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Revista Latino-Americana de História

Vol. 3, nº. 10 – Agosto de 2014


© by PPGH-UNISINOS

A disseminação da cultura e da ideologia norte-americana no Brasil no contexto da


Segunda Guerra Mundial e o caso da Revista Seleções do Reader´s Digest
Charles Scherer Júnior

Abstract:This article aims to be an analysis about deimportance of mass medias in the


context of the Second World War, specially in the case of The Reader‟s Digest
magazine and Brazilian society in the early of the 1940.
Key-Words:nort-american culture and ideology; Brazil, Second World War,
Reader’sDigestMagazine.

Resumo:Este artigo se pretende a uma análise da importância dos meios de


comunicação no contexto histórica da Segunda Guerra Mundial, especialmente, no que
refere ao caso da Revista seleções do Reader’s Digest e a sociedade brasileira do início
dos anos de 1940.
Palavras-Chave:ideologia e cultura norte-americana; Brasil; Segunda Guerra Mundial;
RevistaSeleções do Reader´s Digest.

A América Latina e os Estados Unidos a partir do início dos anos de 1940


intensificaram, como se sabe, as relações políticas, econômicas, militares e comerciais
sob a égide da “política de boa vizinhança” e os auspícios de um pan-americanismo
construído por Washington (AGUILAR, 1968). Tal processo histórico, como sabemos,
envolveu uma série de negociações e conversações entre os líderes políticos das nações
do Continente com o objetivo de consolidar uma “aliança” entre os Estados americanos,
sob a liderança franca e declarada dos Estados Unidos. A inserção brasileira nesse
contexto não se fez alheia aos desígnios norte-americanos. Os aspectos políticos e
econômico-comerciais que oportunizaram o “alinhamento” entre os países ibero-
americanos e os Estados Unidos, e que constam nos tratados e documentos dos vários
governos envolvidos na questão, tem sido um campo de estudo privilegiado pelos
investigadores em geral, entre os quais os historiadores. Entretanto, existe, no nosso
entendimento, uma relativa lacuna em relação a trabalhos que se dedicam a analisar um
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Página


Doutor em História das Sociedades Ibero-Americanas pela PUCRS.
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aspecto significativo e crucial para o referido processo de “aproximação” entre os


países do Continente na época da Segunda Guerra Mundial, qual seja a participação dos
meios de comunicação de massa norte-americanos no referido processo histórico. Para
tanto, optamos, neste artigo, em analisar o caso brasileiro e o contexto sócio-histórico
onde se deu, em 1942, o lançamento da Revista Seleções do Reader´s Digest buscando
entender essa publicação como mais uma forma de consubstanciar os interesses norte-
americanos, entre a sociedade brasileira, na época da Segunda Guerra Mundial. Tal
perspectiva, conforme buscaremos salientar ao longo deste artigo exige a aceitação e o
reconhecimento da importância dos meios de comunicação de massa na constituição do
imaginário das sociedades e, portanto, ressalta a sua importância como partícipes no
processo de trocas culturais.

Os meios de comunicação e sua importância a partir da teoria da “midiação da


cultura nas sociedades modernas”.

A partir de tais considerações, convém enfatizar, que tendo presente a nossa


fonte de pesquisa, a Revista Seleções do Reader´s Digest, um meio de comunicação de
massa foi necessário buscar referenciais que auxiliassem de maneira determinante nosso
trabalho.1 Para tanto, partimos da proposição formulada por JohnB. Thompson (1995),
que nos apresenta um referencial teórico, e em parte metodológico, onde a análise dos
meios de comunicação deve ser empreendida partindo-se do pressuposto de que tais
meios detêm uma vasta capacidade de intermediarem os contatos entre os homens,
culturas e sociedades.
Cabe registrar que, Thompson, ao destacar a importância dos meios de
comunicação de massa na intensificação dos processos de trocas de “formas
simbólicas”, o faz no sentido de crítica, pois, segundo ele, inúmeros outros autores que
analisaram tal questão não deram a devida atenção a um fator crucial: a mediação
exercida pelos diferentes meios de comunicação que, a partir de seu desenvolvimento,

1
Doravante, como forma de dar fluência a este texto para referir a Revista Seleções do Reader’s Digest,
8

usaremos, de maneira alternada, as expressões Revista Seleções, ou, tão-somente, Seleções. Quando for o
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caso citação a versão em inglês, o The Reader’s Digest se usará a expressão Digest, em ambos os casos as
expressões apareceram em itálico.
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passaram a agilizar, mais e mais, as trocas simbólico-culturais.2 Nessa perspectiva,


vivemos num mundo moderno, notadamente marcado pela midiação da cultura.
Segundo Thompson, o conceito de “midiação da cultura moderna” deve ser entendido
como
o processo geral através do qual a transmissão das formas simbólicas
se tornou sempre mais mediada pelos aparatos técnicos e
institucionais das indústrias da mídia. Vivemos, [...], em sociedades
onde a produção e recepção das formas simbólicas é sempre mais
mediada por uma rede complexa, transnacional, de interesses
institucionais. (1995,p.12)

Nessa perspectiva, buscamos considerar as matérias veiculadas na Revista


Seleções como inseridas nesse amplo processo chamado de midiação da cultura
moderna3. Além disto, destacamos a importância das formas simbólicas contidas na
Revista Seleções –seus artigos e anúncios- como fatores constitutivos ligados à criação e
manutenção de relações sociais, quer seja entre indivíduos, classes, ou, até mesmo
conforme veremos adiante, entre estados-nação. Seguindo nessa linha de argumentação,
as matérias veiculadas na Revista Seleções, serão consideradas como produções
simbólicas concebidas, recebidas e decodificadas por indivíduos que estavam inseridos
em contextos sócio-históricos específicos que, inobstante sua separação espaço-
temporal, mantinham uma série de trocas e contatos. Thompson (1995, p.343) reforça
essa ideia quando afirma que:
com o desenvolvimento dos meios impressos de comunicação de
massa, a circulação das formas simbólicas foi sempre mais dissociada
da partilha de um local físico comum, e, com isso, a mobilização do
sentido nas formas simbólicas foi se tornando, cada vez mais, capaz
de transcender o contexto social em que essas formas eram
produzidas.

Considera-se, assim, que o “desenvolvimento dos meios impressos de


comunicação de massa” foi um fator vital para que, já em fevereiro de 1942, pudesse ter

2O campo de análise que prioriza as trocas simbólicas foi estudado por várias áreas do conhecimento.
Tais como: a Antropologia, Ciência Política, Sociologia, e outras. Além disso, tal campo de análise possui
uma ampla bibliografia, dentre as quais se destacam: BOURDIEU, Pierre (1992; 1992 a); GEERTZ,
Clifford (1989). Entretanto, segundo Thompson, inobstante a importância das inúmeras análises que
referem à cultura, nenhuma delas dedicou a devida atenção aos meios de comunicação de massa como
mediadores das trocas simbólicas (1995, p.174-180).
3
Cumpre destacar que, o conceito de “midiação da cultura moderna” parte da crítica que Thompson, faz
9

aos chamados teóricos da “Escola de Frankfurt”, mais especificamente, às noções de “indústria da


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mídia” – conforme Horkheimer e Adorno; e, também, à definição de “transformação da esfera pública”,


conforme propôs Habermas.
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ocorrido, no Brasil, o lançamento da Revista Seleções – a versão em português da


“revista da família americana”, um dos mais afamados periódicos dos Estados Unidos.
É importante ressaltar ainda, que Seleções, ao mesmo tempo em que transcendia o
espaço onde era produzido 4, divulgava amplamente as experiências, concepções e
crenças -ideologia- dos norte-americanos, com o fito de cooptar os sentimentos da
sociedade brasileira. Ou, em outras palavras, era um veículo de comunicação de massa
que estabelecia e sustentava uma relação de dominação. A partir de tais considerações,
convêm enfatizar que, na perspectiva teórica indicada por Thompson (1995, p.199/200)
podemos considerar uma relação de dominação quando:
indivíduos ou grupos de indivíduos particulares [Estados] possuem um
poder de maneira estável, de tal modo que exclua (...) outros
indivíduos ou grupos de indivíduos [Estados], não importando a base
sobre a qual esta exclusão é levada a efeito.

Devemos registrar, também, que seguiremos a linha de argumentação que


considera a possibilidade de que as relações de dominação não se fazem, tão somente,
entre classes – como argumentam os seguidores do materialismo histórico, fundado em
Marx. Isso porque, tal enfoque já teve seus limites e possibilidades comprovados.
Consideraremos, assim, nesta pesquisa, que relações de dominação podem ser levadas a
efeito, também, entre estados-nação. Conforme Thompson (1995,p.78):
podemos nos interessar pelas maneiras como o sentido mantém
relações de dominação de classe, mas devemos, também, interessar-
nos por outros tipos de dominação, tais como (...) entre um grupo
étnico e outro, ou entre estados-nação hegemônicos e outros estados-
nação localizados à margem do sistema global.

A esse respeito deve-se destacar que a Revista Seleções, passou a circular em


solo brasileiro, não por coincidência, a partir de 1942, dois meses após a entrada dos
Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, e, um mês após o Brasil ter decidido pelo
seu alinhamento ao bloco aliado, liderado pelos norte-americanos. Diante de tal
constatação entendemos que a publicação de Seleções veio como parte integrante da
política da boa vizinhança, e na representação de interesses tanto do governo dos

4
Para evidenciar o distanciamento espaço/temporal mencionado, convêm destacar que, entre fevereiro de
10

1942 e fevereiro de 1945, os exemplares da Revista Seleções eram, totalmente, editados e impressos na
cidade de Nova York/Estados Unidos, e, posteriormente eram remetidos ao Brasil para distribuição. Tais
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informações foram obtidas, respectivamente, nas contracapas dos exemplares de fevereiro de 1942, e,
fevereiro de 1945.
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Estados Unidos quanto do empresariado daquele país com o fito de cooptar a


sociedade brasileira.
A partir de tais considerações convém ressaltar, ainda, um conceito chave para o
desenvolvimento de nosso trabalho: o de “cultura”. Destacamos o caráter relevante de
que se reveste tal conceituação, pois, foi justamente através da intensificação dos
fenômenos de trocas simbólicas, feitas por diferentes culturas ao longo da história do
homem que permitiu-nos chegar a uma, dita, Era dos meios de comunicação de massa.
Essa, cada vez mais, oferece novas possibilidades de contatos culturais, conforme indica
Thompson (1995, p.176):
cultura é o padrão de significados incorporados nas formas simbólicas,
que inclui ações, manifestações verbais e objetos significativos de
vários tipos, em virtude dos quais os indivíduos comunicam-se entre si
e partilham suas próprias experiências, concepções e crenças. 5

Notemos que, no conceito de cultura proposto por Thompson, está imbricada a


noção de que existe um “padrão” de sentido –significado- nas formas simbólicas, fato
esse que torna possível sua decodificação entre os indivíduos. Além disso, o próprio
conceito de ideologia, que é de fundamental importância para a análise dos meios de
comunicação de massa, pode ser referenciado na noção de cultura proposta pelo autor.
Partindo de uma concepção denominada de “crítica”, Thompson, propõe que se analise
a ideologia com o fito de aferir como o sentido incorporado nas formas simbólicas serve
em condições sócio-históricas específicas, para estabelecer e sustentar uma relação de
dominação.6Para Thompson (1995, p.76), “ideologia é o sentido – o significado - a
serviço do poder”. Na perspectiva teórica apontada por Thompson (1995,
5
Devemos registrar que a concepção de cultura proposta por Thompson, parte da crítica que esse autor
faz aos pressupostos apresentados por Clifford Geertz, na obra intitulada, A interpretação das culturas.
Para Geertz, existe uma “concepção simbólica” de cultura, mas, segundo Thompson, tal concepção não
leva em conta o papel dos meios de comunicação de massa no processo de trocas simbólicas. Em
contrapartida, Thompson, propõem uma “concepção estrutural” do conceito de cultura onde, a
importância dos meios de comunicação é fator crucial na agilização das trocas simbólicas. Thompson
assevera também, que o termo “estrutural”, nada tem a ver com as várias abordagens de cunho
“estruturalistas” nos moldes propostos por Levis-Strauss, e seus seguidores. Destacamos esse afastamento
do estruturalismo, pois, como se sabe, as discussões epistemológicas que referem a tal enfoque já
destacaram, por um lado, suas possibilidades; mas, acima de tudo ressaltaram suas limitações.
6
Cabe registrar que Thompson, identificou, em linhas gerais, duas concepções de ideologia: Uma
chamada por ele de “neutra”; e, outra denominada de “crítica”. Para tanto, o autor desenvolve uma análise
das diferentes concepções atribuídas ao termo no decorrer dos tempos. Para uma discussão mais
detalhada ver, especialmente, o capítulo I da obra de Thompson: “O Conceito de Ideologia”, p.43/104.
11

Essa variação na aplicação do conceito de ideologia pode ser observada, ainda que de forma mais
limitada, em: Chaui, Marilena de Souza. O que é Ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1986. Para uma
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análise das possíveis dimensões psicossociais da ideologia, ver: Ramos, Gerardo Pastor. Ideologías: Su
medición psicosocial. Barcelona: Editorial Herder, 1968.
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p.199),“poder” deve ser entendido como: “a capacidade que possibilita ou capacita


alguns indivíduos [ou grupos de indivíduos –Estados] a tomarem decisões, perseguirem
certos fins ou realizarem [seus] interesses.”.
Vale registrar, ainda, que, Thompson, distingue em linhas gerais, quatro tipos de
poder. São eles: „poder econômico‟; „poder político‟; „poder coercitivo‟; e, em especial,
„poder cultural ou simbólico‟. Segundo o autor, o termo „poder simbólico‟ refere: “a
capacidade de intervir no curso dos acontecimentos, de influenciar as ações dos outros e
produzir eventos através da produção e transmissão de formas simbólicas”
(THOMPSON, 1998, p.24). Tal qual o caso da Revista Seleções, que ao produzir, e re-
produzir de maneira constante, mensagens –“formas simbólicas”- mobilizava o sentido
nelas incorporado como meio de cooptação da sociedade brasileira, ou, nas palavras de
Thompson, estabelecia e sustentava uma relação de dominação. Tal processo,
entretanto, não pode ser tomado como maniqueísta na medida em que a
intencionalidade é uma característica própria, entre outras, das “formas simbólicas”
produzidas pelos meios de comunicação de massa (THOMPSON, 1995, p.182). A partir
dessas considerações iremos orientar nossos argumentos para o contexto sócio-histórico
brasileiro onde foi lançada a Revista Seleções.

A Revista Seleções do Reader´s Digest e o Brasil dos anos de 1940

Em que pese a importância da Revista Seleções como fonte para pesquisa e


destacado meio de comunicação de massa ligado aos interesses americanos, não
podemos deixar de levar em consideração, em hipótese alguma, o significado dos
aspectos contextuais em que estava inserida essa publicação. Isso porque, em janeiro de
1942, Getúlio Vargas definiu o alinhamento da política externa do Brasil, aos Estados
Unidos, e assim oficializou a adesão e o apoio irrestrito de seu governo à política de
Washington. Entendemos, então, que não foi por coincidência que a Revista Seleções
começou a circular em solo brasileiro justamente em fevereiro de 1942, dois meses após
a entrada dos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial – dezembro de 1941; e um
mês após o alinhamento do Brasil à nação americana – janeiro de 1942.
Nesse contexto, permeado pela política da boa vizinhança, era preciso
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intensificar as práticas de penetração cultural e ideológica no Brasil. Para tanto, foram


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utilizados vários meios de comunicação, tais como: transmissões radiofônicas, produção


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e exibição de filmes e, principalmente, no que tange a esta pesquisa, a imprensa


escrita. Assim, a Revista Seleções chegou ao Brasil como veículo de difusão do ideário
norte americano; um veículo de propaganda ideológica daquele país, com o fito de
cooptar os sentimentos da sociedade brasileira para com a causa aliada. Sobre o início
da publicação de Seleções em língua portuguesa, em fevereiro de 1942, Roney
Citrinowicz refere:
difícil imaginar, mesmo hoje, uma publicação tão obviamente
identificada com o que chamamos de american way-of-life. É difícil
precisar exatamente como se deu essa passagem para o que se
considera um processo de americanização da cultura brasileira. Foi
uma combinação de Walt Disney com coca-cola, heróis de comics
com filmes de Hollywood, anúncios publicitários com estrelas de
Hollywood. (2000, p.415-417)

As palavras do autor acima ensejam algumas considerações na medida em que


elas apontam que o processo de trocas culturais implicou numa “passagem” da cultura
nacional local para um estágio de “americanização da cultura brasileira”; e enfatiza,
ainda, o quesito “combinação” como forma de implementar a “americanização da
cultura brasileira”. Nesse sentido, cumpre destacar que a influência da cultura norte-
americana se fazia presente na sociedade brasileira, e latino-americana, desde décadas
anteriores aos anos de 1940, especialmente, através do cinema de Hollywood
(MENEGUELLO, 1996; DECICCO, 1978). Desse modo, o processo iniciado antes de
1942, encontra-se, ainda, em estágio de constituição, e re-constituição, na medida em
que se trata de uma questão relativa ao imaginário social de um grupo de indivíduos
que, como bem nos ensina Fernand Braudel, muda na “longa duração” através de um
processo que implica, também, na permanência de significados e nunca em sua
imutabilidade total. Nessa perspectiva, houve, sim, uma “combinação” entre os
elementos da cultura norte-americana que foram midiados, em parte, através da Revista
Seleções e os elementos próprios da cultura brasileira. A antropologia possuiu um termo
para designar esse processo, que embora nem sempre seja bem utilizado pelos
estudiosos de outras áreas que não a antropologia, pode servir para a compreensão desse
fenômeno, qual seja: “aculturação”. Tal conceito, conforme destaca Denys Cuche
(2002,p.115/116) longe de implicar em assimilação total de aspectos de uma cultura por
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outra, ou o movimento contrário de imposição cultural e dominação de uma cultura


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sobre outra envolve, especialmente, a noção de que existem, sempre, “trocas” quando
se trata de culturas.
A partir de tais considerações convém ressaltar que a “americanização” da
cultura brasileira não foi imposição, mas se fez, sobretudo através do reconhecimento e
da valoração do sentido incorporado as mais variadas mensagens que foram midiadas
dos Estados Unidos para o Brasil, quer através da imprensa escrita, Seleções e outros
periódicos, ou do cinema, Hollywood. O contexto da época era favorável às idéias e
influências vindas dos Estados Unidos, país que era admirado por muitos, e visto com
reservas por outros. Como bem nos ensina Mary Anne Junqueira:
quando Seleções entrou no Brasil em 1942, havia um território fértil
para recebê-la: a inter-relação entre a sociedade e os meios de
comunicação havia construído uma atmosfera cultural, na qual
modelos culturais norte-americanos haviam penetrado no ambiente e
estavam relacionados à modernidade. (2000, p.43)

A publicação da versão em língua portuguesa de Seleções, não foi obra do


acaso, conforme destacamos antes. Muito pelo contrário, para tanto, foram feitas
pesquisas que possibilitaram o conhecimento do mercado, bem como, das condições
econômicas e culturais dos brasileiros da época. Segundo informavam os editores da
Revista:
a publicação foi precedida de cuidadoso inquérito preparatório, em
que se consumiram alguns meses. No caso do inquérito entrevistaram-
se editores de periódicos, grandes armazenistas, comerciantes e
simples cidadãos. E estudaram-se os câmbios, as médias de rescrita,
que inquestionavelmente determinam o poder de aquisição, os hábitos
de leitura da população, e o preço normal dos bons jornais e revistas.
Na base dessas estatísticas, cuidadosamente elaboradas, foram fixados
preço, crédito e descontos.7

E prosseguiam destacando:
sabíamos que só à base de baixo preço Seleções poderia atingir grande
expansão. Dois fatos possibilitaram a publicação da revista em
português nessa base, tornando-a acessível a qualquer: (1) o trabalho e
o custo da seleção de materiais correm por conta da revista mãe
[Digest, americano]; (2) a edição em português, ao invés do
Reader’sDigest, aceita um número limitado de anúncios.Assim, todos
os arranjos relativos a papel e impressão da edição em português
foram feitos tendo-se em vista as possibilidades de uma grande
circulação. 8
14

7
A História do Reader’sDigest e Seleções. In: Revista Seleções do Reader’s Digest, junho de 1942, p.21.
É preciso registrar que, ao longo deste trabalho, para se manter uma maior fidelidade a fonte de pesquisa
Página

foi mantida a grafia original utilizada pela Revista Seleções.


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A História do Reader’sDigest e Seleções. In: Revista Seleções do Reader’s Digest, junho de 1942, p.21.
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Cabe registrar, ainda, que já em 1942, a Revista Seleções, alcançou as principais


cidades do centro do país, além de outras localidades do interior. Chegou, até mesmo,
em estados distantes do eixo Rio de Janeiro/São Paulo. Como o Acre, por exemplo. O
processo de distribuição da Revista Seleções era feito a parir de um “representante
geral” – Fernando Chinaglia, estabelecido na capital, Rio de Janeiro. Esse sistema
permitiu que a revista atingisse, em 1942, quinze estados brasileiros. 9 É interessante
notar que, o periódico só foi editado e impresso, no Brasil, na década de 1950. Até essa
data, os exemplares da Revista Seleções, foram elaborados em duas localidades
diferentes: no período de fevereiro de 1942, até fevereiro de 1945 – Nova Iorque -
Estados Unidos; e, entre março de 1945 e março 1950 – Havana /Cuba10.
O sucesso atingido pela Revista Seleções estava relacionado tanto ao seu
conteúdo quanto em relação a sua forma de apresentação. A revista era mensal,
continha, em média, 30 artigos e anúncios, um artigo para ser lido a cada dia do mês,
além de uma resenha de uma obra considerada pelos editores de Seleções como
significativa. Os artigos eram escolhidos a partir de uma fórmula elaborada pelo
fundador do periódico, De Witt Wallace, e obedecia segundo Junqueira (2000, p.33) a
seguinte máxima: 1) “é digno de ser lido?”; 2) “é aplicável aos interesses da maioria?”;
e, 3) “é de interesse permanente?”. Cumpre assinalar que o processo de escolha dos
artigos era seguido de outra etapa, a condensação dos textos. Sobre essa etapa, refere
Junqueira (2000, p. 33/34): “depois da seleção dos artigos em outros periódicos,
baseados nos critérios acima, o texto era reconstruído de maneira clara e simples,
utilizando frases curtas e um vocabulário limitado e conhecido”. O sistema, ou método,
desenvolvido por De Witt Wallace marcou estilo das edições internacionais do
Reader’sDigest, e se baseava na idéia de escolher artigos publicados em outras revistas,
cujo tema era considerado “de interesse permanente”, e condensá-los a partir de sua
leitura crítica onde se preservava o “sumo” da idéia original. Entre os periódicos dos
quais os editores do Digest extraíam material para condensar e publicar se destacavam:
Saturday Evening Post; New York Times; American Mercury; Atlantic Monthly; The
New Yorker; Time; Nature; Scientific American; Variety; entre outros.
15

9
Esse número refere somente ao ano de 1942, pois, a partir de 1944, a Revista era remetida para 21
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estados brasileiros
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Conforme consta nas contra-capas dos exemplares de Fevereiro de 1942, e, Março de 1945 – 1950.
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Em relação a publicidade veiculada em Seleções é necessário registrar que tal


se tratava de outra inovação na medida em que a Revista não publicava anúncios na sua
edição em inglês, tal fato, segundo John Heidenry (1993, p.49/50) foi um dos fatores
que permitiu que a revista escapasse da severa crise financeira e econômica que assolou
o mundo capitalista em 1929. Os anúncios veiculados na edição de língua portuguesa –
Seleções– formam, em especial, um excelente corpus documental onde é possível
pesquisar vários temas a partir de sua contextualização. A tônica geral das peças
publicitárias veiculadas em Seleções a partir de fevereiro de 1942 imaginava para os
leitores, de maneira simultânea, o contexto da Segunda Guerra Mundial e os “inimigos
em comum” de “todos” os americanos, bem como as benesses que adviriam aos Aliados
no futuro do pós-guerra. A imaginação de um “avanço” simétrico entre os países era
dada a partir do exemplo norte-americano, a sociedade brasileira, tinha através das
mensagens e anúncios veiculados em Seleções um farto material para constituir os seus
próprios significados do american way of life, embora os seus estereótipos estivessem
bem definidos, quais sejam os nazistas e demais países integrantes do chamado, na
época, “Eixo do Mal”.

A Revista Seleções do Reader’s Digest e o governo norte-americano.

A intensificação do relacionamento do governo dos Estados Unidos em relação


a América Latina em geral, e em especial no que refere a este trabalho, para com o
Brasil necessitou, conforme asseveramos no início deste, de uma série de negociações e
diálogos entre os líderes políticos das várias nações americanas. Houve, além disso,
como se sabe, outras medidas que possibilitaram o processo, entre as quais, no nosso
entendimento, se destaca a criação, em 1940, de uma Agência específica para cuidar dos
assuntos relativos ás “outras Américas”: o Office for Coordinator of Commercial and
Cultural Relations between the Américas, que um ano mais tarde passou a se chamar:
Office of the Coordinator of Inter-American Affairs.11 A direção da nova organização

11
A referida agência do governo norte-americana é citação obrigatória nos trabalhos que tomam as
relações entre os Estados Unidos e a América Latina no decurso da II.a Guerra. Para a „história oficial‟
16

daquele órgão ver: Rowland, Donald W. History of the Office of the Coordinator of Inter-American
Affairs – Historical Report on War Administration. Washington, D.C.: U.S. Government Printing Office,
Página

1947, exemplar mimeo. Se deve registrar que, ao longo deste trabalho alternaremos a utilização da sigla
OCIAA com a palavra Office, grifada em itálico para referir a supracitada agência. Outros trabalhos que
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ficou a cargo de Nélson Rockfeller, um dos herdeiros das empresas petrolíferas


Standard Oil, com negócios espalhados por toda a América Latina, mas alguém que
conhecia a realidade da exploração de recursos localizados naquela região devido ao seu
envolvimento com os negócios. A composição do OCIAA contava com outros
profissionais ligados ao ramo empresarial dos Estados Unidos. Conforme Gerard
Colbye Charlotte Dennett(1998,p.144):
além de assistentes do grupo financeiro Rockfeller, as principais
posições do CIAA estavam nas mãos de capitães de indústria, como o
financista e produtor cinematográfico John Hay Whitney, o rei do
algodão do Texas Will Clayton (que trabalhava com a Divisão de
Mercadorias e Matérias-Primas do CIAA) e o gerente de exportações
da Otis Elevators, Percy Douglas. O conhecimento em negócios vinha
não apenas para dentro do CIAA, mas fluía dele também.

A organização interna do Office compreendia várias seções denominadas


“Divisões”. Sobre o sistema organizacional da agência, Érica G. D. Monteiro
(2006,p.45) refere que:
o Office of the Coordinator of Inter-American Affairs (OCIAA) era
formado por quatro divisões [...] a de comunicações, que envolvia as
seções de rádio, cinema, imprensa, viagens e esportes [...] a de
comércio e finanças, que incluía transportes, exportações [...] a de
saúde, que tinha como foco programas sanitários e a divisão de
relações culturais, que lidava com arte, música, literatura, publicações,
intercâmbios e educação. 12

Para Colby e Denett, o Office:

expandira as instalações de transmissões em ondas curtas para a


América Latina. Distribuía transcrições e gravações cuidadosamente
selecionada para emissoras de rádio da América Latina
retransmitirem. Convenceu Hollywood a negar material para cinemas
que exibissem filmes ou cinejornais italianos e alemães. O CIAA
preencheu o vazio de notícias com propaganda própria, produzindo
noticiários, desenhos animados políticos e filmes com o lado róseo da
cultura americana e de governos latino-americanos. (1998, p.141/142)

E prosseguem:

a divisão de imprensa de Rockfeller era outro grande sucesso. A cada


mês saturava a América Latina com notícias e reportagens leves,

consideram estudos em relação ao OCIAA são: Moura, Gérson (1991); Totta, Antonio Pedro (2000);
Mesquita, Silvana Queiroz Nery (2002).
17

12
A extensão do sistema organizacional do OCIAA era complexa e uma análise pormenorizada não
Página

caberia em nossa discussão e também não é o nosso objetivo. Para maiores informações sobre o Office
ver, especialmente: Rowland, DonaldW(1947).
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concentrando-se em 1.200 donos de jornais que dependiam de


carregamentos de escasso papel de imprensa subsidiado pelo CIAA e
levado por navios americanos. (1998.p.141/142)

A importância da agência liderada por Rockfeller na re-significação do sentido


negativo da imagem que os ibero-americanos tinham em relação aos Estados Unidos foi
decisiva para a boa vizinhança. As ações do Office surtiram efeito nos vários campos
em que foram aplicadas, com destaques para o econômico e o cultural. Na área
econômica, o Office assimilou os excedentes de produção das repúblicas e passou a
coordenar a compra e o envio de matérias-primas extraídas na América Latina para as
indústrias norte-americanas. Em relação às políticas culturais, a agência de Rockfeller
se superou. A concepção de que a propaganda em jornais e revistas ibero-americanas
dos produtos e serviços das empresas era uma excelente „ferramenta‟ para a tarefa de
conquistar os mercados daquela região levou Rockfeller a instar amigos empresários e o
governo dos Estados Unidos para que aumentassem a carga de investimentos em
anúncios. E mais: o Office conseguiu introduzir nesses anúncios uma série de “slogans”
que incitavam a boa vizinhança, a união pan-americana e a defesa da democracia. E
mais, conforme refere Junqueira:
no Brasil, Seleções entrou em 1942 – plena segunda guerra mundial-
pedido de Nelson Rockfeller ao Departamento de Estado norte-
americano. Rockfeller, na época tinha interesses comerciais na
América Latina em geral, e no Brasil em particular. A solicitação
devia-se ao fato da Revista mostrar uma imagem positiva dos Estados
Unidos, apresentados como único país capaz de reverter o equilíbrio
de forças da guerra, fazendo a balança pender de forma decisiva para o
lado dos aliados. (2001, p.323)

E mais: “em função do alcance das novas técnicas de comunicação na primeira


metade do século XX, aos poucos foram se implementando mudanças na sociedade
brasileira [...] transformaram-se sensibilidades, redesenharam-se valores culturais,
atitudes e comportamentos dos setores médios” (JUNQUEIRA, 2000, p.42/43).
A partir de tais considerações, cumpre assinalar, ainda, que o fato de que
existia uma forte ligação entre o governo norte-americano, o empresariado daquela
nação e os editores da Revista Seleções do Reader’s Digest no que referia a fazer
propaganda positiva dos Estados Unidos no Brasil, em toda a América Latina, não
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minimiza, no nosso entendimento, a importância desta análise aqui apresentada, pelo


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contrário, pensamos que nosso trabalho pode, sim, servir para exemplificar de que
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maneira e em que medida os meios de comunicação de massa estiveram envolvidos


dentro daquilo que comumente se costuma chamar de “política da boa vizinhança” onde
se tem dado muito destaque para outros aspectos que não privilegiam esta interessante
faceta do contexto do início dos anos de 1940 e a intensificação dos contatos culturais
entre os Estados Unidos e as repúblicas latino-americanas. A criação de uma Agência
Governamental, o Office, que, como vimos, estava encarregada de imaginar os norte-
americanos através de “formas simbólicas” midiadas para a América Latina, em
especial para o Brasil, através de uma série de meios técnicos, cinema, rádio, e
periódicos, entre os quais se destacava a Revista Seleções é uma significativa evidência
de como são importantes os aspectos culturais no referido processo.

Considerações Finais

A partir das considerações apresentadas até o presente momento, e como forma


de encaminhar nossos argumentos para o encerramento deste, se deve registrar que a
Revista Seleções, como vimos, foi lançada, não por acaso, em língua portuguesa, em
fevereiro de 1942, menos de dois meses depois do ingresso dos norte-americanos na
Segunda Guerra Mundial; e um mês após o alinhamento do Brasil ao bloco aliado
liderado pelos Estados Unidos. Além disso, conforme buscamos destacar, os meios de
comunicação de massa fizeram, sim, parte do esforço de cooptar as sociedades latino-
americanas a partir de uma política específica qual seja a “boa vizinhança”, e, também,
por meio de uma agência governamental, o Office, especialmente criada para lidar com
tais assuntos, e que, conforme destacamos, também, se encarregou de “inundar” a mídia
latino-americana com mensagens que aludiam de modo positivo aos Estados Unidos,
apontado como “modelo de nação” a ser seguido e país líder das “democracias” na luta
contra as forças do “Eixo do Mal”, Berlim – Roma - Tóquio. Além disso, conforme se
buscou enfatizar, ao longo deste trabalho, os meios de comunicação de massa são parte
integrante das sociedades modernas e partícipes na constituição dos seus respectivos
imaginários sociais. Além disso, buscamos salientar, que os meios de comunicações de
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massa não midiaram para o Brasil, e para América Latina, imagens e percepções acerca
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dos Estados Unidos que não tivessem sentido ou desprovidas de, isso porque, conforme
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buscamos salientar, o ambiente cultural era propício para tanto. Entretanto, vale ser
repetitivo, e re-afirmar que o que se costuma chamar de “americanização” da cultura
brasileira não foi um processo que se encerrou, pelo contrário, é um fenômeno que se
mantém porque é parte de um processo constante de trocas culturais e simbólicas onde
os meios de comunicação de massa possuem papel significativo.
Por último, mas não sem menos importância, é necessário destacar que a
Revista Seleções, ainda que não tenha sido o único meio de comunicação que esteve
envolvido no processo que vimos referindo até aqui, foi, sim, responsável pela midiação
de uma vasta gama de mensagens que visavam cooptar tanto em termos políticos quanto
culturais e ideológicos a sociedade brasileira do início dos anos de 1940. A
“americanização” do Brasil não foi imitação, mas sim re-criação de sentidos a partir de
críticas em relação àquilo que se midiava na época, os leitores não eram, nem nuca
serão, uma massa de incapazes que somente aceitam o que lhes sugere os meios de
comunicação, tal qual inexiste um caráter malévolo nas atitudes da imprensa. È
necessário, assim, aceitar, em nosso entendimento, que os meios de comunicação de
massa são características de nossas sociedades modernas e que por tanto se constituem
em partícipes no processo de constituição dos imaginários sociais, e o seu estudo a
partir da adoção de um referencial teórico-metodológico, como vimos, pode ser
revelador do imaginário social de sociedades de épocas passadas e, especialmente,
como forma de compreensão do nosso presente.

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