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DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
& ESTRESSE NO CACAUEIRO

Autoria:
Dr. George Andrade Sodré
Dr. Paulo Cesar Lima Marrocos

Colaboração:
Dr. José Basílio Vieira Leite
Maria das Graças Brito dos Santos
Jorge Campos Pinto

Dezembro, 2020
APRESENTAÇÃO

Uma equilibrada nutrição mineral é a base e um dos mais


importantes componentes do manejo das plantas cultivadas.
Sabe-se que a planta bem nutrida, além de expressar seu
potencial produtivo, também resistirá às pragas, estresses e
outras adversidades. Considerando que os sintomas visuais
de deficiência ou toxidez são a resposta direta de problemas
nutricionais na planta, é desejável que não ocorram nas áreas
de cultivo do cacaueiro. Porém, em caso de manifestação,
determinada por observações cuidadosas e frequentes dos
cacaueiros o conhecimento dos sintomas possibilitará decisões
rápidas e determinantes (fertilizações e correções) evitando
redução de produtividade e em alguns casos até a morte de
plantas.

Esse guia foi resultado de pesquisas, sendo uma ferramenta de


apoio ao diagnóstico nutricional, manejo geral de cacaueiros
e tomada decisão em fertilizações e que, junto com medidas
diagnósticas como a análise de folhas e de solo, permitirá colheitas
elevadas e constantes. As informações têm aplicabilidade para
uso em diferentes regiões e sistemas de cultivo em todo o País e,
pela simplicidade como são apresentadas as imagens, auxiliarão
tanto a educadores, pesquisadores, alunos e consultores técnicos
quanto aos cacauicultores.

Espera-se que as informações contidas nesse guia contribuam


para o aumento da produtividade das áreas de cultivo, condição
determinante para a sustentabilidade da cacauicultura Brasileira.

Dr. Raúl René Meléndez Valle.


Chefe do Centro de Pesquisa e Inovação do Cacau - CEPEC
DEFICIÊNCIAS
NUTRICIONAIS

N
Ca
P

N Mg Cu

Zn
K
K K S
P Mn

N
Mn

N
K
Mo

Ca
Mg P

Ca K N N
Mg

K
Zn

Co
B

K P N Mg

N Ca Mn

Ca
N P K N
K Mn Ca
B

N K N
B

K Co
P
Ca N
K
Mo
Fe

N
Cu

Ca
S
Mg K
N Fe

Mg
Ca N Cu

K P
K
S
Mg
Ca
N NITROGÊNIO

Teor foliar adequado


20 – 25 g/kg

Clorose nas folhas velhas


em tom verde pálido.

Redução no tamanho das folhas


e da planta.

Folhas espessas e duras.

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P FÓSFORO

Teor foliar adequado


>1,8 g/kg

Ângulo agudo entre o pecíolo e o ramo.

Folhas levemente estreitas,


preservando a cor verde.

Necrose na zona apical do limbo.

Redução no tamanho da planta.

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K P OTÁ S S I O

Teor foliar adequado


16 – 22 g/kg

Necrose marginal nas folhas velhas.

Divisão nítida entre o tecido necrótico


e o vivo.

Ocorrência frequente nos solos ácidos.

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Ca C Á LC I O

Teor foliar adequado


>8,0 g/kg

Necrose nas folhas novas formando


grandes ilhas entre as nervuras.

Queda prematura de folhas.

Redução no crescimento de raízes.

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Mg MAGNÉSIO

Teor foliar adequado


>4,0 g/kg

Folhas velhas com clorose


nos limbos e nervuras verdes.

Necrose formando ilhas de tecidos


mortos entre as nervuras havendo,
às vezes, necrose marginal.

Comum em solos ácidos.

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S E N XO F R E

Teor foliar adequado


1,7 – 2,0 g/kg

Clorose nas folhas novas, com ou sem


redução do comprimento e largura.

Nervuras mais pálidas que o limbo.

Folhas com afinamento nas pontas.

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B BORO

Teor foliar adequado


25 – 70 mg/kg

Folhas jovens de tamanho reduzido


torcidas e em espiral.

Lâmina foliar dura e quebradiça.

Morte de ponteiros e frutos deformados.

12
Fe FERRO

Teor foliar adequado


60 – 200 mg/kg

Folhas jovens cloróticas com


margens cerradas.

Nervuras com ligeira coloração verde.

Completo branqueamento das folhas em


casos avançados.

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Cu COBRE

Teor foliar adequado


10 – 25 mg/kg

Folhas de tamanho reduzido.

Folhas novas deformadas e compridas


longitudinalmente.

Nervuras secundárias irregulares


convergindo para a parte apical.

14
Mn MANGANÊS

Teor foliar adequado


50 – 300 mg/kg

Clorose nas folhas novas, limitada por


uma faixa entre as nervuras.

Sintomas mais visíveis nas partes


marginais da planta.

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Zn ZINCO

Teor foliar adequado


20 – 100 mg/kg

Folhas novas com limbo estreito e


margens onduladas.

Lâmina foliar curvada em forma de foice.

Deficiência frequente em solos arenosos


e alcalinos.

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ESTRESSE
NO CACAUEIRO
DISTÚRBIO POR
CONTATO COM
GLIFOSATO

Estreitamento do limbo foliar.

Clorose foliar e superbrotação.

Morte do meristema apical.

Sintomas limitados às regiões atingidas.

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ESTRESSE HÍDRICO

Variável com o tipo de solo.

Floração reduzida.

Secamento geral e queda das folhas.

Potencializado pela ação do vento.

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SALINIDADE

Coloração esbranquiçada e queima


de bordas nas folhas.

Aumento do número de bilros pecos.

Redução do crescimento foliar.

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SECAMENTO
DOS RAMOS E FRUTOS
POR INSOLAÇÃO

Fendilhamento da casca e do lenho.

Necrose do tecido e tombamento


da planta.

Morte de almofadas florais


e peco dos bilros.

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GERMINAÇÃO
DE SEMENTES NO FRUTO

Ocorre em ambientes com temperaturas


médias superiores a 28°C.

Agrava-se por distúrbios nutricionais


e déficit hídrico.

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DISTÚRBIO FISIOLÓGICO
POR RETIRADA ABRUPTA
DA SOMBRA

Distúrbio Fisiológico por retirada abrupta


da sombra do cacaueiro.

Folhas de tamanho normal apresentando


forte tonalidade marrom “bronzeada” que
ocupa parte ou a totalidade do limbo foliar.

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DISTÚRBIO ASSOCIADO
AO ÁCARO DA GEMA
(Aceria reyesi)

Amarelecimento esparso e
enrolamento da folha.

Folhas cloróticas, deformadas,


retorcidas e enrugadas.

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©Este material pode ser reproduzido desde que citada a fonte.

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