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2.

1 – Comunicação de dados

Entre tudo que é essencial para a existência humana, a necessidade de interagir com
as outras pessoas está logo abaixo de nossa necessidade de manter a vida. A comuni-
cação é quase tão importante para nós quanto nossa dependência de ar, água, comida
e abrigo.

Os métodos que usamos para compartilhar ideias e informações estão em constante


mudança e evolução. Enquanto as relações humanas antes eram limitadas a conversas
cara a cara, inovações nos meios físicos continuam aumentando o alcance de nossas
comunicações. Da imprensa à televisão, cada novidade tem melhorado e aperfeiçoado
a nossa comunicação.

Assim como cada avanço na tecnologia da comunicação, a criação e conexão de redes


de dados robustas tem tido profundo efeito.

As primeiras redes de dados limitavam-se a trocar informações baseadas em caracteres


entre sistemas de computadores conectados. As redes atuais desenvolveram-se a
ponto de transferir fluxos de voz, vídeo, texto e gráficos entre diferentes tipos de dispo-
sitivos. Formas de comunicação previamente separadas e distintas convergiram em
uma plataforma comum. Esta plataforma fornece acesso a uma grande variedade de
novos e alternativos métodos de comunicação que possibilitam que as pessoas intera-
jam diretamente entre si quase instantaneamente.

A natureza imediata das comunicações na Internet favorece a formação de comunida-


des globais. E essas comunidades promovem uma interação social independente de
localização ou fuso horário.

A comunidade global

Atualmente, a tecnologia é provavelmente o principal agente modificador do mundo, já


que ajuda a criar um mundo no qual as fronteiras nacionais, distâncias geográficas e
limitações físicas se tornam menos relevantes e apresentam obstáculos cada vez me-
nores. A criação de comunidades on-line para a troca de ideias e informações tem o
potencial de aumentar as oportunidades de produtividade ao redor do mundo. Como a
Internet conecta pessoas e promove a comunicação irrestrita, ela apresenta a plata-
forma para cuidar de negócios, lidar com emergências, informar pessoas e apoiar a
educação, a ciência e o governo.

É incrível o quão rápido a Internet se tornou parte integral de nossa vida diária. A com-
plexa interconexão de dispositivos eletrônicos e de meios físicos que compõem a rede
é invisível para os milhões de usuários que fazem dela uma parte valiosa e pessoal de
suas vidas.

As redes de dados, que anteriormente transportavam informações de empresas para


empresas, ganharam o novo propósito de melhorar a qualidade de vida de pessoas em
toda parte. No decorrer de um dia, os recursos disponíveis na Internet poderão ajudá-lo
a:

- Decidir o que vestir por meio das previsões do tempo on-line.

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- Encontrar o caminho menos congestionado até o seu destino, mostrando vídeos sobre
o clima e o trânsito.

- Olhar seu saldo bancário e pagar contas eletronicamente.

- Receber e enviar e-mail, ou fazer uma ligação pela Internet em um cyber café na hora
do almoço.

- Obter informações sobre saúde e nutrição de especialistas ao redor do mundo e trocar


informações em um fórum sobre saúde ou tratamentos.

- Baixar novas receitas e técnicas de culinária para criar um jantar espetacular.

- Compartilhar suas fotos, vídeos e experiências com amigos ou com o mundo.

Vários usos da Internet seriam difíceis de se imaginar há alguns anos atrás. Vejamos,
por exemplo, a experiência de uma pessoa publicando um vídeo de música:

“Meu objetivo é fazer meus próprios filmes. Certo dia, minha amiga Adi e eu fizemos um
vídeo surpresa para o aniversário do namorado dela. Nos filmamos dublando e dan-
çando uma música. Então pensamos: porque não o divulgar? A reação foi enorme. Mais
de 9 milhões de pessoas já o viram até agora e o diretor de cinema Kevin Smith até fez
uma curta sátira dele. Não sei o que atrai as pessoas no vídeo. Talvez seja sua simpli-
cidade ou a música. Talvez seja porque é espontâneo e engraçado, e faz as pessoas
se sentirem bem. Não sei. Mas sei que posso fazer o que gosto e compartilhar isso on-
line com milhões de pessoas ao redor do mundo. Só preciso do meu computador, de
uma câmera digital e algum software. E isso é surpreendente. ”

O que é comunicação?

A comunicação em nossa vida diária apresenta muitas formas e ocorre em vários ambi-
entes. Temos diferentes expectativas se estamos conversando por meio da Internet ou
participando de uma entrevista de emprego. Cada situação tem seus comportamentos
e estilos correspondentes esperados.

Podemos resumir o que é comunicação em: Transmissão de informação de um ponto


ao outro, através de uma sucessão de processos.

Acompanhando a definição acima, em toda comunicação temos, pelos menos, os 4 ele-


mentos da Figura 1.

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Figura 1: 4 elementos da comunicação

Estabelecendo as regras

Antes de começarmos a nos comunicar, estabelecemos regras ou acordos para direci-


onar a conversa. Essas regras, ou protocolos, devem ser seguidas para que a mensa-
gem seja transmitida e entendida com sucesso. Entre os protocolos que direcionam a
comunicação humana bem-sucedida estão:

 Um emissor e um receptor identificados


 Acordo sobre o método de comunicação (cara a cara, por telefone, carta, foto)
 Língua e gramática comum
 Velocidade e ritmo de transmissão
 Requisitos de confirmação ou recepção

As regras de comunicação podem variar de acordo com o contexto. Se uma mensagem


transmite um fato ou conceito importante, uma confirmação de que a mensagem foi
recebida e compreendida é necessária. Mensagens de menor importância podem não
requerer uma confirmação do receptor.

As técnicas usadas nas comunicações de rede compartilham esses fundamentos com


as conversas humanas. Como vários dos nossos protocolos de comunicação humana
são implícitos ou estão enraizados em nossas culturas, algumas regras podem ser pre-
sumidas. Ao estabelecer redes de dados, é necessário ser muito mais explícito sobre
como a comunicação ocorre e como ela é considerada bem-sucedida.

2.2.1 O Meio

Dentre os 4 elementos básicos da comunicação, o meio é o elemento que interliga o


transmissor e o receptor, alem de ser o elemento onde a informação trafega.

Quando falamos de telecomunicações, que nada mais que a transmissão de informação


de um ponto a outro ponto distante, temos 3 categorias de meios:

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1 - Meio Metálico: Significa que a informação trafegará em um material feito de metal.
Um exemplo de meio metálico, muito usado, é o fio de cobre. O telefone fixo da sua
casa utiliza um meio metálico (conhecido como par metálico);

2 - Meio Eletromagnético: A transmissão utiliza o ar como meio de transporte. A infor-


mação viaja com a ajuda da onda eletromagnética, pois esta consegue viajar no “vazio”,
seja no ar, na água, no vácuo e até atravessar paredes de concreto;

3 - Meio ótico: A transmissão é feita através de um feixe de luz. A luz é confinada dentro
de um tubo oco, ou concentrada em feixes, e posteriormente transmitida até chegar na
sua extremidade.

Quanto ao modo de transmissão do sinal em telecomunicações, podemos classifica-los


em transmissão analógica ou digital.

Na transmissão analógica, o sinal é continuo tanto no tempo quanto em nível (ampli-


tude), contendo uma infinidade de valores, como na Figura 2.

Figura 2: Sinal analógico

Já o sinal digital, possui apenas um número limitado e definido de valores (amplitude


finita), simplificados frequentemente como 0 e 1, como na Figura 3.

Figura 3: Sinal Digital

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O sinal digital é amplamente utilizado nos dias de hoje, pois neste temos detecção ape-
nas de dois valores: o de nível alto e o de nível baixo ao invés de infinitos valores do
sinal analógico. Na recepção de qualquer tipo de sinal a onda que chega é bastante
ruidosa. Em um receptor digital, a grande preocupação é diferenciar o que é 0 e o que
é 1. Uma tarefa muito menos trabalhosa do que diferenciar infinitos valores de um re-
ceptor analógico. No sinal digital, existe uma certa facilidade de regeneração: sabemos
que o sinal digital é composto por pulsos e de valores conhecidos (0 ou 1).

O sinal digital ainda conta com as seguintes vantagens sobre o sinal analógico:

 Maior robustez aos ruídos e distorções;


 Circuitos de maior confiabilidade e flexibilidade;
 Menor potência de transmissão;
 Serviço de áudio, vídeo e dados combinados em um mesmo formato;
 Melhorias a custos cada vez menores, permitem maior capacidade de proces-
samento.

Quando falamos de equipamentos de transmissão (TX) e recepção de sinal (RX), tanto


o TX como o RX podem ser somente analógicos ou somente digitais. A informação que
será colocada no meio, também pode ser tanto analógica como digital. Abaixo, alguns
exemplos de combinações de TX/RX e informação analógica e digital:

 TX/RX e informação analógica: TV e rádio analógicos, walk-talk e radio ama-


dor;
 TX/RX e informação digitais: TV e rádio digital. Computadores numa rede LAN
ou qualquer aparelho interligado a uma fibra ótica;
 TX/RX analógicos e informação digital: internet banda larga (Velox).

Quanto aos sentidos em que a informação pode ser transmitida através de um meio
entre TX e RX, as transmissões podem ser de 3 tipos:

 Simplex: Neste caso, as transmissões podem ser feitas apenas num só sentido,
de um dispositivo transmissor para um ou mais dispositivos receptores; é o que
se passa, por exemplo, numa transmissão de rádio ou televisão. A Figura 4
exemplifica esta transmissão;
Figura 4: Transmissão Simplex

 Half-Duplex: Nesta modalidade, uma transmissão pode ser feita nos dois senti-
dos, mas alternadamente, isto é, ora num sentido ora no outro, e não nos dois
sentidos ao mesmo tempo; este tipo de transmissão é bem exemplificado pelas
comunicações entre walk-talks e radio amador. A Figura 5 exemplifica esta trans-
missão;

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Figura 5: Transmissão Half-Duplex

 Full-Duplex: Neste caso, as transmissões podem ser feitas nos dois sentidos
em simultâneo, ou seja, um dispositivo pode transmitir informação ao mesmo
tempo que pode também recebe-la; um exemplo típico destas transmissões são
as comunicações telefónicas; também são possíveis entre computadores, desde
que o meio de transmissão utilizado contenha pelo menos dois canais, um para
cada sentido do fluxo dos dados. A Figura 6 exemplifica esta transmissão.
Figura 5: Transmissão Full-Duplex

Ainda podemos classificar os meios de transmissão em guiados e não guiados. Nos


meios guiados usamos um condutor para levar o sinal do TX para o RX. Exemplos de
meio guiado são: transmissão por fios ou cabos de cobre, onde os dados são transmiti-
dos por sinais elétricos que se propagam pelo metal; transmissão por fibras óticas, onde
os dados são transmitidos por sinais luminosos que se propagam pelo vidro ou plástico
que formam a fibra ótica.

Já o meio não guiado a transmissão é feita por irradiação eletromagnética (ondas de


rádio), onde os dados são transmitidos por sinais elétricos irradiados por antenas atra-
vés do espaço. Nos meios não guiados, a largura de banda produzida pela antena pode
determinar a qualidade de uma transmissão. Exemplo de meio não guiado é o sinal de
Wi-Fi e RF de modo geral.

Em meios digitais, a informação é tratada como bits, que compõem os bytes. Quanto a
forma que estes bits/bytes serão colocados no meio de transmissão existem apenas
duas formas: comunicação serial e comunicação paralela.

Na comunicação serial, os bits que compõe o byte são serializados e transmitidos um a


um. A vantagem é a economia na construção do sistema, pois faz-se necessário apenas
um TX e um RX. Este tipo de comunicação é usado principalmente em distâncias longas
e é a mais usada em telecomunicações. Por usar apenas um único meio para transmitir
suas informações, a comunicação serial sofre bem menos com problemas de ruído e
atenuação. É método de transmissão preferido para dispositivos localizados na parte
externa do micro (teclados, mouses, redes de computadores, dispositivos USB). A Fi-
gura 6 mostra um exemplo de comunicação serial.

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Figura 6: Comunicação Serial

Já na comunicação paralela, os bits que compõe o byte são transmitidos de uma única
vez. O fluxo de dados é controlado através da troca de sinais entre as partes comuni-
cantes. Este tipo de comunicação é usado em distâncias curtas, como nos barramentos
internos dos computadores, comunicação com impressoras padrão CENTRONIX, etc.
A Figura 7 mostra um exemplo de comunicação serial.
Figura 7: Comunicação paralela.

A quantidade de bits por segundo (bps), ou bytes por segundo (Bps), que é possível
colocar no meio, de uma vez só, é conhecida como velocidade do meio, que é popular-
mente chamada de largura de banda (bandwidth em inglês).

3.1. Introdução a Redes de Computadores


3.1.1. Rede mantêm a maneira como vivemos

Entre tudo que é essencial para a existência humana, a necessidade de interagir com
as outras pessoas está logo abaixo de nossa necessidade de manter a vida. A comuni-
cação é quase tão importante para nós quanto nossa dependência de ar, água, comida
e abrigo.

Os métodos que usamos para compartilhar ideias e informações estão em constante


mudança e evolução. Enquanto as relações humanas antes eram limitadas a conversas
cara a cara, inovações nos meios físicos continuam aumentando o alcance de nossas

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comunicações. Da imprensa à televisão, cada novidade tem melhorado e aperfeiçoado
a nossa comunicação.

Assim como cada avanço na tecnologia da comunicação, a criação e conexão de redes


de dados robustas tem tido profundo efeito.

As primeiras redes de dados limitavam-se a trocar informações baseadas em caracteres


entre sistemas de computadores conectados. As redes atuais desenvolveram-se a
ponto de transferir fluxos de voz, vídeo, texto e gráficos entre diferentes tipos de dispo-
sitivos. Formas de comunicação previamente separadas e distintas convergiram em
uma plataforma comum. Esta plataforma fornece acesso a uma grande variedade de
novos e alternativos métodos de comunicação que possibilitam que as pessoas intera-
jam diretamente entre si quase instantaneamente.

A natureza imediata das comunicações na Internet favorece a formação de comunida-


des globais. E essas comunidades promovem uma interação social independente de
localização ou fuso horário.

Atualmente, a tecnologia é provavelmente o principal agente modificador do mundo, já


que ajuda a criar um mundo no qual as fronteiras nacionais, distâncias geográficas e
limitações físicas se tornam menos relevantes e apresentam obstáculos cada vez me-
nores. A criação de comunidades on-line para a troca de ideias e informações tem o
potencial de aumentar as oportunidades de produtividade ao redor do mundo. Como a
Internet conecta pessoas e promove a comunicação irrestrita, ela apresenta a plata-
forma para cuidar de negócios, lidar com emergências, informar pessoas e apoiar a
educação, a ciência e o governo.

É incrível o quão rápido a Internet se tornou parte integral de nossa vida diária. A com-
plexa interconexão de dispositivos eletrônicos e de meios físicos que compõem a rede
é invisível para os milhões de usuários que fazem dela uma parte valiosa e pessoal de
suas vidas.

As redes de dados, que anteriormente transportavam informações de empresas para


empresas, ganharam o novo propósito de melhorar a qualidade de vida de pessoas em
toda parte. No decorrer de um dia, os recursos disponíveis na Internet poderão ajudá-lo
a:

 Decidir o que vestir por meio das previsões do tempo on-line.


 Encontrar o caminho menos congestionado até o seu destino, mostrando vídeos
sobre o clima e o trânsito.
 Olhar seu saldo bancário e pagar contas eletronicamente.
 Receber e enviar e-mail, ou fazer uma ligação pela Internet em um cyber café
na hora do almoço.
 Obter informações sobre saúde e nutrição de especialistas ao redor do mundo e
trocar informações em um fórum sobre saúde ou tratamentos.
 Baixar novas receitas e técnicas de culinária para criar um jantar espetacular.
 Compartilhar suas fotos, vídeos e experiências com amigos ou com o mundo.

Vários usos da Internet seriam difíceis de se imaginar há alguns anos atrás. Vejamos,
por exemplo, a experiência de uma pessoa publicando um vídeo de música:

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“Meu objetivo é fazer meus próprios filmes. Certo dia, minha amiga Adi e eu fizemos um
vídeo surpresa para o aniversário do namorado dela. Nos filmamos dublando e dan-
çando uma música. Então pensamos: porque não o divulgar. A reação foi enorme. Mais
de 9 milhões de pessoas já o viram até agora e o diretor de cinema Kevin Smith até fez
uma curta sátira dele. Não sei o que atrai as pessoas no vídeo. Talvez seja sua simpli-
cidade ou a música. Talvez seja porque é espontâneo e engraçado, e faz as pessoas
se sentirem bem. Não sei. Mas sei que posso fazer o que gosto e compartilhar isso on-
line com milhões de pessoas ao redor do mundo. Só preciso do meu computador, de
uma câmera digital e algum software. E isso é surpreendente. ”

A existência e a ampla adoção da Internet levaram a novas formas de comunicação que


possibilitam que as pessoas criem informações que podem ser acessadas por um pú-
blico global e de maneira on-line.

Envio de mensagem instantânea

O envio de mensagem instantânea (IM) é uma forma de comunicação em tempo real


entre duas ou mais pessoas com base em um texto escrito e imagens. A informação é
transmitida via computadores, ou dispositivo móvel, conectados em uma rede interna
privada ou pública, como a Internet. Desenvolvido a partir dos serviços de Chat na In-
ternet (IRC), o envio de mensagem instantânea também possibilita a transferência de
arquivos e comunicação por voz e vídeo. Assim como o e-mail, o envio de mensagem
instantânea encaminha um registro escrito da comunicação. Entretanto, enquanto o
envio de e-mails às vezes demora, as mensagens instantâneas são recebidas imedia-
tamente. A forma de comunicação usada pelo envio de mensagem instantânea
chama-se comunicação em tempo real.

Blogs

Blogs são páginas fáceis de atualizar e editar. Diferentemente das páginas comerciais,
criadas por profissionais especializados em comunicação, os blogs oferecem a qualquer
pessoa uma maneira de comunicar suas ideias a um público global sem conhecimento
técnico de web design. Existem blogs sobre praticamente qualquer assunto que se
possa pensar e, frequentemente, comunidades de pessoas se formam em torno de au-
tores de blogs populares.

Wikis

Wikis são páginas que grupos de pessoas podem editar e ver em conjunto. Enquanto
um blog é mais um diário individual e pessoal, uma wiki é uma criação em grupo. Como
tal, pode estar sujeito a maior revisão e edição. Assim como os blogs, as wikis podem
ser criados em estágios e por qualquer pessoa, sem o patrocínio de uma grande em-
presa comercial. Há uma wiki pública, chamado Wikipedia, que está se tornando um
recurso amplo – uma enciclopédia on-line – sobre tópicos de contribuição do público.
Organizações privadas e indivíduos também podem criar suas próprias wikis para reunir
conhecimento sobre um assunto específico. Várias empresas usam wikis como ferra-
menta de colaboração interna. Com a Internet global, todas as pessoas podem participar
de wikis e acrescentar suas opiniões e conhecimento a um recurso comum.

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Podcasting

Podcasting é um meio baseado em áudio que, originalmente, possibilitava a gravação


de áudio e conversão para uso em website (ou blog ou wiki) onde outras pessoas podem
baixar o arquivo e ouvi-lo em seus computadores, notebooks e celulares.

Ferramentas de colaboração

As ferramentas de colaboração oferecem a oportunidade de pessoas trabalharem em


conjunto em documentos compartilhados. Sem as limitações de localização ou fuso
horário, indivíduos conectados a um sistema compartilhado podem conversar, compar-
tilhar textos e gráficos e editar documentos. Com as ferramentas de colaboração sem-
pre disponíveis, as organizações podem rapidamente compartilhar informações e bus-
car seus objetivos. A ampla distribuição de redes de dados significa que pessoas em
localidades remotas podem contribuir igualmente a pessoas em grandes centros popu-
lacionais.

3.1.2. Redes apoiando a forma como aprendemos


A comunicação, a colaboração e o comprometimento são peças fundamentais da edu-
cação. As instituições lutam continuamente para aperfeiçoar esses processos a fim de
maximizar a divulgação do conhecimento. Redes robustas e confiáveis apóiam e enri-
quecem as experiências de aprendizagem. Essas redes mostram materiais didáticos
em vários formatos. Os materiais incluem atividades interativas, avaliações e respos-
tas.

Cursos que usam recursos de rede ou a Internet normalmente são chamados de ensino
on-line ou e-learning.

A disponibilidade de cursos do tipo e-learning multiplicou os recursos disponíveis aos


estudantes. Métodos tradicionais de ensino oferecem duas fontes de conhecimento das
quais os alunos podem obter informações: o livro e o instrutor. Ambas as fontes são
limitadas, tanto em relação ao formato quanto à rapidez de apresentação. Os cursos on-
line, por sua vez, podem conter voz, dados e vídeo, e estão disponíveis aos alunos a
qualquer momento, de qualquer lugar. Os alunos podem trilhar links a diferentes refe-
rências e a especialistas para melhorar a sua aprendizagem. Grupos de discussão on-
line e quadros de mensagens possibilitam que o aluno colabore com o instrutor, com
outros alunos da classe, ou até com alunos ao redor do mundo. Cursos mistos podem
combinar aulas com instrutor e ferramentas on-line para oferecer o melhor de ambos os
métodos.

O acesso à instrução de qualidade já não é restrito aos alunos que vivem próximos ao
local onde o ensino é oferecido. O ensino on-line à distância pôs fim às barreiras geo-
gráficas e melhorou as oportunidades dos alunos.

No mundo dos negócios, a aceitação do uso de redes para fornecer treinamento efici-
ente e barato aos funcionários tem crescido. As oportunidades de ensino on-line podem
diminuir viagens demoradas e dispendiosas e ainda garantir que todos os funcionários
sejam adequadamente treinados para desempenhar suas funções de maneira segura e
produtiva.

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Cursos on-line oferecem vários benefícios às empresas. Dentre esses benefícios estão:

 Materiais de treinamento atuais e precisos. A colaboração entre vendedores, fa-


bricantes de equipamentos e equipes de treinamento assegura que o curso es-
teja atualizado com os últimos processos e procedimentos. Quando erros são
encontrados e corrigidos nos materiais, o novo curso é imediatamente disponi-
bilizado a todos os funcionários.
 Disponibilização de treinamento a um amplo público. O treinamento on-line não
depende de planejamento de viagens, disponibilidade do instrutor ou tamanho
da classe. Os funcionários podem receber prazos dentro dos quais o treinamento
deve ser completado, podendo acessar o curso quando for conveniente.
 Qualidade do ensino. A qualidade do ensino não variará como ocorreria se dife-
rentes instrutores oferecessem um curso pessoalmente. O currículo on-line for-
nece uma base de ensino consistente à qual os instrutores acrescentam seus
conhecimentos.
 Redução dos custos. Além da redução dos custos de viagens e do tempo gasto
com isso, há outros fatores de redução de custos para as empresas, relaciona-
dos com o treinamento on-line. Normalmente, é menos dispendioso revisar e
atualizar cursos on-line do que atualizar materiais impressos. As instalações
para o treinamento presencial também podem ser reduzidas ou eliminadas.

Muitas empresas também oferecem treinamento on-line para clientes. Esses cursos
possibilitam que os clientes usem os produtos e serviços fornecidos pelas empresas da
melhor forma possível, reduzindo ligações para os centros de atendimento ao consumi-
dor.

3.1.3. Redes apoiando a forma de como trabalhamos

Inicialmente, as redes de dados eram usadas por empresas para registrar e gerenciar
internamente informações financeiras, informações de clientes e sistemas de paga-
mento de funcionários. Essas redes evoluíram para possibilitar a transmissão de vários
tipos de serviços de informação, incluindo e-mails, vídeos, mensagens e telefonia.

Intranets, redes privadas usadas por uma única empresa, permitem às empresas se
comunicarem e realizarem transações entre funcionários globais e filiais. As empresas
desenvolvem extranets, ou redes estendidas, para oferecer aos fornecedores, vende-
dores e clientes acesso limitado a dados corporativos para checar a situação de um
pedido, do estoque e das listas parciais.

Atualmente, as redes oferecem maior integração entre funções relacionadas e organi-


zações do que era possível no passado.

Analise esses cenários de negócios.

 Um agricultor que planta trigo na Austrália usa um notebook com Sistema de


Posicionamento Global (GPS) para plantar uma safra com precisão e eficiência.

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No momento da colheita, o agricultor pode coordenar a colheita com a disponi-
bilidade de transportadores de grãos e instalações de armazenamento. Usando
a tecnologia sem fio, o transportador de grãos pode monitorar o veículo em mo-
vimento para manter a melhor eficiência de combustível e operação segura. Mu-
danças na situação podem ser transmitidas ao motorista do veículo instantane-
amente.

 Trabalhadores à distância, chamados teleworkers (teletrabalhadores) ou tele-


commuters (telecomutadores), usam serviços seguros de acesso remoto de
casa ou enquanto viajam. As redes de dados possibilitam que eles trabalhem
como se estivessem no local, com acesso a todas as ferramentas baseadas na
rede normalmente disponíveis para o seu trabalho. Reuniões e conferências vir-
tuais podem ser realizadas, incluindo pessoas em localidades remotas. A rede
oferece capacidade de áudio e vídeo, de forma que todos os participantes pos-
sam ver e ouvir uns aos outros. As informações das reuniões podem ser regis-
tradas em uma wiki ou blog. As últimas versões da agenda e as minutas podem
ser compartilhadas assim que são criadas.

Há várias histórias de sucesso que mostram formas inovadoras em que as redes têm
sido usadas para nos tornar mais bem-sucedidos no ambiente de trabalho.

3.1.4. Rede apoiando a forma de como nos divertimos

A ampla adoção da Internet pelas indústrias de entretenimento e turismo aumenta a


capacidade de aproveitar e compartilhar várias formas de divertimento, independente
da localização. É possível explorar locais de forma interativa, que anteriormente apenas
sonhávamos em visitar, assim como ver de antemão os destinos antes de fazer uma
viagem. Os detalhes e fotos dessas aventuras podem ser disponibilizados on-line para
que outras pessoas vejam.

A Internet também é usada para formas tradicionais de entretenimento. Ouvimos canto-


res, vemos filmes, lemos livros inteiros e fazemos download de materiais para futuro
acesso off-line. Eventos esportivos e concertos ao vivo podem ser assistidos enquanto
estão acontecendo, ou gravados e assistidos quando quiser.

As redes possibilitam a criação de novas formas de entretenimento, como os jogos on-


line. Jogadores participam de qualquer tipo de competição on-line que os criadores de
jogos possam imaginar. Competimos com amigos e inimigos ao redor do mundo como
se estivéssemos na mesma sala.

Mesmo atividades off-line são aperfeiçoadas usando serviços de colaboração em rede.


Comunidades globais de interesse cresceram rapidamente. Compartilhamos experiên-
cias comuns e passatempos muito além da vizinhança, cidade ou região local. Fãs de
esportes trocam opiniões e fatos sobre seus times favoritos. Colecionadores mostram
coleções premiadas e recebem respostas de especialistas sobre elas.

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Lojas e páginas de leilões on-line oferecem a oportunidade de comprar, vender e co-
mercializar todos os tipos de mercadoria.

Independente do tipo de diversão que nos agrada nas relações humanas, as redes estão
melhorando a nossa experiência.

3.2. Comunicação - Uma parte essencial de nossas vidas


3.2.1. O que é comunicação?
A comunicação em nossa vida diária apresenta muitas formas e ocorre em vários ambi-
entes. Temos diferentes expectativas se estamos conversando por meio da Internet ou
participando de uma entrevista de emprego. Cada situação tem seus comportamentos
e estilos correspondentes esperados.

Estabelecendo as regras

Antes de começarmos a nos comunicar, estabelecemos regras ou acordos para direci-


onar a conversa. Essas regras, ou protocolos, devem ser seguidas para que a mensa-
gem seja transmitida e entendida com sucesso. Entre os protocolos que direcionam a
comunicação humana bem-sucedida estão:
 Um emissor e um receptor identificados
 Acordo sobre o método de comunicação (cara a cara, por telefone, carta, foto)
 Língua e gramática comum
 Velocidade e ritmo de transmissão
 Requisitos de confirmação ou recepção

As regras de comunicação podem variar de acordo com o contexto. Se uma mensagem


transmite um fato ou conceito importante, uma confirmação de que a mensagem foi
recebida e compreendida é necessária. Mensagens de menor importância podem não
requerer uma confirmação do receptor.

As técnicas usadas nas comunicações de rede compartilham esses fundamentos com


as conversas humanas. Como vários dos nossos protocolos de comunicação humana
são implícitos ou estão enraizados em nossas culturas, algumas regras podem ser pre-
sumidas. Ao estabelecer redes de dados, é necessário ser muito mais explícito sobre
como a comunicação ocorre e como ela é considerada bem-sucedida.

3.2.2 Qualidade da comunicação


A comunicação entre indivíduos será bem-sucedida quando o significado da mensagem
compreendido pelo receptor for igual ao significado planejado pelo emissor.

Para redes de dados, usamos os mesmos critérios básicos para julgar o seu sucesso.
Entretanto, conforme uma mensagem se move por meio da rede, muitos fatores podem
evitar que a mensagem chegue ao receptor ou distorcer seu significado planejado. Es-
ses fatores podem ser externos ou internos.

Fatores externos

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Os fatores externos que afetam a comunicação estão relacionados à complexidade da
rede e ao número de dispositivos pelos quais uma mensagem deve passar rumo ao seu
destino final.

Os fatores externos que afetam o sucesso da comunicação incluem:


 A qualidade do caminho entre emissor e receptor
 O número de vezes que uma mensagem tem que mudar de forma
 O número de vezes que uma mensagem tem que ser redirecionada ou reenviada
 O número de outras mensagens, transmitidas simultaneamente na rede de co-
municação
 O tempo designado para uma comunicação bem-sucedida

A Figura 1 mostra um exemplo de fatores externo que afetam a comunicação.

Figura 1: Fatores externos afetando a comunicação

Fatores internos

Os fatores internos que interferem na comunicação de rede estão relacionados à própria


natureza da mensagem.

Diferentes tipos de mensagens podem variar quanto a complexidade e importância.


Mensagens claras e concisas normalmente são mais fáceis de compreender do que
mensagens complexas. Comunicações importantes requerem mais cuidado para asse-
gurar que sejam transmitidas e compreendidas pelo receptor.

Os fatores internos que afetam a comunicação bem-sucedida na rede incluem:


 O tamanho da mensagem
 A complexidade da mensagem
 A importância da mensagem

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Mensagens grandes podem ser interrompidas ou atrasadas em diferentes pontos da
rede. Uma mensagem de pouca importância ou de baixa prioridade poderia ser descar-
tada se a rede for sobrecarregada. A Figura 2 mostra estes fatores afetando a entrega
de informação.

Figura 2: Entrega de pacotes grande e pacotes menores

Ambos os fatores internos e externos que afetam o recebimento de uma mensagem


devem ser previstos e controlados para que as comunicações em rede tenham sucesso.
Inovações em hardware e software de rede estão sendo implementadas para garantir a
qualidade e confiabilidade das comunicações em rede.

3.3. A rede como uma plataforma


3.3.1 Comunicação por meio de redes
Ser capaz de se comunicar com segurança com qualquer pessoa, em qualquer lugar,
tem se tornado cada vez mais importante para a nossa vida pessoal e empresarial. A
fim de apoiar a transmissão imediata de milhões de mensagens trocadas entre as pes-
soas ao redor do mundo, dependemos de redes interligadas. Essas redes de dados ou
informações variam em tamanho e capacidade, mas todas as redes possuem quatro
elementos básicos em comum:
 Regras ou acordos para determinar como as mensagens são enviadas, direcio-
nadas, recebidas e interpretadas.
 As mensagens ou unidades de informação que navegam de um dispositivo para
outro.
 Um meio de interligar esses dispositivos – um meio que possa transportar as
mensagens de um dispositivo para outro.
 Dispositivos na rede que trocam mensagens entre si.

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A padronização dos vários elementos da rede possibilita que equipamentos e dispositi-
vos criados por diferentes empresas trabalhem em conjunto. Especialistas em várias
tecnologias podem contribuir com suas melhores ideias sobre como desenvolver uma
rede eficiente sem se preocupar com a marca ou o fabricante do equipamento.

A Figura 3 mostra os 4 elementos de uma rede comum, incluindo dispositivos, meios


físicos e serviços, reunidos por regras que funcionam em conjunto para enviar mensa-
gens. Usamos a palavra mensagens como um termo que abrange páginas web, e-mail,
mensagens instantâneas, ligações telefônicas e outras formas de comunicação possibi-
litadas pela Internet.

Figura 3: Quatro elementos de uma rede

As redes de comunicação são, em grande parte, orientadas graficamente e ícones são


normalmente usados para representar dispositivos de rede. O lado esquerdo da Figura
4 são mostrados alguns dispositivos comuns que frequentemente originam mensagens
que compõem nossa comunicação. Eles incluem vários tipos de computadores (ícones
de um computador pessoal e de um notebook são mostrados), servidores e telefones
IP. Em redes locais, esses dispositivos normalmente são conectados por meio de uma
rede de área local (LAN – com ou sem fio).

O lado direito da Figura 4 mostra alguns dos dispositivos intermediários mais comuns,
usados para direcionar e gerenciar mensagens através da rede, assim como outros sím-
bolos comuns de rede. Símbolos genéricos são mostrados para:
 Switch – o dispositivo mais comum para interligar redes locais
 Firewall – fornece segurança às redes
 Roteador – ajuda a direcionar mensagens conforme elas navegam pela rede
 Roteador sem fio – um tipo específico de roteador normalmente encontrado em
redes residenciais
 Nuvem – usado para resumir um grupo de dispositivos de rede. Detalhes sobre
isso não são relevantes para esta discussão

16
 Link serial – uma forma de interligação WAN, representada por uma seta pis-
cando.
Figura 4: Símbolos de redes de dados

Para que uma rede funcione, os dispositivos devem estar interligados. As conexões de
rede podem ser com ou sem fio. Nas conexões com fio, pode-se usar cobre, que trans-
mite sinais elétricos, ou fibra ótica, que transmite sinais de luz. Nas conexões sem fio, o
meio físico é a atmosfera terrestre ou o espaço e os sinais são micro-ondas. Cobre inclui
cabos, como fios de telefone com par trançado, cabos coaxiais ou mais comumente, o
que é conhecido como cabo UTP de categoria 5 (Par trançado sem blindagem). Fibras
óticas, finos fios de vidro ou plástico que transmitem sinais de luz, são outra forma de
meio físico de rede. As conexões sem fio podem incluir uma conexão residencial entre
um roteador sem fio e um computador com uma placa de rede compatível, a conexão
sem fio entre duas estações remotas, ou a comunicação entre dispositivos na terra e
satélites. Numa típica viagem através da Internet, uma mensagem pode viajar por meio
de uma variedade de meios físicos. A Figura 5 mostra alguns exemplos de conexões de
redes.

17
Figura 5: Alguns tipos de conexões de redes

Os seres humanos frequentemente procuram enviar e receber uma variedade de men-


sagens usando aplicações de computador; essas aplicações necessitam que serviços
sejam oferecidos pela rede. Alguns desses serviços incluem a World Wide Web (www),
e-mail, envio de mensagens instantâneas e telefonia IP. Os dispositivos interligados por
meios físicos para fornecer serviços devem ser governados por regras ou protocolos.
Na Tabela 1, alguns serviços comuns e o protocolo mais diretamente associado àquele
serviço são listados.

Tabela 1: Exemplo de serviços comuns e protocolos de redes.

Protocolos são as regras que os dispositivos de rede usam para se comunicarem. O


padrão de indústria de rede atualmente é um conjunto de protocolos chamado TCP/IP
(Transmission Control Protocol/Internet Protocol). O TCP/IP é usado em redes residen-
ciais e comerciais, sendo o principal protocolo da Internet. São os protocolos TCP/IP

18
que especificam os mecanismos de formatação, endereçamento e roteamento que as-
seguram que nossas mensagens serão enviadas ao receptor correto.

Normalmente, as pessoas imaginam redes somente no sentido abstrato. Criamos e en-


viamos uma mensagem de texto e ela é quase imediatamente mostrada no dispositivo
de destino. Embora saibamos que entre o nosso dispositivo de envio e o dispositivo
receptor existe uma rede por meio da qual nossa mensagem navega, raramente pensa-
mos sobre todas as partes e peças que compõem essa infraestrutura.

As mensagens

No primeiro passo de sua jornada do computador ao destino, nossa mensagem instan-


tânea é convertida em um formato que pode ser transmitido pela rede. Todos os tipos
de mensagens devem ser convertidos em bits, sinais binários digitais, antes de serem
enviadas para seus destinatários. Isso vale para qualquer formato original de mensa-
gem: texto, vídeo, voz ou dados de computador. Quando a nossa mensagem instantâ-
nea é convertida em bits, ela está pronta para ser enviada pela rede.

Os dispositivos

Para começar a compreender a robustez e a complexidade das redes interligadas que


formam a Internet, é necessário começar pelo básico. Vejamos o exemplo de enviar
uma mensagem de texto usando um programa de envio de mensagem instantânea em
um computador. Quando pensamos em usar serviços de rede, normalmente pensamos
em usar um computador para acessá-los. Mas o computador é apenas um tipo de dis-
positivo que pode enviar e receber mensagens pela rede. Vários outros tipos de dispo-
sitivos também podem ser conectados à rede para participar de serviços de rede. Entre
esses dispositivos estão telefones, câmeras, equipamentos de música, impressoras e
consoles de jogos.

Além do computador, há inúmeros outros componentes que tornam possível que nossa
mensagem instantânea seja direcionada por quilômetros de fios, cabos subterrâneos,
ondas e estações de satélite que podem existir entre os dispositivos de origem e de
destino. Um componente importantíssimo de uma rede de qualquer tamanho é o rotea-
dor. Ele une duas ou mais redes, como uma rede residencial e a Internet, e transmite
informações de uma rede à outra. Os roteadores em uma rede têm o objetivo de garantir
que a mensagem chegue ao seu destino da maneira mais eficiente e rápida.

O meio

Para enviar nossa mensagem instantânea ao seu destino, o computador deve estar co-
nectado a uma rede local com ou sem fio. Redes locais podem ser instaladas em resi-
dências ou empresas, onde possibilitam que computadores e outros dispositivos tro-
quem informações entre si e usem uma conexão comum com a Internet.

19
Redes sem fio permitem o uso de dispositivos de rede em escritórios ou residências,
mesmo em áreas externas. Fora de escritórios ou residências, redes sem fio estão dis-
poníveis em locais públicos, como cafés, empresas, quartos de hotel e aeroportos.

Várias redes instaladas usam fios para fornecer conectividade. Ethernet é a tecnologia
com fio mais comum atualmente. Os fios, chamados cabos, conectam computadores e
outros dispositivos que constituem as redes. Redes com fio são melhores para transmitir
grandes quantidades de dados em alta velocidade, o que é necessário para suportar
multimídia de qualidade profissional.

Os serviços

Os serviços de rede são programas de computador que apoiam as relações humanas.


Distribuídos em dispositivos ao longo da rede, esses serviços apoiam ferramentas de
comunicação on-line, tais como e-mails, quadros de comunicação/discussão, salas de
Chat e o envio de mensagens instantâneas. Um serviço de envio de mensagens instan-
tâneas, por exemplo, fornecido por dispositivos na nuvem, deve ser acessível tanto ao
emissor quanto ao receptor.

As regras

Aspectos importantes das redes que não são nem dispositivos nem meio físico são as
regras ou protocolos. Essas regras são os padrões e protocolos que especificam como
as mensagens são enviadas, direcionadas através da rede e interpretadas nos disposi-
tivos de destino. Por exemplo, no caso do envio de mensagens instantâneas Jabber, os
protocolos XMPP, TCP e IP são importantes conjuntos de regras que possibilitam que
nossa comunicação ocorra.

3.3.2. Redes Convergidas


Múltiplos serviços – múltiplas redes

Os tradicionais telefone, rádio, televisão e redes de dados de computador têm suas pró-
prias versões dos quatro elementos básicos de rede. Antigamente, cada um desses
serviços necessitava de uma tecnologia diferente para transmitir o seu sinal particular
de comunicação. Além disso, cada serviço possuía seu próprio conjunto de regras e
padrões para assegurar a comunicação bem-sucedida de seu sinal por um meio espe-
cífico. A Figura 6 mostra um exemplo desta divisão.

20
Figura 6: Múltiplos serviços e redes

Redes convergidas

Os avanços tecnológicos possibilitam a consolidação dessas redes diferentes em uma


única plataforma – uma plataforma definida como uma rede convergida. O fluxo de voz,
vídeo e dados que viaja pela mesma rede elimina a necessidade de criar e manter redes
separadas. Em uma rede convergida, ainda existem muitos pontos de contato e muitos
dispositivos especializados – como por exemplo, computadores pessoais, telefones, tvs,
assistentes pessoais e registros de venda a varejo – mas somente uma infraestrutura
de rede comum. A

Figura 7: mostra exemplo de redes convergidas.

21
3.4. Arquitetura da Internet
3.4.1. A arquitetura de rede
As redes devem suportar uma grande variedade de aplicações e serviços, assim como
operar em vários tipos diferentes de infraestrutura física. O termo arquitetura de rede,
neste contexto, se refere às tecnologias que apoiam a infraestrutura e serviços progra-
mados e aos protocolos que movimentam as mensagens através dessa infraestrutura.
Conforme a Internet e as redes em geral evoluem, estamos descobrindo que há quatro
características básicas que as arquiteturas subjacentes precisam abordar para estar à
altura das expectativas do usuário: tolerância a falhas, escalabilidade, Qualidade de
Serviço e segurança.

Tolerância a falhas

A expectativa de que a Internet esteja sempre disponível aos milhões de usuários que
dependem dela requer uma arquitetura de rede projetada e construída para ser tolerante
a falhas. Uma rede tolerante a falhas é aquela que limita o impacto de uma falha no
hardware ou software e consegue se recuperar rapidamente quando tal falha ocorre.
Essas redes dependem de links ou caminhos redundantes entre a origem e o destino
de uma mensagem. Se um link ou caminho falha, processos asseguram que as mensa-
gens possam ser instantaneamente encaminhadas por um link diferente invisível aos
usuários de cada extremidade. Ambos as infraestruturas físicas e os processos lógicos
que direcionam as mensagens através da rede são projetados para acomodar essa re-
dundância. Essa é uma premissa básica da arquitetura das redes atuais.

Escalabilidade

Uma rede escalável pode se expandir rapidamente para suportar novos usuários e apli-
cações, sem causar impacto no desempenho do serviço fornecido aos usuários existen-
tes. Milhares de novos usuários e prestadores de serviços se conectam a Internet a
cada semana. A habilidade da rede de suportar essas novas conexões depende de um

22
projeto hierárquico em camadas para a infraestrutura física subjacente e a arquitetura
lógica. A operação em cada camada possibilita que usuários e provedores de serviços
sejam inseridos sem causar distúrbios na rede inteira. A evolução tecnológica tem au-
mentado constantemente a capacidade de transmissão de mensagens e o desempenho
dos componentes da infraestrutura física em cada camada. Essa evolução, juntamente
com os novos métodos para identificar e localizar usuários individuais em redes interco-
nectadas, tem possibilitado que a Internet acompanhe o ritmo da demanda dos usuários.

Qualidade de Serviço (QoS)

A Internet oferece atualmente um nível aceitável de tolerância a falhas e escalabilidade


aos seus usuários. Mas novas aplicações disponíveis aos usuários nas conexões de
redes criam maiores expectativas quanto à qualidade dos serviços oferecidos. Trans-
missões de voz e vídeo ao vivo requerem um nível de qualidade consistente e ininter-
rupta que não era necessário para as aplicações tradicionais de computador. A quali-
dade desses serviços é medida de acordo com a qualidade de se experimentar a mesma
apresentação em áudio ou vídeo pessoalmente. Redes tradicionais de voz e vídeo são
projetadas para suportar um único tipo de transmissão e, portanto, são capazes de pro-
duzir um nível aceitável de qualidade. Novos requisitos para suportar esta Qualidade de
Serviço em rede convergida estão mudando a maneira como arquiteturas de rede são
projetadas e implementadas.

23
Segurança

A Internet evoluiu de uma rede altamente controlada de organizações educacionais e


governamentais para um meio de transmissão de comunicações pessoais e comerciais
de amplo acesso. Em consequência, os requisitos de segurança de rede mudaram. As
expectativas de segurança e privacidade que resultam do uso da rede para trocar infor-
mações de negócios importantes e confidenciais excedem o que a atual arquitetura
pode oferecer. A rápida expansão nas áreas de comunicação que não usavam os ser-
viços de redes de dados tradicionais está aumentando a necessidade da segurança
embutida na arquitetura de rede. Consequentemente, um grande esforço está sendo
dedicado a essa área de pesquisa e desenvolvimento. Enquanto isso, várias ferramen-
tas e procedimentos estão sendo implementados para combater falhas de segurança
inerentes à arquitetura de rede.

24
3.4.2. Arquitetura de rede tolerante a falhas
A Internet, em sua concepção inicial, resultou da pesquisa financiada pelo Departa-
mento de Defesa dos Estados Unidos (DoD). Seu principal objetivo era ter um meio de
comunicação que pudesse resistir à destruição de inúmeros locais e instalações de
transmissão sem perturbar o serviço. Assim, a tolerância a falhas era o foco dos esfor-
ços do projeto inicial da conexão entre redes. Os primeiros pesquisadores de redes ob-
servavam as redes de comunicação existentes, que eram usadas inicialmente para a
transmissão de voz, para determinar o que poderia ser feito para melhorar o nível de
tolerância a falhas.

Redes orientadas à conexão de comutação de circuito

Para compreender o desafio que os pesquisadores do DoD estavam enfrentando, é pre-


ciso analisar como os antigos sistemas de telefonia funcionavam. Quando uma pessoa
faz uma ligação usando um aparelho de telefone tradicional, a ligação primeiramente
passa por um processo de configuração, no qual todos os locais de comutação entre a
pessoa e o aparelho de telefone para o qual está ligando são identificados. Um caminho
ou circuito temporário é criado através dos vários locais de comutação para uso durante
a ligação telefônica. Se qualquer link ou dispositivo que participa do circuito falhar, a
ligação cai. Para reconectar, uma nova ligação deve ser feita, e um novo circuito criado
entre o aparelho de telefone de origem e o destino. Esse tipo de rede orientada à cone-
xão é chamada de rede de comutação de circuito. As primeiras redes desse tipo não
recriavam dinamicamente circuitos interrompidos. Para se recuperar da falha, novas li-
gações tinham que ser iniciadas e novos circuitos construídos, de fim-a-fim. A Figura 8
mostra a rede de comutação de circuito.

25
Figura 8: Rede com comutação de circuito.

Muitas redes de comutação de circuito dão prioridade à manutenção das conexões de


circuito existentes, apesar da necessidade de novos circuitos. Neste tipo de rede orien-
tada à conexão, uma vez que um circuito é estabelecido, mesmo que não ocorra comu-
nicação entre as pessoas, o circuito permanece conectado, e os recursos reservados
até que uma das partes interrompa a ligação. Já que há uma capacidade finita de criar
novos circuitos, é possível ocasionalmente receber uma mensagem de que todos os
circuitos estão ocupados e que a ligação não pode ser completada. O custo para criar
vários caminhos alternativos com capacidade suficiente para suportar um grande nú-
mero de circuitos simultâneos e as tecnologias necessárias para recriar dinamicamente
circuitos interrompidos no caso de uma falha, levaram o DoD a considerar outros tipos
de redes.

Redes sem conexão de comutação de pacotes

Na busca por uma rede que pudesse resistir à perda de uma quantidade significativa de
suas instalações de comutação e transmissão, os primeiros criadores da Internet rea-
valiaram as pesquisas iniciais sobre redes de comutação de pacotes. A premissa para
esse tipo de rede é que uma única mensagem pode ser separada em múltiplos blocos
de mensagem. Blocos individuais contendo informações de endereçamento indicam
tanto o ponto de origem como seu destino final. Usando essa informação inerente, esses
blocos de mensagem, chamados pacotes, podem ser enviados através da rede por vá-
rios caminhos e podem ser reunidos na mensagem original ao chegar ao seu destino.

26
Uso de pacotes

Os próprios dispositivos de rede não sabem o conteúdo dos pacotes individuais; só é


visível o endereço do destino final e o próximo dispositivo no caminho para o destino.
Nenhum circuito reservado é construído entre emissor e receptor. Cada pacote é envi-
ado independente de um local de comutação para outro. Em cada local, uma decisão
de roteamento é feita sobre qual caminho usar para enviar o pacote ao seu destino final.
Se um caminho anteriormente usado não estiver mais disponível, a função de rotea-
mento pode dinamicamente escolher o próximo melhor caminho disponível. Como as
mensagens são enviadas em pedaços ao invés de em uma única mensagem completa,
os pacotes que podem ser perder por ocasião de uma falha podem ser retransmitidos
ao destino por caminhos diferentes. Em muitos casos, o dispositivo de destino não per-
cebe que qualquer falha ou redirecionamento ocorreu.

Os pesquisadores do DoD perceberam que uma rede sem conexão de comutação de


pacotes possuía as características necessárias para suportar uma arquitetura de rede
resistente e tolerante a falhas. A necessidade de um circuito único reservado do início
ao fim não existe em uma rede de comutação de pacotes. Qualquer parte da mensagem
pode ser enviada através da rede usando qualquer caminho disponível. Pacotes con-
tendo partes de mensagens de diferentes origens podem navegar juntos na rede ao
mesmo tempo. O problema de circuitos não direcionados ou ociosos é eliminado – todos
os recursos disponíveis podem ser usados a qualquer hora para enviar pacotes ao seu
destino final. Ao fornecer um método para o uso dinâmico de caminhos redundantes,
sem intervenção do usuário, a Internet se tornou um método de comunicação escalável
e tolerante a falhas. A Figura 9 mostra a rede com comutação de pacotes.

Figura 9: Rede com comutação de pacotes.

27
Redes orientadas à conexão

Embora as redes sem conexão de comutação de pacotes preencham as necessidades


do DoD e continuem sendo a principal infraestrutura da Internet atualmente, existem
alguns benefícios em um sistema orientado à conexão, como o sistema telefônico de
comutação de circuito. Como os recursos nos vários locais de comutação são dedicados
a fornecer um número finito de circuitos, a qualidade e a consistência das mensagens
transmitidas através da rede orientada à conexão pode ser garantida. Outro benefício é
que o provedor de serviço pode cobrar os usuários da rede de acordo com o período de
tempo em que a conexão está ativa. A habilidade de cobrar os usuários por conexões
ativas através da rede é uma premissa fundamental da indústria de serviços de teleco-
municações.

3.4.3. Arquitetura de rede escalável.


O fato de que a Internet é capaz de se expandir na rapidez atual sem causar sérios
impactos ao desempenho de usuários individuais é uma função do projeto de protocolos
e tecnologias subjacentes sobre os quais ela é construída. A Internet, que nada mais é
que o agrupamento de redes públicas e privadas interligadas, possui uma estrutura hi-
erárquica em camadas para serviços de endereçamento, nomeação e conectividade.
Em cada nível ou camada da hierarquia, operadoras de redes individuais mantêm rela-
ções com outras operadoras no mesmo nível. Consequentemente, o tráfego da rede
que é destinado a serviços locais ou regionais não necessita passar por um ponto cen-
tral de distribuição. Serviços comuns podem ser duplicados em diferentes regiões,
dessa forma evitando o tráfego nas redes de suporte principal de nível mais elevado.

Embora não exista uma única organização que regule a Internet, as operadoras de vá-
rias redes individuais que oferecem conectividade à Internet cooperam para seguir pa-
drões e protocolos aceitos.

A aderência a padrões possibilita que os fabricantes de hardware e software se concen-


trem na melhoria de produtos nas áreas de desempenho e capacidade, sabendo que
novos produtos poderão se integrar e aperfeiçoar a infraestrutura existente.

A atual arquitetura da Internet, embora altamente escalável, pode nem sempre ser ca-
paz de acompanhar o ritmo da demanda dos usuários. Novas estruturas de endereça-
mento e protocolos estão sendo desenvolvidas para atender à rapidez com que aplica-
ções e serviços da Internet têm sido criados.

3.4.4. Qualidade de Serviço


As redes precisam oferecer serviços seguros, previsíveis, mensuráveis e, às vezes, ga-
rantidos. A arquitetura de rede de comutação de pacotes não garante que todos os pa-
cotes que compõem uma mensagem em particular chegarão a tempo, na ordem correta,
ou mesmo que eles chegarão.

28
As redes também precisam de mecanismos para gerenciar o tráfego congestionado da
rede. O congestionamento ocorre quando a demanda dos recursos da rede excede a
capacidade disponível.

Se todas as redes tivessem recursos infinitos, não haveria necessidade de usar um me-
canismo QoS para assegurar a Qualidade de Serviço. Infelizmente, não é bem assim.
Há algumas limitações nos recursos de rede que não podem ser evitadas. As limitações
incluem limitações de tecnologia, custos e a disponibilidade local de serviço de banda
larga. A largura de banda é a medida da capacidade de transmissão de dados da rede.
Quando se tenta realizar comunicações simultâneas através da rede, a demanda pela
largura de banda pode exceder sua disponibilidade. A solução óbvia para essa situação
é aumentar a disponibilidade da largura de banda. Mas, devido às limitações menciona-
das anteriormente, nem sempre isso é possível.

Na maioria dos casos, quando o volume de pacotes é maior do que pode ser transpor-
tado através da rede, os dispositivos criam filas de pacotes na memória até que haja
recursos disponíveis para transmiti-los. O enfileiramento de pacotes gera atraso. Se o
número de pacotes a serem enfileirados continuar aumentando, a memória fica cheia e
pacotes são descartados.

Alcançando a Qualidade de Serviço (QoS) necessária por meio do gerenciamento dos


parâmetros de atraso e perda de pacotes em uma rede se torna o segredo para o su-
cesso em uma solução de qualidade de uma aplicação do início ao fim. Assim, para
assegurar o QoS é necessário um conjunto de técnicas para gerenciar a utilização dos
recursos de rede. Para manter a alta Qualidade de Serviço para aplicações que preci-
sam disso, é necessário priorizar quais os tipos de pacotes devem ser enviados em
detrimento de outros tipos de pacotes que podem sofrer atrasos ou serem descartados.
A Figura 10 mostra exemplo de priorização de trafego.
Figura 10: Priorizando trafego.

29
Classificação

Preferencialmente, gostaríamos de designar uma prioridade precisa para cada tipo de


comunicação. Mas, atualmente, isso não é possível e nem prático. Portanto, classifica-
mos as aplicações em categorias com base na qualidade específica dos requisitos dos
serviços.

Para criar classificações de QoS de dados, usamos uma combinação de características


de comunicação e a importância relativa da aplicação. Então, tratamos todos os dados
na mesma classificação de acordo com as mesmas regras. Por exemplo, uma comuni-
cação que seja urgente ou importante seria classificada de forma diferente de uma co-
municação que possa esperar ou que seja de menor importância.

Designação de prioridades

As características da informação transmitida também afetam o seu gerenciamento. Por


exemplo, o envio de um filme usa uma quantidade relativamente grande de recursos de
rede quando é feito continuamente, sem interrupção. Outros tipos de serviço – como e-
mail – não requerem tanto da rede. Em uma companhia, um administrador pode decidir
alocar a maior parte dos recursos de rede para filmes, por acreditar que essa seja a
prioridade para seus clientes. Esse administrador pode decidir que o impacto será mí-
nimo se os usuários de e-mail tiverem que esperar um pouco mais para que seus e-
mails cheguem. Em outra companhia, a qualidade do stream de vídeo não é tão impor-
tante quanto informações fundamentais de controle do processo que opera o maquinário
de produção.

Mecanismos de QoS possibilitam o estabelecimento de estratégias de gerenciamento


de filas que reforçam prioridades para diferentes classificações de dados de aplicações.
Sem mecanismos de QoS adequadamente projetados e implementados, pacotes de
dados serão descartados sem consideração das características ou prioridade da aplica-
ção. Exemplos de decisões sobre prioridade para uma organização podem incluir:
 Comunicação urgente – aumenta a prioridade de serviços como telefonia ou dis-
tribuição de vídeo.
 Comunicação não urgente – diminui a prioridade de recuperação de páginas ou
e-mail.
 Alta importância para organização – aumenta a prioridade do controle de produ-
ção ou de dados de transações comerciais.
 Comunicação indesejada – diminui a prioridade ou bloqueia atividades indeseja-
das, como compartilhamento de arquivos ou entretenimento ao vivo.

A Qualidade de Serviço que uma rede pode oferecer é uma questão vital e, em algumas
situações, crucial. Imagine as consequências da interrupção de uma ligação para um
número de emergência ou da perda de um sinal de controle para uma peça automática
de maquinário pesado. Uma responsabilidade chave de gerenciadores de rede em uma
organização é estabelecer uma política de Qualidade de Serviço e assegurar que haja
mecanismos para alcançar esse objetivo.

30
3.4.5. Segurança de rede
A infraestrutura de rede, os serviços e dados contidos nos computadores ligados a ela
são bens pessoais e comerciais cruciais. O comprometimento da integridade desses
bens poderia ter sérias repercussões comerciais e financeiras.

 As consequências da quebra da segurança de uma rede poderiam incluir:


 Falha na rede que impossibilite comunicações e transações, com a consequente
perda de negócios
 Direcionamento errado e perda de fundos pessoais ou comerciais
 Roubo e uso por concorrentes de propriedade intelectual da companhia (ideias
de pesquisa, patentes ou projetos)
 Revelação de detalhes de contratos com clientes a concorrentes ou ao público
em geral, resultando na perda de confiança no mercado

A perda da confiança do público no nível de privacidade, confidencialidade e integridade


de um negócio pode levar à perda de vendas e à eventual falência da companhia. Há
dois tipos de preocupação com a segurança da rede que devem ser abordados para
prevenir consequências sérias: segurança da infraestrutura de rede e segurança de con-
teúdo.

A segurança da infraestrutura de rede inclui a segurança física dos dispositivos que


fornecem conectividade à rede e a prevenção de acesso não autorizado ao software de
gerenciamento neles presente.

A segurança de conteúdo se refere à proteção das informações contidas nos pacotes


transmitidos através da rede e das informações armazenadas nos dispositivos ligados
à rede. Ao transmitir informações através da Internet ou de outra rede, o conteúdo dos

31
pacotes individuais não é imediatamente conhecido pelos dispositivos e instalações pe-
los quais os pacotes passam. Ferramentas para fornecer segurança ao conteúdo de
mensagens individuais devem ser implementadas no topo dos protocolos subjacentes
que determinam como os pacotes são formatados, endereçados e enviados. Como a
reunião e interpretação do conteúdo são delegados a programas executados nos siste-
mas de origem e destino individuais, muitas das ferramentas de segurança e protocolos
também devem ser implementados nesses sistemas.

As medidas de segurança tomadas em uma rede devem:


 Prevenir a divulgação não autorizada ou o roubo de informações
 Prevenir a modificação não autorizada de informações
 Prevenir a negação de serviços

As formas de se alcançar esses objetivos incluem:


 Assegurar a confidencialidade
 Manter a integridade da comunicação
 Assegurar a disponibilidade

Assegurar a confidencialidade

A privacidade dos dados é mantida permitindo-se que somente os receptores desejados


e autorizados – indivíduos, processos ou dispositivos – leiam os dados.

Possuir um sistema forte para autenticação do usuário, promover senhas que sejam
difíceis de adivinhar e solicitar aos usuários que mudem a senha frequentemente ajuda
a restringir o acesso a comunicações e dados armazenados nos dispositivos ligados à
rede. Quando apropriado, a criptografia de conteúdo assegura a confidencialidade e
minimiza a divulgação não autorizada ou o roubo de informações.

32
Manter a integridade da comunicação

Integridade dos dados significa ter a certeza de que a informação não foi alterada du-
rante a transmissão da origem ao destino. A integridade dos dados pode ser compro-
metida quando informações são corrompidas – voluntariamente ou por acidente – antes
que o receptor desejado as receba.

Integridade da origem significa ter certeza e segurança de que a identidade do emissor


foi validada. Ela é comprometida quando um usuário ou dispositivo falsifica sua identi-
dade e fornece informações incorretas ao receptor.

O uso de assinaturas digitais, algoritmos hash e mecanismos de entrada repetida são


formas de garantir a integridade da origem e dos dados através da rede para prevenir a
modificação não autorizada de informações.

Assegurar a disponibilidade

Assegurar a confidencialidade e integridade é irrelevante se os recursos de uma rede


forem sobrecarregados ou simplesmente não estiverem disponíveis. Disponibilidade
significa assegurar o acesso pontual e confiável a serviços de dados para usuários au-
torizados. Recursos podem não estar disponíveis durante um ataque de negação de
serviço (DoS) ou devido à disseminação de um vírus de computador. Dispositivos de
firewall juntamente com softwares antivírus, podem assegurar a confiabilidade do sis-
tema e a resistência para detectar, repelir e lidar com tais ataques. A construção de
infraestruturas de rede completamente redundantes, com poucos pontos de falha, pode
reduzir o impacto dessas ameaças.

O resultado da implementação de medidas para melhorar a qualidade de serviço e a


segurança das comunicações na rede é o aumento da complexidade da plataforma de
rede subjacente. Conforme a Internet continua se expandindo para oferecer cada vez
mais novos serviços, seu futuro depende do desenvolvimento de arquiteturas novas e
mais fortes, que incluam as seguintes características: tolerância a falhas, escalabilidade,
Qualidade de Serviço e segurança.

3.6. Tendências de Redes - Para onde estamos indo?


A convergência de vários meios de comunicação diferentes em uma única plataforma
de rede está promovendo o crescimento exponencial das capacidades da rede. Há três
tendências principais que contribuem para modelar futuras redes complexas de infor-
mação:
Aumento do número de usuários de telefones celulares
Proliferação de dispositivos com capacidades de rede
Crescente variedade de serviços

Usuários de telefones celulares

Com o crescente número de instrumentos móveis e o aumento do uso de dispositivos


manuais, necessariamente cresceu a demanda de maior conectividade móvel à redes

33
de dados. Essa demanda criou um mercado para serviços sem fio que possuem maior
flexibilidade, cobertura e segurança.

Dispositivos novos e com maior capacidade

O computador é somente um dos muitos dispositivos nas redes atuais de informação.


Vemos a proliferação de novas tecnologias que podem aproveitar os serviços de rede
disponíveis.
As funções desempenhadas por telefones celulares, Personal Digital Assistants (Assis-
tentes Digitais Pessoais) ou PDAs, organizadores e pagers estão convergindo em dis-
positivos manuais únicos, com conectividade contínua a provedores de serviços e con-
teúdo. Esses dispositivos, anteriormente vistos como “brinquedos” ou itens de luxo, são
agora parte integrante de como nos comunicamos. Além dos dispositivos móveis, tam-
bém temos dispositivos de Voz sobre IP (VoIP), sistemas de jogos e uma grande varie-
dade de equipamentos residenciais e comerciais que podem se conectar e usar serviços
de rede.

Aumento da disponibilidade de serviços

A ampla aceitação da tecnologia e o ritmo acelerado de inovação nos serviços de rede


criam um ciclo de dependência. Para suprir a demanda, novos serviços são introduzidos
e os antigos são aperfeiçoados. À medida que os usuários passam a confiar nesses
novos serviços, eles querem cada vez mais capacidade. Assim, a rede cresce para su-
portar a crescente demanda. As pessoas dependem dos serviços oferecidos pela rede
e, portanto, dependem da disponibilidade e confiabilidade da infraestrutura de rede sub-
jacente.

O desafio de acompanhar uma rede em expansão de usuários e serviços é responsabi-


lidade de profissionais treinados em redes e Tecnologia da Informação.

34
As carreiras de Tecnologia da Informação (TI) e redes têm crescido e evoluído na
mesma proporção das tecnologias e serviços subjacentes. À medida que aumenta a
sofisticação das redes, a demanda por pessoas com conhecimentos em redes continu-
ará crescendo.

Aos tradicionais cargos de TI, como programadores, engenheiros de software, adminis-


tradores de bases de dados e técnicos de redes, foram acrescentados novos postos,
como arquiteto de redes, designer de páginas de e-Commerce, administrador de segu-
rança da informação e especialista em integração residencial. As oportunidades para
empreendedores ousados não têm limites.

Mesmo trabalhos não diretamente ligados a TI, como gerenciamento de produção ou


projeção de equipamentos médicos, agora requerem conhecimento significativo sobre
operação de redes para serem bem-sucedidos.

Chefes de departamentos de tecnologia em várias grandes organizações apontam a


falta de pessoal qualificado como o principal fator que atrasa a implementação de ser-
viços inovadores.

35

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