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Níveis de organização
da parte vegetativa das
plantas vasculares com
AULA
sementes (Gimnospermas
e Angiospermas)
objetivos
Pré-requisito
Para o melhor entendimento desta aula,
você deverá rever as Aulas 1 e 14.
Botânica I | Níveis de organização da parte vegetativa das plantas
vasculares com sementes (Gimnospermas e Angiospermas)
INTRODUÇÃO Como vimos na aula passada, o grupo das plantas vasculares sem sementes
– Pteridófitas – já possui raiz, caule e folhas. Vamos agora tratar das plantas
vasculares com sementes – as Fanerógamas, ou seja, aquelas que apresentam
! flores: Gimnospermas e Angiospermas.
Organografia:
é a disciplina da O grupo das Gimnospermas é representado pelos pinheiros, plantas que
Botânica que se
habitam preferencialmente o hemisfério norte de clima temperado. Possui
preocupa com o
estudo da morfo- uma diversidade morfológica muito pequena, pois atualmente está limitado
logia externa dos
órgãos das plantas a aproximadamente 750 espécies, sendo 20 nativas do Brasil. Quase sempre
(raiz, caule, folhas,
flores e frutos). possui caule do tipo tronco (árvores) e as folhas estão restritas a poucos tipos
morfológicos (Figuras 17.1 a 17.5).
17.4
17.2
17.5
17.1
17.3
Tipos de folhas das Gimnospermas. Figura 17.1: folha pinatissecta (Cycas spp., Cycadaceae); Figura 17.2: folha acicular
(Pinus spp., Pinnaceae); Figura 17.3: folha escamiforme (Cupressus spp., Cupressaceae); Figura 17.4: folha escamiforme
(Araucaria spp., Araucariaceae); Figura 17.5: folha laminar (Gnetum sp., Gnetaceae).
!
Grande parte das espécies de pinheiros que encontramos no Brasil são cultivadas;
a espécie nativa mais notável é o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia),
que compõe a Floresta de Araucárias do sul do país.
* O nome científico das plantas citadas no texto encontra-se no final desta aula.
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RAIZ
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Características gerais
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A raiz e o meio
As regiões da raiz
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Algumas podem apresentar uma coifa múltipla como a encontrada
AULA
no aguapé. Assim, pode-se concluir que o crescimento da raiz é
subterminal. Na REGIÃO de CRESCIMENTO ou MERISTEMÁTICA
ocorre a multiplicação celular; isto é, por estar em constante ação
proliferativa, novas células são acrescentadas à raiz. Já a REGIÃO LISA
ou DE ALONGAMENTO promove o crescimento em altura da raiz,
determinando o seu alongamento; na área de alongamento as divisões
celulares são mais raras.
A REGIÃO PILÍFERA ou de ABSORÇÃO é a zona constituída por
células epidérmicas que apresentam expansões tubulares para o exterior
formando os pêlos absorventes. Tais pêlos aumentam a superfície de con-
tato com o meio externo e a superfície de absorção das raízes; são eles os
principais responsáveis pela captação da água e dos elementos químicos
nela dissolvidos (a Aula 20 descreverá esse processo). A produção de
outros pêlos absorventes ocorre logo após a região de alongamento; os
novos pêlos radiculares são produzidos, aproximadamente, na mesma
proporção que os mais velhos vão sendo eliminados na extremidade
superior da região pilífera.
Na REGIÃO SUBEROSA ou DE RAMIFICAÇÃO encontramos
as ramificações laterais das raízes de origem endógena. Na próxima aula
trataremos disso com maior detalhe.
A região de transição entre a raiz e o caule é denominada COLO
ou COLETO. Só é identificável através de cortes histológicos devido a
modificações na distribuição dos tecidos vasculares, xilema e floema, que
são alternados na raiz e reunidos em feixes no caule, ficando o xilema em
posição interna e o floema voltado para a periferia (ver Aula 23).
Colo ou coleto
Coifa ou caliptra
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Os tipos básicos
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CAULE
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Características gerais
Partes constituintes
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Tipos de consistência
Tipos de porte
Tipos de ramificação
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formação de uma ramificação ou, então, é o próprio eixo que se ramifica
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(ex.: figueiras). (Veja, a seguir, a classificação do caule desses diferentes
tipos de ramificação).
Aéreos erguidos
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• CLADÓDIO: clorofilado, áfilo ou com folhas rudimentares ou
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ainda transformadas em espinhos. Os cladódios podem apresentar-se
suculentos e dilatados, ricos em reservas nutritivas e água (ex.: cacto).
Quando achatados e laminares, são denominados Filocládios, como na
carqueja (Figura 17.14). Para mais detalhes, veja a aula de Adaptações
de Caules (Aula 24).
Aéreos rasteiros
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Aéreos trepadores
Gavinha
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• LIANA OU CIPÓ: cresce apoiando-se no substrato, emara-
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nhando-se com ele (Figura 17.18). Não possui órgão de fixação (ex.:
cipó-de-são-joão).
Subterrâneos
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FOLHA
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Características gerais
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Já a folha INVAGINANTE (Figura 17.24) caracteriza-se pela
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presença do limbo e da bainha, faltando o pecíolo; é típica das Mono-
cotiledôneas (ex.: bananeira, cujas bainhas formam um pseudocaule).
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• BIFOLIOLADA (Figura 17.27): com dois folíolos, sendo que
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podem estar unidos (unha-de-vaca) ou não (fava).
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Tipos de filotaxia
AULA
• ALTERNA: quando em cada nó se insere uma folha. Se as folhas
estão dispostas em um único plano, a filotaxia é ALTERNA DÍSTICA
(ex.: unha-de-vaca) (Figura 17.32). Quando a inserção se dá em vários
planos ao longo do caule, ela é chamada ALTERNA ESPIRALADA
(ex.: ipê) (Figura 17.33); esse é o tipo mais comum.
Figura 17.32: Filotaxia alterna dística. Figura 17.33: Filotaxia alterna espiralada.
Figura 17.34: Filotaxia oposta dística. Figura 17.35: Filotaxia oposta cruzada.
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Nervação
AULA
O padrão mais comum de nervação é o da folha PENINÉRVEA,
que apresenta uma nervura principal de onde partem várias laterais ou
secundárias de ambos os lados, em forma de pena (ex.: goiabeira).
A folha PALMINÉRVEA possui várias nervuras principais (3 ou
mais), partindo ou divergindo da base e afastando-se gradativamente
em direção às margens e ao ápice (ex.: hibisco).
O tipo PARALELINÉRVEA caracteriza-se pela presença de várias
nervuras paralelas retilíneas (ex.: capim-colonião).
Já a folha CURVINÉRVEA é aquela com nervuras paralelas ao longo
do eixo longitudinal, em geral pouco numerosas, nitidamente curvas; ocorre
com freqüência em espécies da família Melastomataceae (quaresmas).
Cabe lembrar aqui que o sistema de condução é mais evidente na
face inferior das folhas, portanto não deixem de utilizar esse recurso na
análise da nervação foliar.
Dicotyledoneae Monocotyledoneae
comprimento longitu-
comprimento longitudi-
dinal proporcional ao
nal maior que o trans-
transversal simples ou
FOLHAS versal simples completas
compostas pecioladas
ou invaginantes nervu-
ou sésseis nervuras
ras paralelas
reticuladas
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RESUMO
Nesta aula você conheceu alguns aspectos da morfologia externa dos órgãos
vegetativos – raiz, caule e folhas – das plantas vasculares com sementes. Lembre-
se de que existem muitas outras classificações e que nós aqui só colocamos
o essencial. Vimos, também, a diferenciação desses órgãos nos diferentes
grupos de Fanerógamos, especialmente nas Angiospermas Dicotiledôneas e
Monocotiledôneas.
EXERCÍCIOS
1. Uma palmeira e uma mangueira foram atingidas em suas copas por descargas
elétricas fortes, durante uma tempestade de verão. Após algum tempo, verificou-se
que os ramos destruídos da mangueira se recuperaram, recompondo a frondosa
copa, enquanto a palmeira morreu. Agora que você já conhece o tipo de caule
dessas plantas, explique, botanicamente, como isso ocorreu.
3. Sabendo agora como é o caule das bananeiras, como você faria o controle da
invasão em ecossistemas nativos, tão comum em nossas encostas?
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AULA
INFORMAÇÕES SOBRE AS PRÓXIMAS AULAS
Aproveitem!
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AULA
cipreste Cupressus sp. Cupressaceae
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