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Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira


Curso de Agronomia

Potássio no solo

Ilha Solteira - SP
20 Semestre de 2013
Potássio (K) no solo
1. Introdução
K  É o segundo macronutriente em teor contido nas
plantas.

Depois do P, é o nutriente mais consumido como


fertilizante na agricultura brasileira.

O comportamento do K em solos tropicais, aparenta ser


muito mais simples do que em solos temperados.

Há praticamente um adubo potássico de grande


importância  KCl
Quantidades de macronutrientes extraídas (kg ha-1)

Elemento Soja Milho Tomate


Citros (6cx/pé)
(3 t/ha) (6,4 t/ha) (41 t/ha)
N 300 305 91 84
P 40 56 9 21
K 115 257 72 185
Ca 70 36 25 31
Mg 35 48 6 8
S 23 44 72 28
K na planta: Funções
• Ativador de mais de 60 enzimas;
Ex.: síntese do amido.
• Regula pressão osmótica;
Entrada e saída de água da célula.
• Abertura e fechamento dos estômatos;
• Fotossíntese;
Produção;
Qualidade;
Resistência ao transporte e,
Ao armazenamento
Potássio (K) no solo
2. Formas no solo
 A principal forma de K no solo é a mineral, diferentemente do
N e S.
• Ocorre nas seguintes formas:

A) Rede cristalino (feldspatos e micas): 90 a 98%


B) K-fixado ou não trocável: 1-10% (importantes em solos com
minerais de argila 2:1, ilita e vermiculita)
C) K-trocável + K-solução: 1-2%
D) Matéria orgânica: 0,5-2%

 Solos tropicais apresentam baixa concentração de K disponível


(K < 1,5 mmolc dm-3);
Potássio (K) no solo

 Tanto na fase sólida (colóides) quanto na fase líquida


(solução do solo): Predomínio do íon K+.

 Na estrutura dos minerais primários: Feldspatos e


micas.

 Na estrutura dos minerais secundários: Ilita,


vermiculita e outros minerais de argila.

 Adsorvido à superfície das argilas e de compostos


orgânicos.
Potássio (K) no solo
2. Formas no solo

Apesar da maioria dos solos conter milhares de quilos


de K, apenas uma pequena % é disponível para as
plantas.
a) Potássio não disponível (PND)
Minerais primários:
Feldspatos Resistência a intemperização
Biotita < 2%  O restante encontra-se em minerais
Muscovita que contém o elemento nas
estruturas cristalinas.
Ex. Ilita, vermiculita.
Potássio (K) no solo

• Intemperização: Micas  Ilita  Vermilita –


Caulinita (não contem K na sua estrutura).

Potássio não disponível  É o encontrado em


minerais. É liberado  f (inteperizações).
Potássio (K) no solo

 Caulinita não possui K+ em sua estrutura:

Mica Ilita Minerais Vermiculita Caulinita


10% K 4-8% de K de Transição Esmectita ?
3% K < 1% K

 K dos minerais primários e secundários: Constitui quase a


totalidade do elemento no solo: Capacidade potencial de
suprimento deste para as plantas.
Formas no solo e origem - Potássio (K+)

Minerais primários
- Feldspatos
- Micas: Biotita

Intemperismo
Muscovita
Minerais secundários
- Ilita
- Vermiculita
- Minerais interestratificados

Minerais de argila 2:1:


- libera K+
- fixa K+ na entrecamada
K MINERAL

K TROCÁVEL

K DISPONÍVEL
Representação esquemática da dinâmica de K no
solo
Formas de K no solo
K em solução
- A forma menos abundante nos solos.
- K+ dissociado na solução do solo.

K trocável
- Adsorvido às cargas negativas dos colóides e da M.O.
- Representa praticamente todo o K disponível do solo.
- Está em equilíbrio com o K solúvel.
- 1 - 2 % do K total do solo.
Formas de K no solo
K não trocável
- 1 - 10% do K total no solo.
- K fixado entre as camadas de minerais de argila 2:1,
principalmente na ilita e na vermiculita.

K K

Caulinita Ilita Vermiculita


Potássio (K) no solo
Potássio (K) no solo

Intemperização: K dos feldspatos e micas:


Solução do solo.

KAlSi3O8 + H+ HAlSi3O8 + K+

Solos muito intemperizados (clima tropical):


Dissolução do K+ dos feldspatos podem ter sido
completas.
Potássio (K) no solo

b) Potássio disponível  É o K: Solução solo;


Adsorvido na forma trocável (colóide solo)
As vezes pouco representa em
relação ao teor total.

Em solos muito intemperizados é a reserva mais


importante.

c) Potássio lentamente disponível não tem muita


importância em solos tropicais.
Potássio (K) no solo
K trocável e K não trocável :

Disponibilidade do K+ para as plantas varia


conforme o tipo e quantidade de minerais
primários e secundários presentes no solo e
tipo de ligação química entre o K e os
outros constituintes destes minerais.
Potássio (K) no solo

K trocável :

 K adsorvido à superfície dos argilominerais


(ligações fracas  eletrostáticas).

 Equilíbrio rápido com K solução.

 K ligado à M.O. também é considerado trocável.


Potássio (K) no solo

K fixado :

 Adsorvido às superfícies internas de minerais


de argila do tipo 2:1 : Expansão: Libera K em
trocas por Ca e Mg para manter a neutralidade
elétrica do mineral.
Potássio (K) no solo

K na Solução do Solo :

As plantas absorvem o íon K+ na solução do solo:


Muito variável (desde 1 mg dm-3 até 50 mg dm-3
ou mais).
Disponibilidade de K para as
Plantas :
 Disponível para a planta quando:

a) Está em solução ou pode passar rapidamente para a


solução.
b) Pode mover-se até a superfície das raízes em tempo
adequado para o crescimento e desenvolvimento das
plantas.
c) Após absorvido pela raiz, afeta o ciclo de vida da planta.

 Disponível: K solução ou K trocável passe para a


solução e alcancem a superfície das raízes (difusão).
Ciclo do Potássio
Comportamento do Potássio em solo adubado, com relação aos
aspectos que afetam a nutrição vegetal (adaptado de Larsen,
1971)

Fonte: Adaptado de VITTI.


Disponibilidade de K para as
Plantas :
O teor trocável  é a principal fonte para
reposição do K da solução (absorvido pelas
plantas).

Os sais de K  apresentam em geral alta


solubilidade  K na solução do solo pode
atingir concentrações altas.
Disponibilidade de K para as
Plantas :
• Solos que contêm:
- Caulinita;
- Óxido de Fe e Al;
- M.O  Responsáveis CTC  O K trocável =
teor disponível desse nutriente.
Isto por que K solução representa muito pouco
em comparação com K trocável.
Respostas das Culturas ao K:
 Devido às propriedades físicas, químicas e mineralógicas dos
solos: Disponibilidade diferencial e respostas ao K pelas
culturas.

 Respostas: Variam com o teor no solo, textura,


produtividade esperada, cobertura anterior, cultura e cultivar.

 Solos argilosos: Alta CTC: Maiores doses de K.

 Solos arenosos: Baixa CTC: Parcelamento das doses de K


(menor retenção do K trocável e em solução).
Outros Fatores que Afetam a
Disponibilidade do Potássio:

Curto, médio ou longo prazos: Fatores


físicos, químicos e biológicos do solo.
Material de Origem e Grau de
Intemperização :

Solos derivados de granito, argilito e siltitos:


Maiores teores de K que os derivados de basalto.

Clima temperado: Micas e feldspatos: Fontes de K


para o solo.

Clima tropical: Caulinita: Baixa [ K ].


A) Mineralogia :

Solos com micas e feldspatos: Maior


disponibilidade de K.

Vermiculita: Fixação de K.

CTC: Altera o tampão de K: Solos com alta


CTC: Diminuem as perdas por lixiviação.
B) Textura :

Solos argilosos, além de maior


CTC, retêm mais água que os
arenosos: Altera a difusão.
C) pH do Solo :

Alto pH: Aumenta a quantidade de cargas


negativas (CTC pH dependente): Maior
retenção de K+ e outros cátions e menores
perdas por lixiviação.

M.O.S.: Alta CTC: Mesmo efeito dos


colóides para K+.
Efeito do pH na disponibilidade dos nutrientes e na solubilidade do
alumínio no solo (MALAVOLTA, 1979).
C) pH do Solo:

Calagem: Fornecimento excessivo de Ca e Mg:


Competição com K pelos sítios de ligação e
absorção.

Gesso:
 Ca2+: Inibição competitiva com K+.
 SO42-: Arraste do K+ para camadas mais
profundas do solo.
D) Fatores de Planta:

Morfologia do sistema radicular e poder de


absorção de nutrientes pelas raízes: Afetam a
absorção e resposta ao K+ pelas plantas.

Raízes finas e abundantes e rica em pelos


absorventes são mais eficientes na absorção de
K+.

Cultivares dentro da mesma espécie: Responsivos


e não responsivos ao K+.
Cuidados: Principalmente com KCl:
Próximos à sementes, devido à alta
salinidade: Seca fisiológica de sementes
e raízes.
Aplicar no máximo 50 - 60 kg ha-1 de K2O na semeadura.
EXERCÍCIOS

1. Um solo com 1,0 mmolc/dm3 de K trocável corresponde a


quantos kg/ha de K2O?
2. Um solo com uma CTC de 100 mmolc/dm3, deveria receber
quantos kg/ha de K2O para se ter 5% de saturação por K,
considerando um solo com 2 mmolc/dm3 de K?
3. Um solo com 2,0 mmolc/dm3 de K corresponde a quantos kg/ha
de K2O?

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