Você está na página 1de 54

Ministério da Educação

Secretaria Profissional e Tecnológica


Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Ceres
Coordenação do Curso de Agronomia
Disciplina: Culturas I

Nutrição e Adubação na Cultura do Trigo

Discentes: Felipe Augusto, Jorge Fernando, Matheus Marques.

Docente: Wilian Henrique Diniz Buso.

Ceres – GO
Introdução
• A base para recomendação de
adubação e calagem é a análise de
solo;

• Conhecer a demanda nutricional do


trigo;

• Similar as grandes culturas, em


questão de corretivos e fertilizantes.
Fonte: myFarm
Calagem
• É fundamental corrigir o solo, antes de
realizar a nutrição das plantas;

• A calagem é o principal meio para


fornecimento de Ca e Mg;

• Necessita de incorporação do calcário;

• Má incorporação do calcário,
pode ocorrer o mal do pé (fungo).
Fonte: G1
Gessagem
• Fornece Ca e neutraliza o Al em
profundidade;

• Não necessita de incorporação;

• Realizar quando o m% é maior que


20% e teor de Ca menor que
0,5 cmolc dm-3.

Fonte: Agromove
Fórmulas
• Quanto a calagem: Método SB, NC=
(V2 – V1) x T/ PRNT;

• Neutralização do Al: NC= (2 x Al + ( 2


- (Ca + Mg));

• Quanto a gessagem: NG= 5 x argila


(g/kg);

• Caires e Guimarães: NG= (0,6 x CTCef


– teor de Ca) x 6,4.
Fonte: Comex
Lei do
mínimo
• A lei de Liebig, foi enunciada em 1843 e entende
que a produção de uma cultura é limitada pelo
nutriente que está em menor disponibilidade no
solo, ainda que todos os outros elementos
estejam disponíveis e na quantidade adequada.

Fonte: Sensix
Macronutriente
s
• Nitrogênio;
• Fósforo;
• Potássio;
• Cálcio;
• Magnésio;
• Enxofre.
Fonte: Agrolink
Nitrogênio (N)
• Elemento mais demandado pela cultura do
trigo;

• O N está envolvido na síntese de proteínas,


clorofila, coenzimas, fitohormônios,
ácidos nucleicos e metabólitos secundários
(Marschner, 2012).

• A maior parte da absorção de N ocorre


entre as fases fenológicas de alongamento
do colmo e de espigamento.
Deficiência
Nitrogênio
• Baixo crescimento;

• Clorose
(amarelecimento
ou branqueamento) das
folhas velhas;

• Reduzida produção de
grãos. Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo
Rendimento de grãos (Kg ha)

Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo


Fontes de
Nitrogênio
• Ureia;

• Sulfato de amônia;

• Nitrato de amônia (em desuso).

Fonte: Agrolink
Fósforo (P)
• Envolvido nos processos energéticos vitais da planta;

• pH menor, maior a energia na absorção do fosfato nos


óxidos de ferro;

• pH maior, ocorrência de precipitação de fosfato de cálcio.

• A adequada disponibilidade de P no solo auxilia a planta


em estádio inicial de crescimento e desenvolvimento na
recuperação do efeito subletal de temperatura baixa
(Winter, 2002).
Fonte: Agropoint
Deficiência de Fósforo
• Bronzeamento ou pigmentação de cor púrpura no
colmo e nas folhas velhas, evoluindo da ponta para a
base da folha;

• Secamento das folhas mais velhas;

• Baixo crescimento da planta;

• Redução no número de afilhos.

Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo


Tipos de P
• Fosfato solúveis;

• Fosfato natural;

• Fosfato parcialmente acidulador.

Fonte: Agrolink
Potássio (K)
• Após o N, o K é o elemento que está
em maior concentração no tecido
vegetativo e nos grãos do trigo;

• Atuar na osmorregulação, enchimento


de grãos e qualidade final do produto
(Barker; Pilbeam, 2015).

Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo


Deficiência de Potássio (K)
• Folhas mais velhas, amareladas na
região do ápice;

• Necrose ou secamento da região


apical da folha em formato de “V”
invertido.

Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo


Calcio (Ca) e
Magnésio (Mg)
• Calcário;

• Mg está envolvido na
constituição da clorofila;

• Ca é essencial na formação do
sistema radicular;

• Ca é pouco móvel no solo. Fonte: Agrolink


Deficiência de
Ca
• Necrose das pontas das folhas;

• Enrolamento da folha;

• Deformações foliares;

• Atrofiamento e deformações dos


meristemas da raiz devido à falta de
cálcio. Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo
Deficiência de
Mg
• Clorose na bainha foliar;

• Detalhes da clorose em manchas de


coloração amarela e amarronzadas;

• Planta adulta com folhas velhas


cloróticas.

Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo


Enxofre (S)
• Disponibilidade adequada desse
nutriente aumenta a eficiência de
uso do N(síntese de proteínas) e a
qualidade tecnológica do grão, o
que agrega valor comercial ao
produto final (Byers; FRANKLIN;
SMITH, 1987);

• Principais fontes de enxofre é


o gesso e fontes de sulfatos.
Fonte: Agropoint
Deficiência de S

• Deficiência de S no trigo se caracteriza


pela clorose generalizada das folhas
mais novas;

• Amarelecimento generalizado das


folhas de trigo;

• Facilmente confundido com


a deficiência de N.

Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo


Micronutrientes

Fonte: Agrolink
Boro (B)
• O B tem suas funções na planta associadas ao
metabolismo dos ácidos nucléicos, biossíntese de
carboidratos, fotossíntese, metabolismo de proteínas
e estabilidade da membrana celular (Barker;
Pilbeam, 2015).
Fonte: Araguaia
• Favorece a fertilização e germinação do grão de
pólen;

• Atua diretamente no processo de enchimento dos


grãos da espiga.
Deficiência de (B)

• Chochamento de grãos; em plantas


deficientes;

• Bordo da bainha foliar serrilhado


ou “dentado”;

• Morte dos meristemas apicais.


Cobre (Cu)
• O Cu é fundamental para a
formação do pólen e para a
biossíntese da clorofila e da parede
celular (lignificação) da planta.

• Maior demandas do nutriente no

Fonte: Ponto do trigo


período de pré-florescimento;

• Aplicação via foliar.


Deficiência de Cu

• Folhas deformadas;

• Chochamento e perda da
qualidade dos grãos;

• Necrose das folhas e espigas


esbranquiçadas;

• Amarelecimento das folhas. Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo


Manganês (Mn)
• O Mn desempenha importantes funções
metabólicas na planta relacionadas à
fotossíntese, respiração, síntese de proteínas e
ativação de hormônios (Burnell, 1988);

• Afeta a qualidade e o rendimento de grãos,


redução no número e no peso dos grãos
produzidos.
Fonte: Agroadubo
Deficiência de
Mn
• A deficiência de Mn na cultura do
trigo se caracteriza pelo
aparecimento de clorose
internerval;

• Clorose internerval que evoluiu


para manchas necróticas.

Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo


Molibdênio (Mo)
• Mo tem funções importantes relacionadas à ativação
de importantes enzimas (por exemplo, Mo cofator)
que metabolizam outros elementos essenciais à
planta (por exemplo, N, S) (Barker; Pilbeam, 2015).

• Adubação via foliar ou tratamento de semente.

Fonte: Plantivo
Deficiência
de Mo
• Difícil diagnostico a
campo;

• Semelhante a
deficiência de N;
Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo

• Clorose nas folhas.


Zinco (Zn)
• Alta capacidade de formar complexos tetraédricos com
ligantes de N, oxigênio, e particularmente S;

• O Zn participe ativamente como catalisador e agente


estrutural de diversas reações enzimáticas na planta (Vallee;
Auld, 1990);

Fonte: Agroadubo
• Limitação em ph alto ou execesso de adubação fosfatada;

• Aplicação via foliar, ou tratamento de semente.


Deficiência de
Zn
• Lesão necrótica com borda amarronzada em
folha velha;

• Clorose internerval e necrose inicial nas folhas;

• Necrose e secamento do terço médio das bainhas


das folhas;

• Crescimento prejudicado e clorose nas folhas


novas.
Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo
Análise de solo

pH​ P​ K​ K​ Ca​ Mg​ Al​ H+Al​ M.O.​ Argila​ Silte​ Areia​


AMOSTRA​
Água​ CaCl2​ mg/dm3​ cmolc/dm3​ g/dm3​ g/dm3​
AM 01​ 5,9​ 5,2​ 58,1​ 39,1​ 0,1​ 2,3​ 0,9​ 0​ 2,2​ 20,6​ 145​ 55​ 800​

S.B. C.T.C. V m Saturação por Elemento (%) Relações


AMOSTRA
cmolc/dm3 % K/C.T.C. Ca/C.T.C. Mg/C.T.C. Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
AM 01 3,3 5,5 59,8 0 1,8 41,7 16,3 2,6 23 9 32,1

Fonte: Arquivo pessoal


Interpretação do fósforo (irrigado)
Interpretação do Potássio
Exigência
Nutricional
• Trigo irrigado;

• N- Até 80 Kg/ha;

• Plantio 20 Kg de N;
Fonte: 5ª aproximação.
• Cobertura 60 Kg de N.
Adubos Comerciais
02-20-18 (C/ 00-21-00) BBA
04-30-10+0,2%Zn (C/ 00-21-00) SC
04-30-10+0,2%Zn (C/ 00-21-00) BBA
05-25-15+0,2%ZN(SULFATO GR, 00-21-00)SC
05-25-15+0,2%Zn(C/00-21-00,SULF GR)BBA
06-40-08 (C/ 00-21-00) BBA
08-20-18+0,2%ZN(C/ 00-21, SULF. GR.)BBA
08-20-18+0,2%ZN(C/00-21, SULF GR) SC
20-00-20(c/ UREIA GRAN.+SUL. GRAN.) BBA
20-00-20(c/ UREIA GRAN.+SUL. GRAN.) SC
30-00-20(UREIA GR ADITIV,SULF GR)BBA750
30-00-20(C/UREIA GR.,SULF.GR.)BBA 750KG
36-00-12 (C/ UREIA GR, SULF GR)BBA 750K
36-00-12 (UREIA GR, SULF. GR) SC
KCL GR. (00-00-60)SC
KCL GR. (00-00-60)BBA
KCL PÓ BRANCO BBA
Fonte: Araguaia
Adubação plantio
• P2O5= 80 kg de P2O5
• K2O= 50 kg de k2O
• N= 20 kg de N
• Adubo plantio: 4-30-10;

• Fósforo (P):
100 kg de 4-30-10 -------- 30 Kg de P2O5
X Kg de 4-30-10 -------- 80 kg de P2O5
X= 267 kg/ha de 4-30-10.
Adubação plantio
Potássio (K):
100 kg de 4-30-10 -------- 10 Kg de K2O
267 Kg de 4-30-10 -------- X Kg de K2O
X= 27 Kg/ha de k2O em 267 Kg de 4-30-10.

• Nitrogênio (N):
• 100 kg de 4-30-10 -------- 4 Kg de N
• 267 Kg de 4-30-10 -------- X Kg de N
• X= 11 Kg/ha de N em 267 Kg de 4-30-10.
Adubação de cobertura
• Nitrogênio: 60 Kg de N + 9 Kg de N do plantio = 69 Kg de N/ha.
• Potássio = 50 - 27 = 23 Kg de K2O/ha;
• Adubo: 20-0-20.

• Nitrogênio:
100 kg de 20-0-20 -------- 20 Kg de N
X Kg de 20-0-20 -------- 69 Kg de N
X= 345 kg/ha de 20-0-20.

• Potássio (K):
100 kg de 20-0-20 -------- 20 Kg de K2O
345 Kg de 20-0-20 -------- X Kg de K2O
X= 69 Kg de k2O em 345 Kg de 20-0-20.
Exigência
Nutricional
• Trigo sequeiro;

• N- 40 Kg/ha;

• Plantio 20 Kg de N;
Fonte: 5ª aproximação.
• Cobertura 20 Kg de N.
Exigência
nutricional
• Recomendação para 3
toneladas de grãos;

• Em caso de rendimento
maior, adicionar:

20 Kg de N/ha, após
leguminosa;

30 Kg de N/ha, após gramínea.


Fonte: Fertilidade do solo e
a cultura do trigo no Brasil.
Interpretação do fósforo (sequeiro)
Adubação em
cobertura
(sequeiro)
• Período de perfilhamento;

• Realizada entre 15 a 35 DAE;

• Normalmente uma aplicação;

• A lanço.

Fonte: Embrapa
Adubação em
cobertura
(irrigado)
• Mesmo período de aplicação que o
sequeiro, período de perfilhamento e
alongamento do colmo;

• É feito até dois parcelamentos do N,


na cobertura;

• Inicio do perfilhamento ( 15 a
30 DAE);

• Inicio do alongamento ( 35 a
45 DAE). Fonte: Presente rural.
Fonte: Adaptado: De Bona; De Mori; Wietholter (2016).
Manejo nutricional para a cultura do trigo
Efeito de diferentes doses de N
• Aplicações acima de 80 Kg de N/ha, queda na produção;

• Dose de maior aumento na produção, 40 a 80 Kg de N/ha.

Fonte: Cerrado: correção do


solo e adubação.
Adubação
foliar
• Adubação complementar;

• Impulsionar e potencializar a
produção;

• Indicador de todas as praticas


realizadas na lavoura;

• Solo – planta- Atmosfera.

Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo.


Adubação
foliar
• Avaliação da nutrição da planta por
meio da análise do tecido vegetal;

• Realizada com a coleta da folha


bandeira;

• Fase florescimento ou antese;

• Geralmente, coletam-se de 40 a 50
folhas-bandeira de forma aleatória na
lavoura.
Fonte: Manejo nutricional da cultura do trigo.
Adubos foliares
• Aminoflex cereais;

Fonte: Araguaia
• Micronutrientes específicos.
Considerações Finais
O trigo é uma cultura de suma importância econômica. Para
implantar a cultura deve saber o potencial climático da região
escolhida para o plantio do cereal, em práticas de manejo do
solo visando adequar e/ou manter características químicas e
físicas satisfatórias para o bom desempenho da cultura, no
manejo conservacionista do solo, e no suprimento das
demandas nutricionais do trigo com a aplicação correta do
nutriente limitante, na dose certa, no local certo e no momento
certo do ciclo de crescimento e desenvolvimento da planta.
Referência Bibliográfica
• BYERS, M.; FRANKLIN, J.; SMITH, S. J. The nitrogen and sulphur nutrition of
wheat and its effect on the composition and baking quality of the grain. Aspects of
Applied Biology, Cereal Quality, v. 15, p. 337-344, 1987;
• CAIERÃO, E.; PASINATO, A.; HARGER, N.; PIRES, J. L. F.; PIMENTEL, M. B. M.
Uso de tecnologias em lavouras de trigo no Paraná – safra 2009. In: PIRES, J. L.;
PASINATO, A.; CAIERÃO, E.; TIBOLA, C. S. Trigo: Resultados de pesquisa – safra
2009. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2010c. p. 135-154. (Embrapa Trigo. Documentos,
96);
• PIRES, J. L. F.; CUNHA, G. R. da; DALMAGO, G. A.; PASINATO, A.; SANTI, A.;
PEREIRA, P. R. V. da S.; SANTOS, H. P. dos; SANTI, A. L. Integração de práticas de
manejo no sistema de produção de trigo. In: PIRES, J.L.F; VARGAS, L.; CUNHA,
G.R. da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável. Passo Fundo,
RS: Embrapa Trigo, 2011. p. 77-114.
Referência Bibliográfica
• BARKER, A. V.; PILBEAM, D. J. Handbook of plant nutrition. 2nd
ed. Boca Raton, USA: CRC Press, 2015. 774 p;
• BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Instrução Normativa n° 38, de 30 de novembro de 2010. Regulamento
técnico do trigo. Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, n. 229, 1 dez. 2010. Seção 1;
• BURNELL, J. N. The biochemistry of manganese in plants. In:
GRAHAM, R. D.; HANNAM, R. J.; UREN, N. C. (Ed.). Manganese
in soils and plants. Dordrecht, The Netherlands: Kluwer Academic
Publishers, 1988. p. 125-137.

Você também pode gostar