Companhia Hidrelé-
trica do São Francisco.

Atividades
Faça no seu caderno.
1. Com base no texto acima, diga o que ameaça o fornecimento de energia
elétrica no Nordeste.

2. A que usina hidrelétrica o texto se refere? Onde ela se localiza? Que regiões
ela abastece?

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18 | Aula 4 3

3. Se houver um corte de energia elétrica em sua cidade, que aparelhos de sua


residência deixariam de funcionar?

4. A falta de energia elétrica não interfere apenas no funcionamento dos apa-


relhos elétricos residenciais. Procure fazer um levantamento do que deixa de
funcionar em seu trabalho, nas escolas, no comércio, no transporte e na agri-
cultura quando há falta de energia elétrica.

Acender e apagar uma lâmpada é algo muito comum hoje em dia. Chuveiros, liquidificadores e tele-
visores também são ligados e desligados por milhões de pessoas em todo o mundo, todos os dias.
Mas quase nunca paramos para pensar em como a energia elétrica, necessária para o funcio-
namento desses aparelhos, foi produzida.
Quando ligamos um aparelho elétrico, estamos fechando um circuito elétrico muito maior
do que aquele constituído pelos fios de nossa casa. Isso porque a fiação residencial está ligada à
rede de distribuição de energia elétrica que começa nas usinas.
A energia elétrica produzida nas usinas é utilizada não só nas residências, mas abastece tam-
bém indústrias, hospitais, escolas, fazendas, e assim por diante.
Existem vários tipos de usinas que produzem energia elétrica. No caso do Brasil, as mais impor-
tantes são as usinas hidrelétricas.
A figura a seguir ilustra o esquema de uma rede de distribuição de energia elétrica. As setas indi-
cam o longo caminho da produção até o consumo da energia. Vamos acompanhar esse caminho.

hospital usina

subestação

residência fábrica

Figura 1: Representação de rede de distribuição de energia elétrica

Das usinas geradoras, a energia elétrica é conduzida por fios grossos, os cabos de alta-tensão, até
uma instalação chamada de subestação rebaixadora de tensão. Essa subestação pode estar em
uma cidade ou na zona rural.

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ci ên ci as | 19

Da subestação, a energia elétrica é conduzida a equipamentos denominados transformadores de


tensão, como os que existem em alguns postes de rua. Dos transformadores, ela é conduzida a
uma residência, por exemplo, pelos fios.
Se você seguir os fios que chegam à sua residência pelos postes da rua, verá que esses fios pas-
sam, inicialmente, pelo relógio medidor de consumo de energia elétrica (o relógio de luz). Daí,
se dirigem à caixa de luz, onde se encontra a chave geral, e seguem para o forro da residência.
Os fios se distribuem a partir do forro, formando a instalação elétrica residencial. Suas extre-
midades terminam nas tomadas e nos interruptores.
É por isso que podemos afirmar que, quando ligamos um aparelho elétrico em nossa residên-
cia, esse aparelho passa a fazer parte de um enorme circuito, constituído por milhares de quilô-
metros de fio e que inclui a usina hidrelétrica.
Se você não sabe, procure descobrir onde fica o relógio medidor de energia elétrica de sua casa.
Observe os fios que chegam à sua casa pelos postes da rua. Procure seguir o caminho dos fios
até a entrada deles no forro da casa.

Aprofundando
Na aula anterior, aprendemos que a energia não pode ser criada nem destruí­da.
A produção de energia elétrica nas usinas não foge à regra. Esse tipo de ener-
gia é obtido a partir de outra forma de energia. Vejamos como isso acontece.
Você sabe que todos os objetos são atraídos pela Terra e que, por isso, caem
quando são abandonados a certa altura do solo. O mesmo acontece com os líqui-
dos, como você observa quando abre uma torneira.
Sob o jato de água que sai da torneira, se você colocar uma roda de cartolina
com uma série de pás (algo semelhante a um cata-vento, como ilustra a figura a
seguir), a energia de movimento da água caindo é capaz de movimentar a roda.

água

Figura 2

As usinas hidrelétricas funcionam de modo muito parecido. Em todas as usinas


desse tipo, existe uma represa que armazena água em grande quantidade.
Uma represa assim sempre fica situada em local bem alto, para permitir um
grande desnível para a água cair. Da represa saem canos grossos, que conduzem
a água em queda até uma construção chamada de casa de força.
Na casa de força existem várias rodas, que funcionam de modo semelhante
à roda de cartolina. A diferença é que são feitas de aço, cuidadosamente cons-

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20 | Aula 4 3

truídas, e pesam várias toneladas. Essas rodas são chamadas de turbinas. Estão
ligadas aos eixos dos geradores de eletricidade, que são máquinas destinadas
a produzir energia elétrica.
Em termos de transformações de energia, o que ocorre nas hidrelétricas pode
ser resumido da seguinte forma: em primeiro lugar, temos uma represa situada
em um local bastante elevado em relação ao solo. Lá, uma enorme massa de
água está represada, ou seja, parada, mas pode cair.
Dizemos, então, que a água, enquanto está parada na represa, possui energia
potencial. Quando os técnicos da usina permitem que a água desça pelas gros-
sas tubulações, a energia potencial é transformada, durante a queda, em ener-
gia de movimento.
Temos, então, a primeira transformação de energia na usina hidrelétrica: a
energia potencial transforma-se em energia de movimento.
Quando chega ao fim das tubulações, a água bate nas turbinas e as faz girar,
pois está transferindo seu movimento a elas. Como as turbinas estão ligadas ao
eixo dos geradores, a energia de movimento das turbinas é então transformada
em energia elétrica.

Temos aí a segunda transformação de energia que


ocorre nas hidrelétricas. Observe que a função da
água termina quando ela faz girar as turbinas, o
tubulação
represa que coloca os geradores em funcionamento.
A figura ao lado ilustra o esquema de funcio-
namento de uma usina hidrelétrica.
gerador
Não é à toa que, no Brasil, as principais usinas
geradoras de eletricidade sejam as hidrelétricas.
Nosso país possui muitos recursos hídricos, isto
é, muitos rios e muitos desníveis acentuados ao
turbina longo do curso de boa parte desses rios.

Figura 3: Esquema de funcionamento


de uma hidrelétrica

Contudo, muitos paí­ses não têm os mesmos recursos hídricos que temos aqui.
Nesses locais (e até mesmo em algumas regiões do Brasil), a energia elétrica é pro-
duzida pelas usinas termelétricas. O esquema a seguir ilustra o funcionamento
de uma usina termelétrica.
eletricidade

vapor
Figura 4: Esquema de
funcionamento de uma
usina termelétrica água

caldeira
turbina gerador

calor

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ci ên ci as | 21

Nessas usinas, quem faz girar as turbinas não é a água, mas sim o vapor obtido pelo
aquecimento da água no interior de caldeiras, onde ela ferve à alta pressão.
É algo muito parecido com uma panela de pressão. Se você colocar um cata-
vento no vapor que sai de uma panela de pressão, ele também vai girar. Nas usinas
termelétricas, o vapor de alta pressão é conduzido por tubulações até as turbinas,
fazendo-as girar. Daí em diante, ocorre o mesmo processo das hidrelétricas.
Nas usinas termelétricas, o funcionamento das caldeiras (e, portanto, o aqueci-
mento da água) é garantido pela queima de carvão ou óleo diesel, por exemplo.
Desse modo, podemos dizer que, nas usinas termelétricas, a energia produzida
pela queima de combustíveis se transforma em energia de movimento do vapor,
que faz girar as turbinas. A energia de movimento das turbinas, por sua vez, é
transformada em energia elétrica pelos geradores.
As usinas nucleares também são termelétricas. Só que, para o aquecimento da
água, elas utilizam outros tipos de combustível: o urânio, por exemplo. Esse elemento
químico é capaz de produzir, a partir de reações nucleares, grande quantidade de
calor. Esse calor pode ser aproveitado para aquecer a água contida nas caldeiras.
Portanto, nas usinas nucleares, é a energia nuclear que se transforma em
energia de movimento do vapor. Esta, por sua vez, se transforma em energia
elétrica. A ilustração a seguir representa esquematicamente o funcionamento
de uma usina nuclear.
eletricidade

vapor

água
Figura 5: Esquema
de funcionamento
caldeira de uma usina nuclear
turbina gerador
reator

No fim da década de 1960, alegando escassez de petróleo e de carvão e fazendo


previsões de esgotamento dos recursos hídricos, o governo brasileiro adotou um
programa nuclear para a geração de energia elétrica.
Em 1969, o Brasil entrou na era nuclear com o início da construção da usina
Angra I, na cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Construir usinas para gerar energia elétrica é, sem dúvida, uma necessida­de
para o desenvolvimento de qualquer nação.
O Brasil, por exemplo, não tem atualmente energia elétrica suficiente para
abastecer todas as regiões o ano todo. É por isso que, durante o verão, em mui-
tos estados, o governo adota o “horário de verão” como forma de economizar
energia elétrica.
Contudo, também é fundamental levar em conta os impactos ecológicos que
esses empreendimentos podem causar. Uma usina hidrelétrica do tamanho de
Itaipu, no rio Paraná, por exemplo, não traz apenas problemas de ordem finan-
ceira, por seu alto custo de construção e manutenção.

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22 | Aula 4 3

Os desastres ecológicos provocados pela construção de usinas são inúmeros: ala-


gamentos de florestas, de áreas agrícolas, de cidades e imensos represamentos
que dificultam os processos de irrigação e navegação perto das usinas.
O impacto de construção das usinas termelétricas é menor que o das hidre-
létricas. Mas as termelétricas ocasionam graves problemas de poluição do ar,
devido à queima de combustíveis.
O principal problema das usinas nucleares é o risco de acidentes muito gra-
ves, que podem provocar contaminação radiativa em grandes áreas próximas às
usinas. Além disso, o lixo produzido por esse tipo de usina é formado por subs-
tâncias radiativas e nocivas aos seres vivos.
O destino do lixo radiativo, portanto, também é um grave problema.

Hora da revisão
• Quando ligamos um aparelho elétrico em nossa residência, ele passa a fazer
parte de um enorme circuito que inclui a usina hidrelétrica.

• Em todas as usinas (hidrelétricas, termelétricas e nucleares), a energia elétrica é


gerada a partir de uma outra forma de energia, ou seja: em todas as situações,
há a transformação de um ou mais tipos de energia em energia elétrica.

• Nas usinas hidrelétricas, a energia potencial da água represada se transforma


em energia de movimento da água durante a queda. Essa energia de movi-
mento da água, depois de transferida às turbinas, se transforma, nos gerado-
res, em energia elétrica.

• Nas usinas termelétricas, a energia produzida pela queima de combustíveis


(calor) se transforma em energia de movimento do vapor d’água. Esta, depois
de transferida às turbinas, transforma-se, nos geradores, em energia elétrica.

• Nas usinas nucleares, a energia produzida pelas reações nucleares (calor) se


transforma em energia de movimento do vapor d’água. Tal energia, depois de
transferida às turbinas, transforma-se, nos geradores, em energia elétrica.

• A construção de usinas, sejam hidrelétricas, termelétricas ou nucleares, não é


um processo simples, pois envolve desde questões econômicas até problemas
ecológicos e sociais.

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ci ên ci as | 23

Atividades
Faça no seu caderno.
5. Faça um desenho representando os principais elementos de uma usina hidre-
létrica.

6. Por que as represas das usinas hidrelétricas ficam situadas em locais bastante
altos?

7. Em termos de transformação de energia, qual a principal diferença entre as


usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares?

8. Leia o texto a seguir, extraído de uma notícia de jornal, e destaque os impac-


tos ambientais a que ele se refere.

Usinas hidrelétricas e energia limpa

Um estudo publicado em 2007 revelou o que poucos poderiam ter previsto há vinte anos. Uma usina
hidrelétrica pode poluir mais do que uma usina termelétrica. Três cientistas estudaram a água que
sai da barragem de Balbina, uma usina hidrélétrica ao norte de Manaus, que se serve das águas do
rio Uamatã para formar um imenso lago de 2.700 quilômetros quadrados. Desde sua construção, na
década de 1980, havia críticas à falta de planejamento ambiental da obra. Grandes lagos na região
amazônica tendem a ser muito diferentes dos lagos do Sul do país, pois a temperatura varia muito
pouco na região equatorial. Isso faz com que os lagos tenham pouca troca de água entre a superfície
e o fundo, e que o fundo tenha pouco oxigênio. Além disso, alagando uma grande área de floresta
para formar o lago, agrava-se o problema, pois o apodrecimento da mata praticamente consome todo
o oxigênio, comprometendo a qualidade da água, já que o nível de oxigênio é muito baixo. Isso não
prejudica apenas os peixes. A conclusão do estudo desses três cientistas, publicado em 2007, é que as
condições de ausência de oxigênio e a grande quantidade de matéria orgânica do fundo do lago pro-
vocam grande produção de um gás que prejudica o meio ambiente, o metano. Ele contribui para o
efeito estufa de forma muito significativa. O estudo questiona a ideia de que as usinas hidrelétricas,
por não queimarem combustível para produzir eletricidade, e portanto, não produzirem gás carbô-
nico, são fontes de energia limpa. Além disso, o estudo mostrou que aquela hidrelétrica produz mais
gases nocivos à atmosfera do que uma termelétrica com a mesma potência. Os estudos, agora, serão
estendidos para outras usinas hidrelétricas da região, como Samuel, Cura-Cura e Tucuruí.

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Domesticação de
plantas e animais: Aula 45
o segredo do homem

– Olha o milho, olha o milho! Espigas de milho quentinhas, salgadinhas! Olha o milho...
Dona Isabela estava quase comprando uma. Parecia uma boa ideia para segurar a fome
até a hora do almoço.
– Bom, acho que “uminha” só não vai atrapalhar o meu regime – pensou.
Decidida a comer uma espiga pequena, foi até o carrinho do vendedor e tentou escolher
uma. Mas no carrinho só havia espigas bem grandes, bem amarelinhas e de aparência muito
apetitosa.
Depois de muito procurar, ela afinal encontrou uma espiga menor. Mas essa não parecia lá
muito gostosa, pois era esbranquiçada e tinha grãos muito pequenos, que pareciam duros.
Dona Isabela não teve dúvidas: esqueceu o regime e foi logo pedindo uma espiga daquelas
bem grandes e gostosas.
– Afinal, sair só uma vez do regime não vai fazer diferença... – pensou ela.

Atividades
Faça no seu caderno.
1. Se fosse você que estivesse comprando milho em uma feira, qual das duas
espigas levaria?

A grande maioria das pessoas compraria uma espiga como a que dona Isabela
escolheu. Isso porque a espiga é maior, possui maior quantidade de grãos, e estes
são maiores do que os da outra espiga.
Assim, quem se alimentasse dessa espiga estaria ingerindo mais nutrientes do
que a pessoa que comesse a outra.

2. Por que é importante ingerir uma boa quantidade de nutrientes?

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ci ên ci as | 31

Você aprendeu, em aulas anteriores, que os nutrientes presentes nos alimentos é que nos forne-
cem a energia necessária para a realização de todas as nossas atividades – desde ler esta aula até
jogar uma partida de futebol.
Uma das maiores preocupações da espécie humana, desde o seu aparecimento, tem sido a ali-
mentação.
Há dezenas de milhares de anos, os grupos humanos mudavam o local dos acampamentos
em que viviam com muita frequência, sempre em busca de alimento.
Naquela época, as pessoas se alimentavam principalmente de vegetais (folhas, frutos e raízes)
que precisavam coletar e de algumas espécies de animais que caçavam.
Há mais ou menos dez mil anos, porém, as pessoas descobriram que poderiam ter o alimento,
animal ou vegetal, bem na porta de casa. Começou então o desenvolvimento da agricultura, da
pecuária e a domesticação dos vegetais e animais.

Domesticando as plantas
Para fazer uma plantação, usamos, na maioria das vezes, as sementes dos vegetais, e não outras
partes da planta.

3. Você saberia explicar por quê?

É isso mesmo! Como já estudamos em nosso curso, as sementes são aquelas estruturas que, ao
germinar, dão início ao desenvolvimento de uma nova planta parecida com aquela que origi-
nou a própria semente.
Então, se quisermos fazer plantações, ou seja, obter certas quantidades de uma determinada
planta, precisamos semear o solo com as sementes dos vegetais que queremos obter.
Fazendo essa observação é que os nossos ancestrais descobriram como cultivar as próprias
plantas.
Inicialmente, eles comiam os frutos e jogavam os restos nas regiões próximas aos locais em
que viviam. Verificaram assim que, após um período de tempo, vários vegetais, semelhantes
àqueles cujos restos jogavam, cresciam e davam folhas, raízes e frutos.
Essas folhas, raízes e frutos eram então colhidos e utilizados na alimentação do grupo.
Mas a história não acabou por aí. Veja o que nossos ancestrais descobriram.

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32 | Aula 4 5

“Melhorando” os alimentos
Vamos recordar as duas espigas de milho do início da aula.

Figura 1
Espiga 1

Espiga 2

Atividades
Faça no seu caderno.
4. Quais são as diferenças entre as duas?

5. Como você explica que possam existir duas espigas tão diferentes, se ambas
são da mesma espécie vegetal, o milho?

Como você já sabe, as diferenças entre as duas espigas podem ser explicadas pelas
mutações. Tal como foi dito na Aula 30, o processo de reprodução pode gerar
indivíduos com características novas, isto é, que não estavam presentes em seus
pais. Isso faz com que aumente a variedade dentro de uma espécie.
Assim, a espiga 1 pertence a uma das variedades do milho, ao passo que a
espiga 2 é de outra variedade.

Na realidade, o milho que conhecemos hoje e que compramos na feira ou no supermercado é


bem diferente do milho cultivado pelos primeiros agricultores. Naquela época, a maioria das espi-
gas era parecida com a espiga 1: pequena e com os grãos pequenos e duros.
O que se passou com o milho desde aquela época até a nossa, para que hoje tenhamos um
alimento bem mais nutritivo?
Durante o desenvolvimento da agricultura e da pecuária, o homem não se limitou a manter
próximos de si os animais e as plantas que utilizava para se alimentar. Aprendeu também a sele-
cionar, entre as variedades existentes, aquelas que apresentavam características adequadas e van-
tajosas para o consumo humano.
Afinal, se podemos produzir alimentos melhores e mais nutritivos, por que não fazê-lo?
Para entender como os agricultores e pecuaristas fizeram isso, vamos começar realizando
algumas atividades. Para responder corretamente às questões a seguir, recorde o que foi tratado
na Aula 29 – Reprodução dos seres vivos, especialmente nos itens Flores e frutos e Animais e
órgãos reprodutivos.

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6. Os termos abaixo estão todos embaralhados. Ordene-os para que a frase fique
correta.

dão origem as flores que possuem as sementes aos frutos

7. O que é preciso acontecer para que surja um novo ser vivo?

Na maioria das plantas e dos animais, durante a reprodução, é necessário que se unam estrutu-
ras dos dois sexos, masculino e feminino, para que se origine um novo ser vivo.
O órgão reprodutor masculino de uma planta produz o pólen. O pólen possui pequenas estru-
turas masculinas que, ao entrar no órgão reprodutor feminino, se encontram com o óvulo, estru-
tura produzida pelo sexo feminino. Essa união dará origem a uma semente.
Posteriormente, a semente se desenvolverá, transformando-se numa nova planta que será pare-
cida com os pais, ou seja, semelhante à planta que doou o pólen e à planta que doou o óvulo.
Com os animais ocorre algo semelhante. É necessário que se encontrem as estruturas sexuais
masculinas, conhecidas como espermatozoides, e as femininas, chamadas de óvulos.
Dessa união se formarão os filhotes dos animais, que também se parecerão com os pais: o
macho, que doou o espermatozoide, e a fêmea, que o recebeu. Veja as figuras 2 e 3:

espermatozoide

óvulo

novo
indivíduo união do
espermatozoide
com o óvulo

embrião em
desenvolvimento
Figura 2: Reprodução humana

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34 | Aula 4 5

pólen sendo pólen entrando no pólen


produzido e órgão reprodutor se unindo semente fruto com
liberado feminino ao óvulo a semente

Figura 3: Reprodução vegetal. A germinação da semente dará origem a uma nova planta.

Observando que os filhos são parecidos com os pais e escolhendo os melhores “casais” que pode-
riam se reproduzir, os agricultores e pecuaristas conseguiram melhorar a qualidade e a quanti-
dade dos vegetais e animais que produziam.

Aprofundando
Escolhendo as características animais e vegetais que seriam mais úteis ao homem
– por exemplo, o número de ovos que põe uma galinha, a maciez da carne de
um boi ou de uma vaca, a resistência das frutas contra insetos, a quantidade de
suco produzida por uma laranja –, os agricultores e pecuaristas conseguiram pro-
duzir alimentos melhores para consumo.
Para conseguir esse efeito, sabendo que os filhos são parecidos com os pais,
agricultores e pecuaristas passaram a controlar a reprodução de animais e vege-
tais, isto é, só permitem que se reproduzam os animais e vegetais que possuem
características mais atraentes para o consumo humano.
Assim, espera-se que os filhos desses animais e vegetais também possuam
tais características.
Veja só o exemplo dos bovinos. Pecuaristas, no início do século XX, fize-
ram o cruzamento de uma variedade bovina conhecida como Southern, que
produzia bastante carne mas era muito atacada por carrapatos, com uma
outra variedade, conhecida como zebu. O zebu, apesar de não produzir muita
carne, era muito resistente aos carrapatos.
Desse cruzamento resultaram diversos tipos de bezerros: alguns produziam
bastante carne, mas eram muito atacados pelos carrapatos; outros eram resis-
tentes aos carrapatos, mas produziam pouca carne; outros produziam pouca
carne e eram atacados pelos carrapatos; outros, ainda, produziam bastante carne
e eram resistentes aos carrapatos.
De todos esses tipos, somente os últimos, que produziam bastante carne e
eram resistentes aos carrapatos, foram utilizados para a reprodução nos currais.

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Foi realizada, assim, uma seleção daqueles animais que apresentavam as carac-
terísticas mais úteis ao homem.
Depois de várias gerações em que só foram cruzados os tipos selecionados,
surgiu uma nova raça bovina, a Santa Gertrudes. Essa raça, além de produzir bas-
tante carne, é bem resistente aos carrapatos.
Esse processo de “melhoria”
das espécies animais e vegetais
foi amplamente utilizado. Quase
todos os alimentos que atualmente
fazem parte da nossa dieta passa-
ram por processos semelhantes.
Por exemplo: uma refeição
muito comum na mesa brasileira
– arroz, feijão, batata, couve e
bife, acompanhada por um copo
de suco de fruta – é composta
somente de alimentos “melho-
rados” pelo homem. Figura 4: Gado Santa Gertrudes

Hora da revisão
Faça no seu caderno.
• Observando que das sementes se originam novos vegetais, os homens passa-
ram a cultivar as plantas que lhes interessavam.

• Na reprodução dos seres vivos, sejam plantas ou animais, uma estrutura mas-
culina se encontra com uma feminina para dar origem a um novo ser vivo.

• Os filhos possuem características semelhantes às dos pais.

• A variação dentro de uma espécie de seres vivos é aumentada quando nas-


cem indivíduos com características novas, isto é, características que seus pais
não tinham.

• Sabendo que os descendentes, em geral, possuem as características dos pais,


os primeiros agricultores e pecuaristas começaram a escolher as variedades
de maior valor alimentício.

• Somente a essas variedades foi permitida a reprodução; assim, as espécies ani-


mais e vegetais úteis ao homem foram sendo modificadas, o que aumentou
sua qualidade e produtividade.

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36 | Aula 4 5

Atividades
Faça no seu caderno.
8. O que foi necessário saber para que ocorresse o desenvolvimento da agricultura?

9. Imagine que séculos atrás existiam uma variedade de milho com espigas gran-
des e grãos duros e outra variedade com espigas pequenas e grãos macios. A par-
tir do que você aprendeu na aula, sugira um procedimento de “melhoramento”
para produzir um tipo de milho com espigas grandes e grãos macios.

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Pequenas criaturas Aula 46
invadem a indústria

Hoje é mais uma daquelas manhãs em que há programas dando “Dicas da Cozinha”:
– Bom dia a todos e a todas. No programa de hoje, vamos dar uma dica para vocês que
ainda são iniciantes na arte de cozinhar. Iniciantes, muito atentos. Então, vamos lá!
Várias receitas de bolos, tortas e pães pedem que a gente use fermento para a massa
crescer. Mas quanto tempo a gente deve deixar a massa descansando para que cresça
bastante?
Muitas vezes misturamos o fermento à massa e nos esquecemos dela. Às vezes, a massa
cresce demais; às vezes, cresce de menos.
Mas não se preocupem com isso, meus amigos iniciantes na cozinha. Para saber se a
massa já descansou ou não o tempo suficiente depois que colocamos o fermento, existe uma
dica muito conhecida por várias pessoas mais experientes.
A dica é a seguinte: peguem um pouco da massa que irá descansar, enrolem-na na forma
de uma bolinha e coloquem-na em um copo com água.
Logo que vocês fizerem isso, a massinha irá afundar. Mas, depois de um tempo, sem que
ninguém mexa em nada, vocês verão que a massinha vai subir.
Quando isso acontece, é sinal de que a massa já está boa e descansou bastante. Então,
vocês podem assá-la e, com certeza, suas receitas serão um sucesso!

Atividades
Faça no seu caderno.
1. O que acontece com a bolinha de massa com fermento logo que a colocamos
na água?

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38 | Aula 4 6

2. O que acontece com a bolinha de massa com fermento depois de algum tempo
na água?

O fermento é muito utilizado na cozinha, pois faz as massas crescerem. E você sabe como ele faz
isso? Você sabe por que a massinha no copo de água flutua depois de certo tempo?
Para responder a essas perguntas, precisamos de uma informação nova: o fermento promove
a liberação de gás na massa. Isso quer dizer que, se você ficar observando a massinha com fer-
mento dentro da água, verá que dela saem algumas bolinhas de gás.
Assim, quanto mais tempo a massa fica descansando com fermento, mais gás é liberado! Com
o tempo, a massa começa a estufar por causa do gás e, portanto, a “crescer”.
Quando a massa está em um copo com água, é lógico que ela acabará flutuando, como uma
dessas bóias de ar que usamos nas piscinas, quando estiver com bastante gás.

Aprofundando
Se você se lembra da aula anterior, deve recordar que o homem vem selecio-
nando espécies de animais e plantas há muitos séculos. Os agricultores e pecu-
aristas, por exemplo, selecionam porcos mais gordos, vacas que dão mais leite,
galinhas que crescem mais rápido e têm a carne mais macia, plantas que dão
frutos maiores e mais atraentes, e assim por diante. Tudo isso a fim de melhorar
a qualidade e a quantidade na produção de alimentos.
No entanto, apesar desse contínuo aperfeiçoamento na produção dos mais
variados alimentos, alguns deles (como os bolos e os pães) são feitos seguindo-
se, basicamente, a mesma receita há muitos séculos.
Os ingredientes básicos de que precisamos para fazer pães e bolos são a água,
a farinha e o fermento.
Portanto, apesar da variação de
alguns ingredientes nas receitas de
pães e bolos, por exemplo, nelas
existe algo em comum: a utilização
do fermento.
Existem dois tipos de fermento:
o químico e o biológico. A diferença
básica entre eles é que, no químico,
não existem seres vivos, enquanto no
biológico existem microrganismos.
Os fermentos biológicos são exem-
plos de seres vivos microscópicos Figura 1: Leveduras vistas ao microscópio

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chamados de leveduras, que são usados há séculos pelo homem na fabricação


de alimentos. Quando uma massa com fermento biológico está “descansando”,
as leveduras estão em plena atividade. Elas estão se alimentando, crescendo, se
reproduzindo e, evidentemente, liberando o gás que faz a massa estufar.

Vamos experimentar
Que tal fazer uma experiência para descobrir se fatores como a temperatura
podem influir na fermentação dos microrganismos?
Para fazer essa experiência, vamos utilizar aquela massinha com fermento
biológico que foi apresentada no programa “Dicas da Cozinha”.
Primeiro, pegue três copos com água. Dentro de cada um, coloque uma mas-
sinha com fermento.
Deixe cada um dos copos em locais com diferentes temperaturas. Sugestão:
num dos copos, coloque água bem quente (para fazer isso, você pode ferver a
água no fogão e, depois, jogar a massinha dentro da água quente). Um outro
copo pode ser deixado à temperatura ambiente e, finalmente, o terceiro copo
pode ser colocado na geladeira.
Observe e anote quanto tempo as bolinhas de massa com fermento demoram
para começar a flutuar. O que você observou?

Figura 2a Figura 2b Figura 2c

Aprofundando
Quando fazemos essa experiência, observamos que a massinha que estava à tem-
peratura ambiente demora só alguns minutos para começar a flutuar. A mas-
sinha que estava na geladeira demora mais para flutuar, e aquela que ficou na
água fervente não chega a flutuar, mesmo se depois de algum tempo a tempe-
ratura da água esfria.

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40 | Aula 4 6

Você consegue explicar por que acontecem essas coisas? Por que a massinha que
estava em um local frio demora muito para flutuar? Por que a massinha que
estava em um local muito quente (a água fervente) jamais flutua?
Para explicar esses resultados, é preciso considerar um fato que acabamos de
aprender: na massinha com fermento biológico, existem seres vivos.
Já que o fermento que você utilizou continha microrganismos vivos, é de se
esperar que estes, em temperatura baixa, façam tudo mais lentamente. Ou seja:
eles se alimentam, se reproduzem e realizam fermentação bem lentamente.
Se tudo isso é mais lento em temperaturas mais baixas, é claro que a quan-
tidade de gás liberado no processo de fermentação em um dado tempo tam-
bém deve ser menor. Assim, demora bastante para que a massinha fique cheia
de gás e flutue.
Já na água fervente, devido à temperatura alta, o que promovemos é a morte
dos microrganismos. Uma vez que estão mortos, os microrganismos na massi-
nha não vão crescer, se reproduzir ou fermentar.
Em outras palavras: se matarmos os microrganismos da massinha, não haverá
fermentação. Consequentemente, não será liberado o gás que faria a massi-
nha flutuar.

Os microrganismos na indústria
Na indústria, o homem se utiliza da criação de microrganismos para produzir
alimentos e bebidas (a cerveja, o vinho, os iogurtes, os queijos e outros) e tam-
bém para produzir certas substâncias que são fabricadas naturalmente somente
por certos microrganismos (alguns antibióticos e substâncias químicas).
Essa utilização em escala industrial exige a criação de muitos microrganis-
mos de uma vez. Para fazer isso, são utilizados “tanques” de criação, cheios de
um caldo no qual os microrganismos estão mergulhados.

controlador Esses tanques são chamados de biorrea­


entrada de
nutrientes
de pH tores ou biodigestores.
E Pela experiência que fizemos nesta
aula, já dá para imaginar que, nos bio-
digestores, certas condições, como a tem-
F peratura, devem ser bem controladas.
Além disso, para evitar que falte ali-
entrada de
mento para os microrganismos, o caldo
água fria
controle de G em que eles são criados deve sempre ser
temperatura C suprido com nutrientes novos. Assim, nos
entrada C H biodigestores, existe um local onde são
de água periodicamente colocados os nutrientes
B para os microrganismos. Para que esses
nutrientes se espalhem bem por todo o
A
caldo de cultivo, existe um eixo que roda
entrada e agita o caldo constantemente.
de ar filtro
agitador Como nos biodigestores são cultiva-
dos somente os microrganismos que se
Figura 3: Biodigestor

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deseja, e não outros, é preciso trabalhar sempre em condições estéreis, isto é,


livres de micróbios vivos, para evitar a contaminação do caldo de cultura. Para
isso, é preciso manter instrumentos, tanque e caldo nutritivo esterilizados.

Na Aula 38 – Respiração –, você estudou que o processo de respiração celular é fundamental para
os seres vivos. Ou seja, a energia necessária para que os seres vivos cresçam e se reproduzam é
fruto da reação da glicose com o oxigênio, que ocorre durante a respiração celular. Você também
aprendeu que a respiração celular, além de energia, produz um gás: o gás carbônico.
Resumidamente, podemos descrever o processo de respiração celular da seguinte forma:

glicose + oxigênio energia + gás carbônico + água

A partir disso, poderia parecer óbvio dizer que todos os seres vivos dependem do oxigênio e do
alimento para viver. No entanto, não é isso o que ocorre.
Existem seres vivos que aproveitam o oxigênio mas não morrem na sua ausência. Esses seres
vivos, portanto, dependem do alimento, mas podem viver em locais sem oxigênio.
Exemplos de seres vivos que podem viver sem oxigênio são as leveduras, que estamos estu-
dando nesta aula.
Esses microrganismos são capazes de transformar o alimento em energia mesmo na ausência
do oxigênio. O processo que esses microrganismos realizam e que permite que eles vivam sem
oxigênio chama-se fermentação.
A fermentação realizada pelas leveduras produz energia e gás carbônico, e também produz
álcool. O processo de fermentação que origina o álcool pode ser resumidamente descrito da
seguinte forma:

g lic o s e energia + gás carbônico + álcool

Atividades
Faça no seu caderno.
3. Antes de seguir em frente, dê uma paradinha e tente responder às questões a seguir:
Comparando os processos de respiração e fermentação, responda:

a) Quais são as semelhanças entre os processos de respiração e fermentação?

b) Quais são as diferenças entre os processos de respiração e fermentação?

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42 | Aula 4 6

c) Associe cada item da coluna à esquerda com o respectivo processo, de respiração


celular ou de fermentação, da coluna à direita:

não utiliza oxigênio respiração celular


utiliza oxigênio
álcool fermentação
realizado pelas leveduras
realizado pela maioria dos seres vivos

Aprofundando
É comum ouvirmos dizer que os alimentos estragados estão fermentando, ou que
existem bebidas alcoólicas fermentadas. O nome fermento também não deve ser
estranho a ninguém. Nesta aula, você conheceu melhor o processo de fermen-
tação e os microrganismos que o realizam.
Fermento é, na realidade, uma palavra muito comum e que, pelo que você viu
nesta aula, serve para designar os microrganismos que realizam a fermentação.
Já a palavra fermentação, assim como a palavra respiração, é utilizada para
designar processos realizados pelos seres vivos.
Por meio de processos como a respiração celular e a fermentação, os seres vivos
conseguem transformar os alimentos, obtendo assim energia para viver.
Apesar desse ponto em comum, a respiração celular e a fermentação têm suas
diferenças: o oxigênio, gás indispensável à respiração celular, não é necessário
para a realização de fermentação.
Além disso, a fermentação produz uma substância que não é produzida pela
respiração celular: o álcool.
É dessa forma que, há muitos séculos, o homem produz bebidas alcoólicas
(como a cerveja e o vinho) e outros alimentos. Do mesmo modo é produzido
industrialmente o álcool, que entre outras coisas serve de combustível para os
automóveis.
Com microrganismos especiais que produzem o gás metano, pode-se pro-
duzir o biogás, que pode servir como combustível para ônibus e outros veícu-
los. Esterco, restos vegetais e animais também podem ser utilizados em gran-
des fermentadores, os biodigestores, a fim de produzir biogás e fertilizante.
Como você pode ver, o homem utiliza microrganismos não só em sua alimen-
tação, mas também na fabricação de outras substâncias usadas no seu dia a dia.
É assim que esses pequenos seres vivos invadem a nossa indústria.

Hora da revisão
• As leveduras são os microrganismos que existem no fermento biológico.

• A fermentação é um processo realizado por seres vivos.

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• Fatores como a temperatura influem no processo de fermentação.

• Grandes quantidades de microrganismos podem ser criadas nos biodigestores.

• Alguns seres vivos obtêm energia para viver por meio do processo de fermentação.

• Para fazer a fermentação não é necessário oxigênio.

• O álcool é produzido no processo de fermentação.

• O homem se utiliza de microrganismos para produzir industrialmente certas


substâncias, como o biogás e o álcool.

Atividades
Faça no seu caderno.
4. Qual é a importância da fermentação para a indústria de alimentos?

5. O vinho é uma bebida alcoólica, mas o suco de uva utilizado na sua fabri-
cação não é! Pensando nisso, responda: de onde vem o álcool existente no
vinho?

6. Por incrível que pareça, existem seres vivos que podem viver sem oxigênio!
Você sabe explicar como esses seres vivos conseguem obter energia para
viver?

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Aula 47
Conservando alimentos

Alberto estava preocupado com a falta de luz na lanchonete. Estranhamente, Clóvis – o dono
da banca de jornais em frente – nada sabia sobre o horário em que ela poderia voltar.
Na geladeira da lanchonete, estavam guardados os filés de peixe do almoço do dia seguinte
e as frutas para suco. Alberto estava com medo de que tudo aquilo se estragasse.
Foi quando apareceu o professor Lineu, chegando de mais um dia de trabalho na escola
do bairro. Alberto se sentiu aliviado:
– Lineu, me diz uma coisa. Existia geladeira naquelas caravelas do tempo do Cabral?
– É claro que não, Alberto! Se não existia energia elétrica, como é que podia existir
geladeira?
– Mas a comida dos marinheiros não estragava, certo? O que eles comiam? Peixe pescado
na hora, todo dia?
– Não, Alberto. A pesca só rendia perto da costa, em águas rasas, na saída e na entrada
dos portos. As caravelas levavam estoques de biscoitos, doces, carne-seca e peixe salgado.
– E frutas? Eles não levavam frutas, Lineu?
– Custou um pouco, mas eles aprenderam que tinham de levar frutas também, para evitar
doenças. Mas por que você está me perguntando isso? Você vai viajar pelo mar?
– Não... É que eu estou com o mesmo problema dos marinheiros. Não tem luz, e eu preciso
evitar que os meus peixes e minhas frutas se estraguem!

Atividades
Faça no seu caderno.
Após ler o texto, responda:

1. Quais eram os principais alimentos dos marinheiros nas longas viagens das
caravelas do tempo de Cabral?

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2. Por que as caravelas não precisavam de geladeira?

3. Por que Alberto estava interessado na alimentação do tempo das caravelas?

Nesta aula, você vai analisar diversas formas de conservação dos alimentos. Observe o experi-
mento que relatamos a seguir.
Em cinco frascos, colocamos água, um pedacinho de goiaba e um pouco de fermento. Em
seguida, colocamos açúcar nos mesmos frascos, em diferentes quantidades:

açúcar

Figura 1: Representação de
experimento de conservação
de alimentos, fase 1

frasco A frasco B frasco C frasco D frasco E

Os frascos foram tampados, e espetamos uma seringa vazia em cada um deles. O experimento
montado ficou assim:

Figura 2:
Representação de
experimento de
conservação de
alimentos, fase 2

frasco A frasco B frasco C frasco D frasco E

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46 | Aula 4 7

Os frascos foram mantidos a 36ºC durante 24 horas. Depois disso, foram observados novamente.
O resultado foi o seguinte:

Figura 3:
Representação de
experimento de
conservação de
alimentos, fase 3
frasco A frasco B frasco C frasco D frasco E

Observe o experimento e responda:

4. Em qual dos frascos a produção de gás foi maior?

5. Em um dos frascos, a produção de gás foi tão baixa que não chegou sequer a
mover o êmbolo da seringa. Qual?

Aprofundando
Na aula passada, você viu que a deterioração dos alimentos acontece devido à
ação de microrganismos, que são capazes de realizar uma série de reações quí-
micas, como a fermentação, que produz gás carbônico. Agora, acabou de obser-
var um experimento que mostra a influência da quantidade de açúcar sobre os
microrganismos.
Você viu que muito açúcar não “ajuda” os microrganismos. Na realidade, ele
chega mesmo a inibir o desenvolvimento deles.
Se a experiência fosse repetida, mas com um pedaço de peixe e sal, nota-
ríamos o mesmo resultado: no peixe salgado os microrganismos não se desen-
volvem bem.

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ci ên ci as | 47

Um estudante realizou uma experiência, seguindo a receita abaixo:

Pegue um abacate maduro e amasse-o bem.


Separe a pasta em três vasilhas.
Na primeira, você não vai colocar nada.
Na segunda, você vai acrescentar meio copo de água oxigenada e misturar bem.
Na terceira, você vai colocar meio copo de vitamina C, dessas efervescentes que se compram na
farmácia.
Deixe as três vasilhas fora da geladeira por seis horas.
Observe o aspecto do abacate.

Em seguida, o estudante fez um relatório para seu professor. Aqui estão as principais partes:

Figura 4 vasilha 1 vasilha 2 vasilha 3

Figura 5 vasilha 1 vasilha 2 vasilha 3

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48 | Aula 4 7

Aprofundando
Existem diferentes formas de conservar os alimentos. Você já viu que a diminui-
ção da temperatura é uma delas, mas existem outras. Exemplos disso são a adi-
ção de muito sal ou muito açúcar.
Como você observou, os microrganismos responsáveis pela decomposição dos
alimentos não se desenvolvem muito bem em locais com alta concentração de
sal ou de açúcar. É por essa razão que peixe seco e salgado não estraga com faci-
lidade. O mesmo pode ser dito de doces como bananada e goiabada, cuja pre-
paração requer muito açúcar.
Além da ação dos microrganismos, os alimentos podem ter seu gosto ou apa-
rência modificados pela ação do oxigênio, presente no ar atmosférico. Caso você
deixe manteiga fora da geladeira por alguns dias, ela ficará rançosa, com um
gosto estranho. Ela sofreu a ação do oxigênio.
Para evitar isso, existem algumas alternativas. Evitar o contato dos alimentos
com o ar é uma delas. A outra é adicionar substâncias que retardem a ação do
oxigênio. Uma das propriedades da vitamina C é justamente essa.
Ela e outras substâncias com a mesma propriedade estão presentes no suco
de limão. É por isso que colocamos limão no creme de abacate e em frutas pica-
das, como maçã, por exemplo.
As substâncias químicas empregadas na modificação e conservação dos ali-
mentos são chamadas de aditivos alimentares. Alguns aditivos podem fazer
mal ao nosso organismo.

Os aditivos alimentares se dividem em nove grupos principais:

• os acidulantes dão sabor azedo ao alimento;


• os antioxidantes (como a vitamina C) protegem contra a ação do oxigê-
nio atmosférico;
• os aromatizantes ou flavorizantes dão sabores naturais ou artificiais;
• os conservantes dificultam a ação dos microrganismos;
• os corantes modificam a aparência do produto;
• os espessantes modificam a consistência do produto;
• os estabilizantes dificultam a modificação do produto;
• os edulcorantes dão sabor doce;
• os umectantes dão aspecto úmido ao produto.

Pesquise, no rótulo dos produtos industrializados que você consome, a presença


desses aditivos. E tome muito cuidado para não se intoxicar!

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ci ên ci as | 49

Hora da revisão
• A ação dos microrganismos nos alimentos pode ser evidenciada pela pro-
dução de gás.

• Os alimentos podem ser conservados de várias formas; essas formas visam a


impedir a ação dos microrganismos.

• A adição de grande quantidade de sal ou de açúcar nos alimentos dificulta a


ação dos microrganismos.

• Algumas substâncias, chamadas de aditivos alimentares, podem ajudar na


conservação dos alimentos.

• A vitamina C ajuda a preservar certos alimentos da ação do oxigênio – uma


prova disso pôde ser vista no abacate batido, que conservou seu aspecto fora
da geladeira.

• Os aditivos alimentares podem fazer mal à saúde.

Atividades
Faça no seu caderno.
6. Maria foi ao supermercado e notou que algumas latas de alimento estavam
estufadas. Ela deve comprá-las? Explique.

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50 | Aula 4 7

7. A fiscalização sanitária do município examinou dez amostras de alimento,


medindo a quantidade de gás produzido por elas em duas horas. Concluiu
que três estavam estragadas. Os resultados estão indicados na figura 6.

quantidade
de gás

Figura 6 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 nº da amostra

Identifique as três amostras e justifique sua resposta.

8. “Para evitar que a manteiga fique rançosa, Dona Benta a deixa coberta com água.”

Compare esse procedimento com a experiência do abacate.

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Aula 48
A cozinha

A figura a seguir ilustra uma cozinha em que aparecem alguns utensílios conhecidos.

Figura 1

fôrma de metal

vasilha de vidro refratário

cumbuca de barro

Atividades
Faça no seu caderno.
1. Entre os utensílios representados na figura está uma panela comum. Você sabe
dizer por que os cabos das panelas são, em geral, feitos de madeira ou de plástico?

2. Para servir os alimentos utilizamos travessas de alumínio, vidro ou barro.


As feijoadas, por exemplo, geralmente são servidas em travessas ou vasilhas
de barro. Você sabe por quê?

3. Você já notou como são grossas as paredes e portas das geladeiras? Existe
alguma razão para isso?

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52 | Aula 4 8

As panelas, tão importantes no preparo dos alimentos, são feitas em geral de alumínio, cobre ou
ferro, ou seja, de algum tipo de metal. E isso não é por acaso. Esses materiais têm a propriedade
de facilitar o aquecimento dos alimentos quando a panela é colocada sobre a chama do fogão.
Quando servimos uma refeição quente numa travessa de alumínio, o alimento esfria rapi-
damente. Isso indica que o alumínio facilita o resfriamento. O mesmo aconteceria se a travessa
fosse feita de ferro ou cobre.
Ou seja: é possível dizer que esses metais podem ser utilizados para facilitar tanto o aqueci-
mento como o resfriamento.
Para manter o alimento aquecido por mais tempo, sabemos, por experiência própria, que ele
deve ser servido em travessa de louça ou barro. Ou seja: a louça e o barro, ao contrário dos metais,
dificultam o resfriamento dos alimentos.
Existem outros materiais que apresentam o mesmo comportamento do barro: é o caso do
plástico e da madeira, que constituem os cabos das panelas e evitam que queimemos as mãos
enquanto cozinhamos.
Plástico, madeira, louça e barro, portanto, são exemplos de materiais que têm a propriedade
de dificultar o aquecimento ou o resfriamento.
As geladeiras, por sua vez, são aparelhos cujo interior é sempre mais frio que o ambiente,
fazendo com que os alimentos demorem mais para estragar.
Para se manter mais fria que o ambiente, a geladeira deve ser bem vedada. Quando esquece-
mos a porta da geladeira aberta ou entreaberta, o gelo ao redor do congelador começa a derre-
ter, pois a temperatura interna aumenta.
Para garantir a vedação, as portas e paredes das geladeiras são grossas e preenchidas com
material que ajuda a manter o interior mais frio que o ambiente. Esse material é, em geral, lã de
vidro.
As paredes dos fornos dos fogões, em geral, também são vedadas com lã de vidro – só que,
nesse caso, para que os fornos se mantenham aquecidos.
Desse modo, podemos dizer que a lã de vidro, assim como a madeira e o plástico, tem a pro-
priedade de dificultar tanto o aquecimento como o resfriamento.

Atividades
Faça no seu caderno.
4. Por que o forno do fogão e a geladeira precisam ser bem vedados?

5. Como você viu, existem materiais que facilitam o aquecimento ou o resfria-


mento, enquanto outros dificultam esses processos. Divida os materiais cita-
dos acima segundo essas propriedades.

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Aprofundando
Vimos que, entre os vários tipos de materiais que constituem os utensílios e apa-
relhos de nossa cozinha (e não somente da cozinha), existem alguns que facili-
tam o aquecimento ou o resfriamento. Esses são os bons condutores de calor.
Outros materiais que dificultam o aquecimento ou o resfriamento são cha-
mados de maus condutores de calor.
Dizemos, então, que os metais, como o alumínio e o ferro, são bons condu-
tores de calor. Já o barro e a madeira são maus condutores de calor.
Por ser um bom condutor de calor, o alumínio é utilizado na fabricação das
panelas: quando colocadas sobre a chama, conduzem o calor facilmente até os
alimentos. Pelo mesmo motivo, os alimentos servidos em travessas de alumí-
nio esfriam rapidamente, já que o material conduz calor com facilidade para o
ambiente.
Os pratos são feitos geralmente de cerâmica ou louça. Por serem maus con-
dutores de calor, eles dificultam o resfriamento dos alimentos, isto é, conduzem
mal o calor para o ambiente.
Em todas as situações discutidas até aqui, estivemos tratando da transferência
de calor entre objetos. Quando dizemos que o alimento quente esfria mais rapi-
damente quando servido numa travessa de alumínio, estamos querendo dizer
que há transferência de calor entre o alimento e o ambiente. Essa transferência
é facilitada pelo alumínio.
Se a travessa em questão fosse de barro, o esfriamento seria dificultado, pois
o barro funciona como isolante térmico e dificulta a transferência de calor entre
o alimento e o ambiente.
Nos dois casos, e também no caso da panela sobre a chama do fogão, dize-
mos que a transferência de calor ocorreu por condução, pois há contato entre
os objetos.
Vejamos agora uma situação diferente. Dentro da geladeira, por exemplo, os
alimentos não estão todos diretamente em contato com o congelador. Mesmo
assim, depois de certo tempo no interior da geladeira, eles esfriam. Como isso
ocorre?
O congelador, que é a parte mais fria da geladeira, sempre fica na parte supe-
rior do aparelho. Com isso, o ar que está mais próximo do congelador e em con-
tato com ele torna-se mais frio que o restante do ar que preenche o interior da
geladeira.
Por estar mais fria, aquela porção de ar torna-se mais densa, e isso a faz descer. À
medida que esse ar mais frio desce, o ar menos frio sobe para ocupar seu lugar.
Quando desce, esse ar mais frio entra em contato com os alimentos, que estão
mais aquecidos que ele. Como existe diferença entre as temperaturas, ocorre trans-
ferência de calor por condução: os alimentos esfriam e o ar fica mais quente.
Assim, quando esse ar chega à parte inferior da geladeira, já está mais aque-
cido e menos denso do que a porção de ar que subiu e está em contato com o
congelador.
O ar que agora já está mais quente volta, então, a subir. Isso completa o ciclo.

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54 | Aula 4 8

A figura 2 ilustra a situação.


Podemos dizer que, dentro da geladeira,
se formam correntes de ar ascendentes
congelador e descendentes, que recebem o nome de
     

correntes de convecção.


É graças a essas correntes que todo o
      




interior da geladeira se torna mais frio, sem


necessidade de que tudo esteja em contato
ascendente
com o congelador.
descendente O processo que acabamos de descrever é
outra forma de transferência de calor entre
objetos, chamada de convecção.
Para permitir a circulação das correntes
de ar na geladeira, as prateleiras precisam
Figura 2: Representação das
correntes de convecção no interior
ser vazadas. Ou seja: não podem ser for-
de uma geladeira radas nem estar carregadas em excesso, a
ponto de dificultar a passagem do ar.
Num dia de sol muito intenso, podemos sentir o quanto o Sol aquece a Terra e
a nós mesmos.
Essa transferência de calor entre o Sol e a Terra ocorre por meio de outro processo,
que denominamos irradiação. A característica principal desse processo é que ele acon-
tece sem a presença de um meio material entre os objetos que trocam calor.
Uma vez que entre o Sol e a nossa atmosfera existe um grande espaço vazio
(vácuo), a transferência de calor não pode ter ocorrido por condução ou con-
vecção, pois esses dois processos, para ocorrer, necessitam de um meio material
como o ar, por exemplo.
A transferência de calor que ocorre quando aproximamos nossa mão da chama
de uma vela, ou mesmo de um ferro elétrico ligado, dá-se principalmente por
irradiação, embora os processos de condução e convecção também estejam ocor-
rendo simultaneamente, pois existe ar entre esses objetos.
Os processos de condução, convecção e irradiação estão presentes, de modo
geral, nas situações em que ocorre transferência de calor, embora um possa ser
predominante aos outros.

Hora da revisão
• Os bons condutores de calor são aqueles materiais que facilitam as transfe-
rências de calor entre os objetos. Exemplos: alumínio, ferro e cobre.

• Os maus condutores de calor são aqueles materiais que dificultam as trans-


ferências de calor entre os objetos. Exemplos: lã, isopor e barro.

• As transferências ou trocas de calor entre os objetos podem ocorrer por con-


dução, convecção ou irradiação.

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ci ên ci as | 55

• As transferências de calor por condução e por convecção necessitam de um


meio material para ocorrer; as transferências por irradiação, não.

• As correntes de convecção formam-se porque o ar em contato com o conge-


lador fica mais frio e, portanto, mais denso. Isso o faz descer. Na descida, há
transferência de calor entre os alimentos que estão mais aquecidos e o ar que
está mais frio.

• Quando esse ar que está mais frio chega à parte inferior da geladeira, já está
mais quente. Portanto, está menos denso e volta a subir, completando o ciclo
de funcionamento da geladeira.

Atividades
Faça no seu caderno.
6. Muita gente, para enfeitar o interior da geladeira, coloca sobre suas prateleiras
toalhinhas coloridas de plástico. Explique por que não se deve fazer isso.

7. Quando fazemos churrasco, muitas vezes colocamos as bebidas para gelar


dentro de tambores, ou mesmo dentro do tanque de lavar roupa. Para que
elas gelem mais rapidamente, colocamos barras de gelo sobre elas. Explique
por que isso funciona melhor do que se as barras de gelo fossem colocadas
debaixo das bebidas.

8. Faça uma lista com materiais que são bons condutores de calor e outra com
aqueles que podem ser considerados maus condutores de calor.

9. Por que usamos cobertores quando sentimos frio?

10. Quais são as três formas de transferência de calor?

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Aula 49
O automóvel

Leia com atenção o diálogo abaixo, entre a dona de um automóvel e um mecânico:

– Nossa, que fumaça!! O que será que aconteceu com o carro? A água do radiador está
fervendo! Será que é grave?
– Olha, eu acho que seu motor fundiu. Não podia ser pior.
– Mas por que será que isso aconteceu?
– Por acaso você não se esqueceu de colocar água no radiador?
– Chiiiii... Será? Ontem, eu vi que tinha pouca água nele. Só que deixei para colocar hoje,
antes de sair. Mas, com a pressa...
– Você sabe, né? O motor sempre fica muito quente. Tem de queimar gasolina para mover o
carro. Sem água para refrigerar, ou com pouca água, ele fica tão quente que funde mesmo.
– E agora, o que eu vou fazer?
– Bom, para sair daqui com o carro, só chamando um guincho!

Figura 1

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Atividades
Faça no seu caderno.
1. Por que estava saindo tanta fumaça do motor do carro?

2. Segundo o mecânico, o que será preciso para o carro se movimentar?

3. Por que o motor do carro fundiu?

4. Para que serve a água que fica no radiador do carro?

Para funcionar, os motores da maioria dos carros precisam queimar combustíveis, como gaso-
lina ou álcool. Nesses motores, uma mistura de combustível e ar é levada para dentro de um
cilindro.
No interior do cilindro, uma faísca elétrica provoca a queima (combustão) da mistura de ar
e combustível.
É por isso que esse tipo de motor recebe o nome de motor de explosão. A combustão da
gasolina ou do álcool no motor produz grande quantidade de calor. É a partir da produção desse
calor que os carros podem se movimentar.
Ocorre que o calor não produz apenas movimento. Ele também aquece o motor. O aqueci-
mento é tão intenso que pode derreter suas peças. Por isso, os materiais que constituem as peças
e a estrutura do motor devem ser resistentes a altas temperaturas.
Conclusão: esses materiais devem ser bons condutores de calor, para facilitar a transferência
de calor entre as peças que vão sendo aquecidas e o ambiente.
Hoje em dia, a maioria dos motores de combustão é refrigerada a água. Ela fica armazenada
no radiador, um reservatório que faz parte do sistema de refrigeração do motor.
É por meio do sistema de refrigeração que a água (ou o ar, no caso do Fusca) circula pelo
motor, resfriando-o.
Quando a quantidade de água no radiador é muito pequena, ou quando, por algum problema,
o sistema de refrigeração não consegue resfriar o motor, pode acontecer um superaquecimento.
Nesse caso, a água ferve e o motor pode fundir.

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58 | Aul a 4 9

5. O que acontece com o calor produzido pela queima do combustível no motor


de explosão?

6. Por que os motores dos carros são chamados de motores de explosão?

7. O que pode acontecer se o radiador de um carro furar? Explique.

Aprofundando
Nos motores de explosão, movidos a álcool ou a gasolina, o combustível é quei-
mado rapidamente, num cilindro fechado, por uma série de faíscas. Essa queima
rápida (explosão) produz gases quentes que se expandem e empurram um pistão.
Como essas explosões acontecem repetidamente, o pistão fica fazendo um
movimento de vaivém. Esse movimento do pistão é então transferido para as
rodas, na forma de movimento de rotação, por meio da biela. A biela faz a
conexão entre o pistão e o chamado eixo de manivela.
A figura a seguir é uma representação simplificada das partes principais de
um motor de combustão. Nela podemos identificar o cilindro, o pistão, a biela
e também o eixo de manivelas.
Válvulas que permitem a entrada da mistura
de ar e combustível e a saída dos gases
resultantes da explosão.

vela

Figura 2: Representação pistão


simplificada das partes
principais de um motor a
combustão

biela
eixo de
manivelas

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ci ên ci as | 59

Os motores dos carros possuem vários pistões associados de forma adequada


para que mais movimento seja transferido para as rodas.
É a partir da queima de um combustível (portanto, da liberação de calor) que
os motores de explosão produzem movimento.
A energia armazenada no combustível é transformada, pela queima, em calor.
O calor, por sua vez, se transforma em energia de movimento. Por isso, pode-
mos dizer que o calor produz movimento.
Mas nem todo o calor obtido pela queima do combustível é aproveitado na
produção de movimento nos motores de explosão. Comparando a quantidade
de energia de movimento que o motor é capaz de transformar e a quantidade
de energia armazenada no combustível, veremos que esse tipo de motor não é
tão eficiente.
Do total de energia fornecida pelo combustível na forma de calor, cerca de
75% não são aproveitados como movimento.
A maior parte desse calor é transferida para o ambiente devido não só à refri-
geração do motor, mas também porque os gases resultantes da queima do com-
bustível saem pelo escapamento bastante aquecidos.
Isso significa que, de toda a energia fornecida pelo combustível, só 25% são
aproveitados pelo motor em forma de movimento. Em outras palavras, o rendi-
mento dos motores de explosão é bastante baixo.

Hora da revisão
• Os motores de explosão, como os dos carros, funcionam a partir da queima
de um combustível, por exemplo, gasolina ou álcool.

• Como o motor se aquece muito durante seu funcionamento, suas peças e sua
estrutura devem ser boas condutoras de calor.

• O motor deve possuir um bom sistema de refrigeração, a água ou o ar, para


facilitar ainda mais as transferências de calor para o ambiente.

• Nos motores de explosão, o calor é aproveitado para realizar trabalho, isto é,


produzir movimento.

• Nos motores de explosão, a energia armazenada no combustível é transfor-


mada, pela queima, em calor.

• A maior parte desse calor vai para o ambiente, por meio do sistema de refrige-
ração; o restante (cerca de 25%) se transforma em energia de movimento.

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60 | Aula 4 9

Atividades
Faça no seu caderno.
8. Como funciona um motor de explosão?

9. Por que as peças e a estrutura de um motor precisam ser boas condutoras


de calor?

10. Qual a função do sistema de refrigeração dos motores?

11. Que tipo de transformação de energia ocorrida no motor permite que ele rea-
lize movimento?

12. No motor, todo o calor liberado na queima do combustível é aproveitado


para produzir movimento? Explique.

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Boa viagem com Aula 50
o cinto de segurança

O número de automóveis, ônibus e caminhões em circulação no país é cada vez maior.


Nas cidades grandes e médias, além do trânsito cada vez mais difícil, o número de acidentes tam-
bém cresce.
Por esse motivo, o uso do cinto de segurança é obrigatório em todo o Brasil. Nesta aula, você
vai estudar por que o uso do cinto é tão importante.

Leia a seguir o trecho de uma notícia:

Cinto de segurança: uso obrigatório reduz acidentes

Em São Paulo, nos seis meses após a entrada em vigor da lei que determina a obrigatoriedade do uso
do cinto de segurança, houve redução no número de mortos e feridos graves. No último mês sem a
obrigatoriedade do uso do cinto, a média diária de mortos era de quase três pessoas. A informação
foi dada pela Companhia de Engenharia de Tráfego da cidade de São Paulo. A expectativa dos técni-
cos do órgão é de que o número de mortes diminua ainda mais.
Redução semelhante foi verificada também no número de feridos graves: nos dez meses anterio-
res à entrada em vigor da lei, o número de pessoas gravemente feridas no trânsito de São Paulo era
de, aproximadamente, 14,3 por dia; após a vigência da lei, esse número caiu para 10,5.
Um exemplo de como o cinto de segurança pode salvar vidas ocorreu com o auxiliar de escritó-
rio João da Silva, de 30 anos, que escapou da morte por estar usando o equipamento. Ele dirigia seu
carro no viaduto Antártica, quando bateu em um poste. O carro partiu-se ao meio. João saiu ileso
do acidente.

Atividades
Faça no seu caderno.
Após a leitura da notícia anterior, responda:

1. Você usa cinto de segurança quando anda em algum veículo?

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62 | Aula 5 0

2. Você acredita que o seu uso é realmente necessário? Por quê?

3. A notícia anterior modificou sua opinião sobre a necessidade de uso do cinto


de segurança? Por quê?

Quando um veículo entra em movimento, leva junto tudo o que está dentro dele: bancos, pes-
soas, pacotes, e assim por diante.
Isso significa que, quando um automóvel está a 100 quilômetros por hora, as pessoas senta-
das nos seus bancos também estão “se movimentando” a igual velocidade.
Se, durante o percurso, o motorista precisa dar uma freada rápida, a ação dos freios segura a
carcaça do automóvel e tudo o que está preso a ela, como o motor, os faróis e os bancos.
Ocorre que, se as pessoas estiverem soltas dentro do carro, elas não vão sofrer a ação dos freios
e continuarão a se movimentar com a velocidade que o automóvel tinha anteriormente. Em con-
sequência, acabarão se chocando com as partes internas do automóvel.
Por isso o uso do cinto de segurança é tão importante. Com ele, as pessoas ficam amarradas
ao banco, que está fixado à carcaça do automóvel. Quando o freio diminui a velocidade da car-
caça do automóvel, tudo o que está fixado nela também tem sua velocidade diminuída.

4. Quem anda de ônibus sabe como é difícil manter o equilíbrio quando o moto-
rista freia bruscamente. Nesses casos, quando não conseguimos nos segurar,
para onde nosso corpo é lançado?

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5. Situação semelhante ocorre quando o motorista dá uma arrancada brusca,


depois de parar no ponto ou mesmo num semáforo (também chamado de
farol ou sinaleira, dependendo da região). Nesses casos, para onde o nosso
corpo é lançado?

Longe de ser um enfeite, o encosto de cabeça é também uma peça importante entre os disposi-
tivos de segurança dos veículos.
Pense num automóvel que não possui esse encosto. Numa colisão traseira, o corpo é lançado
para a frente, pois está sustentado pelo banco, e o banco está preso à carcaça do automóvel. O
pescoço e a cabeça, entretanto, ficam acima do banco. Com isso, não são empurrados para a
frente e tendem a ficar onde estavam.
O resultado é que a cabeça faz um movimento muito rápido para trás, o que põe em risco a
vida da pessoa.
Se um carro parado for atingido na traseira por um veículo a apenas 28 quilômetros por hora, a
cabeça do passageiro, na ausência do encosto, pode movimentar-se para trás, fazendo um ângulo
de até 120o. Com o encosto, esse ângulo não passa de 30o.

Figura 1a: Figura 1b:


Movimento Movimento
da cabeça com da cabeça sem
encosto encosto

Outro aspecto bastante importante da segurança dos passageiros diz respeito aos freios. Quanto
mais pesado e mais veloz o veículo, mais fácil é para o motorista perder o controle. Isso ocorre
porque a dificuldade de parar, nesse caso, é crescente.
Um automóvel a 80 quilômetros por hora é muito mais fácil de parar do que um caminhão
carregado que esteja à mesma velocidade.
Essa diferença se deve ao fato de que o automóvel é mais leve que o caminhão carregado, ou
seja: por ter massa maior, o caminhão apresenta maior dificuldade de ser freado. A mesma difi-
culdade acontece na hora de fazer uma curva.

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64 | Aula 5 0

Atividades
Faça no seu caderno.
6. A tabela a seguir ilustra diferentes meios de transporte. Copie na coluna 2 o
nome de cada um deles, em ordem crescente de massa. Copie na coluna 3 o
nome de cada um deles, em ordem crescente de dificuldade de fazê-los parar,
supondo que sua velocidade seja a mesma.

1 – MEIOS DE 2 – ORDEM CRESCENTE 3 – ordem crescente de


TRANSPORTE DE MAssa dificuldade de fazê-los PARAR

Caminhão carregado

Bicicleta

Automóvel pequeno

Moto

Aprofundando
Sabemos que veículos mais leves são mais fáceis de parar que os veículos pesa-
dos. Esse fato revela uma propriedade dos corpos que foi enunciada há mais de
trezentos anos pelo físico inglês Isaac Newton.
Segundo Newton, quanto maior a massa dos objetos, maior a dificuldade
apresentada por eles para alterar a sua velocidade. Por isso, a massa passou a ser
entendida como a medida da inércia dos corpos: quanto maior a massa, maior
a sua inércia.
Assim, explica-se por que é mais fácil frear um automóvel que um caminhão:
a inércia do caminhão é maior que a do carro. Pela mesma razão, pode-se expli-
car por que o automóvel ganha velocidade mais rápido que o caminhão quando
eles dão a largada num semáforo.

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ci ên ci as | 65

Figura 2: Por ser mais leve, o automóvel ganha


maior velocidade que o caminhão.

Para interromper o movimento de um veículo, é necessária a ação do freio, que


age sobre a carcaça. Quando ocorre essa ação, tudo o que estiver solto dentro do
carro, por inércia, continua em movimento.
Por isso o cinto de segurança é necessário: ele permite que a ação do freio
seja transmitida ao corpo dos passageiros. Assim, eles param com a carcaça do
automóvel, em vez de bater nela.
O mesmo se pode dizer da necessidade de nos manter seguros nas ferragens dos
ônibus quando viajamos de pé. Na partida, devido à inércia, o corpo tende a ficar
no lugar; na freada, pelo mesmo motivo, tende a continuar em movimento.
Já nas curvas, a tendência é os corpos saírem pelo lado, a menos que estejam
presos à carcaça. Novamente, é a manifestação de sua inércia: eles só realizarão
a curva se forem "forçados" a fazê-lo.
A inércia também pode ser descrita como a tendência dos objetos de manter
a velocidade em que se encontram: se estão parados, tendem a continuar para-
dos; se entraram em movimento, tenderão a se manter em movimento de tra-
jetória reta. Para mudar esse estado, isto é, aumentar ou reduzir sua velocidade
ou fazer uma curva, só fazendo agir uma força sobre eles. É isso o que, na Física,
chamamos de lei da inércia.

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66 | Aula 5 0

Hora da revisão
• Quanto maior for a massa de um veículo, maior a dificuldade de fazê-lo parar
numa freada. O mesmo se pode dizer quando é necessário fazer uma curva.

• A dificuldade de alterar a velocidade de um veículo revela uma propriedade


dos objetos chamada de inércia.

• A massa representa a medida de sua inércia; é por isso que um automóvel


para mais facilmente do que um ônibus ou caminhão.

• Quando um veículo é freado, sua velocidade diminui. Na partida, sua velo-


cidade é aumentada. Para que isso aconteça, é necessária a aplicação de uma
força. Assim se manifesta a chamada lei da inércia: os corpos só alteram seu
estado de movimento se forem "obrigados" a fazê-lo.

Atividades
Faça no seu caderno.
Sempre que ocorre uma alteração na velocidade dos objetos, a inércia deles se
manifesta de alguma forma. Analise as situações descritas abaixo e escreva o que
acontece com o seu corpo quando:

7. O ônibus dá uma freada brusca.

8. O carro dá uma arrancada.

9. O carro vira para a direita em grande velocidade.

10. O ônibus vira para a esquerda em grande velocidade.

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