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1
MOTA, Carlos Guilherme. Ideologia da cultura brasileira: (1933-1974): pontos de partida para uma revisão
histórica. 3. ed. São Paulo: Editora 34, 2008.
2
VELOSO, Mariza. Gilberto Freyre e o horizonte do modernismo. Sociedade e estado, v. 15, p. 361-386, 2000.
se irradiou por inúmeros setores da sociedade civil, e se obteve êxito em fincar raízes foi
porque encontrou terreno fértil.
Gilberto Freyre além de lograr em obter um enorme prestígio, também veio a ocupar
cargo como membro no Gabinete do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistíco Nacional, o
SPHAN. Este que foi encarregado pelo Estado Novo de Getúlio Vargas a iniciar um longo
processo de salvaguarda de bens que seriam insígnes, e de certa forma contariam uma história
sobre a nação. Iniciaram-se diversos processos de constituição de inventários e tombamentos
de itens caros a trajetória brasileira através do tempo, para então elaborar uma alegoria sobre a
“brasilidade”3. A elaboração dessa alegoria esteve sob intervenção direta dos intelectuais de
Estado e de Freyre, e ambos compartilhavam um certo viés modernista. Estiveram também no
Gabinete do SPHAN e no conselho de Membros Consultivos nomes como Rodrigo M. F. de
Andrade, Sérgio Buarque de Holanda, Afonso Arinos de Melo Franco, Mário de Andrade e
Manuel Bandeira. Esclarecido o contexto do objeto, iniciarei agora o contorno sobre o que é o
objeto em si.
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CHUVA, Márcia Regina Romeiro. Os Arquitetos da memória: Sociogênese das práticas de preservação do
patrimônio cultural no Brasil (Anos 1930-1940). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009.
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ADORNO, Theodor W. The Jargon of authenticity. London: Routledge & Kegan Paul, 1975.
5
BAKHTIN, Mikhail. The dialogic imagination. Texas University press, 1985.
por uma ambiguidade, estariam na narrativa, e ao mesmo tempo fora dela, representam a
realidade e ao mesmo tempo são a realidade, transmitidos pelo próprio patrimônio6
O objeto explicado de maneira direta pode ser visto como essa relação discrusiva e
objetiva entre Gilberto Freyre, suas ideias e o SPHAN. Nesse sentido, partimos da indagação
de como, quando e onde estes conceitos freirianos renovados de tradição história e memória
foram fatores direcionantes na lógica de salvaguarda patrimonial e construção alegórica da
nação. O SPHAN, para além de uma discussão sobre patrimonio e preservação, difundia
tabém uma ideia sobre a cultura nacional, correlata a de Freyre. As categorias do autor nesse
sentido também prefiguram uma nova realidade histórica que, pode mostrar a investigação, se
imprimiu no patrimônio histórico e artístico nacional. Estando impressas estas categorias no
patrimônio brasileiro, o que este enquanto ferramenta pedagógica nos conta sobre a nação? E
pensando num viés de análise historiográfica, o que este patrimônio, impregnado destes
conceitos renovados, pode nos dizer sobre o momento em que foi elegido como tal?
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GONÇALVES, José Reginaldo Santos. A retórica da perda: Os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de
Janeiro: Editora UFRJ; IPHAN, 1996.
teriam a função de entender a operacionalização dos conceitos a serem estudados num veículo
de enunciação para as massas.
O primeiro deles relaciona-se com a dimensão dos estudos da linguagem, que aqui,
assim como entende também o programa, não se trata apenas de um meio de comunicação ou
de se fazer entender, mas de uma ferramenta capaz de prefigurar uma realidade histórica e
social. O núcleo duro do trabalho a ser executado se configuraria em uma tarefa de desnudar
um regime discursivo, para então entendermos como se operacionalizaram as ferramentas de
representação nele presentes, e que puderam sobrevier ao tempo sendo capazes inclusive de
manter vivas as possibilidades de um projeto político.
O outro eixo de consonância faz referência ao fato de que o estudo a ser realizado por
este trabalho envolve uma concepção muito precisa das ideias de representação e reflexo.
Estas duas categorias estarão presentes em todo momento, e entende-las de uma maneira
superficial solapa qualquer perspectiva de execução de um trabalho antenado com a
contemporaneidade destes estudos. Nesse sentido, ao trabalhar com a face representativa do
patrimônio não se entende que ela carrega um reflexo da sua produção como a ideia de uma
imagem vulgarizada e distorcida, mas uma imagem capaz de estruturar a construção de
possibilidades dos sujeitos. A representação do passado pelo viés do patrimônio também não
pode ser concebida de maneira a separar do símbolo a sua potência criadora no espaço social,
que estaria vinculada certamente as noções e conceitos que mediaram sua escolha.
Para a escolha do orientador, a primeira opção será pelo Prof. Dr. Marcelo Santos de
Abreu. Sendo uma de suas áreas de atuação os usos públicos do passado, entendo que há
muita sinergia com algumas das propostas do projeto, já que este tem como fundamento
central a transposição de certos conceitos para o patrimônio e a eventual transposição ao
público, tendo em vista que ele possui uma importante dimensão pedagógica. É preciso ainda
ter em vista que as transformações empreendidas por Gilberto Freyre não ficaram de maneira
alguma restritas a um certo campo acadêmico ou intelectual, mas atuaram na sociedade de
maneira a prefigurar uma certa realidade histórica. Freyre é entendido aqui, antes de tudo,
como um intelectual público e que seu trabalho pode e será trazido para o campo analítico da
História Pública.
Já para escolha em segunda opção, elegi o Prof. Dr. Arnaldo José Zangelmi, tendo
como área de atuação Movimentos Sociais, Identidade e Memória e História oral. A escolha
pelo Dr. Zangelmi se deu pois esta proposta de investigação tem como um pano de fundo a
própria ideia que se construiu sobre a identidade, história e memória nacional pelo viés do
patrimônio, e sobre como a renovação feita por Freyre a impactou severamente. E para muito
além do fator de área de atuação, penso que o trabalho do professor em “Lembrar em Aruega:
esquecimento, silêncio e história”, de maneira brilhante elaborou um pensar sobre memória e
historicização de um processo específico, e que penso ter muito a contribuir.
DELIMITAÇÃO DO TEMA
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NICOLAZZI, Fernando. Um estilo de História: a viagem, a memória, o ensaio: sobre Casa-grande & senzala e a
representação do passado. São Paulo: UNESP, 2011.
Estando incumbido esse órgão da preservação patrimonial e salvaguarda de bens
notáveis e insígnes da história brasileira, este funcionava sob uma certa lógica, a da
construção da memória e da alegoria sobre a nação, devidamente orientada pelo projeto de
poder vigente8. Sendo assim, a busca no passado por uma cultura brasileira genuinamente
popular e autóctone não foi uma tarefa autruísta ou ingênua, mas devidamente guiada por uma
gama de novas noções que surgiam num novo horizonte discursivo, que se tornou possível
através de um conjunto de condições próprias de um tempo e espaço.
Ao consultar a bibliografia sobre o tema, pude perceber que não houve ainda o esforço
da construção do que seria uma série discursiva precisa, que desse conta de encaixar, ou
melhor, relacionar de maneira concreta as ideias correntes no SPHAN e a renovação
conceitual que Freyre lançou mão. O que se percebe é que as novas noções de tradição,
história e memória freirianas podem ser, de maneira opaca, visualizadas no que foi elegido
enquanto patrimônio, mas paira nesse aspecto uma espécie de lacuna. Assim, seria produtivo
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CHUVA, Márcia Regina Romeiro. Os Arquitetos da memória: Sociogênese das práticas de preservação do
patrimônio cultural no Brasil (Anos 1930-1940). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009.
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VELOSO, Mariza. Gilberto Freyre e o horizonte do modernismo. Sociedade e estado, v. 15, p. 361-386, 2000.
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SILVA, André Fabrício; FAULHABER, Priscila. Narrativas sobre o patrimônio: Rodrigo Melo Franco de Andrade,
redes de sociabilidade e a escrita do patrimônio na Revista do Patrimônio (1937-1945). Anais do Museu
Histórico Nacional, v. 51, p. 150-173, 2019.
trazer algumas noções de Bourdieu para esta investigação. O autor entende que as produções
discursivas não se transpõe para a classe do real a não ser por um trabalho político de
mobilização, que sem dúvidas o Serviço do Patrimônio logrou em fazer com a tese freiriana.11
Podemos ainda fazer o esforço de transformar este objeto em indagações como: Quais
os limites das ideias freirianas no Gabinete do SPHAN? Como os conceitos renovados de
Tradição, História e Memória influenciaram na escolha do patrimônio que viria a constituir a
alegoria sobre a nação? Como os processos de tombamento carregam essas noções? O que o
Patrimônio, enquanto objeto didático e pedagógico, ainda carrega destes conceitos renovados?
Gostaria ainda de sugerir que um recorte espacial muito restrito do problema não seria
muito adequado, pois o Serviço do Patrimônio teve atuação em todo território nacional,
certamente que em algumas regiões mais do que outras, mas ainda sim estabelecer um recorte
tão artificial seria colocar uma barreira nesta investigação. Ainda, é possível enxergar que o
espaço onde está localizado o problema pode ser considerado um espaço sócio-histórico,
sendo um dos objetos de análise um discurso, e sua eventual transposição a prática de
conservação patrimonial12. Como algumas das fontes estabelecidas foram as revistas do
SPHAN e diversos periódicos, seria imprudente estabelecer esta barreira, visto que as próprias
fontes versam sobre diversas regiões do Brasil. Em se tratando de estabelecer um recorte
temporal, podemos encontrar uma tarefa mais fácil. A pretensão de análise das fontes se daria
do início da década de 1930 até o final da década de 1940, onde os discursos acerca do
patrimônio e da cultura nacional encontraram um outro momento e um outro debate. Não se
trata aqui de um marco arbitrário, mas um que tem em vista o fim de um momento muito
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BOURDIEU, Pierre. Espaço social e espaço simbólico. In: Razões práticas. Campinas: Papirus, 1996.
12
ARÓSTEGUI, Júlio. La investigación histórica: Teoría y método. Historia contemporánea, 1996.
específico e o início de um outro dotado de diferentes características, que responde muito
mais a produção lançada pelo Instituto Superior de Estudos Brasileiros, o ISEB.
JUSTIFICATIVA
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GONÇALVES, José Reginaldo Santos. A retórica da perda: Os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de
Janeiro: Editora UFRJ; IPHAN, 1996.
Um outro trabalho já consagrado nesse campo de estudos é o texto de Márcia Chuva.
A autora lançou mão de um vasto estudo sobre aquelas origens das práticas de preservação
patrimonial no Brasil, datadas dos primeiros anos do Estado Novo de Getúlio Vargas e sob a
intervenção do Ministério da Educação de Gustavo Capanema14. Certamente é um trabalho
importantíssimo sob o ponto de vista da formulação dos problemas colocados para a pesquisa
aqui proposta, pois a autora consegue fazer uma conexão entre o passado que se pretendia
recuperar pelo Estado em sincronia com a visão do passado cultural brasileiro que enxergava
movimento modernista. A conjunção destes dois setores fundamentalmente relevantes na
década de 1930 certamente que forneceu uma rica interpretação e sobretudo explicação deste
momento de construção de uma identidade nacional genuína.
E para além do seu lugar nos quadros da academia, este projeto também é dotado de
uma dimensão ética e social. Estando o patrimônio conectado com uma dimensão da
linguagem e do discurso, foi capaz de incorporar diversos elementos discursivos daquele
momento em que foi eleito como tal, mapear e entender estes é também uma necessidade
ética. Tanto a sociedade quanto a academia não resolveram todos aqueles problemas fulcrais
da tese de Gilberto Freyre sobre o Brasil, e é possível afirmar que os mecanismos de poder
ligados a ela conduziram inclusive as possibilidades políticas que conseguiram sobreviver à
fortuna crítica de sua obra.
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CHUVA, Márcia Regina Romeiro. Os Arquitetos da memória: Sociogênese das práticas de preservação do
patrimônio cultural no Brasil (Anos 1930-1940). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009.
OBJETIVOS
No que tange a questão dos objetivos a serem alcançados por esta pesquisa, estarão
dispostos em tópicos o que se deseja alcançar e e em quais campos de interesse ela se penetra.
3 – Empreender uma investigação sobre como estes conceitos ainda podem estar presentes
no patrimônio cultural brasileiro.
FONTES
Elencar as fontes deste trabalho, agora, será um tarefa de apontar os materiais a serem
investigados, o que se pretende com eles e como eles podem responder as perguntas o
problema.
A primeira fonte a ser estabelecida seriam as duas primeiras obras de grande porte de
Gilberto Freyre, sendo elas Casa Grande & Senzala (1933) e Sobrados e Mucambos (1936).
Ambas teriam a utilidade de fornecer os traços dessa alteração dos conceitos de tradição,
história e memória. Uma análise textual em consonância com a bibliografia a ser consultada
teria o objetivo de mapear estas ideias, num sentido de pinça-las, trabalha-las e então
estabelecer a ponte com a academia SPHAN e o patrimônio.
Outra fonte a ser analisada serão alguns jornais impressos de época, em que Gilberto
Freyre contribuiu por meio de diversos textos, enunciando sua tese para um mundo mais
amplo, para além dos círculos acadêmicos e institucionais. Eles serão utilizados no intuito da
indentificação dos conceitos freirianos de tradição, história e memória, e em seguida uma
análise de sua operacionalização dentro de uma lógica discursiva. Os textos a serem alvo do
trabalho fazem parte dos periódicos O Cruzeiro, Correio da manhã, Diário de Pernambuco,
Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e A Província. Eles podem ser encontrados na obra
Gilberto Freyre, Jornalista: Uma bibliografia, organizada por Lúcia Gaspar e Virginia Barbosa,
que constituiram um rico banco de dados contendo alguns dos escritos de Freyre nos jornais de
época. O livro contém 3.420 registros, de 1918 a 1987, extraídos da Biblioteca Central Blanche
Knopf, da Diretoria de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco, sendo uma fonte de também
fácil acesso.
Uma outra fonte selecionada, que apesar de não ser central, se trata do Decreto Lei
n25 de 30 de Novembro de 1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico
nacional. A partir dele se daria a investigação dos moldes das práticas patrimoniais, bem
como das ideias do que poderia ser considerado como patrimônio. Este decreto pode ajudar na
orientação da investigação sobre a forma institucional do discurso do patrimônio do Estado
brasileiro.
HIPÓTESES
Uma delas responde ao questionamento central da pesquisa, que diz respeito aos
limites da influência da renovação conceitual que Freyre teria lançado mão. O primeiro
entendimento é o de que, estando o Serviço do Patrimônio e Freyre extremamente próximos
devido ao compartilhamento de um discurso específico sobre o Brasil, tornou-se possível um
influxo de ideias capaz de promover uma transformação interna desta instituição. O SPHAN
teria incorporado essas novas noções uma vez que elas seriam coerentes com aqueles aspectos
chave que dirigiam a lógica de seleção do patrimônio bem como o entendimento acerca da
cultura brasileira a ser resgatada. Partir deste princípio implica em entender que as noções de
tradição, história e memória presentes na tese freiriana versaram sobre aquele mesmo Brasil
que se pretendia resgatar do esquecimento e da ação do tempo, os bens tombados fariam
referência a este discurso.
PERSPECTIVAS TEÓRICO-METOLÓGICAS
As teorias pelas quais transita a presente proposta são constituídas por autores que
permitem que o objeto seja trabalhado conforme aqueles problemas estabelecidos. Como
uma das intenções é a análise da renovação dos conceitos de tradição, história e memória por
Gilberto Freyre e como ela teria sido deslocada para o discurso do patrimônio, foi preciso
estabelecer um entrecruzamento de autores que já trabalharam com esta dimensão. Assim o
quadro teórico do projeto se divide em duas perspectivas, que se segmentam em como balizar
a temática sem promover uma separação dos símbolos, significados e narrativas do mundo
concreto e como trabalhar com os discursos presentes nas fontes.
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GONÇALVES, José Reginaldo Santos. A retórica da perda: Os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de
Janeiro: Editora UFRJ; IPHAN, 1996
narrativas na quais indicadores de tempo-espaço seriam fundidos numa concretude total,
trazendo para o presente aquele passado que se pretende recuperar16. Entender o patrimônio
cultural brasileiro a partir desta noção implica em percebe-lo como intermédio pelo qual a
narrativa ganha coerência. Este é o primeiro passo para a compreensão desta convergência da
tese freiriana e o discurso do patrimônio. Outro autor que pode ser relacionado a esta leitura
do patrimônio pode ser Baudrillard, que fornece a ideia de que os objetos dentro das coleções
assumiriam uma função reguladora que daria equilíbrio e coesão de grupo, eles não se tratam
unicamente de um corpo material, mas o meio pelo qual uma subjetividade se realiza17
Ainda foi foi feita a apropriação do conceito de ilusão referencial de Barthes, que
iluminaria a leitura dos textos selecionados. Segundo o autor, aqueles elementos narrativos
que não cumprem função central na composição textual podem ser percebidos como
referentes da exterioridade do próprio texto, de maneira de que ainda que não sejam de
primeira importância eles cumprem uma função restrita, que pode fornecer indícios das
ideias do contexto de produção da própria narrativa18. Analisar os documentos sob este
aspecto implicaria numa investigação das minúcias do discurso que fundamenta a narrativa.
Já as ferramentas metodológicas a serem utilizadas, de maneira ampla respondem ao campo
dos estudos da linguística e da semiótica, mas serão selecionados procedimentos de trabalho
mais precisos.
Para a leitura das fontes a escolha das técnicas se dão por dois segmentos que estão
amarrados dialeticamente com as hipóteses que guiam a pesquisa, o primeiro responde a uma
análise de conteúdo e o segundo a uma análise do discurso. Para uma análise de conteúdo os
enunciados presentes nas fontes seriam submetidos em um primeiro momento por um análise
sistemática que classificaria o vocabulário de forma quantitativa, do ponto de vista de sua
sintaxe, semântica e de sua mensagem. Seria empreendida uma análise da frequência de certas
associações de palavras e ideias19. O objetivo seria montar um quadro de observação a partir
de uma descrição do texto, que permitiria a identificação e os momentos em que as ideias que
pretendem ser estudadas aparecem. Essa técnica nos leva a fazer uma inferência acerca dos
16
BAKHTIN, Mikhail. The dialogic imagination. Texas University press, 1985.
17
BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos. São Paulo: Perspectiva, 1989.
18
BARTHES, Roland. “O efeito do real”. In: rumor da língua. São Paulo: Brasiliense, 1988
19
ARÓSTEGUI, Júlio. La investigación histórica: Teoría y método. Historia contemporánea, 1996.
elementos exteriores ao texto, que dizem respeito as propriedades não-linguísticas dos
agentes20. Os textos submetidos a análise de conteúdo permitiriam ainda uma averiguação
sobre aqueles que o produziram, suas intenções e a situação de determinado contexto social21.
CRONOGRAMA
20
MAYNTZ, R; HOLM,K; HUBNER,P. Introduccíon a los métodos de la sociologia empírica. Madrid: Alianza, 1988.
21
ARÓSTEGUI, Júlio. La investigación histórica: Teoría y método. Historia contemporánea, 1996.
22
DIAZ BARRADO, M. P. Análisis del discurso político. Una aplicación metodológica. Mérida: Editora Regional de
Extremadura, 1989.