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O diodo convencional é composto por dois blocos de material semicondutor um

do tipo N outro do tipo P.


A sua sua representação esquemática é a seguinte:

Características de um Díodo

O díodo é um componente electrónico fundamental que tem como


característica mais importante, permitir que a corrente circule apenas num
sentido.

Quando o díodo está polarizado directamente, conduz e permite circular a


corrente.

Se está polarizado inversamente não permite circular corrente.

Polarizacão inversa Polarização directa

A lâmpada não acende A lâmpada acende

Podemos comparar um díodo a uma válvula hidráulica que possibilite passar a


água num sentido e impedindo no sentido contrário.

Para saber a polaridade do díodo, no díodo tem uma marca de uma flecha que
indica a extremidade correspondente ao cátodo.
Comprovador de díodos

Utilização prática dos diversos Díodos:

Rectificação

Simbologia Díodos

Díodo
Diodo Zener
Rectificador
Diodo VARICAP Diodo túnel
Diodo com característica dependente da
Diodo Schottky
temperatura

Fotodíodo Diodo emissor de luz (LED)

O díodo - Características e aplicações

INTRODUÇÃO TEÓRICA

1.1 PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO - CARACTERÍSTICAS DE UM DÍODO

Um díodo é um dispositivo constituído por uma junção de dois materiais


semicondutores (em geral silício ou gerânio dopados), um do tipo n e o outro
do tipo p, ou de um material semicondutor e de um metal, sendo usualmente
representado pelo símbolo da Figura 1. Aos terminais A e K dão-se
respectivamente os nomes de Ânodo e Cátodo.

Figura 1: Símbolo do díodo.

Este dispositivo permite a passagem de corrente, com facilidade, num sentido,


e oferece uma grande resistência à sua passagem no sentido contrário.
Assim, quando o Ânodo (A) estiver a um potencial positivo em relação ao
Cátodo (K), o díodo conduz e a corrente terá o sentido (convencional) indicado
pela seta. Nestas condições diz-se que

o díodo está directamente polarizado. Quando o Ânodo estiver a um potencial


negativo em relação ao Cátodo, o díodo não conduz e a corrente, que teria o
sentido contrário ao da seta, não é autorizada a passar. Nestas condições diz-
se que o díodo está inversamente polarizado.

Figura 2: Característica I(V) de um díodo de silício. Note-se as escalas


diferentes no 1º e 3º quadrantes.

A origem destas designações deve-se ao facto de este dispositivo ter um


comportamento semelhante aos do díodos termoiónicos (válvula díodo), cujos
terminais recebem estes nomes.

Na Figura 2 pode ver-se um gráfico típico da corrente no díodo em função da


tensão nos seus terminais, que resulta do comportamento físico da junção p-n.
A tensão e a corrente são consideradas positivas quando o dispositivo se
encontra directamente polarizado. A variação da corrente do díodo
semicondutor com a tensão aos seus terminais tem uma forma quase
exponencial: em boa aproximação a corrente I é dada por:
onde q é a carga do electrão, V a tensão aos terminais do díodo, k a constante
de Boltzman, T a temperatura absoluta e Is uma constante designada por
corrente de saturação. À temperatura ambiente (300 K) tem-se:

Este comportamento pode ser aproximado, em certas aplicações, pelo de um


díodo ideal ou por uma característica linearizada (ver Figura 3).

Figura 3: Curvas características e correspondentes modelos eléctricos do


díodo. Da esquerda para a direita: díodo ideal; díodo com comportamento ideal
mas com uma tensão limiar de condução; díodo com característica linearizada.
(V D - tensão limiar de condução, RD - resistência de condução directa).

1.2 TIPOS DE DÍODOS

Existem actualmente diferentes tipos de díodos que, apesar de apresentarem


características eléctricas semelhantes, tem-nas adaptadas à execução de
determinadas funções. O símbolo introduzido anteriormente (Figura 1)
representa o díodo normalmente utilizado para rectificação (transformação de
corrente bidireccional em corrente unidirecional) e processamento de sinal nela
baseado. Pretende-se que a sua zona de avalanche esteja suficientemente
afastada para nunca ser atingida, e que a sua corrente de fuga inversa seja
desprezável.

Além destes, outros tipos de díodos utilizados usualmente são:


Díodo Zener

Funciona na zona de avalanche, e é utilizado como referência de tensão (a


tensão varia pouco com a corrente nessa zona).

VARISTOR OU VARICAP

Todos os díodos apresentam uma capacidade que é variável com a tensão


aplicada. Os varistores são díodos especialmente desenhados para se obter
uma capacidade fortemente dependente da tensão. São usados em
osciladores cuja frequência é controlada por tensão (VCO).

FOTODÍODO

Quando a zona da junção recebe luz, geram-se pares de portadores de carga


(electrão-vazio) que geram uma tensão ou uma corrente no dispositivo. Existe,
assim, conversão opto-electrónica. Estes dispositivos são utilizados como
detectores de luz, nas mais diversas aplicações.

LED

Para certos tipos de materiais semicondutores, quando é injectada uma


corrente na junção do díodo, é gerada radiação electromagnética na zona do
visível ou infravermelho próximo (conversão electro-óptica). Existem
componentes em que vários LED estão dispostos sob a forma de traços ou
pontos numa matriz, permitindo a apresentação de algarismos e letras
(displays).

1.3 DETERMINAÇÃO DA CARACTERÍSTICA (I, V) DE UM DÍODO

O díodo é um componente não-linear. Assim, o cálculo da corrente que


atravessa um circuito com um díodo torna-se um pouco mais complicado que
no caso de circuitos lineares. A título de exemplo, vamos determinar a corrente
no circuito indicado na figura.

Se o díodo estiver bem dentro da zona de condução, a sua tensão é


aproximadamente constante, neste caso ~0.65V (ver na secção 1.1 as
características aproximadas de um díodo). Assim, podemos substituir o díodo,
nos cálculos, por uma fonte de tensão de 0,7 V (VD=0,7 V), e tratar o circuito
como um circuito linear, obtendo-se a equação:

Este processo simplificado, útil em muitas situações, não pode ser utilizado
quando se pretenda um rigor mais elevado, ou quando o díodo não esteja em
condução franca. Para estas situação, dispõe-se de duas equações: a que
define a característica do díodo (equação (1)) e a que resulta das equações de
Kirchoff:
Estas duas equações permitem-nos determinar o ponto de funcionamento. A
solução é laboriosa em virtude de envolver uma equação transcendente
(pressupõe-se o conhecimento da equação V(I) para o díodo em
consideração):

No entanto, a solução pode achar-se facilmente Esta última equação pode ser
resolvida de forma gráfica se dispusermos da curva característica do díodo:
1º membro: curva característica Idíodo (V), não linear

2º membro: recta de carga I = Idíodo = 5/100 - VD/100

A solução corresponde ao ponto de intersecção das duas linhas (em que I=I
Díodo e V=V díodo), obtendo-se I = 44 mA.

1.4 APLICAÇÕES DOS DÍODOS: O DÍODO COMO RECTIFICADOR

Consideremos o circuito da Figura 4, ao qual é aplicada uma tensão sinusoidal


v i; queremos determinar a tensão de saída v o

Figura 4: Circuito rectificador de meia onda.


Para simplificar, vamos supor que se trata de um díodo ideal, isto é, durante as
arcadas positivas da sinusóide é um interruptor fechado, e um interruptor
aberto durante as arcadas negativas, Figura 5

Figura 5: Fases da rectificação de meia onda.

Somando, obtemos:

Figura 6: Resultado da rectificação de meia-onda.

Esta é a chamada rectificação de meia-onda, na qual há supressão de uma


alternância e aproveitamento da outra.

E não será possível aproveitar as duas? É, utilizando por exemplo os circuitos


das Figura 7, o qual é costume designar por rectificador de onda completa.

É fácil verificar que numa alternância conduz um par de díodos (colocados em


posições diametralmente opostas do losango) e na outra o segundo par, de
modo que a corrente através da resistência tem sempre o mesmo sentido; a
tensão de saída tem pois a forma indicada.

Figura 7: Rectificação de onda completa.

No caso da Figura 7, a entrada pode ser por transformador, ou directamente da


rede. Existem pontes que contêm já os quatro díodos ligados. Se a fonte de
tensão alternada tiver um terminal à massa, a carga, RL, ficará flutuante; caso
contrário, isto é, se a fonte de tensão alternada estiver flutuante, podemos ligar
qualquer dos terminais de RL à massa. É sempre necessário ter o

cuidado de ver em que caso se está para evitar curto-circuitos. Está dado o
primeiro passo para obter, a partir de uma tensão alternada, uma tensão
contínua, elemento essencial nas fontes de alimentação dos circuito
electrónicos.

1.5 CIRCUITO DETECTOR DE PICO -FILTRAGEM

Este é um circuito bastante utilizado em diversas aplicações, que vão da


rectificação de sinais alternados à descodificação de um sinal de rádio AM
(amplitude modulada). Apliquemos uma tensão sinusoidal ao seguinte circuito:
Figura 8

Quando se liga o circuito, começando vi em zero, a tensão vc irá acompanhar a


tensão de entrada porque, sendo a díodo ideal, logo que vi = 0 o díodo conduz
passando a funcionar como curtocircuito. Quando vi atinge o máximo (Vp) e
começa a descer, se a constante de tempo t=RC for grande relativamente ao
período do sinal de entrada, então a tensão vc vai tender a manter-se enquanto
vi baixa e, consequentemente o díodo entra em corte (pois vc = vi ). A partir
deste momento o condensador descarrega sobre a resistência segundo uma
exponencial. Enquanto a tensão vc decresce, a tensão de entrada vai evoluir,
descendo até ao seu valor mínimo e depois subindo, até que acontece um
instante em vi iguala o valor de vc e continua a subir. A partir desse instante vi >
vc, o díodo começa a conduzir e vc acompanha de novo vi , repetindo-se este
processo daí em diante, enquanto subsistir vi . Teremos assim o seguinte
gráfico das tensões do circuito:

Figura 9
Ao fenómeno de oscilação da tensão de saída chama-se Ripple (ou ondulação
residual) e ao valor dessa oscilação chama-se tensão de Ripple (vr). No caso
da tensão de entrada apresentada na Figura 9, a tensão de Ripple dá-nos uma
ideia da maior ou menor aproximação da tensão de saída a uma tensão
contínua.

Como é óbvio, o valor v r, depende só da relação entre o tempo de descarga


do condensador (a constante de tempo do circuito de descarga é RC), e o
período do sinal de entrada. Para um período constante do sinal de entrada,
quanto maior for a constante de tempo t=RC , menor será vr já que mais
próximo de Vp estará v'.

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