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Escrita e Redação

Módulo I

Parabéns por participar de um curso dos


Cursos 24 Horas.
Você está investindo no seu futuro!
Esperamos que este seja o começo de um
grande sucesso em sua carreira.

Desejamos boa sorte e bom estudo!

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Atenciosamente
Equipe Cursos 24 Horas
Sumário

Introdução..................................................................................................................... 3
Unidade 1 – Abordagem Inicial..................................................................................... 7
1.1 – Tipos de linguagem .......................................................................................... 7
1.2 – Linguagem oral ................................................................................................ 8
1.3 – Linguagem escrita ............................................................................................ 8
1.4 – Linguagem denotativa .................................................................................... 10
1.5 – Linguagem conotativa .................................................................................... 11
1.6 – Como escolher as palavras.............................................................................. 11
1.7 – Período, oração e frase ................................................................................... 12
1.8 – Pontuação....................................................................................................... 15
1.9 – Crase .............................................................................................................. 20
1.10 – Nova ortografia ............................................................................................ 22
1.11 – Ambiguidade................................................................................................ 29
Unidade 2 – Técnicas de Redação ............................................................................... 31
2.1 – Formatação e estrutura do parágrafo ............................................................... 31
2.2 – Objetividade e concisão.................................................................................. 33
2.3 – Coesão e coerência ......................................................................................... 34
2.4 – Os momentos que antecedem a produção textual ............................................ 38
2.5 – As partes de uma redação ............................................................................... 39
2.6 – Tema e título .................................................................................................. 42
Conclusão do Módulo I............................................................................................... 48
Introdução

O maior pesadelo da grande maioria das pessoas quando vai prestar processos
seletivos como vestibulares e concursos públicos ou até mesmo participar de seleções
de emprego é a redação. O pensamento de ter pouco tempo para escrever um texto de
cerca de 30 linhas sobre um assunto que só será divulgado no momento da prova, causa
insônia em diversos candidatos de todo o país.

Se livrar do estigma que é não saber como construir um texto é uma tarefa que
requer dedicação, mas que pode ser imensamente gratificante, em especial se o objetivo
for o de conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho ou uma vaga na
universidade.

Este curso tem a intenção de dar fim ao momento de angústia durante a escrita
de um texto convencional, uma carta, prova de vestibular etc. Esperamos que os
conhecimentos aqui repassados possam ser utilizados também em outros momentos e
com outros fins, afinal, a necessidade de saber escrever não é exclusiva das pessoas que
passam por processos seletivos, mas de todo profissional.

Quando falamos em redigir, é fundamental que tenhamos a capacidade de


organizar ideias. Precisamos partir de três requisitos básicos: conhecer o assunto,
possuir poder crítico sobre ele e dominar a língua portuguesa.

Todos nós conhecemos pelo menos uma pessoa que adora falar sobre qualquer
assunto; temas que vão desde a primeira vez que o homem pousou na lua até as
complexas técnicas de como fraudar uma votação secreta no senado, ou seja: nenhum
assunto é complexo demais. Se é difícil escutar um indivíduo desses, imagina ler o que
ele escreve. É necessário saber do que se está falando e ter certo domínio sobre o tema
abordado.

Suponhamos que um texto ou uma redação tenha como tema “As mudanças
climáticas no planeta”. Ora, o que se pode escrever sobre este assunto? Muita coisa!

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Mas se não estamos acompanhando o noticiário, vai ser difícil escrevermos uma única
linha. Quando arriscamos falar sobre um assunto que não dominamos, corremos o risco
de cometer um dos mais frequentes enganos de candidatos de processos seletivos: o ato
de “encher linguiça”. Em outras palavras: escrever, escrever e escrever, sem dizer
absolutamente nada.

Não é necessário formular uma tese, até porque não teríamos tempo para isso,
mas é importante deixar claro que temos uma opinião. Ninguém sabe qual será o tema
da redação em um processo seletivo. Sendo assim, a melhor coisa a se fazer é começar,
desde já, a ler. Nunca devemos nos limitar a um só assunto, devemos ler sobre tudo.
Revistas e jornais (na íntegra e não apenas a sua seção favorita), livros de ficção e
também os que obtiveram grande repercussão na mídia. Ou seja, praticamente tudo o
que for divulgado e que possua qualidade.

Que tal assumirmos o compromisso de ler ao menos uma revista por semana?
Ou, talvez, um livro a cada dois meses? Os benefícios que esta prática pode nos trazer
são enormes. Ler não é nenhum bicho de sete cabeças, basta deixar essa ideia de lado e
começar o quanto antes.

Além de nos prover conhecimento, a leitura nos ajuda a aprender a escrever.


Sem que conheçamos as regras de redação, nossos textos vão se modificando
naturalmente. Isto acontece porque no processo de leitura ganhamos mais vocabulário.
Perguntemos a qualquer bom jornalista quantos livros ele lê por ano. Assim,
entenderemos a facilidade dele se expressar acima da média. Começar a ter um poder
crítico sobre o mundo que nos cerca é outra consequência natural do hábito da leitura.

Será que conhecemos realmente o Brasil? Sabemos por quais problemas o povo
nordestino passa? Como realmente vive a população do norte do país? Por que o índice
de violência é tão grande na região sudeste? Por que o sul conseguiu se desenvolver
mais rápido que o restante do país? Conhecer os porquês do Brasil não é apenas uma
questão de patriotismo, mas sim de sensatez, até mesmo para tecermos críticas sobre o
local onde vivemos. No que diz respeito a uma redação de vestibular, ou de qualquer
outro processo seletivo, conhecer o Brasil
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é a melhor forma de encarar as 30 linhas de espaço para elaborar o texto. Novamente, é
aí que a leitura regular se revela fundamental. É importante conhecermos as notícias de
todas as regiões do Brasil, não apenas de nossa cidade ou estado.

Jornais e revistas são grandes fontes para sabermos o que se passa no mundo.
Devemos ler e nos informar sobre questões como: as razões das guerras, as crises
econômicas, os problemas ambientais e muitos outros, isto é, de agora em diante, temos
que reconhecer o mundo como a nossa casa. Não é preciso comprar os impressos, basta
ler pela internet. Cabe acessar os principais jornais de nossa cidade e analisarmos como
cada um pensa sobre o mesmo assunto, comparar e pensar a respeito. Deste modo,
descobriremos como o mesmo tema pode ser escrito de formas e com sentidos
diferentes.

“Qualquer um de nós, senhor de um assunto, é, em princípio, capaz de escrever


sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente
pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem”.
(J. Matoso Câmara Jr.)

Ter senso crítico é ser capaz de discordar com coerência de alguma opinião
utilizando argumentos sensatos e, também, um fator de grande importância no momento
de redigir uma redação, pois dá leveza ao texto. Isso é típico de quem conhece várias
opiniões sobre o assunto que está sendo tratado, mas tem uma opinião pessoal formada.

Dominar a linguagem é uma das boas consequências do hábito da leitura. Se não


perdemos a conta, já são quatro vantagens que conseguimos com as leituras constantes:
conhecimento, aprender a escrever, formular senso crítico e dominar a linguagem.

As pessoas mudas têm uma linguagem própria, a dos sinais. Se alguém domina
esta linguagem, pode se comunicar com qualquer outra pessoa que também a domine. O
mesmo vale para uma redação. As palavras são códigos que, se dominados, podem
passar a mensagem que quisermos da forma que queremos e para quem a gente quiser.

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Nada nos limitará! As palavras são desafiadoras considerando as muitas formas
de se escrever, mas, principalmente, o seu significado. O ato de escrever e denominar a
língua e a linguagem para alguns é fácil e agradável, entretanto, para outros pode
representar dificuldades e sacrifícios.

Quem escreve deve ter consciência de que ao redigir passamos impressões,


pensamentos críticos e vivência pessoal, sabendo que por meio do aprimoramento da
linguagem será possível expressar de forma plena o que se pensa. É importante
percebermos que a redação, tal como ela deve ser, é consequência de um processo
contínuo de aprendizagem.

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Unidade 1 – Abordagem Inicial

Olá, aluno(a)!

Seja bem-vindo(a) ao Curso de Escrita e Redação. Nesta primeira unidade,


veremos os conceitos básicos sobre o trabalho com a escrita.

Ao longo das exposições serão apresentadas algumas propostas de redações. Se


desejar, você pode enviar esses exercícios sugeridos e mais duas redações de tema livre
para que eu, professor, faça a correção. O envio não é obrigatório, porém sinta-se livre
para fazê-lo caso queira receber a correção e meus comentários.

Bom estudo!

1.1 – Tipos de linguagem

Existem diversos tipos de


linguagem. Aqui, vamos nos concentrar
em aprender um pouco mais sobre as
diferenças existentes entre a forma que
utilizamos para falar e a que utilizamos
para escrever, e também aprenderemos
sobre as linguagens conotativa e
denotativa.

Talvez a melhor forma de começar o


aprendizado sobre como escrever uma
redação com clareza e objetividade (maiores qualidades de qualquer texto), seja
descobrindo quais são as grandes diferenças entre a linguagem escrita e a linguagem
falada. Isso nos auxilia na diferenciação do vocabulário adequado para escrever uma
dissertação e qual deve ser usado apenas
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em discursos específicos ou conversas informais.

1.2 – Linguagem oral

A linguagem oral é aquela que


usamos em nosso cotidiano. Quando
estamos em um ambiente que exige
muita seriedade ou um comportamento
mais formal, como o local de trabalho,
por exemplo, nós geralmente ficamos
preocupados com a maneira que nos
comunicamos. Já quando estamos com
pessoas de nossa família ou amigos,
usamos uma linguagem coloquial, ou
seja, uma linguagem despreocupada, sem normas gramaticais ou vocabulários refinados.
Esses são momentos que nos permitem fazer uso de gírias, por exemplo.

Ao falarmos, possuímos algumas vantagens a mais do que quando escrevemos.


Um orador aumenta ou diminui o tom da voz, quando lhe convém, para chamar atenção
em determinado trecho de seu discurso. Ele possui, ainda, a vantagem de estar frente a
frente com o receptor de sua mensagem, chamando atenção para o discurso por meio de
gestos e do olhar. A vantagem de estar presente no momento de passar uma mensagem é
tão relevante que é comum, em nosso dia a dia, solicitarmos que conversas sejam
realizadas pessoalmente, quando se trata de um assunto sério. Sendo assim, a linguagem
oral não exige que tenhamos grandes preocupações com as regras gramaticais e com o
entendimento do receptor, uma vez que, no caso de dúvidas ou mal-entendidos, este
pode se manifestar, já que se encontra frente a frente com o orador, ao contrário do que
ocorre na linguagem escrita, como veremos a seguir.

1.3 – Linguagem escrita

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Este é o tipo de linguagem
que vamos aprender a utilizar ao
longo deste curso. Ao contrário
da linguagem falada, a escrita
exige de nós maior
comprometimento com as
palavras e com a norma padrão da
língua. Sempre que escrevemos, o
fazemos com determinada
finalidade e, para alcançarmos os
objetivos desejados, precisamos
saber como utilizar a variante normativa da gramática brasileira.

Aqui não podemos fazer, indiscriminadamente, o uso de gírias e demais


elementos que podem compor a linguagem coloquial. Isto quer dizer que quando por
algum motivo for necessário fazer uso de gíria ou de algum tipo de linguagem coloquial
ou diferente da norma padrão, precisamos tomar certos cuidados, deixando claro essas
marcas, fazendo uso, por exemplo, de aspas. Os sons e até mesmo as flexões da
linguagem falada têm que ser substituídos ao se redigir um texto.

Claro que isso não quer dizer que todo texto precisa ser cheio de palavras e
frases complicadas para ser bom; pelo contrário, ele deve ser “leve”. No entanto, temos
que evitar determinados erros que poderão gerar certa informalidade. Além disso,
veremos no decorrer do curso que uma boa redação tem que ser “enxuta”, ou seja, usar
poucas palavras e expressões para que tenha qualidade na comunicação.

Ao contrário da linguagem oral, não temos na escrita a vantagem de estar em


contato com a pessoa com quem se fala. Os leitores podem ser os mais diversos
possíveis. Sendo assim, um texto escrito precisa ser de fácil compreensão, permitindo
que as pessoas, independente de suas diferenças, sejam capazes de captar a mensagem
que se pretende transmitir.

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A dificuldade da redação seria, então, a de substituir com precisão todas as
vantagens típicas da linguagem falada por outras que permitam a comunicação por
escrito.

Mas apesar do que parece, escrever, independente de ser uma dissertação


escolar, uma carta comercial ou um texto jornalístico, não é algo inalcançável para
ninguém. Contudo, requer dedicação para a compreensão das regras típicas da
linguagem escrita.

1.4 – Linguagem denotativa

Para lembrarmos o que é a linguagem denotativa, podemos compará-la à linguagem


do dicionário. Nesta forma de linguagem, as palavras sempre aparecem com seu sentido
real, sem dar margem para interpretações. Para identificarmos um texto denotativo,
devemos analisar se o sentido das palavras e das construções frasais estão em seu
sentido literal.

Exemplo: Colhi uma flor no jardim.

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1.5 – Linguagem conotativa

Ao contrário da anterior, na linguagem conotativa as palavras podem adquirir


diferentes sentidos, que variam de acordo com o contexto em que elas estão inseridas. A
conotação é uma linguagem que trabalha com sentidos figurados e é muito utilizada por
profissionais da publicidade na construção de propagandas. Ela não é muito bem-vinda
em dissertações, já que esta estrutura de texto pede algo de maior formalidade e
exatidão.

Exemplo: Sua filha é mesmo uma flor!

1.6 – Como escolher as palavras

A imprecisão das palavras é um dos erros mais comuns que se verifica nos
textos. Não podemos nos basear apenas pelo hábito do uso no dia a dia para justificar
seu uso no texto. Considerando o que vimos até aqui a respeito das linguagens escrita e
falada, denotativa e conotativa, sabemos que uma mesma palavra pode ser usada para
designar mais de um elemento, e sabemos também que nem todas as palavras e

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linguagens devem ser utilizadas em todo momento e em qualquer contexto.

Sendo assim, para escolher as palavras


adequadas na hora de construir um texto devemos
considerar o seu contexto, a sua finalidade e o seu
caráter. Deve-se verificar se o texto é descritivo,
narrativo, dissertativo ou de outro gênero, como
veremos mais adiante.

1.7 – Período, oração e frase

Oração: é o enunciado que se estrutura e faz sentido baseado em um verbo.

Exemplos:

• Os garotos cansaram.
• Fui ao mercado
ontem.
• Andamos muito
naquele dia.

Período: é a frase que contém uma ou mais orações. Este é o termo que damos para
organizar orações simples ou complexas, curtas ou longas, que, muitas vezes, se
separam umas das outras através da vírgula. Os períodos representam pensamentos
desenvolvidos, conclusos e inteligíveis. Eles podem ser simples, tendo somente uma
oração e podem ser compostos quando têm duas ou mais orações, ou seja, mais de um
verbo como elemento principal para efeito de sentido.

Exemplos:

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• Período simples: Os professores e os alunos se reuniram ontem.

• Período composto: Os professores e os alunos se reuniram ontem e decidiram


quais seriam as regras do Festival Universitário.

É necessário que tenhamos cuidado ao escolher que tipo de período utilizar. Se


tivermos muitas informações sobre um mesmo assunto, o melhor será mesclar o
parágrafo utilizando períodos simples e compostos.

O período mais utilizado é o simples, pois facilita a leitura e, portanto, o


entendimento. No entanto, o período composto é usado como forma de deixar o texto
menos cansativo, pois sua estrutura concede ao leitor agilidade.

Exemplos:

“Redigir um texto requer estudo. O aluno precisará se dedicar. A dedicação é sua


única maneira de compreender e colocar em prática as técnicas de redação.”

Quem não compreendeu o pensamento acima? Foi fácil, mas o texto em si está
mais parecendo um telegrama com frases curtas, com pouca ou nenhuma conexão.
Vejamos como ficaria se usássemos também o período composto:

“Redigir um texto requer estudos. O aluno precisará se dedicar, pois esta é a única
maneira de compreender e colocar em prática as técnicas de redação.”

Vejamos que o segundo período é mais rápido e igualmente compreensível.

Os pensamentos formalizados em um período composto precisam de partículas


de ligação entre as orações para que não perca sua unidade e sentido. A estas partículas
damos o nome de conjunções, das quais falaremos mais adiante.

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Frase: é um enunciado constituído por vocábulos que se reúnem para a formação do
processo de comunicação, apresentando sentido completo, podendo ou não ter verbo, ou
seja, podendo ou não possuir oração. Assim, nem toda frase é um período.

Quando dizemos: “O dia está chuvoso”, “Todos estão trabalhando”, “Que dia é
hoje?”, “Ai!” – todas estas construções são exemplos de frase. Em uma redação
podemos considerar a frase como o núcleo de todo o texto. Se ela é formulada de forma
equivocada, isso afetará o parágrafo do qual faz parte e, finalmente, o texto por
completo.

A frase simples, geralmente, é estruturada com sujeito e predicado. O primeiro


indica quem exerce a ação e o segundo trata da ação principal. Mas nem todas as frases
possuem esta estrutura. As frases mais complexas incluem ainda:
a) Adjunto adverbial: apresenta as circunstâncias envolvidas no processo designado
pelo verbo (tempo, lugar, causa, modo, instrumento, fim, companhia, entre outros).

b) Objeto direto: é utilizado quando o verbo pede complemento para que a frase tenha
significado.

Exemplo: Renata ganhou um presente. O verbo “ganhou” pede um complemento, que é


o “presente”.

c) Objeto indireto: é utilizado quando o verbo, ao pedir um complemento, necessita de


uma preposição.

d) Predicativo: é um elemento que indica qualidade, um estado ou uma condição do


sujeito. Quando há predicativo na frase, há também verbo de ligação. O verbo de
ligação não exprime ação e sim um estado, ligando o sujeito ao predicativo. Os verbos
de ligação mais comuns são: ser, estar, permanecer, ficar, continuar, parecer, andar etc.

Esta listagem relaciona formas de frases mais complexas. Uma única frase pode
conter todos estes complementos, apenas um deles, ou ainda, nenhum. Todas as frases
precisam ser claras e precisas.
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1.8 – Pontuação

Na comunicação escrita, a
pontuação é essencial. Se mal colocada, ela
pode deixar um texto com dupla
interpretação ou com interpretação errada.

Vejamos, abaixo, os sinais de


pontuação que utilizamos na língua escrita
e suas funções mais básicas:

Vírgulas [ , ]

• Separam itens dentro de uma mesma frase;


• Separam adjuntos e orações adverbiais;
• Separam o aposto e o vocativo;
• Separam elementos intercalados;
• Separam elementos não restritivos.

Ponto e vírgula [ ; ]

• Localizam-se entre duas ou mais orações coordenadas;


• Separam itens que já tem vírgula;
• Para separar itens de uma enumeração;
• Orações ligadas pelas conjunções: entretanto, por conseguinte,
consequentemente, portanto.

Dois pontos [ : ]

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• Para introduzir itens;
• Para uma citação formal.

Ponto de exclamação [ ! ]

• Vem sempre depois de uma interjeição;


• Indica emoções e ordem.

Ponto final [ . ]

• Usado no fim da frase para afirmar ou concluir;


• Usada em abreviaturas.

Ponto de interrogação [ ? ]

• Usado no final da frase para indicar perguntas, dúvidas e indignação.

Reticências [ ... ]

• Para indicar continuidade ou interrupção.

Aspas [ “ ” ]

• Para indicar citação;


• Para indicar palavras estrangeiras, neologismos e gírias.

Parêntesis ( )

• Para explicar algo.

Travessão [ – ]

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• Para indicar diálogo;
• Separa orações intercaladas, assim como a vírgula e o parêntesis;
Leia:
A falta de pontuação ou a pontuação errada também pode causar grandes
problemas quanto à ambiguidade, ou trazer uma interpretação completamente diferente da
que queremos. Veja, nesta historinha, um exemplo disso:

Um homem rico agonizava em seu leito de morte. Pressentindo que o fim estava
próximo, pediu papel e caneta e escreveu: “Deixo meus bens a minha irmã não a meu
sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres”. Mas morreu antes
de fazer a pontuação. Para quem o falecido deixou a sua fortuna? Eram quatro
concorrentes:

1. O sobrinho fez a seguinte pontuação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho. Jamais será paga a
conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2. A irmã chegou, em seguida, e pontuou assim:

Deixo meus bens à minha irmã. Não ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta
do padeiro. Nada dou aos pobres.

3. O padeiro pediu cópia do original e puxou a brasa pra sardinha dele:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a
conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

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4. Aí chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a
conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Abaixo, temos a nossa primeira proposta de atividade. Leia-a, atentamente,


e depois responda. De preferência, copie e cole a atividade em documento Word e,
depois, envie-a para a nossa equipe fazer a correção.

Proposta de exercício 1

Pontue as frases abaixo de maneira correta:

a) Naquela obra tudo é bom os personagens o enredo a linguagem e até a capa

b) Eram várias frutas maçãs vermelhas doces e macias melancias suculentas e uvas
adocicadas de todas as cores

c) Em anos de trabalho eu jamais tinha visto um fenômeno como aquele

d) Durante seis meses ele ficou sem ver TV pois não estudou e reprovou

e) Eu não meu irmão foi reprovado no teste

f) O professor da Universidade José da Silva tem opinião contrária

g) De todos os vizinhos aquele era o único com quem me dava bem

h) As cores têm significados diferentes o vermelho é paixão e o branco é paz

i) Temos que considerar três pontos a rapidez a praticidade e a qualidade sem estas
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características os serviços que queremos prestar via internet serão de pouca valia até
porque a concorrência está grande não podemos arriscar e investir errado concorda

j) Todos nós temos defeitos mas assim é um pouco de exagero

l) O filme a que assisti hoje é o primeiro que mesmo sendo de Hollywood não tem final
feliz

1.9 – Crase

A crase é a união de duas vogais idênticas, ou seja, a + a = à. Vejamos, abaixo,


quando usá-la:

1. Preposição a + os artigos a, as:


O rei ficava indiferente às súplicas do povo.

2. Preposição a + os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:


Referiu-se àquele livro de Machado de Assis.
Entregue esta carta àquela moça da recepção.

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3. Preposição a + os pronomes demonstrativos a, as:
Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa.

4. Crase de preposição a + artigo a/as.


Sou desfavorável à ideia dela.
Chegamos cedo às aulas de português nesta semana.

Dicas

• Substitua a palavra feminina por outra masculina. Se encaixar a forma ao, isto é
sinal de que há crase.

Exemplos: Fui a faculdade. (?) Fui ao colégio. (?)


Correto: Fui à faculdade.

Observação – Sempre ocorre crase: às duas horas; à tarde; à direita; à esquerda; às


vezes; às pressas; à frente; à medida, à vontade, à disposição, à moda de, à maneira de
etc.

Não esqueça que só pode ocorrer crase diante de palavra feminina, que aceite o artigo a
e que dependa de outra palavra que exija a preposição a:

Exemplo: Você deve obedecer à lei.

Casos opcionais

Antes de nomes próprios femininos.


Exemplo: Falou-se à Marta que ela deveria ir embora.
Falou-se a Marta que ela deveria ir embora.

Antes de pronomes possessivos femininos.


Exemplo: Irei à sua festa.
Irei a sua festa.

Depois da preposição até:

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Exemplo: Fui até a padaria
Fui até à padaria.

Não ocorre crase diante de verbos.


Exemplo: Estava disposta a concorrer à candidatura.

Antes da palavra casa no sentido de lar.


Exemplo: Voltou a casa.

Diante de nome de cidade.


Exemplo: Ela viajou a negócios a São Paulo.

1.10 – Nova ortografia

Agora, conheceremos as mudanças ocorridas na ortografia da língua portuguesa,


válida em todos os países cujo idioma oficial é o português. Vejamos:

Alfabeto: nosso alfabeto agora inclui as letras K, W e Y.

Trema: Este sinal não é mais usado em palavras do vocabulário de língua portuguesa.
Segundo a nova ortografia, o trema só aparece em nome próprios (Müller, Bündchen
etc) ou em palavras derivadas de outros idiomas.

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Acento agudo

Vejamos, abaixo, os casos em que as palavras não recebem mais este acento:

• Os ditongos, que são os encontros de duas vogais em uma só sílaba, abertos ei ou oi,
não recebem mais o acento nas palavras paroxítonas, aquelas em que a penúltima
sílaba é pronunciada com mais ênfase.

Exemplos: idéia > ideia;


paranóia > paranoia;
platéia > plateia;
assembléia > assembleia.

Observação: As oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis, continuam acentuadas:
herói, anéis, céu etc.

• As paroxítonas cujas vogais i e u sejam tônicas e que formem hiato, junção de duas
vogais pertencentes a sílabas diferentes, sempre que tais vogais vierem após um
ditongo.

Exemplos: feiúra > feiura;


saiínha > saiinha;
baiúca > baiuca.

Observação: se a palavra for oxítona e a letra i ou u estiverem em posição final, ou


seguidos de s, o acento permanece. É o caso de Piauí.

• Nos verbos que têm o u tônico em que as letras g ou q o precedem, seguido de e ou


i:

Exemplo: argúis > arguis;


redargúem > redarguem.

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Hífen

Ele será empregado nas seguintes condições:

1. Em palavras compostas que não apresentam elementos de ligação:

Guarda-chuva;
Arco-íris;
Bate-boca.

Porém, há exceções! Palavras que perderam o sentido de composição não apresentam


hífen em sua grafia:

Girassol;
Mandachuva;
Paraquedas.

2. Se o segundo termo começa por h:

Anti-herói;
Super-homem;
Geo-história.

3. Separando vogais ou consoantes iguais:

Anti-inflamatório;
Micro-ondas;
Hiper-real;
Sub-base.
Prefixo pan ou circum seguidos de palavras iniciadas por vogais ou por h, m ou n:

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Pan-americano;
Pan-hispânico;
Circum-navegação.

4. Após os prefixos pós, pré, pró, ex, além, aquém, recém, sem:

Pós-graduado;
Pré-datado;
Pró-reitor;
Recém-nascido;
Ex-marido;
Sem-vergonha;
Além-mar.

5. Em palavras de origem Tupi-Guarani:

Capim-açu;
Goio-coió;
Itajai-guaçu.

6. Em palavras que não formam vocábulos:

Norte-Sul;
Leste-Oeste.

7. Em palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas (com ou sem


formas de ligação):

Erva-doce;
Beija-flor;
Couve-flor.

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Agora, vejamos, quais são os termos que não recebem mais o hífen:

1. Prefixo terminado em vogal em uma palavra começada por r ou s. Quando isso


acontece, dobra-se o r ou o s:

Ultrassom;
Contrarregra;
Motosserra.

2. Juntam-se os termos em caso de vogais diferentes:

Autoescola;
Aeroespacial;
Semiárido;
Coautor.

3. Em palavras quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra inicia-se com


consoante:

Semiprecioso;
Anteprojeto.
Semidesnatado.

Acento diferencial

Não são mais acentuadas as palavras para, pera, polo, pelo, tanto em sua forma
verbal como substantiva. Vejamos:

Exemplos:

Vou para escola. (preposição)


Ela não para de falar. (verbo)

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Vou pela rua. (contração de preposição + artigo)
O pelo do cão. (substantivo)
Eu pelo a cabeça. (verbo)

• Vale a regra também em: para-brisa, para-raio etc.


• Mantém acentuação no verbo pôr e na sua conjugação no pretérito perfeito pôde.
• Facultativo: fôrma ou forma.

Acento circunflexo

Não são mais acentuados os encontros vocálicos EE e OO:

Creem;
Leem;
Veem;
Enjoo;
Voo;
Perdoo.

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Outras mudanças

Uso facultativo das maiúsculas ou minúsculas:

• Nos bibliônimos (nomes de livros) – afora a primeira inicial maiúscula:

• Em palavras usadas reverencialmente, formas de tratamento ou hagiônimos (nomes


religiosos);

• Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas;

• Em início de versos; em categorizações de logradouros públicos, templos e edifícios.

A letra minúscula inicial é usada:

• Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos usos correntes.

• Nos nomes dos dias, meses, estações do ano.

• Nos usos de fulano, sicrano, beltrano.

• Nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas).

A letra maiúscula inicial é usada: nos antropônimos e topônimos; nomes de seres


antropomorfizados ou mitológicos; nos nomes de instituições; nos nomes de festas e
festividades; nos títulos de periódicos; nos pontos cardeais ou equivalentes quando empregados
absolutamente; em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas
com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou totalmente em maiúsculas:

• Nordeste, por nordeste do Brasil; Norte, por norte de Portugal; Ocidente, por ocidente
europeu; Oriente, por oriente asiático.

Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/acordo.htm

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1.11 – Ambiguidade

A função da ambiguidade é
sugerir significados diversos para
uma mesma mensagem. Embora
funcione como recurso estilístico,
ela também pode ser um vício de
linguagem, que decorre da má
colocação da palavra na frase.
Neste caso, deve ser evitada, pois
compromete o significado da
oração, além de representar um erro
de coerência, dependendo da forma
como estiver empregada.

Exemplo

“O presidente americano (...) produziu um espetáculo cinematográfico em


novembro passado na Arábia Saudita, onde comeu um peru fantasiado de marine no
mesmo bandejão em que era servido aos soldados americanos.” (Revista Veja)

Às vezes quando um trecho é ambíguo, o conhecimento que o leitor tem dos


fatos é que lhe permite fazer uma interpretação adequada do que lê. Um bom exemplo
seria o trecho acima, no qual há duas ambiguidades, uma decorrente da ordem das
palavras e a outra de uma elipse do sujeito.

Neste exemplo, pode-se entender que o peru estava fantasiado de marine


(fuzileiro naval) e não o presidente. Por outro lado, é possível entender que o presidente
estava sendo servido pelos soldados no bandejão, não o peru.

28
Correção: O presidente americano, fantasiado de marine, produziu um espetáculo
cinematográfico em novembro passado na Arábia Saudita, quando comeu peru no
mesmo bandejão que servem os soldados americanos.

Proposta de exercício 2

Para escrever bem é preciso escrever sempre! Então, vamos lá! Leia uma matéria do
jornal e reescreva-a com as suas próprias palavras.

29
Unidade 2 – Técnicas de Redação

Olá, aluno(a)!

Existem alguns elementos considerados básicos para se escrever um bom texto.


A estética de uma redação, ao contrário do que muitos pensam, é quase tão importante
quanto o seu conteúdo. Quando um corretor analisa um texto, a primeira impressão diz
respeito à estética, o que pode influenciar sua postura com relação à leitura que ele fará
posteriormente. Portanto, neste capítulo iremos aprender como organizar os parágrafos
de uma redação, que elementos devem ser considerados na hora de redigir um texto,
entre outras coisas.

Bom estudo!

2.1 – Formatação e estrutura do parágrafo

Da mesma maneira que a


redação deve seguir um modelo, os
parágrafos, ainda sendo partes
menores, também devem seguir uma
estrutura e ter uma forma adequada.

A divisão mais comum de um


parágrafo consiste em três partes
principais:

• Frase-núcleo: traduz o objetivo do assunto escolhido. Costuma ser a primeira


frase do parágrafo e serve para informar o leitor sobre o tipo de abordagem que
será dada ao assunto escolhido;

30
• Desenvolvimento: sua função é desenvolver a frase-núcleo;

• Conclusão: se houve um assunto abordado em determinado parágrafo, ele


precisa ser concluído para que outro aspecto seja tratado em um novo parágrafo.

Exemplo

Parte da população brasileira, frequentemente, afirma que não gosta de política.


Essa parte, geralmente, é composta da mesma parcela da população que não lê sobre
política e não compreende a profundidade do tema em suas vidas. No entanto, em alguns
momentos da história brasileira é possível ver pessoas em torno de um debate político,
seja na eleição ou na corrupção. O difícil é encontrar brasileiros que compreendam que a
política faz parte de nossas vidas e que quanto mais tentamos ignorá-la, mais
complicado fica de se efetuar qualquer mudança no país.

Outro ponto que não podemos deixar de mencionar é a transição. As frases dos
parágrafos parecem estar bem escritas em uma análise isolada, porém, se as unirmos,
podem parecer desconexas. É preciso que elas tenham conexão umas com as outras para
que não pareçam elementos isolados. Para isso, você deve fazer uso de conectivos,
como os pronomes, as conjunções e os advérbios, que veremos mais adiante.

Proposta de exercício 3

Vamos treinar um pouco? Escreva um parágrafo para cada tema:

• A corrupção no Brasil

• A escassez d’água nas grandes capitais

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2.2 – Objetividade e concisão

Ser conciso e objetivo consiste em passar o máximo de informações de maneira


articulada, com o menor número de palavras possível e, ainda assim, conseguir
transmitir a mensagem que se deseja. A concisão é uma das qualidades fundamentais de
um texto. Para um texto ser objetivo, ele deve ser capaz de responder a quatro questões
básicas:

a) O que o receptor precisa saber?

É necessário delimitar os principais objetivos do texto, separar as ideias mais


importantes e selecionar os assuntos que merecem destaque.

b) Para que o receptor precisa destas informações?

Para poder elaborar estratégias capazes de levá-lo a compreender o que se quer


informar.

c) Que tipo de conhecimento o leitor já tem sobre o assunto?

Deve-se evitar a presença de informações dispensáveis que só tendem a cansar o

32
leitor, desviando dos objetivos do trabalho e na certeza de não discorrer sobre o óbvio.
Informações irrelevantes desmotivam o leitor, seja por ele já estar afeiçoado aos
detalhes relativos ao tema, ou por não dispor de repertório técnico necessário à
compreensão imediata do contexto em que o trabalho se insere.

d) Qual a utilização e o alcance do texto?

É pertinente a escolha de uma linguagem compatível com as necessidades do


leitor, que muitas vezes se sente distante do texto por não entender a terminologia
técnica nele empregada, por não ter condições de alcançar aquilo que o redator se
propõe ou por não ter repertório suficiente para entender o significado de algumas
expressões formais utilizadas. Levando-se em consideração todos estes elementos, é
possível construir um texto claro e objetivo.

2.3 – Coesão e coerência

A coesão e a coerência também são


elementos indispensáveis para a construção de
um bom texto. Vejamos:

Coesão

A coesão se resume à ligação entre palavras e parágrafos de um texto e tem a ver


com a formulação e estruturação do texto. Como já dissemos, é imprescindível que o
texto possua começo, meio e fim. E mais do que isso, é preciso que as partes dos textos

33
se relacionem formando um todo consistente. É importante que as frases e parágrafos
estejam bem “amarrados” para que o texto não caia em descrédito. Dois importantes
elementos gramaticais para que se mantenha a coesão de um texto são: os pronomes e as
conjunções.

• Pronomes – São usados para representar termos já utilizados no texto, evitando a


repetição. São capazes de fazer referência, substituir ou qualificar um nome. Os
pronomes são muito bem-vindos, pois a repetição de um termo é capaz de
empobrecer muito um texto. São eles:

1. Pessoais do caso reto (função de sujeito na oração): eu, tu, ele, ela, nós, vós,
eles.

2. Pessoais oblíquos: me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, consigo, o, a, lhe,
nos, conosco, vos, convosco, se, si, consigo, os, as, lhes.

3. Possessivos: meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s), teu(s), tua(s) vosso(s),


vossa(s), seu(s), sua(s) dele(s), dela(s).

4. Demonstrativos: este(s), esta(s), isto, esse(s), essa(s), isso, aquele(s), aquela(s),


aquilo.

5. Indefinidos: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s),


muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s),
vário(s), vária(s), outro(s), outra(s), certo(s), certa(s), quanto(s), quanta(s), tal,
tais, qual, quais, qualquer, quaisquer.

6. Interrogativos: qual, quais, quanto(s), quanta(s), que, onde, quem.

7. Relativos: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), que,
quem, onde.

34
Exemplo

"A televisão brasileira está sendo alvo de discussões, nos mais diversos setores da
sociedade. Sua programação tem sido...”.

"O racionamento de energia atingirá parte do país. Ele deverá promover demissões
em massa no Brasil.”

• Conjunções – As conjunções representam as transições do texto. Elas servem para


ligar o texto, continuar o mesmo assunto, contradizer ou, ainda, iniciar um novo
assunto sem permitir que o texto perca sua unidade. As conjunções podem ser:

1. Aditivas: e, nem, mas também, mas ainda, senão também, como também, bem
como.

2. Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que,


antes, pelo contrário, no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso.

3. Alternativas: ou, ou... ou, ora... ora, já...já, quer...quer etc.

4. Conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois, por isso.

5. Explicativas: que, porque, porquanto, pois.

35
Exemplo

"O racionamento de energia atingirá parte do país. Ele deverá promover demissões em
massa em todas as regiões, sem distinções. Portanto, influenciará em nossa economia.”

Observação: Procure não usar palavras repetidas em seu texto. Diversifique seu
vocabulário. O uso de repetições também representa um erro de coesão.

Proposta de exercício 4

Reescreva os trechos, abaixo, trocando as pontuações, mudando os pronomes, as


conjunções e os sinônimos para acabar com as repetições e as ambiguidades. Você verá
como o texto ficará muito mais claro e apresentável!

1. Paulo é aluno do terceiro ano do Ensino Médio. Paulo deseja prestar vestibular, o
curso que o Paulo deseja fazer é engenharia química. O professor de química do
Paulo disse que ele tem grandes chances. Ele vai muito bem em química na escola.
Paulo está muito animado. Tem esperança de que consiga ingressar em uma
universidade pública. O professor dele disse pra ele que basta que ele estude
bastante. Paulo não se sente preparado.

2. Sandra adora viajar. Sandra não gosta de ficar na praia. Sandra gosta de conhecer
cidades diferentes. Sonha em conhecer a Europa. Afirma que um dia vai realizar.
Sandra guarda dinheiro para viajar à Europa há muito tempo. O marido de Sandra
diz ser um sonho impossível. Sandra afirma que conseguirá.

Coerência

A coerência está ligada ao sentido do texto, ela é necessária para que este tenha

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lógica. Para que seja coerente, devemos manter uma mesma linha de raciocínio durante
todo o texto. Não podemos de modo algum nos contradizer, temos que manter o foco e
sempre usar diferentes argumentos para um mesmo ponto de vista.

2.4 – Os momentos que antecedem a produção textual

Antes de começarmos a escrever efetivamente um texto, existem momentos que


são de extrema importância para o resultado final, como veremos a seguir:

• Inspiração: Este momento corresponde ao processo criativo do autor. Quando


escrevemos um texto, independente de que tipo ele seja, precisamos de
criatividade para ter ideias suficientes para a sua constituição. Devemos anotar,
sem muitos critérios, tudo o que vem à mente para não perder ou esquecer algo
importante. Neste momento específico não existem regras a serem seguidas,
apenas deixemos a imaginação fluir. Com certeza, tudo que vimos, ouvimos ou
pensamos, sobre o assunto em questão, será lembrado.

• Transpiração: Aqui é o momento de organizarmos as ideias que surgiram, já


que nem todas terão espaço para aparecer no texto. Devemos selecionar as que
se encaixam melhor com a temática, considerando a qualidade de nossa

37
argumentação, a ordem exata para serem colocadas e pensar em como essas
ideias serão trabalhadas. A fase posterior diz respeito a colocar em prática a arte
da escrita, o que veremos com mais cuidado adiante.

2.5 – As partes de uma redação

Como vimos acima, um texto


bem escrito deve ter uma
estrutura que indique seu
desenvolvimento. Isso implica em
sua composição, com começo,
meio e fim; ou introdução,
desenvolvimento e conclusão.

Introdução

Geralmente, sentimos bastante dificuldade para escrever a introdução,


exatamente por ser a primeira parte do texto. No entanto, quando uma introdução está
bem escrita, o restante do texto flui com uma naturalidade surpreendente. E por que isso
acontece?

A resposta é simples. O desenvolvimento de uma dissertação é todo baseado na


sua introdução. Se nela o assunto não estiver explícito, ou estiver demasiadamente
detalhado ou muito limitado, toda a estrutura e desenvolvimento do texto será afetada.
Uma introdução consiste em um parágrafo de aproximadamente 4 ou 5 linhas e
deve apenas iniciar o assunto a ser tratado, indicando, na medida do possível, o rumo
que o texto seguirá.

Uma dica para driblar a dificuldade com a introdução é deixar para escrevê-la
38
por último. Dessa forma, será muito mais fácil escrevê-la, porque já sabemos tudo o que
foi tratado na redação e faremos um resumo de tudo que escrevemos. Deste modo, nós
também nos livramos do risco de “fugir” do assunto que foi iniciado na introdução.

O primeiro parágrafo sempre corresponde à introdução da redação. Ele deve


apresentar o assunto a ser tratado no texto, ou seja, deve conter elementos básicos que
apenas iniciem a temática e passe a ideia principal da dissertação, como podemos ver no
exemplo a seguir:

Exemplo

Um dos problemas que mais tem preocupado a população em âmbito mundial é a


degradação ambiental. A intensa exploração de recursos naturais aliada à poluição de
todos os tipos e ao contexto social tornou crítica a relação entre homem e meio
ambiente, pedindo soluções urgentes.

Para ver mais exemplos, cabe ler as introduções das matérias dos jornais.
Perceba como há uma clareza no texto, sempre baseado no primeiro parágrafo. Trata-se
de uma técnica do texto jornalístico. Resume-se o assunto no primeiro parágrafo e
desenvolve-se depois. No entanto, a introdução jornalística possui certas peculiaridades
como começar sempre pelo fato mais importante. Não é o caso de uma redação que têm
outros objetivos além de informar.

Desenvolvimento

Esta é a maior parte da redação e corresponde ao momento central, localizado


entre o começo e o fim. Ao desenvolver um texto, é necessário manter em mente o
assunto que nele abordaremos, essa é a melhor maneira de selecionar, isto é, de saber
sobre o que achamos que podemos falar. Seria ótimo dominar todos os assuntos, mas
não sendo possível, nos limitemos a escrever sobre o que conhecemos para não
escrevermos errado.
39
O desenvolvimento de um texto também tem que ser coerente com a introdução
e a conclusão. Nele serão expostos os nossos argumentos, e tais argumentos devem
apresentar lados positivos e negativos sobre a temática tratada, criando uma discussão
acerca do assunto, após colocarmos os dois lados da questão em defesa de nossa opinião
(conforme o tipo de redação evite o uso da primeira pessoa, escreva na terceira pessoa
do plural, preferencialmente), através de argumentos coerentes e capazes de convencer
o leitor.

Esse é o momento de aprofundar as questões colocadas na introdução. Em uma


redação comum, o ideal é a escrita de 2 a 3 parágrafos de desenvolvimento.

Exemplo

Essa situação foi gerada pela forma como temos vivido e nos desenvolvido. O
desenvolvimento, desde o início da revolução industrial, foi pautado por uma grande
exploração dos recursos naturais pela produção industrial cada vez maior e intensa. Além
de esgotar os recursos, que não têm tempo suficiente para se recuperar, contaminamos o
meio com o lixo que produzimos, também de maneira intensa.

Além disso, este modelo de desenvolvimento também peca quanto aos seus
benefícios. Embora toda a produção humana seja em prol de um conforto e uma qualidade
de vida maior, não é o que temos alcançado. Ao contrário do que se pensam, essas atitudes
vêm apenas esgotando os recursos dos quais somos dependentes, acabando com a saúde e
denegrindo a imagem humana.

Treine, pegue um texto de assunto interessante para que você o desenvolva.


Utilize a introdução que já está lá para que você tenha como ser guiado. Faça isso várias
vezes, afinal você está treinando!

Conclusão
40
A conclusão sempre será o parágrafo final do texto e corresponde à possibilidade
de conferir “amarração” à redação. Devemos finalizar o assunto tratado retomando de
forma breve o que foi anteriormente discutido e, principalmente, oferecendo uma
solução para o problema colocado pela temática dada. Não podemos cometer o erro de
iniciar outro assunto ou tópico neste momento, pois ele ficaria vago e pouco
desenvolvido. Temos que continuar a ser objetivos, coerentes e concisos.

Exemplo

Assim sendo, esse modelo de desenvolvimento demanda uma solução de caráter


urgente que pense na produção humana em sua totalidade, analisando desde a exploração de
recursos, passando pela transformação em produtos até o seu destino final que considere,
principalmente, os aspectos humanitários, buscando eliminar o desenvolvimento desigual.

2.6 – Tema e título

Muitas pessoas confundem estas duas palavras


na hora de escrever um texto. Quando escrevemos
um texto sobre um determinado assunto, muitas
vezes, colocamos no lugar do título, o tema que
está sendo pedido. A seguir, vamos diferenciar o
que é “tema” e “título” para melhor lidarmos com
esta questão:

Principais diferenças entre tema e título

Tema é o assunto sobre o qual escreveremos, ou seja, a ideia que


desenvolveremos ao longo da composição. Título, por outro lado, é o nome que se dá ao

41
texto, no qual será abordado o tema ou assunto. O tema geralmente é dado quando
devemos construir um texto e o título deve partir de nós. É necessário que o título seja
uma criação pessoal de acordo com o assunto abordado, e é positivo que se use da
criatividade na construção de um título, já que isso pode contar pontos na correção de
uma redação. Para finalizar, cabe ainda dizermos que o título é dependente do tema, já
que ele não pode ser criado anteriormente. Em algumas situações (quando o tema é
curto, por exemplo) é possível usar o tema como título, porém esta atitude não será
bem-vista, indicando possível falta de criatividade da parte do autor da dissertação.

Exemplo

Tema: O aquecimento global na terra tem prejudicado a vida humana e acabado com a
existência de muitas espécies.

Títulos possíveis: O aumento da temperatura e os prejuízos para o homem

A ação humana e a extinção de animais e vegetais

Como vimos, outras características que podem distinguir o tema do título e vice-
versa, é o fato de que o primeiro tende a ser mais longo e a fazer mais uso de verbos,
enquanto o segundo tende a ser mais curto e pontual, nem sempre apresentando verbos em
sua construção.

Entendimento e delimitação do tema

A primeira etapa de uma redação consiste em compreender plenamente o tema.


Nos antigos processos seletivos, ele era proposto de forma direta. Por exemplo, a
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, certa vez, pediu que os
vestibulandos escrevessem sobre a "Cortina de Ferro". Neste caso, o vestibulando
deveria dissertar sobre os países do leste europeu, então dominado pela Ex-União

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Soviética. Sem dúvida, questões propostas de maneira explícita facilitavam o
entendimento do tema.

As provas hoje já não apresentam os temas dessa maneira. São dados textos que,
de alguma forma, interligam-se, e o candidato deve, em primeiro lugar, descobrir essas
relações. Em linguagem simples, devemos “perceber” o conteúdo do tema. Temos que
nos adequar ao tema sem fugirmos da proposta dada, afinal tal erro conta como ponto
negativo.

Para compreendermos como delimitar um tema, vamos imaginar uma cena


surreal: um extraterrestre lhe aborda um dia e lhe pede para falar sobre o nosso planeta.
Você teria duas formas de abordar o tema: cronologicamente ou por fatos. O importante
mesmo é que você teria que encontrar uma forma de delimitar o tema. É claro que se
você for um engenheiro, será muito mais fácil dissertar baseado nas grandes obras da
engenharia mundial. Se você for um pintor, a história terá uma abordagem com as
grandes obras-primas e seus autores. Enfim, seria uma delimitação natural do assunto,
baseada em seus conhecimentos prévios. Concorda? No caso de uma redação, a questão
é outra. Os temas serão dados para nós no momento da prova, o que dificulta a
delimitação do assunto.

Exemplo

Tema: O preconceito ainda está presente na sociedade brasileira

Este é um tema amplo e precisamos delimitá-lo para que a redação não se torne
em um monte de informações desconexas. Não adianta querermos abordar todos os
tópicos que o tema permite, afinal existem teses de doutorado sobre o assunto. É
preciso, então, começar a escolher sobre o que poderemos falar, sem “inventar moda”.
Sem se esquecer de falar só do assunto que dominamos. Se não conhecemos realmente
como é o preconceito na Polônia, por exemplo, não devemos citá-lo. Limitemos-nos aos
nossos conhecimentos.

43
Há vários tipos de preconceito (racial, religioso, sexual, cultural, os que
envolvem o poder aquisitivo, entre outros), mas não precisamos escrever tudo o que
pensamos ou o que já lemos sobre todos eles. Mostraremos que sabemos o que é
preconceito e que existem vários tipos. Só então escolheremos um ou dois deles para
tomarmos como exemplo para dar embasamento ao texto.

O que citamos neste último exemplo não é simplesmente um macete, é,


principalmente, uma forma de organizar as ideias. É algo que podemos usar no dia a dia.
Se alguém nos perguntar “Como foi o show?”, nós não vamos descrevê-lo parte por
parte. Citaremos quais foram as melhores partes. Isso é algo natural e essencial em uma
redação. Podemos chamar isto de “poder de síntese”.

Uma outra boa forma de organizarmos as ideias é pensarmos como colocá-las no


papel, isto é, cabe escrevermos rapidamente os tópicos que abordaremos no texto. Não
precisa ser muita coisa, mas algo que nos permita dar um direcionamento ao tema,
assim não corremos o risco de fugir do assunto e cairmos no velho erro de “encher
linguiça”. Precisamos sempre estar em busca de um objetivo. Ao delimitarmos o
assunto, esse objetivo deve estar claro e evidente. Um exemplo de como organizar
ideias sobre a temática do preconceito seria colocando-as em tópicos, como podemos
ver a seguir:

• Existem vários tipos de preconceito;


• Dependendo do país, alguns se destacam mais do que os outros;
• No Brasil ele está mais ligado à questão financeira e racial;
• Para diminuir o preconceito são necessárias ações, como diminuir as diferenças
existentes na sociedade, melhorar a educação e criar programas que ensinem a
igualdade entre as pessoas.

Mas vejamos bem, este esquema serve para nos guiar e não nos limitar. Se
surgirem mais ideias durante o texto, ainda dentro do tema proposto, não há nada de mal
em utilizá-las.

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Desenvolvendo uma temática

Para desenvolvermos um tema, podemos começar seguindo os passos abaixo


listados:

1. Interrogar o tema;
2. Responder com uma opinião formada;
3. Apresentar um argumento básico;
4. Apresentar argumentos auxiliares e complementares;
5. Apresentar fatos como exemplos;
6. Concluir.

Para compreendermos mais facilmente os passos acima colocados, vamos pegar


como exemplo a seguinte proposta temática: “Nenhum homem é uma ilha”.

• Primeiro, precisamos entender o termo “ilha” que, naturalmente, está em


sentido figurado, significando solidão, isolamento;

• Transformemos o tema em uma pergunta: Nenhum homem é uma ilha?;

• Procuremos responder a esta pergunta de um modo simples e claro,


concordando ou discordando (ou, ainda, concordando parcialmente e
discordando parcialmente). Esta resposta é o ponto de vista de cada um;

• Perguntemos a nós mesmos o porquê de nossa resposta, dando uma


causa, um motivo, uma razão para justificar a posição. Aí estará o
argumento principal;

• Agora, procuremos descobrir outros motivos que ajudem na defesa do


nosso ponto de vista para fundamentarmos a nossa posição. Esses serão
argumentos auxiliares;

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• Em seguida, procuremos algum fato que sirva de exemplo para reforçar a
nossa posição. Este fato-exemplo pode vir de uma memória visual, das
coisas que ouvimos, do que lemos, um fato da vida política, econômica
ou social, ou pode ainda ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante
expressivo e coerente com o ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente,
dá força e clareza à argumentação, além de esclarecer a nossa opinião e
fortalecer os nossos argumentos. Além disso, personaliza o texto,
diferenciando-o;

• Procuremos agrupar esses elementos em um texto, considerando essa


atividade como um rascunho da redação. Por enquanto, pode-se agrupá-
los na sequência que foi sugerida;

• Para o desenvolvimento de uma temática precisamos também aprender a


importância de um texto com começo, meio e fim, assim como
desenvolver cada uma dessas partes, o que veremos posteriormente.

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Conclusão do Módulo I

Olá, aluno(a)!

Você está quase chegando ao fim da primeira etapa do nosso curso de Escrita e
Redação, oferecido pelos Cursos 24 horas.

Para passar para o próximo módulo, você deverá realizar uma avaliação
referente a este módulo já estudado. A avaliação encontra-se em sua sala virtual. Fique
tranquilo(a) e faça sua avaliação quando se sentir preparado(a)!

Desejamos um bom estudo, boa sorte e uma boa avaliação!

Até logo!

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