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no qual se fala de um jornalismo considerado, a partir de uma visão global, utópico. O texto
ABSTRACT: This review will discuss and question the text of professor Esther Marques, in
which we talk about a journalism question, from a global view, utopian. The text discusses the
arguments of the professor and through a theoretical foundation to launch a new look at the
Ao fim do século XVIII a Europa conheceu uma nova tendência. Tendência esta que
se manifestou nas artes, na música e na literatura. O Romantismo, que com muito fervor
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Francisca Ester de Sá Marques, conhecida como Ester Marques é formada em jornalismo pela Universidade
Federal do Maranhão, com mestrado em Comunicação e Cultura, pela Universidade de Brasília/UnB e doutorado
(em redação de tese), na Universidade Nova de Lisboa/Portugal. Trabalhou como jornalista nos jornais O
Imparcial e O Estado do Maranhão, em São Luís e no Correio Brasiliense, em Brasília, além de ter feito
trabalhos alternativos para a Revista Veja/Brasília.
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perdurou até meados do século XIX, é caracterizado por sua carga idealista, sentimental e
subjetiva.
Em seu texto, ao apresentar sua visão inicial sobre o jornalismo e seu discurso na
Hodiernamente, a esfera pública não condiz com aquela descrita por Habermas em sua
obra Mudança estrutural da esfera pública (1984). Para Habermas, a esfera pública seria “a
reunião de um público, formado por pessoas privadas, que constroem uma opinião pública,
privatização do espaço público, e nesse contexto o papel da mídia e do marketing são mais
favorecida pelo progresso tecnológico, que, como cita a autora, ultrapassa as barreiras do
espaço e do tempo.
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ALMEIDA, Jorge. Mídia, Opinião Pública ativa e Esfera Pública democrática.
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Por mais que no Brasil, por exemplo, boa parte da população tenha acesso aos meios
de comunicação e a uma série de notícias sobre o país e o mundo, a alienação presente nos
De forma poética ela compara o discurso jornalístico aos demais discursos “pelos
discurso jornalístico seja, hoje, um dos mais importantes. Idéia esta, que é sustentada através
professora o caracteriza como “o relato dos acontecimentos que tiveram lugar recentemente”,
sendo este reproduzido como notícia através dos mais diversos meios de comunicação e
“resultado de um processo social de construção da realidade”. Esse resultado, seria regido por
certas regras, como por exemplo, as condições factuais. E são essas regras que funcionam
consenso, de uma construção da realidade. Assim, a notícia é passada como fato, que pode ser
definido como aquilo que é real, resposta certa, aquilo que se afirma sem dúvida.
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Com o fim da Ditadura Militar, o Brasil adotou como estrutura básica governamental, a Democracia (do gr
demokratía: governo do povo), contudo a participação popular limita-se ao voto. Dizer que a alienação da
população é fato, diz respeito ao termo em um aparato geral da sociedade brasileira, não especificando camadas
sociais. Há quem diga que vivemos em uma sociedade alimentada pela popular “política do pão e circo”.
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Humanas, todas as afirmativas são construções humanas e, portanto, não são a realidade a que
se referem. O senso crítico exige o reconhecimento de que nossas idéias não são fatos e que,
algumas afirmativas, por mais razoáveis que pareçam, são expressões de valores ao invés de
fatos.
“É o próprio fato que diz o que é, por que está ali, naquele momento, como quer ser
Como já citado, os meios de comunicação são os mais diversos. Dessa forma o sistema de
seu dispositivo comunicacional, ou seja, da expressão subjetiva proposta por cada veículo, da
Portanto, partindo da idéia – exposta pela própria autora – de que o relato a ser
noticiado depende de condições factuais, pode-se deduzir que o subjetivismo está presente, de
Feito todo esse aparato sobre o fato e sua relação noticiosa, através de argumentos
apoiados não só nas idéias propostas por um pensador crítico, mas também utilizando dos
precisão e exatidão”.
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O princípio da veracidade pode ser caracterizado pela busca de uma verdade absoluta,
pois “pressupõe a defesa de uma tese (posição sobre a realidade) que se apresenta como
verdade diante de qualquer interlocutor”. Visão esta, que pode ser considerada tendenciosa,
entre o que é dito e a realidade [...] Esta verdade apodítica é dada pelo próprio fato, pelo que
aconteceu aqui e agora, desta e não de outra maneira”. Assim, o fato corresponderá àquilo que
“Em vez de uma realidade primordial, que está dada à partida, a realidade proposta
pelo objeto ou pela ocorrência é sempre negociável porque sempre passível de interpretação”,
ou seja, retoma-se aqui a idéia de que a realidade é uma construção através de relatos, ou
mesmo como diz o parágrafo anterior, é “um acordo entre o que é dito e a realidade”.
É interessante ressaltar a posição tomada pela autora, após passar por todo esse
Ela trata do fato como um objeto que, através de uma “relação interlocutiva com o
sujeito”, propõe para este, “um cenário possível para a sua contextualização”, retirando-se de
um contexto subjetivo, para com isso, “adquirir um certo caráter objetivo”. Ou seja, o fato, de
objetiva.
Ester Marques nos propõe que, “todos os eventos que ocorrem no cotidiano são fatos
que configuram a nossa realidade objetiva e dão sentido ao mundo que nos circunda [...]
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“fazem parte da realidade individual do homem como algo que ele precisa para fixar uma
determinada memória, construir uma identidade, para se relacionar com o mundo, com os
cotidiana, os fatos aparecem como usos, costumes e hábitos que legitimam um determinado
Existem fatos e fatos. E como relatado a pouco, o fato é tido como subjetivo, mas pode
ganhar caráter objetivo quando analisado e “recortado do tecido social”, ganhando assim
espaço e destaque. Ao tratar nossos eventos cotidianos como parte da nossa realidade
objetiva, ela acaba por negar a existência do fato inicialmente como subjetivo, ou seja, se
contradiz. Ela fala de uma realidade individual, da construção de uma identidade, das relações
que devem ser estabelecidas pelo sujeito com outros e com o mundo, e ainda dos fatos como
nossos valores aqui, como nossos fatos cotidianos. Utilizando do termo acolhido pela própria
autora, é evidente que há diferença entre fatos. Como ela mesma afirma, e já citei
anteriormente, a objetividade é um caráter que o fato irá adquirir. Logo, nessa fase inicial, o
fato cotidiano não passa da subjetividade de cada indivíduo. Da sua vivência, da sua
admito a boa colocação e explicação dela sobre a passagem do fato cotidiano para o status de
nossos fatos cotidianos, de algo diferente daquilo esperado. Ela faz uma colocação a cerca de
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três registros específicos, para que seja possível a classificação e transformação dos fatos em
anormal das regras que regem o universo discursivo jornalístico”. O segundo é conhecido
como registro “da falha, isto é, da insuficiência de funcionamento normal das regras”. E o
se um cão morder um homem não é notícia, mas se um homem morder um cão então é
notícia.”.
coerência, a atualidade”, entre outros. A partir daí, “o acontecimento deixa de ser um evento
de interesse individual e passa a ser um evento de caráter social”, ganhando assim, através do
discurso jornalístico, sua versão objetiva para finalmente ser transmitida a sociedade.
seu contexto.
despertar nas pessoas que são atingidas por ele os mais diversos sentimentos”. O discurso
atribui valores ao fato para que este se torne acontecimento, pois “um acontecimento só faz
Depois de argumentar sobre os fatos como subjetivos e objetivos, entender sua função
como acontecimento, a autora retoma o discurso jornalístico e afirma que “o discurso não é
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sujeito contemporâneo acessa o mundo, o discurso jornalístico acaba por ser o discurso sobre
o estado das coisas no mundo”, portanto, aqui há a reafirmação do discurso jornalístico como
meios de comunicação como a “principal janela por onde o sujeito contemporâneo acessa o
“Os acontecimentos aos quais ele reporta, por mais controversos que sejam, são
apresentados sempre como uma verdade consumada, sobre a qual há de haver um consenso
solidamente estabelecido”.
“Como discurso narrativo, o discurso jornalístico tenta, a todo custo, dominar o devir;
leitor um relato único de uma única história. É por conta desta natureza retórica que o
discurso jornalístico só tem um tempo: o tempo presente”, portanto, “a notícia nasce, vive e
inserido numa dada realidade, permanece vivo exigindo o seu retorno sempre que isso se faça
necessário”.
acontecimento, enquanto parte de uma dada realidade será dinâmico, incompleto, estará
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ocorrido, ou pelo menos, tido como tal, o seu valor é referencial”, “pressupondo, portanto, a
comunicacional.
jornalístico. Segundo ela, o discurso é sempre relativo, pois a competência narrativa é uma
espécie de capital simbólico, estando sempre suscetível à alterações. Estas, sendo definidas
para tentar diminuir os efeitos de sua subjetividade, ao mesmo tempo que busca construir sua
transmitida. “Por isso, um acontecimento pode ser noticiado de uma vez só, caso a sua
existência seja efêmera, ou pode ser fragmentado, relatado em cascata para ampliar a sua
atender aos interesses políticos e econômicos dos meios de comunicação, dependendo apenas
comentar também o papel do jornalista. Ester Marques coloca o jornalista como o sujeito que
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transmissão e esses saberes adquirem por parte dos seus interlocutores”, é necessária a
manifesta através da “manipulação” midiática, mesmo essa não sendo explícita, a fim de não
Ao final de seu texto, Ester Marques esclarece que o “discurso jornalístico atualiza os
discursos ausentes”. Um recurso utilizado seria o da projeção para o futuro. Recurso este,
Com isso, retomo minha idéia exposta no início desta resenha, concluindo que por
mais belo e poético que seja este texto, por mais informativo e de perspectiva positiva quanto
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Jorge. Mídia, Opinião Pública ativa e Esfera Pública democrática. Trabalho
apresentado no GT Comunicación, Médios de Difusión y Política del IV Congreso
Latinoamericano de Ciencias de la Comunicación (IV ALAIC). 12 a 16 de setembro de 1998.
Disponível em:
<http://64.233.169.104/search?q=cache:FH5cY6LioRQJ:www.eca.usp.br/alaic/Congreso1999
/3gt/Jorge%2520Almeida.rtf+o+que+%C3%A9+Esfera+P%C3%BAblica&hl=pt-
BR&ct=clnk&cd=6&gl=br&client=firefox-a>. Acessado em 30 jun de 2008.
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